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LETRAS 2023.1 OFICINA DE LETRAS II WEB 2 Prof. Me. Neilton Lima 27/01/2023 SETOR DE MARKETING GRUPO SER EDUCACIONAL SETOR DE MARKETING GRUPO SER EDUCACIONAL PROBLEMATIZANDO O CONTEXTO HISTÓRICO-CONCEITUAL DA LINGUÍSTICA TEXTUAL MOMENTOS TEÓRICOS DA TEORIA DO TEXTO NA PRÁTICA ATIVIDADES COM OS ARTICULADORES TEXTUAIS SETOR DE MARKETING GRUPO SER EDUCACIONAL 1 Para começar, selecione uma notícia de jornal atual (impresso ou on-line), objetivando refletir sobre as seguintes questões: a) Para que serve a Notícia na sociedade? b) Com que objetivo o(a) autor(a) escreve a Notícia? c) Cite os lugares em que esse tipo de produção circula e em que é veiculado. Inclua quem tem acesso a ele (o público-alvo) d) Qual é o tema da Notícia? A informação é verdadeira ou falsa? e) A notícia revela os meios pelos quais a imprensa consegue notícias e as informações que estarão contidas nela. Quais são esses meios? 2 Analisando e levando em consideração o exposto acima, elabore o seu texto argumentativo-dissertativo sobre o texto da Notícia escolhida. Sua dissertação deverá conter de 30 a 40 linhas. Em uma primeira hipótese, conforme Leonor Fávero (2014 apud LIMA, 2021), o texto e não o enunciado é o signo linguístico primário. Nas palavras de Adamzik (2004), a Linguística Textual, enquanto disciplina, desde sua gênese não se anuncia como única e homogênea. Fundamentado por Blühdorn e Andrade (2005), o percurso histórico, enquanto Disciplina, se fundamenta pelas linhas a seguir: do texto teórico, abstrato para o concreto, aplicado; do micro para o macrotexto. A referida disciplina, segundo Ingedore Koch (2015) assume uma postura científica que a afasta das gramáticas tradicionais e questionando, originalmente, a contribuição das ciências cognitivas e sociais para ela enquanto inovadora. Percorrendo as últimas décadas, existiram diversas concepções de texto e como estas repercutiram na evolução da Linguística Textual, de sua base gramatical, passando pela discursivo-pragmática, até o presente momento sociocognitivista e interacional. Na década de 70, objetivando a Linguística Textual, há uma mudança de foco e abordagem teórico-conceitual, pois a perspectiva pragmática se impõe às anteriores, norteadas pela base comunicativa, principalmente pelos atos de fala e da atividade verbal, tratando o texto como algo mais complexo, fruto de intenções comunicativas e sociais do sujeito, conforme Heinemann (1982 apud LIMA, 2021). Sobre as categorias fundamentais para a Pragmática, segundo Fávero (2014): Emissor(a), receptor(a), categorias de tempo e de lugar em diálogo com a enunciação. Explicação do uso de distintos advérbios. Tempos gramaticais, termos dêiticos, contextos e tipologias de enunciações. Atos ilocucionários, tipos de discurso. Objetivos e normas sociocomunicativas. 1 Em Linguística de texto – o que é e como se faz, obra de Luiz Antônio Marcuschi, o autor diz que se interessa muito mais pela prática do que pelas teorias acerca da Linguística de Texto, objetivando o ensino da língua, via perspectiva textual. Fatores de contextualização: contextualizadores (assinatura, localização, etc.) e perspectivos (título, início, autor(a), etc.). Fatores de conexão sequencial (coesão): repetidores, substituidores, sequenciadores e moduladores. Fatores de conexão conceitual-cognitiva (coerência): relações lógicas e modelos cognitivos globais. Fatores de conexão de ações (pragmática): intencionalidade, informatividade, situacionalidade, aceitabilidade e intertextualidade. 2 3 Intencionalidade: empenho do(a) produtor(a) em produzir um texto coerente, coeso, capaz de atender seus objetivos em determinada situação comunicativa, mesmo que ele(a) não tenha, muitas vezes, consciência de que suas escolhas linguísticas são feitas estrategicamente, em vista de alcançar uma resposta de seu/sua interlocutor(a). Aceitabilidade: expectativa do(a) interlocutor(a) de que o conjunto de ocorrências linguísticas com que se defronta seja um texto, capaz de levá-lo(a) a adquirir conhecimento ou a cooperar com os objetivos do(a) produtor(a). Mesmo diante de uma ocorrência linguística que, a princípio, possa não fazer sentido, não se pode afirmar que não seja um texto, pois é pressuposto que as manifestações linguísticas servem a algum sentido, até mesmo o de criar o efeito de incoerência, de falta de lógica das ideias, ou de confusão mental por parte de um(a) locutor(a). 4 Informatividade: articulação de informações novas com informações presumivelmente conhecidas. As informações não devem ser inteiramente inusitadas nem totalmente previsíveis, ou seja, o texto deve manter um nível mediano de informatividade (suficiência de dados do texto para ser compreendido com o sentido que o(a) produtor(a) pretende). Intertextualidade: relação que se estabelece entre um texto e outros. Um texto incorpora, explicita ou implicitamente, outros textos à medida que insere citações de obras literárias, enciclopédicas, trechos de música, provérbios, ditados populares, máximas, trechos bíblicos, etc. O conjunto de textos que podem se relacionar, pela forma ou pelo conteúdo, constitui o que chama intertexto. 2 1 Situacionalida de Relação do texto com o contexto sociocomunicativo. O contexto orienta tanto a produção quanto a recepção do texto. Trata-se de um componente extralinguístico (fator pragmático) que define qual o sentido a ser processado. Por exemplo: se alguém em uma interlocução disser “Perdi todo o dinheiro que tinha”, é o contexto que vai esclarecer o sentido de “perder”, que poderá ser: 4 3 em contexto de assalto: roubaram todo o dinheiro no assalto; em um contexto de mesa de jogo: o(a) jogador(a) apostou, sem retorno, todo o seu dinheiro na mesa de jogo; 3) em contexto de apropriação do dinheiro por um Banco: a instituição lançou mão do dinheiro para saldar débitos do cliente. Veja-se também como o efeito de sentido de textos depende do conhecimento do contexto sócio-histórico-cultural, portanto de determinações exteriores ao texto. 1 As fases teóricas que ampliam a Teoria do Texto, basilar para os estudos da Linguística Textual, são: Transfrástica, Gramáticas textuais e a elaboração de uma Teoria do Texto. Tem por meta fundamentar os fenômenos sintático-semânticos, estuda as relações ocorrentes entre enunciados ou sequências de enunciados. (Transfrástica). Tal perspectiva ainda não considerava o texto como objeto de análise, isto é, os estudos partiam da frase para o texto. (Transfrástica). Se embasa na perspectiva de ir além, ainda que se irmanize com a Teoria do Texto, analisa o texto como um sistema uniforme, concreto e intocável, dialogando com o Estruturalismo. (Gramáticas textuais). As regras anunciadas por estes preceitos, anunciam cada sujeito e permitem a estes distinguir entre um conjunto solto de palavras ou frases ou um texto pleno de sentidos. (Gramáticas textuais) Considera o texto como evolutivo, uma vez que, percebe-se visivelmente o texto como processo e não como produto, na dimensão em que seus conceitos se evoluem, levando-se em consideração o texto e o contexto. (Teoria do Texto) 2 3 Os Articuladores Textuais ou Marcadores Discursivos, segundo Marinho (apud LIMA, 2021) anunciam expressões linguísticas que, oriundas das classes gramaticais envolvem a construção do sentido textual. Contribuem para a interpretação do enunciado, via as seguintes funções: cognitiva (orientando o(a) interlocutor(a) na interpretação textual). Contribuem para a interpretação do enunciado, via as seguintes funções: enunciativa (elaborando a enunciação) e argumentativa (orientando as ideias textuais de quem o apresenta). Há, no dizer de Marinho, três tipos de articuladores: os organizadores textuais; os metadiscursivos e os conectores. Os metadiscursivos são assim divididos: modalizadores, metaformulativos e metaenunciativos. Os metaformulativos (anunciam as reflexões do(a) locutor(a) a partir das maneiras como lançou mão determos ou palavras em seu texto), enquanto os metaenunciativos (são utilizados ao introduzir os enunciados que realçam que o(a) locutor(a) reflete sobre o uso de suas expressões). Segundo Bonifácio e Maciel, na obra Linguística Textual, ao tratar sobre os Articuladores, temos alguns preceitos e suas conceituações. A Repetição ou reiteração de itens lexicais, traz elementos que anunciam traços semânticos idênticos ou opostos, acrescentando ao enunciado o que já foi dito, informado. Os Hiperônimo e Hipônimo fundamentam a relação presente entre um vocábulo de sentido genérico (hiperônimo) e outro de sentido específico (hipônimo). No Paralelismo há a presença de repetições nos níveis fonológico, morfológico, lexical, sintático e semântico. O Sintático destaca a correlação da estrutura sintática das frases. O Semântico é uma sequência plena de harmonia e simetria entre as ideias presentes na frase, dialogando com o sentido entre os termos. Sobre as contribuições que a Linguística Textual promove para o ensino de Língua Portuguesa no ambiente educacional, há uma perspectiva sociointeracionista da linguagem, anunciada em uma “interação” entre os sujeitos sociais, conforme Ingedore Koch (1999), plenos de atividades sociocomunicativas. Compreendemos o contexto, não só dialogando com o cotexto, mas como relação de interação (sociopolítica), bem como o contexto entre os interlocutores. O cotexto é um dos principais processos de solução das eventuais ambiguidades ou da heterogeneidade de sentido dos enunciados. Diferencia-se do contexto, este usado para denominar as instâncias enunciativas e os elementos extra-linguísticos fundamentais para a compreensão de um texto ou de um discurso. São fundamentais os conhecimentos presentes, via memória dos sujeitos, na verbalização de seus discursos. Os conhecimentos relevantes, são: o linguístico, enciclopédico, situacional, superestrutural (os gêneros e os tipos textuais), o estilístico e, por fim, a intertextualidade. Gumperz (apud KOCH, 1999) teoriza sobre as pistas de contextualização: os referenciais verbais e os não-verbais usados pelos falantes/ouvintes, ou na interação face a face, organizando o que é dito em determinado tempo e certo lugar ao conhecimento adquirido através da experiência e vivência dos sujeitos, objetivando detectar as pressuposições em que se devem fundamentar para manter o envolvimento conversacional e ter acesso ao sentido pretendido. A prosódia (no tocante à entonação, acento de intensidade, mudanças de clave). Os sinais paralinguísticos (pausas, hesitações, sobreposições de turnos, tom e volume de voz; escolha do código ou do registro). As formas de seleção lexical ou expressões formuladas. Os gestos, expressões fisionômicas, movimentos de corpo ou dos olhos, que podem significar apoio, oposição, ironia ou sarcasmo, ênfase, aborrecimento, entre outras intenções. Um aspecto fundamental para a Linguística Textual é o da Retomada por palavra lexical (substantivo, adjetivo ou verbo). Tal palavra pode ser retomada via repetição, ora por uma substituição de um sinônimo, de um hiperônimo, hipônimo ou por antonomásia. O Sinônimo anuncia uma palavra que possui o mesmo sentido que outra, ou sentido bastante aproximado. O Hiperônimo traz um termo que mantém com outro uma relação do tipo contém / está contido. O Hipônimo anuncia uma palavra que mantém com outra uma relação do tipo está contido / contém. A Antonomásia traz a substituição de um nome próprio por um nome comum ou de um comum por um próprio. Exemplos: “O rei do cangaço”: Lampião; “O rei do pop”: Michael Jackson; “O rei do futebol”: Pelé; “O Rei”: Roberto Carlos. A LINGUÍSTICA TEXTUAL E O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA RECURSOS COESIVOS E DE COERÊNCIA Obrigado!!!