Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Doenças e Pragas relacionadas aos suínos Larissa de Souza Dias A sarna ou escabiose é uma ectoparasitose cosmopolita causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, conhecido também como ácaro da sarna. Alguns dos seus sintomas observados são crostas nas orelhas, o sinal característico da presença da sarna é a alteração do comportamento dos animais, que se coçam e esfregam a parte afetada pelo ácaro nas paredes das baias. Outros sintomas importantes são a vermelhidão intensa da pele e a perda de pelos, resultante da fricção. O incômodo da sarna suína pode fazer com que os animais percam peso e também podem causar infecções. Causada pelo ácaro Sarcoptes scabei, a sarna de porco exige controle criterioso quando detectada, para não persistir no plantel. A sarna passa de um animal para outro. O ácaro pode estar presente em transportes, instalações ou materiais de limpeza. Por isso é importante ter um cuidado especial com a higienização das granjas e com as práticas de manejo dos porcos. É importante identificar os animais infectados e mantê-los longe dos demais animais. A sarna sarcóptica é uma doença de rebanho e, portanto deve ser tratada como tal. O tratamento individual é antieconômico porque é praticamente impossível identificar clinicamente e eliminar os portadores assintomáticos. O tratamento pode ser realizado através de injeções ou de banhos com sarnicidas. Esta parasitose é controlada com aplicação de produtos sarnicidas e com a quarentena dos animais de reposição introduzidos na criação. O sarnicida pode ser aplicado por via injetável, por via oral (ração), por aplicação sobre a pele com produtos pour on (ao longo do dorso) ou pulverizando todos os animais. Antes da aplicação do acaricida, as instalações devem ser completamente limpas com detergente. A sarna é disseminada rapidamente pelo contato direto dos suínos, porém pode ser transmitida indiretamente por meio de pessoas, material de limpeza, alimentos, veículos de transporte ou instalações contaminadas. Nas granjas, os animais com lesões crônicas constituem a principal fonte de infestação por conterem maior número de ácaros. Sendo assim a melhor forma de prevenção e manter os locais sempre limpos e ao menor sinal de sintomas fazer o isolamento daquele animal. Não existe vacina para essa parasitose, o tratamento da sarna é feito com medicamentos para pulverização e vermifugação dos animais . Existem vários tipos de parasitas internos: Dentre os parasitas, incluem-se, os helmintos gastrintestinais, representados normalmente pelos nematóides dos gêneros Ascaris, Oesophagostomum, Strongyloides, Trichuris e Hyostrongylus prevalentes em diferentes áreas geográficas. Podemos citar também os coccídios, especialmente Isospora suis e Cryptosporidium parvum . Os parasitos internos causam perdas de eficiência nos animais pela redução do apetite, efeitos sobre o metabolismo de nitrogênio, queda na absorção dos nutrientes da dieta, complicações no funcionamento dos órgãos e anemia, devido às perdas de sangue. O impacto das parasitoses sobre a produtividade do rebanho é enorme, principalmente nas categorias mais jovens, que estão em crescimento. Alterações na absorção de nutrientes resultam no atraso da ocorrência da puberdade e um maior período para atingir o peso de abate. Causado sempre por parasitos, que podem ser contraídos através da alimentação ou transmitidos por um determinado vetor. Em qualquer situação, mais importante que o tratamento específico são as medidas de correção dos distúrbios hidreletrolíticos, pois a principal causa de morte em pacientes com essas infecções é a desidratação, deve ser feita a vermifugação dos animais. Como a maior forma de transmissão dos parasitas acontece de forma fecal-oral, deve se evitar falhas no sistema de biosseguridade, mantendo sempre os manejos de limpeza, desinfecção e isolando sempre os animais portadores e excretores. Como prevenção devemos manter os locais sempre limpos e ao menor sinal de sintomas fazer o isolamento daquele animal, mantendo também a vermifugação dos animais em dia. É causada por um vírus, o circovírus suíno o PCV tipo 2., da família Circoviridae, é altamente contagioso, resistente ao ambiente e praticamente imune à maioria dos desinfetantes convencionais. Essa doença atinge principalmente suínos após o desmame, a partir das 6 semanas de vida e clinicamente se observa retardo no crescimento, anemia e icterícia, podendo evoluir para a morte. esta doença é também conhecida pelo nome de “Síndrome da Refugagem ”ou Síndrome multisistêmica do definhamento do leitão desmamado “PMWS” pelo fato dos animais cometidos ou morrem ou ficam pequenos e fora do padrão de peso para a idade ,devido ao ataque de varias bactérias oportunistas, tornando o suíno acometido um doente crônico. É causada por um vírus, é uma doença, que ataca o sistema imunológico dos suínos e facilita a entrada de outras enfermidades ao animal, é uma doença que ,causa significativa mortalidade e alto índice de refugagem entre leitões. Não existe tratamento para a Circovirose. Os tratamentos são feitos para combater as infecções secundárias. O controle pode ser realizado com medidas de biossegurança para diminuir a persistência do vírus e estimular a resposta imunológica dos animais. Além disso, podem ser usados suplementos nutricionais nutracêuticos, antibióticos bactericidas. Dentre as formas de prevenção podemos citar a limitação do contato suíno a suíno, evitar propagação da doença evitar contato nariz x nariz entre baia, remover os animais doentes para baias separadas, estresse deve ser evitado, evitar mistura de lotes, reduzir densidade de animais / baia, livre acesso à bebedouros e comedouros, temperatura ambiente controlada, ventilação controlada, eliminar manejos traumáticos realizar as vacinações corretamente.Boa higiene, usar o sistema all in / all out (todos dentro / todos fora)Desinfetar as instalações, desinfetante com boa eficácia contra vírus promover uma rigorosa limpeza da granja, cuidar da desinfecção de seringas, agulhas, tesouras, etc.Eliminar os animais mortos, fazer vazio sanitário correto evite trânsito de pessoas entre galpões visitas proibidas, limitar acesso de veículos à granja, controle de ratos, pássaros e insetos (moscas), usar desinfetantes na entrada da granja e galpões. Boa nutrição, é importante na formação de anticorpos, leitões ter acesso ao colostro, rações de qualidade comprovada. A vacinação das matrizes confere imunidade aos leitões, via colostro. As marrãs(Porcas primíparas) devem ser imunizadas antes do acasalamento ou inseminação, com dose de reforço no primeiro parto e a cada parição, recomendação também válida para matrizes. A Doença de Aujeszky ou pseudoraiva é uma doença infecto-contagiosa causada por um herpes vírus, herpesvirus suis 1 (SHV) que provoca graves prejuízos econômicos nas explorações infectadas devido à elevada mortalidade dos leitões, imunodepressão e atraso no crescimento dos porcos de engorda e perdas reprodutivas das porcas em gestação. Os sintomas assemelham-se aos de qualquer organismo infeccioso: febre, anorexia e inatividade. Dependendo da idade dos porcos, surgem sinais determinados pela virulência da estirpe infecciosa. Os sinais mais dramáticos ocorrem em leitões muito jovens. Os sinais neurológicos observados são os seguintes: Tremores, movimentos descoordenados, sentar-se com as patas traseiras esticadas, decúbito e ato de pedalar. A infecção pode ocorrer por contato direto com animais doentes ou portadores (narina-narina), ou aerossóis. No macho, ocorre a infecção genito- nasal (durante a estimulação da porca). No período de gestação, o vírus pode se difundir por via transplacentaria. Durante a lactação, pode ser veiculado da porca ao leitão através do leite. A infecção por contato indireto pode ocorrer através da água, ração, restos de matadouro, caminhões de transporte, roupa ou contato com qualquer material infectado. Não existetratamento especifico contra a DA. Após um surto, pouco pode ser feito para alterar o curso da doença no rebanho. Quando não for decidido pela eliminação total do plantel, recomenda-se administrar quimioterápicos para evitar infecções secundárias e fazer a vacinação dos animais. A melhor forma de controle e através do uso de vacinas. Entre as desvantagens do método, temos: necessidade de conviver com o vírus; impossibilidade de introduzir animais sadios, sem vacinação; necessidade de vacinação nas granjas vizinhas. Como vantagem, temos a possibilidade de reduzir à curto prazo as perdas de animais por manifestações clínicas da doença, eliminação de reagentes sorológicos, sacrifício de todos os animais da granja, desinfecção rigorosa e vazio sanitário. A vacinação é o primeiro passo para evitar a doença. O controlo da DA não se deve basear unicamente na vacinação. Os fatores de maneio são muito importantes como boas condições para a criação de porcos com controle adequado do clima, utilização do sistema All In All Out, boas condições de higiene e desinfecção das zonas desocupadas, boas condições de segurança da exploração suinícola de forma a manter um sistema fechado, restringindo o contato com outras explorações, adquirir animais apenas de explorações livres de DA. O esquema de vacinação recomendado é a vacinação somente dos cachaços a cada seis meses e as fêmeas reprodutoras 15 a 25 dias antes de cada parto, sendo que as primovacinadas devem receber a primeira dose 30 dias antes da cobertura, os leitões não vacinados, recebem uma imunização passiva que pode perdurar até a décima quarta semana de vida. Porém, se o objetivo da vacinação for de diminuir a infecção, deve-se também vacinar duas vezes os leitões entre a décima terceira e décima quarta semana. A síndrome é causada pelo PRRS vírus (PRRSV), o qual foi incluído em uma nova família de vírus, a Arteriviridae. A infecção por PRRSV pode causar falhas reprodutivas importantes: partos prematuros, leitões natos-mortos ou mumificados, leitões débeis PRRSV, positivos (50% morrem logo após o nascimento), retorno a cio demorado. Para além da incapacidade reprodutora, as porcas podem manifestar: anorexia, febre, letargia, pneumonia, agaláxia, descoloração, avermelhada/azul dos ouvidos e vulva, edema subcutâneo e nos membros traseiros, retorno a cio após o desmame demorado, em casos raros morte. Este vírus é transmitido de diversas formas. O vírus entra e replica-se nos macrófagos. A doença pode ser subclínica ou clínica. O síndrome apresentado, seja ele respiratório ou reprodutor, depende da idade dos porcos afectados. A síndrome é causada pelo PRRS vírus (PRRSV), o qual foi incluído em uma nova família de vírus, a Arteriviridae. A infecção pelo PRRSV causa problemas reprodutivos em fêmeas gestantes, os quais são caracterizados por abortos no final da gestação e/ou parto precoce, onde pode-se observar um elevado número de fetos mumificados e natimortos; leitões que nascem infectados são fracos e economicamente inviáveis. Os problemas respiratórios causados pela infecção pelo PRRSV podem se manifestar em suínos de todas as faixas etárias. Não existe tratamento especifico para a PRRS somente terapias de suporte. São utilizados suplementos alimentares para fornecimento de energia adicional, vitamina E para melhorar a imunidade e outros fármacos para estimular o apetite e controlar a febre. Antibióticos para controlar infecções bacterianas secundarias, também são usos comuns. O uso de antibióticos é recomendado para evitar infecções secundárias. A introdução de animais no rebanho deve ser precedida de testes sorológicos e quarentena. Outras precauções incluem a restrição de visitas às instalações, limpeza de caminhões utilizados para transporte dos animais, troca de botas e roupas após manuseio com os animais. Práticas higiênicas comuns a outras doenças que causam aborto também devem ser utilizadas, tais como a eliminação de fetos e placentas abortadas, desinfeção das instalações, etc. A eliminação de animais moribundos e fracos, todos dentro todos fora em todos os estágios de produção tem sido medidas eficazes para evitar a disseminação do vírus. Estratégias de maneijo: Como sempre, as práticas de maneijo utilizadas desempenham um papel fundamental. As nulíparas que entram na unidade de cobrição devem ser aclimatizadas, os princípios de maneijo all-in/all-out e do fluxo unidirecional de animais devem ser cumpridos durante as fases recria e engorda. A vacinação é feita com o vírus vivo modificado, e pode ser usada em leitões a partir de 3 semanas de vida e em fêmeas 3 a 4 semanas antes da cobertura. São vírus pertencentes a família Orthomyxoviridae que contém cinco gêneros: influenza vírus A, B e C, Togotovírus e Isavírus. Destes, apenas os vírus influenza A são zoonóticos, sendo que os influenza B e C são patógenos humanos e o influenza C é capaz de infectar cães e suínos. Os sinais clínicos típicos de influenza são aqueles de doença respiratória aguda, caracterizada por febre, apatia, redução de consumo de ração, dificuldade respiratória, tosse, espirro, conjuntivite e descarga nasal. O curso dura entre dois e sete dias e observa-se um acometimento de muitos suínos do rebanho. Os suínos se recuperam em quatro a seis dias, sendo que na maioria das vezes as pneumonias bacterianas podem ocorrer. É uma doença endêmica, acomete rebanhos em todas as fases de produção e geralmente não é sazonal. A introdução em rebanhos ocorre por movimento de animais de reposição de origens diferentes e o VIS é transmitido principalmente de suíno para suíno por secreções do sistema respiratório. A infecção característica tem um quadro de morbidade alta, afetando quase toda totalidade do rebanho, mas com mortalidade baixa. Não existe tratamento específico para a doença. Recomenda-se manter os animais em local limpo e seco e não transportar durante a fase aguda da enfermidade. Expectorantes e antimicrobianos podem ser utilizados para a prevenção de infecções bacterianas secundárias. O uso de anti- inflamatórios pela via hídrica diminui a febre e a mortalidade, sendo que o ibuprofeno é considerado o melhor quando administrado após 24 horas do surto. Despopulação parcial, segregação de leitões desmamados, sistema de todos dentro - todos fora e higienização adequada são considerados passos essenciais para o controle da disseminação na propriedade para minimizar os impactos econômicos na granja. O controle pode ser realizado por aplicação de vacinas e cuidados com biosseguridade. Para prevenção da maioria das patologias que afetam a saúde dos suínos é necessário tomar medidas de biosseguridade, nutricionais, ambientais e vacinais do rebanho.Como medidas de biosseguridade devemos avaliar: Introdução de novos animais nas granjas, através de quarentena e do controle da origem desses animais, limpeza e desinfecção das instalações antes da entrada de novos lotes, vazio sanitário, que somado à desinfecção, permite a destruição dos patógenos não eliminados no processo de lavação, dispor de um sistema de desinfecção para a introdução de materiais e equipamentos na granja (ex.: fumigação), ajuda a prevenir a entrada de patógenos, métodos de pulverização ou arcos de desinfecção, com uso de desinfetantes (ex.: rodolúvio), são procedimentos capazes de evitar que veículos entrem com patógenos na granja. Os suínos devem ser vacinados após dez meses de idade, pois, nos primeiros meses de vida, pode ocorrer a interferência dos anticorpos maternos, caso a matriz tenha sido vacinada ou infectada previamente. A rinite atrófica progressiva caracteriza-se por atrofia permanente dos tecidos do nariz. É causada por estirpes específicas de Pasteurella multocidia produtoras de toxina. Em leitões com 1 a 8 semanas de idade podem observar-se espirros, nariz congestionado, descarga nasal, lacrimejo e por vezes sangramentos nasais. Os espirros tendem a diminuir gradualmente; após 14 dias são visíveisas alterações ósseas. À medida que a doença progride, o maxilar superior cresce mais lentamente do que o tecido mole e o maxilar inferior. A pele que cobre o focinho adquire um aspecto enrugado e o maxilar inferior torna-se saliente. Também se podem observar sinais de pneumonia ou atrofia. Os animais gravemente afetados podem ter dificuldade em comer; os porcos de todas as idades em varas afetadas podem apresentar alterações nasais. O ganho médio diário é reduzido. Pasteurella multocida é um comensal habitual do tracto respiratório dos porcos. As estirpes causadoras de rinite atrófica progressiva (PAR) produzem uma potente toxina, a dermonecrotoxina, que é responsável pelas alterações observadas. Esta bactéria pode ser facilmente cultivada e reconhecida pela colónia produzida, embora as estirpes envolvidas na PAR só possam diferenciar-se através da capacidade demonstrada na produção de toxinas. O tratamento pode ser feito através da higiene nasal com lavagem nasal utilizando solução fisiológica ou hipertônica, mucolíticos e uso de mel, antibioticoterapia tópica e/ou sistêmica, terapia com vitamina A, ferro e autoimunização com extrato dializável de leucócitos1,7,9-12. Entretanto, os resultados são usualmente pobres, a cirurgia para estreitamento das fossas nasais promove melhores resultados. A eliminação da infecção por P. multocida previne o desenvolvimento de lesões ósseas e dos seus respectivos efeitos. A doença aguda em leitões pode ser tratada com sulfonamidas potenciadas, ampicilina, tetraciclinas ou enrofloxacina. Pode ser necessário recorrer a outras terapias como maior quantidade de comida e electrólitos, os porcos desmamados em risco podem receber tratamento antimicrobiano na comida ou na água em níveis terapêuticos. A medicação de grupos de animais que entram no espaço aéreo de um sistema de entrada e saída simultàneas (all in, all out) é o método mais eficiente, vacinação de porcas com toxina inactivada para conferir proteção através do colostro aos leitões, a infecção pode ser erradicada por despovoação e repovoação. As varas não infectadas podem ser mantidas livres através do seu isolamento e o uso de animais para reprodução não infectados. A monitorização da infecção é feita através de cultura dos esfregaços nasais. Como prevenção pode-se utilizar dos medicamentos nas porcas, por 7 dias antes e 15 após o parto dos leitões, por um período de 35 dias. Já o esquema de vacinação tem dado bons resultados. Há vacinação dos animais deve ser feita, o programa de vacinas das leitoas e mediante a duas doses: aos 60 e aos 90 dias de gestação e porcas uma dose: uma dose aos 100 dias de gestação e dos leitões aos 7 e 28 dias de idade. Após 6 meses, avaliar os efeitos das medidas adotadas, e se preciso definir novas estratégias. A disenteria suína é uma doença bacteriana intestinal, com diferentes quadros clínicos causados pela Brachyspira hyodysenteriae. A diarreia mucohemorrágica é o sintoma mais evidente, também pode ser observado anorexia, sede intensa, abdômen retraído, emagrecimento e febre. As fezes diarreicas são eliminadas de forma contínua e sem esforço e contém muco, sangue e partículas de ração. Os animais de terminação podem apresentar um atraso no crescimento, aumento do índice de conversão. O aparecimento da doença independe das práticas de manejo adotadas nas granjas,apresentando uma morbidade média de 35% e mortalidade de 10% podendo serainda mais altas se as condições de criação forem inadequadas, como: presença de fatores estressantes, mistura de lotes, superlotação das baias, temperatura e umidade inadequadas e programas de limpeza e desinfecção inefi-cientes A dieta fornecida aos animais também é um fator que pode agravar a doença pois rações desbalanceadas que contenham excesso de energia, pouca fibra, baixa digestabilidade, deficiência de vitamina E e selênio podem predispor à expressão da enfermidade. A forma de tratamento deve ser realizada através da administração de antimicrobianos para todos os animais do plantel, a fim de garantir a inativação do patógeno no intestino. Durante a fase de erradicação, as porcas costumam ser medicadas via ração e o leitões injetados com antibiótico por três vezes (no 2o, 7o e 14ºdias de vida). A via de administração da medicação deve ser condizente com as faixas etárias dos animais. Deve-se dar preferência pelo uso de medicamentos que sejam administrados via parenteral (3 dias), especialmente para animais em fase de aleitamento, ou via água (5-7 dias) para animais que apresentam inapetência (comum na fase aguda da doença). No entanto, ainda é possível realizar a medicação via ração por 10-14 dias. Nas granjas infectadas, devem ser adotadas medidas para reduzir o efeito dos fatores predisponentes para a doença, como implantação do manejo all in all out, controle de roedores, eliminação de fatores estressantes, retirada frequente das fezes do piso das baias, lotação adequada, fornecimento de alimentação balanceada, fornecimento de condições ambientais favoráveis, entre outros. O uso de medicação profilática antes da fase usual do aparecimento dos sinais clínicos no plantel é também uma prática preventiva importante para o controle e redução das manifestações clínicas da doença. Em rebanhos livres da doença, deve-se evitar que a mesma seja introduzida, principalmente através de boas práticas de biosseguridade e da introdução apenas de animais livres da B.hyodysenteriae no plantel. A principal forma de introdução do agente em planteis livres é através da transferência de animais portadores, na fase de incubação ou clinicamente doentes. Outra forma de evitar o contagio é não povoando creches e/ou terminações com animais de várias origens, alguns de granjas livres e outros de granjas contaminadas, ou a compra de fêmeas ou machos de reposição infectados. A mistura de animais excretores e imunes com leitões sem imunidade favorece o surgimento de surtos de disenteria. O contato fecal oral é a principal forma de transmissão da doença entre os animais, mas vetores como moscas, pássaros e roedores também podem desempenhar um papel epidemiológico bem reconhecido. O trânsito de pessoas com botas ou sapatos contaminados com fezes de animais infectados também é uma forma relevante de transmissão da infecção e deve ser evitado. Uma vacina ideal para disenteria suína deveria promover uma proteção eficaz contra B.hyodysenteriae, prevenindo a colonização da bactéria no intestino grosso do suíno, o que requer indução de uma resposta imunológica local efetiva e persistente. Na prática, a vacinação de suínos para prevenir ou controlar a disenteria tem sido pouco utilizada devido a alguns fatores, como: necessidade de indução de uma imunidade sorotipo específica, baixa eficácia, grande variação nos componentes antigênicos da bactéria, baixa disponibilidade e alto custo das vacinas comerciais. Não há vacinas comerciais disponíveis e, resumidamente, pode-se afirmar que até o momento não há nenhuma alternativa prática e eficiente para a imunização contra a disenteria suína. O agente etiológico é uma bactéria Gram-positiva classificada como Staphylococcus hyicus encontrada na pele dos suínos, com isso os leitões podem infectar- se imediatamente após o parto, através do contato com a porca ou com o ambiente contaminado. Existem formas generalizadas e localizadas da doença, a forma generalizada é observada com maior frequência em leitões lactantes, manifesta-se inicialmente por apatia, diarréia e modificação na coloração da pele, com a evolução do quadro clínico, surgem vesículas, inicialmente ao redor dos olhos e face externa das orelhas, alastrando-se a seguir por todo corpo dando origem a vesículas secundárias que se rompem e resultam em hiperemia, com formação de crostas que se espalham rapidamente pelo corpo do leitão, que fica com coloração enegrecida devido ao pó e sujidades das instalações. As lesões cursam sem prurido, ocorrendo também comprometimento dos cascos,fazendo com que os animais claudiquem, podendo haver desprendimento do epitélio da almofada plantar, o quadro pode evoluir com a perda da função renal, acumulando toxinas levando o animal a morte. A forma localizada da doença caracteriza-se por pequenas lesões cutâneas circunscritas que surgem principalmente na região dorsal e lateral do pescoço recobertas por crostas escamosas, sendo a forma mais comum em leitões nas primeiras semanas pós desmame, podendo ocorrer também em leitoas e porcas, leitões muito afetados podem ir a óbito dentro de 24hs devido à desidratação severa. A produtividade do rebanho pode diminuir em até 35% durante um surto de epidermite exsudativa. Não existe predisposição por idade, sexo ou raça, mas animais que são submetidos a manejo higiênicosanitário inadequado (deficiência na higiene do ambiente, controle não apropriado de endo e ectoparasitas) e má nutrição parecem ser mais susceptíveis a desenvolverem a afecção. O tratamento produz resposta mais satisfatória se realizado no estágio inicial da doença, animais que já tiveram o comprometimento renal dificilmente respondem a antibioticoterapia. O agente da Epidermite Exsudativa geralmente é sensível aos beta lactâmicos e macrolídeos, pode ser utilizada a tilosina ( 8mg/Kg de p.v.) bem como a amoxilina, ceftiofur, enrofloxacina e lincomicina. Caso o tratamento com alguma destas drogas seja insatisfatório recomenda-se a realização de antibiograma. Para evitar novas infecções e novas infestações recomenda-se um esquema rigoroso de higiene para as instalações como também em procedimentos cirúrgicos nos leitões por ocasião do corte de dente e cauda que mal feitos podem resultar em porta de entrada do patógeno, a higiene da porca durante a transferência para a maternidade também e recomendado. Na prevenção devemos usar das medidas de biosseguridade devemos avaliar: Introdução de novos animais nas granjas, através de quarentena e do controle da origem desses animais, limpeza e desinfecção das instalações antes da entrada de novos lotes, vazio sanitário, que somado à desinfecção. Não existe vacinação para esse tipo de doença. Causada uma bactéria chamada Clostridium perfrigens, a clostridiose é uma infecção intestinal de natureza bacteriana. A manifestação clínica inclui febre, perda de apetite, taquicardia, depressão e edema subcutâneo que tende a se acumular nas áreas baixas do corpo animal, como ventre e membros anteriores. A pele frequentemente apresenta áreas com intenso inchaço e coloração violácea. As enterites são doenças de natureza multifatorial, incluindo-se como causas: o estresse, o ambiente contaminado, a presença de suínos portadores de agentes infecciosos e a nutrição deficiente, entre outros. Há uma elevada incidência de diarréia em leitões lactentes, causando redução no desempenho de crescimento e maior mortalidade. O tratamento para as clostridioses é muito difícil, uma vez que as doenças são de curso rápido e as toxinas são muito potentes, sendo necessária apenas uma pequena quantidade para desencadear o quadro clínico. Portanto, a melhor estratégia de prevenção e controle é a vacinação. As medidas de controle envolvem manejo nutricional adequado e principalmente a vacinação sistemática de todos os animais de rebanho. A imunização é sem dúvida alguma a medida profilática que apresenta os maiores benefícios. Para a prevenção e controle das enfermidades clostridiais, indica-se evitar materiais perfurocortantes nas instalações, providenciar correto destino das carcaças e evitar a utilização de uma mesma agulha ao vacinar ou medicar animais. Apesar de eficientes, nenhuma dessas medidas substitui a vacinação contra as clostridioses, que é a base para o controle destas doenças em qualquer propriedade. Os animais devem ser vacinados, para ajudar na prevenção da doença, primovacinados (que nunca foram vacinados anteriormente) devem receber uma dose de reforço após 30 dias, para que a proteção conferida atinja um nível adequado. No esquema a seguir, é possível perceber que, ao receber a primeira dose, o animal inicia um aumento no título de anticorpos e após atingir o pico, ele começa a cair novamente. Para que este nível permaneça alto e não sofra um decréscimo, é indispensável que a dose de reforço seja realizada corretamente e dentro do período indicado, a isso damos o nome de Efeito Booster. E não menos importante, o reforço anual ou semestral. Essa doença do edema é causada pela colonização do intestino delgado por cepas de Escherichia coli enterotoxigênicas, hemolíticas e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais. A doença aparece de forma repentina em que se observa morte súbita, geralmente nos melhores animais do lote. Os animais apresentam dispnéia (devido ao edema pulmonar), edema de glote e de pálpebras. Alguns animais apresentam sintomatologia nervosa (devido ao edema cerebral), como incoordenação motora e cegueira, evoluindo para paralisia, tremores, decúbito com movimentos de pedalagem, coma e morte. Os leitões que não morrem pela infecção tornam-se animais refugos na granja. É uma doença causada pela colonização do intestino delgado e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais. Sabe-se que leitões lactentes podem adquirir estas cepas da mãe ou do ambiente, sem manifestar a doença entre 2 a 4 semanas após o desmame. É uma doença de alta mortalidade e ocorre predominantemente na forma de surtos. Este é estabelecido rapidamente, mas com curta duração, em média 8 dias, raramente ultrapassando 15 dias. Os suínos afetados raramente se recuperam. Para evitar o surgimento de novos casos da doença no mesmo lote ou em lotes seguintes, têm sido adotadas estratégias para prevenir a proliferação exagerada de cepas patogênicas de E. coli no intestino: a utilização de antibióticos injetáveis em animais com sinais clínicos e medidas preventivas principalmente relacionadas ao manejo alimentar dos animais. Dentre as formas de controle temos as opções que devem ser evitadas, mudança de ambiente na hora da desmama, estresse do leitão pela separação da mãe, mudança brusca de alimentação com dietas com alto teor protéico, mistura de leitões oriundos de mais de quatro leitegadas numa mesma baia, lotação excessiva (mais de 3,5 leitões por metro quadrado), baixa higiene, desinfecção mal realizada, ausência de vazio sanitário entre os lotes, grandes variações de temperatura ( acima de 6 graus), excesso de umidade nas baias, dentre outros. Medidas preventivas devem ser realizadas a fim de minimizar fatores de risco, tais como: limpeza e desinfecção rigorosa da granja, respeitar o período de vazio sanitário (mínimo 5 dias), a transferência de animais deve ser realizada nas horas mais frescas do dia, homogeneização dos lotes, evitar medidas de manejo que provoquem estresse como novas misturas de lotes. A vacinação também se mostra como um eficaz meio de controlar a doença na granja. . A vacinação dos animais deve ser feita e acompanhar o esquema de vacinação que a vacinação das porcas e duas vacinações dos leitões, uma na fase do aleitamento e a outra na fase de creche. O gênero salmonela pertence à família Enterobacteriaceae, sendo composta por bacilos gram-negativos não esporulantes, intracelulares facultativos e geralmente móveis, com flagelos. O principal sinal clínico da salmonelose é a diarreia. Isto ocorre porque conforme as bactérias se multiplicam no intestino do animal elas geram quadros isquêmicos locais, levando a uma inflamação e necrose da mucosa intestinal. Em consequência, o organismo buscando compensar a má absorção, aumenta a permeabilidade intestinal, fazendo com que mais água e nutrientes cheguem à luz do órgão, ocorrendo assim, a diarreia. A principal forma de infecção é fecal-oral, em que a bactéria pode alojar-se nos linfonodos e ser excretada quando o animal for submetido a quadros de estresse, como no transporte e/ou reagrupamento. A infecção por salmonelaapresenta uma grande capacidade de disseminação por meio da cadeia produtiva, já que animais portadores podem contaminar lotes inteiros. Em geral, os fatores predisponentes para a contaminação são: falhas no sistema de biosseguridade, incluindo os manejos de limpeza, desinfecção e a presença de animais portadores e excretores. Casos simples de salmonelose não justificam tratamentos com antibióticos. Isso porque os antibióticos podem favorecer a persistência da Salmonella . no intestino após a recuperação, afeta a microbiota intestinal, e aumenta o surgimento de cepas resistentes aos antibióticos. Reposição de fluidos, correção do balanceamento eletrolítico e outros cuidados suportes são importantes em casos de enterite. Em todos os animais, o risco de salmonelose pode ser reduzido com uma boa higiene e minimizando eventos estressantes. O colostro é importante na prevenção da doença em animais jovens. Permitir que os animais consumam alimentos crus aumenta o risco de desenvolverem salmonelose ou transportar Salmonella assintomaticamente. Não é recomendada a alimentação com carne crua; além disso, os comedouros devem ser higienizados e os alimentos não consumidos devem ser imediatamente recolhidos se permitido o acesso a produtos crus de origem animal. A biosseguridade é a base da prevenção contra Salmonella spp. em fazendas. O risco de introduzir a bactéria no rebanho pode ser reduzida a partir de fontes livres de Salmonella spp.; isolando animais recém adquiridos; e praticando all-in/all out no manejo do rebanho, quando apropriado. O controle de roedores também é importante. Métodos adicionais para reduzir a colonização de Salmonella spp. (e.g., modificação dietética e suplementação alimentar). Durante um surto no rebanho, os animais portadores devem ser identificados e também isolados e tratados, ou abatidos. Os animais tratados devem ser reexaminados diversas vezes para assegurar que esses não contenham mais Salmonella spp. A mistura de animais também deve ser evitada, para diminuir a propagação da infecção. Deve ser evitada a contaminação fecal de alimentos e suprimentos de água. Construções e equipamentos contaminados devem ser higienizados e desinfetados, e materiais contaminados devem ser descartados. A vacina contra Salmonella pode ser utilizada com a intenção de controlar a doença clínica ou para reduzir a excreção da bactéria em animais infectados sub-clinicamente. Os estudos mostram que, em geral, a vacinação é eficiente para o controle de surtos clínicos, é indicada a vacinação prévia ao parto para reforçar a imunidade passiva em leitões através do colostro, vacinação de leitões lactantes para tratar de reduzir a infecção após o desmame ou inclusive na fase de engorda, ou vacinação dos animais na engorda.
Compartilhar