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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE AGRONOMIA IANA DE PAULA BRITO MENDES COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA SILAGEM DE CAPIM-ELEFANTE BRS CAPIAÇU CONTENDO LEGUMINOSAS FORTALEZA 2022 IANA DE PAULA BRITO MENDES COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA SILAGEM DE CAPIM-ELEFANTE BRS CAPIAÇU CONTENDO LEGUMINOSAS Monografia apresentada ao Curso de Agronomia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de bacharelado em Agronomia. Orientador: Prof. Aníbal Coutinho do Rêgo Coorientador: Dr. Francisco Gleyson da Silveira Alves. FORTALEZA 2022 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará Sistema de Bibliotecas Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a) M491c Mendes, Iana de Paula Brito. Composição química da silagem de capim-elefante BRS capiaçu contendo leguminosas / Iana de Paula Brito Mendes. – 2022. 33 f. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias, Curso de Agronomia, Fortaleza, 2022. Orientação: Prof. Dr. Aníbal Coutinho do Rêgo. Coorientação: Prof. Dr. Francisco Gleyson da Silveira Alves. 1. Ensilagem. 2. Pennisetum purpureum. 3. Gliricidia sepium. 4. Leucaena leucocephala. I. Título. CDD 630 IANA DE PAULA BRITO MENDES COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA SILAGEM DE CAPIM-ELEFANTE BRS CAPIAÇU CONTENDO LEGUMINOSAS Monografia apresentada ao Curso de Agronomia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de bacharelado em Agronomia. Aprovada em: 30/06/2022. BANCA EXAMINADORA Prof. Aníbal Coutinho do Rêgo (Orientador) Universidade Federal do Ceará (UFC) Dr. Francisco Gleyson da Silveira Alves (Coorientador) Universidade Federal do Ceará (UFC) Prof. Magno José Duarte Cândido Universidade Federal do Ceará (UFC) Prof. Rafael Nogueira Furtado Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI) A Deus. Aos meus pais, Adriana Montenegro de Paula Brito e José Agripino Mendes Júnior, que sempre me apoiaram. AGRADECIMENTOS A Deus por me dar forças nos momentos mais difíceis, permitindo que eu pudesse continuar seguindo em frente. Ao Prof. Aníbal Coutinho do Rêgo, por toda a orientação e ensinamentos durante esse período do trabalho de conclusão de curso. Ao Dr. Francisco Gleyson da Silveira Alves, pela orientação, por toda a ajuda e pela disponibilidade em esclarecer minhas dúvidas. Ao SIFISV-CE, pelo estágio e principalmente a Shirley Mapurunga, Francisco Leandro, José Wellington, Naiara Tais, por toda a convivência nesse último ano e por todos os ensinamentos repassados. Ao laboratório de nutrição animal da UFC, que tornou possível serem realizadas as análises do experimento. Ao Prof. Magno José Duarte Cândido e os membros e ex-membros do NEEF, pela convivência e aprendizado durante o período que passei sendo bolsista. Ao grupo NEON e ao Prof. Marcelo de Almeida Guimarães, por todas as oportunidades, ensinamentos, conselhos e orientação durante o início do curso. A Dra. Janiquelle da Silva Rabelo, pela amizade, confiança, por acreditar em mim e por todas as oportunidades e conselhos durante a graduação. A Helen Andrade e ao Silvio Junior, pela disponibilidade e ajuda durante a realização do trabalho de conclusão de curso. Aos meus colegas que entraram junto comigo no semestre 2017.2, pela amizade, conversas e pela nossa união e por tudo que compartilhamos nos momentos bons e também nos momentos difíceis da graduação. Ao Josias Wéricles Lima Freitas, por todo apoio, companheirismo e por sempre está ao meu lado. “Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados.” (Mahatma Gandhi). RESUMO A região semiárida é caracterizada por apresentar um período seco acentuado, em que a produção de ruminantes pode ser limitada pela baixa oferta de alimento nessa época do ano. O uso da conservação de forragens, como a ensilagem de gramíneas e leguminosas de simples cultivo na região, podem ser uma estratégia a considerar nos sistemas. Desse modo, objetivou- se com o presente trabalho avaliar o efeito da inclusão de leguminosas forrageiras na ensilagem do capim-elefante BRS capiaçu. Foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado, com cinco tratamento e quatro repetições. Foram avaliadas as seguintes silagens como tratamentos: BRS capiaçu; 80% BRS capiaçu + 20% de leucena; 70% BRS capiaçu + 30% de leucena; 80% de BRS capiaçu + 20% de gliricídia; 70% BRS capiaçu + 30% de gliricídia. Foram utilizados mini silos para compor as parcelas experimentais. Os silos foram fechados com tampa e fita adesiva durante um período de 30 dias. Após abertura realizou-se a homogeneização e quarteamento do material ensilado, sendo colhida uma amostra representativa para posterior análise. Foi avaliado a composição química, pH e perdas que ocorreram durante a fermentação. As silagens contendo leguminosas apresentaram menores perdas por efluentes, apresentando também resultados promissores com incremento de proteína bruta, principalmente as com leucena, apresentando teores de proteína bruta de 9,3 e 9,4%. O uso de leguminosas promoveu redução de fibra em detergente ácido. Acrescentar leguminosas no processo de ensilagem, não prejudicou os teores de recuperação de matéria seca, tendo todas as silagens apresentado valores favoráveis de recuperação de matéria seca. As silagens contendo 30% de leguminosas apresentaram maiores valores de pH, porém próximos do recomendado, enquanto os outros tratamentos estavam dentro do padrão contendo pH entre 3,8 e 4,2. O uso de silagens de BRS capiaçu com leguminosas pode ser uma alternativa para alimentação animal no semiárido. Entretanto, o uso da silagem de capiaçu com 30% de gliricídia, não é proibido, mas sua produção deve ser vista com cautela, pelo valor do pH e por não ocorrer incremento na proteína. Palavras-chave: Ensilagem; Pennisetum purpureum; Gliricidia sepium; Leucaena leucocephala. ABSTRACT The semi-arid region may be limited by the dry period of ruminants and the production of ruminants at this time may be limited by the low supply of food per year. The use of forage conservation, such as silage of grasses and legumes of simple cultivation in the region, can be a strategy considered in the systems. Thus, the objective of the present work was to evaluate the effect of the inclusion of forage legumes in the silage of elephant grass BRS capiaçu. A completely randomized design was used, with five treatments and four replications. Capiaçu as the following silage treatments: BRS; 80% BRS capiaçu + 20% leucaena; 70% BRS capiaçu + 30% leucaena; 80% BRS capiaçu + 20% gliricidia; 70% BRS capiaçu + 30% gliricidia. Mini silos were used to compose the experimental plots. The silos were closed with a lid and tape for a period of 30 days. After opening, the ensiled material was homogenized and quartered, and a representative sample was collected for further analysis. The chemistry, pH and composition it creates during manufacturing were evaluated. The silages containing leguminous plants have small species per effluent, also showing promising results with increased crude protein, especially as with leucaena, with crude proteincontents of 9.3 and 9.4%. The use of legumes promotes fiber reduction in acid detergent. Adding legumes in the process, is not a legume process, not produced in dry matter recovery materials, all silage seized with juvenile pre-products of dry matter recovery materials. The silages containing 30% of legumes had higher pH values, but close to the recommended, while the other treatments were within the standard containing pH between 3.8 and 4.2. The use of BRS capiaçu silages with legumes can be an alternative for animal feed in the semiarid region. However, the use of capiaçu silage with 30% gliricidia is not prohibited, but its production should be viewed with caution, due to the pH value and because there is no increase in protein. Keywords: Ensilage; Pennisetum purpureum; Gliricidia sepium; Leucaena leucocephala. LISTA DE TABELAS Tabela 1 Proteína bruta e matéria seca de BRS capiaçu................................................. 18 Tabela 2 Teores de matéria seca e proteína bruta da Leucena......................................... 19 Tabela 3 Teores de matéria seca e proteína bruta da silagem de Gliricídia................... 20 Tabela 4 Proporção de componentes do BRS capiaçu, Leucena e Gliricídia................. 23 Tabela 5 Composição química do material in natura...................................................... 25 Tabela 6 Composição química da silagem de acordo com o respectivo tratamento. (Parâmetros descritos em porcentagem de matéria seca) ................................. 27 Tabela 7 Valores de pH, densidade, recuperação de matéria seca, perdas por gases e efluentes(kg/t) ................................................................................................. 30 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS BAL CF CNF CS CT EE FDA FDN HEM MS NEEF Bactérias acidoláticas Capacidade fermentativa Carboidratos não fibrosos Carboidratos solúveis Capacidade tampão Extrato etéreo Fibra em detergente ácido Fibra em detergente neutro Hemicelulose Matéria seca Núcleo de Ensino e Estudos em Forragicultura PB RMS UFC Proteína bruta Recuperação de matéria seca Universidade Federal do Ceará SUMÁRIO 1 .INTRODUÇÃO 14 2. REFERENCIAL TEÓRICO 16 1.1 Ensilagem 16 1.2 Capim Elefante BRS capiaçu (Pennisetum purpureum Schum) 17 1.3 Leucena (Leucaena leucocephala) 18 1.4 Gliricídia (Gliricidia sepium) 20 3. MATERIAL E MÉTODOS 22 3.1 Localização do experimento e caracterização das culturas 22 3.2 Delineamento experimental e tratamentos 23 3.3 Enchimento dos mini silos 23 3.4 Perdas por gases e efluentes 24 3.5 Análises químicas 25 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 27 4 CONCLUSÃO 31 REFERÊNCIAS 32 14 1 INTRODUÇÃO A estacionalidade da produção de forragem é desafiadora, pois as variações no clima afetam a produção e qualidade da forragem. Na região semiárida, o fator climático que têm grande influência é a pluviosidade, pois o volume e a irregularidade nas precipitações dificultam o cultivo de forrageiras. O período seco restringe o desempenho dos sistemas de produção de ruminantes, pois nessa época a disponibilidade de biomassa de forragem é limitada e tem valor nutritivo reduzido (PEREIRA et al., 2004). No período chuvoso a biomassa em áreas de pastagens naturais habitualmente é adequada, sendo preferencialmente usada nas fazendas, pois quando a distribuição de precipitação favorece, ocorre produção de forragem acima da demanda dos rebanhos. Além disso, em áreas de cultivo, como capineiras e legumineiras, o período chuvoso favorece o acúmulo de biomassa que muitas vezes não são aproveitadas por excederem as demandas dos rebanhos nessa época. Entretanto, o manejo equivocado dessas áreas, como a ausências de colheita no período chuvoso, faz com que a forragem a ser fornecida tenha valor nutricional limitado, prejudicando a produção animal (RIET-CORREA et. al., 2013) e reduzindo a eficiência de uso da forragem produzida. Quando favorável e possível, no período seco as áreas de capineira e de legumineiras no Nordeste brasileiro são minimamente mantidas irrigadas ou cultivadas em áreas a jusante de barragens. Todavia, nem sempre esse tipo de manejo garante alimento aos rebanhos na época de déficit que precisam ser suplementados, tanto em quantidade como em qualidade. Por exemplo, para atender as necessidades de mantença de ruminantes, de maneira geral, é necessário fornecer uma alimentação que contenha no mínimo 7% de proteína bruta (ROCHA JUNIOR et al., 2002). No caso da exploração máxima de volumosos nas dietas, quando essa porção não atende as exigências nutricionais dos animais é frequente o uso de alimentos à base de grãos. Porém, essa prática em determinadas situações pode não ser economicamente viável, tendo em vista que a suplementação proteica, em geral, onera os custos de produção. Partir para estratégias que garantam alimentos volumosos associado a redução no emprego de ingredientes proteicos nas dietas é uma alternativa para assegurar a eficiência dos sistemas. Para isso o uso de silagens de capins tropicais produtivos com composição química que atendam as exigências nutricionais pode ser uma opção. O capim-elefante (Pennisetum purpureum), é uma das espécies de gramíneas mais utilizadas em áreas de capineira, devido ao cultivo ser simples, apresentar boa produtividade e 15 palatabilidade. A cultivar BRS capiaçu é considerada uma das mais produtivas da espécie, apresentando uma produtividade média de biomassa de 100 t ha-1 ano-1 e possui adaptação a diferentes condições edafoclimáticas (PEREIRA et al., 2016), apesar das limitações quanto ao teor de proteína (menor do que 70 g kg-1) e por ser um material fibroso (LOPES et al, 2021; MONÇÃO et al. 2020). Em legumineiras, o uso da leucena (Leucaena leucocephala) é observado de forma frequente, pois possui produção de biomassa por área razoável, tem capacidade de rebrota mesmo em períodos de seca, se adapta a diversos tipo de solo e é bem aceita pelos ruminantes (RODRIGUES et al., 2020). Além dessa espécie, há também a gliricídia (Gliricidia sepium), uma leguminosa adaptada ao clima tropical, que suporta as adversidades climáticas e possui bom valor nutricional, podendo ser utilizada na alimentação animal (SANTANA et al., 2019). Conservar na forma de silagem esses alimentos supracitados de forma associada pode ser uma estratégia capaz de explorar o potencial produtivo dos capins e a composição química da leguminosa (BUREENOK et al. 2016). Assim, a silagem de capins tropicais com a inclusão de leguminosas é uma possibilidade, pois aumenta a concentração de proteína bruta (PB) e melhora a digestibilidade da silagem, contribuindo para o melhor desempenho animal (SILVA et al., 2018; BUREENOK et al. 2016). De forma geral, os capins tropicais quando apresentam melhor valor nutritivo possuem limitada produção de biomassa. Portanto, para ensilar esse tipo de forragem é necessário realizar a colheita no momento em que ocorre melhor relação entre a produtividade e o valor nutricional da gramínea. Mesmo no momento ideal para o corte, capins tropicais apresentam considerável teor de umidade que potencializam as perdas por efluentes durante a ensilagem (PEREIRA et al., 2016). No caso de leguminosas, baixas concentrações de carboidratos solúveis em água e alta capacidade tampão podem limitar fermentações adequadas (KUNG JR. et al. 2018). Contudo, o desafio é garantir uma proporção de mistura de capim tropical e leguminosas que mantenham uma fermentação mínima e que preserve um volumoso de baixa custo que contribua no campo com o manejo dascapineiras e legumineira. Face ao exposto, hipotetizou-se que a silagem de capim-elefante BRS capiaçu contendo leguminosas apresenta composição química satisfatória para ser utilizada na alimentação animal sem aumentar perdas e sem prejudicar a fermentação. Dessa forma, objetivou-se com o presente trabalho avaliar o efeito da inclusão de leguminosas na silagem do capim-elefante BRS capiaçu, analisando a composição bromatológica e perdas durante o processo de ensilagem. 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Ensilagem A silagem é o produto final da fermentação de alimentos usados por animais em ambiente anaeróbio obtido através do processo de ensilagem (WOOLFORD, 1984). A qualidade das silagens depende tanto dos fatores intrínsecos ao alimento a ser ensilada, como também dos aspectos ligados às etapas da ensilagem (McDONALD et al. 1991). O processo de ensilagem tem como objetivo conservar o valor nutritivo da forragem, de modo que esse fique o mais próximo possível do original (BONFÁ et al., 2015). Assim, o processo de ensilagem conserva a forragem em ambiente sem oxigênio, onde ocorre o desenvolvimento de bactérias que utilizam os carboidratos solúveis como substrato para a produção de ácido orgânicos, principalmente do ácido lático (WOOLFORD, 1984). Durante essa ação ocorre diminuição do pH, aumento da temperatura e do N-amoniacal (SANTOS et al., 2010). Assim, com o pH baixo ocorre estabilidade dentro do silo, onde apenas bactérias anaeróbicas resistentes à acidez continuam em atividade, só que de forma reduzida, mantendo o meio estável até a abertura do silo. Dessa forma, o pH pode ser utilizado como um dos indicadores da qualidade do processo fermentativo, sendo um parâmetro que possui relação com o teor de carboidratos solúveis. Outro parâmetro seria o nitrogênio amoniacal, que quando apresenta teores superiores a 15% NH3/NT, é um indicativo de que ocorreu fermentação butírica (LIMA JÚNIOR et al., 2014). Para obter uma silagem de boa qualidade é necessário considerar alguns fatores durante o processo de ensilagem, principalmente os fatores relacionados a planta e as etapas do processo, como o tamanho das partículas, a eficiência na vedação do silo e o momento da colheita da forrageira a ser ensilada. Também há parâmetros intrínsecos à planta que devem ser considerados, como poder tampão, teor de carboidratos solúveis e o teor de matéria seca (MS) no momento da colheita, sendo recomendado valores de 30-35% de MS ou pelo menos possuir valores maiores que 25% de MS, para evitar maiores perdas por efluentes (RIBEIRO et al., 2007). Esses fatores intrínsecos à planta, são relevantes na qualidade da massa ensilada (REIS; BERNARDES; SIQUEIRA, 2013), influenciando então na capacidade de fermentação (CF). Determinada pela fórmula de Weissbach e Honig (1996): CF = MS% + 8 (CHOs solúveis) / Poder Tampão 17 Com base na CF, é possível identificar espécies que possuem elevada ou limitada capacidade de fermentação, no geral plantas que apresentam valores adequados desses três fatores, que seriam CS de 6 a 8%, baixo poder tampão e teores de matéria seca entre 28 e 40% (REIS; BERNARDES; SIQUEIRA, 2013), são consideradas espécies de elevada capacidade de fermentação. De maneira geral os capins possuem média CF, já as leguminosas possuem baixa CF. Plantas que apresentam elevado teor de umidade, podem favorecer o desenvolvimento de bactérias do gênero Clostridium que produzem o ácido butírico durante o processo fermentativo. A fermentação butírica pode provocar a degradação da proteína e do ácido lático, causando perdas de matéria seca, pois há produção de CO2 e H2O e energia (BERNARDINO et al., 2005). Além disso, também podem ocorrer perdas de nutrientes na forma de efluente, sendo constituído por açúcares, proteínas e outros compostos orgânicos (LOURES et al., 2003). As bactérias desejáveis para realizar o processo fermentativo são as bactérias acidoláticas (BAL), que podem ser classificadas como homoláticas ou heteroláticas. As bactérias homoláticas produzem apenas o ácido lático durante a fermentação, já as bactérias heteroláticas tem como produto final da fermentação o ácido lático e outros produtos, como ácido acético e CO2. Quando ocorre a fermentação por bactérias homoláticas, são pequenas as perdas por matéria seca e energia, ocorrendo o processo: Glicose + 2 ADP + 2Pi = 2 lactato + 2 ATP+ 2 H2O, ocorrendo apenas 0,7% de perda de energia (REIS; BERNARDES; SIQUEIRA, 2013). 2.2 Capim-elefante BRS capiaçu (Pennisetum purpureum Schum) O capim-elefante é cultivado em diversas regiões de clima tropical e subtropical, destacando-se pelo potencial de produção de matéria seca, vigor e pela palatabilidade, sendo utilizado principalmente sob corte, mas também pode ser utilizada na forma de conservação de forragem, principalmente como silagem, e sob pastejo rotacionado. Desse modo, as características vantajosas da espécie, fez com que Embrapa Gado de Leite começasse um programa de melhoramento da espécie. Dentre as cultivares que foram lançadas oriunda do melhoramento tem-se a cultivar BRS capiaçu. Essa cultivar se destaca em relação as outras pela alta produtividade, resistência ao tombamento e facilidade da colheita mecanizada (PEREIRA et al., 2017). 18 A cultivar BRS capiaçu pode produzir em média 100 t ha-1 ano-1 de massa fresca. Para a utilização em silagens é recomendado ser colhido o capim entre 90 e 110 dias, com altura de 3,5 a 4 m, momento em que apresentaria melhor relação entre produtividade e qualidade nutricional da espécie. Entretanto, nesse momento a cultivar ainda apresenta teores de matéria seca abaixo do recomendado (Tabela 1), sendo necessário o uso de técnicas para aumentar teores de matéria seca, podendo ser realizado o emuchercimento (PEREIRA et al., 2016). Na tabela 1 é apresentado alguns resultados de proteína brita e matéria seca do capim-elefante BRS capiaçu. Tabela 1. Proteína bruta e matéria seca de BRS capiaçu Autor Caracterização do momento do corte PB% MS% PAULA (2020) 90 dias com 3,6 m de altura 6,5 18,5 DE JESUS (2021) 90 dias com 2,9 m de altura 7,84 22,85 LEAL (2020) 90 dias com 3,6 m de altura 9,43 17,71 Proteína bruta (PB) e Matéria Seca (MS). Fonte: Elaborado pelo autor. Pode-se verificar que mesmo no momento considerado ideal para o corte dessa cultivar, a gramínea pode apresentar teor limitado de proteína. Teores de proteína reduzidos podem prejudicar a população de bactérias no rúmen. Quando se pretende utilizar gramíneas que apresentam baixo valor nutricional, uma alternativa seria a inclusão de outras plantas, que possam melhorar a qualidade da forragem oferecida, dentre essas plantas têm-se as leguminosas (MAGALHÃES et al., 2011). 2.3 Leucena (Leucaena leucocephala) A leucena é uma leguminosa originária na América Central, mas atualmente encontra-se difundida em diversas regiões de clima tropical. A espécie é perene, possui porte arbóreo e possui usos múltiplos, sendo utilizada na alimentação animal, produção de madeira, sombreamento, cerca viva, como carvão vegetal e pode melhorar as condições do solo. Na região semiárida se destaca, pois além das variadas utilidades, se adapta às condições edafoclimáticas da região, possuindo boa capacidade de rebrota mesmo em períodos de seca, sendo bem aceita pelos animais que consomem folíolos e ramos (BARRETO et al., 2010). 19 A produtividade dessa cultura pode variar de acordo com o clima, solo e manejo adotado. Na região semiárida são relatados valores de matéria seca de 7,5 t/ha/ano (LIMA et al., 1986). Além desses aspectos, a leucena possui bons valores nutricionais, fazendo com que seja atrativo seu uso na alimentação animal, podendo ser empregada como bancos de proteína ou para a produção de forragem conservada, na forma de feno ou silagem (MAGALHÃES et al., 2011). Natabela 2; podem ser visualizados teores de proteína bruta e matéria seca da Leucena cortada em período chuvoso. Tabela 2 – Teores de matéria seca e proteína bruta da Leucena. Autor Caracterização do momento do corte PB% MS% SANTOS (2009) não definida (vegetação plena) 18,4 45,7 LOPES (2000) 60 dias 22,98 28,41 PIRES (2006) Apresentava folhas e ramos tenros 32,6 26,8 Proteína bruta (PB) e Matéria Seca (MS). Fonte: Elaborado pelo autor. Diante da exposição das características desejáveis com relação à produção, qualidade e adaptação, a leucena se apresenta como uma alternativa para o uso na alimentação animal no semiárido. Podendo ser utilizada inclusive para a confecção de silagens mistas, principalmente com gramíneas. O emprego dessa espécie pode elevar os teores de matéria seca do material ensilado e o valor nutricional do produto final, agregando maior valor de proteína bruta, melhorando a digestibilidade da silagem (RODRIGUES et al., 2020). Alguns cuidados devem ser tomados no uso da leucena, pois essa planta tem entre seus constituintes a mimosina, um aminoácido não proteico, que pode ser tóxico aos animais. Em pastagens é recomendado que a leucena seja utilizada em consórcio com gramíneas, em uma proporção de 30% e há relatos que o teor de mimosina possa ser reduzido pela secagem das plantas. (SANTANA NETO et al., 2022). O efeito tóxico desse aminoácido pode causar perdas de pelo e em casos mais raros podem ocorrer atrofia da gengiva, ulcerações na língua e esôfago, formação de bócio e menores ganhos de peso (ALMEIDA et al., 2006). 20 2.4 Gliricídia (Gliricidia sepium) A Gliricidia sepium é uma leguminosa arbórea originária da América Central, que possui extensa distribuição por regiões tropicais, sendo considerada resistente à seca. No Brasil, foi introduzida e cultivada em diversas regiões, devido a versatilidade no uso pode ser utilizada para sombreamento, cerca viva e na alimentação animal (SILVA, et al., 2021). Na região semiárida, ganhou espaço de cultivo principalmente como banco de proteína, devido a sua capacidade de rebrota e produtividade. As folhas da espécie podem apresentar teores de proteína bruta de 25% e a cultura pode apresentar produtividade de 3,0 a 4,5 toneladas de matéria seca em um período de três meses (ANDRADE et al., 2015). O uso da cultura in natura para fornecimento na alimentação animal pode ser limitado, devido ao cheiro de compostos voláteis que ficam na superfície da folha, dificultando a aceitabilidade pelos animais, porém há processos como de ensilagem e fenação que podem melhorar a aceitação do alimento (CARVALHO et al., 2017). Outro fator limitante no uso na alimentação animal é a presença da cumarina (C9H6O2), que ao ser fermentada por bactérias forma o dicumarol (C19H12O6), um anticoagulante que pode causar hemorragias em animais. Isso faz com que a glirícidia possa ser considerada tóxica. Em não- ruminantes há relatos da inibição do crescimento, porém em ruminantes há poucos relatos sobre o efeito tóxico das folhas de gliricídia secas ou frescas utilizadas na alimentação (SIMONS et al., 1994). Em contrapartida, há estudos que apontam a glirícidia com um potencial forrageiro promissor para ser utilizado na alimentação animal, podendo apresentar teores de matéria seca de 22 a 30% e de proteína bruta de 20 a 30% (SÁ et al., 2021). Assim na tabela 3, podem ser visualizados os teores de matéria seca e proteína bruta das silagens de gliricídia, que foram obtidos em determinados estudos: Tabela 3 – Teores de matéria seca e proteína bruta de Gliricídia. Autor Caracterização do momento do corte PB% MS% SANTANA (2019) Plantas com altura 1,5m. 19,6 23,7 LEMOS (2020) 12meses com ramos de 8 mm de espessura 19,2 24,7 Proteína bruta (PB) e Matéria Seca (MS). Fonte: Elaborado pelo autor. Por apresentar alto poder tampão e baixo teor de carboidratos solúveis, a gliricídia 21 não possui boa capacidade de conservação como silagem. Entretanto, é uma espécie que possui elevado teor de proteína bruta, possuindo características nutricionais favoráveis para sua inclusão em silagens mistas e o uso de silagem na região semiárida é atrativo, pode ser uma alternativa para o uso na alimentação animal durante o período seco, por ser um alimento úmido e com características nutricionais desejáveis. (CAMPOS, et al., 2017). 22 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Localização do experimento e caracterização das culturas O trabalho foi conduzido no Núcleo de Ensino e Estudos em Forragicultura (NEEF) do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Ceará-UFC, em Fortaleza, localizado a 04° 15’ 26’’ de latitude sul e 39° 25’ 18’’ de longitude oeste. Segundo a classificação de Köeppen. o clima da região é do tipo Aw’, tropical chuvoso. A determinação da composição química das silagens foi realizada no Laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia da UFC. O capim-elefante BRS capiaçu utilizado foi cultivado em capineira já estabelecida do NEEF entre os meses de outubro de 2021 e fevereiro de 2022 em regime de sequeiro. O corte foi realizado de forma manual rente ao solo, com auxílio de goiva, quando o capim estava com 97 dias de idade. Após o corte o capim passou pelo processo de emurchecimento, em que o capim foi cortado ao final da tarde e levado para um galpão, esse procedimento foi realizado pois no dia do corte estava nublado e com previsão de chuva. No galpão o capim foi espalhado e passou um período de 12horas, para aumentar o teor de matéria seca, pois no momento do corte o capim apresentava matéria seca de 144,7 g kg-1 MN. Em seguida foi picado em máquina picadora estacionária modelo JF50MAX BC. Para realizar a caracterização do capim-elefante BRS capiaçu coletou-se a biomassa de forragem presente em uma moldura de 1m², em seguida foi realizado fracionamento e determinado a massa de material morto, folhas e colmo, expressando em quilos de massa fresca (Tabela 4). As leguminosas utilizadas foram cortadas de forma manual com o auxílio de goiva e em seguida picadas em máquina picadora estacionária modelo JF50MAX BC. A leucena, oriunda da legumineira do NEEF, foi cortada aos 70 dias de idades, apresentando diâmetro médio da haste de 3,8 mm. A gliricídia foi obtida na legumineira do Setor de Forragicultura do Departamento de Zootecnia da UFC, e cortada aos 100 dias de idade, apresentando diâmetro médio das hastes de 9,52 mm. Coletou-se a biomassa das culturas presentes em moldura 1 m² para estimar a produção de forragem das culturas. Além disso, foi efetuado o fracionamento e obtido as proporções de hastes e folíolos (Tabela 4). 23 Tabela 4 – Proporção de componentes do BRS capiaçu, Leucena e Gliricídia Folha/Folíolo Colmo/Haste Material Morto BRS capiaçu 2,78kg 8,39kg 0,425kg 23,97% 72,35% 3,66% Leucena 0,69kg 0,395kg 63,59% 36,40% Gliricídia 3,655kg 2,77kg 56,88% 43,11% Fonte: Elaborado pelo autor. 3.2 Delineamento experimental e tratamentos Foi adotado o delineamento inteiramente casualizado, onde os tratamentos foram compostos pelas seguintes silagens: BRS capiaçu; 80% BRS capiaçu + 20% de leucena; 70% BRS capiaçu + 30% de leucena; 80% de BRS capiaçu + 20% de gliricídia; 70% BRS capiaçu + 30% de gliricídia, com quatro repetições, totalizando 20 parcelas (mini silo). 3.3 Enchimento dos mini silos Os minis silos utilizados eram de cano PVC, possuindo diâmetro de 100 mm, comprimento médio de 26 cm e volume médio de 0,002 m³. Antes do enchimento dos silos foi adicionado no fundo aproximadamente 1 kg de areia que passou por tratamento térmico em estufa a 105ºC por 24 h. A areia foi coberta com tecido do tipo TNT para evitar o contato direto com a forragem ensilada e para permitir a estimativa das perdas por efluentes. Posteriormente, foi mensurado a massa de forragem que cada silo comportaria,totalizando uma massa de 1,435 kg e a partir desse dado foram calculadas as porcentagens utilizadas em cada tratamento. Em cada parcela foi misturado as massas das espécies, de acordo com o seu respectivo tratamento, obtendo uma massa homogênea que foi compactada de forma manual com o auxílio de bastões de madeira. Ao final da compactação, os silos foram vedados com lona dupla face, tampa e fita adesiva, permanecendo fechados durante 30 dias. Além disso, foi calculado a densidade dos silos, a partir dos dados obtidos de massa e volume, apresentando densidade média 679,87 kg/m³. 24 3.4 Perdas por gases e efluentes Na determinação da produção de efluentes, após retirada de toda a silagem, a areia e o silo aberto foram pesados e a massa foi subtraída do peso original obtido antes do enchimento dos silos (Jobim et al. 2007). E = (SAE - SA) Onde: E = produção de efluentes (kg/ton) SAE = peso do silo + areia + efluente (kg); SA = peso do silo + areia (kg). As perdas por gases foram calculadas com base na equação proposta por Schmidt (2006): 𝐺 = [(𝑃𝐶𝑒𝑛 − 𝑃𝑒𝑛) ∗ 𝑀𝑆𝑒𝑛] − [(𝑃𝐶𝑎𝑏 − 𝑃𝑒𝑛) ∗ 𝑀𝑆𝑎𝑏] 𝑥100 [(𝑃𝑐𝑒𝑛 − 𝑃𝑒𝑛) ∗ 𝑀𝑆𝑒𝑛] Onde: G = Perdas por gases em % da MS; PCen = Peso do silo cheio na ensilagem (kg); Pen = Peso do conjunto (silo+areia+tampa +tela+pano) na ensilagem (kg); MSen = Teor de MS da forragem na ensilagem (%); PCab = Peso do silo cheio na abertura (kg); MSab = Teor de MS da forragem na abertura (%). (2007): Onde: A recuperação de matéria seca, foi utilizada a equação descrita por Jobim et al. (𝑀𝐹𝑎𝑏 𝑥 𝑀𝑆𝑎𝑏) 𝑅𝑀𝑆 = (𝑀𝐹𝑓𝑒 𝑥 𝑀𝑆𝑓𝑒) 𝑥 100 RMS = índice de recuperação de matéria seca; MFab= massa de forragem na abertura(g); MSab= teor de MS na abertura; MFfe = massa de forragem no fechamento(g); Msfe = teor de MS da forragem no fechamento 25 3.5 Análises químicas Foram realizadas análises químicas do material original utilizado no processo de ensilagem (capim-elefante BRS capiaçu, leucena e gliricídia) e do produto final após processo de ensilagem. No momento da abertura dos mini silos foram preparadas amostras para a realização das análises químicas. Para tanto, foi feito o quarteamento da silagem e foram selecionadas duas porções que foram homogeneizadas e utilizadas nas análises. Os valores obtidos das amostras in natura estão descritos conforme tabela 5. Tabela 5 – Composição química das forragens antes da ensilagem. Variáveis Capiaçu Leucena Gliricídia MS, g kg-1 MN 225,6 240,8 235,8 PB, g kg-1 MS 63,3 179,8 185,9 FDN, g kg-1 MS 682,4 597,4 582,5 FDA, g kg-1 MS 458,5 408,2 410,5 HEM, g kg-1 MS 223,9 189,2 172,0 EE, g kg-1 MS 19,9 31,4 28,1 MM, g kg-1 MS 65,5 69,5 57,1 CNF, g kg-1 MS 168,9 121,9 146,4 pH 6,11 6,55 6,78 MN: matéria natural; MS: matéria seca; PB: proteína bruta; FDN: fibra em detergente neutro; FDA: fibra em detergente ácido; HEM: hemicelulose; EE: extrato etéreo; MM: material mineral; CNF: carboidratos não fibrosos. Fonte: Elaborado pelo autor. Na determinação do pH foi utilizado 25 g das amostras in natura e foram adicionados 100 mL de água destilada, deixando descansar por 15 minutos (BERNARDES et al., 2019) e depois foi determinado o pH com o pHmetro de bancada da marca KASVI. O restante das amostras in natura fora pesado em bandejas de alumínio e levadas para estufa de ventilação forçada a 55ºC até atingir peso constante, obtendo-se a matéria pré-seca. As amostras pré-secas foram moídas em moinho tipo Willey em peneira com malha de 1,0 mm, colocadas em recipientes plásticos, identificadas e armazenadas para posteriores análises laboratoriais. Os teores de matéria seca (MS; método n° 934.01), matéria mineral (MM; método nº 942.05), proteína bruta-PB obtida pela determinação do N total, utilizando a técnica micro- Kjeldahl (PB; método nº 920.87) e extrato etéreo (EE; método nº 920.85), foram determinados segundo a metodologia descrita pela AOAC (1990). Os teores de fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) foram determinados conforme metodologia descrita 26 por Van Soest et al. (1991). Os teores de carboidratos não fibrosos (CNF) foram obtidos mediante a equação de Sniffen et al. (1992): CNF= 100- (%PB+ %EE+ %FDN+ %MM). Os dados de cada variável foram submetidos a análise de normalidade dos resíduos pelo teste de Cramer-von-mises e homocedasticidade das variâncias pelo método de Brown-Forsyte. Os resultados das análises foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Nos teores de extrato etéreo por divergência entre a análise de variância e o teste de Tukey, foi aplicado o teste Duncan a 5% de probabilidade, considerado esse último como menos rigoroso. Todas as análises estatísticas foram processadas no software R (R Core Team, 2019). 27 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os teores de matéria seca obtidos não diferiram (P>0,05) entre os tratamentos e ficaram abaixo dos 280 g kg-1 de MS preconizados por Reis; Bernardes; Siqueira (2013), como ideal para que ocorra uma boa fermentação (Tabela 6). Dessa forma, a umidade pode ocasionar perdas por efluentes e o favorecer o crescimento de bactérias do gênero Clostridium, que prejudicam a qualidade da fermentação transformando parte do ácido láctico e proteínas em CO2 e água (BERNARDINO et al., 2005). O teor de material mineral na silagem com 20% de leucena apresentou diferença (P<0,05) das demais silagens sem leucena. As espécies forrageiras de modo geral, apresentam limitado teor de minerais e é difícil quantificar quais minerais constituem essa porção, já que essas espécies possuem grande variabilidade de minerais em sua composição (AOAC, 1990). Tabela 6 – Composição química da silagem de acordo com o respectivo tratamento. (Parâmetros descritos em porcentagem de matéria seca). Variável Silagem Capiaçu Silagem com leucena Silagem com gliricídia Valor de P CV 20% 30% 20% 30% MS, g kg-1 MN 216,7 209,0 207,6 210,8 205,0 0,1405 2,95% MM, g kg-1 MS 63,0b 87,8 a 70,7 ab 64,8 b 68,8 b 0,0066 11,93% PB, g kg-1 MS 49,1 c 93,6 a 94,7 a 70,1 b 62,2 bc < 0,0001 11,81% FDN, g kg-1 MS 726,3 a 664,0 b 643,3 b 667,0 b 669,3 b 0,0002 2,73% FDA, g kg-1 MS 455,9 a 409,4 b 417,8 b 446,4 ab 433,0 ab 0,0098 4,02% HEM, g kg-1 MS 268,9 244,0 221,1 222,5 236,3 0,0607 9,67% *EE, g kg-1 MS 30,1ab 31,7ª 27,1b 26,5b 26,5b 0,0277 8,85% CNF, g kg-1 MS 131,5 cb 122,8 c 164,3 ab 171,6 ab 173,2 a 0,0025 12,14% Médias seguidas de mesma letra entre as linhas não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. *Médias seguidas de mesma letra entre as linhas não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. MN: matéria natural; MS: matéria seca; PB: proteína bruta; FDN: fibra em detergente neutro; FDA: fibra em detergente ácido; HEM: hemicelulose; EE: extrato etéreo; MM: material mineral; CNF: carboidratos não fibrosos. Fonte: Elaborado pelo autor. O teor de proteína bruta foi maior para a silagem contendo leucena, seguidos das que continham gliricídia, porém o tratamento que possuía 30% de gliricídia não apresentou 28 diferença estatística da silagem controle (Tabela 6), inclusive os valores dessas silagens ficaram abaixo da necessidade de mantença de 7% de proteína bruta (ROCHA JUNIOR et al., 2002). As leguminosas têm a característica de possuírem elevados teores de proteína bruta (TEIXEIRA et al., 2010). No caso da leucena e da gliricídia utilizadas neste trabalho por apresentarem 179,8 e 185,9 g de PB kg-1 MS no material fresco, respectivamente, as mesmas puderam contribuir com o aumento desse nutriente nas silagens conteúdo a gramínea e a leguminosa. Porém, a silagem contendo 30% de gliricídia, não apresentou incremento na proteína bruta da silagem, esse fato pode estar relacionadoas perdas por efluentes, que podem conter compostos nutritivos da silagem, inclusive a proteína (LOURES et al., 2003). Além disso, pode ter ocorrido nesse tratamento uma extensão da atividade de enzimas proteolíticas, fazendo com que tenha diminuído os teores de proteína bruta, no geral ocorre inibição da atividade dessas enzimas quando o pH reduz de 4,5 a 4,0 (McDONALD et al., 1991) e possivelmente no tratamento com 30% de leucena não ocorreu a inibição dessa atividade, pois o pH se manteve em 4,5 (Tabela 7). Ao avaliar silagem com 80% capim-elefante cv. Napier e 20% leucena, Magalhães et al. (2014) observaram resultados de proteína bruta de 65,4 g kg-1 MS da silagem. Contudo, os teores de proteína bruta das espécies forrageiras antes da ensilagem, eram de 43,1 e 160,8 65,4 g kg-1 MS do capim-elefante e leucena, respectivamente. Os teores de FDN e FDA implicam na quantidade e qualidade da fibra do material, assim teores elevados de FDN podem limitar o consumo e teores menores de FDA são bons indicadores de qualidade (VAN SOEST, 1994). Já que a FDA representa a porção da fibra que possui limitada digestão pelo animal (RODRIGUES et al., 2020). O teor de FDN foi maior na silagem exclusiva com BRS capiaçu, diferindo (P<0,05) dos demais tratamentos que apresentaram teores semelhantes (Tabela 6). De modo geral, os microrganismos do rúmen transformam a fibra em ácidos graxos voláteis que é utilizado como fonte de energia. Teores elevados de FDN, com baixo potencial de digestão, não são adequados para a dieta de ruminantes, pois pode causar diminuição do consumo voluntário, devido a repleção ruminal (RIBEIRO, 2010). A digestão da fibra no rúmen está relacionada a aderência de bactérias celulolíticas a fibra, essas bactérias se desenvolvem no rúmen a pH próximo a neutralidade (SOUSA, 2017). A silagem contendo apenas capim-elefante BRS capiaçu apresentou maiores teores de FDA (P<0,05) comparada as silagens com inclusão de leucena. As silagens com gliricídia não diferiram (P<0,05) das silagens controle e da silagem contendo leucena (Tabela 6). Esse fato pode ser explicado pelos menores teores de FDN e FDA das leguminosas. Além disso, 29 pelas possíveis perdas de componentes solúveis, fazendo com que o material apresentasse maior conteúdo de componentes fibrosos. Outro fator que pode ter influenciado seria a idade fisiológica da planta, à medida que essa idade avança os teores de fibra aumentam. De acordo com Silva (2012) os teores de FDA podem ser influenciados pela idade de colheita do material verde, em seu trabalho confeccionou silagens de leucena e gliricídia, apresentando teores de FDA de 243,0 e 277,2 g kg-1 de MS, respectivamente. Já Paula et al. (2020), observaram 600,0 g de FDA kg-1 de MS da silagem contendo apenas BRS capiaçu. Na variável hemicelulose, os tratamentos não diferiram (P>0,05) (Tabela 6). As silagens de gramíneas apresentam maiores teores de hemicelulose, por possuírem maiores conteúdos fibrosos em sua composição. A hemicelulose dentre os carboidratos fibrosos é o constituinte mais digestível da parede celular, portanto, os teores de hemicelulose podem afetar no aproveitamento do alimento pelo animal. (SILVA, 2012). O extrato etéreo da silagem com 20% de leucena diferiu (P<0,05) das demais silagens contendo leguminosas (Tabela 6). O extrato etéreo apresentou teores adequados, pois o preconizado na dieta animal deve ser até 6 a 7% na matéria, visto que se ultrapassar esses valores pode interferir na fermentação ruminal e na digestibilidade da fibra (NRC, 2007). Os tratamentos BRS capiaçu e BRS capiaçu + 20% de leucena, apresentaram os menores valores para o parâmetro CNF, e os tratamentos com 30% de leucena e os de gliricídia apresentaram maiores teores de CNF (Tabela 6). Os carboidratos não fibrosos são constituídos principalmente por amido e açúcares, então quantidades maiores de CNF podem indicar que alimento possui mais energia. Valores de CNF menores que 10% podem prejudicar a produção de ácidos orgânicos que conservam a silagem (RIBEIRO, 2010), esse fato não foi observado nos tratamentos deste trabalho, em que os valores de CNF ficaram acima dos 10% em todos os tratamentos. O CNF, é considerado de elevada digestibilidade, serve de substrato para bactérias do gênero lactobacillus, que são responsáveis por melhorar a qualidade da silagem (VAN SOEST, 1994). Além das análises de composição química, foram determinados valores de pH, perdas por gás, efluentes e recuperação de matéria seca (Tabela 7). 30 Tabela 7 – Valores de pH, recuperação de matéria seca, perdas por gases e efluentes. Item Silagem de capiaçu Silagem de leucena Silagem de gliricídia Valor de P CV 20% 30% 20% 30% Perdas p/ gases, % 4,41 9,01 10,27 7,80 10,00 0,0771 35,48% RMS, % 95,58 90,97 89,71 92,19 89,98 0,0769 3,21% Efluente, kg t- 1 141,08d 39,04 ab 17,12 a 96,74 c 78,25 bc <0,0001 26,41% pH 3,93 c 4,1 bc 4,4 ab 4,2 bc 4,5 a 0,0001 2,94% RMS: Recuperação de matéria seca. Médias seguidas de mesma letra entre as linhas não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Fonte: Elaborado pelo autor. A adição de leguminosas não influenciou nas perdas por gases da silagem de capim- elefante e essas perdas estão diretamente relacionadas a recuperação de matéria seca, que também não apresentou diferença entre os tratamentos(P>0,05) (Tabela 7). A silagens que apresentam recuperação de matéria seca de 80%-90% são consideradas ótimas, pois valores abaixo a essa faixa podem ser indicadores que ocorreram fermentações indesejáveis, que podem produzir calor, CO2 e etanol (PEDROSO et al., 2005). Houve um aumento do pH de acordo com o aumento da porcentagem de leguminosas utilizada em cada tratamento (Tabela 7). As leguminosas possuem elevado poder tampão devido a maior presença de nitrogênio (WOOLFORD, 1984). Quando há elevada quantidade de nitrogênio livre no meio, ocorre a formação de NH4+, se acontecer a presença de grandes quantidades desse íon no meio, o pH desse meio torna-se mais elevado (RODRIGUES et al., 2020). É importante que ocorra a diminuição do pH do meio para que ocorra a conservação do material ensilado sem grandes perdas. Os valores pH recomendado para silagens é entre 3,8 e 4,2 (WOOLFORD, 1984), assim os tratamentos contendo somente capim- elefante e os com apenas 20% de inclusão de leguminosas se mantiveram dentro do padrão recomendado, já as silagens com inclusão de 30% de leguminosas o pH ficou próximo do recomendado. O efluente possui compostos solúveis do conteúdo celular que são lixiviados para o fundo do silo, neste fluido estão componentes de alta digestibilidade, que poderiam ser utilizados por microrganismos e contribuir na conservação do material ensilado (RIBEIRO, 2010). Nesse sentido o uso de leguminosas ajudou a diminuir as perdas por efluentes, destacando-se o tratamento com 30% de leucena (Tabela 7). E o tratamento contendo apenas BRS capiaçu, apresentou elevadas perdas por efluentes, consequentemente apresentando 31 menores valores nutricionais. Isso pode ter ocorrido devido aos teores de matéria das leguminosas in natura terem sido maiores que os do capim e a adição delas até certo ponto pode ter evitado as perdas por efluentes. No caso das silagens que continham 30% de leguminosas pode ter ocorrido maiores perdas por efluentes, devido ao pH não ter reduzido até o padrão preconizado por Woolford (1984), o que pode ter favorecido a maior ação de bactérias do gênero Clostridium, fazendo com que contribuísse para a maior formação de moléculas de água e aumentasse as perdas por efluentes (BERNARDINO et al., 2005). A silagem contendo leguminosa, pode ser uma alternativa para o semiárido, pois estão sendo utilizadas espécies que possuem alta produtividade e são adaptadas ao semiárido. Porém, para testar de forma efetiva a qualidade desse alimentoé necessário que ocorram estudos com relação ao fornecimento dessa silagem ao animal. 4 CONCLUSÃO A silagem de capim-elefante BRS capiaçu com leucena, diminui as perdas por efluentes da massa ensilada e melhora as características químicas da silagem, incrementando os teores de proteína bruta e reduzindo os componentes fibrosos. O uso da silagem de capiaçu com 30% de gliricídia, não é proibido, mas sua produção deve ser vista com cautela, pelo valor do pH e por não ocorrer incremento na proteína. 32 REFERÊNCIAS A language and environment for statistical computing; 2019. ALMEIDA, A.P; KOMMERS, G.D.; NOGUEIRA, A.P.; MARQUES, B.P. LEMOS, R.A. 2006. Avaliação do efeito tóxico de Leucaena leucocephala (Leg. Mimosoideae) em ovinos. Pesquisa Veterinária Brasileira, 26: 190-194. ANDRADE, B.M.S.; SOUZA, S.F.; SANTOS, C.M.C.; MEDEIROS, S.S.; MOTA, P.S.S.; CURADO, F.F. et al. Uso da gliricídia (Gliricidia sepium) para alimentação animal em sistemas agropecuários sustentáveis. Scientia Plena, v. 4, n. 4, p. 1-7, 2015. AOAC. Official Methods Of Analysis Of The Association Of Official Analytical Chemists. Washington, Association of Official Analytical Chemists, 15th ed., p.369-406,1990. BARRETO, M.L.J.; LIMA-JÚNIOR, D.M.; OLIVEIRA, J.P.F.; RANGEL, A.H.N. AGUIAR, E.M. 2010. 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