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FOTOGRAFIA CAPI�TULO 2 - DOMINANDO O EQUIPAMENTO José Roberto Gonçalves Introdução Toda tecnologia tem um ponto inicial e com tempo torna-se tão complexa ao ponto de não mais sabermos como ela funciona. Com a fotogra�ia não é diferente. As câmeras embarcadas nos smartphones são um verdadeiro milagre da tecnologia. Fotografam, �ilmam editam, adicionam efeitos, selecionam e criam álbuns virtuais com as nossas lembranças. O slogan da Kodak “você aperta o botão e nós fazemos o resto”, de 1889, nunca foi mais atual. Mas, por que devemos aprender sobre o equipamento fotográ�ico se está tudo automatizado? A resposta é que a tecnologia embarcada resolve a maioria dos problemas causados pelo usuário, mas não todos. Em muitos casos, deixamos de utilizar alguns recursos, simplesmente por não sabermos que existem ou para que servem. Aprender sobre o funcionamento destes dispositivos proporcionará ao fotógrafo iniciante novas possibilidades de composição da imagem. Dominar o equipamento fotográ�ico vai além de reconhecer os programas e funções da câmera fotográ�ica ou do smartphone, passa pelo conhecimento da cor. Você sabia que a cor possui duas escalas? Uma sensorial psicológica e outra fı́sica? A sensorial indica como nos sentimos expostos aquela cor. A escala fı́sica, denominada temperatura de cor e, é utilizada pelo equipamento para ajustar o Balaço de Branco (WB). Quantas vezes você já apagou uma fotogra�ia por ter saı́do tremida e �icou sem saber como resolver o problema? Tanto a explicação, como a resolução desse problema, está no controle adequado da velocidade de disparo do obturador. 2.1 Câmeras analógicas Toda câmera fotográ�ica é basicamente uma caixa estanque a luz, com um pequeno orifı́cio em uma das paredes, ou seja, uma cópia do olho humano. Para conseguirmos produzir uma fotogra�ia perfeita, precisamos controlar três elementos básicos: o primeiro é a quantidade de luz que atinge o material sensı́vel; o segundo é o tempo que essa luz atinge o material sensı́vel e o terceiro a sensibilidade do material que irá �ixar a imagem. A dosagem errada de um deles, acarreta em Figura 1 - O funcionamento de uma câmera fotográ�ica segue o mesmo princı́pio do olho humano. Fonte: Istock, 2020. defeitos, muitas vezes irreversı́veis na fotogra�ia. Se deixarmos entrar muita luz, a fotogra�ia �icará superexposta, comumente chamada de “estourada”, são aquelas que contêm pontos com excesso de luz, impedido a visualização de partes da imagem, �ica esbranquiçado. Na outra extremidade, se deixarmos entrar pouca luz, teremos uma fotogra�ia escura, sem contraste. Mas, como esses problemas surgem? E, como evitá-los? Esses problemas surgem devido ao ajuste incorreto do tempo de exposição e/ou da abertura do diafragma. Esses dois dispositivos trabalham em conjunto para controlar a quantidade de luz (diafragma) e o tempo (obturador) que o material sensı́vel �icará exposto. Para facilitar o entendimento, faremos uma analogia. A sua pele é o material sensı́vel, pois reage aos raios solares modi�icando de cor (queimando). Quanto mais tempo deixarmos a pele exposta ao sol mais ela irá queimar até o ponto de formar bolhas (superexposição). Se regularmos corretamente o tempo de exposição, obteremos o bronzeado desejado. Se deixamos pouco tempo, nada acontecerá, ou seja, teremos uma subexposição. Apesar das câmeras fotográ�icas possuı́rem dispositivos que medem a luz com elevado grau de precisão, problemas de subexposição e superexposição ainda ocorrem. Conhecer como esses dispositivos funcionam nos ajudam a prever esses problemas e corrigi-los no momento da captação da imagem, sem depender de programas de edição. Vamos começar pelo dispositivo que controla o tempo de exposição: o obturador. O obturador é o “[…] dispositivo que regula quanto tempo o �ilme deve �icar exposto à luz” (ZUANETTI, 2002, p. 36). O tempo que o obturador permanece aberto é regulado por uma escala construı́da tendo como base o segundo, ou seja, a escala parte de um segundo. Seu funcionamento é semelhante a de nossas pálpebras, quando aberto deixa a luz entrar, quando fechado, interrompe o �luxo. O tempo em que ele permanece aberto, além de determinar por quanto tempo o material sensı́vel irá receber luz, in�luencia se a fotogra�ia sairá borrada ou não. A sua escala padrão é representada em frações de segundo: 1s. 1/2s, 1/4s, 1/8s, 1/16s, 1/32s, 1/60s, 1/125s, 1/250s, 1/500s, 1/1000s. A cada variação de um ponto na escala, cortamos o tempo de exposição pela metade. De forma geral, em velocidades inferiores a 1/60s, a fotogra�ia tende a �icar tremida; velocidades de 1/60s a 1/250s congelam o movimento de pessoas andado ou gesticulado; e velocidades superiores a 1/500s congelam movimentos rápidos como corrida. Figura 2 - Fotogra�ia realizada utilizando velocidade de obturador inferior a 1/15s Fonte: Istock, 2020. Outro componente importante é o diafragma, que tem como função é controlar a quantidade de luz que entra na câmera fotográ�ica. Tem funcionamento similar a ı́ris do olho humano, abrindo para entrar mais luz e fechando para restringir sua passagem. Sua escala é representada por números “f” de focal. Outro efeito do controle de ajuste do diafragma está relacionado com a profundidade de campo, que é o efeito de desfocar (deixar embaçado) o segundo plano (grandes aberturas, como f 1.4, f 2, f 2.8); ou deixar tudo focado (f 11, f 16, f 32). VOCÊ QUER LER? O livro “Fotogra�ia digital passo a passo”, de Tom Ang (2011), aborda, de forma simples e didática, os principais elementos da fotogra�ia digital. Organizado tematicamente, apresenta a técnica e linguagem fotográ�ica voltada para o mercado pro�issional, destacando técnicas de composição, iluminação, edição, manipulação e transmissão. Disponıv́el em: https://www.europanet.com.br/livraria/fotogra�ia/fotogra�ia-digital- passo-a-passo/. (https://www.europanet.com.br/livraria/fotogra�ia/fotogra�ia-digital- passo-a-passo/.) Figura 3 - Representação das aberturas de diafragma Fonte: Istock, 2020. https://www.europanet.com.br/livraria/fotografia/fotografia-digital-passo-a-passo/ O terceiro componente da fotogra�ia é o material sensı́vel à luz. Nos primórdios da fotogra�ia era uma chapa metálica coberta por Betume da Judeia, em seguida placa de vidro sensibilizada com sais de prata; passando para o �ilme em chapa e depois em rolo que dominou a cena fotográ�ica até meados dos anos 2000, estabelecendo o padrão para a fotogra�ia. Com a popularização dos Charge Coupled Device (CCD) ou Dispositivo de Carga Acoplada, os �ilmes fotográ�icos foram “aposentados”, contudo, o padrão estabelecido pelo �ilme, se mantém como referência para o novo dispositivo de captação de imagens. Figura 4 - Efeitos da profundidade de campo na fotogra�ia Fonte: Shutterstock, 2019. A escala de utilização estabelecida pelo �ilme fotográ�ico, levava em conta o tamanho do “grão” (diâmetro) dos sais de prata que era utilizada na sua fabricação. Quanto menor o grão da prata maior era a resolução da imagem. A escala básica de classi�icação dos �ilmes fotográ�icos era expressa pela norma ISO (International Organization for Standardization, ou, em português, Organização Internacional para Padronização). Vejamos como era representada no quadro a seguir. Apesar das novas câmeras fotográ�icas terem abandonado os �ilmes, a escala ISO continua sendo empregada para determinar a sensibilidade dos CCDs, com os mesmos efeitos no tocante a qualidade �inal da imagem. VOCÊ O CONHECE? Josep Ruaix Duran, conhecido como J. R. Duran, nasceu em Barcelona, na Espanha, mas se mudou para o Brasil em 1970. No novo paıś, começou sua carreira de fotógrafo como assistente de estúdio de diversos pro�issionais do ramo, bem como realizando trabalhos esporádicos para jornais e revistas. Em 1980, abriu o próprio estúdio e passou a fotografar para diversas revistas, principalmente da Editora Abril.Duran consolidou a sua carreira como fotógrafo de moda e celebridades. Hoje, é um dos principais nomes da fotogra�ia de moda do Brasil e do mundo. Para saber mais, acesse: https://bit.ly/36mG4hZ. (https://bit.ly/36mG4hZ.) Quadro 1 - A escala ISO agrupa os �ilmes fotográ�icos levando em conta o tamanho do grão de prata que o compõe Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em BUSSELLE, 1993 e KELBY, 2013. https://bit.ly/36mG4hZ. Agora que entendemos melhor sobre as câmeras analógicas, vamos estudar sobre as câmeras digitais? Acompanhe o item na sequência! 2.1.1 Câmeras digitais As câmeras digitais são, essencialmente, câmeras analógicas em que o �ilme fotográ�ico foi substituı́do pelo CCD. Claro que as coisas não são tão simples assim, as novas DSLRs (Digital Single Lens Re�lex), possuem uma tecnologia embarcada muito superior que as SLR analógicas, contudo o seu princı́pio de funcionamento e controles básicos continuam os mesmos. 2.1.2 Smartphones Desde o lançamento do primeiro telefone com câmera fotográ�ica integrada pela Sharp em 2000 (modelo J- SH04), o mercado fotográ�ico e cinematográ�ico se transformou (KLEINA, 2017). Para tornar a experiência de fotografar e gravar vı́deos mais interativa e, compensar as suas limitações técnicas, esses aparelhos investem em software. Disponibilizando �iltros e funções pré-programadas que simulam as funções nativas de uma câmera fotográ�ica como o controle de ISO e velocidade. VOCÊ SABIA? Você sabe o que é pixel? Pixel é a abreviatura de Picture Element. Constitui-se na menor unidade de uma fotogra�ia digital. Para formamos uma imagem digital, é preciso agruparmos um conjunto de pixel de forma que cada pontinho forme um pedaço da imagem. Quando ampliamos muito uma imagem, começamos a perceber pequenos quadradinhos coloridos, esses quadradinhos são os pixel da imagem. Outro componente herdado das DSLRs é o CCD que, para poder ser utilizado nos smartphones, teve seu tamanho reduzido de 36 x 24 mm (full frame) para 5.6 x 4.5 mm. Para resolver as limitações que o sensor diminuto (5.6 x 4.5 mm), e a falta de lentes teleobjetivas os fabricantes passaram a introduzir cada vez mais câmeras em seus aparelhos. Desse modo, “[...] ter uma segunda câmera para aprimorar detalhes e o desempenho com pouca luz ou adicionar zoom é a estratégia vencedora” (COSSETTI, 2019, online). Cada câmera no celular, se destina a realizar uma única tarefa bem-feita. Algumas câmeras são dedicadas a captar imagens apenas em preto e branco, de forma a aumentar o contraste da imagem captada pela câmera principal, ou produzir o efeito de fundo escuro nas imagens no modo retrato. Outras são formatadas para trabalhar como teleobjetivas, outras com grandes angulares. 2.1.3 Lentes Outro componente fundamental de uma câmera fotográ�ica são as lentes. Na fotogra�ia, o termo “lente” é empregado como sinônimo de “objetiva”, contudo, há uma diferença entre os termos. Segundo Trigo (2003, p. 64), “[...] uma lente é, por de�inição, um sistema óptico em que ocorre predominantemente refração, e tem pelo menos uma superfı́cie curva” e, devido à essa curvatura, podem direcionar os raios luminosos para um determinado ponto, criando uma imagem. A lente pode ser apenas uma Figura 5 - Em muitos modelos de celular estão disponı́veis programas que simularam os controles eletromecânicos Fonte: Elaborada pelo autor, 2020. única peça de material translúcido (vidro, cristal, acrı́lico), já a objetiva fotográ�ica é composta por diversas lentes individuais montadas em grupos. A objetivas fotográ�icas são classi�icadas de acordo com o ângulo de visão que proporcionam, elas são dividas em: normais, grandes angulares e teleobjetivas. Segundo Zuanetti (2002, p. 30), “[...] a distancia focal e o ângulo de visão de uma objetiva estão intimamente ligados. Quanto menor for a distância focal de uma objetiva, maior será seu ângulo de visão”. Mas, o que é distância focal e como identi�ico isso em uma objetiva? A distância focal é a distância nominal entre o centro ótico da objetiva e o ponto focal de sua câmera. Essa distância é medida em milı́metros (mm) e é indicada no corpo da objetiva, normalmente na frente, no formato 20mm, 35mm, 50mm. As objetivas podem ser montadas com mais de uma distância focal. Nesse caso, são as popularmente chamadas lentes zoom. As distâncias focais das objetivas podem variar muito de acordo com o fabricante, as mais comuns são 18-55 mm, 55 -135 mm, 55-200 mm, 200-400 mm. Uma grande angular tem um ângulo de cobertura que pode variar de 180º a 63º. As objetivas normais variam de 46º a 34º, as teleobjetivas de 30º a 4º. Isto é, quanto maior a distância focal menor será o ângulo de cobertura e mais próximo o objeto estará do observador (BRANCO, 2013). 2.1.4 Flash e outros itens O �lash é dispositivo auxiliar para a iluminação de cenas e objetos. E� empregado em situações de baixa luminosidade ou como luz de preenchimento, de forma a suavizar sombras ou destacar determinados pontos da composição. Seu funcionamento básico pode ser descrito como uma explosão de luz forte e de curta duração (milésimos de segundos), que ilumina o ambiente em que for empregado. Podem ser internos, externos portátil ou de estúdio. Vejamos seus tipos as seguir. Flash interno: presente na maioria das câmeras amadoras e DSLR de entrada, bem como em todos os celulares. Consomem muita bateria e por estarem montados próximo a objetiva da máquina, Figura 6 - Nas objetivas fotográ�icas, a lentes são montadas em grupos formando um conjunto óptico Fonte: Istock, 2020. • tem grande potencial de provocar o efeito de “olho vermelho” nas pessoas. Devido a sua baixa potência, tem pouca capacidade de iluminação e não podem ser direcionados para os lados. Flash externo portátil: deve ser comprado separadamente das máquinas fotográficas e montados em uma sapata ou ligados a dispositivos de acionamento externo como “cordões” ou fotocélulas. Os flashs dedicados (feitos para um modelo específico de câmera) ajustam a capacidade de descarga através das leituras da luz feitas através das lentes da própria máquina. Também auxiliam a máquina no processo de ajuste do foco automático, uma vez que emitem um feixe de luz em forma de grade que calcula a distância do objeto. Possui elevado número guia permitindo a iluminação de ambientes amplos. Sua cabeça é móvel permitido direcionar a luz para pontos específicos da cena. Flash de estúdio: de grandes dimensões, se comparado com os portáteis, se destina a produções mais elaboradas e com maior tempo para sua execução. Normalmente são montados em tripés ou outros dispositivos de suporte. Possui elevado número guia e controle de carga, ou seja, podemos controlar com certa precisão a quantidade de luz que cada unidade de flash irá projetar na cena. Rádio flash: realiza a conexão entre a câmera fotografia e o flash externo. Composto de duas partes, um rádio emissor e outro receptor, o primeiro fica conectado à câmera e emite o sinal quando o botão de disparo é acionado, a segunda unidade, que pode ser mais de uma, fica conectada ao flash e, ao receber o sinal, realiza o disparo da unidade remota de flash. Fotômetro de mão ou flashmeter: dispositivo que realiza a medição da luz ambiente ou do flash indicando qual a relação entre abertura e velocidade a ser empregada para aquela condição de luz específica. Tripé: auxilia na estabilização da câmera fotográfica. Muito utilizado quando se realiza vídeos por permitir que a imagem permaneça nivelada e estabilizada por um longo tempo. • • • • • Os itens descritos neste tópico podem ser considerados como básicos, mas não únicos, uma vez que o mercado fotográ�ico é dinâmico e cada vez mais especializado. Para cada especialização desse mercado, novos acessórios são desenvolvidos para atender a demanda. Vamos, no próximo tópico, estudar sobre iluminação. Vejamos! VAMOS PRATICAR? A velocidade de disparodo obturador controla o tempo de exposição do CCD Um dos efeitos do controle de tempo do obturador é o de congelamen movimento. Sabendo disso, vamos explorar esse efeito na fotogra�ia. Você utilizar uma câmera fotográ�ica ou smartphone que tenha a opção de contro velocidade (modo Av ou S). Solicite a ajuda de um amigo que possa re movimentos rápidos com o corpo. Nas câmeras digitais, selecione o Prioridade Velocidade (Av), nos smartphones o modo S. Observe a esca velocidades e ajuste o seu dispositivo para a menor velocidade de dispar estiver disponıv́el. Peça para a pessoa se movimentar e realize a fotogra�ia. R a ação para cada uma das velocidades disponıv́eis em seu dispositivo. Ao term monte todas as fotogra�ia em uma única imagem, dispondo-as uma ao la outra indicando qual a velocidade que foi utilizada para sua realização. El um pequeno texto com as suas conclusões e compartilhe. 2.2 Iluminação Na fotogra�ia, todo corpo que emite luz (sol, lâmpadas), são considerados como fonte de iluminação. As fontes de iluminação são classi�icadas como naturais (sol) ou arti�iciais (lâmpadas). Alguns autores adicionam a esse grupo, as luzes ambientais, que seriam formadas pela mistura da luz natural com a luz arti�icial. A iluminação também pode ser classi�icada como luz dura e luz suave. A luz dura provoca sombras pronunciadas e um alto contraste na imagem, podendo ser a luz do sol ao meio dia ou a luz de um �lash direcionada diretamente para o objeto. A luz suave preenche a cena de forma difusa sem provocar contraste ou sombras pronunciadas. “A luz suave é também aquela luz indireta, que entra por uma janela ou pelo meio das árvores em uma mata fechada, sem ser diretamente à luz do sol” (SHULZ, 2019, online). Desse modo, para realizarmos uma boa fotogra�ia é necessário controlarmos a iluminação. Externamente, podemos utilizar anteparos, rebatedores, difusores e outros dispositivos para suavizar e direcionar a luz para o ponto que desejamos. Internamente, na câmera, temos três variáveis que trabalham em sincronia e permitem controlar a luz que entra dentro da câmera para formar a fotogra�ia. Esses dispositivos são chamados de controladores de luz. 2.2.1 Controladores de luz Um dos primeiros itens a serem selecionados na fotogra�ia é o material sensı́vel ou sensibilidade ISO a ser empregada. Essa decisão é in�luenciada que quantidade de luz disponı́vel no ambiente a ser fotografado. Se o ambiente for bem iluminado, dê preferência por ISOs baixos (100, 200 ou menores se estiver disponı́vel em seu equipamento digital). Quanto menor o número Isso, maior a capacidade de processar a informação luminosa com um mı́nimo de perda. Em contrapartida, precisa de boa oferta de luz, caso contrário, a imagem sairá escura. Números ISOs altos, tem uma boa resposta a situações de baixa luminosidade, contudo adiciona muito ruı́do a fotogra�ia. No caso de necessitarmos de uma fotogra�ia com uma boa de�inição e baixo ruı́do, mas com pouca oferta de luz, podemos compensar a baixa sensibilidade com o aumento do tempo de exposição. Tempos longos de exposição (1/15s, 1/8, 1/2s ou inferiores) permitem que cenas escuras possam ser registradas sem o emprego do �lash. A desvantagem é que a fotogra�ia tende a sair borrada se a máquina ou o objeto estiver em movimento . Para compensar a baixa luminosidade, podemos combinar ao longo tempo de exposição grandes abertura do diafragma (f 1.4, f 2.8, f 3.5), pois a maior abertura favorece a entrada de luz, contudo diminui a profundidade de campo, ou seja, a quantidade de objetos que estarão em foco, em linha reta. Em outra situação, quando o nosso desejo é congelar o movimento, após escolhermos o ISO (sensibilidade), de acordo com o nı́vel de ruı́do que podemos aceitar na fotogra�ia, partimos para a escolha da velocidade do obturador. Velocidades acima de 1/60s iniciam o processo de congelamento do movimento. As câmeras fotográ�icas e os smartphones possuem programas especı́�icos para dada situação de luz. Quando deixamos no automático o equipamento primeiro tenta compensar a baixa luminosidade elevando a sensibilidade ISO, depois irá compensar na abertura e, por �im, abaixará velocidade de disparo. 2.2.2 Fotometria A fotometria consiste no ato de medir a intensidade da luz visando estabelecer a melhor relação ente a sensibilidade ISO, a abertura, a velocidade para a realização de uma fotogra�ia. Existem dois métodos básicos de fotometria: medida da luz re�letida e medida da luz incidente. Vejamos a seguir. Luz refletida: empregado na maioria das câmeras fotográficas e smartphones. Por este sistema, a medição da intensidade de luz do ambiente é realizada apontando-se a câmera para o objeto, o sensor faz a leitura da luz difusa refletida pelo objeto. Os principais modos de medição de intensidade de luz deste sistema são: ponderada ao centro, pontual, parcial e matricial. Luz incidente: é medida a luz que chega (incide) sobre o objeto a ser fotografado. É realizada com o auxílio de um “fotômetro de mão” ou flashmeter. A medição de luz é mais precisa e podemos escolher entre medir a luz natural ou a luz artificial (flash). Equipamento utilizado para fotografia de estúdio. A correta medição da intensidade de luz é condição essencial para a realização de uma boa fotografia. Em trabalhos profissionais, recomenda-se a utilização de fotômetros de mão devido a sua maior precisão e • • facilidade para a medição de múltiplos pontos de incidência de luz em uma cena. No modo ponderado ao centro, o sistema mede toda a cena, mas dá maior peso ao centro da imagem. Indicado para retratos, pois não dá tanta importância as altas e baixas luzes fora da área central. O modo pontual considera o ponto central da cena, ignorando os demais pontos. Utilizado quando se quer acentuar o contraste da cena, com pontos claros e escuro bem de�inidos. Já o parcial, encontrado em alguns modelos de câmeras, mede a totalidade da cena e a região central da cena, calculando uma média entre esses dois pontos. Utilizado quando se tem um fundo mais claro que o centro da cena. Por �im, o modo matricial é ideal para paisagens onde não haja grande diferença de luz no ambiente. Modo padrão para os smartphones e câmeras mais simples. 2.2.3 Luz natural e luz artificial As fontes de iluminação para a realização de uma fotogra�ia poder ser dividida em natural e arti�icial. a luz natural é a proveniente do sol e sua temperatura de cor varia durante o dia, a média de sua temperatura de cor da luz solar ao meio dia é 5.500 K (Kelvin). Essa escala, chamada de Kelvin, e indica a cor de uma determinada fonte de luz, que pode variar de 900 K (tons vermelhados a 10.000 K) azul do céu. As fontes arti�iciais de luz são todos os dispositivos e métodos, emissores de luz, produzidos pelo homem. nas câmeras fotogra�ias podemos escolher o método de medição da temperatura de cor ou balaço de branco (White Balance ou WB). Os ı́cones indicam uma determinada posição na escala de temperatura de cor. A luz do dia equivale a 5.500 K (luz branca). A luz de tungstênio equivale a 3.200 K (amarelada). A luz de sobras equivale a 7.000 K (branco frio, azulado). Já a luz �luorescente equivale a 4.000 K (azulada). A luz do dia nublado equivale a 6.000 K (branco frio). Por �im, a luz de �lash equivale a 5.900 K (branco). Você deve estar se perguntando: mas que escala é essa e para que serve? Responderemos isso no próximo item. Acompanhe! 2.2.4 Cor O ser humano percebe a cor através de células, localizadas no fundo o olho, chamadas de cones e bastonetes. os cones percebem as cores, e são agrupados em três tipos: o vermelho (red), o verde (green) e o azul (blue). A partir dessas cores primárias, todas as demais são formadas. Os bastonetes percebem a intensidade e o contraste, ou seja, o preto e branco. Já a máquina fotográ�ica digital, percebe a luz através de um dispositivo chamado de CCD que também enxerga apenas as três cores primárias. Podemosdividir a percepção das cores em duas escalas: sensorial psicológica e fı́sica. Pela escala sensorial psicológica as cores quentes são os tons de vermelho, laranja e amarelados, que se relacionam a valores como coragem, movimento, excitação etc. As cores frias, que compreendem os tons que variam do verde ao azul, são relacionadas a ideia de estabilidade, tranquilidade e serenidade. Na escala fı́sica, as cores são classi�icadas de acordo com a temperatura que o objeto atinge quando aquecido. Para elaborar a escala chamada de temperatura de cor, o fı́sico William Thomson (1824 -1907), primeiro Barão Kelvin de Largs, aqueceu uma barra de metal e observou a mudança de cor que ocorria conforme a temperatura aumentava. Partindo do zero absoluto -273,15°C, a cor que se iniciava no preto, alcançava tons avermelhados a 900 K, até chegar aos tons azulados a 10.000 K (BRANCO, 2013). De forma simples, podemos observar esse fenômeno colocando uma vela acesa perto da chama de um fogão a gás. A cor da chama da vela é avermelhada, enquanto a chama do fogão a gás é azulada. Mas, o que isso in�luencia na fotogra�ia? Quando um objeto é iluminado ele re�lete não só a sua cor, mas a cor da fonte de luz. Este efeito pode comprometer toda a sua fotogra�ia, principalmente ,quando fotografamos pessoas e alimentos. Ao iluminarmos uma pessoa ou alimento com uma fonte de luz incandescente entre 1000 K a 2000 K obteremos uma cena com tons quentes, avermelhados/alaranjados. Com lâmpadas �luorescentes de 3000 K a 4000 K, os objetos �icarão mais esverdeados, com lâmpadas entre 4.500 K até 6.000 K teremos o branco. Como vimos, a correta regulagem da temperatura de cor in�luência diretamente no resultado de sua fotogra�ia. Para facilitar a vida do usuário, os fabricantes de câmeras fotográ�icas incluı́ram uma função chamada Balanço de Branco (Withe Balance), que ajusta o sensor da máquina automaticamente de acordo com a temperatura de cor da luz predominante. 2.2.5 Esquemas de luz Fotografar é essencialmente saber iluminar, é posicionar o objeto frente a uma fonte de luz que destaque seus contornos e texturas. Que permita a compreensão da essência do objeto e da intencionalidade do fotógrafo. Independente se a iluminação é natural ou arti�icial, saber posicionar o objeto em relação a fonte de luz é essencial. Como os esquemas de luz são in�initos e dependem essencialmente da linguagem que o fotografo deseja imprimir em sua obra, nos ateremos a quatro esquemas básicos: luz frontal, luz rebatida/difusa e luz lateral, luz superior/inferior. Luz principal: é a luz maior potência (forte) a iluminar o personagem/modelo. Garante que o objeto fique iluminado, contudo, tende a projetar sombras pronunciadas quando utilizada como única fonte de iluminação. Luz de preenchimento: emprega-se de uma ou mais fonte de luz que pode ser direcionada para um anteparo – isopor, papel, acrílico, etc. que irá rebater a luz em direção ao objeto. Este esquema de luz permite que o objeto seja iluminado de forma difusa evitando sombras e áreas contrastadas. Luz de recorte: é empregada para dar volume a cena, e permitindo a separação do modelo do fundo, facilitando o recorte da imagem. • • • A partir desses esquemas de luz básicos, podemos criar in�initas combinações. Lembre-se que você pode movimentar a sua iluminação de estúdio em 360º em volta do objeto e, nos eixos vertical e horizontal. No caso da luz natural, o objeto que pode ser movimentado em 360º em relação ao sol. 2.2.6 Uso de filtros O uso de �iltros na fotogra�ia não é novo, contudo, tem-se reformulado com o tempo. Inicialmente os �iltros, feitos de gelatina, plástico, vidro ou cristal colorido, tinham por função “corrigir” limitações do �ilme fotográ�ico ou aumentar sua gama tonal. Também eram utilizados para ajustar a temperatura de cor da fotogra�ia. Como os �ilmes eram fabricados para serem utilizados apenas com um tipo de fonte de luz (daylight, tungstênio e �lash), caso não fosse possı́vel trocar o �ilme, para coincidir com a temperatura de cor da lâmpada, deverı́amos utilizar um �iltro para compensar esta situação. Apesar do avanço das câmeras digitais alguns �iltros fı́sicos ainda continuam a ser utilizados. Filtros UV: os filtros UV, no período da fotografia analógica, servia para proteger o filme das irradiações deste comprimento de onda que deixava as fotografias de natureza, principalmente em montanhas com um aspecto azulado. Nas câmeras digitais é mais utilizado como proteção as objetivas. Filtros polarizadores: reduz reflexos em superfícies refletivas (água, vidro, cristal e lâmpadas acesas), ou realçar cores aumentando o contraste. Bastante utilizado para fotografias de natureza para realçar o céu e as nuvens. Também conhecido pela sigla CPL (Circular Polarizer Lens). VOCÊ QUER VER? O vıd́eo “5 esquemas práticos de iluminação de estúdio - Vıd́eo e fotogra�ia”, de David Correa, em forma de tutorial, apresenta de forma prática cinco esquemas de iluminação para fotogra�ia e vıd́eo. Você pode ver o vıd́eo completo em: https://www.youtube.com/watch?v=TTRVxC9byVo (https://www.youtube.com/watch?v=TTRVxC9byVo). • • https://www.youtube.com/watch?v=TTRVxC9byVo Filtro close-up: atua como uma “lente de aumento” reduzindo a distância focal da objetiva. Permitindo que o fotógrafo se aproxime mais do objeto e assim conseguindo captar imagens mais de perto. Os mais comuns são de +1, +2, +3, +4, e +10. Hoje, a possibilidade de utilização de �iltros para alterar a cor ou provocar algum efeito na imagem, está mais disseminada em virtude de o fotógrafo não precisar mais carregar este acessório em sua bolsa de fotogra�ia. A maioria, se não a totalidade dos antigos �iltros coloridos analógicos estão disponı́veis de forma digital nas câmeras fotográ�icas. • Conclusão Chegamos ao �im de mais uma unidade de estudos. Agora, você já sabe como as câmeras fotográ�icas analógicas e digitais funcionam e teve a oportunidade conhecer os efeitos da abertura e velocidade na fotogra�ia. Aprendeu que um dos primeiros elementos a ser de�inido quando vamos fotografar é a sensibilidade ISO, uma vez que ela determina a intensidade de ruı́do que a imagem irá ter e também in�luencia no ajuste dos demais paramentos controladores de luz. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: acompanhar a evolução do equipamento fotográfico; aprender como se monta esquemas de iluminação; identificar a os tipos de objetiva e seus ângulos de visão; compreender que a cor é interpretada pelo ser humano segundo sua escala sensorial psicológica e a máquina fotográfica a interpreta segundo a sua temperatura de cor. • • • • Bibliografia 5 ESQUEMAS práticos de iluminação de estúdio. [S. l.], 2018. Publicado no canal David Correa. 1 vı́deo (6 min). Disponı́vel em: (https://www.youtube.com/watch?v=TTRVxC9byVo)https://www.youtube.com/watch? v=TTRVxC9byVo (https://www.youtube.com/watch?v=TTRVxC9byVo). Acesso em: 20 jan. 2020. ANG, T. Fotogra�ia digital passo a passo. São Paulo: Europa, 2011. BRANCO, S. Guia de�initivo para SDLR Canon. São Paulo: Europa, 2013. v. 1. COSSETTI, M. C. Por que celulares têm mais de uma câmera? Tecnosite, [s. l.], 2019. Disponı́vel em: https://tecnobnet/308736/por-que-celulares-tem-mais-de-uma-camera/. 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