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Anemias 1 Anemias Fonte R+ 2022 Abordagem Inicial Diferenciar entre hipoproliferativa e hiperproliferativa (reticulócitos). Hipoproliferativa: Medula óssea não consegue proliferar linhagem das hemácias. Sem reticulocitose (≤2%). Hiperproliferativa: Medula óssea saudável e com disponibilidade dos substratos necessários. Reticulocitose (>2%). 💡 Mais adequado é usar o índice de reticulócito corrigido (pela gravidade da anemia): (%ret x Ht)/40 Hipoproliferativas: Anemias carenciais (ferro, B12, folato). Anemia da doença crônica. Anemia aplásica. DRC (deficiência de eritropoetina). Fibrose ou infiltração da MO. Hiperproliferativas: Anemia hemolítica. Sangramento agudo. Anemias 2 Anemias Hipoproliferativas Ferropriva Doença crônica Megaloblástica Causa - Deficiência de ferro. - Investigar sangramento crônico em >50a → EDA e colono. - Inflamação crônica. - Infecção, câncer, autoimunes. - Carência de B12 (anemia perniciosa - disabsorção autoimune). - Carência de ácido fólico (alcoolismo, MTX, sulfas, gestação). Patogênese - Defeito na produção de hemoglobina (Fe - grupamento heme). - Ferro preso nos estoques + menor absorção intestinal (bloqueio da ferroportina). - Por produção hepática de hepcidina, induzida pela inflamação. - Falta de substratos p/ multiplicação genética e replicação celular. - Não limitada à hemoglobina. Hemograma - Inicialmente: normo- normo (medula ainda não adaptada). - Eventualmente: microcítica e hipocrômica, com aumento de RDW e plaquetas (MO estimulada). - Geralmente: normo- normo. - Pode ser microcítica e hipocrômica, na mesma lógica da ferropriva, porém menos comum. - Hepcidina aumentada. - Macrocítica. - Pancitopenia. - Aumento de neutrófilos segmentados, neutrófilos hipersegmentados (acúmulo de precursores). Laboratório - Ferro e ferritina (sempre) baixos. - TIBC aumentado (capacidade da transferrina, que tá normal, de transportar o ferro, que tá reduzido). - Ferro e TIBC baixos (redução da síntese de transferrina pela inflamação). - Ferritina aumentada. - Ambos: acúmulo de homocisteína. - B12: acúmulo de ácido metilmalônico. Anemias 3 Ferropriva Doença crônica Megaloblástica Tratamento - Sulfato ferroso (com vitamina C, longe das refeições). - Tratar doença de base. - Reposição de B12 ou folato. - Risco de hipocalemia no início do tratamento (principal íon intracelular). Deficiência de ferro: PICA: perversão do apetite. Coiloníquia: unha em forma de colher. Anemia ferropriva é diagnóstico diferencial das talassemias (disfunção na formação de uma cadeia da Hb, hipo-micro, cinética do ferro normal ou aumentada, células alvo). Deficiência de B12 (cobalamina): Acúmulo de ácido metilmalônico → disfunção das bainhas de mielina → manifestações neurológicas: demência, sensitivas, motoras… Anemias Hiperproliferativas Anemias Hemolíticas Marcadores principais: Reticulocitose. Elevação de bilirrubina indireta e LDH. Redução de haptoglobina (consumida por ligação com a globina liberada pela hemólise). Anemia Hemolítica Autoimune Anticorpo anti-hemácia (IgG, IgM) → aderência e tração da membrana da hemácia → esferócitos na hematoscopia. Anemias 4 A destruição da hemácia é no baço, que reconhece o formato irregular. Não é provocada diretamente pelo anticorpo. Diagnóstico: coombs direto positivo. Tratamento: Prednisona. Esplenectomia (em graves, refratários). Esferocitose Hereditária Citoesqueleto alterado por determinação genética → esferócitos. Destruição esplênica. Anemia hipercrômica. Diagnóstico: Hematoscopia: esferócitos e Coombs direto negativo. Confirmatório: teste da fragilidade osmolar. Tratamento: Esplenectomia se grave. Hemoglobinúria Paroxística Noturna Defeito em célula tronco hematológica → células adultas sensíveis ao complemento → hemólise + pancitopenia + trombose. Trombose porque a agressão plaquetária diminui a contagem, porém também ativa a agregação. Diagnóstico: Citometria de fluxo (redução de CD55 e CD59 na superfície celular). Teste de HAM (hemácias em soro acidificado. Avalia se ativa complemento e provoca hemólise). Tratamento: Prednisona. Anemias 5 Eculizumabe (anti-CD5) - imunossupressão mais específica do complemento. Deficiência de G6PD Momentos de hemólise, quando maior exposição a estresse oxidativo. Anemia hemolítica por infecção e drogas (sulfas, dapsona). Tratamento de suporte. Hemoglobinopatias Beta-talassemia Talassemia: redução do número de cadeias de globina. Normal: cadeias alfa e beta. Beta-talassemia (principal): produção insuficiente de cadeias beta (defeito quantitativo). Acúmulo e sobras de cadeias alfa nas hemácias → hemólise. Falta de cadeias beta → redução de globina → redução de hemoglobina → microcitose. Células-alvo. 💡 - Única anemia hemolítica com microcitose e hipocromia (por falta de hemoglobina). - Particularidades: RDW normal e ferro elevado (diferencial da ferropriva). Anemia Falciforme (drepanocitose) Defeito qualitativo na síntese de cadeias beta (cadeias S) → produção de hemoglobina defeituosa (Hb S) → hemácias em foice → destruição + adesão celular → hemólise + crises vaso-oclusivas. Complicações Agudas Anemias 6 Crises vaso-oclusivas: Crise álgica Tratamento: Hidratação. Avaliar necessidade de O2. Analgesia (AINE, opioides) Transfusão (refratários). Não fazer corticoide (crise rebote de afoiçamento após suspensão). Síndrome torácica aguda Infiltrado novo, febre, dor e sintoma respiratório. Micro-oclusão de vasos pulmonares. Diferencial com pneumonias. Tratamento: ATB (diagnóstico diferencial e possivelmente sincrônica, tendo sido ou não gatilho da crise). Hidratação (cautelosa, risco de EAP). O2. Analgesia. Transfusão (manter Ht>30%). Crise aplásica: Crise anêmica grave relacionada ao parvovírus B19 → destruição de precurssores de hemácias. Tratamento: transfusão. Tratamento de base: Hidroxiureia → aumento da HbF (fetal). Indicações: Anemias 7 ≥3 crises álgicas no último ano ou ≥2 síndromes torácicas no último ano ou Alto risco de AVC (doppler transcraniano). Transplante alogênico de MO. Indicação: Complicações vaso-oclusivas não controladas com hidroxiureia.
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