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CENTRO TEOLÓGICO FATAD
CURSO EM TEOLOGIA MODULAR
ÉTICA CRISTÃ ÉTICA CRISTÃ 
PROF.º JALES BARBOSA
ÉTICA CRISTÃ 
APRESENTAÇÃO
Amados e queridos estudantes, amigos da verdade, povo adquirido, nação eleita.
Graça e paz, da parte de Deus nosso pai, e do nosso Senhor Jesus Cristo.
Grande é a nossa responsabilidade do servo e salvo em Jeová, de anunciar,
apresentar, fazer chegar claramente à todos, da infinita bondade e grandeza, de tão grande
salvação em Cristo Jesus.
Conscientes dessa grande, esplendida, árdua e laboriosa tarefa do ensino da
palavra. E te convidamos para estudar a Santa e maravilhosa palavra de Deus.
Numa serie de apostilas andaremos juntos, passo a passo com, o Senhor Jesus.
Nos evangelhos; seremos missionário com os apóstolos em atos; profetizaremos com Isaias,
Ezequiel, e outros profetas; caminharemos com Moisés pelo deserto, passaremos o Jordão
com Josué; venceremos todos os Golias ao lado de Davi em nome de Jeová;
salmodiaremos canções ao nosso Deus com “Asafe”, teremos a coragem de Débora, a
sabedoria de Salomão, a graça de Jesus, a visão de Paulo, a fidelidade de Samuel,
amaremos e reclinaremos nosso rosto no peito de Cristo, tal qual João.
Venha conosco, seja como os crentes de Beréia (At, 17.10-12), examinando cada
dia as escrituras, você estará tomando posse das bênçãos do Senhor, fortalecendo-se,
aprendendo e falando dessa palavra, você salvará tomando a ti mesmo como seus ouvintes.
(1 Tm 4:16).
Em Cristo Jesus,
A Diretoria
FATAD Prof. Jales Barbosa 2
ÉTICA CRISTÃ 
COMO ESTUDAR ESTE LIVRO
Às vezes estudamos muito e aprendemos ou retemos pouco ou nada.
Isto em parte acontece pelo fato de estudarmos sem ordem nem método.
Embora sucintas as orientações que passamos a expor ser-lhe-á muito útil.
1. Busque a ajuda divina
Ore a Deus dando-lhe graças e suplicando direção e iluminação do alto. Deus pode
vitalizar e capacitar nossas faculdades mentais quanto ao estudo da Palavra de Deus.
Nunca execute qualquer tarefa de estudo ou trabalhos da palavra de Deus sem primeiro
orar.
2. Além da matéria a ser estudada , tenha à mão as seguintes fontes de consulta e
refe-rência:
 Bíblia. Se POSSÍVEL em mais de uma versão.
 Dicionário Bíblico.
 Atlas Bíblico.
 Concordância Bíblica.
 Livro ou caderno de apontamentos -individuais.
 Habitue-se a sempre tomar notas de seus estudos e meditações.
3. Seja ORGANIZADO ao estudar
A. Ao primeiro contato com a matéria procure obter uma visão global da mesma isto é
como um todo. Não sublinhe nada. Não faça apontamentos. Não procure
referências na Bíblia. Procure sim descobrir o propósito da matéria em estudos, isto
é o que deseja ela comunicar-lhe.
B. Passe então ao estudo de cada lição observando a SEQÜÊNCIA dos Textos que a 
englobam. Agora sim à medida que for estudando sublinhe palavras frases e 
trechos-chaves. Faça anotações no caderno a isso destinado.
C. Ao final de cada lição encontra-se uma revisão geral de cada parte do livro perguntas
e EXERCÍCIO que deverão ser respondidas ao termino de cada parte, que deverão
ser respondidas sem consulta ao texto correspondente. responda todas as
perguntas que for POSSÍVEL, logo em seguida volte ao texto e confira as suas
respostas. Fazendo assim VOCÊ chegara a um final do seu estudo, com um bom
aprendizado quanto no conhecimento intelectual e ESPIRITUAL.
FATAD Prof. Jales Barbosa 3
ÉTICA CRISTÃ 
FATAD Prof. Jales Barbosa 4
ÉTICA CRISTÃ 
ÍNDICE
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................... 6
I. DEFINIÇÕES...................................................................................................................................................... 6
A - ÉTICA É TEORIA............................................................................................................................................. 6
B. ÉTICA EVANGÉLICA.......................................................................................................................................... 6
C. MORALIDADE É PRÁTICA.................................................................................................................................. 8
II. TENDÊNCIAS................................................................................................................................................... 9
A. O FATO DA MUDANÇA ÉTICA............................................................................................................................ 9
B. A REVOLUÇÃO ÉTICA ATUAL............................................................................................................................ 9
C. A BUSCA DE DIREÇÕES................................................................................................................................. 10
III. OUTRAS DEFINIÇÕES OU PERSPECTIVAS DA ÉTICA...........................................................................11
IV . A META OU PREOCUPAÇÃO MÁXIMA DA ÉTICA CRISTA:....................................................................12
A - A VONTADE DE DEUS E O SUPREMO BEM......................................................................................................12
V . ÉTICA CRISTA E OUTRAS DISCIPLINAS:..................................................................................................13
A - ÉTICA CRISTA E A TEOLOGIA.........................................................................................................................13
C - ÉTICA CRISTA E A SOCIOLOGIA....................................................................................................................13
D - ÉTICA CRISTA E A FILOSOFIA........................................................................................................................13
VI. MÉTODOS DE SE ESTUDAR A ÉTICA CRISTA...............................................................................13
A. ATRAVÉS DA EXEGESE BÍBLICA......................................................................................................................14
VII BASES DA ÉTICA CRISTA........................................................................................................................... 15
A - O DECÁLOGO............................................................................................................................................... 15
B - ÉTICA DOS PROFETAS................................................................................................................................. 16
C - A ÉTICA DOS SÁBIOS.................................................................................................................................... 17
D - A ÉTICA DO NOVO TESTAMENTO..........................................................................................................18
VIII REGRAS DE CONDUTA PARA NOSSAS VIDAS.......................................................................................20
CORRUPÇÃO..................................................................................................................................................... 20
A. AS CRIATURAS DE DEUS................................................................................................................................ 20
B. CORRUPTOS DESDE O NASCIMENTO....................................................................................................22
C. COMPLETA E TOTALMENTE CORRUPTOS.............................................................................................24IX MOTIVAÇÃO.................................................................................................................................................. 25
A. DEUS VENCE A CORRUPÇÃO EM JESUS CRISTO................................................................................26
B. DEUS EFETUA A RECUPERAÇÃO ATRAVÉS DO ESPÍRITO..................................................................27
C. MOTIVAÇÃO............................................................................................................................................... 28
X NORMAS......................................................................................................................................................... 31
A. NATUREZA E FUNÇÕES DAS NORMAS ÉTICAS E CRISTÃ...................................................................31
B. FORMAS BÍBLICAS DE NORMAS ÉTICAS................................................................................................33
C. LIMITAÇÕES DAS NORMAS ÉTICAS BÍBLICAS.......................................................................................35
D. VALIDADE DAS NORMAS ÉTICAS PARA O CRISTÃO.............................................................................38
XI - FORMAS....................................................................................................................................................... 38
A. CENTRADA EM DEUS................................................................................................................................ 39
B. AMOR E SERVIÇO ÀS PESSOAS..............................................................................................................40
C. AUTO-ACEITAÇÃO..................................................................................................................................... 44
XII RAZÃO.......................................................................................................................................................... 47
A. A RAZÃO REÚNE INFORMAÇÃO..............................................................................................................47
B. A RAZÃO IDENTIFICA ASSUNTOS-CHAVE..............................................................................................48
FATAD Prof. Jales Barbosa 5
ÉTICA CRISTÃ 
C. A RAZÃO ANALISA DADOS......................................................................................................................49
D. A RAZÃO FORMULA PRINCÍPIOS E REGRAS.........................................................................................51
XIII RECURSOS.................................................................................................................................................. 55
A. AJUDA DIVINA............................................................................................................................................ 55
B. OS MEIOS DA AJUDA DIVINA................................................................................................................... 57
XIV FRACASSO.................................................................................................................................................. 61
A. O CRISTÃO COMO DERROTADO.............................................................................................................61
B. DEUS PERDOA O FRACASSO..................................................................................................................63
XV PROGRESSO................................................................................................................................................ 67
A. O CRISTÃO PODE PROGREDIR...............................................................................................................67
A. RECONHECIMENTO......................................................................................................................................... 69
B. RESISTÊNCIA.................................................................................................................................................. 69
A. PERCEPÇÃO................................................................................................................................................... 70
B. DETERMINAÇÃO.............................................................................................................................................. 70
C. CORAGEM...................................................................................................................................................... 70
C. O CRISTÃO DEVE PROGREDIR...............................................................................................................70
A. DESONRA A DEUS.......................................................................................................................................... 71
B. PRIVA AS PESSOAS........................................................................................................................................ 71
C. AMEAÇA O EU................................................................................................................................................ 72
A. HONRA A DEUS.............................................................................................................................................. 72
B. BENEFICIA A OUTROS..................................................................................................................................... 72
C. SATISFAZ E RECOMPENSA O EU..................................................................................................................... 73
XVI CONSCIÊNCIA............................................................................................................................................. 73
A. NATUREZA E FUNÇÃO DA CONSCIÊNCIA..............................................................................................74
B. A CONSCIÊNCIA E O PADRÃO MORAL....................................................................................................75
C. POTENCIAL E LIMITAÇÕES...................................................................................................................... 76
D. O MINISTÉRIO DE DEUS À CONSCIÊNCIA..............................................................................................77
XVII PROGRESSO.............................................................................................................................................. 79
A. PROCURE A ORIENTAÇÃO E FORÇA DO ESPÍRITO............................................................................................80
B. ANALISE E PESQUISE A QUESTÃO................................................................................................................... 81
C. ADMITA A CORRUPÇÃO EM VOCÊ E NOS OUTROS...........................................................................................82
D. IDENTIFIQUE, INTERPRETE E APLIQUE AS NORMAS BÍBLICAS............................................................................82
E. EXAMINE, CORRIJA, E FORTALEÇA OS MOTIVOS..............................................................................................83
F. ESTABELEÇA OBJETIVOS ADEQUADOS............................................................................................................84
G. DETERMINE E EMPREGUE MEIOS APROPRIADOS.............................................................................................85
H. DEPENDA DOS RECURSOS ESPIRITUAIS E MORAIS..........................................................................................86
I. CONDUZA AVALIAÇÃO ADEQUADA....................................................................................................................87
J. CONFIE NO PERDÃO DE DEUS.........................................................................................................................87
XVII CÓDIGOS DE ÉTICA................................................................................................................................. 88
I - MINHA CONDUTA PESSOAL.....................................................................................................................88
II - MINHAS RELAÇÕES COM A IGREJA.......................................................................................................88
III - MINHAS RELAÇÕES COM OS COLEGAS...............................................................................................89
IV - MINHAS RELAÇÕES COM A DENOMINAÇÃO.......................................................................................90
V - MINHAS RELAÇÕES COM A SOCIEDADE..............................................................................................91
CÓDIGO DE ÉTICA PASTORAL........................................................................................................................91
CAPÍTULO I..................................................................................................................................................... 91
CAPÍTULO II.................................................................................................................................................... 92
CAPÍTULO III................................................................................................................................................... 92
CAPÍTULO IV................................................................................................................................................... 93
CAPÍTULO V.................................................................................................................................................... 94
CAPÍTULO VI................................................................................................................................................... 95
CAPÍTULO VII.................................................................................................................................................. 96
BIBLIOGRAFIA................................................................................................................................................... 97
FATAD Prof. Jales Barbosa 6
A
ÉTICA CRISTÃ 
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
I. DEFINIÇÕESI. DEFINIÇÕES
 discussão séria de qualquer assunto requer uma definição de termos. Isto é
especialmente verdadeiro quando o objeto é a ética.
Como você definiria o termo ética? Que imagens, conceitos ou ações está palavra traz à sua
mente? Que disposição ou implicações você associa a ela? Como comparar "ética" com "moral" ou
"moralidade"? De que forma elas são parecidas? E em que são diferentes?
Por outro lado, a maioria das pessoas tem uma impressão geral do que seja ética. Sabem
que certo e errado são associados a ela, além de, talvez, regras e padrões de conduta. A
consciência parece, de alguma forma, pertencer à ética. Entretanto, sem uma considerável parcela
de reflexão e experiência, poucos podem produzir uma definição suficientemente completa e precisa.
É bastante difícil distinguir ética de moral. Elas são freqüentemente utilizadas como sinônimas,
mesmo por especialistas. Entretanto, de alguma forma, elas têm diferentes marcas e sentimentos.
Como denotaremos está diferença?
Qualquer definição de termos tende a ser, de algum modo, arbitrária. Basicamente, as
palavras significam, para nós, o que queremos que signifiquem e seus significados podem variar de
situação para situação.
A - Ética É Teoria
Ética, como o termo é usado aqui, é teoria. É um exercício intelectual, um processo de
reflexão, análise, decisão e avaliação. O propósito do empreendimento ético é decidir o que é certo e
o que é errado de se fazer. Sua preocupação principal é a conduta apropriada, mas também
considera as atitudes e os motivos dos quais a conduta resulta. Para se trabalhar com ética, tal como
é concebida, é preciso ter um conjunto adequado de princípios, linhas de ação, diretrizes e um
processo viável, através do qual os princípios são aplicados aos problemas e assuntos com os quais
se defrontam. 
Ética, entendida desse modo, acontece tanto na cabeça quanto no coração. Ela envolve
pensamento e julgamento, tanto quanto compromisso.
B. Ética Evangélica
Uma abordagem evangélica da ética é um método de determinar o certo e o errado que surge
de uma dada compreensão e Interpretação da mensagem cristã. Ética evangélica é antes de tudo
ética cristã. Naturalmente, é possível desenvolver ética funcional de hipóteses e crenças de outras
perspectivas cristãs e de religiões não cristãs. É até mesmo possível desenvolver ética não
relacionada com qualquer ponto de vista religioso. Na verdade grande parte da ética é construída
mais sobre fundamentos filosóficos que religiosos. Contudo, apresentamos aqui uma abordagem que
é religiosa e não filosófica; cristã em vez de não cristã; evangélica e não, por exemplo, liberal,
ortodoxa ou católica romana.
FATAD Prof. Jales Barbosa 7
ÉTICA CRISTÃ 
1. O Cristocentrismo
Para que a ética seja evangélica deve refletir a ênfase básica de cristãos evangélicos, Antes
de tudo, deve ser cristocêntrica. Isto significa que deve manter Cristo e sua ação redentora no centro
da discussão. Ele deve ser considerado não apenas fonte de perdão e vida eterna, mas também
fonte de orientação ética e de poder de transformação. Colocado numa linguagem teológica não
apenas a justificação, mas também a santificação deve ser reconhecida como dom e obra de Sua
graça. Um aspecto vital do cristo cristocentrismo, no entender dos evangélicos, é a distinção entre lei
e evangelho. Para que nossa reflexão ética seja válida, devemos observar cuidadosamente a
diferença entre o que Deus exige e o que Ele dá, bem como a relação entre ambos. De igual modo,
devemos estar conscientes das diferenças entre os dois pontos. Os evangélicos não são, de modo
algum, os únicos cristãos comprometidos com o Cristocentrismo e com a dicotomia lei/evangelho.
Entretanto, tais ênfases são mais proeminentes entre eles do que entre outros.
2. Fundamentada na Bíblia
A outra ênfase básica que deveria caracterizar a ética evangélica é uma visão superior da
autoridade bíblia. O evangelho de Jesus Cristo é o coração da mensagem, como também seu
elemento unificador. A Escritura é a fonte, o registro inspirado do amor expiatório de Deus por nós,
em Jesus Cristo. É também a revelação da Sua vontade para nós. Para saber o que deveríamos
fazer ou evitar na vida, como também em que acreditar, consultamos a Bíblia. Tanto a ética como a
teologia evangélica deveriam ser solidamente baseadas nas Escrituras. A Bíblia é a única fonte e
norma de ensino e prática cristãs.
3. Diversidade
A abordagem ética desenvolvida neste livro, tenta seriamente refletir essas ênfases. Na
medida em que conseguir ser bem-sucedida. ela pode ser chamada de "uma abordagem evangélica
à ética". É uma abordagem evangélica, não a abordagem evangélica.
Não Há um único e definitivo tratamento à ética evangélica e nem todos os filósofos de ética
evangélicos concordam entre si. Há. na verdade. grande diversidade entre os evangélicos, por várias
razões. Nenhum ser humano percebe, compreende ou explica qualquer coisa de forma precisamente
igual a outro. Certamente diferenças denominacionais causam algumas das diversas perspectivas.
Além disso, os dados são menos completos em ética do que em qualquer outra disciplina
teológica. A ética trata. em grande parte. de questões e problemas sobre os quais não temos
nenhum testemunho bíblico explícito e não-ambíguo.Isto significa que. ao tratar de ética, devemos
operar com inferência e opinião humanas e com julgamento mais extensivamente do que em outras
disciplinas. As pessoas são mais inclinadas a discordar de suas próprias opiniões e julgamentos do
que a respeito do que a Bíblia diz.
Assim sendo, nem todos os filósofos de ética têm a mesma visão a respeito das Escrituras.
Alguns consideram toda a Escritura inspirada por Deus e revelação indiscutível. Outros sentem que a
autenticidade e autoridade divinas devem, em certas partes, ser estabelecidas por análise crítico-
histórica.
Finalmente, a proposta básica dos filósofos de ética evangélicos pode variar. Existe uma
abordagem que pode ser chamada de uma abordagem deontológica de regras, que diz que devemos
determinar o certo e o errado através de diretrizes éticas dadas por Deus. Outros profissionais de
ética, incluindo alguns evangélicos, preferem uma abordagem teológica, que determina o certo e o
FATAD Prof. Jales Barbosa 8
ÉTICA CRISTÃ 
errado com base nos resultados esperados. Ainda outros são contextualistas, que tentam determinar
o certo e o errado inteiramente, se não exclusivamente, pela análise do contexto.
Para complicar o quadro ainda mais, devemos admitir que mesmo profissionais de alguns
credos confessionais, usando a mesma abordagem básica e operando dentro do ponto de vista
bíblico, nem sempre chegam às mesmas conclusões.
4. Mantendo a perspectiva
Chamo a atenção para essa diversidade de interesse em manter uma perspectiva adequada.
Apresentamos direta e inequivocamente a abordagem que, a nosso ver, parece melhor expressar o
que as Escrituras e a teologia evangélica ensinam sobre saber e fazer o que é certo. Então unimos
esses elementos a um processo de solução de problemas, que facilita sua aplicação à vida diária.
Embora tentamos mostrar a diferença entre meus julgamentos e a vontade revelada de Deus, isto
pode nem sempre estar claro como deveria: não me julgo infalível. Como o trabalho teológico e ético
de qualquer indivíduo, este trabalho deveria ser testado à luz das Escrituras, em nome da precisão e
adequação. É certo que alguns filósofos de ética, especialmente aqueles que tiveram uma educação
diferente, trabalhando com diferentes hipóteses e métodos, discordarão em grande parte do que
escrevemos.
C. Moralidade É Prática
Devemos definir dois outros termos básicos: moral e moralidade. Estes termos referem-se à
prática, à aplicação prática das decisões éticas da vida diária. A distinção entre ética e moralidade é
a diferença entre teoria e prática, ou a diferença entre decidir e fazer. Através da reflexão ética e
análise chegamos à conclusão sobre o que devemos ou não fazer. Minha moralidade ou imoralidade
é revelada na medida em que vivo por essa conclusão.
Uma boa moral nem sempre segue a uma boa ética. A teoria nem sempre é posta em prática.
Uma pessoa pode ser brilhante, habilidosa e sensível em seu raciocínio ético e, ainda assim, agir
imoralmente. Conhecer o bem não é, necessariamente, fazer o bem. Por outro lado, uma pessoa
pode ser inepta e desajeitada em reflexões e discussões éticas e, ainda assim, levar uma vida cristã
obediente - ela poderia ser um filósofo da ética pobre, mas uma pessoa moral. Moralidade acontece
na vida e na conduta, enquanto ética, como mencionada, acontece na cabeça e no coração.
Anotações
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FATAD Prof. Jales Barbosa 9
ÉTICA CRISTÃ 
II. TENDÊNCIASII. TENDÊNCIAS
Como tudo que é humano, a ética cristã está em movimento. Para se ter uma boa idéia de
onde estamos, hoje, na Área da ética cristã, é importante apercebermo-nos de onde estivemos,
assim como observar a direção para a qual parecemos estar voltados.
A. O Fato da Mudança Ética
Idéias do que é certo e errado, pelo menos a respeito de algumas coisas, mudam de geração
para geração. Isto é verdadeiro não apenas para a sociedade em geral, mas para cristãos em
particular, do mesmo credo confessional e até mesmo para os que alimentam suas tradições e
encorajam a aceitação das mesmas. Na verdade, quando membros de uma última geração usam a
mesma abordagem ética que seus antepassados, podem chegar a diferentes conclusões. Em alguns
casos, essas mudanças parecem ser para melhor, mas em outros, para pior.
Há alguns anos atraz, havia um amplo consenso (embora não unânime) entre o "clero"
evangélico, de que a contracepção era moralmente errada. Poucos pastores hoje concordam com
esse ponto de vista e julgamento. O que conduziu à mudança? Qual a natureza da mudança? É
descuido moral, declínio de padrões, falta de zelo, acomodação a valores mundanos? Não
necessariamente. De alguma forma, pelo menos, a mudança pode ser o resultado de uma melhor
compreensão do assunto e de uma mais cuidadosa interpretação das Escrituras.
Em alguns casos, os padrões morais se tornaram mais rigorosos. Por exemplo, as gerações
anteriores de pastores e leigos eram largamente tolerantes com o racismo. observações racistas e
políticas discriminatórias eram predominantes em igrejas evangélicas, e muito poucas consideravam
isso errado.
Embora ainda haja muito espaço para progressos, hoje as consciências estão muito mais
sensíveis aos males do racismo e políticas racistas em muitas congregações evangélicas e escolas
têm sido abolidas. É certo que parte do ímpeto para a mudança foi a pressão da sociedade.
Entretanto, quem quer que tenha vivido nesse tempo de transição pode testificar sobre o impacto do
estudo bíblico e ético.
O fato da mudança Ética é inegável; É inevitável e, em muitos casos, desejável. Tempos e
circunstâncias mudam. Nova luz pode ser lançada sobre ambos os problemas morais e o significado
de passagens bíblicas que se relacionam a eles. Se, por um lado, os cristãos devem estar de guarda
contra a tolerância e a erosão de valores morais, por outro, não devem rejeitar e resistir a toda
mudança Ética.
B. A Revolução Ética Atual
Entretanto, a "nova moralidade” que estamos experimentando, desde os anos sessenta, não
é o tipo de atualização natural e necessária dos pontos de vista Éticos, com base em nova
informação. É mais que a revisão de algumas conclusões éticas. É, na verdade, uma revolução Ética
na qual os princípios da Ética cristã têm sido agredidos e repudiados por muitos. Na verdade, o
processo básico pelo qual os cristãos, por muitos, têm chegado a decisões éticas, tem sido
substituído por abordagens radicalmente diferentes.
O problema não é simplesmente que o povo está pecando mais e obedecendo menos. O
problema é, antes, que um número crescente de pessoas no mundo, como também nos círculos
cristãos, recusa-se a considerar muitos tipos de comportamento como pecado. As pessoas insistem
em aprovar certas atividades e atitudes, embora elas sejam claramente identificadas como pecado
FATADProf. Jales Barbosa 10
ÉTICA CRISTÃ 
nas Escrituras. Homossexualidade, auto-afirmação e revolução são alguns exemplos. Inversamente,
virtudes e valores recomendados pela Bíblia, tais como castidade, não-vingança e auto-sacrifício,
são desprezados por alguns, dentro do mesmo grupo de pessoas. Isto com que nos defrontamos não
é meramente o desvio dos padrões morais cristãos, mas uma completa rejeição desses padrões e,
em alguns casos, o desconhecimento de que padrões morais revelados, duradouros e indiscutíveis
existem.
O resultado é um total relativismo Ético, beirando a anarquia. Cada pessoa se sente livre para
decidir por si própria o que é bom e o que é mau. Certo e errado são reduzidos a preferências ou
opiniões pessoais. "Se te agrada, é bom", muitos diriam. Outros, com mais sensibilidade social,
poderiam colocar desta maneira: "Se a maioria das pessoas, em uma certa situação, tem prazer ou
se beneficia disto, então é bom." Com toda justiça, deve ser dito que poucos filósofos de Ética cristã,
mesmo aqueles que questionam o conceito de normas Éticas, divinamente reveladas, colocam-se a
favor deste tipo de abordagem egoísta e centrada no prazer. Entretanto, sem pretender, eles
parecem estar encorajando essas idéias. Negar que Deus nos tem dado diretrizes éticas claras e
obrigatórias é conduzir à confusão ética e à revolta.
C. A Busca de Direções
Confusos e amedrontados por um mundo em mudanças rápidas, pelo colapso dos valores e
instituições tradicionais, pelas esmagadoras possibilidades de novas tecnologias e conflitos
existenciais, família, sociedade e muitas pessoas querem saber o que fazer. Elas sentem que
precisam de ajuda para tentar decidir o que é certo e o que é errado. Os que são cristãos olham,
naturalmente, para suas igrejas e seus líderes espirituais. Entretanto, eles podem não estar
recebendo toda a ajuda que desejam ou de que precisam.
A meu ver, muitos pastores evangélicos e educadores não estão bem preparados para
funções de liderança ética. A situação está melhorando; entretanto, muito freqüentemente, em
currículos escolares, disciplinas de ética cristã têm sido eletivas. Embora esperemos que nossos
pastores e educadores mantenham boa vida cristã, e embora esperemos também que eles ajudem
outros nesse particular, não os temos capacitado com conhecimento e habilidades que facilitem essa
tarefa. Como a santificação no cristão é obra do Espírito Santo, claramente assumimos que ela
acontecera sem a reflexão disciplinada que a ética envolve. Alguns até mesmo expressam suspeita e
desprezo pelo estudo formal da ética. Quem precisa disso? A idéia do certo e do errado não
vem ..naturalmente" a um cristão? Ou não podemos resolver todos os nossos dilemas pela Regra de
Ouro?*( Mt 7:12). Não é a ética legalista?
Este trabalho foi escrito a partir da convicção de que a ética pode ser evangélica e de que os
evangélicos deveriam estar mais interessados a esse respeito. Foi planejado para auxiliar àqueles
que estão buscando direções éticas e que, em alguns casos, desejam preparar-se para funções de
liderança ética. Muitos estão estudando para pastores, professores e diretores de educação religiosa.
Outros, cujos objetivos vocacionais estão fora do serviço da igreja, desejam simplesmente equipar-
se espiritual e intelectualmente, para tomar decisões responsáveis, validas e agradáveis a Deus.
Anotações
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FATAD Prof. Jales Barbosa 11
ÉTICA CRISTÃ 
III. OUTRAS DEFINIÇÕES OU PERSPECTIVAS DA ÉTICAIII. OUTRAS DEFINIÇÕES OU PERSPECTIVAS DA ÉTICA
A Ética também pode ser dividida em duas partes especiais:
a) Ética Básica
b) E Ética Aplicada.
Na sua aplicação, a Ética tem ocupação dupla: 
a) ocupa-se com as escolhas morais e praticas que o homem faz; e,
b) preocupa-se com os objetivos e princípios ideais que reconhecemos estarem impondo
exigências sobre nos. Portanto Ética e um somatório de princípios que capacitam o homem a fazer
uma escolha e a transformá-la em ação vital. 
Além dos diversos conceitos acima enumerados sobre Ética crista, Consideremos alguns
outros pontos ou definições da Ética crista:
a) Ciência que trata das origens, princípios e praticas do que é certo e do que e errado a luz das
Escrituras, em adição a luz da razão da natureza. (L.S.keyser).
b) Um estudo sistemático do modo de viver exemplificado e ensinado por Jesus, aplicado aos
múltiplos problemas e decisões da existência humana. (Georgia Harkness). 
c) Explanação sistemática do exemplo e ensino morais de Jesus aplicados a vida total do
indivíduo na sociedade, e realizados com o auxilio do Espírito Santo. (H.H. Barnete).
d) A Ciência da conduta humana, determinada pela conduta divina. (Emil Brunner). 
Anotações
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ÉTICA CRISTÃ 
IV. A META OU PREOCUPAÇÃO MÁXIMA DA ÉTICA CRISTÃIV. A META OU PREOCUPAÇÃO MÁXIMA DA ÉTICA CRISTÃ
A - A Vontade de Deus e o supremo bem
Tão relevante, que permeia toda a bíblia. “A Lei do Senhor e perfeita, e refrigera a alma.”( Sl
19:7). O que é a lei, senão expressão da vontade divina para o povo de Israel? No Novo testamento,
a vontade de Deus continua a ser o valor máximo: Na oração modelo lemos: “Seja feita a tua
vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6:10.) No momento mais importante da vida de Jesus, e da
própria humanidade, disse o filho de Deus a seu Pai: “Pai, se este cálice não pode passar sem que
eu o beba. .faca - se a tua vontade ..”Mt 26:42”Mediante esta decisão Cristo morreu.. para que
tivéssemos vida. Ainda declarou no Ev. João 12:24. “Se o grão de trigo caindo na terra não morrer
não pode dar vida. Para os cristãos, a vontade de Deus e o melhor bem, não apenas para o Rei, mas
igualmente para seus súditos.
Fazer a vontade de Deus é Ter o soberano bem, a felicidade suprema, que começa na terra e
consuma-se na eternidade.
1. A Vontade Deus e Inclusiva.
Abrange todas as áreas da vida dos filhos de Deus:
a) Familiar, profissional, econômica, política, religiosa; enfim todas as esferas individuais e
sociais. O desastrosoerro que incorrem muitos dos que se identificam como discípulos de Cristo e
departamentalizar a vida, que se caracteriza por departamentos incomunicáveis; assim, a vida
religiosa é para os domingos e a vida profissional para os demais dias da semana, quando a religião
e sua Ética, deveriam permear todas as áreas da vida. Para Deus todos os dias da semana são
santos, sendo que um, o Domingo e especialmente Santo.
b) Alguns tendem a limitar o campo da Ética cristã ao indivíduo, excluindo a sociedade em que
ele vive. Outros se preocupam tanto com os problemas sociais, que tendem a negligenciar as
necessidades espirituais do indivíduo. Daí o cristianismo ser reduzido a um mero programa social.
Esse foi o erro da ala esquerdista da teologia liberal, segundo o qual o reino de Deus tendia a
identificar-se com a perfectibilidade humana e com o progresso social.
c) A Ética preocupa-se com o indivíduo e com a sociedade. Eqüidistante dos extremos, tem
uma mensagem de natureza individual, bem como o social. E o Fundamento dessa mensagem de
caráter espiritual, Encontra-se essencialmente nas sagradas escrituras. (Mt 5.13,14; 48; Sl 42:2).
Anotações
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ÉTICA CRISTÃ 
V. ÉTICA CRISTA E OUTRAS DISCIPLINASV. ÉTICA CRISTA E OUTRAS DISCIPLINAS
A - Ética Crista e a Teologia
Ética Crista e a teologia estão orgânica e inseparavelmente relacionadas. Deus é à base de
toda a moralidade cristã. Assim, Ética e teologia só podem ser separadas para fins de estudo.
Quando dissociada de sua base teológica, a Ética crista se torna em nada mais do que um ideal
humanista.
B - Ética Crista e a Psicologia.
Ética Crista esta fundamentalmente relacionada com a Psicologia. As Faculdades morais do
homem são uma parte básica de sua constituição mental. Questões essenciais à ação moral, tais
como caráter, consciência e vontade, envolvem estado da mente do indivíduo. Nenhum julgamento
adequado pode ser feito de um ato, certo ou errado, bom ou mau, até que o motivo que jaz ao fundo
de toda a conduta Ética seja conhecido. Psiquiatras, Psicólogos e Teólogos, estão se
compenetrando da conexão vital entre Psicologia e Ética. Ética e Psicologia tem necessidade uma da
outra para poderem entender mais completamente o homem.
C - Ética Crista e a Sociologia.
Ética tem uma relação vital com varias ciências sociais, particularmente com a sociologia. A
Ética busca nessa disciplina elementos concernentes a fenômenos sociais e conhecimentos
fidedignos de condições sociais em que as outras pessoas vivem. Em outras palavras a Ética volta-
se para as ciências sociais a procura de dados que se revelem a situação reinante; volta-se para as
normas da revelação bíblica a procura de elementos que digam “como a situação deve ser”, trazendo
os a um principio coerente.
D - Ética Crista e a Filosofia
Ambas tem interesse na base fundamental da conduta, na natureza do que certo ou errado,
valores epistemologia, dever, felicidade do homem e da sociedade.
A Ética crista, contudo, deve se resguardar para não se desviar para o terreno da lei moral racional,
poderá, entretanto, lançar mão dos princípios filosóficos, que contribuem para a compreensão
dessas questões. Obviamente, uma completa síntese da moralidade crista e filosófica é impossível,
devido a transcendente natureza da Ética Crista. Os eticistas cristão podem, proveitosamente usar
as contribuições dos moralistas filosóficos, mas não devem perder de vista a singularidade da Ética
Crista, que precisa sempre permanecer, mais do que meramente outro ensino ético, ainda que
esplendido, ao lado de Platão, Aristóteles, e outros.
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ÉTICA CRISTÃ 
VI.VI. MÉTODOS DE SE ESTUDAR A ÉTICA CRISTA.MÉTODOS DE SE ESTUDAR A ÉTICA CRISTA.
Diversas são as maneiras pela quais se pode estudar a ÉTICA CRISTA.
A. Através da Exegese Bíblica.
Procura-se analisar com profundidade o conteúdo do Ético da Bíblia através de textos como
os seguintes:
1- Ética Geral ou Básica.
Lv 19:9-18 – Exigências de uma vida Santa.
Jo 31:1-15, 16-18; 29-40 – A maior declaração da religião Ética do A.Testamento
Sl 15:1-5 – Um resumo das exigências de uma religião Ética.
Is 1:10-17 – A retidão moral é mais importante que a fidelidade ritual.
Am 5:10-27 – O castigo de Deus por causa dos pecados contra o próximo.
Mq 6:6-15 – As exigências básicas da verdadeira religião
Mt 22:34-40 – Amor, o maior dos mandamentos.
João 15:1-17 – a vida frutuosa
Gl 5:16-16 – O fruto do espírito
Ef 5:1-17 – A conduta Cristã
Cl 3:1-14 – A vida santificada
Tg 2:14-26 – Fé e obras
I Pd 1:13-22 – A vida santa
I Jo 4:7-21 – A centralidade do Amor.
2- Ética Especifica ou Aplicada.
Dt 24:1-4 – A lei que regula o divorcio
Pv 23:29-35 – Não olhes para o vinho
Ml 2:11-16 – O Casamento misto e divorcio
Mt 6:19-34 – O discípulo e os bens materiais.
Mt 19:3-12 – Casamento e divorcio
Mt 20:20-28 – Grandeza do reino de Deus.
Mc 10:23-31 – O homem rico, o camelo e o fundo de uma agulha
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Lc 20:19-26 – Coisas que são de César.
Rm 13:1-7 – O Cristão e as autoridades
I Cor 7:1-16 – Relações familiares
Ef 5:22-6:4 – Relacionamento no lar.
I Tm 3:1-13 – Qualificações dos bispos e diáconos
Filemon – Escravatura
Tg 2:1-13 – A condenação de acepção de pessoas
I Pd 2:13-3:9 – Sujeição por amor do Senhor.
3- Temas Relacionados Com o Estudo da Ética Social ou Aplicada.
- O indivíduo e o seu valor - O Corpo e a saúde
- Imparcialidade no tratamento com as pessoas
 Viúvas, órfãos e desprivilegiados em geral
- Motivação no viver Cristão - Casamento e Divorcio
- Relacionamento no Lar - Sexo e Ética sexual
- Alcoolismo - Vida econômica e suas relações sociais
- Pobreza e riqueza - Governo civil
- Racismo e outras barreiras.
VII Bases da Ética Crista.VII Bases da Ética Crista.
Como um principio de vida definido, a Ética cristã repousa sobre bases igualmente definidas,
como sejam: O Decálogo, os profetas e sábios do antigo testamento, as doutrinas do homem e do
pecado, a vontade de Deus, Jesus e o reino de Deus. Muitas outras bases sobre as quais repousam
a Ética crista, poderiam ser mencionadas aqui, porem, vamos nos resumir e falarmos dos pontos
principais. 
A - O Decálogo
O Decálogo ou os dez mandamentos, formam o primeiro tratado ético, dado pelo
Senhor Deus com o propósito de regular o comportamento humano no cumprimento de seus
deveres para com Deus, para com o próximo e para consigo mesmo. A Ética Hebraica
baseia-se fundamentalmente na pessoa de Deus. Deus é a fonte de toda exigência moral, e é o
supremo bem. Essa conduta, pois, esta no conteúdo da vontade Divina, que é o principio
básico da Ética do Antigo Testamento. Observe-se que os dez mandamentos se encontram
logo no inicio da revelação divina do Sinai o que nos leva a concluir que Deus desejava dar
ênfase, desde o inicio, ao fato de que a correta conduta moral lhe era mais importante do que
preceitos ritualísticos.FATAD Prof. Jales Barbosa 16
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Mais tarde esta verdade seria reavivada pelo profeta Oseias 6:6 ( pois misericórdia quero e não
sacrifícios..) Os Dez mandamentos são tão relevantes na vida do povo de Israel, com o sermão do
Monte o é no cristianismo.
1- Deveres Para Com Deus:
1º Mandamento Para Com Deus.
“Não terás outros Deuses diante de mim”. Ex 20:3
2º Mandamento Para Com Deus.
“Não farás para ti imagem de Escultura”.
3º Mandamento Para Com Deus.
“Não Tomaras o Nome do Senhor teu Deus em vão”
4º Mandamento Para Com Deus.
“Lembra - te do dia do Sábado, Para o Santificar
5º Mandamento Para Com o Deus é o Mandamento de Transição.
“Honra a teu Pai e a Tua Mãe Para que se Prolonguem os teus dias”
6º Mandamento Para Com Próximo.
“Não Mataras”.
7º Mandamento Para Com o Próximo.
“Não Adulteraras”
8º Mandamento Para Com o Próximo.
“Não Furtaras”
9º Mandamento Para Com o Próximo e Para Consigo Mesmo.
“Não Dirás Falso Testemunho”
10º Mandamento Para Com o Próximo e Para Consigo Mesmo.
“Não Cobiçaras”
B - Ética dos Profetas.
Se um estudo fosse feito para se determinar a contribuição singular das grandes nações do
mundo, verificar-se-ia que a de Israel é a profecia.
As mensagens dos profetas são mais do que obras primas de literatura. Elas constituem lições vivas
e supremas para todas as gerações. O Deus vivo falou através dos profetas, dando-lhes uma
mensagem vivificante para todos os homens. Houve tempo em que se valorizava a mensagem dos
profetas pelo seu conteúdo messiânico. A Mensagem dos profetas tem valor permanente na Ética
crista.
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1. Os profetas falaram sobre:
a. A santidade de Deus.
Ele tem moral para exigir uma vida irrepreensível da parte de suas criaturas. Mq 6:8; Jer
9:24. 
Ele e digno de Confiança, suas palavras são verdadeiras.
b. A Família. 
A Família era considerada como núcleo da sociedade; desse modo, os profetas procuravam
preservar a sua unidade. Mal 2:14-16 Jer 7:9,10
c. Injustiça Econômica.
1. ) Os profetas denunciaram praticas desonestas de negociantes:
- Exploração do trabalhador. Ml 3:5
- Gananciosos e enganadores foram fortemente atacados Am 8:4-6).
- Os prepotentes foram indiciados Mq 2:1
 Os que removiam os marcos de propriedades e oprimiam o fraco. 
 Os 5:10,11
- Ma conduta de liderança.
Companheiros de ladrões; amavam o suborno, corriam após salários, não praticavam a
justiça...Is 1:23 – Mq 3:1-3; Am 6:1-11.; Am 5:7. 
 Mulheres opressoras – Am 4:1-3; Dt 32:14
 Profecias por encomenda . Mq 3:11
C - A Ética dos Sábios
Constituem a literatura de sabedoria do Antigo Testamento os seguintes livros: Jo, Salmos,
provérbios, etc...
A Sabedoria de Israel é de natureza pratica, não especulativa.
JÓ – O verdadeiro motivo da moralidade, sua fidelidade não tinha um cunho mercantil. Para jó
lealdade não se transaciona.
- Livre da imoralidade, mesmo sem o olhar sensual 31: 1-4
- Isento de engano e do adultério 5-12
- Consciência tranqüila para com funcionários 13-15
- Benevolente para com os pobres 16-23
- Não se gloria de sua riqueza 24-28
- Não se alegra com a desgraça dos inimigos 29-31
- Hospitaleiro para com o estrangeiro 32
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- Esta pronto para ser investigado e arquido 35-40
SALMOS –
O Salmo 1 trata da felicidade dos justos e o castigo dos ímpios.
O Salmo 15 trata do verdadeiro cidadão dos céus
O Salmo 24 trata das qualidades do que e digno de entrar nos céus
O Salmo 37 trata de que a prosperidade dos pecadores acaba...
O Salmo 73 trata do fim dos que prosperam desonestamente.
O Salmo 112 trata da felicidade daquele que teme a Deus... e muito mais..
PROVÉRBIOS.
O Livro com os seus 31 capítulos, tem conteúdo ético extenso e admirável, trata de diversas áreas,
mas três se sobressaem.
FAMÍLIA.
. Compara a uma escola 22:6
. Disciplina deve estar presente no lar 13:24; 19:18;23:13
. Infidelidade conjugal e condenada 6:32-35
. Os filhos devem ser respeitosos e obedientes 1:8,9;3:1 10:1;15”20
. O preguiçoso e criticado e advertido a seguir o exemplo da formiga 26:14,15;6:6-8
VIDA ECONÔMICA. 
. A opressão do pobre e condenada 22:16
. A balança enganosa e abominação para o Senhor..11:1
. Advertência e feita para o que não se removem os limites antigos 22:28
VIDA POLÍTICA
. O líder perverso e comparado a um leão bramidor e a um urso faminto 28:15
. O Bom monarca reconhece sua dependência de Deus. E justo, Sábio, confiável e misericordioso
16:10;20:26,28; 31: 1-9
. Políticos corruptos usam de suborno 17:23
. A Justiça é indispensável para a prosperidade de uma nação 14:34
. A Submissão as autoridades constituídas e recomendada 24:21
D - A ÉTICA DO NOVO TESTAMENTO
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1. A ÉTICA DE JESUS.
Bem poderia começar a descrever a Ética de Jesus, pelo livro de Mateus no Cap. 5 - As
bem Aventuranças. 
Porem verificamos que o Antigo Testamento termina com Malaquias e há um intervalo entre os
profetas literários de aproximadamente 400 ( quatrocentos anos), que normalmente se chama de
anos de silencio, porque não houve nem um profeta que escrevesse qualquer livro ou profecia neste
período que foi canonizado.
 O judaísmo neste período estava cheio de legalismo e a historia das leis dos códigos das éticas das
tradições dos rabinos substituíram os ensinamentos da lei e dos profetas, passando a viver única e
exclusivamente dos ensinamentos humanos, perdendo com isso a visão do reino de Deus entre os
Judeus. Jesus veio para recapitular entre os judeus das promessas de Deus para com os Judeus e
do estabelecimento do Reino de Deus entre os Judeus. Cristo ensinou as éticas morais da lei e dos
profetas e declarou o seu cumprimento. Mt 5:17-20.
2. Jesus Líder Religioso ou Filosofo Ético?
No transcurso da historia tem havido homens que tratam de separar os ensinamentos de Jesus em
ensinamentos religiosos e fazer de Jesus nada mais que um mestre ético. A Ética de Jesus se
baseia em seus ensinamentos sobre o cuidado do Reino de Deus. Uma diferença entre Jesus como
mestre e os filósofos se baseia em seus ensinamentos éticos da vida com Deus.
3. Jesus e o Reino de Deus.
Se reconhece que a Ética de Jesus tanto quanto a sua religião se baseia numa idéia do reino de
Deus. Este é o tema que segue como rio de ouro pelas paginas dos evangelhos. Jesus se referiu a
Igreja 2 vezes e ao reino de Deus 70 vezes, seu evangelho é do Reino, considera-se então e igreja
como um departamento do Reino de Deus.
a - O Reino é Espiritual. 
Um Reino reto, justo e soberano jo 18:36
b - O Reino é Invisível
Em Lucas 17 Jesus falou com os Fariseu dizendo: “O Reino de Deus esta entre vos”... 
c - O Reino de Deus é interno no coração do homem.
O reino de Deus é poderoso, divino, ativo e se aloja no coração do homem.
d - O Reino é presente e futuro
O Reino é para agora, pois é chegado e é para o futuro na gloria de meu Pai.
e - O Reino de Deus é individual e social.
Jesus nos ensinou a orar dizendo: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade”
4. Ética Crista Prática
Jesus e o Pecado.
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ÉTICA CRISTÃ 
Há uma diferença entre Jesus e o Apostolo Paulo na ênfases sobre o pecado. Paulo fala
muitas vezes, Jesus só fala 3 vezes sobre o pecado. Jesus falado pecado contra o Espírito Santo
(Mt 12:31, Mc 3:29); Na oração sacerdotal ele disse: Perdoa nossos pecados Lc 11:4; Jesus disse:
“Teus pecados estão perdoados” a mulher do vaso de alabastro e ao paralítico; ( Lc 7:47-49; Mt 9:2-
6; Mc 2:5-10; Lc 5:20-24); se referia ao pecado de um modo geral.
 VIII regras de conduta para nossas vidasVIII regras de conduta para nossas vidas
 CORRUPÇÃOCORRUPÇÃO
O que está acontecendo com os seres humanos, afinal? Por que nos é tão difícil fazer as
coisas certas? Por que é tão difícil até mesmo saber o que é certo? Por que ha tanto conflito dentro e
entre nós? Nenhuma consideração realista da ética pode ir muito longe sem se defrontar com essas
questões dolorosas e desencorajadoras.
O diagnóstico cristão da causa primeira desta desalentadora condição humana é: pecado.
Aqueles que se voltam para o cristianismo em busca de um significado de vida e esperança ouvem,
antes de tudo, péssimas notícias. O problema ético e moral do homem não é insignificante. É
extremamente sério. A razão para nossa incapacidade moral e confusão ética é que somos
possuídos e arruinados por um poder maligno. A influência do mal sobre nós é penetrante, profunda,
e as conseqüências, desastrosas. Somos completa e, no que diz respeito aos recursos humanos,
desesperançadamente corruptos.
É importante notar que o pecado, como descrito nas Escrituras, é o aniquilamento do bem. O
mal não tem existência independente. Neste aspecto a compreensão cristã do mal é diferente da de
outras filosofias e religiões que ensinam que uma força escura e má sempre existiu e trabalhou
contra o poder bom de Deus. A Bíblia, por outro lado, ensina que apenas Deus, em sua bondade,
existe desde toda a eternidade, e que o mau emergiu e alastrou-se dentro da sua boa criação.
Os detalhes da origem do mal são envolvidos em mistério. Entretanto, a natureza do mal como
distorção do que era bom é claramente revelada. Qualquer coisa má é alguma coisa boa que saiu do
controle. Orgulho, por exemplo, é amor-próprio aumentado desproporcionalmente. luxúria é o
impulso sexual descontrolado ou mal dirigido. Ganância é a apreciação por coisas materiais que se
tornou idolatria ou egoísmo.
 Cada vício é uma virtude colocada de cabeça para baixo, ou virada pelo avesso. Toda coisa
má é alguma coisa boa que se corrompeu. A fonte e o mentor de todo mal é um anjo caído.
A. As Criaturas de Deus
Por trás desta interpretação do mal como o bem corrompido está a fé em Deus como Criador.
Nós, seres humanos, e tudo o mais no universo, fomos feitos por Ele. Entretanto, Ele não é
responsável pelo que está errado conosco. Ele não é a fonte nem a causa da corrupção que nos
arruína e ameaça. Ele é a única fonte do que está certo em nós e a nosso respeito.
1. Criados Bons
Não apenas Adão e Eva, mas todos os seres humanos, incluindo você, foram criados bons.
Está informação pode atingi-lo como uma surpresa. estamos acostumados a apenas ouvir que temos
sido pecadores desde o princípio de nossas vidas. Entretanto, é também verdade que cada um de
nós foi criado bom.
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ÉTICA CRISTÃ 
Desta forma é importante ter em mente que o trabalho criativo de Deus em você é um processo
contínuo. Não é alguma coisa que acontece apenas uma vez, na concepção ou no nascimento;
continua Através da vida, à medida que Deus o desenvolve e sustenta. Não apenas fisicamente, mas
também psicológica, emocional e intelectualmente, e de todas as formas Deus o está sustentando e
revelando como pessoa.
Além disso, você é um produto único de Sua arte criativa. Ninguém mais na história humana foi
exatamente como você em aparência, personalidade ou habilidade, e nenhum outro indivíduo, no
futuro, será sua réplica exata. Como tudo o mais que Ele faz, o trabalho criativo de Deus em você é
bom - na verdade, perfeito. Não há omissões infelizes ou defeitos na Sua criação. 
2. Criados Para o Relacionamento com Deus
Deus tinha um propósito definido quando criou o homem, um excitante e honroso propósito,
não compartilhado por qualquer outra criatura da terra. Seu objetivo era e é que os seres humanos
possam estar conscientes dele, e saber quem é como Ele é. Fomos criados com capacidade para o
relacionamento com Ele, para que possamos estar muito próximos a Ele em um vínculo de amor,
confiança e respeito. Isso, naturalmente, envolve a habilidade de nos comunicarmos com o Pai -
temos sentidos para perceber Sua revelação, mentes para assimilá-la, corações para crer, como
também formas de nos relacionarmos com Ele em atitude, palavra e ação.
Deus nos criou para que estivéssemos em íntimo e constante contacto com Ele, ouvindo e
perguntando, recebendo e dando. Outras criaturas neste planeta foram feitas para o meio ambiente e
umas para as outras. Nós, seres humanos, além disso, fomos feitos pelo próprio Deus, para um
relacionamento consciente e amoroso com Ele. E a menos que esse relacionamento seja
estabelecido, estaremos perdendo o supremo propósito da nossa existência e experimentaremos a
frustração e o vazio como resultado.
 Como Santo Agostinho diz: "Tu nos formaste para ti mesmo e nossos corações estão
impacientes até encontrarem descanso em ti."
3. Criados à Imagem de Deus
Através de um relacionamento conosco, Deus deseja exercer Sua influência sobre nós. Através
da nossa conscientização a Seu respeito e da nossa interação com Ele, Deus quer que sejamos
como Ele, para adquirirmos Suas próprias maneiras e atitudes. Na verdade, alguma coisa parecida
com está acontece em todos os relacionamentos pessoais íntimos. Cada ser humano de quem você
tenha estado próximo deixou-lhe uma impressão. Consciente ou inconscientemente, você adota
alguns valores, maneirismos e padrões de comportamento de pessoas que lhe são importantes.
Depois de anos de vida em comum, especialmente se o relacionamento é forte e íntimo, marido e
esposa freqüentemente começarão a se parecer fisicamente um com o outro.
De uma forma real e profunda, Deus está trabalhando para nos tornar como Ele próprio. Ele
nos fez à Sua imagem, a Bíblia diz. Nesse caso, desde que Deus não é um ser físico, a semelhança
que a palavra imagem implica não é física. Em vez disso, é uma semelhança moral. Deus nos fez
como Ele em caráter e conduta. O que, em uma palavra, resume o caráter e conduta de Deus?
"Deus é amor" (I João 4:8).
Através de um relacionamento pessoal no qual derrama a abundância do Seu amor sobre nós,
Deus pretende estimular e cultivar em nós o tipo de amor que o caracteriza. "Ninguém jamais viu a
Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o Seu amor é em nós
aperfeiçoado" (I João 4:12). O Deus invisível torna-se "visível" nas ações de amor daqueles que
estão em relação com Ele. Devemos nos transformar nas manifestações, projeções e réplicas físico
do Deus que se relaciona conosco em amor.
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B. CORRUPTOS DESDE O NASCIMENTO
Paradoxalmente, a despeito da obra criativa de Deus em nós ser boa, e a despeito de seu
elevado propósito e destino para nós, não nascemos bons, livres e puros. Pelo contrário, nascemos
corruptos, pecadores, escravizados pelo mal. Nascemos perdedores - todos nós. 
1. Corrupção Simultânea com a Criação
A relação entre a boa criação de Deus em nós e nossa corrupção pelo pecado não é o que
poderíamos esperar. Não é o caso de termos sido criados bons e, subseqüentemente, corrompidos.
Não é o caso de que na concepção, desenvolvimento pré-natal e nascimento, Deus tenha produzido
uma criança inocente que foi então tentada e maculada pela exposição às más influências do mundo.
Pelo contrário, desde o início de nossa existência e através da vida, à medidaque o processo
de criação continua, estamos constantemente sendo corrompidos pelo pecado. Como Deus procede
com nossa origem e desenvolvimento, Ele desempenha cada etapa com perfeição. Não obstante, a
cada passo Satanás intervém para distorcer, perverter, arruinar o que Deus tem feito. 
O diabo não pode criar qualquer pessoa, ou qualquer coisa, porque somente Deus pode criar.
Entretanto, o diabo pode corromper, e ele faz isso em cada um de nós, desde O princípio do
processo criativo, e continua fazendo enquanto vivemos.
Como ilustração, imagine uma fábrica de manufatura de automóveis, em que cada parte foi
perfeita, e todo o serviço de montagem feito corretamente. O resultado deveria ser automóveis
absolutamente perfeitos. Entretanto, a cada passo do processo, enquanto essas partes perfeitas
estavam sendo perfeitamente montadas, um sabotador arruinou o que estava sendo feito - estragou
a superfície polida das partes móveis, colocou matérias estranhas e abrasivas no combustível e
lubrificantes, provocou um curto-circuito no sistema elétrico, interrompeu conexões vitais, atrapalhou
ajustes delicados - com o resultado de que o produto final, embora feito com perfeição, era, ainda
assim, lixo.
Nossa corrupção pelo pecado ocorre simultaneamente com a nossa criação por Deus. Nossa
natureza humana é, por um lado, a boa criação de Deus. Por outro, é também completamente
corrompida. Do ponto de vista humano é quase impossível mostrar a diferença entre a criação de
Deus em nós e nossa corrupção. Entretanto, as Escrituras fazem uma cuidadosa distinção entre as
duas, e é importante para nós, também, estarmos conscientes disso.
 Aquele que não percebe a diferença pode considerar Deus como a fonte da pecaminosidade.
Pode erradamente raciocinar que, desde que somos pecadores desde o princípio da nossa
existência, e, desde que Deus é nosso Criador, Ele deve ser também o criador do pecado. Este seria
um grave e perigoso erro. A diferença entre criação e corrupção é a diferença entre a obra de Deus e
a do diabo.
2. Corrupção Como Deficiência
Que tipo de estrago o diabo fez em cada um de nós? Um tipo deste dano pode ser descrito
como uma deficiência, a ausência de certas respostas humanas básicas e vitais. A influência
corruptora do diabo, antes de tudo, destrói nossa habilidade de nos correspondermos e nos
relacionarmos com Deus. Os componentes da fé estão perdidos e não há como substituí-los por nós
mesmos. Corruptos como somos, desde o nascimento, não podemos respeitar a Deus como
deveríamos (temer). Nem podemos desejar e servir a Deus como deveríamos (amar). Nem podemos
confiar e acreditar nele como deveríamos (confiar). Nossa inteira atitude em relação a Deus é
deficiente. estamos fora do alcance dele desde o nascimento e incapazes de estabelecer contacto.
FATAD Prof. Jales Barbosa 23
ÉTICA CRISTÃ 
Nossa habilidade de nos relacionarmos com outras pessoas é também gravemente
prejudicada. Em vez da atitude calorosa e generosa, necessária para sólidos relacionamentos
humanos, somos dominados pelo egoísmo. É difícil para nós amar e nos doar aos outros, amenos, é
claro, que isso prometa ser uma excelente vantagem. Carecemos inteiramente de habilidade para
amar aos outros da mesma maneira que carecemos de habilidade para crer em Deus.
3. Corrupção Como Inclinação Para o Mal
Corrupção é mais que a ausência de uma coisa boa e necessária.
 É também a presença de alguma coisa má e destrutiva. A corrupção do pecado se manifesta
em revolta contra Deus e desamor às pessoas. Nós, seres humanos pecadores, somos criaturas
dirigidas. 
Não apenas somos incapazes de fazer o que é certo, como mencionado na secção anterior,
mas somos também incansavelmente empurrados e constantemente manipulados para fazer o que é
errado.
Sob a influência da corrupção, temos o incontrolável impulso de nos voltarmos contra Deus,
revoltarmo-nos contra Sua vontade, desrespeitá-lo e desobedecer-lhe. Somos também fortemente
inclinados a negligenciar, explorar ou ferir outras pessoas. Todos os conflitos humanos são a
expressão dessa tendência inata para o mal, dessa poderosa inclinação para nos voltarmos contra
Deus e as pessoas. Eles ocorrem quando uma ou mais pessoas estão extravasando sua corrupção.
4. Transmissão da Corrupção
A corrupção do pecado é transmitida de pais para filhos. Juntamente com uma variedade de
características e potenciais, com o próprio dom da vida, seus pais transmitiram a você o terrível
problema do pecado. A presença e poder corruptores do diabo vieram a você através deles.
Automática e Inevitavelmente, desde o princípio de sua existência, você careceu de fé e amor e
inclinou-se, em vez disso, para o mal. É a isso que a expressão pecado original se refere.
Muitos têm a impressão de que o pecado original é basicamente culpa herdada. Pensam que
Deus nos culpa pelo erro dos nossos ancestrais, passando por todos até chegar a Adão e Eva. Claro
que há culpa unida ao pecado original. No entanto, a culpa não é pelo que outro fez. Pelo contrário, a
culpa é relacionada à corrupção que tem estado presente em nós desde o início das nossas vidas. o
recém-nascido é culpado perante Deus e está sob Sua ira, não porque tenha feito alguma coisa
errada, nem porque seja considerado culpado por alguma coisa errada que alguém fez, mas porque
ele é corrupto.
5. Fonte e Força da Corrupção
A Bíblia revela que a fonte e a força da corrupção humana é um ser pessoal, inteligente,
poderoso e mau. Corrupção não é um acidente; é uma conspiração engendrada e implementada por
Satanás, o grande inimigo de Deus. Há aqueles que, mesmo nos círculos cristãos, negam que haja
tal ser como o diabo, o qual, de acordo com eles, é simplesmente uma antiga forma mitológica que
tenta justificar a fraqueza humana e o pecado. Contudo, tanto o ensino das Escrituras, como o
grande número de experiências humanas, confirmam a realidade do diabo e seu papel na nossa
corrupção. Pode até ser ele próprio quem promove a descrença em sua existência. Se assim for, é
uma estratégia muito astuta. Se não acreditarmos que ele existe, seremos inclinados a relaxar
nossas defesas, ficando, portanto, mais vulneráveis aos seus ataques.
FATAD Prof. Jales Barbosa 24
ÉTICA CRISTÃ 
6. Influências Corruptoras
A corrupção que o inimigo inicia é perpetua é também reforçada pelas más influências de
outras pessoas corruptas, individual e coletivamente. Nós, seres humanos pecadores, temos uma
maneira de despertar o pior uns nos outros.
 A corrupção se alarga e se aprofunda quando nos tratamos mutuamente com desamor e
quando somos expostos à irreverência, ateísmo e imoralidade alheias.
Grande parte de nossa cultura zomba de Deus e de Sua vontade para nossas vidas.
Muito do que nos é veiculado pelos meios de comunicação e algumas coisas que passam por
educação são um ataque contra a fé cristã e a moralidade. Tudo isso alimenta a corrupção que está
presente e ativa em todos nós. Infelizmente, mesmo aqueles a quem amamos e admiramos têm, às
vezes, esse efeito sobre nós, e nós sobre eles. O mais devoto, engajado, sábio, instruído, obediente
e moral cristão que você conhece, às vezes, mostra e extravasa sua corrupção e, portanto, pode
representar uma má influência.
C. COMPLETA E TOTALMENTE CORRUPTOS
Tendo considerado o que é corrupção, como é transmitida e fortalecida, queremos agora
refletir sobre a extensão do problema. Até que ponto somos afetados pela nossa corrupção? O que
podemos fazer a respeito? Quais as conseqüências?
1. Completamente Corruptos
A corrupção é penetrante. Ela permeia cada aspecto do seu ser: corpo, mente e alma.
Nenhumaparte de nós, nem mesmo nosso mais íntimo, permanece intocado e incontaminado.
Nossa propensão física por comida, bebida, descanso e sexo, é arruinada e distorcida pelo pecado,
de maneira que O que é intrinsecamente bom e natural toma forma e direção má. Similarmente,
nossas mentes e pensamentos são corruptos, de maneira que a faculdade designada a nos capacitar
a conhecer e responder positivamente a Deus funciona, pelo contrário, no sentido de exclui-lo ou até
mesmo de questionar Sua existência. Nossos sentimentos e desejos, destinados a fortalecer e
expressar nosso relacionamento com Deus e os outros, tornam-se amplamente orientados para a
auto-satisfação. Até mesmo nossos impulsos religiosos são pervertidos de maneira que, em vez de
reconhecermos e nos correspondermos com o Deus verdadeiro, somos inclinados a fazer ídolos de
um tipo ou de outro.
Tudo que somos e tudo que fazemos é afetado pelo pecado. Parte do nosso comportamento é
obviamente corrupto e mau. Viola o nosso relacionamento com Deus, ou com as outras pessoas, ou
com ambos. É claramente contrário à vontade revelada de Deus. Podemos estar inteiramente
cônscios do caráter corrupto desse comportamento. Entretanto, está é apenas a ponta do iceberg. A
triste verdade é que mesmo a conduta que parece boa e saudável é maculada e inaceitável a Deus.
Nosso melhor desempenho, nossos atos mais obedientes, nossas expressões de fé mais sinceras,
nossas mais generosas oferendas, são também manchados e desqualificados pela nossa corrupção.
Primeiro, nossos motivos são sempre confusos. Mesmo que façamos algo inicialmente
por amor a Deus e aos outros, haverá sempre alguma coisa egoísta no motivo, que corrompe tudo.
Além disso, por causa da nossa pecaminosidade, nosso desempenho nunca é perfeito e Deus requer
perfeição. Conseqüentemente, tudo que fazemos é basicamente julgado por Deus como inadequado
e, até mesmo, ofensivo.
FATAD Prof. Jales Barbosa 25
ÉTICA CRISTÃ 
2. Justiça Comum
Entretanto, mesmo seres corruptos e condenados são capazes de decência externa, e
isso é muito importante para a sobrevivência humana. Ser-nos-ia impossível viver em
sociedade, a menos que a maioria das pessoas, na maior parte do tempo, fosse capaz de
um padrão de honestidade, justiça, generosidade e compaixão. Algumas pessoas que
não têm fé em Cristo demonstram essas e outras virtudes. O próprio Deus os supre com
essa capacidade.
Uma percepção residual da vontade de Deus permanece nos seres humanos decaídos.
Freqüentemente, isto é chamado de "conhecimento natural da lei", um sentido intuitivo
(embora imperfeito) de certo e errado. Alguns homens possuem a percepção racional de
que seu bem-estar e o da sociedade demandam o exercício dessas virtudes. Em outras
palavras, eles têm a convicção de que vale a pena fazer o que é certo. Outros podem ser
motivados a agir de uma forma decente e respeitável pela satisfação emocional que isso
traz.
Deus deseja e possibilita está justiça comum, como é chamada, pelo bem-estar temporal do
povo. Entretanto, isso não tem nenhum significado para seu bem-estar eterno. Não os torna retos
diante de Deus, nem elegíveis para a salvação. Tudo que é feito pela pessoa separada de Deus (o
incrédulo e, portanto, não perdoado) - mesmo a boa conduta - é pecado. Apenas a pessoa que está
correta com Deus pode agradá-lo.
3. A Corrupção no Cristão
Embora perdoado e neutralizado, a corrupção está presente e ativa no cristão. Por amor a
Jesus, por causa do Seu sacrifício, Deus perdoa aqueles que confiam nele. além disso, através do
poder do Espírito Santo, Ele trabalha dentro do cristão, contra o poder do pecado. Entretanto,
embora perdoado, a corrupção permanece como contínua ameaça e embaraço, mesmo para o mais
firme cristão. Como o diabetes, quando reconhecido e tratado, a corrupção pode ser controlada e
seus efeitos debilitantes minimizados. Contudo, nesta vida não há cura.
Corrupção não é problema dos outros. É seu e meu - um problema que devemos encarar
continuamente, um problema com o qual devemos viver e morrer. A solução não é apenas uma
questão de se adquirir melhor Informação, ou de se. corrigirem alguns maus hábitos, ou de se
ganharem algumas novas atItudes pela inspiração e experiência. Pelo contrário, como temos.visto, o
problema é complexo e demanda uma solução radical, levando à lIbertação da escravidão ou mesmo
à ressurreição dos mortos.
IX MOTIVAÇÃOIX MOTIVAÇÃO
 corrupção humana, como abordada anteriormente é deprimente, amedrontadora,
imobilizante. Demanda-se poderosa motivação, para que ajamos a despeito e face a ela. A
motivação para o cristão é presente e obra de Deus. Ele nos move, porque não podemos nos
mover por nos mesmos. Está é a parte básica das boas-novas do evangelho: o Deus que nos perdoa
por amor a Jesus Cristo também nos capacita e move para que nos tornemos pessoas novas,
melhores.
A
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ÉTICA CRISTÃ 
A. DEUS VENCE A CORRUPÇÃO EM JESUS CRISTO
Para nos mover, Deus fez alguma coisa a respeito da corrupção espiritual e moral que nos
enreda em armadilhas e arruína. Ele resolveu o grande problema do pecado, que jamais poderíamos
resolver. Libertou-nos da escravidão dos piores elementos em nós próprios. Ergueu-nos da morte
espiritual que se abateu sobre nós, como conseqüência do pecado. Jesus é Deus em ação, em
nosso mundo e em nossas vidas, combatendo a corrupção do pecado, resgatando e restaurando
suas vítimas.
1. Jesus Revela Nosso potencial
Jesus nos proporciona a visão de uma humanidade não corrompida. Ele é um exemplo vivo,
tocante, do que é esperado que sejamos e venhamos a ser com Sua ajuda. Ele é o Único ser
humano completamente autêntico que jamais viveu. Quanto mais nos conscientizamos de Sua vida e
personalidade humanas, mais conhecemos nosso completo potencial. Um modelo é um fator de
motivação poderoso e essencial. Muito freqüentemente olhamos para outros seres humanos
pecadores, em busca de modelos. Embora alguns possam demonstrar valores e conduta cristãs,
todos são limitados e embaraçados pela sua pecaminosidade.
Infelizmente, a maioria de nossos semelhantes - mesmo os cristãos não servem,
definitivamente, como bons modelos. Como se observou no CapItulo 1, tendemos a nos afastar e
nos desiludir uns aos outros, porque freqüentemente estamos extravasando nossa corrupção em vez
de exteriorizarmos o amor e a vontade de Deus. Tudo isso enfatiza a importância da vida e
personalidade humanas de Jesus, sem mancha nem defeito, como fator de motivação. Ele veio, em
parte, para nos mostrar em que poderemos nos tornar .
A partir da experiência humana, fica claro que um modelo pode ser motivador. Educadores em
escolas de guetos descobriram que os olhos dos estudantes se abrem e sua visão se amplia
significativamente, quando em contacto com pessoas proeminentes e bem-sucedidas de sua própria
origem étnica ou racial.
Pacientes em alas de mutilados, em hospitais militares, depois da Segunda Guerra Mundial,
muitos dos quais haviam desistido de assumir uma vida normal, foram surpreendidos pelo estranho
comportamento de um visitante Inesperado.
 Esse homem de meia-idade, vestido de terno, entrou no setor e, sem uma palavra de
explicação, desempenhou, perfeitamente, uma série de proezas acrobáticas - arremessos,
cambalhotas e saltos mortais. Ao final ele suspendeu as pernas das calças, revelando duas pernas
artificiais completas. O impacto foi tremendo. Muitos dos que não desejavam nem mesmo tentar se
ajustar aos seus defeitos físicos ou a membros artificiais subitamente receberam uma poderosa
motivação. Naquele homem eles viram o que poderiam fazer e ser, a despeito de suas perdas.
2. JesusRevela o Amor de Deus
Jesus, por ser Deus, o Filho divino e eterno do Pai, nos capacita para conhecer a Deus como
realmente é. Ele nos revela não apenas nosso potencial; revela também o coração de Deus e Sua
compaixão por nós, a despeito de nossa corrupção. Através de Jesus, tanto o que Ele é, como o que
fez, tornamo-nos conscientes da determinação de Deus em nos ajudar a qualquer preço. Por sua
obediência e sacrifício, Jesus oferece perdão contínuo e completo de toda a nossa desobediência.
Este amor de Deus, expresso em Jesus Cristo, é o elemento-chave pelo qual Deus nos quer
motivar. Ele deseja nos mover pelo poder do Seu amor. Poderia facilmente nos forçar a concordar
com Sua vontade, porém recusa-se a fazer isso. Ele quer que obedeçamos e o honremos porque
conhecemos o Seu amor, o aceitamos, apreciamos e correspondemos.
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ÉTICA CRISTÃ 
3. Jesus Liberta
Obtendo perdão para nós na Cruz, Jesus quebrou a pretensão e a prisão de Satanás. Ele nos
liberta do abandono e desespero que a nossa corrupção impõe. Embora Satanás possa ainda nos
tentar, enganar e atormentar, Jesus promete que se aceitarmos Seu Perdão e o poder do Seu
Espírito, Satanás não mais será capaz de nos tiranizar e dominar. Esta é uma ótima notícia – é o
evangelho esta proclamação de emancipação nos diz não apenas do que estamos livres (do pecado
e de Satanás), mas também por quem somos libertos. Pela ação redentora de Jesus, somos libertos
e motivados a nos tornar mais parecidos com Aquele que fez isso por nós. Somos livres para
começar a perceber nosso potencial como seres humanos salvos.
B. DEUS EFETUA A RECUPERAÇÃO ATRAVÉS DO ESPÍRITO
O que o Pai deseja para nós é obtido pelo Filho, aplicado e tornado efetivo em nossa vidas
pelo Espírito Santo. Ele é o prolongamento do Pai e do Filho. É o agente através do que Eles se
relacionam conosco e nos ajudam. Como mencionado na seção anterior, Jesus vence nossa
corrupção moral e espiritual. Aqui, notamos como o Espírito Santo Torna essa vitória uma realidade
prática em nossas vidas.
1. O Espírito constrói e restabelece o Relacionamento
O objetivo inicial do Espírito Santo, quando atinge o seu humano perdido, é relacionar essa
pessoa com Deus. Através da mensagem do evangelho Ele estabelece comunicação com Deus,
estimula a interação. Capacita a pessoa a aceitar o amor e a ajuda de Deus em Cristo, ou seja, cria e
sustenta a fé. Não Há outra forma para a fé começar. Com nossa própria força não podemos temer,
amar e confiar em Deus. Em estado de corrupção, nossa capacidade para a fé é destruída. Somente
pelo dom e ação do Espírito Santo, pode ser ela gerada.
2. O Espírito Cria e Constrói uma Nova Pessoa
Uma vez estabelecido o vínculo da fé, o Espírito Santo inicia um sério programa de
reabilitação na pessoa alcançada. Ao lado do ser velho e corrupto, o Espírito começa a trazer à tona
e moldar um novo. O cristão é, então, simultaneamente, duas pessoas - a velha e a nova. Há uma
com idéias, valores e padrões de comportamento corruptos e suscetíveis a Satanás. E Há outra com
idéias, valores e padrões de comportamento que são parecidos com os de Cristo e suscetíveis a
Deus.
O incrédulo é apenas uma pessoa - a velha. O cristão é duas pessoas. Não são duas seções
separadas do ser do cristão, uma boa e outra má. Não é, por exemplo, que a alma seja o local da
nova pessoa e o corpo o local da velha. Pelo contrario, ambas as pessoas ocupam todo o ser e
trabalham através dele. Quais são as características desta nova pessoa que o Espírito Santo está
desenvolvendo dentro de cada cristão?
a. Inclina-se para o bem. A nova pessoa que está emergindo e crescendo dentro do cristão
reage de uma nova maneira, tanto em relação a Deus como em relação a outras pessoas.
No que diz respeito a Deus, deleita-se na Sua vontade e é capaz de cumpri-Ia. Confia nele,
aprecia e obedece a voluntária e alegremente. Em relação aos seus semelhantes, a nova
pessoa tem um novo respeito e compromisso, é determinada a amar e a ajudar os outros, a
despeito do preço.
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ÉTICA CRISTÃ 
b. Resiste á corrupção. Adicionalmente, a nova pessoa tem aversão por coisas que ofendem a
Deus e terem os outros. Opõe-se a cada impulso e influência más, tanto de dentro como de
fora. Isto significa que a nova pessoa está em um estado de constante tensão e conflito
com a velha pessoa e seus desejos. A Escritura descreve a vida cristã, não como um
estável e ininterrupto curso de progresso, antes, como uma batalha, uma disputa, uma luta,
na qual o novo ser deve combater o velho para sobreviver e crescer .
O desejo e determinação de fazer isso é uma característica essencial da nova pessoa. Ela é
alerta e opõe-se a cada tentação que vem de fora, quer seja de indivíduos corruptos, quer seja de
uma cultura decadente. A nova pressão não é conformista, exceto àquilo que vem de Deus. Teimosa
e corajosamente, insiste em desafiar as tendências imorais do meio ambiente.
3. O Espírito Habita na Pessoa
Não nos debatemos sozinhos contra o pecado e a corrupção. O próprio Deus, o Espírito Santo,
está presente no íntimo da pessoa, alimentando o progresso e a recuperação moral, para nos
motivar, guiar às direções certas e desviar-nos do que é errado.
 Deus não nos dá apenas dádivas e poderes, mas também a Si próprio. Temos uma Pessoa
divina, viva e amora conosco, em todos os momentos, provendo a coragem, o suporte e a direção
moral de que precisamos. A força e visão em que confiamos são Suas e não nossas ou de outros.
Podemos nos comunicar com o Pai; Ele ouve e responde nossas oração e queixas enquanto
mantemos a difícil e solitária luta da vida moral. ele também nos fala através de Sua Palavra, escrita
na Bíblia e guardada em nossos corações, oferecendo direcionamento, reforçando nossas
convicções e consciência e oferecendo consolo e esperança.
C. MOTIVAÇÃO
O que Deus faz por nós, através de Cristo, e em nós através do Espírito, nos dá razões para
agirmos de acordo com a Sua vontade. Assim que somos atingidos pelo Seu amor, assim que a Sua
ação perdoadora e transformadora se faz sentir em nós, nova atitudes e valores são formados, o que
nos capacita e impele a nos tornarmos pessoas melhores
1. Desejo de Louvar a Deus
Está é a suprema motivação – nosso amor respondendo ao dele. Conscientes do Seu amor e
agradecidos por Ele, respondemos da mesma forma. Seu amor por nós estimula nosso amor por ele
e pelos outros. Chamar a atenção para a Sua divindade e grandeza, torná-lo, e aos outros,
conscientes da nossa admiração por ele e do nosso deleite pelo que Ele fez.
O propósito do louvor não é recompensar a Deus, mas expor Sua magnificência e expressar
nossa aceitação e agradecimento. Nossa obediência a Deus é eucarística, um dar e viver de nossa
gratidão. Isso traduz nossa principal preocupação ao tomarmos uma decisão ética e um rumo de
ação moral: Qual decisão e ação é mais provável de agradar e honrar a Deus?
Louvar é bastante natural, quase irresistível, quando encontramos alguém excepcionalmente
atencioso e útil. Eu tenho um amigo que, certa vez, quando eu estava em grande carência pessoal,
sem que lhe fosse pedido, avaliou minhas necessidades e as atendeu da maneira mais sensível e
generosa. Fiquei extasiado, na ocasião, e ainda hoje estou. Jamais me canso de dizer-Ihe e a outros
o quanto sua ajuda significou para mim.
Este tipo de motivação, acima de tudo, pode e deveria caracterizar a ética cristã e a resposta
moral. É a mais elevada forma de motivação. Outras, menos importantes, discutidas a seguir, são
FATAD Prof. Jales Barbosa 29ÉTICA CRISTÃ 
também validas e podem adequadamente funcionar em combinação com está. Entretanto, o louvor a
Deus vem em primeiro lugar. A melhor e mais tocante razão para um cristão fazer o que é certo e
evitar o que é errado, é que isso glorifica a Deus.
2. Desejo de Ajudar os Outros
Aqueles que têm sido amados e ajudados por Deus desenvolvem o desejo de tratar os outros
da maneira como Deus os tem tratado. Deus quer e encoraja isso. Quando queremos expressar
nosso amor e louvor Ele nos dirige a outras pessoas. Todos os seres humanos precisam de alguma
coisa de nós; alguns têm necessidades grandes e desesperadas. "E responder-Ihes-á o Rei: Em
verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais
pequeninos, a mim o fizestes" (Mat. 25:40). O companheiro de uma pessoa é o principal objeto e
forma de vazão para o cristão corresponder ao amor de Deus.
Certa vez tive problemas com o carro, num lugar afastado, onde era difícil conseguir mecânico.
Um estranho parou e, gastando considerável tempo e esforço, conseguiu consertar o carro.
Sentindo-me agradecido e obrigado, quis pagar-Ihe, mas ele recusou. "Não", disse. "Não preciso
nem quero seu dinheiro. Mas vou lhe dizer uma coisa: a próxima vez que tiver a chance de ajudar
alguém, faça-o e pense em mim." Isto é precisamente O que Deus diz para aqueles que foram salvos
pelo Seu amor: "Quando tiver a chance de ajudar alguém, faça-o e pense em mim." A segunda
grande preocupação do cristão ao tomar decisões éticas, e que nasce da preocupação maior, é:
Qual linha de ação é mais provável de ajudar as pessoas envolvidas? Quase cada decisão ética e
ação moral, direta ou indiretamente afeta outros, para melhor ou para pior.
Movidos pelo amor de Deus, os cristãos querem fazer o que é melhor. A segunda mais
importante razão para fazer o certo e evitar o errado é que isso beneficia outras pessoas.
3. Desejo de Compreender o Próprio Potencial
Aqui chegamos ao lugar apropriado do “eu” em ética cristã e motivação moral. É o terceiro da
lista de prioridades. Embora não na cabeça da lista, o “eu” tem um lugar elevado e importa. Na
medida em que o ego permanecer subordinado a estes conceitos mais elevados, ele é apropriado e
mesmo necessário. 
A esta altura, apenas focalizamos o ego como fator de motivação, uma razão para fazer o certo
e evitar o errado.
Um cristão sabe que foi perdoado e que tem poder para se tornar um pessoa melhor porque
acredita em Jesus Cristo e aceita Sua misericórdia. Jesus o tem reconciliado com Deus, como tem
restaurado seu potencial para progredir. O cristão que aproveitar o máximo desse fato, e esta certo
em sentir dessa forma. Não será confundido, nem detido, nem revolvido pelo pecado, da maneira
que antes foi.
O cristão pode crescer e produzir pelo que Deus faz por ele através de Cristo e nele através do
Espírito Santo. Pode tornar-se uma nova pessoa. Pode começar a superar seus problemas morais,
fraquezas e conflitos. Pode e conseguirá! Ele não quer ser um inválido espiritual e moral. Quer
experimentar e exercitar, no seu próprio coração e vida, a vitória que Deus tem conseguido para ele.
Esta é, também, uma boa razão para a obediência.
4. Consciência de Que a Vontade de Deus é o Melhor
Entre as grandes bênçãos da reconciliação com Deus através da fé em Jesus Cristo, está uma
atitude positiva em relação ao que Deus exige. 
FATAD Prof. Jales Barbosa 30
ÉTICA CRISTÃ 
Antes da conversão de uma pessoa, à vontade revelada de Deus é quase exclusivamente uma
força negativa. Ela expõe e condena o pecador. Entretanto, uma vez que a confiança em Deus é
evocada através do Evangelho, a pessoa é capaz de ver os mandamentos de Deus sob uma luz
diferente. 
Embora eles continuem a expor e a condenar o pecado nos cristãos (a lei sempre condena,
veja Rm. 7.7-24), eles também se transformam em uma útil declaração do que é bom para nós.
Através da fé no Evangelho, descobrimos que Deus, em Sua lei, não está meramente tentado
a nos dar ordens, ou nos fazendo saltar através de argolas. Ele deseja nos ajudar. É o nosso
Criador, então sabe o que é melhor para nós e os outros, mais que qualquer outra pessoa. Seus
mandamentos são como as instruções que um fabricante dá para operação e manutenção de um
produto. É o nosso próprio interesse que fazemos o que Ele nos manda. Esta é, também, uma forma
de interesse próprio, que deve permanecer subordinada à nossa relação com Deus e com os outros.
Ela pode e deve ser expressiva e encorajadora destes mais elevados motivos, sem estar em
competição com eles. Um cristão pode honrar a Deus e demonstrar Seu amor e sabedoria fazendo o
que Ele manda, fiel e agradecidamente. Além disso, o cristão pode estar certo de que o que faz é
melhor para os outros também, se determina seus relacionamentos pelos mandamentos de Deus.
Ele sabe mais!
5. Medo da Desobediência e Suas conseqüências
Desobedecer a Deus, isto é, negligenciar ou ferir outras pessoas, rendermo-nos a elementos
corruptos em nós e a nossa volta, é mascarar nosso relacionamento com Deus e incorrer no Seu
julgamento. O Cristão percebe e teme isso. Desobediência e imoralidade podem ser desastrosas.
Violar ou desrespeitar a vontade de Deus é um jogo no qual as apostas são imensamente grandes.
 Embora cada ato de pecado não destrua a fé e resulte em castigo, quase qualquer pecado
pode ter esse efeito. Pecado não é um divertimento inofensivo, ou um passatempo. É uma séria
ameaça ao nosso supremo bem-estar. Não deveríamos confundir o amor e a paciência de Deus com
suavidade. Escrevendo aos cristãos, Paulo diz: "Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer;
pois tudo o que o homem semear, isso também ceifara. Porque quem semeia na sua carne, da carne
ceifara a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do espírito ceifara a vida eterna" (Gl. 6:7-8).
Medo da reincidência e suas conseqüências é, obviamente, um baixo nível de motivação cristã.
Na verdade, é o mais baixo. Entretanto, é um fator necessário, por causa de nossa contínua
pecaminosidade, nossa atração perigosamente forte para o que é mau e proibido. Tal motivação não
pode, jamais, nos mover na direção certa, porque somente aquilo que é feito por amor e não por
medo é aceitável a Deus. Contudo, esse tipo de medo pode conter nosso curso na direção errada. 
Em um cristão fraco e rebelde, o medo pode ainda estar funcionando, mesmo depois que o
amor a Deus e aos outros se tenha tornado virtualmente inoperante.
Motivação é um fator essencial na decisão ética e ação moral. Deus está tão interessado em
por que fazemos alguma coisa quanto em o que fazemos. Instrução ética adequada e
desenvolvimento moral saudável envolvem concentração em níveis mais elevados de motivação.
Embora motivações secundárias sejam também válidas e possam ser usadas quando a situação
exigir, o objetivo é mover-se da motivação secundária para níveis elevados, para enfatizar as
melhores razões que temos para fazer a vontade de Deus.
FATAD Prof. Jales Barbosa 31
ÉTICA CRISTÃ 
X NORMASX NORMAS
nde o cristão consegue direção, instrução, orientação, para determinar o que é certo e o que
é errado? No Capítulo 2 consideramos a motivação - razões compulsórias e motrizes para se
fazer à vontade de Deus. Entretanto, não importa quão fortemente motivados estejamos, não
iremos muito longe na direção certa, a menos que saibamos qual direção é essa. Precisamos de
normas que revelem o conteúdo especifico da vida cristã.
O
O termo norma vem do latim e significa um esquadro ou régua de carpinteiro. Este instrumento
tem um angulo perfeitamente reto e permite ao carpinteiro ou construtor duplicar tal angulo. Tanto
expõe como orienta a "quadratura". Além disso,ele também revela seus desvios. Se você colocar o
instrumento num pedaço de madeira que foi serrado, poderá dizer se o corte é ou não um quadrado.
Em discussão ética, normas são aqueles instrumentos que indicam e medem a correção moral.
freqüentemente, filósofos éticos classificam normas em vários tipos. O mais especifico são regras,
muito práticas e concretas. "Não se embriague" é um exemplo de regra moral. Atrás de regras vêm
princípios, diretrizes mais gerais e compreensivas, ou valores, dos quais as regras são aplicações
especificas. "Coma e beba para a glória de Deus" é uma maneira de expressar o princípio por trás da
regra contra a embriaguez. Finalmente, há uma doutrina básica ou afirmação teológica da qual o
principio se deriva, tal como “O supremo propósito da vida é glorificar a Deus”.
Estas distinções são úteis e serão empregadas neste estudo de tempos em tempos. Contudo,
o conceito mais primitivo e prático de norma como modelo, ou padrão, parece transmitir melhor o que
a Escritura diz a esse respeito. Como ficará evidente, este será o significado principal que daremos à
palavra norma.
A. NATUREZA E FUNÇÕES DAS NORMAS ÉTICAS E CRISTÃ
Quais sãos as normas pelas quais os cristãos deveriam viver? O que essas normas fazem por
nós? Como funcionam? Onde Estão?
1. Indicando a Vontade de Deus
Deus não se mantém silencioso sobre o tipo de pessoas que deseja que sejamos.
 Ele se tem expressado claramente a esse respeito, não apenas em palavras, mas também em
ações e exemplos, e nos tem dado uma visão da personalidades cristã. Tem exprimido um sentido,
uma impressão de como devemos pensar, sentir e agir.
As diretrizes e normas que nos tem dado se parecem mais com os conselhos de um pai do
que, por exemplo, com um duro conjunto de leis dado por um ditador a seus subordinados. Essas
diretrizes descrevem concretamente o tipo de pessoas que podemos e deveríamos ser. Elas são
muito mais que um conjunto abstrato de princípios morais, regras ou virtudes. Elas não são fins nelas
próprias, mas meios pelos quais Deus nos dá uma visão do caráter e valores que deseja formar em
nós.
2. Refletindo as Necessidades da Natureza Humana
O Deus, que fez os seres humanos, nos conhece melhor do que nos conhecemos. Ele sabe
que certos tipos de comportamento são destrutivos e que outros são benéficos a nós e à coletividade
Incorporando esse discernimento na natureza humana, em normas éticas bíblicas, ordena e exige o
que é melhor para nós.
FATAD Prof. Jales Barbosa 32
ÉTICA CRISTÃ 
Suas regras não são arbitrárias, nem punitivas. Repetindo a analogia usada no Capitulo 2, elas
são a orientação do fabricante para a adequada operação e manutenção do produto. Há ocasiões
excepcionais em que essas normas não parecem ser boas ou úteis, nas quais sua aceitação poderia
até mesmo parecer prejudicial e injusta. Entretanto, a longo prazo e no todo, sua validade é
sustentada. Mesmo que, num caso extremo, uma exceção deva ser feita, tal exceção não nega a
regra.
Mesmo seres humanos corruptos e caídos possuem um intuitivo senso do que Deus exige,
uma fraca percepção de certo e errado. Entretanto, essa percepção é fragmentária, incompleta,
toldada e escurecida pelo pecado. Para compensar isso, Deus tem, clara e poderosamente, revelado
na Bíblia o que os seres humanos deveriam e não deveriam fazer. Ele define bem e mal,
especificamente, ordena bom comportamento e condena o que é mau.
Embora escrita por homens, a Bíblia é a autêntica e autorizada Palavra de Deus. Seu propósito
principal é comunicar as boas-novas de perdão através do sangue e morte de Jesus. Entretanto, um
importante propósito secundário é revelar normas éticas e dar-nos entendimento da vontade de Deus
para as nossas vidas.
Deus é a fonte das normas éticas. Ele, não nós, decide o que é certo e o que é errado fazer.
Através do Espírito Santo nos deu a Bíblia, na qual há sensíveis e específicas diretrizes éticas.
Entretanto, O Espírito nos dá mais que um livro no qual acreditar - mais ainda do que um livro
inspirado e sem erros. Ele dá-se a Si próprio.
O Espírito Santo está presente e ativo no interior de cada cristão. Uma das mais importantes
funções que Ele desempenha é ajudar os cristãos a conhecer e entender a vontade do Pai. Não
temos apenas o escrito da lei, temos também a direção pessoal e viva do Espírito Santo dentro de
nós. 
A vontade escrita de Deus e a orientação pessoal do Espírito Santo não conflitam uma com a
outra. Elas trabalham de forma complementar. As normas éticas escritas na Palavra de Deus são o
trabalho do espírito Santo através dos autores bíblicos. além disso, a orientação interior que o
espírito dá é compatível com as normas escritas e explicativas das mesmas.
À medida que tentamos seguir nosso conhecimento natural da vontade de Deus e mesmo da
orientação interior do Espírito, estamos constantemente sendo confundidos e mal direcionados pelas
forças do mal à nossa volta e em nos. 
Elas nos levam a racionalizar e a nos convencer, por vezes, que o mal é o bem e o bem é o
mal. Elas nos levam a ignorar ou a fugir da orientação do espírito, Isto é responsável por grande
parte da confusão ética que experimentamos e da conduta imoral na qual caímos.
Através das normas escritas da Palavra, o espírito Santo esclarece muito dessa confusão e
expõe as racionalizações às quais somos inclinados, Por exemplo, para o cristão que está brincando
com a idéia de ter um relacionamento sexual ilícito, na crença de que seria realmente uma coisa
agradável e bonita de fazer, de que ninguém seria ferido, de que ambos os lados seriam
enriquecidos e ajudados, de que o ato seria, na verdade, uma grata celebração da sexualidade dada
por Deus, todas estas atrativas e plausíveis maquinações são destruídas pela clara e forte norma
bíblica: "Não adulterarás".
3. Pontos Fixos de Referência
Para encontrar seu caminho através de uma massa de água, ou numa área selvagem, você
precisa de alguns pontos fixos de referência - uma estrela, o pico distinto de uma montanha, uma ilha
ou uma bússola confiável. Normas éticas cristãs funcionam da mesma maneira. Elas não são mapas
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ÉTICA CRISTÃ 
rodoviários que apresentam cada polegada do caminho, ou uma cópia completa da vida cristã. Pelo
contrario, elas são confiáveis postes de sinalização e marcadores em áreas estratégicas da vida,
indicando a direção na qual devemos seguir .
A vida cristã é uma jornada através de terreno estranho, confuso e, freqüentemente, perigoso.
O mundo em que vivemos muda rápida e drasticamente. Somos confrontados com muitas decisões
morais novas e difíceis. Defrontamo-nos com uma larga variedade de opiniões éticas e práticas
morais, muitas das quais são contraditórias. É muito fácil tornar-se desorientado e perder o caminho.
No meio de toda está mudança, confusão e contradição, Deus estabeleceu alguns postes de
sinalização definidos e permanentes. Se fixarmos nossa atenção neles e os seguirmos, não
vaguearemos longe do caminho, pelo contrario, estaremos nos movendo na direção pela qual Deus
quer que andemos.
B. FORMAS BíBLICAS DE NORMAS ÉTICAS
Onde, na Bíblia, estão essas normas éticas divinamente reveladas? Como são expressas?
Como aparecem? Qual é seu contexto essencial?
1. Os Dez Mandamentos
A Bíblia contém muita instrução ética e muitas diretrizes morais. Do Gênesis ao
Apocalipse encontramos material que pode ser classificado como normas éticas. Um sumário
conveniente e autorizado deste material é dado nos Dez mandamentos (Ex. 20). Tanto Jesus como
Paulo empregam o decálogo desta forma, como um sumário. O sermão da Montanha, de Jesus (MT.
5.7) é, em alguns aspectos, uma interpretação e intensificaçãodos Dez Mandamentos. O mesmo
pode ser dito de muitas seções nas cartas do Novo Testamento destinadas à orientação Moral.
Instrução ética não é o principal propósito dos Dez Mandamentos. A lei de Deus é, antes de
tudo, um instrumento de diagnóstico para expor e condenar o pecado, em preparação para o
evangelho. Entretanto, para a pessoa perdoada e capacitada pelo Espírito através da fé, a lei é
também um guia moral, uma norma de comportamento cristão.
2. Amor Como Norma Bíblica
Deus expressa Sua vontade para nossas vidas de muitas maneiras. Essas exigências são
reunidas e brevemente apresentadas nos Dez Mandamentos. Mas é possível e correto expressar
Sua vontade para nós, ainda mais concisamente o que o decálogo o faz. Ambos, Jesus e Paulo,
tornam claro que amor é a essência dos mandamentos de Deus (Mar. 12.30,31 e Rom 13.9)
Os Dez Mandamentos e todas as outros normas éticas estão, numa análise final, simplesmente
descrevendo diferentes maneira de agir em amor. Eles são explicações específicas e concretas do
que significa ser amoroso em uma variedade de relacionamentos e circunstâncias. Deus nos fez à
Sua imagem, para sermos como Ele. Desde que Seu caráter e conduta são manifestações de amor,
os nosso devem também ser. Em uma palavra, Sua vontade para nós é que amemos. O amor
manifesta-se a si próprio de diferentes formas: em várias normas bíblicas, Deus descreve e
prescreve o que o amor fará.
3. Imperativos Cristãos
As instruções morais do Novo Testamento, endereçadas aos que crêem, podem ser chamadas
de “imperativos cristãos”. A forma desses imperativos, bem como seu conteúdo, é muito similar ao
Decálogo. Como os mandamentos do Velho Testamento, esse imperativos do Novo Testamento
enunciam a vontade de Deus para as vidas dos seres humanos, em expressões como: “Faça isto!” e
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ÉTICA CRISTÃ 
“não faça aquilo!” Entretanto, há algumas diferenças significativas entre o decálogo e os imperativos
cristãos.
Os imperativos cristãos estão combinados ou baseados nas afirmações do evangelho. Por
vezes, embora em grau menor, o Velho Testamento também une a motivação do evangelho às
declarações da vontade de Deus. No caso dos imperativos do Novo testamento, todavia, a relação
com o evangelho é muito mais explícita e enfática.
Este é um ponto importante e bastante difícil de explicar e aprender. Dizer que a motivação do
evangelho está combinada com uma declaração da vontade moral de Deus não sugere confusão
entre evangelho e lei.
 Em um imperativo cristão, a lei (imperativo) e o evangelho permanecem distintos. Embora
funcionem juntos, o evangelho não se torna lei, nem a lei, evangelho. O elemento imperativo
permanece como uma declaração da vontade imutável de Deus. Como tal, continua a revelar e
condenar nossos pecados.
A lei sempre condena. Para o pecador não perdoado, a lei apenas acusa, mas para o pecador
perdoado e transformado pela fé em Jesus a lei de Deus também informa e instrui nas boas obras.
Para aqueles que crêem e são motivados pelo evangelho, a vontade expressa de Deus torna-se um
guia útil para o viver moral e para afirmação de seu potencial como novas pessoas em Jesus Cristo.
"Você deve" transforma-se também em "Você pode"!
O que, nesta apresentação, é chamado de imperativos cristãos, na verdade nada mais é do
que a lei de Deus proclamada aos cristãos para instrução moral, juntamente com a motivação do
evangelho, que os capacita a ser e fazer o que Deus demanda. 
 Somente o evangelho do amor de Deus pode implementar tipos de mudanças que Deus quer
efetuar em nós. A lei não tem poder para nos modificar e nos tornar aceitáveis a Deus. Nos
imperativos cristãos, as ordens de Deus são expressas juntamente com a mensagem motivadora de
Seu amor. Um exemplo de imperativo cristão, tirado do Novo testamento, é: "Antes sede bondosos
uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos
perdoou em Cristo" (Ef. 4:32).
É essencial, neste aspecto, ter em mente o que é justificação e santificação e como se
relacionam. Justificação é o dom do perdão de Deus por amor de Jesus Cristo. Santificação é o dom
de Deus da nova personalidade, também por amor de Cristo. Ambos são elementos vitais do
evangelho. Eles são também dados simultaneamente. Você não pode ter um sem o outro. Tanto é
uma parte do evangelho dizer: "Através da graça de Deus você pode mudar para melhor" como
dizer: "Por causa do que Jesus fez e suportou, Deus não considera seus pecados contra você.”
Isto não significa que Justificação e santificação são igualmente importantes. Na mensagem
cristã, a justificação é proeminente. Deus muda as pessoas para melhor porque as perdoa, mas não
vice-versa. Santificação é um resultado, não uma causa de justificação. Entretanto, isso não significa
que a santificação seja opcional ou dispensável. É parte integral do evangelho. Apresentar
imperativos do Novo Testamento como novas possibilidades, que são parte da obra da graça de
Deus no crente, é simplesmente proclamar o Dom de Deus da santificação.
4. Exemplos das Escrituras
Não apenas as seções expositivas e exortativas das Escrituras, mas também as históricas e
biográficas contém orientações para a vida cristã. Normas éticas, positivas e negativas, são
incrustadas nas descrições de pessoas. Lídia, por exemplo, é um modelo de generosidade (atos
16.15). Abraão, um modelo de fé (Rm. 4), e Pedro e João, modelos de coragem para testemunhar
(Atos. 4).
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ÉTICA CRISTÃ 
Material dessa natureza, todavia, deve ser interpretado muito cuidadosamente, porque a Bíblia
é realista em seus retratos. 
Mesmo os heróis da fé são apresentados com suas falhas (Abraão, Moises, Sansão, Pedro,
Tiago, João e assim por diante). E os vilões são, por vezes, descritos como possuindo algumas
características recomendáveis (os vizinhos egípcios dos israelitas no templo do Êxodo, fariseus,
Herodes Antipas e outros). O que Deus aprova e desaprova nessas pessoas, nem sempre é
explicito. Exemplos morais, nas Escrituras, são, falando em geral, mais ilustrativos que definitivos.
Eles devem ser entendidos, verificados e interpretados à Luz dos Dez Mandamentos e dos
imperativos cristãos. Tentar extrair uma norma ética de um exemplo apenas, sem esclarecimento e
suporte de uma ordem bíblica, é questionável.
5. Característica Cristãs.
Em muitas partes do Novo Testamento, os escritores descrevem e louvam certas atitudes,
valores e virtudes que são distintivamente cristãs. 
Somos presenteados com certas características, e nos é dito que esta é a forma como os
cristãos são e deveriam ser. Explícita, ou implicitamente, isso indica que essas características são ao
mesmo templo dons da graça de Deus e objetivos em cuja direção deveríamos nos empenhar.
Devemos e podemos até certo ponto, ser assim pela ação justificadora e santificadora de Deus.
Paulo, por exemplo, fala do “fruto do Espírito” que é: o amor, o gozo, a paz, a longaminidade, a
benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio (Gl. 5.22), e a “mente de
Cristo”, que é caracterizada pela humildade, serviço sacrifical e obediência até à morte (Fl. 2.1-11).
Em ambas as passagens, Paulo não apenas descreve o que já está no cristão, mas também o que
deveria estar.
Nas bem-aventuranças, Jesus também apresenta e promove atitudes, valores e
comportamento cristão distintos. São bem-aventurados, diz ele, os humildes de espírito, os que
choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os limpos de coração, os
pacificadores, os que são perseguidos por causa da justiça(Mt. 5.1-10). Declarações como estas (e
há muitas outras no Novo Testamento), não pretendem ser descrições completas do comportamento
cristão, ou um total sistema de valores e virtudes cristãs. Em vez disso, parecem ser significantes,
poderosos, desafiantes croquis da personalidade cristã. São mais pinturas que fotografias e mais
declarações artísticas e literárias que declarações clínicas e cientificas.
Entretanto, elas pretendem servir, claramente, de alguma forma, como normas éticas. Elas nos
fornecem uma visão, um modelo do tipo de pessoas que podemos e deveríamos nos tornar por
causa da ação graciosa de Deus por nós e em nós.
C. LIMITAÇÕES DAS NORMAS ÉTICAS BíBLICAS
As normas éticas reveladas nas Escrituras, embora valiosas, confiáveis e autorizadas, não
esgotam o assunto. Além disso, elas não podem ser sempre aplicadas diretamente a nós e às nossa
decisões. 
Devemos estar conscientes de suas limitações e de como corresponder a elas, como devemos
estar cônscios de sua importância e potencial. É um erro tanto esperar muitas dessas normas como
esperar pouco. 
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1. As Normas Bíblicas Não Abrangem Todas as Situações
Deus não respondeu todas as nossas questões éticas na Bíblia, nem resolveu todos os nosso
problemas morais. Muitas coisas com as quais lutamos hoje, simplesmente não existiam nos tempos
bíblicos. Contracepção, manipulação genética, aborto, prolongamento do processo terminal da vida,
liberação feminina, responsabilidade social em uma democracia, disputas de administração e
trabalho, problemas econômicos complexos, poluição ambiental, envolvimento da Igreja na Política
partidária, estes são apenas alguns dos problemas morais peculiares à era moderna.
Mudanças tecnológicas e sociais que se aceleram rapidamente nos presenteiam com uma
quase infinita variedade de novas possibilidades, muitas das quais incluem problemas morais
desnorteantes e sem precedentes. 
As Escrituras simplesmente não falam direta e inequivocamente a respeito de todos esses
assuntos. Deus deixou, na verdade, muitas áreas da vida não planejadas e estas parecem estar
aumentando.
Por que Deus permitiu que isso acontecesse? Por que não nos supriu com um conjunto de
normas suficientes para abranger todos os problemas morais com os quais teremos que nos
defrontar? Em nenhum lugar as Escrituras se reportam a está pergunta. Contudo, se considerarmos
a forma básica de Deus se relacionar conosco, como revelada na Bíblia, uma resposta é sugerida.
Deus está muito mais interessado na obediência livre e voluntária que brota do amor por Ele, do que
na conformidade externa com Seus mandamentos. Deseja que amadureçamos espiritual e
moralmente. Não quer tomar todas as decisões por nós. Pelo contrário, quer nos ensinar como tomar
nossas decisões livre e responsavelmente, de tal forma que elas sejam, não obstante, condizentes
com Sua vontade.
Como um pai preparando um filho para a vida, Deus nos deu muitas prescrições especificas,
bem como alguns princípios éticos básicos, e estes são compulsórios. além disso, através da
encarnação do Seu Filho, Ele nos deu um exemplo humano vivo de como deveríamos ser. Juntas,
estás expressões da vontade de Deus formam um modelo, uma visão da personalidade cristã em
direção à qual deveríamos crescer. Uma criança desenvolvendo-se para a vida adulta responsável
ganha da instrução e exemplo dos pais não apenas um conjunto de regras para a vida, mas um
sentimento ou senso progressivo para o que é certo, mesmo para novas situações com as quais os
pais não se defrontaram ou mesmo não discutiram com a criança. Similarmente, Deus, através das
normas éticas e do exemplo de Cristo, registrado na Bíblia, forma e desenvolve em nós um senso e
sentimento para Sua vontade, que também nos ajuda a encontrar nosso caminho através de áreas
não mapeadas da vida, esses intrincados novos problemas não abrangidos pela Bíblia.
2. Algumas Normas Bíblicas São Cultural e Históricas.
É incorreto assumir que cada mandamento de Deus registrado na Bíblia aplica-se a nós hoje.
Alguns foram dirigidos apenas para certas pessoas, e para situações específicas. Alguns foram
subseqüentemente retirados ou mudados.
O quarto mandamento, por exemplo, exigindo culto e descanso no sétimo dia, foi reinterpretado
e mudado no Novo testamento. 
Muitos outros rituais e mesmo alguns regulamentos morais do Velho testamento foram
rescindidos (Col. 2:16). Eles foram originalmente dados como sinais e lembretes apontando para
Cristo. Agora que Ele veio, eles já não são relevantes ou compulsórios.
Um tipo diferente de exemplo é a antiga exigência imposta por Deus, de que um homem
deveria ter filhos com a viúva do seu irmão, se este morresse sem deixar herdeiros (Gen. 38:8 e
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ÉTICA CRISTÃ 
Deut. 25:5). Não Há razão para crer que está regra se aplica à era neotestamentária. Nunca foi
especificamente retirada, mas nunca foi reafirmada. conseqüentemente, nunca se tornou uma norma
ética operante para os cristãos.
Até mesmo certos regulamentos do Novo testamento são geralmente desconsiderados em
nossos dias, por causa do significado alterado. 
Os apóstolos, por exemplo, instruíram as mulheres cristãs a não se enfeitarem com estilos de
cabelo fantasiosos, roupas caras, ou jóias, mas, pelo contrario, concentrarem-se na beleza interior de
um espírito manso e tranqüilo (I Pd. 3:3) e boas obras (I Tim. 2:9-10). Na cultura do primeiro século,
as mulheres que se enfeitavam com roupas finas e jóias projetavam uma imagem de orgulho e
extravagância. Na nossa cultura, embora O excesso de enfeites possa refletir a mesma imagem, o
uso moderado de adornos indica nada mais que elegância e boa aparência. Portanto, poucos
cristãos contemporâneos seguem as instruções apostólicas estritamente.
Finalmente, o mandamento para ser frutífero e multiplicar-se (Gen. 1:28) tem, nestes últimos
anos do século vinte, num planeta superpovoado um significado diferente do que tinha quando o
mundo não era praticamente habitado.
Devemos estudar cuidadosamente os imperativos morais das Escrituras para determinar se e
quanto eles podem ser cultural e historicamente condicionados e, portanto, limitados em sua
aplicabilidade.
3. Nem Todas as Normas Bíblicas são Universais
Algumas declarações bíblicas imperativas não devem ser entendidas literalmente: “Se o teu
olho direito te faz tropeçar, arranca-o... e se tua mão direita te faz tropeçar, corte-a...” (Mt 5.29-30).
Outras declarações imperativos aplicam-se apenas a certas pessoas. Por exemplo, um certo grupo
de ascéticos no velho Testamento, os nazireus, eram proibidos de cortar o cabelo, usar bebidas
alcoólicas, ou Ter contato com os mortos (Nm. 6.1-5); mas outros não estavam presos a essas
restrições. Também Jesus ordenou a um certo jovem rico vender tudo que ele possuía e dar aos
pobres (Mt. 19.16), mas Ele não exigiu isso de todos os seus seguidores. Devemos estudar
cuidadosamente os imperativos éticos bíblicos para determinar se são ou não normas éticas para
nós.
4. As Normas Bíblicas Ocasionalmente parecem conflitantes ou prejudiciais.
Em alguns casos as normas bíblicas parecem entrar em conflito umas com as outras. Por
Exemplo, o quinto mandamento diz que você deve honrar pai e mãe. 
Entretanto, Jesus diz: “Se alguém vier a mim, e não deixar pai e mãe... não pode ser meu
discípulo” (Lc. 14.26). E, embora a lei de Moisés exigisse que uma pessoa adúltera fosse
apedrejada, Jesus perdoou a mulher apanhada em adultério e encorajou seus acusadores a
suspenderem o castigo (Jo. 8.1-11). É nos ordenado falar a verdade (Ef. 4.25) e também serbondosos uns para com os outros (v. 32). Mas algumas vezes a verdade machuca ou mesmo
ameaça destruir outras pessoas. Em casos como esses, estudo cuidadoso e avaliação são
necessários para determinar quais normas se aplicam.
Desde que normas éticas bíblicas têm suas limitações, devemos aprender a discernir quais
normas são relevantes e compulsórias e quais não são. 
Devemos também aprender como tomar decisões éticas quando não há normas claras e
obrigatórias. Devemos desenvolver um forte e progressivo senso do que à vontade de Deus é. Isto
pode ser conseguido através de contínuo e completo estudo da Bíblia. 
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ÉTICA CRISTÃ 
Pelo contato íntimo e constante com a lei escrita de Deus e a revelação do Seu amor, podemos
adquirir um sentimento, um instinto para o que Deus deseja em uma situação não discutida nas
Escrituras.
Este sentimento não é algo criado pelo nosso próprio poder de percepção ou invenção, pelo
contrário, o Espírito Santo já cria quando vem a nós através da Palavra. Este senso de vontade de
Deus deriva-se de dois elementos básicos de Sua Palavra - a lei e o evangelho. Antes de tudo,
resulta daquele modelo ou visão da personalidade cristã baseado nas expressões bíblicas da
vontade de Deus. Em segundo lugar, deriva se da mente e do coração da nova pessoa que está
sendo formada em nós pelo Espírito Santo, através da mensagem do amor de Deus em Cristo. Por
meio da lei (normas) o Espírito constrói o modelo. Por meio do evangelho Ele nos transforma no tipo
de pessoas que podem entender e se adequar ao modelo, mesmo em novas e desconcertantes
situações. Em resumo, embora as normas éticas bíblicas tenham suas limitações, elas não são
inválidas ou inoperantes.
D. VALIDADE DAS NORMAS ÉTICAS PARA O CRISTÃO
Alguns cristãos, rejeitam o conceito completo de normas éticas compulsórias . Aqueles que se
colocam nessa posição argumentam que as diretrizes morais bíblicas (as leis de Deus) foram dadas
apenas para expor e condenar o pecado e não para orientar o comportamento. conseqüentemente,
dizem eles, tentar usar a lei para instrução moral é usa-la mal. Afirmam também que, como o cristão
tem o espírito Santo, não Há necessidade de normas escritas. O espírito o guia intimamente, ele
sabe o que é certo e errado sem instrução externa. Em terceiro lugar, eles declaram que impor ou
depender de normas escritas é reduzir (ou confiscar) a liberdade do evangelho, que representa a
libertação da lei.
Contudo, tanto as Escrituras como a teologia histórica protestante fazem amplo uso da vontade
revelada de Deus como normas para a vida cristã. Ambos, Paulo e Jesus, dizem aos cristãos como
viver nas bases dos mandamentos. Os reformadores relacionam a maior parte de sua instrução
moral à explicação do decálogo. além disso, a direção interior do espírito de maneira alguma
descarta o valor ou necessidade de normas escritas.
 O mesmo espírito que guia o cristão é a suprema fonte de normas éticas bíblicas. E, embora
instrua de dentro para fora, Ele também instrui através da lei escrita. Finalmente, quando a Bíblia e
os reformadores falam que estamos livres da lei, não querem dizer libertação da lei como norma
ética. Antes, ensinam que Cristo nos libertou em três aspectos, nenhum dos quais exclui ou conflita
com o conceito de lei como norma ética: Cristo nos liberta (1) da maldição e condenação da lei; (2)
da necessidade de nos justificarmos por meio da lei; (3) da coerção da lei. Isto não é liberdade para
ignorar, rejeitar ou violar alei de Deus. É, antes, liberdade para cumprir a lei alegre e voluntariamente,
pelo poder que o próprio Deus provê.
 XI - FORMASXI - FORMAS
ormas, discutidas no capítulo anterior, referem-se a alguma coisa fora de nós – os modelos
ou padrões de comportamento que Deus estabeleceu e colocou à nossa frente. Normas são
expressões de vontade de Deus que criam uma visão do tipo de pessoa que Deus quer que
sejamos e nos tornemos.
N
Formas, como consideradas neste capitulo, referem-se a mudanças que acontecem dentro de
nós – as características, as qualidades de atitudes e ação que podem ser esperadas da pessoa que
se reconciliou com Deus e está sendo moldado à Sua imagem. Formas são o perfil da nova pessoa
que O Espírito Santo está nutrindo e cultivando dentro de cada cristão. Formas relacionam-se a
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ÉTICA CRISTÃ 
normas; na verdade, elas se ajustam às normas. Quando transforma aqueles que perdoa, Deus
segue o padrão que tem revelado na Bíblia
Neste capítulo, desenvolveremos com algum detalhe a forma da nova pessoa que Deus está
formando dentro de cada crente. Investigaremos o caráter desta nova pessoa em relação a Deus,
aos outros e a si própria. Não é apenas um ideal ou uma abstração, mas uma concreta realidade,
uma identidade verdadeira – alguém que está emergindo de dentro e lutando para se tornar
dominante. Precisamos nos familiarizar com os aspectos da nova pessoa, de maneira a saber quais
impulsos e tendências em nós são à vontade e ação de Deus e, portanto, bem-vindas. Precisamos
ser capazes de reconhecer e sustentar a nova pessoa que está sendo moldada em nós.
É importante distinguir entre a nova pessoa e o cristão de quem a nova pessoa é parte. Como
indicamos no capítulo 2, ao lado da nova pessoa que é ajustada a Deus e responsiva a Ele,
permanece em cada Cristão a velha pessoa, o velho eu, que se ajusta a satanás e é responsiva a
ele. Do elemento corrupto em nós vêm muitos dos impulsos maus que nos desviam, e contaminam
até mesmo o melhor de nossas intenções. Muito freqüentemente, no discurso ético, quando nos
referimos a "cristão", na realidade estamos nos referindo à nova pessoa dentro do cristão. Por
exemplo, dizemos que o cristão se deleita em Deus, ama Sua Palavra e é constante na oração.
Queremos dizer que a nova pessoa é assim, e na medida em que ela é dominante, o cristão é assim.
Deve ser lembrado, entretanto, que em cada cristão.
 Há também o velho eu, que está em revolta com Deus, despreza Sua Palavra e tenta evitar a
oração. 
Estes dois elementos dentro do cristão estão em constante tensão e conflito. É incorreto
assumir que o cristão verdadeiro é imune às influências da velha pessoa e experimenta apenas a
influência da nova. A tirania de Satanás e o velho eu são quebrados, mas sua influência ainda está
presente, poderosa e perigosa.
A. CENTRADA EM DEUS
A mais importante característica da nova pessoa é ser centrada em Deus. A vida da nova
pessoa é vivida com a consciência de Deus e descansa nas Suas promessas. Outra forma de
colocar o assunto é dizer que cada pessoa vive pela fé, e isso envolve viver por Deus. 
O mais elevado propósito de uma vida centrada em Deus é satisfazer suas expectativas atingir
seus objetivos. Está é uma vida que expressa e evoca louvor a Deus, que desperta uma atenção
favorável a Ele. Os primeiros três (ou quatro, dependendo do sistema de enumeração) mandamentos
e seus correspondentes no Novo testamento são descritivos da vida da nova pessoa centrada em
Deus. A exposição na seção seguinte analisa e aplica este material.
1. Obediência
Uma forma natural e inevitável de centralização em Deus é a obediência. Em nosso contexto
cultural, contudo, o termo obediência usualmente tem conotações negativas. Significa irritante
conformidade com exigências injuriosas, ou humilhante rendição à vontade de outrem. Mas para o
novo ser, obedecer a Deus é uma experiência positiva. É agradável render-se a uma vontade
reconhecida como superior e melhor que a nossa.
A obediência da nova pessoa acontece não em resposta às exigências e ameaças de Deus
(Sua lei), mas, pelo contrário, em resposta ao Seuamor e promessas (Seu evangelho). Reflete
gratidão filial da criatura. A nova pessoa, movida e extasiada pela generosidade de Deus, procura
meios de mostrar a Ele sua consideração. Uma maneira óbvia de fazer isso é aceitar Sua vontade.
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Em muitos casos, não precisamos ficar imaginando qual é, Deus a estabelece na Bíblia, clara e
enfaticamente.
2. Culto
O culto é a comunicação alegre com Deus e com Seu povo. A nova pessoa, cuja vida está
centrada em Deus, com quem o relacionamento é de suprema importância, sente a necessidade de
tal comunicação e a procura ativamente. Quando há uma oportunidade de ouvir de Deus e receber
Seu amor em palavra e através do cumprimento de uma ordenança, o novo ser será impelido a isso
com uma força magnética. Provavelmente apreciará a oportunidade de falar com Deus em oração,
de abrir-se com Ele, de compartilhar fardos, necessidades, desejos e alegrias. Apreciará, também, o
relacionamento com outros cristãos em culto e as oportunidades de encorajá-los em sua fé e
obediência, como também de ser encorajado por eles.
Uma variedade de coisas pode ser adicionada à atração do culto: música apropriada, arte,
arquitetura e drama, por exemplo. Para a nova pessoa, entretanto, a grande atração é o próprio
Deus.
 Encontrar-se com Deus e inteirar-se com Ele é o supremo deleite. A resposta de adoração da
nova pessoa é de alcance surpreendentemente amplo. Não está, de forma alguma, confinada ao
santuário e a devoções pessoais. Basicamente, tudo da vida e do trabalho transforma-se em ocasião
para reconhecer a Deus e reagir com fé e louvor.
3. Sacrifício
Fé em Cristo e devoção a Ele têm sua mais alta expressão em atos de sacrifício. Sacrificar-se
é colocar Deus acima de tudo e todos, mesmo acima de si próprio. A nova pessoa é capaz e deseja
fazer isso porque está consciente da dádiva divina e é profundamente afetada por essa
grandiosidade e generosidade. Através de uma vida de serviço a Deus, ou se necessário, de uma
morte de mártir, o novo homem corresponde à obra expiatória de Jesus Cristo. O que distingue este
de outras formas de sacrifício é o fato de a nova pessoa fazê-lo alegre, confiantemente e sem
autopiedade. Elas o fazem por Deus, que é o centro de sua vida e que a salvou pela cruz.
B. AMOR E SERVIÇO ÀS PESSOAS
A pessoa cuja vida é centrada em Deus está automaticamente voltada para outras pessoas. O
relacionamento vertical tem um profundo efeito no horizontal. Deus deseja nosso mais elevado amor
e nossa atenção constante, mas não deseja todo o nosso amor e atenção. Quando nos submetemos
a Ele pela fé e queremos fazer alguma coisa em gratidão, o Pai dirige grande parte de nosso
interesse e energia aos outros seres humanos. Devemos - lhe amor e serviço e a nova pessoa quer
dar-lhe isso, mas Ele aceita muito pouco para Si próprio. Em vez disso, Deus canaliza a parte
principal de nossa resposta em direção às necessidades de outras pessoas à nossa volta. Viver para
Deus inclui viver para as pessoas, estar conscientes delas e sensíveis às suas necessidades,
alcançando-as da maneira como Ele nos alcança. Fé, quando é viva e autêntica, torna-se ativa em
amor. O amor da nova pessoa por outros é a reação e, na verdade, a extensão do amor de Deus por
ela.
Muitas qualidades surpreendentes caracterizam o amor do novo ser por outros. Não é
simplesmente a variação ou intensificação do amor humano ordinário. Pelo contrario, tem elementos
divinos e transcendentes. 
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É dom e ação de Deus, uma réplica do amor do próprio Deus e uma resposta àquele amor.
Para enfatizar a singularidade do amor que Deus gera na nova pessoa, o Novo Testamento no
original grego emprega um termo especial: ágape. Outros termos (philantropia, éros. eptumia)
referem-se a outros tipos de amor humano. 
Entretanto, quando os escritores do Novo Testamento desejam especificar aquele amor que é
a característica fundamental de Deus e o que Ele ativa na nova pessoa, eles quase sempre usam
alguma forma de ágape . As numerosas referências ao amor nesta seção são o amor-agápe da nova
pessoa. Uma das impressionantes qualidades do amor é o desprendimento. 
Amor é ativado não pelo atrativo ou utilidade do outro, mas pela sua necessidade. Mesmo os
que são indignos e não merecedores de amor tornam-se seus objetos. Não "O que Há para mim?",
mas "O que Há para eles?" é a maior preocupação do amor.
Amor é também não-sentimental. Embora possa incluir dimensões emocionais, é basicamente
um ato de desejo. O amor- agápe da nova pessoa pode nem sempre sentir afeição, admiração ou
desejo por aqueles que necessitam ajuda. Pode, na verdade, temê-Ios ou achá-los repulsivos.
Contudo, se eles precisam de ajuda, o amor os alcança. Quer e está determinado a ajudar, mesmo
aqueles sem valor nem atrativo do ponto de vista humano.
A terceira característica surpreendente do amor é ser sacrificial, desejando colocar os
interesses e necessidades dos outros à frente dos seus próprios. A nova pessoa preocupa-se com o
bem-estar dos outros o suficiente para sacrificar seus próprios recursos, conveniência, conforto é até
mesmo, se necessário, a própria vida. "Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a Sua vida por
nós; e nós devemos dar a vida pelos irmãos" (I João 3:16).
Detalhes sobre o comportamento amoroso dirigido aos outros são dados nos mandamentos
cinco a dez do decálogo e outras recomendações, que os expandem, através da Bíblia.
1. Respeito
O amor manifesta-se no respeito aos outros. A base desse respeito é, antes de tudo, a
convicção de que o outro é uma criatura singular de Deus. Mesmo o mais baixo, fraco,
desinteressante ser humano na terra é um daqueles a quem Deus deu vida e futuro eterno. Esta
compreensão gera respeito. além disso, cada ser humano é objeto do amor redentor de Cristo e isso
aumenta seu valor imensuravelmente.
Cristo morreu por todas as pessoas. Por respeito a Ele e à Sua ação salvadora, o amor honra a
todos aqueles por quem Ele se deu. além disso, as outras pessoas são consideradas como aquelas
em quem o Espírito de Deus habita, ou em quem Ele poderia habitar. Tudo isso significa que elas
são seres de valor e potencial, importantes para Deus e, portanto, merecedores de estima.
Também de vital importância é o fato de que as pessoas precisam de respeito. Seu conforto e
segurança pessoais, e a habilidade para viver efetivamente, dependem, em grau significativo, do
tanto de respeito amoroso que recebem de outros. Uma auto-imagem saudável e positiva é essencial
para a felicidade e é criada, em grande parte, por atitudes e ações de outros em sua direção. 
Conseqüentemente, ao tratar outros com respeito, o amor tenta suprir uma das necessidades
fundamentais humanas.
Como diz o bem conhecido hino antigo, "o amor guarda a dignidade e salva o orgulho de cada
homem". 
O amor anseia por sustentar a auto-estima da outra pessoa. Uma parte vital disto é construir e
proteger sua reputação. As atitudes e ações das pessoas em direção àquele indivíduo afetam sua
auto-estima. Isto move a nova pessoa a tentar contra-atacar falatórios e calunias, a cultivar
apreciação e tratamento respeitoso daquela pessoa, no círculo em que é conhecida.
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Embora o amor deva e mostre respeito por todas as pessoas, ele exerce um tipo especial de
respeito por aqueles em posição de liderança. 
Pais, professores, oficiais do governo e líderes espirituais merecem respeito não apenas
porquesão seres humanos, mas também porque são representantes e servos de Deus. Ele nos criou
de tal forma que necessitamos de liderança em vários aspectos. Como resultado de nossa corrupção
pelo pecado, está necessidade foi agravada e complicada. Conseqüentemente, Deus ordenou que
façamos arranjos cabíveis para liderança em nosso meio, embora não tenha especificado a forma
que deveria ter em cada caso.
Líderes desenvolvem serviços vitais. Alguns – temporais – ajudam a manter a paz, a ordem e a
justiça no mundo de serem humanos pecadores, cuja vida comunitária seria impossível sem tal
controle. Outros – espirituais – facilitam o crescimento espiritual e moral pela comunicação do
evangelho. Desde que eles trabalham com a autoridade de Deus e desenvolvem Seus propósitos,
devemos corresponder-lhes com o respeito do qual são merecedores.
Sendo pecadores e falíveis, os líderes nem sempre despertam respeito pelo seu caráter
pessoal ou trabalho. Mesmo em tais casos, por amor a Deus, devemos demonstrar-lhes respeito
amoroso. Devemos obedecer-lhes, exceto quando suas ordens conflitem com a vontade revelada de
Deus. Em nome do amor a Deus, devemos respeita-los sempre, mesmo quando precisamos
discordar deles ou desobedecer-lhes.
2. Compaixão
Nenhum aspecto do amor-agápe, nenhuma marca da nova pessoa é mais notável que a
compaixão. Ter compaixão significa sentir como outra pessoa, identificar-se tão completamente que
você sofre quando ela sofre, e celebra quando ela está feliz. A compaixão brota do envolvimento
coma vida das outras pessoas e conduz a maior envolvimento. É o resultado de notar outras
pessoas, de aproximar-se delas, de observar o que está acontecendo nas suas vidas e o que estão
passando. O amor olha abaixo da superfície, por trás das máscaras com as quais os outros tentam
cobrir suas angústias e alegrias pessoais.
Grande parte da interação com outras pessoas na vida moderna é breve e superficial.
Entretanto, o novo ser, levado pelo amor, sente o desejo de parar e ser tocado pela situação
daqueles em angústias, e de participar da felicidade daqueles que estão provando o sucesso ou a
vitória. A compaixão faz a diferença. Saber que alguém nota minhas tristezas e alegrias, e
compartilha delas, faz-me sentir melhor. A compaixão cristã não se contenta, entretanto, em apenas
sentir com os outros. Ela também insiste em agir em benefício dos outros – pára aliviar a dor,
consertar o erro, entregar um boa palavra, ou qualquer outra coisa que ajude.
3. Castidade
A abordagem da nova pessoa à sexualidade é também, basicamente, motivada pelo amor.
Respeito pelos outros e desejo de agir sexualmente de uma forma que é melhor para os outros é o
que conduz aos ideais cristãos de castidade.
Alguns interpretam mal castidade como o oposto do amor. Dizem que o amor é aberto e
receptivo aos outros em assuntos sexuais e desejam responder às suas necessidades e desejos. 
Castidade, no entender dessas pessoas, é rejeitar os outros sexualmente, ou restringir
desnecessariamente a expressão desta forma básica e vital de amor .
Outros denunciam a castidade como uma manifestação de medo, como uma tímida retirada ao
risco da concepção, à descoberta do ato e à doença. Esses temores são infundados, de acordo com
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esses críticos, em razão da suposta facilidade com que a concepção pode ser evitada ou
interrompida com segurança, e de que doenças venéreas podem ser tratadas pela medicina.
Em justiça a tais críticos, deve ser admitido que muitos cristãos, defensores da castidade, têm-
se abrandado muito, por medo e interesse próprio, como se manter puro e afastar-se de problemas
fossem as principais razões para se viver castamente.
A perspectiva da nova pessoa a respeito da sexualidade é formada a partir da Palavra de
Deus. Na Escritura, Deus torna claro que os seres humanos são criados para um único
relacionamento sexual - o casamento. Por outro lado, Deus estabelece que relações extraconjugais
prejudicam e privam outros, quer eles percebam, quer não. Confiando na interpretação de Deus de
sexualidade, respeitando Sua vontade revelada, e ansioso por viver da melhor forma para os outros,
a nova pessoa opta pela castidade. Amor pelos outros e consideração por Deus o move e conduz a
reservar a completa expressão do amor sexual para o casamento.
A castidade não é a ausência de sexo ou o anti-sexo. Na verdade, representa uma visão
afirmativa e apreciativa da sexualidade. Reconhece-a como um presente de Deus, com grande
potencial de contribuição para alegria e satisfação humana. Contudo, também compreende que,
como cada aspecto da nossa humanidade, a sexualidade é corrompida pelo pecado, que nos inclina
ao seu mau uso. Limitações colocadas nas expressões sexuais refletem respeito, não desprezo por
sexo.
4. Honestidade
Ao preocupar-se com seus semelhantes e querer viver para eles, a nova pessoa é lhes
também honesta, tanto em palavras como em ação. Colocado da forma simples, amar é ajudar, e
ninguém ajuda os outros privando-os de suas posses, ou enganando-os. Pelo contrário, o amor
protege o que pertence aos outros. O amor não deseja enganar em transações comerciais, ,ou
beneficiar-se dos erros alheios. Ele corresponde à medida total de serviço pelo qual o empregador ou
o cliente paga.
Além disso, pela sua própria natureza, o amor alimenta o relacionamento com outras pessoas. 
Como os relacionamentos prosperam em boa comunicação e como está depende da verdade,
o amor protege e fortalece as linhas de comunicação falando e agindo em verdade. 
Aqui, também, a fonte de motivação impulsionadora é o amor. Não interesse próprio (como em
"Honestidade é a melhor política", i.e., a honestidade é vantajosa), mas consideração pelos outros é
à base da integridade cristã e da verdade.
5. Perdão
Amar os outros e viver para eles, inevitavelmente, envolve perdão. alguém está
constantemente sendo prejudicado por outros, negligenciado, enganado, difamado e abusado de
diversas maneiras. Em vez de retaliar, o amor quer ajudar o malfeitor. O amor o vê não como um
inimigo a ser insultado, punido ou destruído, mas como uma casualidade, alguém que foi capturado
ou incapacitado pelo pecado e necessita ser resgatado. Para ajuda, deve-se primeiro perdoar e
estender ao ofensor o mesmo tipo de perdão que Deus oferece. O perdão drena a amargura da
vItima e o liberta para agir construtivamente em relação àquele que o feriu.
A nova pessoa pode ser perdoadora porque foi perdoada. O completo e contínuo perdão de
Deus, por amor ao sacrifício expiatório de Jesus, Impele-a e capacita-a a responder de igual modo
àqueles que se voltam contra ela. Este perdão não espera por desculpas. Perdoa imediata e
inteiramente. Contudo, como no caso do perdão de Deus, não é inteiramente benéfico ao ofensor até
que ele reconheça seu erro, arrependa-se e aceite O perdão oferecido.
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6. Generosidade
O amor não mede cuidadosamente sua bondade e ajuda, porque prefere fazer muitas
concessões a fazer poucas. Em pensamento, palavra e ação o amor deseja dar à outra pessoa uma
pausa, o benefício da dúvida. Confrontado pela necessidade humana de qualquer tipo, o amor é
desejoso de se ampliar e mesmo de se superar. Olha tempo e posses materiais não como fontes de
prazer pessoal, basicamente, mas como recursos para ajudar os semelhantes. Confrontado por
comportamento questionável em outras pessoas, em vez de imaginar e sugerir o pior, o amor oferece
a explicação mais amável que a honestidade permite. A honestidadeque provém do próprio Deus e
o reflete é uma bela qualidade da nova pessoa.
7. Justiça
Toda sociedade humana é crivada de injustiças. De ambas as formas, sutil ou abertamente, o
forte explora e ameaça o fraco. As exigências de poucos conflitam com os direitos e necessidades de
muitos. Como Deus, a nova pessoa tem um respeito especial pelas vítimas da injustiça. Ela está
consciente de sua vulnerabilidade, sensível a suas Indignidades, irritada com seus opressores.
Embora também ame e sirva os favorecidos, a nova pessoa sente-se comprometida com a causa do
desfavorecido.
Suporte bíblico para isso é particularmente encontrado nos Profetas Menores do Velho
Testamento e nas palavras e exemplo de Jesus no Novo Testamento.
 O conceito bíblico de justiça não é simplesmente tratar a todos Imparcialmente, nem fazer o
maior bem para o maior número de pessoas. A justiça bíblica, pelo contrário, alivia as mágoas dos
oprimidos. A balança é, na verdade, inclinada a favor do desfavorecido.
C. AUTO-ACEITAÇÃO
Grande parte da psicologia e filosofia encoraja excessiva preocupação, com o eu, conduzindo
ao que tem sido chamado de “o novo narcisismo”. Alguns tipos de teologia evangélica e devoções,
por outro lado, têm promovido uma postura em relação ao ego que é excessivamente negativa, até
mesmo destrutiva.
Há um lugar adequado para o eu dentro da perspectiva da nova pessoa. Não é o
primeiro, porque Deus vem antes. Ele é e deveria ser amado acima de tudo o mais. Não
é também o segundo lugar porque seu próximo, seu vizinho, é que deveria ser o seguinte
na lista de prioridades da nova pessoa. O lugar adequado para o eu é o terceiro, no que
diz respeito à nova pessoa; e este é ainda um lugar multo Importante. 
Duas informações se fazem necessárias. Uma é que o “eu” realmente pertence à lista. A
outra é que o resultado de estabelecer e seguir está prioridade é alegria, não frustração ou
humilhação.
Deus deu ao cristão a melhor razão possível para manter atitudes, positivas em relação ao
“eu”. Estás razões são sumarizadas nos três artigos do Credo dos Apóstolos. Elas são,
essencialmente, as mesmas razões pelas quais podemos e devemos respeitar outras pessoas, a que
nos referimos anteriormente neste capítulo.
Porque Deus fez do cristão um indivíduo único e o dotou de um futuro sem fim; porque Ele o
resgatou do pecado a tão grande preço; porque Ele habita no cristão através do Espírito Santo e
pode trabalhar através dele para fazer grandes coisas por Ele e pelos outros, por isso tudo, O cristão
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pode e deve aceitar-se a si próprio, respeitar-se, perdoar-se e mesmo amar-se. A menos que ele se
aceite, está seriamente prejudicado em suas tentativas de aceitar e servir aos outros. Um “eu”
contraído, desanimado e faminto de amor está muito absorvido pelas suas próprias necessidades e
desesperado para tentar satisfazê-las, para ser capaz de se concentrar nos outros e fazer alguma
coisa por eles. Há um sentido verdadeiro em dizer-se que antes que um cristão possa amar os outros
ele deve ser capaz de amar a si próprio.
Infelizmente, uma falsa conclusão e estratégia podem ser deduzidas disto: para se tornar mais
amoroso em relação aos outros, ele terá de trabalhar arduamente em amar a si próprio. Fará mais
por si próprio, dirá coisas agradáveis para si e a seu respeito. Alimentará seus interesses e desejos.
Depois de ter-se amado muito mais que o usual, ele se tornará automaticamente mais amoroso em
relação aos outros.
Embora superficialmente plausível, está abordagem trabalha com um argumento falso, de que
podemos produzir amor-próprio em nós mesmos.
 A verdade é que auto-estima real e saudável é presente de outros, baseada em suas atitudes
e ações. 
Apenas a pessoa que foi amada pode amar-se e amar os outros. Não podemos construir nossa
auto-imagem, exceto de uma forma limitada. Outros devem fazer isso por nós. 
Neste aspecto, o cristão tem algumas vantagens tremendas. Em adição ao amor e aceitação
com que a maioria pode contar, da fama e de amigos, o cristão tem o suporte e a fraternidade da
comunidade cristã. E, sobretudo, tem o amor e a aceitação de Deus.
Está é a base fundamental da auto-aceitação e auto-imagem do cristão. As atitudes e ações de
outros seres humanos em relação a nós são importantes e nos afetam. Entretanto, seu valor e
validade são limitados. Algumas vezes pessoas reagem contra nós de forma cruel e imprópria. Elas
podem nos privar do suporte de que necessitamos e mesmo nos punir por fazermos o que é certo.
Deus, por outro lado, é completamente confiável e amoroso. Embora outros possam nos ignorar e
desprezar, Ele sempre nota e se preocupa. Quando nos julga e disciplina, é sempre porque
precisamos, e porque quer nos perdoar e remodelar. Para alimentar e desenvolver a auto-estima, a
nova pessoa se volta, acima de tudo, para o amor de Deus e Sua grande obra.
A auto-estima cristã é um assunto extenso, com muitas facetas e dimensões, apenas algumas
das quais selecionadas para discussão aqui. Além disso, deve ser notado que auto-aceitação e auto-
estima não são fins em si mesmas. Antes, são validas e importantes porque existem, primariamente,
por amor a Deus e aos outros, e não apenas pelo “eu”.
1. Apreciação
Um cristão pode e deve apreciar-se. Ele pode, honesta e confortavelmente, admitir que possui
recursos, habilidades e realizações. A arrogância, entretanto, é errada, pois seja o que for que ele
tenha conseguido, é a boa dádiva e ação de Deus nele. Não o cristão, mas Deus merece o crédito.
Contudo, ele não precisa depreciar ou menosprezar a si próprio, nem fingir que é um zero. Isto, na
verdade, seria ingratidão, uma falha em reconhecer o que Deus lhe tem dado e feito por ele. Talvez
mais claramente que qualquer outro escritor bíblico, o apóstolo Paulo expressa está apreciação do
“eu” à luz da graça de Deus:
“Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito
mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus que está comigo” (I Cor. 15:1O).
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2. Confiança
Pelas generosas dádivas e seguras promessas de Deus, o cristão pode esperar conseguir
coisas significantes para si e para outros.
Não importa quão negativa ou desencorajadora possa uma situação ser, o cristão tem razões
para otimismo sem limites. Não se rende a um senso de futilidade, pelo menos naquilo em que seu
potencial pessoal diz respeito. "Posso todas as coisas naquele que me fortalece" (Fil. 4:13). O cristão
não tem de ser pessimista, nem de fugir amedrontado através da vida, nem de se encolher diante de
grandes ou arriscados desafios. Não precisa jogar com segurança todo o tempo, nem ser paralisado
pelo medo do desconhecido. 
Pelo contrario, pode viver, explorar e trabalhar com confiança, que é realmente uma forma de
confiança em Deus.
3. Provisão
Sendo uma criatura de Deus redimida, habitada, capacitada e usada pelo Espírito Santo, o
cristão precisa cuidar de si próprio, física, emocional e espiritualmente. A propriedade de Deus, a
pessoa de Deus, merece cuidado e manutenção adequados. O cristão não precisa ser mimado ou
tolerado, porque isso seria materialismo e mundanismo. Contudo, ele precisa de comida, descanso e
conforto em quantidade conveniente. Desde que coisas materiais são também boas dádivas de
Deus, o cristão tem o direito, mesmo o dever, de desfruta-Ias e, assim fazendo, apresentar seu
agradecimento a Deus por elas.
A provisão não é, de maneira alguma, a maior prioridade do cristão. Como foi notado
anteriormente, neste capítulo, o serviço a Deus e aos outros algumas vezes requer grande sacrifício
e sempreenvolve alguns elementos de sacrifício. Contudo, é também verdade que Deus, por vezes,
provê Seu povo muito generosamente, capacita-os a prosperar e explicitamente ordena que
desfrutem da abundância com que os supriu. Ambos os Testamentos da Bíblia estão repletos de tais
referências. Enquanto alguns cristãos dão lugar à extravagante auto-indulgência, outros, igualmente
errados, sentem-se culpados em usar qualquer de seus recursos para festas, férias, luxos e
similares.
4. Satisfação
Como ser humano e especialmente como nova criatura em Cristo, o cristão tem seu potencial.
A aspiração e obrigação de aproveitar esse potencial é também parte da nova personalidade. Deus
lhe tem dado habilidades naturais de vários tipos e graus. Através do Espírito Santo Ele também
capacita o cristão com dons espirituais. A nova pessoa deve reconhecê-los e aceitá-los com alegria,
desenvolvê-los e utiliza-los muito diligentemente.
Deus também coloca varias oportunidades diante do cristão - ocasiões para crescimento,
prosperidade e serviço. Ele deve beneficiar-se inteiramente delas. Seu objetivo em tudo isso não é,
primeiramente, a gratificação pessoal e enriquecimento, mas, pelo contrario, utilidade a Deus e aos
outros. Ha uma experiência muito satisfatória de se atingir o próprio potencial, mas para a nova
pessoa não é a mais importante. O que mais importa ao novo homem é ser um bom mordomo dos
dons de Deus, glorifica-lo e desenvolver Seus propósitos com as habilidades e oportunidades que
Ele fornece.
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5. Liberdade
Jesus Cristo libertou o cristão em alguns significantes aspectos. Este é livre da culpa e da
punição do pecado, livre da maldição da condenação da lei de Deus, livre do medo da morte, livre da
tirania do maligno, livre da futilidade. Isto significa que o cristão não deve ser uma pessoa dirigida,
fugindo de culpa e de uma má consciência. Significa que não precisa ser apanhada pelo exaustivo
trabalho de se justificar a si próprio ou a qualquer outro. Cristo já cuidou disso. conseqüentemente, a
nova pessoa está em posição de responder livre, voluntária e alegremente, quando confrontada com
as oportunidades de servir a Deus e aos outros. Ela pode servir não porque precisa, para ser salva,
mas porque quer, em gratidão pela salvação que já lhe pertence.
À medida que Deus produz e modela a nova pessoa nos cristãos, à medida que Ele reforma
nossas atitudes e comportamento em direção a Si próprio, a outras pessoas e a nós mesmos, estás
são algumas das formas que resultam do processo. As características descritas acima não são
meramente ideais em direção aos quais deveríamos caminhar, ou exigências às quais nos adequar.
São, antes, mudanças profundas que Deus está operando em nós.
XII RAZÃOXII RAZÃO
eus raramente faz por nós o que podemos fazer por nós mesmos. À medida que
caminhamos, tomando nossas decisões morais, Ele espera que usemos a faculdade básica
que já é parte de nós: razão ou intelecto, e seus produtos que são conhecimento e
experiência. Ele também espera que aproveitemos o que outros têm conseguido pelo uso da razão, o
conhecimento, a experiência, o discernimento e as descobertas de várias áreas da aprendizagem,
que se relacionam com nossas decisões éticas. Psicologia, Medicina, Sociologia e História podem
trazer valiosa luz aos assuntos acerca dos quais estamos tentando tomar decisões morais.
D
A ética pode ser definida como a reflexão racional sobre o que é certo e errado fazer. A ética
cristã não é apenas um exercício racional, nem mesmo primariamente um exercício racional. Pelo
contrário, é revelacional. Como indicamos em capítulos anteriores, conhecemos não apenas normas
e motivos, mas também a completa extensão de nossa corrupção, não por razão, mas pela auto-
revelação de Deus nas Escrituras e em Cristo. O fator dominante e controlador em ética cristã não é
a razão, mas a revelação. Contudo, a razão certamente tem um papel tanto nesta como em outras
disciplinas teológicas - um papel que, embora limitado, é valioso e mesmo vital.
A. A RAZÃO REÚNE INFORMAÇÃO
1. Fatos
Por um processo de questionamento podemos e deveríamos reunir tanta informação
quanto possível acerca do problema ético sob nossa consideração. deveríamos ler a literatura
disponível e consultar especialistas no campo, se possível. Nosso propósito, a está altura, não é
fazer julgamento moral, mas explorar; não procurar respostas, mas descobrir quais são as perguntas.
Se, por exemplo, você está tentando tomar uma decisão sobre uma gravidez indesejada, ( no
caso de um estupro ) seja está uma decisão pessoal (deveria eu [ou minha esposa] praticar o
aborto?) ou social (devo eu defender ou me opor a uma lei antiaborto?), então descubra tudo que
você puder sobre o aborto.
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 O que, na verdade, acontece quando se faz um aborto em diferentes estágios da gravidez?
Pesquise os fatos médicos, psicológicos, históricos, sociológicos e legais. Para tomar uma decisão
moral válida, você deve adquirir tal conhecimento através do uso da razão.
2. Opções
Uma parte extremamente importante deste questionamento racional é a busca de alternativas.
Para decidir o que deveríamos fazer precisamos, antes de tudo, estar conscientes da gama de
possibilidades existentes. É fútil decidir sobre uma opção que, na realidade, não está aberta a você.
É trágico escolher uma linha de ação quando, desconhecida a você, está disponível uma opção
muito melhor e mais desejável.
 No caso de uma gravidez indesejada, por exemplo, quais as alternativas para o aborto? Quais
os fatos legais existente que permite um aborto. Algumas alternativas são moralmente preferíveis a
outras.
Outro tipo de informação e compreensão essencial para o processo ético tem a ver com a vida
pregressa das pessoas envolvidas, e isto usualmente envolve tanto o eu como os outros. Minha
história como pessoa - antecedentes familiares, treinamento religioso, educação, experiência
profissional e assim por diante - tudo afeta minha percepção, inclinação e reações em qualquer
situação que requeira uma decisão moral. O mesmo, é claro, é verdadeiro para cada um 
Além disso, meus interesses pessoais ou objetivos no caso terão seus efeitos. Por exemplo, se
eu, através de várias experiências em minha vida até aqui, vim a crer que um feto é um ser humano
com destino eterno, ou se eu e minha esposa temos estado esperando por vários anos para adotar
uma criança, provavelmente conceberei e julgarei o aborto negativamente. Por outro lado, a pessoa
cuja educação tem ajudado a formar a opinião de que um feto é meramente uma massa de tecido,
ou que está grávida, solteira e temerosa do parto, pode ter uma visão positiva do aborto.
Em qualquer decisão moral é importante conhecer as pessoas envolvidas como pessoas, de
forma a poder-se avaliar como sua singularidade afeta ou é afetada pela decisão. Este é, também,
pelo menos em parte, um processo racional envolvendo investigação, reflexão e avaliação.
B. A RAZÃO IDENTIFICA ASSUNTOS-CHAVE
Debaixo de cada questão moral que temos de responder há questões adicionais mais
profundas. Estas questões são usualmente chamadas "assuntos morais". Por exemplo, sob a
pergunta: "Deveria eu provocar ou não um aborto?" há outras adicionais, altamente significantes, de
uma natureza mais geral: Um feto tem direito à vida? É um feto um ser humano? Tem uma mulher o
direito de controlar seu próprio processo produtivo? Uma criança indesejada gostaria de nascer?
Este processo de procurar as questões morais básicas é um exercício intelectual que requer
aptidão e treino. Embora seja possível fazer este tipo de análiseracional sozinho, ele é melhor feito
em discussão com uma ou mais pessoas interessadas.
Há várias formas de se trabalhar através de questões básicas. Os envolvidos na discussão
podem simplesmente mencioná-las ou listá-las e então descrevê-las brevemente. ou o processo
pode começar com uma discussão de alternativas. 
No caso de uma gravidez indesejada, por exemplo, as alternativas podem ser: (1) aborto; (2)
ter a criança e entregá-la para adoção; (3) ter a criança e mantê-la.
Então as razões para cada opção podem ser listadas e discutidas. Razões dadas para o aborto
poderiam ser a saúde física e mental da mãe, finanças familiares, superpopulação e similares.
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razões para ter a criança e dá-Ia para adoção poderiam ser a santidade da vida, a grande demanda
de pais aguardando crianças para adoção, o direito à vida e assim por diante. 
Razões para ter o bebê e mantê-lo poderiam ser a santidade da vida, confiança nas promessas
de Deus de sustentar e prover, responsabilidade de se tomar conta do que é seu e similares. Estás
poucas sentenças descritivas de forma alguma dão uma impressão adequada do processo racional
pelo qual as questões morais podem ser identificadas. Isto é melhor aprendido na prática, a
experiência de séria reflexão moral e a discussão de casos reais.
Uma vez identificados, os pontos devem ser avaliados. Quais razões dadas para cada
alternativa são mais importantes? Nessas razões principais você encontrará os elementos-chave. No
caso de uma gravidez indesejada os pontos-chave poderiam ser os direitos da mãe (à saúde mental
e física e à autodeterminação) versus os direitos do feto (à vida, proteção e relacionamento com
Deus). Este é o máximo a que a razão pode chegar, em se tratando de questões morais. Tendo
identificado os pontos-chave, os valores conflitantes que constituem o problema moral, a razão pode
descansar. A determinação final sobre quais pontos ou valores deveriam ter prioridade na decisão
está além da razão.
C. A RAZÃO ANALISA DADOS
Há quatro elementos em cada decisão ética. Enquanto a decisão está sendo tomada e
depois que foi tomada, é extremamente valioso analisá-la à luz desses elementos. Outra
vez, este é um exercício racional básico.
1. Objetivos
Qual é o objetivo ou propósito que desejo atingir com esta decisão? No capítulo 3,
consideramos normas, princípios éticos e modelos que Deus nos deu nas Escrituras. Estas normas,
na sua maior parte, falamos da vontade de Deus em termos bastante gerais. Ao tomarmos decisões
morais, temos de traduzir estás normas em objetivos muito específicos. Devemos expressa-los em
termos de problemas concretos da nossa vida e do nosso mundo.
Por exemplo, a pessoa confrontada com uma gravidez indesejada poderia encontrar na Bíblia
as seguintes normas: respeite, nutra e proteja a vida pré-natal; preocupe-se mais com os interesses
dos outros que com os próprios; os cristãos deveriam cuidar de seu próprio povo. A partir destas
diretrizes gerais o cristão poderia (e, eu acredito, deveria) selecionar uma alternativa para o aborto. O
objetivo seria ter o bebê e mantê-lo ou, num caso extremo (mãe solteira, pobreza extrema ,
problemas de saúde, estupro ), dá-lo para adoção.
Neste caso particular, a tradução das normas bíblicas em objetivos é bastante simples. Em
outro caso, poderia requerer muita análise racional e imaginação. 
Por exemplo, se minha preocupação com uma gravidez indesejada fosse social em vez de
pessoal - como desenvolver apreciação, respeito e proteção para a vida pré-natal, em nossa
sociedade com suas políticas permissivas de aborto, por exemplo - eu teria de analisar muito
cuidadosamente qual deveria ser meu objetivo especifico.
Ao selecionar e formular um objetivo, devo ser realista. Se o objetivo não é plausível ou
atingível, Há pouco sentido em tenta-lo. Depois de cuidadosa análise, neste caso, eu poderia decidir
trabalhar pela aprovação de uma lei antiaborto. 
Ou, se isso parece inalcançável, poderia estabelecer como meu objetivo tentar persuadir
jovens, especialmente mulheres, a adotar uma posição pró-vida.
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Existe uma associação anônima que faz um trabalho fantástico: eles divulgam através de
telefone, jornais ou outro meio, que se você deseja suicidar ou abortar seu filho nos procure e temos
a solução para você; Quando procurados eles persuadem a pessoa e lhe dão total apoio na
desistência de seus propósitos.
Deus nos dá normas éticas pela revelação, nas Escrituras, muitas delas gerais em sua
natureza. Convertê-las em objetivos de vida específicos requer esforço racional - análise,
interpretação e aplicação.
2. Meios
Uma vez especificado meu objetivo em uma dada situação, tenho outra decisão vital a tomar.
Como atingir tal objetivo? Que meios usarei para isso? Está decisão também é feita, em grande
parte, com base em pensamento racional e estudo da visão e experiência de outros. Primeiro,
pesquiso os meios disponíveis para conseguir meu objetivo. Avalio sua provável efetividade. Avalio
também moralmente, porque é verdadeiro que o fim não justifica os meios. É errado tentar um
objetivo através de um meio mau e indigno. Meus meios, não menos que meus objetivos, devem
estar de acordo com a vontade de Deus. Está análise e avaliação dos meios é o trabalho do meu
intelecto, da minha razão.
Se eu (ou minha esposa) decidir manter uma criança de uma gravidez indesejada, devo ainda
decidir qual o melhor a esse respeito. Quais recursos espirituais, morais e financeiros podem prover
o suporte necessário'? Quais arranjos, na casa e na família, podem melhor acomodar mãe e bebê e
promover a união familiar? Estás são decisões racionais práticas.
Ou, em minha preocupação social sobre o aborto, se decido trabalhar em uma emenda
antiaborto, como isto seria mais bem feito? Contribuindo com dinheiro, tornando-me ativo em uma
organização pró-vida, escrevendo cartas aos legisladores? Ou, se decidir tentar a persuasão (em vez
da legislação), qual a forma mais promissora de fazer isso? Contribuindo financeiramente, fazendo
conferências públicas, escrevendo folhetos, artigos, livros, trabalhando em grupos jovens? O
questionamento racional e a reflexão me assistem na seleção dos meios e na definição dos
objetivos.
3. Motivos
A motivação para o comportamento moral do cristão não vem da razão humana. Como se
observa no capítulo 2, é dom e ação de Deus. Na verdade, o fator motivador dominante operando no
cristão deve ser o próprio Deus, o Espírito Santo. Quando decidimos e agimos moralmente, contudo,
outros tipos de motivação também nos afetam e podem nos dominar. Nossos motivos são
inevitavelmente confusos, e os elementos dessa confusão nem sempre nos são evidentes. As razões
reais por que decidimos e agimos são, com muita freqüência, diferentes daquelas sobre as quais
falamos ou pensamos.
Revelar e avaliar nossos motivos é, em parte, um processo racional. Quando refletimos e
discutimos as questões morais de uma decisão a tomar, podemos, ao mesmo tempo, investigar os
motivos que se relacionam com esses assuntos. Se minha esposa e eu decidimos contra o aborto e
a favor de ter e manter a criança, será primeiramente por consideração a Deus e à Sua vontade, e
por amor ao feto e aos outros. Entretanto, outros motivos, menos válidos, podem surgir e mesmo
sobrepor-se - o desejo de evitar sentimentos de culpa, de despertar simpatia e admiração nos outros,
ou um complexo de mártir .
Ou, se eu decidir participar de uma campanha antiaborto ou pró-vida, isto poderia,em parte,
ser motivado por aversão a mulheres, exibicionismo, ou complexo de messias. Introspecção e a
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assistência de conselheiros sábios e sensíveis podem me ajudar a descobrir motivos pecaminosos e
sem valor e a necessidade de fortalecimento de motivos apropriados.
A razão não pode corrigir ou fortalecer a motivação cristã básica. Isto pode ser apenas feito
pelo Espírito Santo. Contudo, a razão pode descobrir e entender os motivos, e este é um passo
preliminar vital.
4. Conseqüências
Com base em reflexão e pesquisa, pode-se chegar à compreensão das conseqüências
prováveis da decisão e ação moral. Embora as conseqüências não sejam o único critério da
qualidade moral de um ato, é importante considerá-las. Para saber o que devo fazer em determinado
caso, eu deveria tentar determinar o que é provável de acontecer como resultado das alternativas
consideradas. Pelo estudo de casos similares, bem como do caso em questão, eu deveria ser capaz
de avaliar as conseqüências tão completamente quanto possível - alongo e em curto prazo, indiretas
e diretas.
Qual o efeito, por exemplo, do aborto sobre as mães, os pais, os familiares, a profissão médica,
a sociedade em geral? Quais efeitos podem ser previstos em todos eles, como resultado de ter
crianças de uma gravidez indesejada? Com base nos fatores singulares deste caso - as pessoas e
as circunstâncias - quais as conseqüências mais prováveis? Decidir e agir sem a suficiente
preocupação com as conseqüências seria, na maioria dos casos, totalmente irresponsável.
D. A RAZÃO FORMULA PRINCíPIOS E REGRAS
1. Razão e Revelação
A razão humana não é a fonte dos princípios pelos quais os cristãos deveriam tomar
decisões morais. A fonte é Deus e Sua revelação nas Escrituras. Com certeza, Há um
certo senso inato de certo e errado que a razão pode reconhecer e ao qual responder.
Contudo, este conhecimento natural da lei de Deus é fragmentário e distorcido, e a
resposta da razão humana é também insatisfatória. Para saber o que deveríamos fazer,
como se explica em nossa discussão de normas, devemos consultar as Escrituras.
Estudar a Bíblia é, em muitos aspectos, um processo racional. É um processo de entender
palavras e sentenças, de interpretar e relacionar conceitos e de aplica-los à vida. Esse estudo
também envolve análise literária e histórica.
Nessa tarefa, a razão não deve ser colocada acima da revelação de Deus; não devemos tentar
criticar ou melhorar com a razão o conteúdo da revelação. A primeira deve permanecer serva da
segunda, tentando humildemente apreender, assimilar e comunicar o conteúdo da Palavra de Deus.
Mesmo quando confrontada com dificuldades e aparentes contradições nas Escrituras, a razão deve
permanecer na posição de servidão humilde.
Embora limitado, o papel da razão no estudo das Escrituras, e especificamente na identificação
das normas éticas, é vital. Concluir o que os cristãos deveriam ou não deveriam fazer no século
vinte, a partir do que as Escrituras dizem e sugerem sobre certo e errado, é uma tarefa intelectual
sensível e desafiadora. É, naturalmente, muito mais que meramente uma tarefa intelectual.
Basicamente, o próprio Espírito abre a Escritura e comunica seu significado a nós. Entretanto, Ele faz
isso não dissociado, mas através de estudo sério e cuidadoso.
À medida que pesquisamos as Escrituras em busca de direção moral, deveríamos também tirar
proveito do conhecimento e sabedoria dos outros. Deveríamos consultar pastores, professores,
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estudiosos da Bíblia e outros crentes instruídos e experientes, e considerar sua compreensão das
normas éticas bíblica. Deveríamos testar nossa própria percepção da vontade de Deus em confronto
com a deles, e estar abertos à instrução e enriquecimento que Deus pode prover através dessas
pessoas.
2. Observando Prioridades
Princípios éticos são derivados das Escrituras, por um processo de estudo e interpretação.
Algumas das complexidades com as quais se deve trabalhar, ao desenvolver este processo, já foram
discutidas. Outra dificuldade ao considerar princípios bíblicos é o problema das prioridades. O
material bíblico sobre normas éticas não é uniformemente autorizado. Devemos ser capazes de
reconhecer aqueles que são mais importantes e deixa-los ser nossos guias principais.
a. O Novo testamento tem precedência sobre o Velho Testamento. Este deve ser sempre
interpretado à luz daquele. Uma ilustração são as declarações em Deuteronomio 24:1-4,
que parecem sancionar o divórcio, mas que deveriam estar subordinadas ao
ensinamento mais rigoroso de Jesus em Mateus 19:3-9.
 Em geral, apenas as ordens e diretrizes do Velho Testamento que são reafirmadas e
reinterpretadas por Jesus ou pelos apóstolos deveriam ser consideradas como normativas.
b. Imperativos claros têm mais autoridade que exemplos. Exemplos morais, tanto positivos
como negativos, do que personagens bíblicos fizeram ou experimentaram, deveriam ser
considerados como ilustrações em vez de declarações de princípios éticos. Se um princípio é
apresentado claramente em algum lugar em forma imperativa, um exemplo pode torna-lo memorável
ou concreto. Todavia, é questionável articular um princípio com base em um exemplo apenas.
Exemplos tendem a ser ambíguos e limitados em seu alcance.
A história de José e a esposa de Potifar é um exemplo de um escravo solteiro recusando-se a
ter relações sexuais com a esposa de seu senhor. Como isto se relaciona com a resposta de uma
serva aos avanços sexuais de seu patrão, ou a resposta de uma rapaz solteiro livre, aos avanços de
uma moça solteira, livre, ou vice-versa? Os exemplos das Escrituras são mais bem usados como
ilustrações de princípios claramente estabelecidos em algum lugar da Bíblia, e não deveriam ser
considerados autorizados neles próprios.
c. Imperativos claros têm mais autoridade que diretrizes inferidas a partir de doutrinas.
Podemos, e freqüentemente devemos, inferir princípios a partir de doutrinas. Em muitas áreas que
requerem sérias decisões éticas, simplesmente não temos ordens bíblicas claramente aplicáveis
pelas quais nos orientar. Na verdade, é necessário inferir princípios das doutrinas; eles são
compulsórios na medida em que são nossa melhor maneira de compreender a vontade de Deus para
nós em dada situação. Deveríamos, entretanto, reconhecer a diferença entre estes e princípios
explicitamente estabelecidos.
Por exemplo, com base em diversas doutrinas bíblicas, posso inferir os seguintes
princípios, que se aplicam a uma gravidez indesejada: respeite, ame e proteja a vida humana pré-
natal (Como chego a este princípio.). Se estou convencido de que esta é à vontade de Deus, como
revelada nas Escrituras, devo agir concomitantemente e também compartilhar está convicção com
outros. Contudo, não devo afirmar que Deus disse em palavras: "Não pratique o aborto". Este
princípio particular, por ser implícito e não explícito, não tem a mesma autoridade compulsória do
mandamento contra se tomar o nome de Deus em vão, por exemplo.
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d. Mandamentos histórica e culturalmente condicionados devem ser distinguidos
daqueles que são claramente compulsórios em todos os tempos. diversos exemplos dessas ordens
já foram dados - um homem deveria gerar filhos com a viúva de seu irmão; mulheres não deveriam
usar jóias e roupas finas. Está distinção exige alguma competênciano estudo bíblico e histórico - e
mesmo especialistas nem sempre concordam entre si. Entretanto, o cristão, com a melhor ajuda
disponível, deve decidir quais ordens bíblicas são aplicáveis e quais não são.
e. princípios éticos deveriam ser baseados em pelo menos diversas passagens claras das
Escrituras. Uma deficiência, seja de abrangência ou clareza, torna a base bíblico de um princípio
ético suspeito. Uma referência isolada ou algumas referências obscuras acerca da vontade de Deus
não deveriam ser consideradas como normativas.
2. Relacionando-se com o Contexto
Buscamos um senso da vontade de Deus para cada aspecto da vida nas Escrituras, por um
processo de estudo e interpretação e também através da orientação do espírito Santo. Procuramos
normas éticas, direção, um modelo. Tentamos descobrir, por um processo amplamente racional,
aquilo que é dado em revelação, na Bíblia. E podemos estar confiantes que o que procuramos
acharemos, embora, talvez, com graus variados de certeza. Entretanto, antes que possamos articular
esta noção da vontade de Deus como princípios gerais ou normas mais especificas de conduta,
devemos relacionar estes princípios ao contexto, à situação da decisão moral. princípios morais e
regras, para terem significado, devem ser estabelecidos em termos de contexto, isto é, em termos de
pessoas, problemas e possibilidades em consideração. O contexto não fornece a substância ou o
conteúdo de nossos princípios e regras, mas irá, em parte, determinar a forma na qual são
expressos. A essência vem de revelação, da Bíblia. A forma, pelo menos em alguns casos, é
determinada por um exame racional e avaliação do contexto.
Princípios e regras morais são similares, mas também diferentes dos fins morais ou objetivos
descritos antes. São similares no sentido em que princípios e regras, como objetivos, são expressos
em termos de contexto de vida e também representam movimento do geral para o específico, de
amplas normas bíblicas para aplicações mais particulares. A diferença é que o objetivo moral é
aquele que você seleciona em uma dada situação. princípios e regras, por outro lado, expressam a
percepção da vontade de Deus para uma ampla gama de situações similares.
princípio: respeite, ame e proteja a vida humana pré-natal
Regra: não se submeta a, ou pratique o aborto
Objetivo: Terei e criarei está criança
Não demandamos princípios morais e regras para todas as decisões. No capítulo 3,
notamos que o conceito de norma pode ser definido como modelo ou padrão.
Recebemos nas Escrituras a noção do tipo de pessoas que nós, como cristãos, devemos
ser. O modelo da personalidade cristã é o próprio Deus, como revelado em Jesus Cristo
homem. O que Jesus é e fez torna-se padrão para nós.
Mais detalhes do modelo para o cristão são delineados nos vários conceitos morais e diretrizes
apresentados na Bíblia. Esse padrão - dado é nas Escrituras e gravado em nossas consciências pelo
Espírito Santo - é orientação suficiente para a maior parte das decisões morais que devemos tomar.
Sem muita análise e reflexão, apreendemos, a partir do modelo, o que devemos e o que não
devemos fazer em nossas vidas diárias Entretanto, há algumas decisões tão complicadas, ambíguas
e diversas dos problemas enfocados pela Bíblia que podemos trabalhar adequadamente com eles
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apenas com base em cuidadoso estudo de princípios e regras. Estes componentes normativos,
embora derivados de verdades e ensinamentos bíblicas por inferência, devem ser formulados em
termos de contexto.
O assunto do aborto pode servir como exemplo. Não há, como já indicado, a meu ver,
proibição inequívoca a respeito do aborto nas Escrituras. 
Aborto fácil e seguro não estava à disposição na era bíblico. Não há referência à sua prática.
Como podemos então descobrir e enunciar a vontade de Deus sobre o problema? Acredito que há
suficiente material relevante na Bíblia a partir do qual podemos formular um princípio moral e
também algumas regras sobre o aborto. Embora a discussão que segue seja extremamente breve,
pode servir para ilustrar um processo pelo qual princípios éticos podem ser extraídos da Bíblia.
O testemunho unânime das Escrituras é que a vida humana é criação de Deus. A vida Intra-
uterina é atribuída à atividade criativa deliberada de Deus, em Salmos 139:13-18. O interesse
pessoal de Deus e seu envolvimento na vida e futuro do feto são descritos aqui em termos
comoventes. além disso, em Lucas 1: 15, O anjo Gabriel diz a Zacarias que o filho esperado pela sua
velha esposa será cheio do Espírito Santo (experiência humana é única) " desde o ventre de sua
mãe".
Está frase algumas vezes significa apenas "do nascimento". Entretanto, mais à frente, neste
mesmo capitulo de Lucas (v. 41 e 44), O feto que era o cumprimento desta promessa, segundo sua
mãe, "saltou de alegria" na presença de Maria que estava grávida de Jesus. Sabedores de que
Isabel ao dizer isso estava "cheia do espírito Santo", não deveríamos descartar sua afirmação como
especulação piedosa. Em Jeremias 1:4, 5, O Senhor assegurou ao profeta que Ele o conhecia
( palavra que significa um relacionamento pessoal íntimo) antes que tivesse nascido ou mesmo fosse
(completamente) formado no ventre.
Passagens como estas parecem apontar para a "humanidade" do feto. O interesse e
envolvimento de Deus com o feto é comparável ao Seu interesse e envolvimento com a vida pós-
parto. O feto é criado, conhecido, amado por Deus, capaz de um relacionamento com Ele - fatores
que sugerem uma condição humana. Se Deus age em relação ao feto da mesma maneira que o faz
com o ser humano, não deveríamos nós fazer o mesmo?
Valor e dignidade humanos parecem ser atribuídos ao feto por essas passagens e,
conseqüentemente, o feto está sob a proteção dos mandamentos contra ferir ou matar vida humana
inocente. Com base em tal informação e interpretação, chego ao princípio mencionado acima:
respeitar, amar e proteger a vida intra-uterina.
Entretanto, há também uma passagem que parece fazer clara distinção entre o valor de um
feto e o de um ser humano adulto (Êx. 21:22). Aqui temos um caso de uma mulher que aborta em
resultado de ferimentos recebidos acidentalmente de outra pessoa. Pela perda do feto, apenas uma
multa seria paga ao marido. Entretanto, pelo que a mãe sofresse, a retribuição seria exatamente de
acordo com a lex talionis, "olho por olho, dente por dente" (Êx. 21:24).
Embora as diferenças de punição sugiram que o valor da vida do feto é menor que a da mãe,
isto não prova que o feto seja menos humano. A punição por matar um escravo também era menor
do que por matar uma pessoa livre (Êx. 21:20, 21). 
Contudo, em nenhum lugar a Escritura estabelece, infere ou permite que um escravo seja
menos que humano. conseqüentemente, Êxodo 21:22 não afeta o princípio sobre respeitar, amar e
proteger a vida humana intra-uterina.
Regras podem ser formuladas a partir deste princípio. Regras são aplicações específicas de
princípios a situações concretas. O estudo dos princípios estabelecidos acima e das políticas e
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práticas do aborto produz uma série de regras morais, algumas negativas e algumas positivas.
Seguem alguns exemplos:
Proibições 
Não faça aborto (exceto, talvez, para salvar a vida da mãe).
Não se submeta a um aborto (exceto, talvez para salvar sua vida).
Não aprove um aborto.
Não apóie entidades que oferecem possibilidade de aborto.
Não negligencie ou ponha em risco a vida humana intra-uterina.
Imperativos
Considere mesmo a gravidez não desejada como dádiva de Deus.
Consideremesmo um feto deformado ou imperfeito como uma criação humana, amada por
Deus.
Tenha e ame mesmo a criança cuja concepção não foi desejada.
Apóie - espiritual, emocional e materialmente - mulheres que estão enfrentando gravidez
indesejada.
Como vimos, o papel da razão na tomada de decisão moral, embora limitado, é vital. Por meio
de esforço racional reunimos informação, identificamos os assuntos-chave morais, analisamos os
elementos básicos da decisão, e formulamos princípios morais e regras. Em tudo isso, a razão deve
se manter serva da revelação, a Escritura. Nós não definimos certo e errado, mas Deus o faz,
através de Sua Palavra e Seu Espírito. Entretanto, compreender, interpretar e aplicar está revelação
à nossa cena contemporânea é uma atividade intelectual complexa e exigente. Ao tomar uma
decisão, é tão errado usar nossa razão pouco como usá-la muito.
XIII RECURSOSXIII RECURSOS
Um fator-chave no desempenho ético e moral do cristão é a adequada utilização de recursos. A
situação é comparável, por exemplo, ao desempenho educacional. Para sair-se bem na
universidade, um estudante precisa não apenas de boa mente e autodisciplina, mas também de bons
conselhos para selecionar uma universidade e um curso, orientação para obter suporte financeiro,
supervisores competentes, acesso ao material da biblioteca, estímulo e exemplo de outros bons
estudantes, encorajamento do lar e talvez ajuda do centro de estudos. 
Empregando tais recursos, um estudante de habilidade apenas moderada pode sair-se bem. Por
outro lado, um estudante mais privilegiado, desconhecendo esses recursos, ou negligente em fazer
uso deles, pode sair-se mal. Similarmente, o cristão que espera melhorar ética e moralmente precisa
estar atento aos recursos disponíveis e tirar o máximo proveito deles.
A. AJUDA DIVINA
Tendo a razão feito o trabalho analítico e interpretativo preliminar descrito no capítulo anterior,
necessitamos de dois tipos básicos de assistência. Primeiro, precisamos de direção - ajuda para
descobrir especificamente o que devemos fazer; clareza e definição de princípios, regras e nossos
objetivos. Em segundo lugar, necessitamos de poder - o desejo e a força para fazer o que viemos a
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acreditar que é certo. Ambos os tipos de ajuda vêm de Deus. Ele é nosso recurso. Qualquer coisa
que nos auxilie nesse empreendimento é, ou o próprio Deus, ou um de seus dons.
1. O Espírito Santo
O Espírito Santo é Deus quando nos alcança com ajuda. Ele é aquela pessoa da Trindade que
nos une à divindade. Tudo que o Pai e o Filho fazem por nós, todos os contactos e bênçãos são
possibilitados pelo Espírito Santo. Quando tomamos uma decisão difícil sobre certo e errado e então
lutamos para viver de acordo com ela, podemos usar a presença e o poder pessoal do Espírito
Santo. O Espírito Santo vive em cada cristão, nutrindo pensamentos, visão, sentimentos e valores
que estão de acordo com a vontade de Deus. 
Ele também constrói e reforça a determinação que nos capacita viver em conformidade com
nossas convicções. Jesus se refere a Ele como Conselheiro, que guiará Seus seguidores em toda a
verdade. Isto inclui não apenas a completa revelação de Cristo e sua ação redentora, mas também
compreensão de Sua vontade e obediência a ela (João 14 e 16).
Nenhuma ajuda dada pelo Espírito é mais importante que o amor, o amor do próprio Deus que
Ele derrama em nossos corações. Pela experiência do Seu amor podemos apreender que tipo de
amor deveríamos estar expressando em nossas vidas. Amando-nos, o Espírito Santo nos capacita e
motiva a amar, que é, afinal, o resumo de tudo que Deus espera de nós.
2. A Nova Pessoa
O mais importante, naturalmente, é que o Espírito Santo se dá a mim. Ele é meu principal
recurso. Contudo, é também verdadeiro que Ele faz alguma coisa significante para mim: Ele me dá
um novo eu. Não apenas : se coloca à minha disposição de maneira que eu tenha Alguém de quem
depender, mas também me modifica e me equipa para que possa, em um certo sentido, depender de
mim próprio. Por estar Ele criando e fortalecendo uma nova pessoa dentro de mim, posso estar certo
de que alguma coisa em mim, alguma coisa de mim, também conhece e deseja o bem.
Direção e motivação para a vida cristã são construídas dentro do caráter da nova pessoa. 
Na medida em que estou ainda nas garras da velha pessoa, tenho de suspeitar de minhas
idéias morais e inclinações. Na medida em que estou debaixo do domínio da nova pessoa, posso
confiar em minha visão moral e impulsos. A nova pessoa é um recurso moral vital no qual eu posso e
deveria confiar. Embora esteja localizada no eu, este recurso tem sua origem e poder em Deus
porque é trabalho e dádiva do Espírito Santo.
3. A Comunidade Cristã
Deus também nos ajuda através dos outros, através de nossos irmãos na fé. O Espírito
trabalha em e através de cada cristão por outros cristãos que com Ele estão em contato. Ele equipa
cristãos individualmente com interesses e aptidões especiais que os capacita a serem de máxima
utilidade uns aos outros, espiritual, física e moralmente. Para orientação e encorajamento podemos
usar uns aos outros. Reflexão ética é feita mais efetivamente em consulta à comunidade cristã da
qual somos parte. A força moral é aumentada pela interação com crentes conscientes e obedientes.
Sabedoria, bom exemplo, suporte, bem como admoestação quando tropeçamos e caímos, nos são
oferecidos por Deus através de nossa união com nossos irmãos. Assim como as pressões do mal
corroem e debilitam nossa moral, influências cristãs sadias a fortalecem e estimulam.
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B. OS MEIOS DA AJUDA DIVINA
A ética evangélica é, acima de tudo, a ética do Espírito Santo. Como enfatizado acima,
Ele é nosso recurso supremo e central. Somente Ele pode prover a direção e motivação
ética de que precisamos. nesta altura nos fazemos uma pergunta. Como e onde
contatamos o Espírito Santo em busca de assistência para a tarefa ética?
Em vista da explicação acima, estas perguntas parecem ser irrelevantes. O Espírito já habita
em nós. Ele está produzindo uma nova pessoa. Ele nos atinge através de outros cristãos. O contacto
com o Espírito parece estar segura e permanentemente estabelecido. O que mais é necessário?
A chave para a resposta encontra-se na natureza dos laços entre o Espírito Santo e o cristão: é
um relacionamento pessoal. Parece-se mais com os laços vivos que existem entre amigos ou
queridos do que uma conexão mecânica entre um aparelho e a corrente elétrica. Relacionamentos
pessoais de todos os tipos, incluindo o que existe entre o cristão e o Espírito, precisam ser nutridos
pela comunicação e outros tipos de interação. Preciso me manter consciente da presença e poder do
Espírito em mim. Preciso de expressões concretas de Seu amor, poder e vontade. Necessito, de
contínuo, da força dele, de ser reenergizado e reativado pela exposição consciente ao Seu
testemunho. Preciso apresentar-lhe minhas perguntas, duvidas, tentações, confusão e trabalhá-las
com o auxilio dele. Não porque Ele está ausente ou inacessível, mas porque está presente e
disponível, preciso de um contacto real e deliberado com Ele.
Deus tem providenciado meios e canais especiais através dos quais podemos ter esse
contacto informativo e fortalecedor. Em geral, Ele não nos contacta diretamente. Nem deixa por
nossa conta divisar os meios pelos quais podemos nos relacionar com Ele. Ele estabeleceu as
formas através das quais entra em contacto conosco e oferece a ajuda de que precisamos.
1. A Palavra de Deus
A comunicação verbal é a forma padrão pela qual o Espírito estende Sua ajudaa nós. Através
da Palavra de Deus, escrita nas Escrituras e exposta e aplicada na comunidade dos crentes, Ele nos
dá orientação e motivação moral. Cristãos evangélicos enfatizam o fato de que o Espírito Santo
inspirou aqueles que escreveram a Bíblia. O que não é suficientemente enfatizado é o fato de que
Ele inspira também aqueles que a ouvem e lêem. Recebemos informação a respeito de Deus não
apenas através da mensagem bíblico, como também por meio do Espírito Santo, o próprio Deus vivo.
A Palavra de Deus é a única palavra viva. Ela o traz a nós em pessoa. À medida que palavras
e idéias passam de nossos olhos e ouvidos para nossas mentes, Deus, O Espírito Santo, penetra em
nosso interior para fazer Seu trabalho vital. A palavra de mais ninguém tem essa capacidade. Bons
trabalhos biográficos e autobiográficos fazem seu objeto "viver" , parecer muito real. Contudo,
nenhuma palavra de ou a respeito de outra pessoa produz realmente a sua presença, ou a transporta
para o interior do leitor. A Palavra de Deus faz isso, o que a torna um notável recurso moral e
espiritual.
Obviamente, não podemos explorar tudo que Deus faz por nós na Sua Palavra e através dela.
Em vez disso, nos concentramos aqui naquilo que se relaciona mais diretamente ao empreendimento
moral e ético. Três elementos na Palavra de Deus são particularmente essenciais a esse respeito.
Através do elemento denominado lei, o Espírito Santo revela e condena nossa corrupção. No
capítulo 1 foi feita referência a este fato. Não apenas as pessoas não-convertidas, mas também os
cristãos, precisam de exposição contínua e repetida à lei de Deus. Porque embora a culpa do pecado
seja perdoada no cristão, seu poder ainda, permanece para confundir, desviar e tentar. Não importa
quão fortes sejamos na fé, nem quão honestos em nossos propósitos, continuamos a não entender e
a desobedecer à vontade de Deus.
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Através da mensagem da lei, o Espírito Santo nos alerta para essas evidências de nossa
contínua pecaminosidade. Ele nos faz cônscios de nossa desesperada necessidade de ajuda. Força
e progresso morais não podem tomar lugar até e a menos que encaremos nossa fraqueza e falha.
Nosso problema a esse respeito é tão sério que não podemos reconhecê-lo adequadamente por nós
mesmos ou por recursos humanos. Precisamos da ajuda do Espírito Santo através da Palavra,
especificamente o trabalho diagnóstico da lei.
Uma vez tendo a lei feito seu trabalho em nós, e vindo nós aperceber o que está moralmente
errado conosco e a reconhecer o perigo que isto representa, estamos prontos para a aplicação do
evangelho. Este é o trabalho principal e favorito do Espírito Santo - assegurar ao pecador pendente
que ele está perdoado pela ação redentora de Cristo. Para nosso próprio bem, o espírito deve nos
falar sobre nossos pecados, mas Seu maior deleite é falar-nos de nosso Salvador.
O objeto principal do testemunho do Espírito é Jesus Cristo. De fato, o Espírito está muito mais
interessado em nos falar sobre Cristo do que, sobre Si próprio. Seu propósito ardente é nos manter
atentos e apreciativos ao amor de Deus por nós manifesto pela obediência e sacrifício de Seu Filho. 
Não apenas no início do nosso relacionamento com Deus, mas através da nossa vida terrena,
necessitamos das boas-novas de que pela morte e ressurreição de Jesus estamos reconciliados com
Deus.
Através desta mensagem, o Espírito estimula e reforça duas respostas básicas no cristão. Uma
é a fé. Isto vale dizer que ele nos capacita a aceitar a oferta de perdão de Deus e as outras
promessas que a acompanham. Está demonstração do amor divino desperta amor e confiança em
Deus. A segunda resposta básica é o desejo de agradar a Deus através da obediência amorosa à
Sua vontade expressa. A manutenção de um relacionamento intimo de fé e um forte desejo para a
obediência são vitais para a saúde e força morais. O evangelho é a fonte de ambas.
Em complemento à lei e ao evangelho, Há um terceiro elemento de grande significado na
Palavra de Deus – normas, uma vez que forem longamente estudadas nos capítulos anteriores, nos
Iimitaremos à discussão de normas como recurso para decisões éticas e ação moral.
Uma das mais difíceis e assustadoras atividades que os cristãos enfrentam hoje é tentar
determinar a vontade de Deus em muitos assuntos não tratados diretamente na Bíblia. Para trabalhar
através desses problemas com responsabilidade, devemos estar completamente informados e
inteiramente cônscios de tudo o que a Bíblia fala, mesmo indiretamente, a esse respeito. Devemos ir
do conhecido para o desconhecido. Até mesmo aplicar aquelas ordens que são explícitas na Bíblia, à
vida moderna, requer conhecimento bíblico e intensivo aprofundamento no seu significado. Revisão e
reavaliação contínua das normas bíblicas são essenciais para o amadurecimento ético e moral. A
Bíblia não é um computador que expele normas éticas ou exigências. É a revelação da vontade de
Deus em uma forma que requer estudo honesto, paciente e diligente. Assim parece-se mais com
uma mina de ouro do que com um computador. Para descobrir o tesouro e ser capaz de usá-lo
devemos estar desejosos de procurar e labutar. Embora seja uma fonte sem igual de orientação para
a vida cristã, nem sempre é fácil de ser explorada. Finalmente, o que o Espírito oferece nas normas
éticas bíblicas não é tanto um código moral, mas um modelo da personalidade cristã. É uma visão e
um sentido de como Ele deseja que sintamos e ajamos. Por essa razão também, é extremamente
importante que investiguemos completamente e revisemos repetidamente tudo que as Escrituras
dizem a respeito de atitudes e comportamento cristãos. Somente dessa forma nossa percepção do
modelo será tão clara quanto possível.
2. Ordenanças
A comunidade evangélica está dividida no que diz respeito às doutrinas do batismo e da ceia
do Senhor. Alguns não as consideram como ações de Deus através das quais Ele transmite Sua
graça, presença e poder. Pelo contrário, eles consideram o batismo e a ceia do Senhor como ações
dos crentes, testemunho de sua aceitação e compromisso com o Salvador apresentado no
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evangelho. Há desacordos adicionais sobre a maneira de se administrar o batismo e a ceia,
elegibilidade de participação e a natureza da presença de Cristo, para mencionar só alguns. Uma
das grandes tragédias da cristandade é que estás ordenanças do Salvador designadas para
expressar e nutrir a união entre seus seguidores, têm sido fonte de tal dissensão e divisão.
A seguir expresso e confesso uma visão de ordenança com a qual alguns evangélicos não
conseguirão se identificar. Entretanto, tentarei fazer isso de maneira a realçar aquilo que todos os
evangélicos têm como mais querido, nomeadamente, o evangelho de Jesus Cristo. Se o batismo e a
ceia do Senhor são vistos como formas de evangelho, seu valor como recurso ético e moral é
evidente.
Paulo descreve o batismo como uma ligação transformadora com a morte e ressurreição de
Cristo (Rom. 6). Embora este seja um evento único, ele tem um efeito dramático e duradouro. É um
poderoso recurso na contínua batalha contra o pecado e em direção à justiça. A razão para isso é
que o batismo é um processo pelo qual o indivíduo é libertado da escravidão do poder do pecado e
também da condenação pela sua culpa.
Além disso, o batismo efetua a crucificação do velho eu. A palavra crucificação é, talvez,
significante nesta conexão. Crucificação é uma morte lenta. A morte do antigo eu, iniciada pelo
batismo, é longa e extenuante provação. O crente batizado ainda tem o velho eu, debatendo-se em
fúria e dor, lutando pela vida, pela libertaçãoda cruz e o retorno ao controle. Quando experimenta a
influência e pressão do velho eu, o cristão tem, no batismo, uma tremenda fonte de encorajamento e
confiança.
O novo homem não precisa ser arrastado pelo velho homem. O velho homem é despojado,
crucificado, morrendo como resultado da união do crente com o Salvador, crucificado e ressurreto
pelo batismo. Tampouco o crente tem que se sentir intimidado ou manipulado, seja pelo pecado, seja
por Satanás, porque ele é alguém batizado. O novo homem está livre de ambos. Isto não significa
que esteja livre de seus ataques ou mesmo imune às tentações. Contudo, significa que está livre de
seu escravizante controle, para lutar contra eles. Mais importante, o batismo significa que o cristão
está livre para ingressar no envolvente e alegre serviço de seu Senhor para crescer à Sua
semelhança no poder do seu Espírito. Para o cristão, permanecer cônscio de seu batismo é lembrar
que ele é livre, o que faz do batismo um esplêndido recurso moral.
Quando instituiu a ceia, Jesus referiu-se ao pão e ao vinho como Seu corpo e Seu sangue,
oferecidos para perdão dos pecados (Mat. 26:26-29). Paulo descreve os elementos da ceia como
participação no corpo e sangue de Cristo (I Cor. 10:16). Ao participar desta ceia, o cristão é
colocado em contacto com os elementos do sacrifício expiatório de Cristo. Mesmo os que não
aceitam a doutrina da presença real geralmente reconhecem a ceia do Senhor como sendo a
lembrança do sacrifício de Cristo e a proclamação de sua morte (I Cor. 11:25,26). Como o batismo à
ceia do Senhor é uma forma de evangelho, a viva representação da autodoação de Cristo, a
reencenação do drama do Calvário que oferece os benefícios daquele evento aos que o recebem.
O benefício fundamental da ceia do Senhor, do qual todos os outros derivam, é o perdão dos
pecados. Sempre que e a despeito de como a morte do Senhor é comunicada a uma pessoa, o
propósito é que está reconheça e aceite o perdão pelo qual Cristo morreu. 
Através de Sua ceia, o Senhor quer lembrar e ressegurar ao cristão que ele o ama, a despeito
de seu pecado, que ele já tratou das conseqüências do seu pecado, que seu relacionamento com ele
ainda está intacto ou pode ser restaurado Junto com o perdão, vem à renovação da união do cristão
com seu Senhor, do qual ele está alienado pela sua pecaminosidade e lapsos morais.
A significância da ceia do Senhor é profunda. Seu potencial como recurso para o progresso
ético e moral é tremendo. Na ceia do Senhor o cristão pode encontrar o novo começo de que precisa
quando é perseguido pela Ignorância de suas fraquezas e derrotas morais. Nela o crente encontra o
amor de Deus, que é tanto a motivação como o modelo da vida cristã. Como outras expressões do
amor perdoador de Deus, a ceia do Senhor realiza e revitaliza o poder do espírito Santo no crente. É
um interlúdio renovante, encorajador e fortalecedor na dura e contínua batalha da vida cristã.
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3. Oração
Estritamente falando, oração é o discurso do homem a Deus, a resposta do homem às Suas
palavras e ações amorosas. É também um trabalho do Espírito Santo. Ele tanto prepara o cristão
para orar como o ajuda a orar (Rom. 8:26, 27). Através da oração o Espírito nos sensibiliza a Sua
presença e nos abre à Sua influência. Os propósitos da oração são numerosos, e seus benefícios
diversos. Focalizaremos apenas os aspectos da oração que se relacionam mais diretamente com o
cristão quando ele age ética e moralmente.
De forma ampla, a ética cristã é uma tentativa de entender qual é à vontade de Deus em
assuntos difíceis e confusos que não são discutidos clara e completamente nas Escrituras. Em tais
casos, apreender a vontade de Deus, e então cumpri-Ia de forma sensível e prática requerem muita
sabedoria: Mas esta sabedoria é nossa pelo pedir (Tiago 1:5, 3.13-17). À medida que analisamos
problemas morais ambíguos e trabalhamos com casos nos quais as normas divinamente reveladas e
os valores parecem conflitar, temos, na verdade, a oportunidade de consultar a Deus a esse respeito
em oração.
Análise racional e estudo da Palavra de Deus podem e deveriam ser combinados com reflexão
e revisão do problema, em oração. Item por item, em conversa pessoal com Deus, podemos
examinar cada aspecto do caso. Em oração, expomos nossa análise, interpretação, motivos e
julgamentos ao Seu escrutínio e buscamos Sua resposta. Buscamos confiadamente a ajuda do
Espírito Santo para tomar uma decisão. Nossa análise, racional e interpretação das Escrituras devem
ser confirmadas ou redirecionadas pela sabedoria que apenas o Espírito Santo pode dar.
Algumas vezes, mais difícil do que saber o que é certo é fazer o que é certo. Neste aspecto,
também, a oração é um poderoso recurso. Quando grande coragem, generosidade ou paciência são
exigidas para vivermos de acordo com nossas convicções éticas, podemos pedi-Ias a Deus em
oração. Ele ouvirá e ajudará. Deus sempre espera até que oremos, antes de nos dar o auxílio de que
necessitamos. Age assim, não porque está relutante, mas porque quer que reconheçamos
inequivocamente o fato de que a ajuda vem dele. Não apenas os claros ensinamentos das
Escrituras, mas também as experiências dos cristãos através dos séculos evidenciam esse fato.
Alguns dos mais inspiradores capítulos da história cristã, atual e antiga, são aqueles que descrevem
a firmeza dos mártires cristãos. Sustentados pelo Espírito Santo, em resposta à oração, eles
suportaram privação, tortura e morte, em vez de negar a seu Senhor. 
Alguns, antes de enfrentar essas escolhas e provações assustadoras, mostraram qualidades
heróicas. Contudo, no seu extremo, ele oraram por torça moral, e a receberam numa medida que
excedeu suas mais elevadas expectativas. Para força moral, em todas as situações, temos o grande
recurso da oração.
Não há, na verdade, escassez de recursos para nossa orientação e fortalecimento moral. No
mundo livre, pelo menos, somos confrontados com uma superabundância (mesmo na maioria das
sociedades anticristãs eles estão disponíveis, embora a risco e preço freqüentemente consideráveis).
A Bíblia está publicada em centenas de diferentes línguas e traduções - possui circulação maior do
que qualquer outro livro. Literatura e música cristãs inundam o mercado, e programas cristãos são
levados ao ar em larga escala. Congregações e irmandades cristãs zelosamente convidam para
participação e associação. Batismo e ceia do Senhor podem ser obtidos em toda parte. Oração, a
linha direta para Deus, está aberta a todo o tempo a qualquer que clamar em nome de Jesus. Temos
toda a ajuda de que precisamos, ou que podemos usar. Somos, de fato, confrontados com uma
profusão de riquezas.
além disso, podemos estar confiantes na completa suficiência desses recursos. Se tirarmos
proveito deles, podemos experimentar sucesso ético e moral significante. Eles são recursos
poderosos que podem fazer uma profunda diferença em nossos corações e vidas. Embora a
perfeição não seja alcançável nesta vida, grande progresso pode ser.
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ÉTICA CRISTÃ 
Servindo-se desses recursos, muitos cristãos têm demonstrado uma transformação rápida e
radical para melhor. Para outros, o progresso pode parecer menos dramático e mais lento. Mas,
embora a velocidade e a forma da mudança possam variar, a adequação do recurso é constante.
Utilizando-os, podemos desenvolver definitivamente um senso mais claro e mais forte do que Deus
deseja que façamos e do que devemos evitar. Podemos nos levantar vigorosamente contra
influências corruptas em nós e à nossa vida. Podemos seguiradiante na obediência cristã com
confiança e firmeza. O auxilio de Deus, oferecido através desses recursos, torna essa obediência
possível.
Daí somos conduzidos a uma conclusão bastante sombria. Nossas falhas éticas e morais são,
em grande parte, o resultado de não empregarmos os maravilhosos recursos que Deus tem posto à
nossa disposição. Não podemos, verdadeiramente, reclamar falta de auxilio. Não temos desculpas.
Uma decisão ética crucial que cada cristão toma, sabendo ou não, é se ele usará ou não os
recursos providenciados por Deus para ser moralmente forte. A alternativa é negligenciá-los e tornar-
se moralmente fraco, ou até mesmo morrer. Deus oferece Sua ajuda. Ele convida, insiste e nos
capacita a aceitar, mas não se impõe a nós. Somos sempre livres para dizer-Lhe não.
Outros fatores também são Indispensáveis por nossas falhas morais, mas muitos podem ser
reportados a esta simples causa: não fazemos suficiente uso da ajuda que Deus nos dá.
XIV FRACASSOXIV FRACASSO
O fracasso é uma experiência repetitiva na vida de cada cristão. Referimo-nos a isso
rapidamente em capítulos anteriores. O efeito da derrota repetida pode ser prejudicial. Revisar a
história de seus fracassos éticos e morais pode ser desmoralizante para um indivíduo, pode destruir
a confiança e até mesmo o desejo de tentar. Ou pode conduzir à racionalização. Em vez de admitir o
fracasso, uma pessoa pode tentar explica-lo a si e aos outros, e fabricar uma aparência forjada de
Justiça em seu lugar. Ambas reações à derrota são perigosamente erradas. É essencial para a
sobrevivência e crescimento morais entender o fracasso e lidar com ele apropriadamente.
A. O CRISTÃO COMO DERROTADO
Todo cristão falha em saber e fazer adequadamente à vontade de Deus Isto não é apenas o
problema do incrédulo e inimigo de Deus, mas também do seu mais devoto e maduro filho. Paulo,
por exemplo, muito depois da sua conversão confessa e agoniza sobre sua contínua derrota moral
(Rom. 7:7-25). Não importa quanto nos..preocupamos ou quão arduamente tentamos, falhamos
miserável e freqüentemente.
1. Desobediência Cristã
Por ignorância ou fraqueza, freqüentemente tomamos más decisões éticas é más linhas de
ação. Nossa análise do objeto pode ser falha. Nossa interpretação das Escrituras pode ser
inacurada. Podemos interpretar mal a orientação do Espírito Santo. Por qualquer dessas razões
constantemente escolhemos uma linha de ação que é má. A tragédia em tais casos é que nossas
Intenções podem ser excelentes. À medida que desenvolvemos uma estratégia errada e má,
poderemos estar convencidos de que é boa, certa e necessária.
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Em outros casos, mesmo ao percebermos que um tipo de comportamento é mau, decidimos
adotá-lo de qualquer forma, porque parece agradável ou compensador. O contrário também
acontece. Embora percebamos que certa atitude seria boa e agradável a Deus, nós habilmente
recusamos aceitá-la porque parece dura, árdua e inconveniente. Fracasso deliberado e pecado são
particularmente perigosos.
As Escrituras dão severos avisos contra eles (Heb. 10:26-31). Tais pecados revelam desprezo
pela graça de Deus em Cristo e rejeição do Seu Espírito. São uma séria ameaça à fé e podem até
mesmo destruí-la completamente. Um termo freqüentemente aplicado a este tipo de fracasso é
pecado mortal" (I João 5:16,17), porque é fatal à fé.
2. A Imperfeição da Obediência Cristã
Podemos entender e aceitar com bastante facilidade que nossa desobediência é um fracasso.
Mais difícil de apreender é o paradoxo de que mesmo nossa obediência é fracasso e, contudo, isto é
também verdadeiro. Nossa obediêncIa a Deus jamais é completa como deveria ser. É sempre
deficiente, defeituosa, manchada. Desde que tanto nossa obediência como nossa desobediência são
fracassos, há um sentido no qual somos completas derrotas éticas e morais.
Nossa obediência a Deus é fragmentária e imperfeita. Mesmo quando fazemos o nosso
melhor, nunca fazemos tudo que Ele espera e exige Isto é perturbador a Deus, porque Ele se
satisfaz com nada menos que é perfeição. Ele nunca consegue isso de nós, desde que nosso
desempenho é maculado e inconsciente. Às vezes, podemos parecer estar em pleno acordo com a
Sua vontade, pelo menos externamente. Entretanto, iss será constantemente seguido de um
afrouxamento de esforço ou de um completo colapso moral em alguma área da nossa vida.
Gostamos de nos confortar no fato de que, embora não perfeitos, estamos nos saindo bastante bem,
se comparados, pelo menos com algumas pessoas. Mas este é um conforto falso. Porque
comparados com Deus e com o que Ele exige, somos pateticamente inferiores.
O outro sério problema com nossa obediência, além da nossa imperfeição, é que ela é
contaminada. Nossa obediência a Deus está sempre maculada por motivos confusos. Mesmo
quando fazemos a coisa certa, é sempre, em parte, pela razão errada. O poder do pecado, embora
perdoado e contra-atacado, ainda está presente em nós, estragando até o melhor que fazemos.
Nossa obediência é freqüentemente relutante e desinteressada. Fazemos O que Deus ordena não
porque queremos, mas porque devemos.
Em outras palavras, nossa obediência é a resposta à Sua lei, em vez de ao evangelho, e isto é
inaceitável. ou, em vez de obedecer porque queremos glorificar a Deus e ajudar a pessoas,
obedecemos, primeiramente, porque sentimos que nos beneficiaremos com isso ou, pelo menos,
evitaremos problemas. Não fé e amor, mas freqüentemente auto-interesse domina nossos motivos
ou iniciamos um ato de obediência com um motivo apropriado, somente para tê-lo substituído, mais
tarde por um que é impróprio.
Por exemplo, posso ser movido a ajudar alguém de uma forma que demanda grande
quantidade de dinheiro e tempo. Inicialmente, isto pode nascer de um genuíno interesse pela pessoa.
Entretanto, à medida que o projeto continua, posso me descobrir motivado mais e mais pela
apreciação que esse ato desperta, não pelo amor. Meu motivo deteriorou-se. Motivos confusos e
maculados são problemas porque Deus não está interessado apenas no comportamento externo. Ele
está tão interessado no motivo por que fazemos alguma coisa como em o que fazemos. Por estás
razões, mesmo a obediência, que é externamente um sucesso, é, de fato, um fracasso.
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3. O Impacto do Fracasso
Ignorância da inevitabilidade do fracasso pode ter um impacto devastador sobre o cristão.
Derrotismo, irresponsabilidade e desespero são usualmente seus produtos. 
Muitos cristãos são oprimidos e efetivamente incapacitados pelo passado e fracassos morais
previstos. Desde que sabemos previamente que nossa obediência será um fracasso, por que tentar?
Sob essas circunstâncias, a obediência cristã parece ser um exercício de futilidade. Um cristão com
está atitude diria que, em vez de tentar obedecer e progredir moralmente, devêssemos talvez
simplesmente aceitar o fato de nossa desgraça e nos concentrar em sermos perdoados. Em outras
palavras, poderíamos da mesma forma esquecer a santificação e nos preocuparmos apenas com
nossa justificação. Poucos cristãos expressam este sentimento aberta e firmemente, mas a maioria o
reconhece como uma parte familiar de sua experiência pessoal. A derrota desencoraja o esforço
ético e moral. Ainda mais insidiosa é a conclusão de que desde que a derrota é certa e inevitável,
deveríamos encara-Ia com prazer. Um cristão pode dizer a si mesmo: "Se não posso agradar a
Deus, posso então agradar a mim próprio, abandonar-me ao pecado e a tudo que quiser." Muito
comportamentotemerário e irresponsável por parte de cristã brota desse ponto de vista. Mesmo
muitos que não externam tais sentimentos já foram perturbados por eles. A derrota encoraja o
afrouxamento moral. A reação mais perigosa à derrota é a desesperança a respeito da capacidade
ética e moral de alguém. Desespero desse tipo pode facilmente conduzir ao desespero espiritual, à
crescente suspeita ou convicção de que a fé se foi. Um cristão pode dizer a si próprio: "Se eu
realmente cresse em Cristo como meu Salvador, não falharia tão miserável e freqüentemente. Se
algum dia tive uma fé genuína, ela obviamente se foi”. Uma companhia deste pensamento
assustador é a desesperança na misericórdia de Deus. O cristão pode pensar em como Deus pode
perdoá-lo se ele vive caindo. "Peco repetidamente. Digo a Deus que estou arrependido, mas
continuo pecando, algumas vezes deliberadamente. Se eu fosse Deus, não perdoaria uma pessoa
como eu." Tal cristão pode estar certo de que Deus desistiu dele e o entregou à condenação. Pode
estar convencido que não há meios de restabelecer o contacto com Deus. "Ele foi generoso e
perdoador. Deu-me bênçãos e oportunidades maravilhosas, mas eu as esbanjei. Não há esperança
para mim." Derrota consistente pode levar ao desespero.
4. A Causa e Revelação do Fracasso
A corrupção do pecado, encarnada na velha pessoa, ainda faz parte do cristão. Através da fé
em Cristo o cristão é perdoado e, pelo poder do Espírito Santo, é capaz de resistir e contra-atacar.
Entretanto, ela permanece como uma força confusa e enganosa, um fator debilitante e enervante na
vida do cristão. Cada derrota é sintomática desta desordem moral e espiritual crônica. Deus não nos
permite negligenciar ou esquecer nossas falhas ou a corrupção da qual elas emergem. Através da
mensagem de Sua lei, continuamente nos lembra delas e nos mantém informados do que está
errado em nossos corações e vidas e dos resultados apavorantes. Expõe nossas atitudes e
desempenho à revelação de Sua vontade, assim nos tornando dolorosamente cônscios das
discrepâncias. Fazendo isso, Deus age como médico que incansavelmente procura o diagnóstico de
uma doença e francamente anuncia ao paciente a seriedade de sua condição. 
No caso de uma doença crônica o diagnóstico é um processo contínuo. Assim é o diagnóstico
de Deus para nossa pecaminosidade.
B. DEUS PERDOA O FRACASSO
Deus chama a atenção para nossas falhas, não para nos desencorajar ou humilhar, mas para
nos preparar para Sua ajuda. Através do trabalho de diagnose da lei Ele espera nos tornar receptivos
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ao tratamento curativo do evangelho. Embora a ira de Deus pela nossa pecaminosidade seja real,
muito maior é Seu amor, que o torna ansioso em perdoar.
1. Cristo Pagou a Pena
Para tornar o perdão possível, o próprio Filho de Deus, Jesus Cristo, pagou pessoalmente a
pena pelos nossos pecados. Não as apagou do registro calma e indolormente porque Ele as leva a
sério e quer que façamos o mesmo. Em vez disso, o Pai insiste em que sejam inteiramente pagas,
com dor amarga, sangue, morte e a experiência do inferno. Sua ira e justiça exigem isso. Contudo,
porque nos ama, e porque jamais sobreviveríamos à pena, Ele misericordiosamente apagou na
pessoa e através da ação de Jesus.
Embora completamente obediente à vontade de Deus e inocente de qualquer culpa, Jesus
Cristo aceitou a vergonha e o fardo de nossas derrotas. Compactuando com o propósito salvador do
Pai e movido pela mesma grande compaixão, Ele sofreu e morreu pelos nossos pecados. Pela Sua
obediência e sacrifício, tornou o perdão acessível a nós. Não são nossos esforços para obedecer,
nossas desculpas por falhar, nem as conseqüências dolorosas que suportamos nesta vida pelos
nossos pecados, nada que façamos ou soframos serve como base para nosso perdão. Somente
através da doação amorosa e vicária de Cristo podemos escapar à condenação e esperar o perdão.
2. A Fé Recebe o que Cristo Providencia
Deus não trabalha conosco de forma mecânica ou impessoal. Tendo providenciado completo
perdão através da vida e ação de Jesus, Ele não aplica isso a nós automaticamente. Não o inclui,
simplesmente, por exemplo, no ar que respiramos ou na água que bebemos. Não instrui um
computador a apenas retirar todos os nossos débitos da nossa conta. Pelo contrário, Ele se aproxima
de nós pessoalmente, nas várias formas do evangelho, e diz como e por que deseja nos perdoar.
Oferece perdão pelas nossas falhas e nos convida e capacita a aceitá-lo.
Contudo, o perdão não é nosso, nem válido para nós, a menos e até que o tornemos nosso
pela fé. Apenas o que crê é perdoado e salvo. Deus quer perdoar, mas não fará isso a menos que
estejamos conscientes de Seu oferecimento e respondamos a ele positivamente. Há pelo menos três
fases para a resposta da fé. Na primeira, descubro que preciso de Cristo e de Sua ajuda - estou
consciente de que sou pecador e perdido sem Ele. Na segunda fase, quero Cristo - desejo e anseio
por Ele e Seu auxilio. Na terceira, aceito-o, confio em Suas promessas, sei que, com certeza, possuo
Aquele de quem preciso e quero.
Do ponto de vista da experiência do cristão, a fé parece ser seu próprio trabalho e ação.
Consiste nas coisas que ele pensa, sente, quer e faz. 
As Escrituras, entretanto, descrevem a fé como presente e ação de Deus (Ef. 2:8). Através do
evangelho, o Espírito Santo aproxima-se dele, não apenas com a oferta de perdão, mas também
como o poder para aceitá-la. Sem coagi-lo de qualquer forma, o Espírito penetra em sua mente e
coração e o capacita a crer.
O cristão vive constantemente nesse perdão enquanto há fé. Alguns incorretamente se
imaginam como vivendo alternadamente sob e fora do perdão de Deus. Sentem que cada vez contra
que pecam são separados de Deus e de Seu perdão. De acordo com está interpretação, apenas
quando conscientemente lamentam o pecado e pedem especificamente perdão, são reintegrados a
Deus e Sua graça. De acordo com este ponto de vista, se a pessoa morrer nesse Ínterim, entre o ato
de pecado e de arrependimento, está perdida.
Há alguma concepção errada. O que condena, em última análise, não é o pecado, mas a
descrença. Se o pecado condenasse, todos os cristãos estariam perdidos, porque a corrupção está
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em nós, mesmo quando não estamos cometendo atos conscientes de pecado. O comportamento
pecaminoso, como foi explicado, especialmente o pecado deliberado, é ameaçador à fé e pode
destruí-Ia completamente. Entretanto, não são os atos que destroem a fé. Desde que tenhamos fé,
mesmo fraca, somos completa e continuamente perdoados. Temos a segurança de viver sob o
perdão de Deus vinte e quatro horas por dia. Ele nos perdoa, mesmo antes de nos assegurarmos do
pecado e pedir perdão. Paciente e amorosamente Ele suporta nossas falhas e continua a nos amar e
a se relacionar conosco, desde que tenhamos fé.
Obviamente, este tipo de relacionamento está sujeito ao abuso. Entretanto, pode produzir
grande incentivo e força para fazer a vontade de Deus, a despeito de fracassos anteriores. Este é o
Seu propósito. Sempre que nos tornamos conscientes do seu perdão, também recebemos nova força
do Espírito Santo. Ambos, o perdão de Deus e o Espírito Santo, vêm juntos. Você não pode ter um
sem o outro. Deus assegura Seu perdão constante e nos constrange a nos voltarmos a Ele
continuamente, para renovação desse discernimento, de forma que o poder do Espírito Santo possa
ser liberado e ativado constantemente.
Isto explica por que o cristão deve procurar o perdão de Deus em Espírito quebrantado. Não é
porque será condenado por cada pecado nãoconfessado. Pelo contrário, é através da expressão do
amor perdoador de Deus no evangelho que o Espírito penetra com poder no coração e na vida do
cristão. Ao nos apropriarmos desse amor seguidamente, nosso amor por Ele e o incentivo para
obedecer aumentam. Ao experimentarmos Sua paciência por nós e Seu perdão por nossos erros, o
Espírito constrói nossa determinação de agir melhor no futuro.
Além disso, Ele aumenta a confiança de que podemos melhorar. Pela repetida aplicação do
amor perdoador de Deus, o Espírito desenvolve um senso de responsabilidade em relação a Deus e
à Sua vontade, como também o tipo de lealdade e compromisso que previne o derrotismo e suplanta
a tentação. Por ter sido tão generosa e freqüentemente perdoado, o cristão quer agradar a Deus e
sabe que pode fazê-lo porque o poder do Espírito acompanha o perdão.
O seguinte exemplo, tirado da experiência humana, ilustra o potencial motriz do perdão. Um
certo marido engana sua mulher, embora ela seja apaixonada, amorosa, atrativa e fiel, e ele a ame
também. Quando descobre, ela fica zangada e profundamente ferida. Seu relacionamento foi
grosseiramente violado e sua sobrevivência parece incerta. Entretanto, a despeito do que aconteceu,
ainda ama seu marido, perdoa-lhe e quer salvar seu casamento. A está altura ele está
profundamente arrependido e fica extasiado com sua oferta de perdoar e esquecer, que aceita
agradecidamente. Por essa experiência, seu amor por ela amadurece e se intensifica. Na vida a dois,
cada nova experiência de amor e perdão da esposa aumenta seu afeto, apreciação, e o desejo de
ser um marido melhor.
3. Deus Aceita os Esforços do Pecador Perdoado
Pela fé, recebemos o perdão que cobre nossos fracassos. Como resultado, eles desaparecem
de nossos registros. Embora o desapontamento continue, nossas falhas não mais aterrorizam
nossas consciências. Mais importante ainda, temos a segurança de que nossas falhas não nos
condenarão no julgamento final. Cada erro cometido, cada oportunidade para o bem não
aproveitada, cada motivo e inclinação corruptos são apagados pelo perdão de Deus.
Além disso, a justiça de Cristo, Sua obediência e sacrifício aplicam-se a nós em lugar de
nossas falhas e corrupção. Isto faz com que nós e nossa pobre obediência sejamos aceitáveis a
Deus. Protegidos pela justiça de Cristo, através da fé, nós mesmos e nossos esforços para agradá-lo
seremos aprovados e esses esforços constarão do julgamento. Pela graça de Cristo, nossas boas
obras serão reconhecidas e recompensadas, a despeito de suas impropriedades. Sua perfeita
obediência é válida para nós e compensa o que estiver faltando em nosso caráter e desempenho.
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4. O Perdão Dissipa o Orgulho e o Desespero
Há um tipo adequado de alegria e satisfação que os cristãos podem sentir, como resultado de
sua obediência a Deus. Tentar fazer o que é certo deveria nos fazer sentir melhor do que ter
sucumbido à tentação. Contudo, o velho ser gostaria muito mais de converter a alegria da obediência
em autojustiça arrogante. Ele freqüentemente nos tenta, e com sucesso, a nos congratularmos,
disfarçadamente, pelo nosso ótimo desempenho moral e a olhar com desdém aos que não parecem
estar-se saindo bem. O fato e a experiência do perdão dissipam este tipo de orgulho. Pessoas
perdoadas tornam-se dolorosamente conscientes de suas falhas e são levadas a compreender que
apenas pela obediência e sacrifício de Cristo são elas e sua obediência aceitáveis. A verdade é que
nada há em nós ou a nosso respeito de que nos orgulharmos.
Por outro lado, tendo sido perdoados, o desespero é injustificado. O perdão é assegurado por
Deus. É também a fonte através da qual o poder do Espírito surge em nós. Além disso, inclui a
garantia de nossa suprema perfeição moral. O perdão não apenas nos capacita a viver com nossas
falhas, mas também promete que nem sempre seremos falhos. 
O Deus que agora nos perdoa, na vida futura nos capacitará espiritual e moralmente para
conhecer e fazer a Sua vontade. O desapontamento pelas nossas limitações e fraquezas presentes é
contrabalanceado pela expectativa de nossa vitória final.
5. Perdão Implica Contrição e Correção
Embora o perdão de Deus seja abundante e constante, ele beneficia apenas os contritos, que
reconhecem e lamentam suas falhas. Deus perdoa imediatamente ao que crê, de acordo com sua
necessidade. Entretanto, antes que o perdão seja contado a seu favor e efetivo para ele, o cristão
deve enfrentar seus fracassos, ficar alarmado e triste por eles. A solução do perdão de Deus não
significará muito para o cristão amenos que ele reconheça o problema e o leve a sério. Pecado ao
qual apega-se saudosamente e que se deseja repetir não pode ser perdoado. Quando o cristão se
sente assim a respeito do seu pecado, ele está buscando não o perdão de Deus, mas Sua permissão
para continuar a pecar. Isto Deus jamais dará.
Como preparação para o perdão, o cristão deve primeiro exprimir contrição. O próprio Deus o
induz a isso através da mensagem de Sua lei. Ele se mantém insistente sobre as exigências e
ameaças da lei de maneira que, em vez de se sentir alegremente alienado do seu pecado, ou feliz e
contente com ele, o cristão torna-se preocupado e triste por ele. A contrição o faz reagir à sua
pecaminosidade como a um inimigo a ser combatido em vez de um jogo a desenvolver ou um prazer
a desfrutar. A contrição precede o perdão.
A correção de vida segue o perdão. Quando, pela fé em Cristo, aceitamos o perdão de Deus,
aceitamos também a responsabilidade de agir de forma melhor no futuro (Veja o Capitulo 8 para a
completa discussão deste aprimoramento). A antecipação e o compromisso da melhora são
elementos necessários na atitude da pessoa perdoada.
Quando o cristão aceita o perdão de Deus, deve fazê-lo não apenas para escapar à punição,
mas porque deseja a reabilitação. Qualquer coisa menos que isso reflete desprezo pelo propósito de
perdão e transformação de Deus. Deus não nos ergue e livra do pecado para que engatinhemos de
volta para ele imediatamente a seguir. Pelo contrário, Ele perdoa porque quer nos conduzir em uma
direção nova e melhor. Ele torna isso claro desde o princípio. A menos que estejamos desejosos de
aceitar Seu presente e programa de reabilitação, não estaremos aptos a aceitar seu perdão. Os dois
são inseparáveis.
Embora o cristão deva ser realista a respeito de falhas éticas e morais, não precisa ficar
oprimido por elas. É essencial encará-las honestamente e entender sua seriedade. Não há
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esperança ou ajuda para nós até que admitamos que somos fracassados. Contudo, se essa
confissão for seguida da aceitação do perdão de Deus, então esperança e progresso são possíveis.
Em vez de ser derrotado e desmoralizado, o cristão, pela virtude do perdão através da fé em Jesus
Cristo, é esperançoso. Ele sabe que Deus o aceita, apesar de suas falhas.
XV PROGRESSOXV PROGRESSO
Embora o fracasso seja inevitável (Capítulo 7). o progresso é possível, não apenas
teoricamente. Na verdade. o progresso é mais que possível. É necessário. Deus não apenas oferece
ao Seu povo perdoado um comportamento modificado como opção ou alternativa. Ele insiste firme.
mas amorosamente. nesse ponto. porque Sua honra. as necessidades dos outros e nosso próprio
bem-estar dependem disso. Além disso. Ele pessoalmente facilita o progresso.
O padrão do progresso ético e moral não é uma linha firme,sempre apontando para cima. Nem
o descobrir natural e inevitável de nosso potencial. Em vez disso. é o resultado da luta entre a nova e
a velha pessoa, entre o Espíritoe a carne. na qual o primeiro assegura a vitória e senhorio de Cristo
em nossas vidas. O curso do progresso é marcado por retiradas. derrotas e recaídas no antigo
padrão de comportamento corrupto. Entretanto. é um movimento real do eu e da vida em direção à
vontade de Deus e deveria ser evidente tanto à Pessoa como aos outros.
Alguns evangélicos enfatizam nossa contInua pecaminosidade e falham em admitir a realidade
da vitória e sucesso na vida cristã. Enquanto o triunfalismo é a distorção da postura cristã. o
derrotismo também o é. Ninguém precisa ser um ingênuo perfeccionista para levar o projeto de
progresso ético e moral a sério.
A. O CRISTÃO PODE PROGREDIR
Está é uma promessa de Deus para ser aceita pela fé e trabalhada com confiança. A idéia de
que o cristão pode progredir não é um pensamento vazio, ou um ideal inalcançável. É uma opção
viva, uma alternativa viável. Dissemos que a ética é a arte do possível. Para o cristão, progresso
moral e ético é Possível. Parte da mentalidade da nova pessoa que está sendo moldada pelo Espírito
Santo dentro do cristão tem uma visão prudentemente otimista de seu potencial para se relacionar
mais intimamente com Deus.
1. Livre Para Obedecer
O cristão ouviu a proclamação de emancipação do próprio Deus, no evangelho. Ele sabe que
foi libertado da escravidão do pecado e de Satanás. Sabe que já não está desamparado e
desesperançadamente preso na armadilha da corrupção. Como uma pessoa verdadeiramente
liberada, está agora em condição de dizer sim aDeus e não ao que contraria Sua vontade.
Este conceito de liberdade difere distintamente das noções atuais. Hoje, os movimentos de
libertação definem a liberdade, pelo menos em parte, como o poder de dizer não aos outros e de se
controlar pelos seus próprios desejos e interesses. 
Para o cristão. entretanto, a melhor e mais elevada liberdade é a oportunidade de se submeter
à vontade de Deus, de encontrar satisfação na obediência a Ele. Está liberdade não é um dote
natural.
 Nascemos cativos dos piores elementos, em nós e à nossa volta, privados da alegria de um
relacionamento obediente e, como resultado, condenados. Através do ato de doação de Deus em
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Cristo, fomos resgatados e libertados. Conseqüentemente, somos capazes de desenvolver um
caráter e conduta à semelhança de Cristo. Somos livres para começar a obedecer e para melhorar
nossa obediência.
2. Justificado
Outra razão por que o cristão sabe que pode melhorar é que ele foi justificado por Deus. A
culpa e punição do pecado que, de outra forma, perverteria e desqualificaria qualquer tentativa de
agradar ao Senhor foi removida. Através do sangue de Jesus, derramado por ele, o cristão é lavado
de tudo que torna a si e a seus atos ofensivos a Deus. Além disso, ele sabe que está vestido com a
justiça de Jesus Cristo. Tudo que há de certo e bom a respeito do Filho de Deus, especialmente Sua
perfeita vida e morte inocente, aplica-se ao cristão pela fé. A pessoa justificada sabe que possui
aquilo de que precisa para se tornar uma pessoa melhor à vista de Deus. O maior obstáculo para o
progresso moral é a culpa e castigo do pecado, e Deus já cuidou de ambos.
3. Santificado
A terceira razão por que o cristão sabe ser capaz de progredir moralmente é que ele é
santificado. Este é também um componente essencial da mensagem do evangelho. "Apenas pelo
poder do Espírito Santo você pode se tornar uma nova pessoa", faz parte do Novo Testamento tanto
quanto "Sua culpa foi perdoada". Deus está pessoalmente envolvido em nossos corações e vidas
para nos modificar. Ele, que nos criou, está presente e ativo em nós, consertando o que está errado
e restaurando a retidão. Nossas expectativas a respeito do nosso progresso ético e moral não são o
resultado de subestimar nossa pecaminosidade. Não são meramente o poder do pensamento
positivo. Pelo contrário, são a confiança nas promessas de Deus. São o resultado da fé no
evangelho.
B. O QUE O PROGRESSO ENVOLVE
Progresso ético e moral não pode ser verificado empiricamente. Não nos é possível determinar
com precisão, por exemplo, a natureza e qualidade dos motivos ou a existência ou condição de uma
pessoa de fé. Não podemos conhecer todas as forças malignas, internas ou externas, contra as
quais a pessoa tem estado lutando. Conseqüentemente, ao tentar avaliar o desempenho de alguém
em uma área especIfica, nem sempre é possível saber se estamos olhando para um progresso ou
para uma regressão.
Por exemplo, um indivíduo pode demonstrar freqüente irritação e impaciência em suas
relações com os outros. Aparentemente, isto pode parecer uma regressão.
 Entretanto, Poderia na verdade representar uma dramática melhora. Está pessoa em particular
pode estar lutando com um temperamento ou pode estar sob pressão emocional severa. Para ele,
reduzi-Ia a uma mera irritação ou impaciência pode representar uma vitória do Espírito em sua vida.
Além disso, Deus sempre trabalha de uma forma muito calma e sutil, quando está no processo de
transformar alguém. Fatores variáveis e desconhecidos (Satanás, também, é difícil de ser detectado)
tornam a avaliação precisa do progresso moral impossível, não apenas nos outros, mas também em
nós mesmos.
Por outro lado, o progresso moral é discernível até certo ponto. O próprio cristão pode detectar
algumas das mudanças que Deus está fazendo em seu coração e vida. Outros também podem notar.
Algumas vezes se dá um progresso maciço rápida e dramaticamente. Em outros casos ocorre em
escala muito dolorosa e vagarosamente. Há muitas variações, mas sempre que crescimento ético e
moral acontece, os fatores seguintes são envolvidos.
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ÉTICA CRISTÃ 
1. Vencendo o Mal
Progredir significa tomar a ofensiva contra o que antes o manteve em escravidão e o ameaça.
Paz com Deus leva a conflito com o pecado e Satanás. O pecado não é mais considerado o que
realmente é - um inimigo a ser detido. Uma marca do crescimento moral é a militância crescente,
uma hostilidade agressiva contra cada forma de mal dentro de você e à sua volta.
a. Reconhecimento
À medida que o Espírito faz seu trabalho transformador, O cristão torna-se mais e mais
sensível ao mal. Ele se torna proficiente em detectar sua presença e poder em si e nos outros.
Regularmente testa seu coração e sua vida pela lei de Deus. Avalia cada Idéia e influência que surge
em seu caminho, com base na Palavra de Deus e com ajuda do Espírito Santo. Tudo que se desvia
ou conflita com a vontade revelada de Deus será identificado como mal e, portanto, perigoso. O
cristão que está amadurecendo moralmente desenvolve um sentido para identificar O pecado, da
mesma forma que um inspetor de alfândega desenvolve um senso para identificar contrabandistas.
Freqüentemente, mesmo quando não pode sujeitá-lo especificamente, ou explicá-lo inteiramente,
sabe que alguma coisa está errada e que não deve ser enganado nem intimidado por ela.
Isto não deveria tomar a forma de um Espírito crítico censurado, ou uma atitude arrogante, de
santo, em direção às outras pessoas. Infelizmente, tais características estão muito presentes em
cristãos que desejam ser moralmente honestos. Estás manifestações não representam crescimento,
mas distorção, um tipo de desamor detestável. Somos lembrados do orgulho moral dos fariseus, em
vez da compaixão na qual Jesus identificava o mal em outras pessoas.
Esta crescente certeza do mal não deveria degenerar no medo mórbido do mal, ou na
excessiva preocupação com ele. O que precisamos e experimentaremos, à medida que o Espírito
nos ajuda a avançar, é da compreensão realista da infiltração e sutileza dopecado. 
Aprenderemos a ter um respeito saudável pelo seu poder. Não há como crescer, ética ou
moralmente, sem desenvolver a capacidade de reconhecer o pecado.
b. Resistência
O propósito de reconhecer o mal é colocar-se em uma posição para resisti-lo. o mal não se
dissolve quando detectado. Deve ser ativamente confrontado, encontrado em combate como se
fosse um inimigo armado, atacando de fora, ou como um sabotador tentando destruir de dentro.
Progresso está acontecendo quando o cristão coloca-se contra a tentação e cada força má, quando,
em vez de colaborar ou render-se ao inimigo, vigorosa e consistentemente o resiste.
A arma ofensiva na batalha é a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus (Ef. e Heb.).
Confrontado pelo mal em si e nos outros, o cristão pode condená-lo pela lei de Deus, perdoá-lo pelo
evangelho e oferecer a promessa e oportunidade de alternativas superiores. A arma defensiva é o
escudo da fé. O cristão é perdoado e fortalecido no Espírito porque crê em Cristo. Isto significa que
pode subjugar o mal que descobriu. Compartilhando Cristo com os outros, pode trazê-los à fé, ou
construí-los na fé, de maneira que eles, também, possam se erguer contra o mal que os atrai.
2. Crescimento em Deus
Como o negativo é rejeitado, o positivo é cultivado. Progresso consiste não apenas em
reconhecer e remover as ervas daninhas, mas também em cultivar as boas plantas. À medida que
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ÉTICA CRISTÃ 
aprende a reconhecer e resistir o mal, o cristão em desenvolvimento moral experimenta crescimento
em direção ao que é bom.
a. Percepção
O progresso começa com aguçamento da percepção. A pessoa que está melhorando ética e
moralmente tornar-se-á claramente consciente do que à vontade de Deus é para ela. Isto acontecerá
não através do desabrochar de um senso moral inato, mas, pelo contrário, através de estudo racional
dos assuntos, investigação responsável, interpretação das normas bélicas, e abertura à orientação
do Espírito Santo. Mesmo em casos difíceis e ambíguos, o cristão será capaz de chegar a
conclusões e saber qual caminho seguir. Sua habilidade em conhecer as intenções e expectativas de
Deus será refinada. Ele ganhará confiança em sua capacidade de discernir o certo do errado.
Entretanto, não será superconfiante. Mesmo certo de sua percepção do que é bom, certo e
verdadeiro, ele não se sentirá absolutamente seguro.
b. Determinação
Se o progresso é autêntico, a teoria será posta em prática. Está determinação é a marca do
cristão em desenvolvimento. Ele não se contenta em apenas saber o que é certo e o que é errado. 
Está comprometido a agir coerentemente em sua vida, e é impaciente com qualquer
discrepância entre princípios e prática, especialmente em sua própria vida. Quer viver de acordo com
seus ideais. Está determinação é mais que força de vontade ou resolução pessoal. É a modificação
do caráter pelo Espírito Santo, é a natureza dá nova pessoa emergindo e se afirmando.
c. Coragem
O progresso exige e demonstra vários tipos de coragem. Envolve a coragem para agir mesmo
quando os sentimentos próprios e dos outros opõem forte pressão à ação. Envolve coragem para
agir mesmo quando o preço é muito alto. Pode-se imaginar o medo e a relutância que os cristãos de
trás da Cortina de Ferro experimentam quando se preparam para se levantar pelo seu Senhor.
Podem estar com medo das conseqüências para si próprios e seus queridos. Amigos e familiares
podem expressar suas ansiedades e implorar que se calem. Entretanto, um número crescente está
demonstrando coragem em assumir sua posição a despeito dos perigos e pressões.
Outra forma de coragem que tipifica o cristão em desenvolvimento moral é a coragem para agir
mesmo quando não está plenamente confiante que a decisão é correta. Com experiência e estudo
descobrimos que muitos problemas morais são combatidos com ambigüidades e incertezas. Mesmo
depois de ter analisado, consultado, estudado, e levado em oração, haverá momentos nos quais não
estamos seguros sobre qual é à vontade de Deus em uma situação. Em tais casos, o cristão que
está obtendo progresso ético e moral não sentirá medo em agir. Ele terá a coragem de fazer o que
parece melhor - porque não agir é também uma decisão e, às vezes, pode ser mais desastrosa do
que fazer algo que não parece claramente correto. A razão desta coragem não é bravura
irresponsável, mas a compreensão de que o cristão vive no perdão de seus pecados. Ele pode ousar
arriscar erros éticos e morais, não porque Deus está alheio aos erros que os cristãos cometem com
boas intenções, mas porque Ele perdoa por amor a Jesus.
C. O CRISTÃO DEVE PROGREDIR
O progresso moral é uma necessidade e uma oportunidade., Nada na Bíblia sugere que
podemos nos recusar, com segurança, a progredir. Pelo contrário, muitas passagens nos desafiam a
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ÉTICA CRISTÃ 
trabalhar pelo crescimento. Paulo compara os esforços do cristão com os dos atletas, treinando para
uma competição (I Cor. 9:24-27). Em outro lugar, Paulo pede aos cristãos que lutem pela excelência
(II Cor. 8:7). Ele nos encoraja a "despojarmo-nos do velho homem. . . e a revestirmo-nos do novo. . .
crescer em tudo. . . em Cristo" (Ef. 4:22,24, 15). Ele diz aos cristãos para "crescer e abundar em
amor" , e para exercitar mais e mais a obediência cristã, além do que já têm demonstrado (I Tess. 4).
Através do Novo Testamento a vida cristã é descrita em termos dinâmicos - crescimento,
melhoramento, progresso. Embora a falha e a derrota nunca sejam completamente eliminadas
enquanto estivermos nesta vida, não temos razão para acreditar que a estagnação moral ou
regressão são aceitáveis e seguras.
1. Relutância Para Melhorar
Está atitude é comum, mesmo predominante. Muitos cristãos estão surpreendentemente
confortáveis com o status quo. Alguns sentem que é seu direito, como cristãos, não melhorar, que
isto é parte de sua liberdade cristã. Outros sentem que Deus não se preocupa se eles melhoram ou
não. "Eu gosto de pecar e Ele gosta de perdoar, então progresso simplesmente não é importante",
sintetiza está opinião. Outros ainda, embora assegurando que Deus prefere que progridam,
reclamam que Ele, na verdade, não insiste nisso e que recusar progredir não causa prejuízo sério.
Estes pontos de vista e atitudes estão tão disseminados que a maioria de nós os reconhece em nós
mesmos em vários níveis. Precisamos revisar as conseqüências da recusa ou relutância em
melhorar.
a. Desonra a Deus
Os propósitos de Deus para nós, Seu presente, Seu trabalho em nós, tudo foi planejado para
nos tornar pessoas melhores. Seu investimento em cada um de nós é enorme e ele deseja nos
restaurar a Sua imagem. Seu Espírito está presente e ativo em nós tentando estimular e dirigir esse
progresso. Quando resistimos à Sua influência e nos recusamos a responder ao Seu esforço
transformador, Ele se entristece. Nós o entristecemos profundamente quando escolhemos
permanecer como estamos, embora nos capacite com o potencial da semelhança de Cristo, quando
suportamos o crescimento da velha pessoa e retardamos o da nova.
Deus é desonrado por aqueles que dizem crer nele, mas dão poucas evidências disso na sua
conduta. Descrentes, especialmente os militantes, são rápidos em notar o contraste entre os valores
professados e a real conduta de muitos cristãos. Alguns que são inicialmente atraídos a Cristo e ao
Seu evangelho são, subseqüentemente, afastados quando muitos cristãos recusam Sua influência
moral. "Se esse é todo o efeito que ele tem sobre Seu povo, não quero nada com Ele", é a
conclusão.
b. Privaas Pessoas
A nova direção de vida que constitui progresso moral é, em grande escala, para beneficio de
outras pessoas. Quando recusamos melhorar , estamos sonegando aos outros um pouco de amor e
ajuda de que eles precisam, que Ihes devemos e que estamos em condições de dar. Tal recusa é,
em parte, a decisão de não viver para os outros, não servi-los, protegê-los, supri-los, suportá-los e
identificar-se com eles na medida em que podemos e devemos. isso significa encolher os ombros e
dar as costas a seres humanos solitários, sofredores, negligenciados e condenados. Todos somos
perdedores quando nos recusamos a progredir.
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ÉTICA CRISTÃ 
c. Ameaça o Eu
Ironicamente o eu também é prejudicado pela sua rejeição às oportunidades de crescimento.
Embora a razão para recusar fosse beneficiá-lo e agradá-lo, o eu é, na verdade, ameaçado. Recusa
para melhorar é recusa de Deus, e isto é prejudicial à fé. 
Ela é enfraquecida e pode ruir na pessoa que constantemente diz não Aquele que está
tentando renová-la. Finalmente, ele chega a ponto de ponderar, "Como pode Deus me perdoar se
dou tão pouco em resposta ao seu amor e poder?" Quando alguém não pode mais acreditar que
Deus perdoa, está em crise de fé.
Além disso, a recusa para progredir convida à adversidade com Deus. Ele pode ter de tomar
severas medidas para nos alertar acerca da gravidade de nossa rejeição. Se escolhermos
permanecer com nosso comportamento pecaminoso em vez de sermos reformados, Ele pode
permitir que provemos as conseqüências amargas. A pessoa que, por exemplo, prefere enganar em
vez de falar e agir em verdade, pode encontrar-se sem amigos, família e emprego. Através de
algumas experiências dolorosas Deus pode tentar fazê-lo voltar e redirecioná-lo para o progresso.
2. Resultados do Progresso
O progresso é realmente importante. O cristão que, agradecidamente, emprega o amor e ajuda
de Deus para tornar-se mais parecido com Ele, sofre um impacto em diversas áreas.
a. Honra a Deus
Quando a vida do cristão melhorar visivelmente, outros se admirarão e certamente lhe
perguntarão por quê. Isto oferece uma ótima oportunidade para glorificar a Deus, chamar atenção
para Ele e Seu amor. Cristãos zelosos algumas vezes pressionam os outros agressivamente para
que aceitem seu testemunho. Com freqüência isto é contraproducente, porque os outros não estão
prontos para um testemunho do evangelho.
Pedro torna claro que o melhor preparo para o testemunho consiste de comportamento
reverente e puro, paciência quando sofrendo injustamente, e outras formas de progresso moral
cristão. Ele desafia os cristãos a viverem de acordo com seu potencial moral. Ele também ordena
aos crentes estarem prontos para responder aos que perguntarem sobre a razão da sua esperança,
que é a fonte de mudança (I Ped. 3). O progresso estimula o interesse no evangelho. Jesus compara
as boas ações de seus seguidores a luzes que apontam para o Pai (Mal. 5:16). Deus é notado e
louvado como resultado de nosso progresso.
b. Beneficia a Outros
Progredir ética e moralmente é tornar-se uma pessoa mais útil, que vive mais inteiramente para
Deus e os outros. Sempre que um cristão ajuda outros a se tornarem mais conscientes de Deus e de
seu amor redentor, Ele satisfaz suas necessidades básicas.
 À medida que um cristão se torna mais sensível e amoroso com os outros, ele descobre um
vasto número de novas maneiras para encorajá-los e fortalecê-los. Cristão em desenvolvimento é
criativo, ansioso e sincero em ajudar outras pessoas. Um indivíduo agindo em amor, desenvolvendo
e expressando a personalidade de Cristo, pode amenizar a miséria humana a um nível
surpreendente e pode desencadear uma reação em cadeia de bem que se expande
longitudinalmente.
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C. Satisfaz e Recompensa o Eu
Conquanto não procuremos servir a nós próprios através de esforço e progresso morais, isto
de fato ocorre. Para vivermos mais completamente para Deus e outras pessoas, devemos depender
de Seu poder e amor. Isto é, inevitavelmente, uma enaltecedora experiência, na qual descobrimos
Sua realidade e fidelidade de uma forma pessoal significativa.
Além disso, descobrimos mais completamente quem somos e em que nos tornaremos. Cada
estágio do progresso moral é uma antecipação daquilo que seremos quando nossa transformação for
completa na vida futura. Já nesta vida, desfrutamos de recompensas temporais, tais como saúde e
felicidade, como resultado de nossa contínua obediência. Embora Deus permita às vezes que o justo
experimente o sofrimento para o fortalecimento de sua fé por meio da provação, Ele constantemente
revela Sua aprovação e graça, provendo-o com bênçãos e alegrias adicionais. Mais
surpreendentemente que tudo é Sua promessa de reconhecer, valorizar no julgamento todo o bem
que fizermos em Seu nome, durante nossa vida. Todos se beneficiam quando progredimos
moralmente - até mesmo nós próprios.
Infelizmente, confundimos, com freqüência, causa com efeito, e as conseqüências vão do
divertido ao letal. o aluno que atribui sua nota baixa à antipatia que o professor tem por ele
provavelmente está cometendo este erro. Com certeza, o negativismo do professor relaciona-se à
falta de interesse do aluno. A aversão não produziu, antes, seguiu as condições refletidas na nota
baixa. Na área considerada aqui - progresso moral - é também muito fácil confundir causa com
efeito, e as conseqüências disso são extremamente perigosas.
Estamos interessados em melhoria moral e lutamos ativamente por isso, não para sermos
salvos, mas porque já somos salvos pela graça de Deus através de Cristo. Não somos como atletas
aspirantes num treino fazendo o melhor que podem por seu time. Pelo contrário, somos como
jogadores que já formaram seu time e estão estabelecidos e seguros em suas posições. Eles treinam
diligentemente e colocam tudo dentro do jogo porque querem fazer jus ao privilégio e honra que já
são deles. A analogia não é um paralelismo perfeito, é claro, porque atletas fazem um time com base
em seu desempenho e destreza. Somos aceitos como povo de Deus por meio de Sua misericórdia e
generosidade apenas. Entretanto, permanece um ponto válido de comparação. Progredimos, não
porque dessa forma seremos aceitos por Deus, mas porque já fomos aceitos.
Quando apresentamos nosso crescimento ético a Deus, é essencial que nossa atitude reflita
um conhecimento apropriado de causa e efeito. Se oferecermos nossas boas ações a Ele como
resultado da salvação que Ele tem graciosamente nos dado em Cristo, essas boas ações o deleitam
muito além do seu valor intrínseco. Mesmo a mínima medida de progresso significa muito para Ele,
se for à resposta à Sua ação expiatória. Contudo, quando oferecidas como um motivo pelo qual Ele
deveria nos perdoar e salvar, mesmo o mais impressionante crescimento o levará à ira. Ele e Ele
apenas pode salvar e salva. Não tolerará nossa procura e reclamação de qualquer parte de crédito
nesse ato. Progresso é um resultado da salvação, não a causa.
XVI CONSCIÊNCIAXVI CONSCIÊNCIA
Talvez nenhum aspecto da ética seja tão interessante e relevante como a consideração da
consciência. Quase todos nós temos consciência operante. Estamos certos disso. Experimentamos
suas pressões, lutamos com ela, confiamos nela. Contudo, não há um entendimento geral sobre o
que, precisamente, a consciência é. Qualquer um que examina o que tem sido dito e escrito a
respeito confronta-se com uma variedade de teorias, definições e descrições. Mas, a despeito dessa
diversidade e discordância, há o consenso de que a consciência existe e é indispensável.Para viver
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bem consigo próprio, com os outros e com Deus, um indivíduo deve ter uma consciência e ser capaz
de se relacionar com ela adequadamente.
Há alguns indivíduos a quem falta consciência, ou porque nunca foi desenvolvida, ou porque foi
destruída de alguma forma. A pessoa sem consciência é uma ameaça a si e aos outros. Embora
possa intelectualmente reconhecer a diferença entre certo e errado, não há suporte emocional para o
bem, nem aversão pelo mal. Uma pessoa em tais condições sente-se bem, ou mesmo "grande",
fazendo alguma coisa que se sabe ser errada, ou não lamenta ao recusar fazer algo bom e
necessário. Ela se constitui uma ameaça para a sociedade e usualmente acaba em prisões ou
instituições para criminosos insanos.
A. NATUREZA E FUNÇÃO DA CONSCIÊNCIA
É impossível um estudo completo da consciência, neste curto capítulo. Em vez da imposição e
crítica de vários pontos de vista e teorias, está é uma exposição simples, esperançosa e prática. o
objetivo é trabalhar adequadamente com o que a Bíblia e a teologia evangélica afirmam sobre
consciêncIa e relacionar isso à vida diária do cristão evangélico. Sucintamente falando, a posição
adotada aqui é que a consciência é o eu em processo de deliberação e avaliação éticas.
1. A Consciência Não É Externa
Tanto na discussão técnica como na popular, a consciência é freqüentemente identificada com
fatores ou pessoas fora do indivíduo. A consciência é, por exemplo, descrita como a voz de Deus no
nosso interior, ou como a voz da igreja, do pai ou da mãe, ou da sociedade. Em outras palavras, a
consciência é considerada simplesmente como a interiorização de influências externas. De alguma
forma, através de relacionamentos dependentes e situações de aprendizagem, uma pessoa torna-se
condicionada a responder à vontade e autoridade dos outros mesmo quando eles não mais estão
presentes. Tal fenômeno realmente ocorre. Relacionam-se à consciência e devem ser considerados
pelo filósofo da ética, mas eu não acredito que qualquer um ou todos são o mesmo que consciência.
O termo consciência é melhor aplicado ao que é essencialmente interno.
2. A Consciência É o Ego Moral
Sua consciência não é algo ou alguém trabalhando em ou sobre você Sua consciência é você,
os elementos de sua psique, seu eu interior, que trabalha com questões de comportamento certo e
errado. Possui componentes mentais, emocionais e de vontade. É você operando esses
componentes para tomar decisões morais, agir sobre eles e testar sua validade mais tarde. Sua
consciência é um monitor construído em você e faz parte do seu ser.
3. A Consciência Demanda Submissão
Antes de qualquer decisão ética ou ação moral, sua consciência exige que, você se ajuste a
suas convicções de certo e errado. Usa pressão espiritual e moral. Ela o conduz, ou, se necessário,
o orienta em direção ao certo e para longe do errado. Se você está movendo-se ou à deriva em
direção ao mal, o alarme soa, avisando do desvio iminente. Se você está visando um objetivo real,
isso lhe dá segurança e força. Sua consciência está constantemente checando suas respostas éticas
e morais. Mesmo antes de tomar sua decisão ou começar a agir sobre ela, sua consciência o supre
com sua energia forte e significativa.
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ÉTICA CRISTÃ 
4. A Consciência Coloca-se em Posição de Julgamento
Antes do ato, a consciência tenta controlar e dirigir. Depois passa para o julgamento, e faz isso
de maneira independente e insistente. Acusa-o e pune-o por suas ações e decisões más, com
freqüência sem misericórdia e incansavelmente. Mesmo que você seja inocente diante da lei da
terra, mesmo que a sociedade aceite e aprove o que você fez, sua consciência o condenará se você
acreditar que o que fez é errado. Em resposta a essas acusações da consciência, as pessoas fazem
coisas notáveis, como as descritas mais à frente neste capítulo.
Por outro lado, a consciência reconhece-o e o louva por fazer o que acredita estar certo e por
evitar o que acredita errado. Poucas recompensas comparam-se à aprovação da própria
consciência, o sentimento de alívio e satisfação que brota ao saber que você foi fiel às suas
convicções morais. Uma "boa" consciência, em parte, recomenda-o. Uma "má" consciência, em
parte, o condena.
B. A CONSCIÊNCIA E O PADRÃO MORAL
Consciência e padrão moral são freqüentemente confundidos, porque estão intimamente
relacionados. Há uma diferença. Clareza e coerência exigem que está distinção seja observada.
1. A Consciência Aplica o Padrão Moral
Seu padrão moral é seu conjunto de crenças e julgamentos sobre o que é certo e errado fazer.
É seu sentimento da vontade de Deus, suas linhas de conduta, suas normas éticas na medida em
que você as tem trabalhado. Como será explicado abaixo, sua consciência não formula nem
estabelece estes padrões. Outras forças e fatores o fazem. Nem é "consciência" um mero sinônimo
para "padrão moral". Pelo contrário, sua consciência é o fortalecedor do seu padrão moral. Ela o
relaciona com Seu padrão moral e tenta persuadi-lo a viver de acordo com Ele.
Seu padrão moral pode ser comparado com o poder legislativo, que elabora as leis e decide
como o comportamento individual e social deveria ser regulado. Sua consciência pode ser
comparada com o poder executivo, que reforça a lei, e com o poder judiciário que determina culpa e
inocência e impõe penalidades pelo malfeito.
2. O Padrão Moral É Formado por Aprendizagem, Experiência e Crença
Cada ser humano tem um senso inato de certo e errado. Isto é considerado da vontade de
Deus, que ele plantou nas pessoas, na criação. 
Tradicionalmente, tem sido denominado como "conhecimento natural da lei". Valioso e útil
como é, o conhecimento natural da lei é incompleto e distorcido. Grande parte da conscientização à
vontade de Deus foi eliminada durante a queda. Tudo é limitado pela nossa limitado e obscurecido
pela nossa pecaminosidade. Parte de nosso desenvolvimento básico como seres humanos tem a ver
com a construção e revisão do padrão moral, nosso senso de certo e de errado. Influências
formativas nos alcançam e moldam nosso padrão moral, desde a família, companheiros, sociedade,
cultura até a igreja.
Um padrão moral cristão é, auspiciosamente, formado e informado primariamente pela Palavra
e Espírito de Deus. Através da vida ele está em processo de ser aumentado, reforçado ou revisado.
Novas questões surgem de novas possibilidades que nos confrontam como resultado da mudança
social e tecnológica. Devemos fazer julgamento e tomar decisões sobre seu significado moral para
agirmos responsavelmente em relação a eles. Em alguns casos nova informação ou percepção
melhorada torna necessário que mudemos nosso padrão moral. Seu padrão moral é sua
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compreensão do que deve e do que não deve fazer. Sua consciência mantém isso diante de você e
exige que se ajuste a ela.
C. POTENCIAL E LIMITAÇÕES
A consciência pode ser fator e força importantes em nossas vidas. É capaz de nos afetar
profundamente e de nos prestar um serviço vital. Contudo, tem suas limitações. Pode ser ignorada
ou danificada. Pode também cometer erros. Esperar muito da consciência é tão imprudente como
esperar muito pouco.
1. Persistente, mas Não Irresistível
Quando violada, a consciência pode infligir grande dor e perturbação. Pode nos tornar
desconfortáveis por longos períodos de tempo, assombrar-nos e perseguir-nos por anos, talvez
incansavelmente,até que finalmente venhamos a nos ajustar às suas exigências. Por exemplo, o
governo dos Estados Unidos tem um "Fundo de Consciência" para receber dinheiro de contribuintes
que sonegaram impostos, mas são eventualmente dirigidos pela consciência a pagar tudo que
devem. Ocasionalmente, os meios de comunicação noticiam sobre indivíduos que cometeram crimes
pelos quais nunca foram acusados. Décadas mais tarde, em alguns casos, esses indivíduos se
entregaram às autoridades. Embora tivessem escapado à justiça, sua consciência não Ihes deu
descanso.
A consciência pode também agir prevenindo o erro. Conheço uma senhora que, embora velha
e sofrendo de artrite severa, escolheu viver na pobreza, em vez de aceitar um acordo do seguro que
ela reconheceu como fraudulento. Seu marido foi morto na colisão com um automóvel dirigido por
uma pessoa embriagada. Ela era a única passageira, e não havia outra testemunha. Como o outro
motorista estava altamente alcoolizado no momento do acidente, todos - a polícia, a companhia de
seguro, até mesmo o próprio motorista - assumiram que ele havia ultrapassado o sinal vermelho e
causado o acidente. 
A companhia de seguro estava pronta a fazer um grande acordo financeiro, e a mulher
precisava, pois seu marido era sua única fonte de renda. Contudo, ela sabia, sem sombra de dúvida,
que seu marido, e não o motorista embriagado, tinha ultrapassado o sinal vermelho. Seu advogado,
amigos e sua família imploraram que não divulgasse esse fato, mas sua consciência protestou.
Embriagado ou não, o outro motorista não havia causado o acidente e não devia ser culpado por
isso. Dessa forma ela não tinha direito ao pagamento e não o procuraria nem o aceitaria. Como
conseqüência ela teve de viver o resto de sua vida de uma magra pensão do governo. A consciência
é uma força terrível com a qual devemos nos ajustar.
Contudo, a consciência não é irresistível ou invencível. Pode ser ignorada ou desprezada. Se
for suprimida com muita freqüência em uma determinada área pode eventualmente deixar de
queixar-se, isto é, pode tornar-se calejada ou totalmente inoperante naquela área. Se for violada
freqüentemente, em várias áreas, a consciência pode ser destruída, juntamente com a fé. "Alguns
homens não ouviram às suas consciências e naufragaram na fé" (I Tim. 1:19 ). A dessensibilização
gradual da consciência não é uma experiência incomum, mesmo entre cristãos. Muitos relatam que
quando cometeram certo ato pecaminoso, sua consciência reagiu severamente, com perturbação e
culpa aguda. Na próxima vez, notou-se que a reação foi diminuída. DepoIs de numerosas repetições
do ato, a consciência não mais respondeu a ele. Qualquer que seja a ação, de desonestidade de
crueldade de imoralidade sexual, ou blasfêmia, a consciência pode eventualmente ser silenciada.
Infelizmente, há algumas experiências “educacionais” ou “terapêuticas que são
deliberadamente planejadas para ter esse efeito. Por exemplo, algumas” "lojas de sexualidade
humana" expõem os participantes a filmes retratando uma grande variedade de atividades sexuais
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ÉTICA CRISTÃ 
imorais explícitas, seguidos por discussões com pessoas que admitem estar envolvidas nessas
atividades. 
O propósito é aliviar os participantes de seus “tabus", ou seja, da tendência de sua consciência
para reconhecer e reJeItar esses comportamentos como maus. Ver muito este tipo de material
produz o mesmo efeito que participar da atividade. Neutraliza a consciência nessa área. Antes de
tudo, remove as objeções, no que diz respeito ao envolvimento de outros nesse comportamento, e,
eventualmente, no que diz respeIto ao seu próprio envolvimento.
Estas observações não pretendem servir de condenação geral de educação sexual, ou terapia
sexual, que podem ser feitas de maneira moralmente sadia., e que, em muitos casos, precisa ser
feita. Em vez disso, o que é descrito e condenado aqui são os esforços calculados para desarmar a
consciência, torná-la inapta contra estímulos moralmente perigosos.
2. Coerente, Mas Não Infalível
Uma consciência saudável é confiável, na medida em que quase sempre aponta na mesma
direção, como uma boa bússola. Aponta para seu padrão moral. Embora possa e deva estar sob
constante reconsideração e revisão, permanece essencialmente a mesma ontem e hoje. Amanhã e
nos anos vindouros provavelmente não diferirá acentuadamente do que é agora. Se estiver
funcionando adequadamente sua consciência irá, com grande coerência, dirigi-lo a esse padrão
quando você tentar tomar uma decisão sobre O que fazer.
A consciência não é suave, nem fácil de ser enganada. Não sucumbe prontamente à
racionalização, sua ou de outra pessoa. A consciência usualmente recusa-se ser influenciada mesmo
por forte opinião popular ou por perigos sérios que você possa vir a encontrar por seguir sua
orIentação. Teimosa e firmemente, ela aponta na direção que seu padrão moral indica, como a
agulha de uma bússola aponta seguramente o norte magnético.
Confiável não é o mesmo que infalível. Embora coerente e confiável, a consciência pode
cometer erros, simplesmente, porque o padrão moral a que se refere não é sempre correto. Ela pode
estar mal informada em algumas áreas. Você pode ter recebido, de várias fontes, a impressão de
que certos comportamentos são pecaminosos, embora Deus os aprove. E, naturalmente, o inverso
também ocorre. Paulo refere-se a cristãos que acreditavam sinceramente que comer carne era
pecado (Rom. 14). Em outro lugar nas Escrituras refere-se a cristãos que acomodaram seu padrão
moral ao adultério. Os padrões morais do século vinte não são menos susceptíveis de erro. "Deixe
que sua consciência seja seu guia" é válido apenas se estás limitações são mantidas em mente.
D. O MINISTÉRIO DE DEUS À CONSCIÊNCIA
À medida que Deus se relaciona e se comunica conosco Ele dá atenção especial à nossa
consciência. Acima de tudo, Ele está ansioso para causar um impacto em nosso íntimo, nesta parte
de nosso ser que está envolvida em decisões morais e avaliações. Uma vez que Seu supremo
propósito é não apenas resgatar-nos das conseqüências de nossa corrupção, mas também
transformar-nos em novas pessoas, é lhe necessário trabalhar direta e decisivamente com o monitor
de nosso comportamento. A consciência serve de união entre sua vontade e a nossa.
1. Deus Dirige-se à Consciência com aLei e com o Evangelho
Este é o coração da mensagem de Deus, sempre que Ele se comunica conosco. Não importa o
que poderia ter para dizer, não importa o que poderíamos querer ouvir, Ele sempre nos contacta com
esses elementos chave da Sua revelação. Necessitamos de ambos, da lei e o do evangelho. Um não
pode atingir Seu propósito independente do outro.
FATAD Prof. Jales Barbosa 78
ÉTICA CRISTÃ 
Com a lei Deus reforça as acusações da consciência. Quando nós a violamos e ela nos acusa
de volta, a lei de Deus usualmente sustenta e intensifica a acusação. Através dela, Deus nos avisa
que nossa desobediência é tão séria e assustadora como nossa consciência indica, talvez pior. A
desconfortante descoberta à qual Ele nos conduz, através da mensagem da lei, é que devemos
responder não apenas a uma consciência irada, mas também a um Deus irado. Isto, naturalmente, é
uma péssima notícia. Preferíamos não ouvi-Ia, mas devemos, se queremos ser ajudados. Até que a
completa seriedade de nossa condição nos seja clara, e esteja dessa forma registrada em nossas
mentes e sentimentos, estamos despreparados para qualquer palavra positiva e encorajadora de
Deus.
Deus transmite a palavra acusatória e condenatória da lei de diversos modos. Pode nos atingir
através deum sermão penetrante, de uma palavra de admoestação ou repreensão de um irmão na
fé, de uma passagem das Escrituras lida ou recordada. Algumas vezes, Deus transmite a lei, tanto
através de ações como de palavras. Por meio de uma adversidade avassaladora pode nos conduzir
à compreensão de que o entristecemos com nossos pecados.
Nem toda a adversidade tem seu significado. Freqüentemente Deus usa a tristeza e o
problema, simplesmente, para nos levar para mais perto dele, para fortalecer nossa fé através do
teste. Devemos entender a linguagem da adversidade com cuidado e honestamente. Para a
pergunta, o que fiz para merecer isto?" a resposta é sempre "Muita coisa!” Contudo, se já estamos
conscientes do nosso pecado e culpa e sentimos por isso, Deus não nos dirige Sua lei, nem em
forma de palavra nem em forma de adversidade. A consciência, completamente desperta e
aterrorizada já está respondendo à Sua lei, e Deus não a assalta com mais lei”.
Entretanto, em muitos casos, se não na maioria dos casos, nossa consciência está falsamente
segura e insensível, ou reagindo de maneira fraca e apática à presença do pecado. Isto significa que
essa consciência deve ser desperta, e suas acusações amplificadas. É em tais casos que Deus tenta
atingi-Ia com a mensagem da lei, da forma que se mostrar mais efetiva.
Perturbar a consciência das pessoas não é o passatempo favorito de Deus. Seu principal
propósito e deleite é aliviar suas angústias com as boas-novas de perdão em Jesus Cristo. Acusar
com a lei não é Seu trabalho básico. Pelo contrário, Sua ação inerente e característica é confortar
consciências. Ele nos perturba e aflige porque precisa - nosso bem-estar, como também Sua justiça
e santidade o exigem. Ele perdoa com o evangelho porque quer. Sua característica dominante e
impulso motriz é amar-nos e ajudar-nos.
A lei e o evangelho são expressões autênticas e essenciais da Sua vontade, mas não são
igualmente importantes. A lei está lá graças ao evangelho, mas o oposto não é verdadeiro. O
evangelho é proeminente, mais do que qualquer coisa, Deus quer ministrar à nossa consciência com
o evangelho, aplicar Sua palavra de perdão, aceitação e esperança quando a consciência nos acusa.
Constantemente procuramos alívio de outras formas. Examinamos nossos sentimentos
culposos, falamos com os outros a respeito do que nos está incomodando, e isto pode ajudar. É
consolador compartilhar sentimentos profundos com outros seres humanos e experimentar Seu
interesse e aceitação. Culpa neurítica ou mal colocada pode exigir psicoterapia. Ou podemos tentar
compensar nosso malfeito com comportamento virtuoso e generoso. Fazendo o que é bom e certo,
esperamos diminuir as acusações da consciência a respeito dos erros cometidos. Ou podemos
arranjar desculpas. Podemos tentar explIcar aos outros e a nós mesmos por que nossa ação não foi
de todo má, ou inevitável. Ou podemos simplesmente tentar escapar dela, mantendo nossas mentes
e tempo ocupados com outras coisas. Em vários níveis, estes mecanismos e outros similares podem
fornecer alívio superficial.
Entretanto, desde que Deus é basicamente a vítima de cada pecado, precisamos de Sua
palavra de perdão acima de tudo. 
Apenas Ele pode trabalhar efetivamente com a consciência que está queixosa acerca de
pecados reais e condenatórios. Ele faz isto com o evangelho. Por amor a Jesus, oferece perdão para
todo e qualquer pecado. Nenhum é muito sério nem muito repugnante para ser trabalhado por Ele.
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ÉTICA CRISTÃ 
As boas-novas são a segurança de que Jesus morreu por todos os nossos pecados e pode livrar-nos
da culpa, mesmo daquelas que mais nos perturbam. Levando nossos pecados a Ele, mostrando-nos
culpados, podemos estar confiantes de que, no que lhe diz respeIto, nosso registro está limpo e, por
isso, nossa consciência pode descansar.
Há casos em que a consciência continua a acusar e condenar mesmo depois de ter sido
aplIcado o evangelho. Isto pode ser evidência de confissão insincera, falsa tristeza pelo pecado,
combinada com urna secreta determinação de continuar nele. Ou pode refletir uma fé fraca e
oscilante, falta de confiança na vontade ou na habilIdade de perdoar de Cristo. Em qualquer caso, a
consciência que recusa aceitar o conforto do evangelho e continua a atormentar a pessoa, a despeito
das expressões de amor e perdão de Deus, torna-se voz e instrumento do maligno. É mal orientada
e má orientadora, e deveria ser rejeitada em vez de atendida.
2. Corrigindo e Construindo o Padrão Moral
Como foi afirmado, é extremamente importante que o padrão moral imposto pela consciência
seja valido e acurado. Uma vez que outras fontes, além da Palavra de Deus, fornecem material para
nosso padrão moral, e uma vez que ele pode estar errado, precisamos de orientação e
esclarecimento contínuos de Deus através da Palavra. Deveríamos examinar mais e mais nosso
padrão moral à luz das Escrituras para o avaliarmos e corrigi-lo.
Pode levar algum tempo para a consciência ajustar-se a alguns itens novos ou revisados do
padrão moral. Intelectualmente, a pessoa pode aceitar um valor alterado, mas emocionalmente ela
pode rejeitar a mudança, pelo menos por um pouco. Por exemplo, depois de cuidadoso estudo e
reflexão, um cristão pode repudiar antigas atitudes racistas. Contudo, inicialmente, a consciência
pode continuar a tolerá-las ou mesmo falhar em detectá-las. Apenas gradualmente ela se torna
familiarizada com o novo padrão e corresponde a ele. Durante este período transacional, exige-se do
cristão esforço e atenção especiais para viver de acordo com ele.
Para propósitos práticos, o cristão responde ao padrão moral como à voz de Deus. Esse
padrão, ao qual a consciência se reporta, contém nossa melhor compreensão da vontade de Deus
para nossas vidas. Agir contra aquilo que percebemos ser a vontade divina é, na verdade, revolta
pessoal contra a vontade do próprio Deus. Ele sabe quando pretendemos desobedecer-lhe e reage
ao Espírito rebelde, mesmo nos casos em que nosso padrão moral estava incorreto, e o ato, em si,
não estava errado.
"Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé ; e tudo
quanto não é de fé é pecado" (Rom. 14:23 ) . Resumindo: embora a consciência e o padrão moral
sejam faláveis e tenham suas limitações, são fatores autorizados e essenciais na vida moral.
XVII PROGRESSOXVII PROGRESSO
Consideramos até aqui alguns dos fatores e forças mais importantes aos quais o cristão deve
ajustar-se quando tenta decidir e fazer o que é certo. Eles são: corrupção, motivação, normas,
formas, razão, recursos, fracasso, progresso e consciência. Exploramos esses itens individualmente
e notamos algumas das maneiras como se relacionam uns com os outros.
A está altura, precisamos de um processo, um método ordenado e sistemático para unir tudo e
torná-lo um sistema ético operável, conforme apresentamos neste capitulo. Consiste em um método
de resolver problemas no qual os componentes básicos da é tica cristã foram inseridos. É uma
operação passo a passo, concreta e prática na sua natureza, através da qual o cristão sério pode
fazer os tipos de análise e aplicação exigidos pela atividade é tica.
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ÉTICA CRISTÃ 
Este processo é oferecido com a convicção de que é sadio e efetivo, uma maneira útil de
trabalhar com questões morais difíceis e confusas. Não é , contudo, a única forma; outras estratégias
podem ser igualmente válidas e viáveis. Deus não revelou um completo processo ético, embora nos
tenha suprido com verdades necessárias sobre Ele próprio e nós mesmos. Dentro da liberdade cristã
e com base no sensocomum santificado" devemos desenvolver ou adaptar um método ético que
incorpore estás verdades e cujo trabalho nos satisfaça. Um processo deste tipo é necessário
somente para questões éticas excepcionalmente complexas e ambíguas. Para a grande maioria de
nossas decisões éticas, o processo detalhado ou envolvido, descrito abaixo, é desnecessário. Temos
um padrão moral, isto é, convicções claras e seguras sobre certo e errado, na maioria das áreas da
vida. 
A consciência aplica o padrão moral em nove em cada dez decisões éticas, e nenhum
pensamento adicional ou pesquisa é necessário. Sabemos quase reflexivamente o que fazer ou
evitar a partir do padrão moral. Fazer o que acreditamos ser correto pode nem sempre ser fácil, mas
saber o que é certo é uma atitude completamente automática dos casos, quando a consciência lê e
interpreta o padrão moral.
Contudo, em algumas situações não sabemos clara e prontamente o que fazer. Somos
confrontados por alternativas sobre as quais a Escritura não fala explicitamente ou com finalidade.
Nosso padrão moral não está formado ou informado a respeito do problema. Ficamos confusos com
pontos de vista e valores conflitantes expressos por terceiros. Precisamos atravessar território novo e
não mapeado. Embora isto possa ocorrer em uma minoria de casos, a verdade é que acontece.
Nesse momento, necessitamos de um processo, um método organizado de explorar o problema e
determinar a vontade de Deus.
Nesses raros instantes precisamos de tal processo com urgência. De outra forma, poderemos
agir por impulso ou intuição, o que é imprudente. impulsos e intuições são facilmente influenciáveis
pelos piores elementos em nós e à nossa volta. Para agir com responsabilidade precisamos utilizar a
melhor informação e orientação disponível, e isto, inevitavelmente, envolve um processo.
A. Procure a Orientação e Força do Espírito
Como foi dito, a ética evangélica é, acima de tudo, a ética do Espírito Santo. Na luta para
chegar à percepção de certo e errado em uma situação confusa, temos de ir além de algumas
diretrizes escritas e de nosso julgamento pessoal. Temos uma Pessoa, viva, amorosa, divina - o
Espírito Santo. Ele está conosco na luta, comunicando, influenciando e encorajando. Jesus refere-se
a Ele como o Conselheiro que nos conduz em toda a verdade.
Não é apenas lugar-comum que a reflexão ética deve começar, continuar e terminar com o
Espírito Santo. À medida que nos aprofundamos na atividade de investigar, pesar e decidir, devemos
estar conscientes da presença do Espírito. Deveríamos especificamente pedir seu envolvimento,
confessando nossa dependência dele. Na Escritura, Ele nos oferece Sua ajuda. Promete ouvir e
responder nossos pedidos de assistência moral e espiritual de qualquer tipo. Deveríamos crer nele e
agir com base em suas promessas. A cada passo do processo deveríamos revisar com Ele, em
oração, toda a influência que recebemos de fontes exteriores como também nossos pensamentos e
pontos de vista. Deveríamos nos manter em contacto íntimo e contInuo, fazê-lo nosso companheIro
nesse processo. Nenhum fator é mais vital para tornar sábia e verdadeira nossa resposta ética do
que a presença e influência do Espírito.
O Espírito Santo é também uma fonte indispensável de força. Fazer o que consideramos ser à
vontade de Deus sempre exige mais força moral do que possuímos. Em muitos casos, coragem,
determinação e desprendimento extraordinários. Por isso deveríamos estar-nos aproximando do
Espírito Santo conscienciosa e coerentemente. Deveríamos admitir nossa fraqueza e descansar
confiando nele, para prover a força necessária. Somente o que fazemos debaixo do Seu poder e
orientação pode ser considerado bom, no estrito sentido da palavra. Se negligenciarmos o primeiro
passo - o envolvimento do Espírito Santo - o resto do processo está danificado.
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B. Analise e Pesquise a Questão
O segundo passo consiste no questionamento racional, no qual reunimos informação acerca do
problema à mão e o interpretamos com é melhor da nossa habilidade. Inclui tirar proveito do estudo e
experiência de outros, lendo o que escreveram a respeito, ou consultando-os. Nosso propósito, neste
estágio, é tentar entender a questão ou problema tão claramente quanto possível, tornar-se certo de
sua extensão, complexidades e implicações, e das várias possibilidades e alternativas relacionadas a
ele. Não apenas a questão em geral, mas também nossa situação particular deve ser pesquisada.
Deveríamos tentar determinar como a individualidade dos que estão envolvidos afeta o caráter moral
da questão.
Uma séria dificuldade em desenvolver este estágio é a imensa massa de material disponível a
respeito de muitos problemas com os quais devemos trabalhar. Dispomos de informações,
interpretações, opiniões, conclusões - muitas das quais são divergentes e mesmo conflitantes em
profusão, pedindo nossa atenção e aceitação. Em decorrência disso, devemos aprender como
selecionar cuidadosa e inteligentemente o material disponível.
 Desde que não podemos explorar tudo, devemos nos tornar hábeis em determinar,
previamente, quais são as fontes mais confiáveis e úteis. Tal habilidade, felizmente, é ganha no
curso da educação formal. Entretanto, pode também ser adquirida por experiência e em situações de
aprendizagem informal.
Outra habilidade essencial, ao analisar e pesquisar uma questão moral, é a de distinguir entre
fatos, opiniões e interpretações. Usualmente, eles estão interligados em relatórios e comentários
acerca de problemas morais que estudamos. Eles precisam ser distinguidos e selecionados, porque
têm diferentes tipos de valores e autoridade. Além disso, precisamos ser capazes de descobrir as
pressuposições e tendências das pessoas cujo trabalho consideramos, e determinar como elas
afetam sua atividade. Com freqüência, ao tentar entender uma área não familiar, a respeito da qual
você deve uma decisão ética, é necessário confiar em uma pessoa bem informada e experiente que
possa orientá-lo. Tal pessoa pode direcioná-lo à informação mais relevante e acurada e pode servir
como um seguro conselheiro para suas idéias e conclusões à medida que são formadas.
Ao escolher tal pessoa, é extremamente importante conhecer suas crenças e valores. A
despeito das alegações contrárias, estes aspectos realmente afetam a seleção e interpretação dos
dados feitas pelo conselheiro, como também suas recomendações. Sem perceber que isto está
acontecendo, o padrão moral do orientado ou estudante será sempre corrigido de acordo com o do
orientador ou professor. Cristãos evangélicos que desejam reter sua crença e sistema de valores
farão bem em confiar na ajuda de outros cristãos evangélicos (Por outro lado, é também
recomendável conseguir um ponto de vista diferente do seu próprio. Evangélicos cristãos não têm o
monopólio da excelência ou da verdade. As limitações da tradição moral de alguém são
freqüentemente mais óbvias para o expectador do que para quem as vivencia).
É necessário atingir uma compreensão adequada da questão, logo no início do processo,
através de pesquisa e analise. Na ausência de boa informação e interpretação acerca do problema,
podem-se tomar decisões pobres e linha de ação perigosa, com a melhor das intenções.
Um exemplo dramático disto é o tipo de assistência dada a países pobres e subdesenvolvidos
depois da II Guerra Mundial. Confrontados pela disseminação de doenças infecciosas nesses países,
os Estados Unidos e outras nações "desenvolvidas" supriram os primeiros com grande quantidade
de antibióticos, salvando, portanto, milhões de vidas. O que não percebemos, em razão da pesquisa
inadequada, foi que essas nações estavam terrivelmente desprovidas de alimentos. Salvando muitasvidas com a medicina, tínhamos, na verdade, aumentado o número daqueles que morreriam de
fome. Reduzir a taxa de morte sem, proporcionalmente, aumentar o suprimento de comida não foi
exatamente uma bondade. Decisões morais válidas devem ser baseadas em informação e
discernimento adequados, e isto exige anAlise e pesquisa.
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C. Admita a Corrupção em Você e nos Outros
A presença e poder do pecado introduzem-se proeminentemente no processo de tomada de
decisão.
 Devemos estar conscientes disto e ter um saudável respeito por ele. Embora a culpa do nosso
pecado seja completamente perdoada através de Jesus Cristo, o poder do pecado está ainda ativo
em nós, confundindo e orientando mal. De maneiras que são freqüentemente muito sutis e difíceis de
discernir, ele tenta fazer o bem parecer mal e o mal parecer bem. O melhor, mais sábio e piedoso
cristão a quem consultamos é também pecador, capaz de orientar mal e de ser mal orientado. À
medida que idéias e pontos de vista sobre uma questão moral são formados, à medida que
recebemos informação, e influência de outras pessoas nos atingem, devemos nos fazer algumas
perguntas difíceis e embaraçosas: De que maneira e até que ponto isto pode ser alterado e
distorcido pelo pecado e corrompido pelo maligno?
Uma maneira importante de testar uma idéia, opinião ou valor em relação à corrupção é
compará-la, em pressuposição, implicação e substância com a vontade de Deus revelada na lei. O
problema é que os mais difíceis assuntos com que nos deparamos são tratados apenas indireta ou
evasivamente nas Escrituras. Entretanto, através de estudo cuidadoso e inferência, seremos
capazes de descobrir áreas de contacto e similaridade e de detectar ou pelo menos sentir o desvio
da vontade de Deus.
Além da palavra escrita, através da qual podemos testar a corrupção, temos o Espírito Santo
conosco. Ele ilumina e julga os componentes de decisões morais quando estão em formação. Ao
trabalharmos com informação e opiniões sobre assuntos morais, devemos submetê-los a Ele em
oração e meditação, pedindo-Lhe que revele e condene o que está errado. A Escritura nos mantém
alerta para a presença da corrupção e é, portanto, capaz de minimizar suas influências.
D. Identifique, Interprete e Aplique as Normas Bíblicas
Descobrir normas bíblicas pode ser muito desafiador. Nesta parte do processo estamos
tentando encontrar orientação na Bíblia para questões que não são discutidas diretamente ou em
detalhes. Estamos trabalhando com assuntos e pontos de interpretação sobre os quais pode não
haver consenso claro mesmo entre cristãos evangélicos sensíveis, comprometidos e informados.
Identificar, interpretar e aplicar normas bíblicas sob estás circunstâncias é uma operação delicada e,
até certo ponto, sutil. Entretanto, deve ser empreendida. De outra forma, em vez de dependermos de
Deus, basicamente, para orientação, estaremos dependendo de nós mesmos ou de seres humanos
igualmente limitados e corruptos, o que seria perigoso.
Quais tipos de normas bélicas podemos esperar encontrar em casos como esses? Talvez a
melhor forma de descrevê-las seja dizer que, embora suficientes e mesmo convincentes, elas não
são absolutas.
Como pode ser recordado do Capítulo 3, normas éticas bélicas são, antes de tudo, um modelo
da personalidade cristã. Através de grande número de ordens bélicas e exemplos morais a respeito
de muitas áreas da vida, Deus criou em nós uma noção ou sentimento de Sua vontade. Com base
naquilo que nos revelou em multas dessas áreas, podemos, com freqüência, predizer com bastante
precisão qual é Sua vontade também para as áreas não discutidas especificamente nas Escrituras.
Além disso, podemos chegar a princípios morais e regras válidos. Isto exige não apenas uma
interpretação sensível e inferencial da Escritura em apreço, mas também uma análise cuidadosa do
contexto da questão moral. Princípios são diretrizes gerais ("Conserve os recursos de energia não
renováveis"). Regras são mais específicas ("Mantenha o termostato nos 65 graus ou abaixo"). Se
FATAD Prof. Jales Barbosa 83
ÉTICA CRISTÃ 
examinarmos bem as Escrituras e o problema moral e nos mantivermos abertos à orientação do
Espírito Santo, emergiremos com a direção de Deus que é a base adequada para ação.
O nível de certeza pode variar. Em um assunto poderemos chegar à convicção clara e
confiável sobre qual é à vontade de Deus. Em outro, poderemos estar menos seguros de termos
apreendido a vontade de Deus com precisão. Em outro ainda, poderemos ter sérias perguntas
acerca da exatidão do nosso julgamento moral. Num último caso, poder-se-ia preferir não ter tomado
nenhuma atitude, para esperar por maior clareza e confiança, mas Isso nem sempre é possível.
Geralmente precisamos agir mesmo em face da incerteza ética e moral. Deus não tem prometido nos
conduzir sempre às normas éticas absolutas, mas tem prometido direção suficiente para nos
capacitar a viver responsavelmente neste mundo confuso e pecaminoso. Mais importante ainda, Ele
promete graça para cobrir os erros éticos e morais que inevitavelmente cometemos, embora
tentemos evitá-los conscienciosamente.
O elemento de incerteza dessas normas éticas deveria refletir-se na maneira como as usamos.
Desde que Deus não falou explicita e inequivocamente a respeIto delas, não podemos ser
dogmáticos nesse aspecto. Podemos e devemos estar suficientemente seguros para decidir e agir
por nós mesmos. Podemos nos sentir bastante confiantes para tentar persuadir outros a aceitar e
viver por essas normas também. 
Contudo, não podemos exigir que os outros aceItem nossa percepção da vontade de Deus
nessas áreas ambíguas. Devemos respeItar o direito e a responsabilidade deles de identificar e
formular normas éticas para si próprios e chegar a conclusões diferentes das nossas.
Além disso deveríamos considerar os pontos de vista éticos daqueles que discordam de nós;
deveríamos examinar as bases bélicas e factuais de suas opiniões e compará-las com as nossas.
Diante do elemento Incerteza faz-se mais apropriada uma atitude de humildade e abertura da nossa
parte. Apesar disso, a conclusão à qual chegamos por nossa oração, estudo e reflexão é autorizada
e compulsória para nós até que ou a menos que sejamos convencidos do contrário pela Escritura ou
outra fonte válida.
Dessa forma, pode ser oportuno reafirmar algumas diretrizes básicas para Interpretação das
normas éticas bélicas. Elas foram discutidas no seu todo no Capítulo 5: (1) a matéria do Novo
Testamento tem precedência sobre a do Velho Testamento. (2) Imperativos claros têm mais
autoridade que exemplos morais. (3) Imperativos claros têm mais autoridade que diretivos inferidos
de doutrinas. (4) Ordens histórica e culturalmente condicionadas devem ser diferenciadas daquelas
compulsórias, comuns a todos os tempos. (5) Normas éticas deveriam basear-se em pelo menos
diversas passagens claras das Escrituras.
Aqui, como no estágio anterior do processo, a assistência de .uma pessoa instruída e
experiente pode ser valiosa. Muitos cristãos precisam de ajuda para localizar e entender o material
bélico que se refere à questão moral considerada. Precisam também de ajuda para selecionar
trabalhos que comentam tais passagens bélIcas. Todos os cristãos podem se beneficiar da
discussão ética com outros cristãos qualIficados, quando estão buscando a vontade de Deus. Isso
Ihes dá a oportunidade de esclarecer e testar a valIdade de suas próprias posições. Embora
devamos todos, basicamente, tomar nossas próprias decisões éticas, é prudente tirar proveito dos
melhoresconselhos e ajuda disponíveis.
E. Examine, Corrija, e Fortaleça os Motivos
Motivos podem fazer ou quebrar uma decisão ética. Eles afetam profundamente a qualidade da
ação moral. Como fator crItico no processo, exigem exame acurado, adaptação delicada e suporte
sólido. .
Para Investigarmos e avaliarmos adequadamente nossos motivos devemos ser não apenas
sinceros, mas mesmo Inteiramente desconfiados. Temos de nos fazermos algumas perguntas
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ÉTICA CRISTÃ 
profundas e desconfortantes: O que está me induzindo a tomar está decisão ou está linha de ação?
Minhas razões alegadas são razões reais? Ou são uma capa para outros motivos menos
admiráveis? Estou realmente preocupado em honrar a Deus e ajudar as pessoas e só depois
agradar ou servir a mim próprio? Até que ponto meus motivos são confusos, ou seja, permeados de
egoísmo, desamor, impulsos ímpios? Ou até que ponto estou sendo movido pelo maligno, e não por
Deus?
Questões como estas inevitavelmente trazem à tona evidências da pecaminosidade. Mas isso
não significa que elas revelam apenas Isso. O Espírito e a nova pessoa também estão vivos em nós,
gerando motivação autentica. 
Entretanto, misturados a ela, e com freqüência ofuscando-a, há motivos torpes, originados da
velha pessoa e do inimigo. Desde que encaremos esses motivos corruptos, Deus perdoa e os contra-
ataca.
Além disso, Deus reforça a motivação adequada que nasce da fé, amor e auto-aceitação. Ele
faz isso apresentando-nos Cristo no evangelho, oferecendo-nos amor, reconciliação e transformação
por meio dele, bem como a perspectiva do que poderemos vir a ser. Com Cristo, Deus nos dá o
Espírito Santo, que penetra nas profundezas do nosso ser, ajustando-nos, purificando-nos e dando-
nos forças. Em última análise, Deus não se satisfaz em ser apenas nosso motivador; Ele quer
também ser nosso principal motivo. Por meio da sondagem honesta de nossos motivos, podemos
facilItar Seu trabalho neste aspecto.
F. Estabeleça Objetivos Adequados
Um objetivo é alguma coisa que esperamos alcançar através de uma linha de ação.
Comumente, envolve uma mudança que queremos fazer em uma certa sItuação. Nosso objetivo
deveria ser coerente e expressar as diretrizes às quais chegamos quando Identificamos,
interpretamos e aplicamos as normas bíblicas. Na verdade, o objetivo é a aplicação concreta daquela
diretriz ou norma.
Muitos exemplos podem aclarar tanto a relação como a distinção entre normas e objetivos.
Suponha que o problema ou assunto com o qual está trabalhando seja um casamento infeliz e
frustrado. A pergunta é: O que deveria fazer acerca deste casamento? O que Deus quer que eu
faça? Primeiro você deve identificar as normas bíblias relevantes, de acordo com o procedimento
descrito no estágio quatro. Sua compreensão daquela norma pode ser: alegre, preserve e melhore
esse casamento. Contudo, para segui-Ia com algum grau de sucesso, deve primeiro traduzi-Ia em
mudanças concretas e práticas que você se propõe fazer em seu casamento para seguir a vontade
de Deus. Tais passos poderiam ser: restaurar a comunicação com minha esposa; reavivar a afeição
e o respeito; eliminar as causas de tensão. Objetivos são revisões propostas na atitude e
comportamento derivados das normas bíblias.
Outro exemplo, agora relacionado com uma questão social, também ilustra como os objetivos
podem ser derivados de normas. Uma necessidade urgente que deveria estar perturbando a
consciência de cada cristão de mundo ocidental é a fome. O que deveríamos fazer acerca das
crescentes multidões, em nações subdesenvolvidas, que estão morrendo de fome? Se ouvirmos a
Escritura a esse respeIto, escutaremos a norma alta e clara: Alimente o faminto; leve-lhe ajuda;
assuma a responsabilidade por ele. Contudo, está é uma regra muito geral e, conseqüentemente,
vaga. Para dar ênfase e clareza à nossa resposta, devemos traduzir a norma bíblia e diretriz em uma
tese definida e exeqüível. Isto pode implicar envolver apenas um ou dois aspectos do problema. Com
relação à fome do mundo, nosso objetivo poderia ser levar comida aos africanos famintos o mais
rápido possível, ou fazer alguma coisa para prevenir fome futura, ou ambos. Há mais probabilidade
de respondermos, e respondermos efetivamente, a uma questão moral se formularmos um objetivo
definido com base em norma bíblia.
FATAD Prof. Jales Barbosa 85
ÉTICA CRISTÃ 
Para ser adequado, um objetivo deve não apenas ser específico e coerente com a vontade de
Deus, mas deve também ser exeqüível e alcançável. Deve trazer com ele alguma promessa realista
de que poderá ser atingido. 
Conquanto seja saudável e até estimulante elevar nossos olhos e estabelecer objetivos
elevados e desafiadores, é contraproducente localizá-los muito acima, além. Ao decidirmos o que
devemos fazer, precIsamos expressar isto em termos daquilo que somos capazes de fazer. Como
cristãos, temos boas razões para sermos otimistas a ponto de ousar, porque temos a segurança do
envolvimento e suporte do próprio Deus no bem que assumimos em Seu nome. Apesar disso, não
tomemos este fato como encorajamento para objetivos irresponsáveis e inatingíveis.
Um fator crítico no estabelecimento de um objetivo é o de conseqüências prováveis. Ao
determinar-nos a finalidade de nosso esforço moral, deveríamos antecipar os resultados dos
objetivos em consideração, tanto os de longo como os de curto prazo. Novos problemas podem estar
escondidos em muitas soluções propostas. O caso mencionado no estágio dois, acima, é um trágico
exemplo disso. O louvável propósito de curar uma doença e aliviar o sofrimento aliado a ela criou um
problema maior e ainda mais patético: fome em massa.
Por outro lado, a escolha de um objetivo realizável a longo prazo parece ter conseqüências
penosas imediatas. 
Uma criança nasceu surda. Seus pais decidiram que deveriam prepara-lo para viver tanto
quanto possível como uma pessoa com audição. Isto significa que não lhe foi permitido aprender
linguagem de sinais ou associar-se com a comunidade dos surdos. Pelo contrário, foi forçado a se
tornar proficiente em leitura labial e na fala, de maneira a se dar bem na comunidade de pessoas
sadias. Isto significou considerável frustração e dor na sua infância. Entretanto, ele se tornou tão
habilitado na leitura labial e na fala que conseguiu completar a escolaridade em escolas comuns, até
o segundo grau, com boas notas. Deu-se muito bem na comunidade normal, manteve um emprego
que, comumente, apenas uma pessoa com audição perfeita poderia ter. Algumas pessoas nem
mesmo percebiam que ele era surdo. O objetivo de seus pais era tão ético quando educacional. Eles
selecionaram um objetivo de conseqüências em longo prazo, e seu julgamento, no entanto, parece
ter sido correto.
G. Determine e Empregue Meios Apropriados
Uma vez definido um objetivo apropriado, devemos divisar a maneira de atingi-lo. Usualmente,
há um bom número de possibilidades. Ao selecionar o meio, o cristão preocupa-se com que seja
moral, expressivo da vontade de Deus e coerente com ela. Não importa quão válido seja o objetivo, é
errado tentar atingi-lo por processo errado. O fim não justifica os meios. Por exemplo, não seria
correto ou apropriado prover alimento para vítimas da fome usando da mentira, trapaça, roubo, morte
e assim por diante. Em um caso extremo, poderia ser necessário servir-se de um meio mau, mas
este meio ainda assim seria mau.
Isto levanta a questão do que é, às vezes, chamado de "o princípio do mal menor" . Neste
mundo corrupto e complicado, nem sempre temos a escolha entre alternativas boas e más. Algumas
vezes todas as alternativas parecem conter mal claro e sério.Por exemplo, para salvar alguém de
um assassino, podemos mentir a respeito da localização daquela pessoa. Sob tais circunstâncias é a
mentira boa ou má?
Alguns filósofos da ética dizem que sim. Como foi usada para ajudar e proteger alguém em
grande perigo, a mentira neste caso não era apenas permissível, mas, na verdade, boa. Contudo,
cristãos que acreditam em normas éticas bíblicas absolutas dizem não. Eles asseguram que mentir é
sempre um pecado, mesmo quando em uma situação desesperada, para evitar sofrimento ou morte.
A pessoa que mente, mesmo nessas circunstâncias deve humildemente prostrar-se sob o julgamento
da lei de Deus por causa disso e abrigar-se na misericórdia de Deus em Cristo.
FATAD Prof. Jales Barbosa 86
ÉTICA CRISTÃ 
Confrontados com um dilema moral no qual temos de escolher entre males diversos,
selecionamos a alternativa que é menos má. Contudo, assim fazendo, não devemos assumir que
nós, ou a ação, estamos justificados porque era o mal menor. Se somos justificados é apenas porque
reconhecemos humildemente O pecado e aceitamos o perdão de Deus por amor do sacrifício de
Jesus.
Um meio, como um objetivo, para ser adequado, deve ser executável, sensato, com
probabilidade de sucesso. Não há virtude em se lançar a um esquema grandioso que ê certo de
falhar. A responsabilidade ética e moral exclui heroísmos vazios. Investigação racional sóbria, e
análise, juntamente com planejamento e preparo cuidadosos, podem levar à adoção de meios.
Os objetivos acima mencionados para melhorar um casamento problemático poderiam ser
atingidos através de uma variedade de meios. A comunicação poderia ser facilitada, e a atenção
aliviada por um conselheiro capacitado e sensível, ou por uma experiência enriquecedora no
casamento. Um estilo de vida modificado que permita aos cônjuges passar mais tempo juntos pode
restabelecer a intimidade. Reduzir gastos pode aliviar a tensão sobre problemas financeiros.
Expressões de afeição mais freqüentes e imaginativas podem reavivar o amor e a paixão. Evitar
comportamento agressivo e ofensivo e observar fielmente os compromissos podem restaurar a
confiança e o respeito. Meios apropriados para alimentar os famintos do mundo poderia ser baixar o
próprio nível de vida e contribuir com o dinheiro economizado para salvar o faminto. ou poderia ser
estudar agronomia, tornar-se um expert em produção de alimentos, mudar-se para uma área atingida
pela praga da fome e lá tentar evitar miséria futura. Ou poderia ser escrever um livro para despertar
as consciências dos outros para as necessidades dos povos famintos e obter uma resposta de
suporte deles.
Obviamente, na seleção dos meios, as habilidades próprias, recursos, oportunidades,
responsabilidades e funções desempenham um papel decisivo. O conceito da vocação cristã é
relevante neste ponto. Deus constantemente nos chama para servi-lo e a outras pessoas em nossos
relacionamentos e funções. Ocasionalmente ele chama indivíduos para deixarem seu contexto atual
e servi-lo em novo lugar, de uma nova maneira, mas isto ê exceção. Antes de mudarmos a situação
para responder a um desafio moral, deveríamos explorar as oportunidades dentro dessa situação.
Por exemplo, como professor de teologia, posso provavelmente fazer muito mais para aliviar a
fome do mundo ensinando, falando e escrevendo acerca do assunto, do que tentando mostrar a
pessoas de outros lugares como aumentar sua produção de alimentos. Minha contribuição financeira
é muito mais valiosa do que minha presença pessoal e envolvimento em uma área de fome.
 Contudo, se eu fosse um jovem escolhendo uma carreira, especialmente se tivesse interesse
e aptidão por agronomia, poderia ser chamado por Deus para escolher um meio diferente para tentar
fazer alguma coisa pela fome do mundo.
H. Dependa dos Recursos Espirituais e Morais
Para tomar boas decisões morais e viver por elas, precisamos ser espiritual e moralmente
fortes. Isto só acontecera se usarmos os recursos que Deus tem providenciado, a maneira Através
da qual Ele nos oferece orientação e poder. Especialmente ao tratarmos com uma questão moral
difícil precisamos depender integralmente de Sua Palavra e ordenanças e fazer muito uso da oração.
Infelizmente, o oposto acontece com freqüência. Tornamo-nos tão preocupados com o
problema diante de nós que nos esquecemos de Deus e da ajuda que Ele coloca à nossa disposição.
Tomamo-nos tão conscientes do problema e tão ansiosos que negligenciamos soluções que se
encontram à mão. Cada decisão ética, especialmente a que perturba e confunde, é um convite de
Deus para nos voltarmos a ele e dependermos dos recursos que oferece.
FATAD Prof. Jales Barbosa 87
ÉTICA CRISTÃ 
Além da Palavra de Deus, da ceia do Senhor e da oração, a comunhão do Seu povo é um
recurso espiritual e moral vital. Não no isolamento, mas na comunidade dos que crêem, deveríamos
discutir, explorar e resolver nossos problemas éticos. Deveríamos testar nossos valores, pontos de
vista e conclusões com os de outros cristãos informados e experientes. Podemos encontrar
inspiração e encorajamento no exemplo moral de nossos irmãos e irmãs na fé. Podemos contar com
eles para nos corrigir e admoestar quando precisarmos. Nossa força moral e espiritual depende, em
grau significativo, do uso desses recursos.
I. Conduza Avaliação Adequada
Raramente progredimos ou melhoramos em alguma área sem algum tipo de avaliação. Será
ideal que isto inclua crítica construtiva de outras pessoas tanto quanto auto-avaliação. Para agirmos
de maneira melhor, devemos estar conscientes de nossos erros para que possamos evitá-los no
futuro. Precisamos também saber o que estamos fazendo de certo, de maneira a reforçar essas
Áreas de força e confiar nelas. Um atleta ouvira seu treinador e colegas. Ele estudara seu próprio
desempenho da prática, durante um jogo, ou num filme.
Nosso desempenho ético também demanda avaliação. Após termos tomado uma decisão e
agido de acordo com ela, deveríamos revisar o que aconteceu e refletir sobre isso. Foi sábio,
honesto, eficaz? Onde nosso raciocínio e interpretação falharam? Em que foram eficientes? Onde
estávamos mal-informados? Em que pontos - se em alguns - estávamos nós racionalizando? O que
ajudou ou interferiu na implementação da decisão? O que fizemos de valido e responsável? Quais as
conseqüências? Com que grau de precisão nós as prevemos? O propósito da avaliação não é
lamentar sobre nossos erros ou "tocar trombeta" por nossos sucessos, mas, antes, aprender Através
da experiência.
J. Confie no Perdão de Deus
Seja a avaliação positiva ou negativa, o que precisamos mais que qualquer outra coisa no
mundo é o perdão de Deus. Mesmo quando tomamos decisões corretas e agimos de acordo com
elas conscienciosamente nosso desempenho é inadequado, aceitável a Deus apenas pela
misericórdia de Cristo. Entretanto, em muitos casos, tomamos péssimas decisões ou falhamos em
agir de acordo com as boas. Por causa disso somos culpados perante Deus e estamos sob Seu
julgamento. Apenas Através do perdão dos pecados podemos, nós e nosso desempenho,
apresentar-nos a Ele. Podemos estar certos de que Deus nos aceita não porque somos eticamente
brilhantes ou bem-sucedidos moralmente, mas porque Seu Filho morreu por nós.
É apropriado que concluamos com está nota do evangelho. Como afirmamos no início, uma ética
evangélica é centrada no evangelho do amor perdoador de Deus, em Jesus Cristo. Para
direcionamento, poder para mudança, bem como para tornar nosso desempenho aceitável,
dependemos dele.
 Ele não é apenas nosso Salvador do pecado, mas também modelo e motivo para nossa
personalidade.É verdade que na tarefa ética empregamos outras dádivas de Deus, além do
evangelho - alei e a razão humana, por exemplo. 
Contudo elas são sempre auxiliares e subordinadas ao evangelho. Este é a viga mestra da vida
cristã, bem como o objeto da fé salvadora.
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ÉTICA CRISTÃ 
XVII CÓDIGOS DE ÉTICAXVII CÓDIGOS DE ÉTICA
Nestes tópico forneceremos como base de orientação de comportamento de uma
convenção para melhor embasamento na vida ministerial do obreiro.
 ( código de Etica da Convenção Regional das Assembléias de Deus do DF. ) 
A CORMEAD - DF VISANDO A GRANDEZA E UNIDADE DE SEU SAGRADO MINISTÉRIO, E
TENDO EM VISTA O CONSTANTE II TM. 3:17, ESTABELECE O PRESENTE CÓDIGO DE ÉTICA,
QUE DEVERÁ SER OBSERVADO PELOS MEMBROS, COM HUMILDADE E AMOR CRISTÃO.
SOU MINISTRO DO SENHOR JESUS CRISTO, CHAMADO PARA PREGAR O SEU SANTO
EVANGELHO.
I - MINHA CONDUTA PESSOAL
01 - Cultivarei minha vida pessoal, lendo e estudando a bíblia, meditando e orando diariamente.
02 - Envidarei todos os meus esforços para conservar-me física e emocionalmente em condições
para a obra que me foi confiada.
03 - Serei justo para com minha família, fazendo o possível para lhe dar o tempo e a consideração
que merece, inclusive dando-lhe, pelo menos um dia por semana de atenção especial, recreativa,
social e familiar.
04 - Farei o possível para viver dentro dos limites dos meus honorários, sendo pontual no pagamento
de meus compromissos, evitando comprar a prestação, exceto quando se tratar de investimento, e
também não assumindo compromisso financeiro de aval.
05 - Lutarei para progredir intelectual e espiritualmente através de leituras e estudos cuidadosos da
teologia e conhecimentos gerais.
06 - Serei honesto em qualquer transação financeira, nem permitirei que o fator financeiro seja
decisivo na aceitação de um novo pastorado.
07 - Não plagiarei. ao usar material de fonte alheia, reconhecê-la-ei.
08 - Procurarei nas minhas visitas ao lares portar-me com discrição, absoluto respeito e dignidade
cristã.
09 - Nas leituras, darei prioridade a leitura sadia e evitarei a que for nociva.
10 - Não forçarei minha entrada em qualquer pastorado, sob pretexto algum.
11 - Não vacilarei na fé por causa do mau comportamento de crentes, particularmente de líderes.
minha confiança estará continuamente firmada em jesus, que será meu supremo exemplo.
12 - Serei exemplo em minhas conversações, gestos e atitudes.
II - MINHAS RELAÇÕES COM A IGREJA
01 - Usarei conscientemente o tempo, no meu pastorado.
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ÉTICA CRISTÃ 
02 - Lutarei para entregar regularmente mensagens e estudos bíblicos que representem o melhor de
meus esforços.
03 - Baseado nas escrituras, pregarei sempre verdades vividas por mim e as minhas convicções,
jamais as minhas dúvidas.
04 - Exortarei sempre com amor e diplomacia.
05 - Com profundo zelo evangelístico e missionário, procurarei desenvolver a minha igreja. não
obstante, quanto possível, manterei boas relações com pessoas de outros grupos religiosos.
06 - Cultivarei a cortesia e o amor cristão no lar, na igreja e na sociedade; jamais deixando-me
influenciar por preconceitos.
07 - Procurarei como líder na igreja, nunca agir como ditador que tudo faça prevalecer a sua vontade.
respeitarei sempre o consenso da maioria.
08 - Não serei intransigente em meus pontos de vista, a não ser que esteja em jogo alguma questão
de ética e de doutrina a luz da nossa confissão de fé e das escrituras neotestamentárias.
09 - Como pastor de uma igreja, caso constate que a maioria de seus membros está insatisfeita com
a minha atuação, não insistirei em nela permanecer.
10 - Sob circunstância alguma violarei os segredos que me forem confiados.
11 - Não me deixarei, de modo algum, envolver por grupos que se criem na igreja. serei sempre
imparcial nas minhas decisões para ter a autoridade ministerial.
12 - Não deixarei meu pastorado sem prévio conhecimento da igreja e Cormead.
13 - Procurarei não me ausentar do corpo da igreja para fins pessoais, sem autorização da mesma,
ainda que seja com o intuito de repô-lo brevemente.
III - MINHAS RELAÇÕES COM OS COLEGAS
01 - Evitarei censurar meus colegas de Ministério, inclusive o meu predecessor ou sucessor.
02 - Não visitarei nem manterei correspondência epistolar sobre assuntos ligados ao ministério do
campo de trabalho de onde me retirar, a não ser com a aquiescência do seu Pastor.
03 - Revelarei espírito cristão a precessores aposentados que permaneçam em suas antigas igrejas.
terei sempre atitude respeitosa para com os meus colegas idosos.
04 - Não subestimarei colegas que não tenham feito qualquer curso teológico.
05 - Zelarei pelo bom nome dos meus colegas, não permitindo que em qualquer situação ou hipótese
ao meu alcance haja comentários desabonadores a respeito dos mesmos.
06 - Procurarei ficar alheio a questões que surjam nas outras igrejas ou campos que não sejam
minha jurisdição, não tomando parte, direta ou indiretamente nelas, que venham a agravá-las.
07 - Ao discordar de meus colegas fá-lo-ei sempre com elegância e amor cristão.
08 - Cooperarei com meus colegas na medida do possível , principalmente, cumprindo a palavra
empenhada.
09 - Não farei proselitismo de espécie alguma, com quem quer que seja.
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ÉTICA CRISTÃ 
10 - Não aceitarei convite para pregar em outra igreja, a não ser quando o mesmo seja formulado
através de seu Pastor, ou, no impedimento deste, pelo seu substituto legal. e, aceitando-o,
respeitarei a doutrina e formação daquela igreja, não ferindo os seus princípios e ensinamentos. ao
chegar na localidade do convite, procurarei em primeiro lugar o responsável pela igreja.
11 - Não aprovarei a aceitação de membros eliminados por outras igrejas reconhecidamente, salvo
por causa da doutrina do espírito santo por nós esposada, ou na impossibilidade de prévia
reabilitação dos mesmos pelo desaparecimento de suas igrejas.
12 - Farei o possível para enviar com brevidade pedidos regulares de cartas de transferência e
atender os pedidos solicitados.
13 - Não aceitarei, convites para realizar casamentos ou dirigir cerimônias fúnebres, e outros atos de
membros de outras igrejas, sem a aprovação de seu respectivo pastor, a não ser em caso de
emergência.
14 - Não dirigirei cultos em casas de membros de outras igrejas, a não ser com consentimento prévio
de seu pastor.
15 - Terei a maior prontidão em prover o pagamento das despesas de qualquer colega por mim
convidado ou por minhas igreja, para prestar a colaboração, bem como serei cuidadoso em
recompensá-lo generosamente.
16 - Declaro que mostrarei pronto a receber conselho, repreensão ou advertência, através da
CORMEADF toda vez que minha conduta for considerada por ela repreensiva.
17 - Honrarei ao máximo possível os meus colegas. darei irrestrito apoio a empreendimento da
CORMEADF visando amparar situações dificultosas do ministro.
18 - Não terei inveja do ministério fecundo de meus colegas, antes orarei para que deus dê bom
êxito não só ao meu trabalho como ao dos mesmos.
19 - Procurarei manter fraternal amizade com meus colegas, cultivando as melhores relações de
confiança mútua e absoluta consideração. outrossim, participarei das reuniões promovidas pela
CORMEADF.
IV - MINHAS RELAÇÕES COM A DENOMINAÇÃO
01 - Não recomendarei a qualquer campo ou igreja, um obreiro de cuja idoneidade eu não esteja
convencido.
02 - Serei fiel porta-voz das doutrinas consideradas bíblicas.
03 - Cooperareida melhor maneira possível com a convenção nacional e estadual cooperando
indevidamente com entidades paralelas dentro da própria convenção.
04 - Não comprometerei a minha lealdade à convenção nacional ou estadual cooperando
indevidamente com entidades paralelas dentro da própria convenção.
05 - Não farei nem permitirei críticas destrutivas e sem base às instituições da convenção nacional,
nem às das convenções estaduais.
06 - Colaborarei para divulgação do órgão noticioso e Doutrinário da Convenção Nacional e
Estadual.
07 - Comprometo usar e incentivar o uso das lições Bíblicas da Editora Betel.
08 - Participarei, assiduamente, das Assembléias da Convenção Nacional e Estadual.
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ÉTICA CRISTÃ 
09 - Incentivarei minha igreja a cooperar com todos os trabalhos da Convenção Nacional e Estadual.
V - MINHAS RELAÇÕES COM A SOCIEDADE
01 - Terei conduta irrepreensível perante o mundo, sendo sincero, honesto, de boa moral, cumpridor
rigoroso da minha palavra e pontual no cumprimento das minhas obrigações.
02 - Não usarei das prerrogativas de pastor para favorecer políticas partidárias.
03 - Procurarei ser exemplar chefe de família, mantendo-a condignamente dentro das minhas
possibilidades, respeitando-a, amando-a bem.
04 - Serei patriota, amando o Brasil, e esforçar-me-ei para que todos quantos me cercarem amem-no
também e observem suas leis.
05 - Incentivarei a minha comunidade a orar incessantemente pelos que estão investidos de
autoridade, sendo eu mesmo exemplo.
06 - Ignorando ofensas pessoais, porei sempre em primeiro lugar os interesses da causa.
07 - Caso venha a incorrer em quebra ou transigência deste regimento, estarei disposto a receber
correção ou sanção que a convenção, através de seus órgãos, julgar-me merecedor. creio que com
a luz do espírito santo, ela saberá ser justa e misericordiosa na medida da graça de Cristo.
CÓDIGO DE ÉTICA PASTORAL.CÓDIGO DE ÉTICA PASTORAL.
CAPÍTULO I
O Pastor e sua Vida
1. O Pastor deve entender o ministério como vocação divina e a mais excelente das atividades
humanas. (I Tim. 3.1, Atos 13.2)
2. O Pastor deve considerar a Bíblia como única regra de fé e prática, e usá-la como a expressão
máxima de seu ministério (II Tim. 2.15,4.1-5). 
3. O Pastor deve aplicar-se à oração e ao estudo da Palavra de Deus (I Tim.4.7, Atos 6.4). 
4. O Pastor deve ser estudioso, mantendo-se em dia com o pensamento teológico, a literatura bíblica
e a cultura geral (II Tim. 3.15,16, I Tim.3.2).
 5. O Pastor, como líder moral e espiritual do povo de Deus, deve ser um modelo de conduta em
todos os sentidos e um exemplo de pureza em suas conversações e atitudes (I Ped. 5.3, I Tim.4.12).
FATAD Prof. Jales Barbosa 92
ÉTICA CRISTÃ 
6. O Pastor deve zelar pelo bom nome do ministério da Palavra e de Nosso Senhor Jesus Cristo.
(Rom.11.3b, I Cor.11.1, 4.1,2).
 7. O Pastor deve ser prudente ao relacionar-se com as pessoas, principalmente com as do sexo
feminino (I Tim.5.1,2)
 8. O Pastor deve submeter-se ao Espírito Santo, para que o fruto d'Ele se manifeste em sua vida
diária (Gal.5.22, Rom.12.17-21).
CAPÍTULO II
O Pastor e sua Família
9. O Pastor aspira à excelente obra do episcopado. Assim, deve ter como companheira uma mulher
em condições de ajudá-lo no ministério (I Tim.3.2,11).
 
10. Casado, o Pastor deve tratar esposa e filhos como estabelece a Palavra de Deus, constituindo-se
exemplo para o rebanho (Efé. 5.24-33, 6.4, I Tim. 3.4,5).
11. O Pastor deve proceder corretamente com relação à sua família, esforçando-se para dar-lhe o
sustento adequado, o vestuário, a educação, a assistência médica, bem como, o tempo que lhe
merece (I Ped. 3.7, I Tim.3. 4-5, Tit. 1.6, Luc. 11.11,13).
12. O Pastor deve evitar, quanto possível, o comentário, em presença dos filhos menores, dos
problemas, aflições ou frustrações da obra pastoral ( I Cor. 4. 1-4).
 13. O Pastor deve reconhecer a ação de sua esposa, junto à família, como algo essencial, não a
envolvendo em tarefas eclesiásticas que venham a comprometer seu desempenho familiar ( I
Ped.3.7).
CAPÍTULO III
O Pastor e sua Igreja
14. O Pastor não deve deixar seu pastorado sem prévio conhecimento da Igreja. 
15. O Pastor só deve apresentar sua renúncia à Igreja, quando estiver realmente convencido de que
deve afastar-se do pastorado.
16. O Pastor não deve assumir compromissos financeiros pela Igreja, sem sua autorização.
FATAD Prof. Jales Barbosa 93
ÉTICA CRISTÃ 
17. O Pastor deve tratar a Igreja com toda consideração e estima, sabendo que ela é de Cristo
(Efé.5.23,25, I Ped. 5.2)
18. Se sustentado pela Igreja deve considerar ponto de honra dedicar-se ao ministério pastoral, não
aceitando qualquer outra incumbência, mesmo na Causa, sem consentimento da Igreja ( I Tim.5.17).
19. O trabalho pastoral deve constituir a principal atividade da vida do Pastor, e só com o
conhecimento de sua Igreja, poderá exercer outra atividade para garantir sua subsistência, porém
nunca com o objetivo de prosperidade material ( I Tim. 5.18, 6.9-11, II Tim. 2.4).
20. O Pastor deve ser imparcial no seu trabalho pastoral, não se deixando levar por partidos ou
preferências pessoais. Deve, pelo contrário, levar a Igreja a fazer tão somente a vontade do Senhor
(I Ped. 5.1-3, 3.2).
21. O Pastor deve ser prudente em relação à aceitação de convite para o pastorado, não se
oferecendo ou insinuando, mas buscando a orientação e a direção do Espírito Santo (Atos 13.1-2).
22. O Pastor não deve insistir em permanecer em uma Igreja, quando perceber que seu ministério
não está contribuindo para edificação da Igreja e o crescimento do Reino de Deus (Fil.1.24-25).
23. Ao receber algum convite para pastorear outra Igreja, o Pastor não deve divulgar o fato, para
evitar constrangimentos.
24. Ao deixar uma Igreja para outro pastorado, o Pastor não deve fazer referências desairosas à
Igreja de onde saiu.
25. O Pastor não deve promover ou aprovar qualquer manobra política para manter-se em seu cargo
ou ainda obter qualquer posição denominacional; deve, antes, colocar-se exclusivamente nas mãos
de Deus para fazer o que lhe aprouver ( I Cor. 10.23,31).
26. O Pastor deve respeitar as decisões da Igreja, com prudência e amor orientando seu rebanho e o
esclarecendo na tomada de decisões administrativas.
CAPÍTULO IV
O Pastor e seu Trabalho
27. O Pastor deve exercer seu ministério com toda a dedicação e fidelidade a Cristo ( I Cor. 4.1-2).
28. O Pastor é servo de cristo a serviço de sua Igreja e, portanto, não deve receber outro pagamento,
além de seu salário regular, por qualquer serviço que a ela preste ( I Tim. 5.17-18).
29. O Pastor deve zelar pelo decoro do púlpito, tanto quanto por seu preparo e fidelidade na
comunicação da mensagem divina a seu povo, como pela sua apresentação pessoal.
FATAD Prof. Jales Barbosa 94
ÉTICA CRISTÃ 
30. Quando pregar ou escrever, usar sermões ou sugestões de outros, o Pastor deve mencionar as
fontes de que se serve. A autenticidade deve ser característica marcante na ação pastoral.
31. Nas visitas e contatos pessoais com ovelhas, o Pastor deve ter elevado respeito pelo lar que o
recebe e pelas pessoas com quem dialoga (I Tim 5.1-15).
32. O Pastor deve guardar sigilo absoluto sobre o que saiba em razão do aconselhamento,
atendimento e problemas daqueles que o procuram para orientação, não usando jamais as
experiênciasda conversação pastoral como fontes de ilustração para suas mensagens ou conversas
( I Tim. 3.1-6).
33. O Pastor deve ser imparcial no seu pastorado, que em casos de problemas, quer na atenção
para com os membros de sua Igreja.
34. Como líder do povo de Deus, o Pastor deve ter consciência de que não pode saber todas as
coisas, e, por isso, deve assessorar-se de pessoas idôneas e capazes que possam ajudá-lo na
formulação de planos e tomada de decisão.
35. O Pastor deve se mostrar pronto a receber conselho e repreensão, seja dos seus colegas de
ministério, seja de seus irmãos não ministros, toda vez que sua conduta for julgada repreensível.
36. O Pastor deve respeitar as horas de trabalho dos membros de sua Igreja, evitando procurá-los ou
incomodá-los em seu local de trabalho, para tratar de assuntos de menos importância ou adiáveis
(Ecl.3.1,11).
37. O Pastor não deve fazer proselitismo de membros de outras igrejas
CAPÍTULO V
O Pastor e seus Colegas
38. O Pastor não deve intrometer-se nem tomar partido em problemas que surgirem nas igrejas de
colegas (Mat. 7.12, Jo.15.17, I Ped. 4.15-17).
39. O Pastor não deve passar adiante qualquer notícia desabonadora de seu colega, nem divulgá-la.
40. O Pastor deve revelar espírito cristão quanto aos predecessores aposentados que permaneçam
em suas antigas igrejas.
41. O Pastor não deve aceitar convites para pregar, realizar casamentos ou dirigir cerimônias
fúnebres na Igreja de um colega ou de membros da Igreja dele em sua Igreja, sem aprovação do
colega a não ser casos especiais ou de emergência.
FATAD Prof. Jales Barbosa 95
ÉTICA CRISTÃ 
42. O Pastor não deve tomar em consideração sondagens para outro pastorado, se o Pastor da
Igreja não se tiver afastado do cargo ou anunciado sua renúncia 
( Jo. 15.17, Mat. 7.12, I Cor. 10.23).
43. Quando deixar o pastorado, é conveniente o Pastor não permanecer na Igreja, a fim de não
constranger o colega que o substituir, e não deve, de modo nenhum, interferir no trabalho do seu
substituto ( Mat.7.12, I Cor 10.31).
44. O Pastor que assume um novo pastorado, deve honrar e valorizar o trabalho de seu antecessor,
não fazendo nem permitindo comentários desairosos a seu respeito por parte de membros do
rebanho (Mat.7.12, Prov.12.14, Heb.13.7, Rom. 13.7).
45. O Pastor deve considerar todos os colegas como cooperadores na causa comum e não
menosprezar nenhum deles ( Mat.23.8, 7.12, Fil.2.3, I Cor. 3.5,7,9).
46. O Pastor nunca deve aceitar o convite para falar onde sabe que sua presença causará
constrangimentos ou atrito.
47. O Pastor deve cultivar, com os colegas, o hábito de franqueza, boa vontade, lealdade e
cooperação, dispondo-se a ajuda-lo em suas necessidades 
( Jo.15.17, Rom.12.9,10,17,18, Prov. 9.8,9).
48. Ainda que leal e solidário com seus colegas, o Pastor não está obrigado a silenciar quando algum
deles estiver desonrando o ministério; havendo provas concludentes, deve tomar as medidas e
atitudes aconselháveis em boa consciência 
( I Tim. 5.19-24, Mat. 18.15-17, Gal. 6.12).
CAPÍTULO VI
O Pastor e sua Denominação
49. O Pastor deve manter-se leal à sua Denominação, ou cortar suas relações com ela se, em boa
consciência, nela não puder permanecer.
50. O Pastor deve dar sua cooperação leal à Associação ou Ordem de Ministros Batistas do lugar
onde estiver trabalhando.
51. A cooperação do Pastor com sua Denominação não deve comprometer a eficiência de seu
trabalho pastoral na Igreja.
FATAD Prof. Jales Barbosa 96
ÉTICA CRISTÃ 
CAPÍTULO VII
O Pastor e sua Comunidade
52. O Pastor deve ser participante da vida da comunidade em que sua Igreja estiver localizada,
identificando-se com sua causa e solidarizando-se com os anseios de seus moradores, procurando
apoiá-los quanto possível nos esforços para satisfação deles.
53. Através de exemplo de vida o pastor deve imprimir, em sua comunidade, o espírito de altruísmo e
participação.
54. O Pastor deve procurar conhecer as autoridades de sua comunidade, honrando-as e
incentivando-as no desempenho de sua missão (Rom. 13).
55. O Pastor deve estar presente às comemorações e celebrações e celebrações cívicas que
ocorrem na sua comunidade."Fazei tudo para glória de Deus" (I Cor. 10.31)
Anotações:
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BIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIA
ÉTICA CRISTA - ICN/EETAD
ÉTICA CRISTA – EETAD – APOSTILA
ENCICLOPÉDIA DE BÍBLIA TEOLOGIA/FILOSOFIA – ED. CANDEIA
ÉTICA CRISTA – PAULO WAILLER – ED. JUERP
ÉTICA CRISTA PARA HOJE – MILTON RUDNICK – ED. JUERP
VIDA CRISTA – WILLAM SMITH – ED. CEIBEL
BASES DE LA ÉTICA CRISTA – J E GILES - C.B. PUBLICACIONES
ESTUDOS EM APOSTILA DE ÉTICA – FATAD/JALES
REGIMENTO INTERNO – CORMEADDF
FATAD Prof. Jales Barbosa 98
	INTRODUÇÃO
	I. DEFINIÇÕES
	discussão séria de qualquer assunto requer uma definição de termos. Isto é especialmente verdadeiro quando o objeto é a ética.
	A - Ética É Teoria
	B. Ética Evangélica
	1. O Cristocentrismo
	2. Fundamentada na Bíblia
	3. Diversidade
	4. Mantendo a perspectiva
	C. Moralidade É Prática
	II. TENDÊNCIAS
	A. O Fato da Mudança Ética
	B. A Revolução Ética Atual
	C. A Busca de Direções
	III. OUTRAS DEFINIÇÕES OU PERSPECTIVAS DA ÉTICA
	IV. A META OU PREOCUPAÇÃO MÁXIMA DA ÉTICA CRISTÃ
	A - A Vontade de Deus e o supremo bem
	1. A Vontade Deus e Inclusiva.
	V. ÉTICA CRISTA E OUTRAS DISCIPLINAS
	A - Ética Crista e a Teologia
	B - Ética Crista e a Psicologia.
	C - Ética Crista e a Sociologia.
	D - Ética Crista e a Filosofia
	VI. MÉTODOS DE SE ESTUDAR A ÉTICA CRISTA.
	A. Através da Exegese Bíblica.
	1- Ética Geral ou Básica.
	Ef 5:1-17 – A conduta Cristã
	2- Ética Especifica ou Aplicada.
	3- Temas Relacionados Com o Estudo da Ética Social ou Aplicada.
	VII Bases da Ética Crista.
	A - O Decálogo
	1- Deveres Para Com Deus:
	B - Ética dos Profetas.
	1. Os profetas falaram sobre:
	a. A santidade de Deus.
	b. A Família.
	c. Injustiça Econômica.
	C - A Ética dos Sábios
	D - A ÉTICA DO NOVO TESTAMENTO
	1.A ÉTICA DE JESUS.
	2. Jesus Líder Religioso ou Filosofo Ético?
	3. Jesus e o Reino de Deus.
	a - O Reino é Espiritual.
	b - O Reino é Invisível
	c - O Reino de Deus é interno no coração do homem.
	d - O Reino é presente e futuro
	e - O Reino de Deus é individual e social.
	4. Ética Crista Prática
	VIII regras de conduta para nossas vidas
	CORRUPÇÃO
	A. As Criaturas de Deus
	1. Criados Bons
	2. Criados Para o Relacionamento com Deus
	3. Criados à Imagem de Deus
	B. CORRUPTOS DESDE O NASCIMENTO
	1. Corrupção Simultânea com a Criação
	2. Corrupção Como Deficiência
	3. Corrupção Como Inclinação Para o Mal
	4. Transmissão da Corrupção
	5. Fonte e Força da Corrupção
	6. Influências Corruptoras
	C. COMPLETA E TOTALMENTE CORRUPTOS
	1. Completamente Corruptos
	2. Justiça Comum
	3. A Corrupção no Cristão
	IX MOTIVAÇÃO
	A. DEUS VENCE A CORRUPÇÃO EM JESUS CRISTO
	1. Jesus Revela Nosso potencial
	2. Jesus Revela o Amor de Deus
	3. Jesus Liberta
	B. DEUS EFETUA A RECUPERAÇÃO ATRAVÉS DO ESPÍRITO
	1. O Espírito constrói e restabelece o Relacionamento
	2. O Espírito Cria e Constrói uma Nova Pessoa
	3. O Espírito Habita na Pessoa
	C. MOTIVAÇÃO
	1. Desejo de Louvar a Deus
	2. Desejo de Ajudar os Outros
	3. Desejo de Compreender o Próprio Potencial
	4. Consciência de Que a Vontade de Deus é o Melhor
	5. Medo da Desobediência e Suas conseqüências
	X NORMAS
	A. NATUREZA E FUNÇÕES DAS NORMAS ÉTICAS E CRISTÃ
	1. Indicando a Vontade de Deus
	2. Refletindo as Necessidades da Natureza Humana
	3. Pontos Fixos de Referência
	B. FORMAS BíBLICAS DE NORMAS ÉTICAS
	1. Os Dez Mandamentos
	2. Amor Como Norma Bíblica
	3. Imperativos Cristãos
	4. Exemplos das Escrituras
	5. Característica Cristãs.
	C. LIMITAÇÕES DAS NORMAS ÉTICAS BíBLICAS
	1. As Normas Bíblicas Não Abrangem Todas as Situações
	2. Algumas Normas Bíblicas São Cultural e Históricas.
	3. Nem Todas as Normas Bíblicas são Universais
	4. As Normas Bíblicas Ocasionalmente parecem conflitantes ou prejudiciais.
	D. VALIDADE DAS NORMAS ÉTICAS PARA O CRISTÃO
	XI - FORMAS
	A. CENTRADA EM DEUS
	1. Obediência
	2. Culto
	3. Sacrifício
	B. AMOR E SERVIÇO ÀS PESSOAS
	1. Respeito
	2. Compaixão
	3. Castidade
	4. Honestidade
	5. Perdão
	6. Generosidade
	7. Justiça
	C. AUTO-ACEITAÇÃO
	1. Apreciação
	2. Confiança
	3. Provisão
	4. Satisfação
	5. Liberdade
	XII RAZÃO
	A. A RAZÃO REÚNE INFORMAÇÃO
	1. Fatos
	2. Opções
	B. A RAZÃO IDENTIFICA ASSUNTOS-CHAVE
	C. A RAZÃO ANALISA DADOS
	1. Objetivos
	2. Meios
	3. Motivos
	4. Conseqüências
	D. A RAZÃO FORMULA PRINCíPIOS E REGRAS
	1. Razão e Revelação
	2. Observando Prioridades
	2. Relacionando-se com o Contexto
	Proibições
	Imperativos
	XIII RECURSOS
	A. AJUDA DIVINA
	1. O Espírito Santo
	2. A Nova Pessoa
	3. A Comunidade Cristã
	B. OS MEIOS DA AJUDA DIVINA
	1. A Palavra de Deus
	2. Ordenanças
	3. Oração
	XIV FRACASSO
	A. O CRISTÃO COMO DERROTADO
	1. Desobediência Cristã
	2. A Imperfeição da Obediência Cristã
	3. O Impacto do Fracasso
	4. A Causa e Revelação do Fracasso
	B. DEUS PERDOA O FRACASSO
	1. Cristo Pagou a Pena
	2. A Fé Recebe o que Cristo Providencia
	3. Deus Aceita os Esforços do Pecador Perdoado
	4. O Perdão Dissipa o Orgulho e o Desespero
	5. Perdão Implica Contrição e Correção
	XV PROGRESSO
	A. O CRISTÃO PODE PROGREDIR
	1. Livre Para Obedecer
	2. Justificado
	3. Santificado
	B. O QUE O PROGRESSO ENVOLVE
	1. Vencendo o Mal
	a. Reconhecimento
	b. Resistência
	2. Crescimento em Deus
	a. Percepção
	b. Determinação
	c. Coragem
	C. O CRISTÃO DEVE PROGREDIR
	1. Relutância Para Melhorar
	a. Desonra a Deus
	b. Priva as Pessoas
	c. Ameaça o Eu
	2. Resultados do Progresso
	a. Honra a Deus
	b. Beneficia a Outros
	C. Satisfaz e Recompensa o Eu
	XVI CONSCIÊNCIA
	A. NATUREZA E FUNÇÃO DA CONSCIÊNCIA
	1. A Consciência Não É Externa
	2. A Consciência É o Ego Moral
	3. A Consciência Demanda Submissão
	4. A Consciência Coloca-se em Posição de Julgamento
	B. A CONSCIÊNCIA E O PADRÃO MORAL
	1. A Consciência Aplica o Padrão Moral
	2. O Padrão Moral É Formado por Aprendizagem, Experiência e Crença
	C. POTENCIAL E LIMITAÇÕES
	1. Persistente, mas Não Irresistível
	2. Coerente, Mas Não Infalível
	D. O MINISTÉRIO DE DEUS À CONSCIÊNCIA
	1. Deus Dirige-se à Consciência com aLei e com o Evangelho
	2. Corrigindo e Construindo o Padrão Moral
	XVII PROGRESSO
	A. Procure a Orientação e Força do Espírito
	B. Analise e Pesquise a Questão
	C. Admita a Corrupção em Você e nos Outros
	D. Identifique, Interprete e Aplique as Normas Bíblicas
	E. Examine, Corrija, e Fortaleça os Motivos
	F. Estabeleça Objetivos Adequados
	G. Determine e Empregue Meios Apropriados
	H. Dependa dos Recursos Espirituais e Morais
	I. Conduza Avaliação Adequada
	J. Confie no Perdão de Deus
	XVII CÓDIGOS DE ÉTICA
	I - MINHA CONDUTA PESSOAL
	II - MINHAS RELAÇÕES COM A IGREJA
	III - MINHAS RELAÇÕES COM OS COLEGAS
	IV - MINHAS RELAÇÕES COM A DENOMINAÇÃO
	V - MINHAS RELAÇÕES COM A SOCIEDADE
	CÓDIGO DE ÉTICA PASTORAL.
	CAPÍTULO I
	O Pastor e sua Vida
	CAPÍTULO II
	CAPÍTULO III
	CAPÍTULO IV
	O Pastor e seu Trabalho
	CAPÍTULO V
	CAPÍTULO VI
	O Pastor e sua Denominação
	CAPÍTULO VII
	O Pastor e sua Comunidade
	BIBLIOGRAFIA

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