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281 O TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS SOB UMA PERSPECTIVA SÓCIO-HISTÓRICA Mara Sueli Simão MORAES1 Eduardo Morais JUNIOR2 QUESTÃO INVESTIGADORA Como o trabalho com os conteúdos do tratamento de informação, abordando temas político-sociais de nossa sociedade, visando à construção de uma cidadania que almeja uma sociedade emancipadora para todos, pode contribuir para a aprendizagem em matemática na Educação de Jovens e Adultos? REFERENCIAL TEÓRICO No histórico da educação brasileira, encontramos inúmeros esforços por parte das políticas públicas para minimizar ou erradicar o analfabetismo no Brasil. Essa preocupação existente já se faz presente desde a colonização portuguesa, onde a atividade catequética dos jesuítas era destinada às crianças e adolescentes, com o objetivo de se atingir também os pais para que assim pudesse aculturá-los e cristianizá-los. Com o advento do Império, em 1870, a preocupação com os jovens e adultos passa a ser pensada no cenário brasileiro no momento que as Províncias do Império criaram, através do Decreto-Lei nº 16.728/A, as “escolas noturnas”, que tinham como objetivo a instrução de pessoas maiores de 14 anos. Já em 1930, começa a se consolidar o sistema de ensino público no Brasil e nesse momento histórico a sociedade brasileira passava por grandes transformações como a revolução industrial e o aumento demográfico nos centros urbanos do país. Porém, só em 1947 a educação de jovens e adultos veio a se efetivar com a Constituição de 1934, que tornava obrigatório e gratuito o ensino primário a toda população do território nacional. Assim, inicia-se o projeto Serviço de Educação de Adultos (SEA) que tinha como objetivo promover cursos supletivos para adolescentes e adultos analfabetos. Outros movimentos também surgiram em prol da educação de jovens e adultos tais como, entre outros: os Movimentos da Educação de Base, de 1961, realizados pela CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, vinculada à Igreja Católica); a Campanha de Pé no Chão Também se Aprende a Ler, da Secretaria Municipal de Educação de Natal (Rio 1 Professora do Departamento de Matemática e da Pós-Graduação em Educação para a Ciência da Faculdade de Ciências da UNESP/Campus de Bauru. Líder do Grupo de Pesquisa CNPq: Pedagogia Histórico-Crítica e o Ensino-Aprendizagem da Matemática. 2 Professor de Matemática Graduado pela Unesp – Bauru. 282 Grande do Norte); o Programa Nacional de Alfabetização do MEC (Ministério da Educação) que contou com a participação do educador Paulo Freire. Paulo Freire foi um dos grandes ícones da alfabetização de jovens e adultos e sistematizou um método, em 1962, pautado na educação problematizadora e na ação cultural para a liberdade, que relacionava a problemática educacional à social. O referido método foi elaborado com a participação de um grupo de educadores do Recife pertencentes ao Movimento de Cultura Popular (MCP) que realizavam um trabalho nas periferias de Recife e posteriormente no Rio Grande do Norte e na Paraíba. Em 1964, o MEC instituiu o Programa Nacional de Alfabetização (PNA) que se estendeu por todo o Brasil e ficou conhecido como o Método Paulo Freire sob coordenação do próprio Professor Paulo Freire. No mesmo ano, com o advento do golpe militar, o PNA e outros movimentos em prol da alfabetização foram extintos por terem, em sua maioria, cunho comunista e socialista, ameaçando assim o novo regime que se instalava no Brasil. Sem os movimentos em prol da alfabetização, o Brasil teria índices de analfabetismo muito altos, o que politicamente não era vantagem para o novo regime. Em 1967, surge, então, o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), composto por membros do regime autoritário que visava à erradicação do analfabetismo no Brasil e também à educação continuada de jovens e adultos, porém dentro da política do regime militar. O MOBRAL foi encerrado no ano de 1985 sem cumprir seu objetivo de erradicar o analfabetismo no país. Com a Constituição de 1988, os jovens e adultos tiveram o direito ao ensino fundamental gratuito, ficando, então, as instituições públicas de ensino responsáveis por essa faixa etária da população. Em 1989, o Prof. Paulo Freire - enquanto Secretário Municipal da Educação na gestão da Prefeita de São Paulo Luiza Erundina de Souza - lança o projeto Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (MOVA), um programa com a parceria do Poder Público e Movimentos Populares que tinha como objetivos: [...] Desenvolver um processo de alfabetização que possibilitasse aos educandos uma leitura crítica da realidade; contribuir para o desenvolvimento da consciência política dos(as) educandos(as) e dos(as) educadores(as) envolvidos(as); reforçar o incentivo à participação popular e à luta pelos direitos sociais do cidadão, ressaltando o direito básico à educação pública e popular; reforçar e ampliar o trabalho dos grupos populares que já trabalhavam com alfabetização de jovens e adultos na periferia da cidade. 283 A preocupação do MOVA não se limitava às instituições de ensino; havia também um cuidado com os movimentos sociais e populares, reunindo esses movimentos, que anteriormente aconteciam isoladamente, fortalecendo assim a parceria Estado e sociedade civil com o intuito político-pedagógico. O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) também participou desse panorama histórico desde 1993 com a alfabetização de jovens e adultos que promove no Pontal do Paranapanema, contando com recursos didáticos após a criação do Programa Nacional de Educação e da Reforma Agrária (PRONERA), que aconteceu em 1998, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Colonização Reforma Agrária (INCRA). Porém antes da criação do PRONERA, os monitores do projeto eram os próprios militantes do movimento, diferentemente de hoje que conta com o apoio das Universidades. Sendo assim, podemos perceber que inúmeros esforços foram realizados para que os jovens e adultos tivessem seu tratamento na Educação Brasileira. No entanto, em muitos desses projetos, existia e ainda existe uma visão preconceituosa e assistencialista no sentido de dar-se apenas um suplemento na formação desse público, com o intuito de recuperar o tempo perdido, sendo que em alguns casos o trabalho era realizado por voluntários que não possuíam formação docente para exercer o cargo. Em uma parcela desses projetos desenvolvidos, não se pensava nessa clientela enquanto cidadãos aos quais se deveria propiciar uma prática social emancipadora, visando à busca dos direitos e deveres civis deles e dos outros na sociedade, dando subsídios para a luta contra a seletividade, a marginalidade, a discriminação, os preconceitos e a minimização da ideologia presente nas relações sociais. Indo de encontro com as idéias desses projetos que têm uma visão preconceituosa e assistencialista para esse público, foi pensado um projeto que viesse trabalhar com esses estudantes as questões político-sociais que os afligem em nossa sociedade, visando à busca da cidadania, ou seja, à busca dos direitos e deveres civis dele e dos outros na sociedade, dando subsídios para a luta contra a seletividade, a marginalidade, a discriminação, os preconceitos e a minimização da ideologia presente nas relações sociais. A Pedagogia Histórico-Crítica fez parte do fundamento teórico deste trabalho, uma vez que segundo Saviani (2005): [...] a pedagogia crítica implica a clareza dos determinantes sociais da educação, a compreensão do grau em que as contradições da sociedade marcam a educação e, conseqüentemente, como é preciso se posicionar diante dessas contradições e desenredar a educação das visões ambíguas, para perceber claramente qual é a direção que cabe imprimir à questão educacional. [...] 284 Saviani (2002) evidencia que o processode ensino e aprendizagem acontece e se fortalece por meio do contato social e que a relação pedagógica tem na prática social o seu ponto de partida e o seu ponto de chegada. Portanto, na visão da Pedagogia Histórico-Crítica, o verdadeiro ensino é aquele que identifica e sugere soluções para os principais problemas colocados na prática social, instrumentalizando o aluno com o saber historicamente acumulado pela humanidade, dando subsídios para uma criticidade diante de sua prática social. Formar um cidadão crítico é o que almejamos, para que o mesmo esteja preparado para se posicionar em sociedade. Segundo Skovsmose (2001, p. 101): [...] podemos dizer que crítica tem a ver com: 1) uma investigação de condições para a obtenção do conhecimento; 2) uma identificação dos problemas sociais e sua avaliação; e 3) uma reação às situações sociais problemáticas. [...] o conceito de crítica indica demanda sobre auto-reflexões, reflexões e reações. Logo, os indivíduos críticos são aqueles que superaram o nível de pensamento sincrético incorporando um nível de controle do pensamento pelo próprio pensamento, tendo assim subsídios para se posicionar criticamente em nossa sociedade. Para Vygotsky (2001), a passagem de um nível de pensamento para um superior é a superação por incorporação da zona de desenvolvimento próximo (ZDP) pela zona de desenvolvimento atual (ZDA). Ou seja, a ZDP é o estágio do desenvolvimento da aprendizagem em que o indivíduo necessita da intervenção do professor para o entendimento e a ZDA é o estágio de desenvolvimento da aprendizagem em que o indivíduo supera a ZDP e nesse momento não necessita do auxílio do professor para a aprendizagem. Vygotsky (2001) enfatiza que no processo educacional devemos trabalhar com a ZDP para proporcionar aos alunos sempre “saltos” em seu nível de pensamento. Já para Leontiev (1978), esses saltos no nível de pensamento dos alunos ocorrem mediados pela atividade, ou seja, é necessário que a mesma esteja presente em sala de aula. E a atividade, segundo o autor, é um conjunto de processos psicológicos determinante em uma pessoa. Ela incita o indivíduo a fazer algo porque realmente deseja, não sendo obrigado e tão pouco realizando a tarefa sem vontade. A atividade se concretiza se os objetivos e os motivos convergirem para um mesmo propósito, dando-se isto num contexto social determinado. 285 Assim, promover em nossa sala de aula a atividade, definida por Leontiev (1978), tornará nossa prática mais efetiva, uma vez que professores e alunos trabalhando para um mesmo fim, direcionados por um modelo teórico, terão como resultado um ensino emancipatório, podendo contemplar de forma sistematizada os conteúdos matemáticos e dar subsídios para transformar a prática social do nosso aluno em uma prática social renovada. Outro fator que está presente nas relações sociais e políticas é a ideologia, que camufla a compreensão de muitas práticas sócio-políticas que estão vinculadas à vida de todos nós. Segundo Chauí (1993, p.104 - 105), entende-se que: [...] a ideologia é ilusão, isto é, abstração e inversão da realidade, ela permanece sempre no plano imediato do aparecer social. [...] A aparência social não é algo falso e errado, mas é o modo como o processo social aparece para a consciência direta dos homens. Deparamos-nos constantemente com textos, propagandas e meios de comunicação que veiculam a “inversão da realidade”, porém para poder desmascará-la não é tão simples, é necessário uma avaliação do contexto em que o fato é colocado analisando-os e verificando a veracidade destes fatos apresentados. Sendo a escola o espaço onde o indivíduo tem a oportunidade de reorganizar sua estrutura psíquica e assim poder pensar conceitualmente, deixando o pragmatismo da vida cotidiana, será o local onde o mesmo poderá obter os instrumentos necessários para se posicionar diante de fatos verdadeiros ou não. É importante deixar claro que a ideologia estará presente sempre na vida de todos nós, não ficamos imunes a ela apenas por ter uma escolarização, mas será nesse ambiente escolar, com uma prática organizada, planejada e sistematizada que o indivíduo poderá obter suas ferramentas necessárias para se contrapor à mesma. Logo, a escola, entendida como espaço de formação dos indivíduos, deve ser o local onde sejam discutidas questões políticas, sociais, culturais e econômicas para que cada indivíduo possa se entender como um ser participante em sociedade, pois segundo Matos (2005, p.80): [...] A educação como acção política tem sempre o propósito de mudança no sentido de modificar e melhorar as condições das pessoas e da sociedade em geral e, por isso mesmo envolve a transformação das pessoas e das condições de seu acesso à participação nos grupos sociais. E essa participação passa necessariamente pelo desenvolvimento do diálogo social que dá o poder às pessoas para se envolverem em processos de enunciar problemas, de tomar decisões e de resolver esses problemas. 286 E os estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA), imersos nesse emaranhado ideológico, excluídos em um dado momento de suas vidas da escolaridade dita regular, com uma postura social “já constituída” não poderiam ser deixados de lado nas pesquisas em Educação Matemática. Os conteúdos matemáticos trabalhados foram os de Estatística, abordados sob forma de problemas ampliados que segundo Bergamo (2006) essa: [...] ação de ampliar os significados para o campo político-social significa buscar evitar-se o tecnicismo e direcionar a potenciação da força de trabalho no sentido de algum nível de engajamento na luta de classes. E trabalhar-se adequadamente com os meios externos de pensamento (conceitos, algoritmos, escrita, ampliação de significados) significa caminhar para um maior controle e autonomia na realização das próprias ações. Sendo assim, os problemas foram reenunciados e ampliados com questões político-sociais e também com discussões realizadas no momento da resolução de tais problemas como pode ser visto nos anexos. RESULTADOS / DISCUSSÕES O trabalho foi realizado na EE Professor Eduardo Velho Filho no período noturno na sala da Educação de Jovens e Adultos (EJA), tendo iniciado no dia 18/04/2006 no 2º Termo Médio A (referente ao segundo ano do Ensino Médio) com a participação da professora de matemática da sala de aula – Fátima R. Bento– e concluído em dezembro de 2006 no 3º Termo Médio A (referente ao terceiro ano do Ensino Médio) com a mesma turma e professora. Para o início do trabalho foi realizado um diagnóstico com os alunos sobre as concepções que os mesmos tinham sobre alguns conceitos matemáticos e o que eles entendiam por temas político-sociais. Esses questionamentos foram realizados tomando como base o inventário do saber proposto por Charlot (1992), conforme pode ser observado no anexo 1, no qual, o modelo de questionário é: [...] Tenho ... anos. Aprendi coisas em casa, na cidade, na escola e em outros lugares. O que para mim é importante em tudo isso? E agora, o que espero? Esse modelo obriga o aluno a fazer escolhas, e o convida a explicitá-las. O inventário não nos diz, portanto, o que o jovem aprendeu, mas o que faz mais sentido para ele naquilo que aprendeu. 287 Após, foi realizado um relatório sobre as respostas que os alunos deram para as questões do inventário conforme pode ser apreciada no anexo 2. As repostas foram digitadas conforme escrita pelos alunos. Percebemos inicialmente a dificuldade enfrentada pelos mesmos de expressarem o que queriam dizer e também as concepções confusas sobre o objeto matemático. Sendo assim, no próximo encontro foram discutidas as questões colocadas no inventário do saber, corrigindo algumas concepções equivocadas e ampliando outras de forma sistematizada que anteriormente estavam pautadas no senso comum. A professora acompanhoutodo o trabalho de apresentação do inventário do saber, bem como as discussões promovidas pelos alunos, até mesmo intervindo nas discussões, o que corroborou para uma visão sistematizada desse início de trabalho. Após as explanações sobre o inventário do saber, iniciamos a primeira tarefa, já anteriormente elaborada, em que consistia discutir um texto de Leonardo Boff – conforme o anexo 3 – sobre a água como negócio ou um bem comum da humanidade, onde no mesmo constavam símbolos matemáticos que seriam trabalhados posteriormente em questões de problemas ampliados, conforme o anexo 4. O início da tarefa foi interpretar o texto, lendo-o na sala de aula juntamente com os alunos e a professora. Devido a complexidade do artigo, lemos paulatinamente o mesmo, realizando pausas para a discussão e entendimento das idéias que estavam sendo tratadas. Após a aula houve um diálogo com a professora da sala, na qual, a mesma apontou uma proposta de trabalharmos conjuntamente dando um tratamento aos conteúdos matemáticos que eu apresentaria, uma vez que os discentes tinham defasagens significativas nos conceitos matemáticos. Assim, a mesma se prontificou em já apresentar para eles uma noção de gráficos e tabelas, o que contribuiria para a realização do trabalho nas tarefas posteriores propostas em sala de aula. No próximo encontro que aconteceu no dia 23-05-2006, foi retomada a leitura do texto de Leonardo Boff, onde novamente paulatinamente discutimos os pontos e contrapontos encontrados no texto, realizando uma breve explanação para que desse subsídio para os mesmos discutirem as questões proposta nesta tarefa. Em um determinado momento da leitura havia uma questão matemática importante de volume e a partir dessa questão, foi apresentado para os discentes um cubo de vidro de 10 cm de lado, totalizando um volume de 1000 cm3, que corresponde a 1L, para que os mesmos pudessem relembrar os conceitos de área e volume. 288 Foi importante utilizarmos como recurso didático o cubo de vidro, uma vez que eles não recordavam desses conceitos – área e volume – e através desse recurso eles puderam contemplar de forma prática a equivalência de 1000 cm3 com 1L. A partir dessa questão, foram abordadas as transformações das unidades de comprimento superfície e volume. O cubo de vidro serviu de instrumento para discutirmos as unidades de medidas, ou seja, para as medidas de comprimento utilizamos medida da aresta do cubo, as medidas de superfície quando encontramos a área da figura plana que compunha o cubo e para tratarmos das medidas de volume, medimos o cubo de vidro no comprimento, largura e altura, porém sempre observando as emendas que o vidro tinha o que poderia prejudicar nossa medida final (1000 cm3). Somente um aluno conseguiu medir adequadamente o cubo, respeitando todas as emendas do vidro. Ele realizou a medida com a régua de 30 cm por dentro do cubo, onde a água ocuparia o espaço. Assim, chegamos à conclusão de que os lados do cubo, ou seja, as arestas tinham medida 10 cm e que para encontrarmos o volume necessitaríamos medir o comprimento e largura da base do cubo e posteriormente a altura, operando com a multiplicação. Aproveitamos a discussão para dar as nomenclaturas dos elementos que compunham o cubo: as arestas, os vértices, as faces, as diagonais, os ângulos e outros conceitos. Nesse momento, questionei sobre o número de faces que compunham um cubo, vértices e perguntei qual ou quais figura(s) plana(s) compunham o cubo. Obtive resposta esperada: 6 quadrados. Após realizadas as discussões, finalizamos a tarefa com a colocação de 1L de água no cubo com um jarro graduado. Houve a confusão de volume e área em um determinado momento da discussão, onde a proposta de um dos alunos era multiplicar por 6 a área de um dos quadrados que compunha o cubo para encontrar o volume desejado. Porém o mesmo foi questionado por outros alunos da sala que aquilo que ele estava fazendo era achar a área total e não o volume. No próximo encontro retomamos a resolução dos exercícios propostos para esta atividade, porém não foi possível realizá-los, pois pude perceber que a forma como estavam elaborados fugiam da Zona de Desenvolvimento Proximal, definida por Vygotsky, dos alunos. Quando os mesmos foram divididos em grupos, percebi que havia necessidade de instrumentalizá-los com os conteúdos pedidos, pois possivelmente não houve a apropriação de conceitos que eram pré-requisitos para realização dessa atividade, por exemplo a regra de três e até a divisão com números com mais de 3 algarismos. 289 Assim, terminada a aula, conversei com a professora que acompanhou o trabalho neste dia, e ela me disse que devido ser um curso noturno de educação de jovens e adultos o tempo para se cumprir o programa é muito curto, tendo assim que optar por reforçar em algum tópico, não tendo tempo de cumprir o que realmente pretendiam de cumprir. Então decidi optar por elaborar outra tarefa que discutisse alguns conteúdos matemáticos que estava no meu programa de trabalho, para chegar então na questão específica de estatística que era um foco principal deste estudo. A próxima tarefa foi composta de dois momentos: um primeiro momento seria o vídeo Ilha das Flores que mostra as relações econômicas do atual sistema capitalista que oprime e exclui os indivíduos menos favorecidos e em um segundo momento que seriam as questões propostas para o trabalho, conforme o anexo 5. Antes da realização desta tarefa, propus uma discussão com os mesmos sobre alguns elementos estatísticos como: moda, mediana e média. Tratamos bem sobre tais conceitos em seqüências numéricas para posteriormente trabalhar com os gráficos. Os alunos desenvolveram com certa dificuldade os conteúdos matemáticos propostos, porém já com mais facilidade que na tarefa anterior. Houve um entendimento do vídeo e das relações propostas nele. Abaixo transcrevi algumas respostas sobre a pergunta c) do trabalho que tratava mais especificamente do vídeo Ilha das Flores (anexo 5): Aluno A: “No vídeo que eu assiti pude ver que nós na maioria das vezes as pessoas não tem muitas oportunidades de estudo, trabalho e tem que passar por situações humilhantes de: comer restos de comida que era dados aos porcos o video enfatizo questões do telencéfalo porque o homem desenvolveu tanto que começou a construir e inventar sempre dando maior valor ao dinheiro do que nas pessoas por isso muitas pessoas se encontram em situação desagradável de extrema miséria como no vídeo.” Aluno B: “Por causa da miséria causada pela falta dos direitos que aquelas crianças tinham, falta de estudo, falta de trabalho, etc. Porque os seres humanos menos esclarecidos sofrem as conseqüências do capitalismo em que o mundo vive.” 290 Em ambos os discursos percebemos que o estudo tem um valor significativo para eles, uma vez que sem o mesmo a oportunidade de trabalho torna-se mais distante. Podemos entender por que isso acaba sendo um discurso geral da sala, pois estamos na Educação de Jovens e Adultos, onde seus integrantes têm um histórico de escolaridade já problemático, seja por dificuldade de acesso ou até mesmo de exclusão do sistema capitalista que exige que vendamos nossa força de trabalho para sobreviver. Nesta tarefa posso considerar que tornou uma atividade para mim e para os alunos, segundo as concepções de Leontiev, pois o objetivo que era de verificar as contradições do sistema atual e perceber a ideologia embutida nas relações de produção foi atingido e também os conteúdos matemáticos propostos foram resolvidos de acordo com a teoria apresentada sobre os elementos de estatística. Para dar continuidade ao trabalho, forneci uma lista de exercícios (anexo 6) para os alunos para que assim pudessem exercitar as noções de estatísticas e posteriormente trabalhá-la nos gráficos e tabelas. Posteriormente corrigimosa lista em sala de aula. Assim, como esses trabalhos serviram de base para a noção geral de estatística, então foi montado um resumo sobre os principais conceitos em estatística (anexo 7) para então trabalharmos os histogramas. Este resumo foi discutido com os alunos, elencando a importância da estatística em nossa sociedade e também a forma camuflada que as vezes se encontram alguns dados que são manipulados e a importância de compreendermos todo esse complexo para posicionarmos diante das contradições impostas pelo neoliberalismo. Para finalizar o trabalho, forneci aos alunos a última lista (anexo 8) que tratava dos gráficos e tabelas. Resolvi o primeiro exercício e deixei os demais para serem trabalhados em grupos. Eles construíram um gráfico e conseguiram assimilar o conteúdo proposto. Todo o material utilizado foram recortes de jornais e revistas e também livro de Matemática do Ensino Médio. Durante este trabalho construímos um “corpo de conhecimento”, um material intencional que contempla problemas ampliados, que abordou conteúdos do tratamento de informação e temas político-sociais. 291 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o trabalho apresentado, pode se perceber que ampliar conteúdos matemáticos com as discussões de problemas que permeiam nossa vida, traz uma visão macro da sociedade a qual fazemos parte. Com as discussões propostas e o trabalho de matemática que eram nossos objetivos, pudemos reorganizar algumas concepções pautadas no senso comum dos alunos e também enfatizar a ideologia dominante que está permeando sua relação social. As discussões dos temas político-sociais em sala de aula trouxeram uma nova forma de ver e entender a matemática, não mais como uma ciência neutra e sim como uma determinação social e múltipla de relações. Sendo assim, o trabalho com os conteúdos do tratamento de informação, abordando temas político-sociais de nossa sociedade, visando à construção de uma cidadania que almeja uma sociedade emancipadora para todos, pode contribuir para a aprendizagem em matemática nesse segmento de ensino ao qual o trabalho aconteceu. 292 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERGAMO, G. A.. Fundamento Teórico do Método de Resolução de Problemas Ampliados. Tese de Doutorado. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Bauru – SP, 2006. Orientação: Profa. Dra. Sueli Terezinha Ferreira Martins. CHARLOT, B. Relação com o saber e com a escola entre estudantes de periferia. In: Cad. Pesq., São Paulo, n. 97, p. 47 – 63, 1996. CHAUÍ, M. S. O que é ideologia. 38ºedição. São Paulo: Brasiliense, 1994. DUARTE, N. Educação Escolar, teoria do cotidiano e a Escola de Vigotski. 3ª edição. Campinas, Editora Autores Associados, 2001. DUARTE, N. 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Se ouvi, o que sei sobre isso? 6) O que eu entendo por um gráfico ou uma tabela? Neles devem estar contidas quais informações? 7) Para que e para quem servem as informações contidas nos gráficos ou nas tabelas? 8) O que essas informações podem influenciar na nossa vida? 9) Como sei que a informação contida no gráfico ou na tabela é verdadeira? 10) O que eu sei sobre porcentagens, regra de três simples ou composta e estimativas? 11) O que eu sei sobre temas político-sociais? O que é um tema político-social? 295 Anexo 2 Relatório do Inventário do Saber Perguntas e respostas dos alunos realizadas no dia 18/04/2006, início do trabalho. 1) Tenho ... anos. 1º - 37 anos 2º - 18 anos 3º - 18 anos 4º - 42 anos 5º - 19 anos 6º - 45 anos 7º - 35 anos 8º - 24 anos 9º - 19 anos 10º - 28 anos 11º - 29 anos 12º - 20 anos 13º - 19 anos 14º - 37 anos 15º - 54 anos 16º - 24 anos 17º - 45 anos 18º - 35 anos 19º - 21 anos 2) Aprendi coisas em casa, na cidade, na escola e em outros lugares. O que para mim é importante em tudo isso? 1º) Estou cursando o 2º e estou dando de mim e sei que irei vencer. E para mim está sendo super importante tudo que estou aprendendo aqui. 2º) Ser um homem de bem. 3º) O conhecimento da vida. 4º) O mais importante é o ensino escolar. 5º) Desenvolvimento intelectual e profissional. 6º) Aprendi sim, acho que tudo que podemos vir aprender é muito importante. 7º) – 8º) Na escola eu vou aprender um estudo e um provisão porque hoje sem estudo, agente não é nada. 9º) O que sei que é certo e o que pode me prejudica. 10º) Aprendi que na vida a gente aprende a educação, o aprendizado e também a alfabetização e que o mais importante de tudo isso é o aprendizado. 11º) Em casa = educação. Na cidade cidadania. Na escola o que precisa para me formar e ser alguém. Tudo isto é um conjunto para se viver melhor. 12º) O importante é que além de eu poder aprender com tudo isto que aprendi e com o que vou aprender é o que eu posso passar isso a diante para meus filhos, amigos e para quem mais quiser aprender. 13º) Aprendi muitas coisas, o mais importante é o respeito e a educação para sermos bons cidadãos. Também é importante ensinarmos, assim como um dia alguém nos ensinou. 14º) Na escola aprendi muitas coisas praticamente tudo o que eu sei na vida desde da educação até a prática do dia-dia. 15º) O mais importante para mim é adquirir conhecimento na atualidade, fazer amizade, conhecer novos amigos ter união, entendimento, compreensão, etc. 296 16º) Aprendi em casa muitas coisas, serviços do lar como cozinhar, passar, na escola aprendi a dar mais valor a mim mesmo e também em outros lugares muitas coisas boas. 17º) Acho que aprendemos todos os dias em todos os lugares e com várias pessoas, como respeito, disciplina, companheirismo, ser prestativo. 18º) Em casa aprendi respeitar minha família, na cidade respeitar meus amigos, na escola respeitar meus professores e meus amigos e em outros lugares aprendi a respeitar todos a que está em minha volta. 19º) Acho que entodo lugar nós aprendemos alguma coisa basta ter enterece em saber. Para mim é muito importante por que mais afrente da minhavida posso precisar de alguma das coisas que aprendi lá trás Exemplo escola e na minha propria casa. 3) E agora, o que espero? 1º) Espero vencer e sobre os meus idéias vencer. 2º) Me atualizar. 3º) Espero me atualizar cada dia mais. 4º) Eu espero aprender melhor e a entender. 5º) Bom desempenho profissional. 6º) Espero aprender muito mais, para uma mudança de emprego ou para minha vida particular, tudo é válido. 7º) Uma oportunidade melhor no campo trabalho. 8º) Agora eu espero uma vida um pouco melhor para minha família. 9º) Espero saber distinguir o que me faz bem e o que faz mal. 10º) Espero sinceramente aprender cada vez mais apesar que no supletivo a gente tem pouco tempo para aprender, porque os horários são bem corridos. 11º) Eu espero aprender para prestar algum concurso para poder melhorar a vida. 12º) Espero poder aprender mais e mais e espero também poder ter a capacidade de ensinar e com o meu ensino várias pessoas poderem aproveitar assim como eu aproveito o máximo possível. 13º) Espero um mundo melhor para vivermos e criarmos nossos filhos com dignidade de um cidadão. 14º) Eu espero poder ensinar meus filhos até uma dignidade melhor no meu conceito de vida. 15º) Espero que no decorrer do tempo eu posso alcançar um futuro brilhante para que eu posso desfrutar de tudo que for aprendido nos momentos em que houve oportunidade. 16º) Espero me formar e garantir minha profissão que é meu grande sonho, ser alguém na vida. 17º) Colocar em prática c/ os demais e continuar aprendendo p/ crescer como pessoa. 18º) De todas o mesmo. 19º) Agora espero ser uma pessoa mais enteresado por tudo que existe ao meu redor. 297 4) O que mais faz sentido na sala de aula para mim? Por quê? 1º) O ensino dos professores e seus comparecimento freqüente na aula. Porque só assim eu irei aprender. 2º) Aprender, pois sem isso não terei cultura nenhuma. 3º) O conhecimento para o meu futuro. 4º) É a atenção e a dedicação de alguns professores na luta para me ajudar. 5º) Aprendizagem para um futuro melhor. 6º) Para mim o interesse do professor a preocupação que ele tem em nos ajudar eu acho de suma importância. 7º) Aprender a matéria para ficar mais informado para prestar concursos. 8º) Faz sentido aprender muito mais, dar atensão nas aulas. 9º) Aprender. 10º) O que faz sentido é aprender porque tudo o que vamos fazer, procurar emprego, tudo depende da nossa capacidade. 11º) O apreendizado e as amizades entre as colegas. Porque o apreendizado e para nossa vida toda. 12º) Faz sentido que se eu venho a aula e entro em sala de aula é para poder aproveitar o máximo da aula e poder tirar tudo o que eu achar que foi bom dessa aula para que lá fora eu possa aproveitar tudo o que aprendi. 13º) É muito bom a amizade com os colegas, trocar idéias na dúvida de uma matéria, assim podemos ter um desempenho melhor na classe. 14º) Aprender e respeitar o próximo: Pois sem isso não haveria sentido algum para mim. 15º) É as vezes estou observando o comportamento dos colegas sempre que mudam o temperamento comunicativo. 16º) O que me faz mais sentido na sala de aula é que somos muito importante na vida ta mais muito. 17º) O aprender, os professores, os colegas, e principalmente recuperar estes anos sem estudo. 18º) Aprender o que os professores ensinam para que no meu futuro eu não passe nenhuma vergonha por não saber o que me perguntão. 19º) O que mais faz sentido para mim e quando penso que sei e não sei nada por que não tira minhas dúvidas e sempre acabo me dando mal. 5) Já ouvi falar de Tratamento da Informação? Se ouvi, o que sei sobre isso? 1º) Não sei nada sobre isso. 2º) Não ouvi. 3º) Não. 4º) Sim, eu já tinha me interessado, até em vir na escola da família aos sábados, pois tenho dificuldade em 3 matérias matemática, física, e química é muito correria no mesmo tempo que sei daqui a pouco surgi uma dúvida. 5º) – 6º) Nunca ouvi, mais eu creio que a partir do que nos dissermos vai ser como o professor vai transmitir a matéria para nós. 298 7º) Não. Não tenho conhecimento. 8º) Não sei. 9º) Não sei o que é isso. 10º) Nunca ouvi, mas sou um pouco ignorante nesse assunto. 11º) Não sei. 12º) Não, mas espero ouvir em breve e saber do que se trata. 13º) Nunca ouvi falar. 14º) Não sei posso até ter ouvido falar mas no momento discordo. 15º) Não ouvi. 16º) Não sei o que é isso. 17º) Nunca ouvi falar sobre esse assunto. 18º) Não mas gostaria de saber. 19º) Acho que tratamento do informação é quando um outro professor que está começando a sua carreira começa a em sinar outros alunos para ficar mais práticos do que já estão. 6) O que eu entendo por um gráfico ou uma tabela? Neles devem estar contidas quais informações? 1º) Tudo sobre a montagem do gráfico e tabela, eu procuro perguntar e ter sucesso. 2º) Ano, lugar, época e outras. 3º) Deve estar contidas coisas bastante importante para minha vida. 4º) O gráfico serve para medir ou fazer uma análise. 5º) Nível baixo e alto por candidatos. 6º) Não entendo ao ponto de explicar. 7º) Gráfico não entendo muito, mas as tabelas é uma fórmula prática para achar os elementos. 8º) – 9º) Gráficos podem ser usados para várias coisas, tais como um gráfico de quantos habitantes a em uma cidade, o desempenho de uma empresa, etc. 10º) – 11º) Entendo que na matemática na química e na física usa gráficos e tabelas. Sempre o início o meio e o fim. 12º) Que nele deve estar explicado o que está acontecendo ou dividindo conforme o que vem anunciado junto com ele. 13º) É um quadro muito utilizado em algumas matérias. Devem conter informações importantes sobre a matéria em que está sendo estudada. 14º) Por gráfico algumas coisas nesse sentido. Na tabela deveria ter algo mais explicativo tipo: informações mais prática um pouco mais de exemplos para podermos tirar algumas dúvida. 15º) Preciso mais explicações sobre gráfico e tabela. 16º) Pode estar contida informação de matemática ou química, ... (não dá para entender a letra) 299 17º) Gráfico é p/ saber porcentagem, sobre candidatos doenças, pesquisa sobre assuntos relacionados a estudo, trabalho, salário. 18º) Gráfico é para marcar uma linha territorial, tabela para marcar pressos e nome do que a gente precisa. 19º) Já ouvi falar de gráfico e tabela mas no momento não me lembro. 7) Para que e para quem servem as informações contidas nos gráficos ou nas tabelas? 1º) Para mim e para quem me ensina. 2º) Para as pessoas que estudam. 3º) Para o conhecimento de um cidadão. 4º) Eu acho que para medir, somar ou fazer uma estatística. 5º) Matemática, física e química. 6º) Eu creio que eu mesma já precisei de alguma informação contida em um gráfico. No meu serviço, se eu fosse demonstrar ao invés de números fosse demonstrar em um gráfico eu não saberia passar como seria por exemplo: a percapita de alunos que come merenda. Sou uma merendeira. 7º) Como já respondi na questão anterior não, entendo muito sobre gráficos e as tabelas meio mais pratico para achar cálculos. 8º) – 9º) Para todos que entende-los. 10º) Tudo básicamente tem uma formula um gráfico e nas tabelas. 11º) Para todos, pesquisas científicas 12º) Para que possamos entender melhor o que ele e o anúncio contido com ele está querendo nos mostrar. 13º) Para que possamos estudar a matéria. 14º) Para as pessoas fazerem os exercícios corretos e para tira as dúvidas que contém á cada exercício. 15º) não sei. 16º) só no que é para a matemática. 17º) para sabermos as estimativas, e saber em que podemos fazer p/ aumentar as porcentagens sobre assuntos que seria favorável a população e p/ diminuir através de estudo a porcentagens sobre assuntos que prejudicam as pessoas e a população. 18º) Gráficos para a gente não se perder em auto mar e em altitude. 19º) acho que o gráfico e a tabela serve para todos nós. 300 8) O que essas informações podem influenciar nanossa vida? 1º) O sucesso lá fora e para o como que corre atráz. 2º) – 3º) Influência na maneira de pensar. 4º) Em muita coisa. 5º) Influenciar nas nossas vidas profissionais. 6º) Acho que vocês vão poder me ajudar em minhas dificuldades. 7º) Para termos maiores conhecimentos. 8º) – 9º) – 10º) Apesar de qualquer coisa que iremos fazer prestar algum tudo tem a bendita da matemática. 11º) Um aprendizado melhor. 12º) Podem influenciar que no nosso dia a dia também poderíamos estar pondo em gráficos ou tabelas nos afazeres e deveres do dia para sabermos qual o tempo exato que temos para cada um deles. 13º) Pode influenciar muito, se for em escrito, se torna uma comunicação, a qual vamos ler e entender. Se for em números, vamos utilizar em cálculos. 14º) Na minha iria influenciar muito pois gosto muito de aprender matérias que exigi um pouco mais de atenção. 15º) Pode trazer grandes resultados na nossa vida cotidiana. 16º) Pode influenciar e muito em nossas vidas, a matemática não pode ficar em nossas vidas. 17º) para fazermos o que é certo para melhorar várias situações e termos mais informações. 18º) Tudo de bom 19º) acho que essas informações influenciam muito na nossa vida e no nosso dia-adia. 9) Como sei que a informação contida no gráfico ou na tabela é verdadeira? 1º) Através das explicação do meu condutor (professor) 2º) – 3º) Só com mais atualização na vida. 4º) – 5º) Tendo conhecimento. 6º) Então eu tenho sempre dúvidas, pois não sei fazer o gráfico. 7º) Porque é imposivel na matemática, física ou química gráfico ou tabela calculo não devem exatos. 8º) – 9º) Não sei, olhando de onde é a fonte. 10º) O problema é que sou ruim na matemática na química e na física. 11º) Através de formula e contas. 301 12º) Lendo a informação que acompanha ele e intendendo o que ele nos quer dizer. 13º) Se há uma explicação sobre a matéria dada por alguém conhecedor. 14º) Fazendo os cálculos se não poderem com o que eu espero pode ser informação errada. 15º) porque já tem as informações e medidas certas. 16º) (Não dá para entender a letra do aluno) 17º) Acho que tem pessoas e empresas capacitadas p/ realizar estes serviços. 18º) Na verdade não sei mas se os professores ensina a gente aprende. 19º) para saber e as informações do gráfico ou da tabela são verdadeira basta conferir. 10) O que eu sei sobre porcentagens, regra de três simples ou composta e estimativas? 1º) Não entendi a pergunta, mas imagino que tem aver com o tudo do dia a dia na aula. 2º) – 3º) Não sei. 4º) sobre porcentagem (soma) e regra de 3 simples (propriedade distributiva) e compostas ou estimativas (estas não sei). 5º) – 6º) Eu sei quase nada. 7º) Porcentagem, é a soma que e feita para achar quanto a mais você deve acrescentar num certo valor numérico ou diminuir, regra de três simples ou composta não sei muito. 8º) – 9º) O que sei esta bom e o que não sei estou aprendendo. 10º) Quase nada, mas tenho vontade de aprender, por tudo na nossa vida depende disso e é muito importante. 11º) Não sei expliar. 12º) Sei pouco mas espero aprender mais cada dia que passa; 13º) Acho que já estudei essas matérias, mas não me recordo muito, é só fazendo uma revisão pra relembrar. 14º) Tudo o que aprendi até agora no colegial. 15º) Ainda encontro dificuldades sobre regra de três porcentagens e estimativas. 16º) – 17º) Sei pouco sobre o assunto, fico sabendo alguma coisa pela televisão ou jornal. 18º) Eu sei de porcentagem é somada sobre um total bruto sobre o que a gente tem. 19º) Sinceramente só sei quando algum professor começa a relembrar porque o nosso supletivo é muito pouco tempo pori isso não temos tempos de aprender ao pé da letra. 302 11) O que eu sei sobre temas político-sociais? O que é um tema político-social? 1º) É o estudo de como deve ser dirigido o país. 2º) – 3º) Não entendo muita coisa, preciso me atualizar mais. 4º) – 5º) – 6º) Acho que o tema político social fica mais fácil de entender do que a matemática. 7º) Tema político social que abrange um político só sociais são vários políticos, que todos prometem e não cumprem todos farinha de um saco só. 8º) Político-social é aquele que trabalha na área de Brasília. 9º) Se for mesma coisa que política – ñ entendo nada. 10º) Não sei tudo o que quero e espero depois que acabar o supletivo pretendo um dia fazer um cursinho para me aperfeiçoar-me mais porque tudo que eu quero é tem um futuro melhor. E a cada dia que passa tudo é muito importante. 11º) Não sei nada. 12º) Não sei muito por isso não tenho muito o que escrever. 13º) Acho que não sei, prefiro não arriscar. 14º) Uma pouca vergonha. 15º) É um debate sobre as áreas econômicas do pais e conhecimento e entendimento da sociedade. 16º) – 17º) Seria uma política voltada para o lado social de uma nação, incluindo, escola, trabalho melhor salários aos professores que nos ensinam p/ sermos cidadões mais informados e com um aprendizado melhor. Na saúde, melhoria na rede estadual de hospitais alimentação, cursos preparatórios, que infelismente ficam somente em promessas de campanha eleitoral. 18º) É que eles prometem mas não cumpre. 303 Anexo 3 304 Anexo 4 No Jornal da Cidade de Bauru do dia 15 de março de 2006, houve a publicação de um artigo do Leonardo Boff no qual o mesmo tratava da questão da água. Leia atentamente o texto e responda as perguntas abaixo: 1) A renovação das águas está estimada em 43 mil quilômetros cúbicos, porém o consumo total é de 6 mil quilômetros cúbicos. a) Quanto representaria em litros esses dois valores? b) Qual a porcentagem de quilômetros cúbicos de água consumida do total de água renovada? 2) Apenas 3% da água no mundo é doce e destes apenas 0,7% é acessível ao uso humano. Quanto representaria em porcentagem a água acessível ao uso humano em relação à porcentagem total de água doce no mundo? 3) Por que o texto questiona: a água é um direito ou um negócio? Explique. 4) No texto há um dado alarmante, o mesmo coloca que por dia morrem de sede cerca de 6 mil crianças. Por que isso vem ocorrendo? Quem são os culpados? O que fazer para mudar? 5) Por que o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial só aceitam financiamento das dívidas dos países sob a condição de privatizarem a água e seus serviços? 6) Sabemos que 60% da distribuição da água se concentra em 9 países, enquanto 80 países sofrem escassez. a) Qual o percentual de países que não recebem água? b) Por que isso vem ocorrendo? c) Quem são os responsáveis por essa distribuição? 7) Qual o interesse da privatização da água? Por quê? 305 Anexo 5 Tarefa 02: Ilha das Flores Analise o gráfico abaixo, retirado do Jornal da Cidade de Bauru do dia 15 de abril de 2006, respondendo as questões propostas: a) Qual o índice percentual mais baixo de pobreza e miséria entre os anos de 1992 a 2004 no gráfico acima? E o mais alto? b) Em que ano a porcentagem de pobreza no Brasil alcança os 32,9%? Neste mesmo ano qual o índice de miséria? c) O vídeo Ilha das Flores assistido no dia 28/08/2006 revela um problema sério no Brasil e no mundo que é a condição de vida subumana. No caso, os porcos tinham prioridades na alimentação e os seres humanos, que viviam naquela ilha, ficavam com os restos de comida que não eram bons para os porcos. Por que aquelas pessoas estavam naquelas condições? Por que o vídeo enfatiza sempre a questão do telencéfalo desenvolvido? d) Qual a moda e a mediana de pobreza e miséria no gráfico acima entre os anos de 1992 a 2004? 306 Anexo 6 307 Anexo 7 INTRODUÇÃO À ESTATÍSTICA 1. Introdução A estatística é uma parte da matemática que faz o tratamento da informação. Ou seja: coleta, organiza e interpreta as informações. Entendemos como isso ocorre quando estamos diante de umapesquisa, pois nela existem algumas etapas que são seguidas como: • a escolha da amostra; • a coleta e a organização dos dados (informações); • o resumo desses dados (em tabelas, gráficos, etc.) • a interpretação dos resultados. 2. Termos de uma pesquisa estatística • População e Amostra: (U é o universo estatístico e A a amostra) Exemplo: Eleitores do Brasil é o universo estatístico e a amostra pode ser um grupo de 100 eleitores do estado do Pará.) • Indivíduo ou Objeto: cada elemento que compõe a amostra. • Variável: cada uma das características de uma pesquisa que podem assumir valores variados. • Freqüência Absoluta: o número de vezes que um valor da variável é citado. • Freqüência Relativa: é a freqüência absoluta em relação ao total de citações. 3. Representação Gráfica • Gráfico de Barras • Gráfico de Setores 308 Pictograma 309 Anexo 8 2. Abaixo observamos um gráfico de setor retirado do Jornal O Estado de São Paulo do dia 25 de agosto de 2006. Responda os itens a seguir: a) Complete o gráfico com o valor percentual que está faltando na região Sudeste; b) Construa um gráfico de barras do respectivo gráfico de setor; c) Pelo gráfico de setor e posteriormente o gráfico de barras que será construído, onde está a concentração maior de pobres no Brasil? Por quê? d) O que podemos falar do valor encontrado na região Sudeste? Qual justificativa para esse índice percentual? 3. Em uma sala as notas obtidas pelos alunos foram agrupadas da seguinte maneira: 0 � 2,0 (1 aluno); 2,0 � 4,0 (6 alunos); 4,0 � 6,0 (9 alunos); 6,0 � 8,0 (8 alunos); 8,0 � 10,0 (6 alunos). A partir desses dados: a) construa o histograma; b) construa o polígono do histograma; c) calcule a média, a moda e a mediana. 310 4. O histograma ao lado representa a distribuição das estaturas de 100 pessoas e as respectivas freqüências. Por exemplo, na terceira classe (155 � 160) estão situados 11% das pessoas com estaturas de 1,55 m a 1,59 m. A quinta classe (165 � 170) chama- se classe da mediana. Pelo ponto M situado na classe da mediana, traça-se uma reta paralela ao eixo das freqüências de modo a dividir a área da figura formada pelos nove retângulos das freqüências em duas regiões de mesma área. Determine a abscissa do ponto M (mediana das observações).
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