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Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT. Trata-se de uma reunião de normas que regem relações trabalhistas no Brasil. Porém, a resposta parece simples, mas não é por alguns motivos, que vamos detalhar mais adiante: • A CLT tem 922 artigos, o que já demonstra sua complexidade; • Em 80 anos de existência, a CLT passa por mudanças ao longo do tempo; • Nem todas as relações trabalhistas são reguladas pela CLT; • Nem todas as leis trabalhistas estão previstas na CLT. Poderíamos apontar outros motivos, mas queremos demonstrar que, apesar de complexa, é possível desvendar as leis trabalhistas. Para isso, vamos começar compreendendo as origens e o objetivo da CLT. Vamos lá: História da CLT Como vimos, a CLT é a legislação que estabelece as normas das relações individuais e coletivas de trabalho. Ela foi criada através do Decreto-Lei Nº 5.452, de 1º de maio de 1943 e sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas. O objetivo foi unificar a legislação trabalhista em um mesmo instrumento. Naquele momento, o Brasil passava por uma importante transformação, com a matriz econômica migrando do perfil agrário para o industrial. Essa mudança, que vinha acontecendo em outros lugares do mundo, implicou no surgimento de novos modelos de trabalho. Por sua vez, esses novos modelos precisavam de novas regras e parâmetros. As leis trabalhistas foram sendo criadas aos poucos e estavam espalhadas em diferentes instrumentos legais. Entre as regras que surgiram antes da CLT estão a carteira de trabalho obrigatória e a jornada de oito horas, por exemplo. Além da necessidade reunir as leis em um mesmo lugar, a criação da CLT também serviu para ampliar essa regulamentação de relações trabalhistas. As leis trabalhistas e o vínculo empregatício Como vimos, a CLT trata de relações individuais e coletivas de trabalho. Mas a redação do Art. 1º já deixa claro que são apenas as previstas no texto. Isso porque há diferentes tipos vínculos de trabalho, nem todos regidos pela CLT. Para ser mais específico, a CLT trata das relações entre empregador e empregado, ou seja, duas partes que estabelecem um vínculo empregatício. O conceito de empregador e empregado de acordo com a CLT é o seguinte: A partir dessa definição, podemos destacar as características do vínculo empregatício: • Pessoalidade: a prestação de serviço deve ser feita por uma pessoa física em específico. Para haver relação de emprego, não é possível que a tarefa seja assumida por uma pessoa diferente a cada dia, por exemplo. • Onerosidade: característica que diz respeito ao pagamento de salário do empregador ao empregado. • Subordinação: o empregador dirige a prestação de serviço do empregado, que por sua vez recebe ordens do empregador. • Não eventualidade: o vínculo também ocorre quando o trabalho é prestado de forma habitual pelo empregado. Como veremos a seguir, essa frequência não necessariamente precisa ser contínua. Isso porque a Reforma Trabalhista de 2017 estabeleceu o contrato de trabalho intermitente, com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade. Sendo assim... Sempre que houver um vínculo empregatício as leis trabalhistas são aplicadas? Não necessariamente. As regras da CLT valem para o regime de contratação celetista. Nesse caso, a relação de trabalho ocorre entre uma pessoa jurídica, a empresa, e uma pessoa física, o empregado. O Art. 7º define os casos em que as regras da CLT não se aplicam. Mas isso não significa que não há leis trabalhistas para os diversos regimes de contratação, como vamos ver agora.
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