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DISTURBÍOS HEMORRÁGICOS E DOS ERITRÓCITOS; DOENÇAS DE LEUCÓCITOS E LINFONODOS – parte II DISCRASIAS SANGUÍNEAS (DISTURBÍOS HEMORRÁGICOS) Distúrbios hematológicos Os distúrbios da coagulação são de particular interessa para a odontologia; Muitos são os procedimentos capazes de provocar sangramento que fazem parte do cotidiano do cirurgião dentista, seja ele clínico geral ou especialista; As exodontias e cirurgias periodontais são os procedimentos clássicos; ANEMIA Queda no volume de células vermelhas no sangue ou na concentração de hemoglobina; Redução da capacidade transportadora de O2 no sangue; Fatores que causam: • Deficiência de nutrientes (vitaminas) • Falha na síntese de eritrócitos • Excesso de destruição: infecções, intoxicação • Perdas: traumas e malignidades Aspectos clínicos: • Palidez (das membranas mucosas, como conjuntiva palpebral; revestimento bucal pálido, sem coloração róseo-avermelhado saudável e normal; aspecto pálido e liso da língua – devido a perda de suas proeminências normais). • Taquicardia (aumento da frequência cardíaca) • Cansaço ao esforço • Tontura • Desmaio • Dor de cabeça Tratamento: depende da identificação e, se possível, da correção da sua causa. ANEMIA POR ERITROPOESE DIMINUÍDA Deficiência de cobalima (B12) – ANEMIA PERNICIOSA & Deficiência de ferro – ANEMIA FERROPRIVA ANEMIA PERNICIOSA Vitamina B12 – é um fator de maturação dos eritrócitos e essencial na síntese de DNA, e essencial para as células que se dividem rapidamente: na medula óssea e trato gastrointestinal. Causas: devido a uma falha no sistema imune, que se torna hiperativo e ataca as células gástricas que produzem o fator intrínseco. • Absorção deficiente da vitamina B12 (cobalamina) • Carência de substância gástrica: FATOR INTRÍNSECO. Essa carência do fator intrínseco pode ser causada por: gastrectomia, diverticulose jejunal, doença de Crohn. DISTURBÍOS HEMORRÁGICOS E DOS ERITRÓCITOS; DOENÇAS DE LEUCÓCITOS E LINFONODOS – parte II O fator intrínseco é uma proteína especial que protege a vitamina B12 da degradação pelos ácidos estomacais. Assim, a absorção da vitamina B12 depende da presença e da ligação ao fator intrínseco. No intestino delgado, vai ocorrer por meio de enzimas (degradação enzimática intestinal até receptores no íleo) a separação da vitamina B12 para ser absorvida pelo trato gastrointestinal. A falta de vitamina B12 na dieta pode ocorrer devido a: • Dieta vegetariana (pois essa vitamina é encontrada em grande quantidade em carnes); • Dieta carente de nutrientes na infância; • Carência nutritiva durante a gravidez; • Alcoolismo crônico; • Cirurgias que removem certas partes do estomago ou do intestino delgado, como cirurgias para perder peso; • Tomar antiácidos e outros medicamentos para acidez estomacal por longos períodos. Fontes de vitamina B12: • Alimentos de origem animal, carne, peixe, ovos, leite; • Atenção ao veganismo; • Necessidade diária: 2 a 3mg. Aspectos clínicos: • Fraqueza, palidez, respiração curta, aumento do cansaço durante esforço; • Surgimento de dormência e sensibilidade nas extremidades; • Alterações no SNC, cefaleia, vertigem; • Alterações gastrointestinais: náuseas, diarreia e estomatite. Tratamento: injeção intramuscular de vitamina B12 e reposição de vitamina. DISTURBÍOS HEMORRÁGICOS E DOS ERITRÓCITOS; DOENÇAS DE LEUCÓCITOS E LINFONODOS – parte II Aspectos clínicos bucais: • Surgimento de glossite (inflamação ou infecção na língua), sangramento gengival e queilite angular (fissura na comissura labial). ANEMIA FERROPRIVA • Causada pela deficiência de ferro – indispensável na produção da hemoglobina. • Absorção do ferro se dá no duodeno e região proximal do jejuno. • A quantidade total de Fe no individuo adulto é de cerca de 4g, sendo menor nas mulheres. • Cerca de 67% do ferro total está presente na hemoglobina. • Na dieta habitual é fornecido ao organismo em média de 14mg/dia, porém, apenas 1-2mg são absorvidos, ou seja, 5 a 10% do ferro ingerido. • É absorvido nas células epiteliais do intestino, particularmente duodeno e jejuno. Causas: • Aumento da demanda de ferro: primeiro ano de vida, adolescentes e gravidez. • Fatores nutricionais: leite materno (50% Fe absorvido) e leite de vaca (10% Fe absorvido). Dieta inadequada (razões socioeconômicas e idosos) e absorção dificultada (diarreia crônica e gastrectomia). • Perdas sanguíneas: menstruação e gravidez; úlcera péptica, gastrite e carcinoma gástrico; verminoses. Aspectos clínicos: • Predomínio em mulheres; • Cabelos e unhas quebradiças; • Fadiga; • Cansaço fácil; • Palpitações; • Delírio; • Falta de energia. Aspectos clínicos bucais: • Queilite angular; • Glossite atrófica: atrofia das papilas na superfície dorsal da língua; • Sensibilidade e queimação da língua. Tratamento: suplementação dietética de ferro e sulfato ferroso oral. • Eliminar causas responsáveis pela exfoliação de ferro (hemorragias, ...) • Reposição de ferro (preferencia via oral). são recomendados os seguintes sais ferrosos: sulfato, gluconato, succinato ou fumarato. Dose de ferro essencial de 200-300mg. • O tratamento deve ser mantido de 3-6 meses até reposição total das reservas de ferro. ANEMIA HEMOLÍTICAS ANEMIA FALCIFORME E TALASSEMIA ANEMIA FALCIFORME Distúrbio genético grave da síntese de hemoglobina. DISTURBÍOS HEMORRÁGICOS E DOS ERITRÓCITOS; DOENÇAS DE LEUCÓCITOS E LINFONODOS – parte II Prevalência: africanos. Forma mais comum: HbS (Sickle = foice) – passa a ter característica de foice e, assim, deficiência no transporte de oxigênio. CAUSADA por uma mutação pontual, ou seja, uma substituição mutacional da TIMINA pela ADENINA do DNA. Com esse códon alterado, ao invés de formar o ácido glutâmico, forma o aminoácido valina. Consequência: com a forma de foice dos eritrócitos, a molécula de hemoglobina fica predisposta à agregação e polimerização, causando a obliteração de vasos. Eritrócito normal → desoxigenação → influxo de cálcio e efluxo de potássio e água → oxigenação. Quando ocorre a mutação, essas hemácias perdem muita água e apresentam dano extenso à membrana, ficando uma célula irreversivelmente falciforme → passando a obstruir passagem de sangue nos vasos sanguíneos (oclusão microvascular). DISTURBÍOS HEMORRÁGICOS E DOS ERITRÓCITOS; DOENÇAS DE LEUCÓCITOS E LINFONODOS – parte II Paciente portador do TRAÇO de células falciformes → um alelo afetado: 50% hemoglobinas serão anormais, sem manifestações clinicas importantes. Dois alelos herdados: DOENÇA da célula falciforme. Eritrócitos falciformes bloqueiam os capilares por causa da sua forma e propriedades de aderência. Aspectos clínicos: • Dificuldade das células em mover-se pelos vasos sanguíneos; • Obstrução com bloqueio dos vasos sanguíneos; • Redução do fluxo sanguíneo para órgãos e tecidos; • Não há passagem de oxigênio: anoxia tecidual → expansão medular → deformidades esqueléticas. • Progredi de 5 a 6 meses de idade (paciente com doença e não traço); • Dor intensa (dores crônicas/envelhecimento); • Anemia; DISTURBÍOS HEMORRÁGICOS E DOS ERITRÓCITOS; DOENÇAS DE LEUCÓCITOS E LINFONODOS – parte II • Propensão a infecções bacterianas; • Formação de trombos (AVC); • Expectativa de vida: 40 e 60 anos; • Expansão medular (deformidade esquelética): aumento de hematopoiese que ocorre nos espaços medulares; expansão da medula óssea levando à reabsorção óssea e nova formação óssea secundária; forma de “fios de cabelo em pé”. • Excesso vertical de maxila e ausência de selamento labial em paciente portador de anemia falciforme. Diagnóstico: • Exame de sangue • Pré-natal (aconselhamento genético) • Teste do pezinho (calcanhar) Tratamento: • Tratamento de suporte:repouso e terapia analgésica; • Uso de antibióticos e vacinação; • Evitar exercícios extenuante, desidratação; • Ácido fólico: 5mg, 1x por semana; • Transplante células tronco: cura? TALASSEMIA • Grego TÁLASSOS – “mar”, “anemia do mar”, anemia mediterrânea. • Talassemia é uma condição onde o volume anormal de hemoglobina não é produzido. • Distúrbio na síntese da hemoglobina: com síntese reduzida das cadeias alfa-globina e beta- globina. • Anemia herdada. • Incapacidade fisiológica na distribuição normal de O2. Sintomas: • Fadiga • Palidez • Aumento de volume do baço • Pele escura • Urina escura • Problemas nos ossos • Crianças: atraso no crescimento Principais tipos de talassemia: Causa: desiquilíbrio na síntese genética das globinas alfa e beta, uma produz mais que a outra. ALFA-TALASSEMIA: DISTURBÍOS HEMORRÁGICOS E DOS ERITRÓCITOS; DOENÇAS DE LEUCÓCITOS E LINFONODOS – parte II • Ocorrem por falhas dos genes que sintetizam a globina alfa. • A diminuição da globina alfa prejudica sua associação com a globina beta. Hidropsia fetal: ocorre por ausência total de globina alfa; pode ocorrer morte fetal e aborto; não sobrevive ao nascimento e é muito rara. BETA-TALASSEMIA: • As talassemias beta ocorrem por falha do gene que sintetiza a globina beta. • A diminuição da globina beta prejudica sua associação com a globina alfa. → Talassemia minor ou traço talassêmico → herança de um gene defeituoso da molécula de beta-globina. • Sem sintomas específicos. • Apenas pequena anemia e cansaço. → Talassemia major ou anemia de Cooley → herança de dois genes defeituosos da molécula de beta-globina. • Saudáveis ao nascer. • Doença detectada no 1º ano de vida: palidez, irritabilidade, cansaço, falta de apetite e hipodesenvolvimento. • Sem tratamento, pacientes morrem por volta de 1 ano de idade: resultado de infecções ou problemas cardíacos. • Crescimento lento em crianças. • Aumento da mandíbula e maxila (expansão medular). • Radiografia: “fios de cabelo” • Febre, diarreia, palidez • Inchaço abdominal, urina escura • Esplenomegalia: eritrócitos anormais são reconhecimentos pelo baço e destruídos por ele (congestão e hemólise). Tratamento: • Transfusões sanguíneas: cada 2 ou 3 semanas. • Corrigir a anemia e garantir que os tecidos recebam uma quantidade normal de oxigênio (suplementos com ácido fólico) Diagnóstico: • Exame de sangue (hemograma completo) • Exames genéticos • Pré-natal • Teste do pezinho
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