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Aula 04 - Principais Causas e Origens de Refugiados

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Alexandre Alves 
História 2022/2 
Tópicos em Deslocamento Forçado e Refúgio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alexandre Alves 
 
 
 
 
 
01 – As Origens dos Refugiados 
O documento mais completo em termos estatístico para se analisar o fluxo mundial de 
refugiados é o Global Trends, publicação do ACNUR destinada a divulgação dos dados 
de refúgio. De acordo com o documento, 69% dos refugiados no ano de 2021 tinham 
como origem apenas 05 países: Síria, Venezuela, Afeganistão, Sudão do Sul e Myanmar. 
O maior número é 6,8 milhões de refugiados que tinham como origem a Síria. Esse 
número corresponde a incríveis 27% da população mundial de refugiados (ACNUR, 
2021). Considerando os eventos de 2022 no leste europeu, é bem provável que o 
próximo relatório inclua a Ucrânia como uma das principais origens. Além dos 05 países 
citados, também são destaques a República Democrática do Congo, Sudão, Somália, 
República Centro Africana e Eritreia, todos países do continente africano. 
Apesar de não ser o foco da disciplina, é interessante analisar, mesmo que brevemente, 
as causas internas/externas dos três principais países de origem, acima citados que 
originaram o imenso fluxo de refugiados pelo globo (Síria, Venezuela e Afeganistão). 
Para o caso brasileiro, é de especial interesse os casos da Venezuela e Síria, algumas 
das principais origens dos refugiados que chegam até o Brasil. Além dos três, vale 
mencionar também Angola, uma importante origem de deslocados para o Brasil, em 
específico. Hoje, Angola figura como a segunda principal origem das solicitantes de 
refúgio no Brasil. 
Síria: A Síria é hoje a principal origem de refugiados e a causa está na persistente guerra 
civil que assola o país desde 2011. Contudo, para entender o conflito é preciso retomar 
a chegada ao poder, em 1978, de Hafez al-Assad, pai do atual presidente Bashar al-
4. Principais Causas e Origens 
de Refugiados 
 
 
 
 
Alexandre Alves 
História 2022/2 
Tópicos em Deslocamento Forçado e Refúgio 
 
Assad. O presidente permitiu que vários alauítas1 chegassem ao poder, iniciando uma 
onda de insatisfação em questão de credo religioso. O conflito atual, no entanto, só se 
delineou de fato em 2011 quando diversos jovens foram torturados e punidos devidos 
às manifestações da Primavera Árabe2. 
Dentro do contexto de repressão, muitos grupos oposicionistas se formaram, dando 
início a um conflito armado. Nesse cenário, podemos citar as forças pró-governo de 
Bashar al-Assad, os grupos guerrilheiros rebeldes contra o governo, grupos religiosos 
extremistas como o Estado Islâmico e Frente al-Nusra. Além do Partido Trabalhador 
Curdo, outra instituição que se envolveu no conflito. (SOARES, 2018) Todos esses grupos 
envolvidos em um conflito armado, transformou a Síria em um dos cenários de guerra 
mais persistentes e aterrorizantes dos últimos anos3. 
“Segundo o Centro Sírio de Pesquisa Política mais de 470 mil 
pessoas morreram nos primeiros 5 anos de conflito, além de mais 
de 1,9 milhão de feridos. Ou seja, número de afetados 
diretamente pela guerra representa 11% da população do país. 
Ainda, 70 mil pessoas teriam perecido por não ter acesso à água, 
comida ou cuidados médicos, como veiculado na reportagem 
realizada pelo jornal inglês The Guardian4.” (SOARES, 2018) 
Venezuela: A Venezuela do século XX passou por grandes impactos sociais com 
consequências para o quadro atual. Contudo, foi no Governo de Carlos Andrés Pérez 
que estourou a crise venezuelana, quando os gastos públicos e o endividamento eram 
intensos e o petróleo que vinha de seguidas altas no preço, declinou, jogando o país no 
caos econômico. Em 1989 ocorre o “Caracazo”, quando Hugo Chávez tentou dois 
golpes de estado, fracassados e que levou a perda de seus direitos políticos, 
recuperados apenas em 1994. Chávez se manteve no poder de 1999 até 2013, quando 
faleceu vítima de câncer. Sua proposta era populista e de formação de uma república 
socialista por vias constitucionais, sendo uma primeira alternativa latino-americana ao 
Consenso de Washigton. Já final do Governo Chávez, o cenário estava delicado, com 
o barril de petróleo em preços baixos e os gastos públicos bastantes elevados, voltando 
o mesmo cenário de crise já descrito. (PEREIRA, 2020) 
Quem assumiu o poder foi Nicolás Maduro que deu continuidade a quase todas as 
propostas de Chávez. Maduro também herdou todos os problemas econômicos e 
instabilidade política. O governo de Maduro passou por diversos desafios e insatisfação 
de diversos setores, levando o presidente a tomar medidas pouco democráticas. Em 
2016, Juan Guaidó chegou a se autoproclamar presidente do país. As eleições seguintes 
foram consideradas fraudulentas, mesmo assim, foi suficiente para manter Maduro no 
poder. (PEREIRA, 2020) 
O quadro econômico é o grande desafio da Venezuela que, para suprir o déficit 
público, imprimiu mais dinheiro, gerando um aumento ainda maior da inflação e 
 
1 Crença pré-maometana que possui muitos adeptos na Síria. 
2 Série de manifestações populares que se espalhou por países do Norte da África e do Oriente 
Médio. Essas manifestações, organizadas principalmente por meio das redes sociais, buscavam 
combater governos autoritários, religiosos ou não. 
3 O Brasil chegou a conceder visto humanitário para todo Sírio que solicitasse refúgio no país. Na 
prática, o visto concedido dessa forma dispensava boa parte do processo de reconhecimento da 
condição de refugiado, agilizando a estabilização deles no país. (SILVA e FERNÁNDEZ, 2019) 
4 REPORT on Syria conflict finds 11.5% of population killed or injured. The Guardian. 2016. Disponível em: 
https://www.theguardian.com/world/2016/feb/11/report-on-syria-conflict-finds-115-of-population-
killed-or-injured Acesso em: 1 ago. 2016. 
https://www.theguardian.com/world/2016/feb/11/report-on-syria-conflict-finds-115-of-population-killed-or-injured
https://www.theguardian.com/world/2016/feb/11/report-on-syria-conflict-finds-115-of-population-killed-or-injured
 
 
 
 
Alexandre Alves 
História 2022/2 
Tópicos em Deslocamento Forçado e Refúgio 
 
causando desabastecimento de produtos. Nesse cenário, boa parte da população 
passou a não conseguir mais suprir as necessidades mais básicas e, associado a um 
abandono por parte do governo, acabou saindo do país e solicitando refúgio em 
diversos locais do mundo, como o Brasil, por exemplo. (PEREIRA, 2020) 
Afeganistão: Apesar de o Afeganistão ter ganhado notoriedade internacional apenas 
no ano passado, devido a retomada de poder pelo Talibã5, o país é uma importante 
origem de refugiados por conta do conflito interno. Podemos retomar a crise afegã ao 
ano de 2001 quando Osama bin Laden, líder da Al-Qaeda, foi acusado como 
responsável pelos ataques às torres gêmeas no famoso 11 de setembro. Como, naquela 
ocasião, o Talibã se recusou a entregar o suspeito, os EUA, com apoio do ocidente, 
iniciaram uma incursão militar ao Afeganistão. A incursão foi rápida e bem-sucedida em 
termos militares, removendo o poder local e iniciando um governo pró-ocidente. 
Contudo, o Talibã, junto com outros grupos, iniciara uma série de insurgências e ataques 
terroristas, iniciando mais uma crise humanitária. Só no ano de 2006 foram mais de 139 
ataques suicidas e 1600 bombas detonadas. (FELÍCIO et al, 2017) 
A situação se tornou especialmente complicada com a saída gradual das tropas 
americanas do território afegão. Apesar de ser algo já esperado, o governo local não 
estava preparado para manter um poder duradouro. Em 2021, dessa forma, o Talibã 
retoma o poder e volta a instaurar um governo religioso. Em termos de repressão, as 
mulheres e minorias são grupos especialmente impactados. O que ampliou a crise 
mundial de refugiados. 
“O conflito apresentou números significativos. Estimativas 
apontam para a morte de pelo menos 40 mil civis e mais de 3 
milhões de refugiados, números semelhantes ao do conflito sírio,iniciado em 2011 e que hoje é tido como a pior crise humanitária 
desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) pelo Alto 
Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). Um 
relatório publicado pela ONU apontou que 2014 foi um dos anos 
mais violentos da história do Afeganistão, computando 3669 civis 
mortos. Destes, 714 eram crianças. Houve um aumento de 22% no 
número de mortes em relação ao ano anterior. Ou seja, a 
coligação que desencadeou a invasão a um dos países mais 
pobres do mundo e rapidamente derrotou o governo do Talibã foi 
incapaz de garantir a paz.” (FELÍCIO et al, 2017) 
Angola: O país africano vinha de um cenário de conflito desde o período da 
colonização portuguesa. Em 1975, após o Acordo de Alvor, Angola conquistou sua 
independência em relação a Portugal. Logo em seguida, o Movimento Popular para a 
Libertação de Angola (MPLA), a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e a 
União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) criaram um governo 
transitório. No entanto, o poder não foi duradouro, desintegrando-se em menos de um 
ano, e dando início a chamada Guerra Civil Angolana, o mais duradouro e sangrento 
conflito interno africano da idade moderna. Na prática o MPLA e a UNITA travaram uma 
guerra pelo poder no país até o ano de 2002, quando do cessar fogo. Vale destacar 
junto a participação de Estados estrangeiros no conflito, como EUA e a URSS, já que 
 
5 O Talibã é uma organização fundamentalista sunita que surgiu no Afeganistão, em 1994, durante a 
Guerra Civil Afegã. O grupo governou o país de 1996 até 2001 e retornou ao poder com a saída das 
tropas estadunidenses no ano de 2021. 
 
 
 
 
Alexandre Alves 
História 2022/2 
Tópicos em Deslocamento Forçado e Refúgio 
 
vigorava a chamada Guerra Fria6. (SILVA, 2018) A Guerra Civil Angolana foi responsável 
por um forte fluxo de refugiados pelo mundo, sendo o Brasil um importante país anfitrião 
para esse povo. Mesmo após o cessar-fogo, as graves e generalizadas violações de 
direitos humanos mantém o cenário de caos no país, justificando a grande quantidade 
de deslocados. Boa parte das manifestações e posições contrárias ao MPLA são 
reprimidas, em muitos casos, com violência. 
“Podemos concluir que a guerra civil de Angola, foi mais um conflito fruto 
do colonialismo europeu que sucumbiu com todas as riquezas deste 
continente, e com o tratado de Berlin de 1878, que repartiu o território 
africano entre as potências europeias, sem levar em conta as 
características étnicas e religiosas. Deste modo, os povos da mesma etnia 
e religião se viam separados e povos rivais eram colocados lado a lado 
no mesmo território, tendo sido este um dos principais motivos das guerras 
civis e genocídios no continente africano.” (SILVA, 2018) 
 
 
 
6 A Guerra Fria é o nome que damos ao conflito político e ideológico que se estendeu do final da 
década de 1940 até o ano de 1991. Esse acontecimento teve como protagonistas os Estados Unidos e 
a União Soviética, países que representavam duas ideologias distintas que eram o capitalismo e o 
socialismo, respectivamente. 
 
 
 
 
Alexandre Alves 
História 2022/2 
Tópicos em Deslocamento Forçado e Refúgio 
 
03 – Referências Bibliográficas 
ACNUR. Acnur Brasil, 2022. Agência da ONU para Refugiados (Brasil). Disponível em: 
https://www.acnur.org/portugues/ Acesso em agosto/setembro de 2022. 
ACNUR. Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados. 28 de julho de 1951. 
Disponível em: 
https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BDL/Convencao_relativa_ao
_Estatuto_dos_Refugiados.pdf Acesso em 12 de setembro de 2022. 
ACNUR. Declaração de Cartagena. 22 de novembro de 1984. Disponível em: 
https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BD_Legal/Instrumentos_Inter
nacionais/Declaracao_de_Cartagena.pdf Acesso em 01 de setembro de 2022. 
ACNUR. Protocolo de Nova Iorque Relativo ao Estatuto dos Refugiados. 04 de outubro 
de 1967. Disponível em: 
https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BD_Legal/Instrumentos_Inter
nacionais/Protocolo_de_1967.pdf Acesso em 27 de agosto de 2022. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: 
Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 
BRASIL. Lei 9.474/1997. Define mecanismos para a implementação do Estatuto dos 
Refugiados de 1951, e determina outras providências. Brasília: Governo Federal (1997). 
BRASIL. Lei 13.445/2017. Institui a Lei de Migração. Brasília: Governo Federal (2017). 
COSTA, Márcio José da Silva. Problemas que ninguém quer: Arquitetura e Urbanismo 
na solução da problemática dos refugiados. 2016. 216f. Dissertação (mestrado em 
arquitetura) Faculdade de Arquitetura. Universidade de Lisboa, Lisboa, 2016. 
COSTA, Roberto Braga. PAVEZ, Christianne Magalhães Pereira. Habitação temporária 
para refugiados: as características do povo venezuelano e suas necessidades no 
habitar. In: XI Encontro Nacional sobre Migrações. 11., 2019, São Paulo. Anais 
Eletrônicos do XI Encontro Nacional sobre Migrações. São Paulo, 2019. 
FELÍCIO, Luís Felipe Mendes. Afeganistão: A Continuidade do Grande jogo. Série 
Conflitos Internacionais, São Paulo, v. 4, n. 4, p. 1-8, ago./2017. 
FERNANDES, J. D. M. Coordenação e desafios do processo administrativo de refúgio no 
Brasil. Revista do Serviço Público (RSP), Varginha – Minas Gerais, v. 72, n. 3, p. 505-528, 
jul./2021. 
GOVERNO FEDERAL. Ministério da Justiça e Segurança Pública: CONARE. Comitê para 
Refugiados. Disponível em: https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/seus-
direitos/refugio/institucional Acesso em agosto/setembro de 2022. 
PEREIRA, Bruna de Paula Miranda. A resposta do Brasil à crise de refugiados 
venezuelana: uma análise das ações humanitárias desenvolvidas. 2020. 98f. 
Dissertação (mestrado em ação humanitária, cooperação e desenvolvimento) 
Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2020. 
SOARES, J. V. S. A Guerra Civil na Síria: Atores, Interesses e Desdobramentos. Série 
Conflitos Internacionais, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 1-8, fev./2018. 
https://www.acnur.org/portugues/
https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BDL/Convencao_relativa_ao_Estatuto_dos_Refugiados.pdf
https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BDL/Convencao_relativa_ao_Estatuto_dos_Refugiados.pdf
https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BD_Legal/Instrumentos_Internacionais/Declaracao_de_Cartagena.pdf
https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BD_Legal/Instrumentos_Internacionais/Declaracao_de_Cartagena.pdf
https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BD_Legal/Instrumentos_Internacionais/Protocolo_de_1967.pdf
https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BD_Legal/Instrumentos_Internacionais/Protocolo_de_1967.pdf
https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/seus-direitos/refugio/institucional
https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/seus-direitos/refugio/institucional
 
 
 
 
Alexandre Alves 
História 2022/2 
Tópicos em Deslocamento Forçado e Refúgio 
 
SILVA, Antônio Carlos Matias da. Angola: história, luta de libertação, independência, 
guerra civil e suas consequências. NEAPI em Revista. [S.I.], V. 4. n.4, p. 1-15. 2018. 
SILVA, G. J; CAVALCANTI, L; OLIVEIRA, T; MACEDO, M. Refúgio em Números, 5ª Ed. 
Observatório das Migrações Internacionais; Ministério da Justiça e Segurança 
Pública/Comitê Nacional para os Refugiados. Brasília, DF: OBMigra, 2020. 
SILVA, G. S. D; FERNÁNDEZ, Thaís Dutra. O acolhimento de refugiados sírios e o discurso 
adotado internacionalmente: Uma análise comparativa entre o Brasil e a França. 
Revista de Direito Brasileira, Florianópolis - SC, v. 26, n. 10, p. 66-83, ago./2020. 
SOUSA, Suzyanne Valeska Maciel de. O Conceito de Refugiado: Historicidade e 
Institucionalização. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 30, 2019, Recife. Anais do 30º 
Simpósio Nacional de História da ANPUH. Recife: ANPUH, 2019. 
UNHCR. Global Reports, 2021: The stories behindthe numbers, 2022. Disponível em: 
https://reporting.unhcr.org/globalreport2021 Acesso em agosto/setembro de 2022. 
UNHCR. Global Trends, 2021: Forced Displacement in 2021, 16 June 2022. Disponível em: 
https://www.unhcr.org/publications/brochures/62a9d1494/global-trends-report-
2021.html Acesso em agosto/setembro de 2022. 
UNHCR. UNHCR, 2021. The UN Refugee Agency. Disponível em: https://www.unhcr.org/ 
Acesso em junho de 2021. 
 
 
 
 
 
Alexandre Alves 
História 2022/2 
Tópicos em Deslocamento Forçado e Refúgio 
 
04 – Questão de Concurso 
Ano: 2020 Banca: NUCEPE Órgão: Prefeitura de Timon - MA Prova: NUCEPE - 2020 - 
Prefeitura de Timon - MA - Professor Educação Básica - Geografia 
 
Estima-se que o número de venezuelanos vivendo no exterior tenha crescido de pouco 
mais de 700.000 em 2015 para mais de 3.000.000 em 2018, com um forte elemento de 
migração regional no subcontinente Sul-Americano. Destes três milhões de 
venezuelanos no exterior, 2.400.000 estão vivendo na América do Sul. Até 2015, o 
número de imigrantes venezuelanos na região era de aproximadamente 89.000 
pessoas. Ou seja, em um período de dois anos a migração regional venezuelana na 
região multiplicou-se 27 vezes. 
OTERO, G; TORELLY, M; RODRIGUES, Y. A atuação da organização 
internacional para migrações no apoio à gestão do fluxo migratório 
venezuelano no Brasil. In: BAENINGER, R; SILVA, J. C. J. (Coord.). Migrações 
Venezuelanas. Campinas-SP: Nepo/Unicamp, 2018. 
O Brasil tem sido um dos principais destinos dos migrantes oriundos da Venezuela. Eles 
deixaram o país de origem em função da crise 
A. econômica, pois esse país apresenta uma economia extremamente frágil, 
caracterizada pela hiperinflação, deflagrada sobretudo após a crise nacional 
do petróleo e do modelo socialista bolivariano. 
B. social, com perda progressiva de benefícios sociais historicamente garantidos à 
população, como políticas de transferência de renda, de acesso à educação 
e saúde, além de construção de moradias populares. 
C. humanitária, pois os venezuelanos vêm experimentando uma generalizada 
ausência de proteção do Estado e violação dos seus direitos fundamentais, 
faltando-lhes alimentos, remédios e atendimento de saúde. 
D. política, que iniciou após a morte de Hugo Chávez, chegando ao cenário atual, 
marcado pela inconsistência e disputas entre representantes favoráveis e 
contrários ao regime chavista, resultando numa fragilidade institucional. 
E. institucional, com a perda, pelo regime chavista, da maioria no Parlamento, o 
que começou a gerar uma crise grave em diferentes instâncias, e gerar 
situações de perseguição, intimidação e condenação criminal de oposicionistas 
ao governo. 
 
Resposta: C 
Atualmente os Venezuelanos enfrenta uma crise humanitária com viés econômico. O 
que poderia causar certa confusão com a letra “A”. Contudo, a causa da origem do 
fluxo de pessoas da Venezuela para outros locais está na ausência de proteção do 
Estado e quase impossibilidade de parte da população em acessar comida, água, 
medicamentos, assistência médica, educação etc. Lembrando que nem toda família 
que deixou o país em razão desse cenário, solicitou refúgio em algum país anfitrião de 
refugiados. Nesse sentido, o número de pessoas que deixou a Venezuela obviamente é 
bem superior ao número de venezuelanos solicitantes da condição de refugiados.

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