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Livro pratica_VI

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
Núcleo de Educação à Distância - Universidade de Pernambuco - Recife
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REITOR
Prof. Carlos Fernando de Araújo Calado
 
VICE-REITOR
Prof. Rivaldo Mendes de Albuquerque
PRó-REITOR ADMINISTRATIVO
Prof. José Thomaz Medeiros Correia
PRó-REITOR DE PLANEJAMENTO
Prof. Béda Barkokébas Jr.
PRó-REITOR DE GRADUAÇÃO
Profa. Izabel Christina de Avelar Silva
PRó-REITORA DE PóS-GRADUAÇÃO E PESqUISA 
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PRó-REITOR DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL E ExTENSÃO
Prof. Rivaldo Mendes de Albuquerque
COORDENADOR GERAL
Prof. Renato Medeiros de Moraes
COORDENADOR ADJUNTO
Prof. Walmir Soares da Silva Júnior
ASSESSORA DA COORDENAÇÃO GERAL
Profa. Waldete Arantes
COORDENAÇÃO DE CURSO
Profa. Giovanna Josefa de Miranda Coelho
COORDENAÇÃO PEDAGóGICA
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COORDENAÇÃO DE REVISÃO GRAMATICAL
Profa. Angela Maria Borges Cavalcanti
Profa. Eveline Mendes Costa Lopes
Profa. Geruza Viana da Silva 
GERENTE DE PROJETOS
Profa. Patrícia Lídia do Couto Soares Lopes
ADMINISTRAÇÃO DO AMBIENTE
Igor Souza Lopes de Almeida
COORDENAÇÃO DE DESIGN E PRODUÇÃO
Prof. Marcos Leite
EqUIPE DE DESIGN
Anita Sousa 
Gabriela Castro
Rafael Efrem
 Renata Moraes
Rodrigo Sotero
COORDENAÇÃO DE SUPORTE
Afonso Bione
Prof. Jáuvaro Carneiro Leão
EDIÇÃO 2013
Impresso no Brasil - Tiragem 180 exemplares
Av. Agamenon Magalhães, s/n - Santo Amaro
Recife / PE - CEP. 50103-010
Fone: (81) 3183.3691 - Fax: (81) 3183.3664
PRÁTICA PEDAGÓGICA VI
Profa. Maria Aparecida Conceição Nunes Carga Horária | 30 horas
Objetivo geral
Apresentação da disciplina
Ementa
Conhecer a dinamicidade do fazer pedagógico, 
sua aplicabilidade no processo de ensino-aprendi-
zagem e suas relações com a construção do conhe-
cimento em sala de aula.
A prática pedagógica deve priorizar a “tecnologia da interação humana, colocando em evidência, ao 
mesmo tempo, a questão das dimensões epistemológicas e éticas”, apoiada necessariamente em uma 
visão de mundo, de homem e sociedade. Neste sentido, uma prática pedagógica precisa ter dinâmica 
própria, que lhe permita o exercício do pensamento reflexivo, conduza a uma visão política de cidadania 
e que seja capaz de integrar a arte, a cultura, os valores e a interação, propiciando, assim, a recuperação 
da autonomia dos sujeitos e de sua ocupação no mundo de forma significativa. Tardif (2002, p.128)
O contexto escolar, hoje, abrange preocupações que vão desde a valorização do tempo/espaço de 
que o professor dispõe para trabalhar na sala de aula até a relação de mediação entre o educando 
e a construção do conhecimento, considerando o aproveitamento de seus alunos.
Transformar velhos conceitos em novas realidades, recriar, renovar. Eis um grande desafio... Nesse 
sentido, é essencial que a prática pedagógica seja adequada a cada contexto social.
A proposta dessa abordagem complementa a tentativa de responder aos desafios que se ex-
pressam no universo do ensino-aprendizagem, no qual a prática pedagógica constitui uma das 
categorias fundamentais da atividade humana, rica em valores e em significados, pois a questão 
metodológica se torna, muitas vezes, tão essencial quanto o conhecimento. 
A construção do conhecimento torna-se uma ocasião de alargamento ativo do aprendizado do 
aluno, de sua prática, que pode ser predominantemente perceptiva, motora ou reflexiva. Isso 
poderá ser organizado mediante ações, tais como estudo de textos, vídeos, pesquisas, estudo 
O cotidiano do ensino-aprendizagem em Matemá-
tica na prática do professor. O cotidiano de ensino-
-aprendizagem em Língua Portuguesa. A prática de 
Ciência como parte integrante do universo respon-
sável pela qualidade de vida do planeta. A Geogra-
fia numa perspectiva de atendimento à diversidade 
de contextualização das questões ambientais. 
individual, debates, grupos de trabalhos, seminários, práticas, nas quais se exercitam as relações 
que possibilitam identificar, pela avaliação, como se elabora o objeto de conhecimento. 
Daí, então, a necessidade da escolha de estratégias com várias e expressivas práticas sugeridas ao 
aluno, objetivando ultrapassar seus dados iniciais sobre o objeto do conhecimento.
Sobre a importância dessa atuação participativa mais abrangente do aluno no decurso do ensino, 
é imprescindível que o professor faça uso de um conjunto de processos que combinem “o ensino 
de ciência aplicada com instrução, no talento artístico da reflexão-ação” (TARDIF, 2002), mobili-
zando, além da lógica, manifestação de talento, intuição e sensibilidade artística.
capítulo 1 7
Profa. Maria Aparecida Conceição Nunes
Carga Horária | 15 horas
IntrOduçãO
O sucesso da prática docente está vinculado à conquista do ensino-aprendizagem. Neste capítulo, 
abordam-se os desafios postos frente à formação do educador, uma reflexão em relação a uma 
formação continuada, focando, na teoria e na prática contextualizada, e na realidade em que a 
comunidade está inserida. 
O texto traz, nesse aspecto, que a formação dos professores pode levar ao êxito da aprendizagem 
sob uma visão crítica, refletindo o seu fazer pedagógico, articulando-o com o contexto social em 
que está inserida de forma mais ampla, tomando consciência de que a educação não é neutra. 
Logo o ato de educar é um ato político e transformador.
No que se refere à prática do ensino da Língua Portuguesa e da Matemática, o texto sugere que 
estes devem ser trabalhados dentro de um contexto social, baseado nas experiências do público 
objetivo de cada comunidade escolar, por meio de recursos lúdicos e temáticas que estejam con-
textualizados a realidade. 
1. A prátICA dOCEntE nA COnquIstA dO 
 EnsInO-AprEndIzAgEm
No Brasil, de acordo com o Educacenso 2007, “cerca de 600 mil professores em exercício na edu-
cação básica pública não possuem graduação ou atuam em áreas diferentes das licenciaturas em 
que se formaram” Brasil (2012).
OBJEtIVOs EspECífICOs
•	 Compreender	a	prática	docente	no	intuito	
da conquista da aprendizagem;
•	 Caracterizar	 a	 prática	 docente	 do	 ensino	
da Matemática e da Língua Portuguesa no 
cotidiano do ensino-aprendizagem.
A PRÁTICA 
DoCEnTE Do 
EnsIno DE 
mATEmÁTICA E 
DA línGuA 
PoRTuGuEsA 
no CoTIDIAno 
Do EnsIno-
APREnDIzAGEm
capítulo 18
Diante desse dado, podemos analisar que a 
falta de uma adequada formação faz com que 
os docentes não desenvolvam a sua prática, de 
forma a contribuir efetivamente para o sucesso 
da aprendizagem e a superação dos fantasmas 
educacionais: repetência, evasão e o baixo ren-
dimento. Estes últimos atrelados a fatores so-
ciais, econômicos e institucionais.
Diversos são os fatores que levam ao insu-
cesso na aprendizagem, mas considerando a 
formação dos professores, constatamos a ne-
cessidade da formação inicial e da manuten-
ção da formação continuada. Sendo esta, com 
acompanhamentos nos seus estabelecimentos 
de ensino, mantendo uma dinâmica de ges-
tão educacional focada na teoria e prática, sob 
uma visão crítica.
Nesse sentido, o fazer pedagógico deve ser 
desenvolvido de forma contextualizada à rea-
lidade de cada escola e à abordagem dos con-
teúdos, dimensionando os aspectos: social, 
político, econômico, ambiental e cultural com 
a intenção de formar cidadãos críticos, tornan-
do-os sujeitos sociais.
Professores e educandos serão, então, esses 
sujeitos sociais, formados num processo cons-
tante de ensino-aprendizagem, sob a ação da 
teoria e prática, demonstrando que a educa-
ção não é neutra, sendo o ato de educar um 
ato político e transformador.
Esse profissional que venha a adquirir essa lei-
tura crítica do mundo, articulando o contexto 
social com o seu fazer pedagógico e as rela-
ções sociais existentes, oportuniza para que o 
êxito na aprendizagem seja uma constância.
Não devemos deixar de considerar que a práti-
ca do docente não se restringe apenas aos co-
nhecimentos adquiridos nas instituições de en-
sino. As experiências trazidas do seu cotidiano, 
também contribuem para a formação do edu-
cador, que tem como função mediar e refletir 
a prática da sala de aula na busca da apren-
dizagem, em que ele também está inserido.
Figura 01 - http://assessoriacaritas.blogspot.com.br/2009/02/
escolinha-algodao-doce.html
Figura 02 - http://gestar.jaciara.zip.net/
Figura 03 - http://www.portaldasideias.org/pratica-docente-
-na-lingua-portuguesa-parte-02/
Sob esta análise podemos aferir que o cotidia-
no, tem papel importante na construção do 
saber, contribuindo à transformação social, 
num processo de construção coletiva, respei-
tando a diversidade cultural e social de todos 
os envolvidos. 
A escola com que sonhamos é aquela que asse-
gura a todos a formação cultural e científica para 
capítulo 1 9
a vida pessoal, profissional e cidadã, possibilitan-
do uma relação autônoma, crítica e construtiva 
com a cultura em suas várias manifestações: a 
cultura provida pela ciência, pela técnica...e pela 
cultura cotidiana (Libâneo, 2002 p. 03).
Diante da dimensão do sonho e da realidade 
em que vivemos, podemos aferir que inúmeras 
conquistas foram alcançadas, porém muito há 
o que conquistarmos: formação inicial; forma-
ção continuada e contextualizada, sendo de-
senvolvida sob a práxis da teoria e prática no 
ensino-aprendizagem e a garantia de incenti-
vos financeiros oficiais para a educação.
Para Freire (1996), o professor deve ter cons-
ciência do tempo e espaço em que se encon-
tra, para provocar, a partir das suas práticas, 
as mudanças necessárias no campo social e 
político.
No que tange a prática atual em sala de aula, 
constatamos ainda traços da prática tradicio-
nal, sem explorar o potencial dos educandos, 
por meio da participação, envolvimento com 
temáticas contextualizadas a sua realidade e 
utilização de recursos didáticos inovadores. 
Isso se deve, ora por receios ao novo, ora por 
acomodação à velha prática de ensino por 
meio dos antigos questionários.
Devemos sempre considerar a vivência que os 
educandos trazem de sua história pessoal, sua 
identidade, sua cultura, seus valores e costu-
mes. Utilizando essas experiências no dia-a-dia 
da sala de aula, poderemos subsidiar a nossa 
prática educacional com mais criticidade, en-
xergando os nossos educandos como sujeitos 
sociais ativos, mesmo que em transformação.
2. COntrIBuIçãO dA 
 prátICA dOCEntE 
 dO EnsInO dA 
 mAtEmátICA E dA 
 LínguA pOrtuguEsA 
 nO COtIdIAnO dO 
 EnsInO-AprEndIzAgEm
O ensino de matemática e língua portuguesa 
nas nossas instituições educacionais merecem 
uma atenção constante, pois são eles, muitas 
vezes, os causadores das repetências na educa-
ção básica, causando o desestímulo e a evasão.
Para muitos discentes, aprender a ler e inter-
pretar textos, como também vencer a mate-
mática da educação básica, são considerados 
grandes desafios, fazendo com que, ocorra um 
grande número de reprovação. Postos como 
intransponíveis e devido à sensação de serem 
incapazes de superá-los, muitos abandonam 
os bancos escolares. 
Diante desse fato, devemos fazer o seguinte 
questionamento: que prática está sendo exer-
cida no cotidiano da sala de aula sob a ótica 
dessas disciplinas?
Figura 04 - http://www.ufrgs.br/ufrgs/noticias/recem-formados-
-sem-experiencia-podem-participar-de-programa-do-cap
Uma certeza é que para o sucesso do ensino-
-aprendizagem, faz-se necessário comprome-
timento de todos, governantes, professores, 
gestores, educandos, pais e responsáveis. Pois, 
o processo de ensino-aprendizagem necessita 
de investimentos na formação e na gestão, 
com participação da coletividade para obter 
êxito na qualificação tanto dos professores 
quanto dos educandos.
capítulo 110
Para formarmos cidadãos críticos, temos que 
ter profissionais críticos, conscientes do mundo 
no qual está inserido. Ser agente de mudança 
requer não apenas se apropriar do conteúdo 
da sua disciplina, mas também conseguir fazer 
relações entre os conteúdos e o dia-a-dia que 
envolve o fazer pedagógico, conhecer os edu-
candos, o perfil da comunidade escolar e As 
potencialidades que possuem.
O sucesso da prática docente se dá de forma 
coletiva. Não existe mudança social exercida 
de forma isolada. O coletivo é essencial para o 
êxito de qualquer objetivo.
Trabalhar o ensino da Língua Portuguesa e da 
Matemática dentro de um contexto social, lúdi-
co, por meios de jogos educativos e interativos, 
faz com que os bloqueios apresentados pelos 
educandos, sejam superados. Para tanto, é pos-
sível utilizar-se das experiências do cotidiano, 
contextualizando com as práticas pedagógicas. 
A introdução de jogos com temática que le-
vem ao senso critico para as aulas de mate-
mática, veem na condição de contribuir para 
a superação às interpretações dos enunciados 
matemáticos, desenvolvendo potencialidades, 
habilidades e estímulo de raciocínio, evitando 
as aulas cansativas e monótonas.
O ensino de matemática, apesar de permear 
todas as áreas do conhecimento que serão uti-
lizadas na vida prática, apresenta-se nas nossas 
escolas, como uma disciplina isolada, muitas 
vezes, separada dos seus principais objetivos. 
Entre eles podemos citar: o direcionamento de 
ensino-aprendizagem para a construção da ci-
dadania e a participação ativa do educando na 
sociedade.
Nesse intuito, o ensino da matemática requer 
o ensinar à matemática viva, que possa pro-
vocar no ambiente educacional ruptura no 
modelo posto de uma matemática tradicional, 
voltada apenas a resoluções de equações. Para 
uma matemática crítica que desperte nos edu-
candos e educadores a coragem para enfren-
tarem os desafios, sendo motivados a atingir o 
êxito no ensino-aprendizagem, e que venha a 
contribuir para a formação de sujeitos sociais.
Nesses mesmos aspectos de motivação e supe-
ração de desafios, deve-se amparar também o 
ensino de Língua Portuguesa.
A motivação é um importante recurso peda-
gógico, mas apesar de sua contribuição na 
aprendizagem, ela nem sempre recebe a de-
vida atenção do educador. Providenciar mate-
rial e transmiti-lo e depois cobrar nas provas é 
muito mais fácil do que instigar nos alunos à 
vontade de questionar e atuar.
O educando deve apropriar-se da língua por 
meio da sua vivência em ouvir, falar, ler, escre-
ver e, com base nisso, compreender o ensino a 
partir da língua-objeto.
Figura 05 - http://blogeducafeliz.blogspot.com.br/2010/04/o-
-desenvolvimento-do-raciocinio-logico.html
capítulo 1 11
Halliday (1974, p. 259) assegura que a apren-
dizagem, é um processo que não exclui o co-
metimento de erros de algum tipo, mas não é 
correto considerar que o processo de aprendi-
zagem em si mesmo seja constituído apenas 
da correção de erros. A adição de novos pa-
drões linguísticos desempenha um papel mui-
to mais importante que a correção de erros no 
uso de padrões já adquiridos.
de formar educadores e educandos em sujei-
tos sociais críticos e transformadores de sua 
realidade e da sua prática.
rEsumO
A busca da prática docente ideal leva-nos a 
pensar a nossa prática pedagógica focada em 
resultados reais, refletindo qual é o papel dos 
órgãos governamentais e da gestão escolar na 
realização de projetos que levem o sucesso na 
aprendizagem e na formação do sujeito social. 
Para tanto, o êxito passa pela necessidade da 
formação dos docentes críticos, questiona-
dores, transformadores, e com exercício da 
docência sob uma lógica da teoria e prática 
focada na qualidade do ensino para todos os 
níveis e disciplinas, sendo trabalhadas de for-
ma interdisciplinar.
Para essas conquistas, como mencionado no 
texto, faz-se necessária à garantia de incen-
tivos financeiros oficiais, gerando mudanças 
efetivas na lógica do ensino-aprendizagem. 
Trabalhou-se no texto, a prática docente do 
ensino da Matemática e da Língua Portuguesa, 
ressaltando os seus desafios, mas apresentan-
do alternativas para o
êxito no ensino-aprendi-
zagem, refletindo a sua prática e desenvolven-
do o seu fazer pedagógico a partir de prática 
lúdica e prazerosa.
Figura 06 - http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportugue-
sa/gramatica-ortografia/32/artigo235676-2.asp
Figura 07 - http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/
gramatica-ortografia/32/artigo235676-1.asp
Cabe ao educador conhecer a gramática e não 
ao educando. Diante desse fato, o ensino da 
Língua Portuguesa tem que ser uma conquista 
prazerosa. De modo a compreender o fenô-
meno da variação linguística numa perspectiva 
histórica e social, considerando que a diversi-
dade humana possui reflexo da heterogenei-
dade dos grupos sociais, em que carrega uma 
identidade cultural e conjunto dos valores de 
uma comunidade.
Diante desse contexto, o sucesso esperado 
será uma conquista certa no âmbito do ensi-
no-aprendizagem, tanto da Língua Portuguesa 
quanto da Matemática, na intenção, é claro, 
capítulo 112
rEfErÊnCIAs
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus 
professora?: novas exigências educativas e 
profissão docente/José Carlos Libâneo. – 6. 
ed.- São Paulo: Cortez, 2002.
BRASIL. Ministério da Educação. http://portal.
mec.gov.br/index.php?option=com_content&
view=article&id=13583&Itemid=970. Acesso 
em: julho de 2012.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São 
Paulo: Paz e terra, 1996.
SILVA, Tadeu de. O currículo como fetiche: a 
poética e a política do texto curricular. 2. ed. 
Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 10. ed. Rio de 
Janeiro: Paz e Terra, 1994.
BRASIL, MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais. 
Brasília:1997.
FAZENDA, I. C. A. Didática e interdisciplinaridade. 
São Paulo: Papirus, 1998.
ZóBULI, G. B. Prática de ensino: subsídios para 
atividade docente. São Paulo: Ática. 1995.
1. De que maneira a prática docente contribui 
para a formação do sujeito social?
2. Em que aspectos podem se amparar o edu-
cador e o educando para a conquista do 
ensino-aprendizagem da Matemática e da 
Língua Portuguesa?
saiba mais:
Atividades:
capítulo 2 13
ConTExTuAlIzAção 
DAs quEsTõEs 
AmbIEnTAIs 
VolTADAs A 
quAlIDADE DE 
VIDA no PlAnETA, 
sob A PERsPECTIVA 
Do EnsIno DE 
CIênCIA 
E GEoGRAfIA
IntrOduçãO 
O ensino de ciências e geografia estão intrinsecamente relacionado, principalmente no ensino 
fundamental do 1º ano ao 9º. Porém, lamentavelmente muitos professores não desenvolvem sua 
prática de forma interdisciplinar, caso desenvolvessem, a contribuição para aprendizagem teria 
resultados muito mais rápido. Isso se deve ao receio pelo novo faz com que a interdisciplinaridade 
não seja uma constância nas nossas escolas públicas.
A prática do ensino de ciências e geografia contextualizada a realidade em que vivem os nossos 
educandos, são apresentadas no texto numa perspectiva globalizante, balizada por questões am-
bientais tornando o fazer pedagógico, prazeroso e de sucesso. Tais práticas com elementos con-
cretos, com temáticas que levam a questionamentos e inquietações na sala de aula, possibilitam 
que a sala de aula seja um ambiente de aprendizagem inovadora.
1. A prátICA dE CIÊnCIA COntExtuALIzAdA As 
 quEstõEs AmBIEntAIs VOLtAdAs A quALIdAdE 
 dE VIdA dO pLAnEtA 
A problemática ambiental assume um papel de relevância social em proporções cada vez mais 
alarmantes e nocivas à qualidade de vida de uma população, surgem às discussões, mobilizações 
para atuar, de forma participativa e comprometida em defesa do ambiente natural e do meio so-
cial, bem como, e fundamentalmente, da relação do ser humano com o ser humano.
Profa. Maria Aparecida Conceição Nunes
Carga Horária | 15 horas
OBJEtIVOs EspECífICOs
•	 Analisar	 as	 questões	 ambientais	 como	
contribuição ao ensino-aprendizagem;
•	 Contextualizar	o	ensino	de	ciência	e	geo-
grafia numa perspectiva ambiental.
capítulo 214
Partindo do entendimento que, somos sujeitos 
de nossa própria história, vivendo num país 
tropical, e independentemente da região que 
estamos inseridos, o ambiente está presente 
com seus diversos problemas ambientais, con-
vidativo para uma prática, seja no campo ou 
na cidade. 
questões ambientais como: qualidade da 
água, poluição sonora e composição florística, 
podem ser desenvolvidas sem grandes dificul-
dades. Alguns temas podem ser desenvolvidos 
na própria sala de aula, podendo iniciar apre-
sentando à temática, debatendo, problemati-
zando, construindo mapas conceituais. 
O educador ainda pode levar os alunos para a 
própria área interna da escola, e numa cami-
nhada, previamente planejada poderá solicitar 
que os alunos construam um inventário das 
plantas existentes. Com a possibilidade de sair 
para além dos muros da escola, poderá levar 
os alunos a uma praça e ampliar esta prática, 
incluindo outros elementos na percepção da 
análise do meio ou até mesmo levá-los a uma 
área natural no próprio município.
Prática como esta não requer de grandes re-
cursos financeiros, mas para realizá-la o edu-
cador-responsável precisará do apoio de ou-
tros profissionais para acompanhar os alunos 
na área externa, caso fosse uma atividade in-
terdisciplinar, esse problema seria solucionado 
com o envolvimento de outras disciplinas e 
consequentemente teria a presença de outros 
colegas. Porém nas práticas interdisciplinares, 
podem surgir outros desafios, como: a falta de 
projetos contextualizados, o não envolvimento 
de todos os colegas, ocasionando a falta do 
entendimento do coletivo. 
Figura 01 - http://racismoambiental.net.br/2012/05/belem-encabe-
ca-ranking-de-esgoto-a-ceu-aberto-e-lixo-acumulado-das-grandes-
-cidades-brasileiras/
Diante desta circunstância, podemos desen-
volver práticas ambientais, problematizando 
e instigando os nossos educandos a refletir e 
visualizar possíveis soluções dos problemas do 
dia-a-dia.
Porém desenvolver a prática de ciências nas es-
colas públicas, ainda é um grande desafio para 
qualquer educador nos dias atuais. Muitas das 
nossas escolas possuem apenas o livro didático 
como ferramenta pedagógica, levando o pro-
fessor a criar e improvisar, mas quando a práti-
ca permeia-se na temática ambiental há condi-
ções de planejar algo diferente e estimulante.
Figura 02 - http://www.educacaoadventista.org.br/esperanca-
-planeta/esperanca-para-o-planeta
Diante deste fato, podemos aferir que para de-
senvolver uma simples prática interdisciplinar 
temos que pensar numa prática pedagógica, 
por meio de projetos, apoio da gestão, e en-
volvimento de toda a comunidade escolar para 
que efetivamente tenha êxito. 
capítulo 2 15
O envolvimento dos educandos, educadores e 
comunidade local para obtenção de resultados 
significativos, onde todos sejam protagonistas 
na conquista da qualidade de vida e cidadania 
planetária, bem como o respeito e compro-
metimento ao ambiente em que se vive num 
todo, perpassa numa lógica em que:
A educação ambiental não consiste simplesmen-
te em dar um trato mais adequado às questões 
ambientais que já estão presentes (muitas vezes 
de maneira implícita que explícita) nos conte-
údos curriculares de várias disciplinas, ou intro-
duzir componentes ambientais à certas discipli-
nas, dando prioridade às ciências naturais e em 
particular à ecologia ou à geografia como cam-
pos interdisciplinares por natureza... se trata de 
construir um saber ambiental que se defina em 
relação a cada uma das disciplinas já constituída, 
através de um processo social de produção do co-
nhecimento. (Leff, 1996)
Para se construir este saber ambiental, faz ne-
cessário, sentir-se parte integrante do meio 
natural, necessitando viver em equilíbrio e 
respeito com o mesmo, e ao mesmo tempo 
ser social, atuante, sujeito de sua própria his-
tória, necessário à prática e a construção da 
cidadania solidária e globalizada, para assumir 
o direcionamento de sua própria vida e suas 
escolhas.
A prática da temática ambiental nas escolas 
deve ser trabalhada como processo educa-
cional em todas as instâncias de formação e 
disciplina do currículo,
para tanto a educação 
ambiental é o processo que visa:
Formar uma população mundial consciente e 
preocupada com o ambiente e com os proble-
mas que lhe dizem respeito, uma população 
que tenha os conhecimentos, as competências, 
o estado de espírito, as motivações e o sentido 
de participação e engajamento que lhe permitam 
trabalhar individualmente e coletivamente para 
resolver os problemas atuais e impedir que se re-
pitam (UNESCO, 1978).
Diante desta constatação a educação ambien-
tal deverá permear como tema transversal nos 
diferentes conteúdos disciplinares, em que a 
ciências e as demais disciplinas estarão presen-
tes. Contribuindo assim, com a apropriação 
de saberes, competências e na construção do 
sujeito transformador do seu meio, agente de 
mudança e compreensão crítica das questões 
ambientais. 
Fazendo com que os educandos desenvolvam 
interesse pelas questões socioambientais e que 
venham a adquirir conhecimentos necessários 
para analisar e tornar-se parte integrante nas 
resoluções de problemas ambientais, numa 
visão local, nacional e global. Orientação re-
forçada pela Conferência Intergovernamental 
sobre Educação ambiental de Tbilisi, realizada 
na Georgia em 1977.
A temática deve, portanto ser trabalhada a 
partir da problemática, que atinge direta-
mente o público objetivo, fazendo diagnose, 
dimensionando os problemas, visualizando e 
trabalhando também questões ambientais de 
ordem planetária. Para tanto se deve trabalhar 
a sensibilização e o envolvimento dos alunos 
levando conhecimentos para tomada de cons-
ciência e a compreensão crítica da complexida-
de do mundo atual.
Figura 03 - http://www.aquarelladesentupidora.com.br/
blog/10-dicas-educacao-ambiental-desentupidoras/
capítulo 216
2. A gEOgrAfIA numA
 pErspECtIVA dE 
 AtEndImEntO A 
 dIVErsIdAdE E 
 COntExtuALIzAçãO
 dAs quEstõEs 
 AmBIEntAIs
Vivemos numa diversidade ambiental, conse-
guimos ser diferentes em tudo, socialmente, 
culturalmente, na personalidade, na forma fí-
sica, na atitude, e neste contexto conseguimos 
nos diferenciar de outros animais, outros seres 
vivos, mas não são mais do que eles, nesta di-
versidade, todos tem seu papel, sua importân-
cia, sendo essenciais ao equilíbrio do Planeta.
Para estudarmos geografia numa perspectiva 
ao atendimento da diversidade e contextuali-
zação das questões ambientais entre os indiví-
duos e o meio natural, nos deparamos, com o 
seu conceito, que segundo Aurélio, 1997, nos 
apresenta que a geografia está definida como 
a ciência que tem por objeto a descrição da su-
perfície da Terra, o estudo dos seus acidentes 
físicos, climas, solos e vegetação, e das rela-
ções entre o meio natural e os grupos. 
Partindo da discussão da relação do ser huma-
no com o meio ambiente, vimos que o am-
biente vem sofrendo constantes mutações, 
passando pelas mais diversas transformações 
naturais ou antrópicas. Em que o ser huma-
no, visando atender interesses econômicos e 
sociais provocam modificações no meio am-
biente, intervindo diretamente nos diferentes 
biomas, sem levar em conta o caráter frágil 
dos mesmos.
Nesta lógica muitas dessas mudanças no am-
biente natural estão se tornando irreversíveis, 
tornando a vida na Terra ameaçada, mas gra-
ças aos mecanismos normais de adaptação, a 
natureza se recompõe compensando estas in-
terferências e mantendo o equilíbrio dinâmico 
(ODUM, 1959), mas até quando?
As modificações da camada de ozônio, já afe-
tam a saúde humana e o meio ambiente, tais 
modificações provocadas, sendo boa parte 
delas, pela ação humana, requerem coopera-
ção e ação intergovernamental para minimizar 
suas consequências. A necessidade de prote-
ger a saúde humana e o meio ambiente contra 
efeitos adversos, se faz urgente.
Diante deste fato, surge à necessidade de prá-
ticas sustentáveis, para reversão de tantos pre-
juízos socioambientais, e neste contexto o foco 
na temática ambiental nas aulas das diversas 
disciplinas, irá contribuir para uma sociedade 
mais justa e ambientalmente saudável, porém 
sem o envolvimento das estruturas institucio-
nais privadas e públicas, não surtirão os efeitos 
pretendidos.
 
Devemos dimensionar os problemas sociais, 
econômicos e políticos levando em conside-
ração à crise ambiental. Como também apro-
priar-se do exercício da educação ambiental 
para balizar a reconstrução de valores, cons-
cientização e trabalho da coletividade para 
melhorar qualidade de vida de todos, em que 
visa a Lei 9795/99:
Art. 1º - (...) processos por meio dos quais o indi-
víduo e a coletividade constroem valores sociais, 
conhecimentos, habilidades, atitudes e compe-
tências voltadas para a conservação do meio am-
biente, bem de uso comum do povo, essencial 
à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. 
Figura 04 - http://povosecomunidadestradicionais.zip.net/arch2007-07-
01_2007-07-07.html
capítulo 2 17
Com está análise fica claro, que temos a obri-
gação de contemplar a educação ambiental 
em nossas ações diárias, na escola, na nossa 
vida pessoal, nos diversos níveis etários e so-
ciais, no intuito de formar cidadãos conscien-
tes, engajados e capazes de correlacionar fatos 
e criticar o mundo em que vivemos.
fundamentais para ensiná-los a observar a paisa-
gem. A observação permite explicações sem ne-
cessidade de longos discursos. Além disso, estar 
diante do objeto é muito mais cativante e prazero-
so no processo de aprendizagem (PCN, p 34 1998)
Ao sair além dos muros da escola, ver o mun-
do, o seu território com o olhar de sujeito so-
cial, fazendo diagnose, refletindo, correlacio-
nando, executando conexões a partir daquilo 
que está efetivamente observando. 
A educação vem neste contexto, refletir, trazer 
os questionamentos, fazer com que o enten-
dimento do espaço-tempo, em que estão in-
seridos os educandos, é o mesmo que vimos 
de longe, sem querer nos envolver com os 
problemas existentes, os quais são problemas 
ambientais de todos e, portanto devemos no 
coletivo buscar soluções possíveis.
rEsumO
O texto apresenta uma reflexão sobre a temá-
tica ambiental, localizando no tempo-espaço, 
relacionados com o campo educacional espe-
cificamente com as disciplinas de ciências e 
geografia, mas sempre deixando claro que a 
interdisciplinaridade não se faz unilateralmen-
te, mas sim com envolvimento de todos os su-
jeitos, de todas as disciplinas.
Ao trazer questões ambientais atuais, deixa 
claro que o fazer pedagógico tem que partir 
de projetos contextualizados, envolvimento do 
coletivo de educadores, da gestão escolar e re-
ferendados pela comunidade escolar. 
A prática do ensino de ciências e geografia é 
apresentada no texto sob o enfoque a pers-
pectiva globalizante, contextualizada com a 
realidade, e balizada por questões ambientais. 
Contribuindo, assim para a construção do su-
jeito critico e conhecedor do seu ambiente, 
possibilitando que a sala de aula seja um am-
biente de aprendizagem inovadora.
Confirma-se a urgência de uma prática educa-
cional com caráter interdisciplinar, asseguran-
do que a questão ambiental será discutida em 
todas as disciplinas, com suas especificidades, 
de maneira transversal e associada aos conte-
údos propostos.
E neste cenário o ensino de geografia vem 
como peça importante nas conexões do espa-
ço, dos problemas com as possíveis soluções 
que possam ser trabalhadas a educação am-
biental com o público em geral, envolvendo 
todas as idades e todos os níveis da educação 
formal. Trazendo no seu bojo as premissas es-
tabelecidas pelo Ministério da educação, des-
tacando o processo dinâmico, transformador, 
participativo, abrangente, globalizante, per-
manentes e contextualizador considerando o 
local e o global.
Portanto, a geografia vem no intuito de dialo-
gar com outras disciplinas e contextualizando 
com as questões ambientais, sempre com o 
enfoque amplo, participativo, reflexivo, apre-
sentando possíveis articulações com as demais 
disciplinas, frente aos debates ambientais e 
com percepção sobre o mundo que nos
en-
contramos.
É relevante lembrar que grande parte da compre-
ensão da Geografia passa pelo olhar. Saídas com 
os alunos em excursões ou passeios didáticos são 
Figura 05 - http://olharsobreaterra.spaceblog.com.br/119908/
Educacao-Ambiental/
capítulo 218
rEfErÊnCIAs
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda e 
J.E.M.M, Editores, Ltda. São Paulo, 2001
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Educação para atuar na gestão ambiental. Anais, 
2003.
MEDINA, N. Educação ambiental: Uma nova 
perspectiva. Série Cadernos, 2002.
1. Como a prática interdisciplinar poderá con-
tribuir nas aulas de ciências e geografia?
2. Devemos desenvolver a prática da educa-
ção ambiental voltada somente às ques-
tões relacionadas aos componentes natu-
rais? Explique.
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