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1 UMA EXPERIÊNCIA PRÁTICA COM AGRICULTORES/AS FAMILIARES DE PERNAMBUCO: PRODUÇÃO DE PÃES COM FARINHAS SUCEDÂNEAS Diana Teresa de Barros Cavalcanti1 Maria Inês Sucupira Maciel2 Ana Paula Gomes da Silva3 Kélvina Araújo de Souza4 RESUMO A produção de pães utilizando 30% de matérias-primas regionais, para substituir parcialmente o trigo é um tipo de prática de processamento de alimentos que pode auxiliar o produtor para que utilize toda a sua produção, agregando valor à seus produtos e gerando renda. Objetivou-se com o trabalho disponibilizar a técnica de produção dos pães de forma com farinhas sucedâneas aos agricultores/as de Mocotó, comunidade rural de Vitória de Santo Antão/Pernambuco, para o aproveitamento do excedente agrícola e a obtenção de renda. Utilizou-se na metodologia, a aplicação de dois questionários, realização da Oficina de Panificação, Teste de aceitabilidade e o Estudo de custos. Os pães produzidos na comunidade obtiveram um grau de aceitabilidade, acima de 70% e o estudo de custos confirmou a viabilidade de sua produção. Entretanto o segundo questionário mostrou a necessidade de impulsionar os agricultores para a comercialização dos produtos beneficiados. PALAVRAS-CHAVE: Produtos sucedâneos. Hortaliças. Agregação de valor. 1 INTRODUÇÃO Uma das grandes preocupações de quem produz cultivares de alimentos é com relação à venda dos produtos que são rapidamente perecíveis e muitas vezes não possuem preços que venham a suprir os valores investidos com a produção, ocasionando assim prejuízos para o/a agricultor/a e sua família. Partindo desta realidade faz-se necessário desenvolver práticas que visem auxiliar o/a produtor/a, para que dê vencimento à sua produção e consiga se suprir financeiramente, e os consumidores/as, para que levem para casa produtos de boa qualidade. E nesta perspectiva está o beneficiamento de alimentos que segundo Ortega (2003) permite preservar o valor nutricional e sua vida útil, agregar valor e fornecer estabilidade à produção. 1 Estudante de Economia Doméstica, Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail: dianacavalcantied@yahoo.com.br 2 Professora Drª do Departamento de Ciências Domésticas, Universidade Federal Rural de Pernambuco. E-mail: m.ines@dcd.ufrpe.br 3 Economista Doméstica, Mestre em Nutrição, Extensionista Rural do Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA. E-mail: anapaula@ipa.br 4 Economista Doméstica, Mestre em Nutrição, E-mail: kelvina@ig.com.br 2 Em relação aos tipos de beneficiamento aplicados aos vegetais está se desenvolvendo atualmente, a produção de pães com produtos sucedâneos, que são preparados com a substituição parcial da farinha de trigo por produtos regionais e bastante nutritivos, o que além de baratear o custo do pão, pois substitui parte do trigo, que é um produto importado, por produtos brasileiros, ainda aumenta o valor nutritivo do alimento e diversifica o seu sabor. Neste contexto, o profissional de Economia Doméstica, com formação ampla em Segurança Alimentar e Nutricional poderá contribuir de forma significativa para que os/as agricultores/as compreendam a importância dos alimentos que produzem e aprendam uma forma de beneficiá-los, aumentando sua vida útil, e agregando-lhes valor nutritivo/econômico. Desta forma este trabalho teve como objetivo geral disponibilizar aos agricultores da Comunidade de Mocotó em Vitória de Santo Antão – Pernambuco uma estratégia para o aproveitamento do excedente agrícola e a obtenção de renda através da produção de pães com farinhas sucedâneas. Os objetivos específicos foram: observar quais vegetais são cultivados e vendidos pelos/as agricultores/as; listar quais são os beneficiamentos e os produtos produzidos a partir dos alimentos cultivados; realizar oficinas junto aos agricultores/as para a fabricação de pães sucedâneos, despertando-os também para a geração de renda a partir destes produtos; avaliar a aceitabilidade dos pães produzidos com farinhas sucedâneas junto aos agricultores/as e a comunidade; estudar o custo dos pães produzidos para verificar se a fabricação do produto para a venda é viável à comunidade; e averiguar se o treinamento mobilizou os agricultores/as para a produção de pães produzidos com farinhas sucedâneas como forma de beneficiar os vegetais e gerar renda. 2 REVISÃO DE LITERATURA Em 2006, a produção total de hortaliças foi de 17.549,34 milhões de toneladas. O valor total da produção foi estimado em R$ 11.529,03 milhões (IBGE, 2007). Segundo Melo e Vilela (2007) a maior parte da produção de hortaliças (60%) está concentrada em propriedades de exploração familiar com menos de 10 hectares intensivamente utilizados. Quanto às formas de consumo de vegetais, Conceição (2001) afirma que o maior volume de legumes e verduras é consumido in natura e que diante dessa concentração em poucas formas de consumo a agregação de valor deve se limitar ao pré-processamento. 3 O beneficiamento de vegetais pode ser visto como uma forma de minimizar o desperdício de alimentos in natura, mas também apresenta vantagens como acesso a alimentos na entressafra, agregação de valor, diversificação da economia e também geração de renda para pequenos produtores (ESTEVES, 2008). O beneficiamento de vegetais pode ocorrer através da sua utilização em preparações de pães como mostram diversos estudos como o de Couto (2007) – Utilização da Farinha de Casca de Pequi (Caryocar brasiliense Camb.) na Elaboração de Pão de Forma; Lima (2007) – Aplicação das Farinhas de Linhaça (Linum Usitatissimum L.) e Maracujá (Passiflora Edulis Sims F. Flavicarpa Deg.) no Processamento de Pães com Propriedades Funcionais; e Perez e Germani (2004) - Farinha Mista de Trigo e Berinjela: Características Físicas e Químicas. Por apresentarem quantidades significativas de carboidratos, proteínas e fibras estes produtos (vegetais) poderiam ser utilizados para enriquecer alguns alimentos ajudando à suprir deficiências energético-protéicas principalmente da população de baixa renda, visto que os produtos sucedâneos são produtos locais e de baixo custo, barateando assim o produto final e auxiliando no incentivo a agricultura e a indústria local (EL DASH; GERMANI, 1994). As massas feitas com adição de outras farinhas devem ser similares às produzidas com trigo puro quanto à aparência e qualidade, sem desviar grandemente da tecnologia padrão, além de apresentarem custo final igual ou inferior ao preço final dos produtos produzidos sem a mistura de farinhas (MARETTI, 2008; GUILHERME; JOKL, 2005). El Dash e Germani (1994) salientam que para se produzir massas alimentícias mistas de qualidade é necessário ter o controle em relação ao nível de substituição da farinha de trigo por outras farinhas que não contém glúten. Pela ausência de glúten nas farinhas sucedâneas, elas só podem ser adicionadas até o nível de 30%, sem causar mudanças significativas no produto final. 3 METODOLOGIA A Oficina de Produção de Pães com Produtos Sucedâneos aconteceu na Associação dos Agricultores Familiares de Mocotó. Esta associação conta com 24 associados/as, dos quais 11 responderam ao 1° questionário, 19 participaram do treinamento no 1° encontro, e 9 participaram do 2° encontro e responderam ao questionário sobre a eficácia do treinamento. O questionário, com perguntas abertas e fechadas, a cerca das culturas cultivadas e dos beneficiamentos realizados pelos agricultores/as, foi aplicado antes do início da oficina. 4 No primeiro encontro da oficina foram realizadas atividades teóricas e práticas que envolveram: História do Pão, desenvolvida com a dinâmica da Linha do Tempo segundo Weitzman (2008); Higiene do Manipulador de Alimentos que contou com três dinâmicas: Quantidade de microrganismos por centímetro quadrado; Locais do corpo onde há maior concentração de microrganismos (dinâmicas desenvolvidas para trabalhar a higiene pessoal em comunidades); e Lavagem das mãos, com apresentação de slides e vídeo demonstrando os passos de uma lavagemcorreta das mãos. Também foi abordado o tema sobre os Ingredientes e suas funções na produção de pães de acordo com Ribeiro e Barbosa (2006), com o auxílio de slides. No segundo dia da oficina foi realizada a produção dos pães, seguindo a formulação (Tabela 1) e o processamento utilizados por Catanho e Maciel (2005) com modificação de alguns produtos que substituiriam o trigo e a não realização das etapas de resfriamento, e pesagem final, adequando o método ao objetivo do trabalho. Tabela 1. Formulação utilizada para a elaboração dos pães de forma. O estudo dos custos da produção dos pães foi realizado calculando-se a quantidade e o custo de compra da matéria-prima para produção de 1 pão de forma e para a produção de 16 pães de forma/mês; calculando-se os gastos mensais com eletricidade (valores utilizados como base estão disponíveis no site da Celpe – Companhia Energética de Pernambuco, 2009), plástico filme e gás de cozinha (preços do mercado local). Posteriormente calculou-se os valores da mão-de-obra (50% dos gastos com matéria-prima e gastos mensais) e o preço de venda do produto (soma dos gastos com matéria-prima, adicionado com gastos mensais mais mão-de-obra). Comparou-se então o preço de venda do produto in natura e o preço de venda Ingredientes Pão Padrão com100% de trigo Pão de Macaxeira Pão de Batata doce Pão de Cenoura Farinha de trigo (g) 500 350 350 350 Macaxeira (g) ---- 150 ---- ---- Batata doce (g) ---- ---- 150 ---- Cenoura (g) ---- ---- ---- 150 Leite (ml) 200 200 200 200 Fermento biológico (g) 6 6 6 6 Sal (g) 4 4 4 4 Óleo (ml) 100 100 100 100 Açúcar (g) 85 85 85 85 Ovos (unid.) 2 2 2 2 5 do produto beneficiado. O estudo dos custos foi apresentado em slides aos participantes da oficina. Os pães utilizados no teste de aceitabilidade foram preparados na Estação Experimental do Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA, em Vitória de Santo Antão, utilizando-se o mesmo procedimento dos anteriores. Foram produzidos os pães de forma com 100% de trigo e os com 30% de macaxeira, batata doce e cenoura, e para avaliar sua aceitação levou-se em consideração o aspecto global dos pães: aroma, textura, cor e sabor. Utilizou-se uma escala hedônica facial de cinco pontos, atribuindo-se notas de 1 à 5 a cada face da escala, sendo as extremidades desgostei extremamente e gostei extremamente, respectivamente. Cada participante recebeu quatro fatias de pão identificadas e uma ficha contendo a escala hedônica facial. O percentual de aceitação dos pães foi avaliado segundo fórmula do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, Ministério da Educação, 2007 (Quadro 1). Quadro 1. Cálculo do percentual de aceitabilidade do produto A averiguação da eficácia da oficina foi realizada dois meses após o seu enceramento para que os agricultores/as colocassem em prática o que aprenderam. Um novo questionário foi aplicado, destacando a importância da oficina, o aprendizado e a produção dos pães. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO O questionário aplicado aos agricultores/as identificou que as culturas mais cultivadas e vendidas são as hortícolas apresentadas no Quadro 2. As culturas de abóbora, batata, inhame, rúcula, beterraba, cenoura, quiabo, salsa, tomate, espinafre e maxixe são produzidas em aproximadamente 9% das propriedades. - Nº. total de participantes __________ - Nº. de pessoas que marcaram a opção desgostei extremamente _____. ____% - Nº. de pessoas que marcaram a opção desgostei moderadamente ____. ____% - Nº. de pessoas que marcaram a opção nem gostei/nem desgostei ____. ____% - Nº. de pessoas que marcaram a opção gostei moderadamente _____. _____% - Nº. de pessoas que marcaram a opção gostei extremamente ______. ______% % de aceitação = % que gostou moderadamente + % que gostou extremamente 6 Quadro 2 - Culturas hortícolas mais cultivadas pelos/as agricultores/as de Mocotó e percentual de propriedades que produzem essas culturas. As hortícolas escolhidas para a produção dos pães foram a macaxeira, a batata doce e a cenoura. A macaxeira e a batata doce representam algumas das culturas mais produzidas pelos agricultores de Mocotó, além de serem fonte de carboidrato, vitaminas, como a vitamina C e minerais, como o cálcio, o potássio e o fósforo (TABELA BRASILEIRA DE COMPOSIÇÃO DE ALIMENTOS – TACO, 2006). A cenoura, apesar de cultivada em poucas propriedades, é rica em várias vitaminas como as do complexo B, C, D, K e principalmente Caroteno ou pró- vitamina A, e sais minerais como cálcio, fósforo, magnésio, potássio e cromo (TACO, 2006). E é também um ingrediente de alta qualidade na produção de pães de forma sucedâneos. Quanto aos tipos de beneficiamentos, foi relatado que os/as agricultores/as apenas realizam a lavagem, para retirar a terra, dos produtos que serão comercializados. O primeiro encontro da Oficina de Produção de Pães de Forma com Produtos Sucedâneos abordou atividades teóricas e práticas das quais participaram dezenove agricultores/as. O tópico História da Panificação teve o objetivo de tornar conhecido o histórico do pão, de seu surgimento até os dias atuais, e da importância da utilização de farinhas sucedâneas na substituição parcial do trigo nas preparações de pães. O tópico Higiene do Manipulador de Alimentos teve como principal objetivo fazer os participantes da mesma compreenderem a necessidade de uma higiene pessoal adequada quando se está manipulando alimentos, pois segundo Oliveira et al., (2003) a deficiência nos padrões de higiene é um dos fatores responsáveis pela ocorrência de surtos de doenças transmitidas por alimentos. No tópico Ingredientes necessários para produzir os pães os participantes conheceram as suas funções e a importância de cada um na produção dos pães de acordo com Ribeiro e Barbosa (2006). Esses autores colocam a farinha de trigo como o principal ingrediente na fabricação do pão, pois ela é responsável por dar forma e consistência à massa quando misturada à água, formando assim o glúten, principal componente da farinha de trigo. O glúten confere à massa Culturas hortícolas % de propriedades queproduzem a cultura Culturas hortícolas % de propriedades que produzem a cultura Coentro 45,45 Cebola 18,18 Cebolinha 27,27 Feijão 63,63 Pimentão 45,45 Macaxeira 63,63 Pepino 36,36 Batata doce 36,36 Alface 18,18 Milho 54,54 7 resistência e elasticidade que são princípios básicos da panificação, pois do equilíbrio entre eles depende o volume e a qualidade dos produtos. Os agricultores/as iniciaram a produção dos pães no segundo encontro da Oficina de Produção de Pães de Forma com Produtos Sucedâneos, seguindo o método exibido em slide e contido em folders. Os ingredientes foram pesados pelos próprios agricultores/as que também realizaram sua mistura, a enformagem, o descanso da massa e o assamento dos pães. O Estudo dos Custos realizado no segundo encontro teve o objetivo de verificar a viabilidade da produção dos pães pelos agricultores/as (Quadro 3, 4 e 5). Os preços utilizados foram colhidos na própria região, refletindo o real potencial econômico da produção dos pães. Os cálculos demonstraram que a produção dos pães com 30% de farinhas sucedâneas é uma alternativa viável, visto que o preço do quilo de pão francês (pão mais consumido pelos brasileiros) em Pernambuco está custando em média R$ 7,00, segundo a Revista Contábil & Empresarial Fiscolegis (2008), e que os pães produzidos na comunidade tinham em média 1 quilo, e foram avaliados com preço de venda menor que o preço de comercialização do pão produzido apenas com farinha de trigo. Segundo Figueiredo et al., (1978) os produtos produzidos com farinhas sucedâneas devem custar valor igual ou inferior aos produtos produzidos sem a utilização destas. Quadro 3. Análise dos Custos com matéria-prima Análise dos Custos Preço de Venda do produto In Natura 1Kg → R$ 1,00 Custo da matéria-prima para produzir o pão de forma com peso aproximado de 1K 16 pães de forma por mês Quantidadeutilizada por pão/custo Farinha de trigo 1 Kg R$ 1,85 6 Kg R$ 11,10 350 g/ 0,65 Cenoura 1 Kg R$ 1,00 2,5Kg R$ 2,50 150 g/ 0,15 Leite 1 L R$ 1,97 4 L R$ 7,88 200 ml/ 0,39 Ovos unid. R$ 0,15 32 unid. R$ 4,80 2 unid./ 0,30 Açúcar 1 Kg R$ 0,85 2 Kg R$ 1,70 85 g/ 0,07 Óleo 900 ml R$ 2,78 1.800ml R$ 5,56 100 ml/ 0,31 Sal 1 Kg R$ 0,43 1 Kg R$ 0,43 4 g/ 0,001 Fermento 10 g R$ 0,99 80 g R$ 7,92 5 g/ 0,49 Custo total R$ 10,02 R$ 41,89 R$ 2,36 Quadro 4. Análise dos gastos mensais Quadro 5. Análise do preço de venda do pão Gastos mensais Preço Total Preço por Pão http://www.revistacontabil.fiscolegis.com.br/ http://www.revistacontabil.fiscolegis.com.br/ 8 Plástico filme R$ 1,75 R$ 0,06 Eletricidade R$ 0,06 R$ 0,003 Gás de cozinha R$ 32,00 R$ 1,00 Custo Total R$ 33,81 R$ 1,06 No Teste de Aceitabilidade, levou-se em consideração o aspecto global dos pães: o aroma, textura, cor e sabor. Atribuindo-se notas de 1 à 5 a cada face da escala hedônica, sendo as extremidades desgostei extremamente e gostei extremamente, respectivamente, os pães que receberam com maior freqüência a nota 5 na escala foram os de Macaxeira e Batata doce. Segundo o cálculo de aceitabilidade os pães de forma com 30% de macaxeira, cenoura e batata doce apresentaram os melhores percentuais, 99,99 de aceitação. O Pão de forma com 100% de Trigo apresentou um percentual de 77,77. Todos os pães de forma obtiveram um bom índice de aceitação, ultrapassando os 70% que é considerado, segundo Dutcosky (1996) citado por Nachtigall et al., (2004), o limite mínimo para definir a aceitabilidade de produtos alimentícios. Na Averiguação da Eficácia do Treinamento pode-se identificar que 100% dos entrevistados/as julgaram a oficina como importante, pois aprenderam uma forma de beneficiar seus produtos e que haviam conseguido, com a ajuda das atividades realizadas, aprender corretamente a produzir os pães; 66,66% dos participantes, colocaram seus interesses em produzi-los para o consumo familiar e apenas 1 agricultora (11,11%) colocou seu interesse em produzir os pães para a comercialização. Essa mesma agricultora relatou ter incluído novos ingredientes nas receitas como ameixas, passas e frutas cristalizadas, produzindo Panetone e também, ter utilizado a massa de pão para produzir pizzas e empadas. Ela afirmou que essas novas preparações tiveram uma ótima aceitação na comunidade. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Oficina de Produção de Pães de Forma com Produtos Sucedâneos configurou-se como uma ótima iniciativa para formar os/as agricultores/as para a produção de produtos de boa qualidade nutricional e que pudessem concorrer com o produto tradicional. Com o teste de aceitabilidade e a análise de custos, pode-se averiguar a boa aceitação dos produtos dentro da comunidade, com um grau de aceitação superior à 70% e a viabilidade da produção dos pães pelos agricultores/as. Entretanto, apesar dos resultados favoráveis, os/as agricultores/as Preço de Venda do Pão de Forma Matéria-prima R$ 2,36 Gastos Mensais R$ 1,06 Total dos custos R$ 3,42 Mão-de-obra 50% dos custos - R$ 1,71 Preço de Venda R$ 5,13 9 ainda não se sentiram despertados para a produção comercial do produto. Para propiciar o impulso da comercialização destes produtos será necessário um trabalho exaltando a boa oportunidade de produção, venda e consumo dos pães. REFERÊNCIAS CATANHO, P. T.; MACIEL, M. I. S. Avaliação dos parâmetros físicos e sensoriais de pães de forma, com 30 por cento de produtos sucedâneos. Higiene Alimentar, v. 19, n. 137, p. 13- 20, 2005. CELPE – COMPANHIA ENERGÉTICA DE PERNAMBUCO. Tarifa de Energia Elétrica. In: Celpe, 2009. Disponível em: <http://www.celpe.com.br> Acesso em 28 de jun. de 2009. CONCEIÇÃO, O. A. Hortigranjeiros: Mercado mais exigente. In: CEPA/EPAGRI, 2001. Disponível em: <http://cepa.epagri.sc.gov.br> Acesso em 29 de jan. de 2009. COUTO, E. M. Utilização da Farinha de casca de Pequi (Caryocar brasiliense Camb.) na elaboração de pão de forma – 2007. 107p. Dissertação (Mestrado em Ciência dos Alimentos). Universidade Federal de Lavras – UFLA. EL DASH, A.; GERMANI, R. 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