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Trauma Cirúrgico HOMEOSTASE Define a tendência do organismo em manter constante o seu meio interno. Hematose: troca gasosa no pulmão. Não confundir. Equilíbrio – desafiado constantemente por situações de estresse (trauma, infecções, cirurgias e psicológicas). Respostas adaptativas ocorrem para restaurar o equilíbrio perdido. Lise celular, liberação de mediadores inflamatórios e ativação imunológica. O organismo promove uma série de reações orgânicas que buscam reencontrar a homeostase. Resposta celular gradual, progressiva, previsível e bem estabelecida. Resposta orgânica natural do organismo para permitir a cicatrização tecidual, combate à infecção e manutenção da homeostase. Respostas excessivas são deletérias, causando disfunções orgânicas. SIRS – Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica. Se não há tratamento, o organismo fica todo inflamado, havendo o desequilíbrio exacerbado e complicações, podendo culminar ao óbito. É um passo para ocorre Sepse – infecção generalizada, podendo culminar em Choque Séptico. RESPOSTA METABÓLICA É o conjunto de alterações neuroendócrinas e imunológicas que ocorrem após a injúria, com objetivo de reestabelecer a homeostase. É um mecanismo para reestabelecer o equilíbrio. O aumento da secreção de hormônios hipofisários, a ativação do sistema nervoso simpático e a liberação de citocinas pró-inflamatórias constituem as principais alterações metabólicas associadas ao trauma. SNC (encéfalo e medula espinhal). Ocorreu uma injúria (incisão no membro anterior) → as vias nociceptivas (sensitivas) vão para a via eferente até o SNC. Lesão reconhecida pelo SNC (no hipotálamo e age na hipófise) → a hipófise libera o ACTH (adrenocorticotrópico) no sangue para a adrenal vai ter o aumento de cortisol → queda da imunidade → aumento da adrenalina (aumento da FC e FR) – sinais de dor → no pâncreas libera Glucagon (aumenta a glicose do sangue). No sistema imunológico → liberação de citocinas, interleucinas, interferon a, diminuição da insulina, testosterona, aumento de GH... Mudanças no metabolismo → aumento da lipólise (quebra da gordura) → aumento de açúcar no sangue. Gliconeogênese hepática → aumenta o açúcar no sangue. Degradação muscular e de proteínas.GH aumenta. Clínica: febre, aumento da FC e FR e midríase. Ato cirúrgico → Injúria tecidual Quanto + correta a técnica operatória, menor será a resposta inflamatória e menos complicações. INFLAMAÇÃO Origem: latim Inflammatio = “atear fogo”. Definição: é a resposta local do tecido vascularizado agredido, caracterizada por alterações do sistema vascular, dos componentes líquidos e celulares. A incisão é reconhecida, há deslocamento de mediadores inflamatórios que fazem vasodilatação para promover o acesso das células necessárias para debelar o processo inflamatório. É um processo fisiológico dinâmico! Presente nos locais que sofreram agressão, promovendo perda da homeostase. Físicos – Químicos – Microbiológicos Processo inflamatório →Visa compensar as alterações teciduais → Reações teciduais (vasculares) → Contenção e destruição do agente agressor Aguda: resposta abrupta e rápida, caracterizada por alterações do tecido vascular e aumento da permeabilidade. Crônica: resposta paulatina e proliferativa de longa duração, caracterizada por degeneração e resposta celular. Aguda: Mediador inflamatório – Histamina. Rubor/Calor (vasodilatação). Tumor (extravasamento plasmático). Dor (compressão das terminações nervosas). Crônica: Mediador – Derivados do Ácido Aracdônico (cascata de inflamação). Calor (periférico e central). Tumor (extravasamento plasmático com proteínas). Dor (diminuição do limiar – hiperalgesia). Resposta celular (leucotrienos). SINAIS CARDINAIS DA INFLAMAÇÃO No crônico há perda da função. Tentativa de reparo e exacerbada e não controlada. Ocorreu trauma → haverá ruptura da membrana celular → liberação da enzima fosfolipase sobre o ácido aracdonico. Há duas vias de ação no processo da cascata da inflamação: Via lipoxigenase → haverá substancias ligadas a inflamaçãoe a processos alérgicos. Via Cicloxigenase → COX-1 e COX-2. Na COX-1 tem substancias fisiológicas, na COX-2 tem substancias álgicas ligadas a inflamação. Quanto mais seletivo para COX-2 melhor o antiinflamatório. INFLAMAÇÃO Fase Irritativa: modificação morfológica e funcional dos tecidos com liberação de mediadores químicos. Fase Vascular: alterações hemodinâmicas da circulação e de permeabilidade vascular local. Fase Esxudativa: exsudato plasmático celular devido ao aumento da permeabilidade vascular. Fase Degenerativa-necróptica composta por células degenerativas derivadas da ação direta do agressor ou das modificações funcionais. Fase Produtiva-reparativa: reparação dos elementos teciduais danificados. FATORES QUE ALTERAM DA INFLAMAÇÃO Agente agressor: físico – fonte geradora, químico – compostos ativos, biológicos – espécie, família e gênero. Organismo (estado fisiológico, idade, sexo, raça, nutrição, período hormonal, lactação e gestação. Anatômico: osso, músculo e órgãos parenquimatosos. Por que combater o processo inflamatório se ele é um fenômeno protetor? Como controla-lo? Técnica cirúrgica adequada! Métodos: Físicos – resfriamento local – casos agudos. Farmacológicos – anti-inflamatórios (AIEs/AINEs) e outras substâncias. Existem agentes que não são anti-inflamatórios, eles tem ação anti-inflamatória, como o gelo, que não está envolvido na cascata da inflamação. ANTII-NFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS (AIES) Potência anti-inflamatória: Tempo de duração Atividade imunossupressora Capacidade em reter sódio em água ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINES) Ação: inibição das enzimas ciclo-oxigenases, diretamente envolvidas na produção de prostaglandinas. COX 1 → enzimas constitutivas de eventos fisiológicos. COX 2 → gênese e manutenção do processo inflamatório. COX 3 → estudos ainda inconclusivos. Ação: não agem na inibição dos leucotrienos! Efeitos – analgésicos, antipiréticos, anticoagulantes e antioxidantes. AINES agem em COX-1 e COX-2, quanto mais seletivo para COX-2 é melhor, pode utilizar por um período mais longo. AIES E AINES Ação comum: diminuição da produção de prostaglandinas. Efeitos colaterais: úlceras TGI, toxicidade hepática, inibição da função renal, bloqueio da agregação plaquetária, reação de hipersensibilidade. Os esteroidais agem na fosfolipase 2 e os não esteroidais agem em COX-1 e COX-2. Não são Anti-inflamatórios: Não agem sobre os mediadores inflamatórios!!! Outro mecanismo de ação. Dimetilsufóxido (DMSO) Hialuronidase Cânfora Mentol Apresentam ação antiflogística e/ou anti-edematosa. Gelo – ação anti-inflamatória. DOR Sensação e experiência emocional de desconforto associada a um atual ou potencial dano de tecidos que envolve mecanismos de transferência de sinais neuronais e mediadores de transferência de informações internas do organismo, tanto fisiológicas quanto patológicas. Quando no processo inflamatório, a dor é causada por compressão das fibras nervosas locais devido ao acúmulo de líquidos e de células provenientes da tumefação. O estresse é causado pelo hormônio cortisol, ou seja, se o cortisol está aumentado, haverá uma retroalimentação (feedback +) nesse mecanismo. Sistemas envolvidos: simpático-medular e hipófise- adrenal. Há liberação de catecolaminas (adrenalina), aumentando FC, podendo causar arritmia e óbito. Vasocontricção vai aumentar a PA. Nas adrenais (cortisol no sangue), haverá efeitos gerais sistêmicos e comprometimento do sistema imune e reparação tecidual. Bloqueio anestésico– evita a formação da percepção da dor. Anestesia epidural ou do plexo braquial. Transdução (sensibilidade na extremidade do membro) pode utilizar antiinflamatórios, opióides e anestésicos locais. Transmissão: do membro periférico até a medula, pode utilizar anestésicos locais e a2-agonistas (xilazina e dexametomidina). Anestesia epidural (opioides, xilazina, ketamina e antiinflamatórios). EFEITOS HEMODINÂMICOS Se não haver anestesia adequada há diminuição de DC, PA e flux sanguíneo, havendo falhas renais agudas pós-operatórias. Hipotensão renal: se não colocar um fluxo para substituir alterações hemodinâmicas que houve com a vasodilatação com uso de Acepromazina, assim que reestabelecer o fluxo renal, daqui a 10 dias, o animal apresenta prostração e haverá insuficiência renal aguda. Midazolam: menos alterações hemodinâmicas Aumento da permeabilidade capilar causa perda de líquido sanguíneo, havendo uma hemoconcentração “enlameado”. Fazer apoio hemodinâmico! CONSIDERAÇÕES FINAIS Inflamação/Dor/Distúrbios Hemodinâmicos Negligenciados Aumento da morbidade pós-operatória Entendimento Controle e correção
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