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Febre aftosa

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@veterinariando_ 
• Vírus pertencente a família Picornaviridae 
• RNA positivo, icosaédrico e não envelopado 
• 7 sorotipos (A, O, C, SAT-1, SAT-2, SAT-3 e ASIA-1) → mais 
importantes são: A, O e C 
• A diferença antigênica impossibilita a resposta imune do animal 
infectado de combater a doença por vírus de sorotipos diferentes, 
logo a vacinação contra a febre aftosa deve ser realizada de forma 
polivalente, apresentando vários antígenos do mesmo 
microrganismos 
• Vírus → resistente no ambiente sendo o solo, feno e os excrementos 
os locais de maior prevalência do microrganismo 
• Os programas de controle e erradicação da febre aftosa sofreram 
mudanças, reduzindo o número de ocorrência de focos no Brasil → 
não há ocorrência de surtos desde 2005 
• Os reservatórios naturais do vírus são animais bi ungulados 
domésticos e selvagens → bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e 
suínos 
• Esse enfermidade ocorre em forma de surtos que rapidamente se 
espalha por rebanhos, antes de ser controlada 
• O ser humano apresenta papel importante na disseminação da 
doenças, principalmente os indivíduos que possuem contato com 
focos e vão para outras propriedades 
• O vírus é eliminado para o meio ambiente em todas as secreções e 
excreções dos animais doentes → lágrima, secreções nasais, saliva, 
sêmen, leite, urina e fezes 
• A principal determinante da transmissão da doença é o comércio 
de animais, especialmente de bovinos 
• São fontes de infecção abatedouros, estábulos, leiteria e outras 
instalações 
• A disseminação de um animal para outro se dá por meio da 
inalação ou ingestão → baixas temperaturas, alta umidade e 
ventos moderados favorecem a disseminação do vírus 
• É considerada uma zoonose, mesmo o homem sendo raramente 
infectado → transmissão por contato direto com animais doentes 
e com secreções e excreções e consumo de leite não pasteurizado 
• Doença afeta a produtividade dos rebanhos e reduzem a 
disponibilidade de alimentos proteicos 
• Seu impacto prejudica os produtores → queda na produtividade e 
perda de mercados, tendo em vista barreiras sanitárias aplicadas 
pelos importadores de carne, custos públicos e privados de 
prevenção, controle e erradicação e indenização quando necessário 
o sacrifício dos animais 
• Os prejuízos se devem também as despesas para retomar os status 
de área livre da doença conforme regras do OIE 
• A erradicação é dificultada pelo alto custo e nem todos os países 
afetados apresentam condições financeiras para realizar 
• O controle da doença é importante devido à alta produção bovina 
para o abastecimento mundial 
• Febre, anorexia, depressão e vesículas dolorosas no palato, lábios, 
gengiva, narinas, espaços interdigitais e bandas coronárias das 
patas 
• Emagrecimento devido a redução da ingestão de alimentos em 
função da dificuldade de deglutição 
• Laminite e claudicação devido as lesões localizadas nas patas 
• Outros sinais: inquietação, salivação excessiva, babeira, dificuldade 
de mastigar e engolir alimentos e tremores 
• Os teste são feitos em laboratórios de biossegurança máxima → em 
casos de suspeita o serviço social de sanidade animal deverá ser 
comunicado e deverá tomar as devidas providencias 
• As amostras preferenciais são: epitélios e fluido vesicular (incluindo 
bordas da lesão) 
• Detecção de antígeno e anticorpos → ELISA 
• Detecção de anticorpos não estruturais → VIAA, ELISA3ABC e EITB e 
prova fluorogênica de RT-PCR 
• Diferencial → é feito principalmente em populações que estão 
vacinadas contra a febre aftosa 
 Enfermidades que causem erosões orais, salivação, descarga 
nasal ou lesões nos tetos, como: estomatite vesicular, 
diarreia viral bovina, rinotraqueíte infecciosa bovina, febre 
catarral maligna, peste bovina 
• A doença é caracterizada por alta morbidade e baixa letalidade → 
maior taxa de mortalidade em animais jovens em decorrência da 
miocardite 
• Não há possibilidade de tratamento, pois os animais acometidos 
devem ser sacrificados, bem como todos os contactantes 
suscetíveis, mesmo que não apresentem sintomatologia 
1. Vacinação em massa e controle de trânsito 
→ Vacina bivalente (A e O) 
→ Vírus inativado 
→ Utilização de adjuvante oleoso 
→ Presença de proteínas não capsidiais → sem interferência 
com os testes diagnósticos 
→ Vacina de uso exclusivo para bovinos e bubalinos 
→ Durante a vacinação a troca de agulha deve ser realizada a 
cada 10 animais 
→ Conservar as vacinas a 2-8ºC por até 24 meses 
→ Todos os animais menores de 24 meses, a partir do 6 mês de 
vida deve ser vacinado (2x ao ano) – filhotes com menos de 6 
meses podem apresentar anticorpos colostrais, interferindo 
na resposta da vacina 
→ Todos os adultos com mais de 24 meses devem ser vacinados 
(1x ao ano) 
→ Não se deve vacinar suínos, caprinos e ovinos, pois podem 
atuar como sentinelas 
 
2. Investigação da circulação viral (vigilância ativa) 
→ Pesquisa de anticorpos anti-proteínas não estruturais 
o ELISA 3ABC – 3-7 meses após a última vacinação 
o EITB – confirmatório; 2ª EITB: 6-9 meses após a última 
vacinação 
 
3. Implementação de vigilância passiva 
→ MAPA: realizar controle de trânsito internacional de animais, 
seus produtos e subprodutos. Realizar controle de qualidade 
da vacina e diagnóstico laboratorial, além de inspeção dos 
animais e seus produtos antes da importação e junto aos 
abatedouros com serviço de inspeção federal 
→ Veterinário estadual: promover e fiscalizar a vacinação de 
bovinos e bubalinos, realizar atendimento a focos da doença, 
bem como notificar casos suspeitos 
→ Setor privado: aquisição e aplicação das vacinas contra a 
febre aftosa, de acordo com as diretrizes definidas pelo 
serviço veterinário 
• Registrar imediatamente a notificação suspeita 
• Realizar levantamento inicial da propriedade: rebanho, intensidade 
de movimentação dos animais, data da última vacinação, 
localização geográfica → levantamento deve ser feito no máximo 
em até 12h 
 
AÇÕES NA PROPRIEDADE 
- Pequenas propriedades: deixar o veículo na portaria 
- Grandes propriedades: dirigir-se para a sede 
▪ Entrevista inicial com responsável 
▪ Utilização de EPI’s 
▪ Inspeção de lotes suspeitos com utilização de materiais necessários 
▪ Investigar o maior número possível de animais 
▪ Avaliação epidemiológica: demografia, expectativa de imunidade, 
trânsito dos animais, alterações de manejo, ocorrência em outras 
espécies 
• Dentro do perímetro da zona de emergência, há a zona de 
contenção, zona infectada, área de proteção, área de vigilância e a 
área perifocal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Quando comprovada ausência de circulação viral por até 30 dias (2 
períodos de incubação), pode-se restituir normalidade a propriedade 
 
 Área perifocal (3km) 
o Proibição de entrada e saída de animais, pessoas e veículos 
o Eutanásia de animais doentes e contactantes 
o Limpeza e desinfecção de ambientes 
o Realização de vazio sanitário de pelo menos 30 dias, seguido 
de introdução de animais sentinelas por cerca de 30 dias 
o Repovoamento controlado com supervisão oficial 
o Colheita de material para investigar se há circulação viral 
 Área de vigilância (10km) 
o Restrição de trânsito de animais, podendo ser liberado para 
o abate 
o Inspeção clínica de todos os animais suscetíveis 
o Manutenção de vigilância constante e monitoramento 
epidemiológico (investigação sorológica) 
 
 Área de proteção (25km) 
o Restrição de trânsito, com liberação para abate 
o Manutenção da vigilância constante e monitoramento 
epidemiológico (inspeção clínica) 
• Utilizada em rebanhos que estão sob ameaça e com maior 
predisposição para infecção pelo vírus da febre aftosa (áreas 
próximas a focos da doença) para conter a difusão 
• É recomendada principalmente em áreas livre sem vacinação 
• A vacina utilizada é sem o adjuvante oleoso, que promove produção 
mais rápida de IgM 
• O abate desses animais é pautado pela legislação 
•Deve-se cavar uma vala, atirar nos animais condenados, eviscerar, 
enterrar e realizar desinfecção 
• Realização de vazio sanitário após a limpeza e desinfecção de 
instalações e equipamentos → duração de no mínimo 30 dias 
• Ao final do vazio sanitário, realizar a introdução de animais 
sentinelas na área 
 
 
 
 
o MELO, Wanderson Gabriel Gomes de et al. Febre aftosa: revisão de literatura. R. cient. eletr. Med. Vet., p. 11 p-11 p, 2020. 
o Plano de Contingência Para Febre Aftosa. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 1ª edição, 2020.

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