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Jurisprudência, Informativos do STF sobre Extradição

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Extradição executória e soberania estatal 
A omissão de declarações ao fisco espanhol, objetivando a supressão de tributos, corresponde ao crime 
de sonegação fiscal tipificado no art. 1o, I, da Lei 8.137/1990, a satisfazer a exigência da dupla 
incriminação, que prescinde da absoluta identidade entre os tipos penais. A impossibilidade da 
conversão da pena de multa em prisão em decorrência de seu descumprimento é questão não afeta à 
jurisdição brasileira, sob pena de afronta à soberania do Estado na regulação de seus institutos penais. 
Com base nessa orientação, a Primeira Turma, por maioria, deferiu pedido de extradição formulado 
pelo Governo da Espanha. Na espécie, tratava-se de pleito de extradição executória para que o 
extraditando cumprisse o restante da pena, que fora acrescida de cinco meses em razão do 
inadimplemento da pena de multa. A Turma esclareceu não se tratar de dívida, porém, de pena 
acessória a uma pena criminal, com característica de sanção penal. Destacou que o Estado requerente 
deverá firmar o compromisso de descontar da pena o tempo de prisão do extraditando no território 
brasileiro para fins de extradição. Assinalou que a ausência de legislação a respeito da competência do 
Estado requerente para o processo e o julgamento não teria relevância em face do princípio da 
territorialidade, aplicável em se tratando de prática delituosa contra o seu fisco. A alegada prescrição 
da pretensão punitiva seria impertinente, porquanto se trataria de sentença penal transitada em julgado, 
vale dizer, de questão afeta à prescrição da pretensão executória. A inexistência de comprovação dos 
marcos interruptivos do curso prescricional não impossibilitaria verificar a inocorrência da causa 
extintiva da pena, mercê de o art. 133 do Código Penal espanhol dispor que o prazo prescricional da 
pretensão executória começaria a fluir do trânsito em julgado da sentença (2.2.2011), ou seja, entre o 
marco inicial e a presente data não teria transcorrido o lapso prescricional de cinco anos previsto na 
legislação espanhola. De igual forma, não estaria configurada a prescrição segundo a lei brasileira, que 
prevê o prazo prescricional de oito anos para a pena superior a dois anos e não excedente a quatro anos. 
Vencido o Ministro Marco Aurélio, que concluía não ser possível a entrega do extraditando. Lembrava 
que o Brasil subscrevera o Pacto de São José da Costa Rica e, com isso, fora revogada a prisão por 
dívida civil. Aduzia que não se coadunaria com nosso ordenamento jurídico a transformação de uma 
dívida em pena privativa de liberdade. Frisava que, em face do princípio da simetria, se o crime tivesse 
ocorrido no Brasil, os cinco meses que teriam sido acrescidos em razão do inadimplemento da pena de 
multa resultantes da transformação não seriam cumpridos. 
Ext 1375/DF, rel. Min. Luiz Fux, 25.8.2015. (Ext-1375) (Informativo 796, 1a Turma) 
Extradição e falsidade de registro civil de nascimento 
A Segunda Turma deferiu pedido de extradição instrutória, formulado pelo Governo do Paraguai em 
desfavor de seu nacional, para o processamento de ação penal instaurada naquele país em razão de sua 
suposta participação em dois crimes de homicídio doloso. A defesa sustentava a condição de brasileiro 
nato do extraditando, sendo falso seu registro civil no Paraguai, o que impediria o deferimento da 
extradição. A Turma afirmou que o pedido de extradição fora devidamente instruído pelo Estado 
requerente, observando- se todos os requisitos legais. Assim, foram apresentadas cópias da ordem de 
prisão expedida pela autoridade judiciária competente e dos demais documentos exigidos, havendo 
indicações seguras e precisas sobre o local, a data, a natureza, as circunstâncias e a qualificação legal 
dos fatos delituosos. Ademais, estariam configuradas, na espécie, a dupla tipicidade e a dupla 
punibilidade, na medida em que os fatos delituosos imputados ao extraditando corresponderiam, no 
Brasil, ao crime de homicídio qualificado, previsto no art. 121, § 2o, IV, do CP, e não teria ocorrido a 
prescrição da pretensão punitiva, consoante os textos legais apresentados pelo Estado requerente e a 
legislação penal brasileira (CP, art. 109, I). Relativamente à suposta condição de brasileiro nato do 
extraditando, o Colegiado asseverou ser incontroverso o fato de o extraditando ter dois assentos de 
nascimento, o primeiro lavrado no Paraguai, e o segundo, no Brasil, dez anos depois. Como os dois 
registros apontariam que o extraditando nascera, na mesma data, em ambos os países, a 
impossibilidade lógica e material de sua coexistência seria manifesta. Outrossim, nos termos do art. 
1.604 do CC, “ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, salvo 
provando-se erro ou falsidade do registro”. Na espécie, juízo de primeira instância, em ação anulatória 
de registro civil ajuizada pelo Ministério Público estadual, deferira pleito de antecipação dos efeitos da 
tutela jurisdicional e cancelara o assento de nascimento do extraditando no Brasil. Assim, estando 
judicialmente afastada a presunção “juris tantum” de veracidade do registro brasileiro, por decisão que, 
não obstante provisória, continuaria a projetar seus efeitos, não haveria óbice à análise do mérito do 
pedido de extradição. Nesse particular, embora o pleito extradicional não fosse a sede própria para a 
determinação da real nacionalidade do extraditando, inúmeros elementos de prova constantes dos autos 
reforçariam a convicção de que ele seria natural do Paraguai, lá gozando da condição de paraguaio 
nato. Nesse sentido, esses elementos corroborariam a decisão de 1o grau que cancelara o seu registro 
civil brasileiro. Ante o consignado, não seria aplicável ao caso em comento o art. 5o, LI, da CF, que 
veda a extradição do brasileiro nato. 
Ext 1393/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 25.8.2015. (Ext-1393) (Informativo 796, 2a Turma) 
Extradição e dupla tipicidade - 3 
Em conclusão de julgamento, a Segunda Turma, por maioria, indeferiu pedido de extradição 
instrutória, formulado pelo Governo da Suécia em desfavor de seu nacional, para o processamento de 
ação penal instaurada em razão da suposta prática do crime de “conduta arbitrária com menor” (Código 
Penal sueco, art. 7o, § 4o). No caso, o extraditando, que deteria guarda compartilhada de sua filha — a 
qual residiria permanentemente com ele — viajara com ela para o Brasil. Posteriormente, a justiça 
sueca proferira decisão no sentido de transferir a guarda da menor unicamente para a mãe. Entre outras 
alegações, a defesa sustentava que: a) o fato imputado ao extraditando seria atípico e não encontraria 
correspondência na legislação penal brasileira, carecendo da dupla tipicidade, a atrair a incidência do 
art. 77, II, da Lei 6.815/1980; e b) seria necessário aguardar o deslinde de ação de busca, apreensão e 
restituição da menor, em trâmite perante a Justiça Federal, para perquirir eventual tipicidade penal da 
conduta do extraditando — v. Informativo 784. O Colegiado afirmou que o crime em análise teria se 
consumado, de acordo com a lei sueca, no momento em que o extraditando deixara a Suécia, com a sua 
filha, aparentemente sem o consentimento da mãe. Porém, a legislação brasileira trataria o fato de 
forma diferente. O pai até poderia ser autor do crime de subtração de incapazes, mas apenas se 
destituído ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda, nos termos art. 249, 
§ 1o, do CP. Portanto, não se constataria, no caso, a dupla tipicidade, na medida em que o pai, no 
momento da viagem, teria a guarda da menor. Somente quando a criança já estava no Brasil, movera-se 
ação judicial perante a Corte sueca, o que levara à cassação da guarda pelo extraditando. Se crime 
houvesse, de acordo com o direito brasileiro, residiria na negativa de restituição da menor pelo 
extraditando após a perda da guarda. O Ministro Celso de Mello salientou que a questão da subtração 
de menores incapazes teria, no plano penal, dois tratamentoslegais distintos, fundados no art. 249 do 
CP e no art. 237 do ECA. Afirmou que, em razão de o extraditando ter ingressado em território 
brasileiro, sob a égide de autorização judicial, na qual estabelecida a guarda compartilhada da menor, 
tornar-se-ia inaplicável ao caso o disposto no art. 249 do CP, considerada a restrição expressamente 
fixada em seu § 1o. Sob a perspectiva do art. 237 do ECA, que exigiria requisito específico para sua 
caracterização — a subtração para a colocação em lar substituto —, entendeu que a conduta material 
praticada pelo extraditando, possuidor, à luz do Código Civil, de legitimidade para exercer todos os 
poderes jurídicos inerentes à guarda sobre a criança, seria diversa daquela descrita no referido tipo 
penal. Não estaria devidamente caracterizada, portanto, a subtração a que alude a legislação penal 
brasileira, quer na descrição típica constante do art. 249 do CP, quer na descrição formulada pelo art. 
237 do ECA. Ademais, eventual delito cometido pelo extraditando, após a transferência da guarda da 
menor para sua mãe, estaria sujeito à competência penal do Estado brasileiro, aplicando-se o princípio 
da territorialidade, que se acha consagrado expressamente no art. 5o do CP. Concluiu ser aplicável à 
espécie a restrição fundada no art. 77, II, do Estatuto do Estrangeiro, devendo, dessa forma, ser 
indeferido o pedido de extradição. Vencido, no ponto, o Ministro Teori Zavascki (relator), que deferia 
o pedido extradicional. O Colegiado ressaltou, por fim, que a ação de busca, apreensão e restituição da 
menor movida pela União, com base na Convenção sobre Aspectos Civis do Sequestro Internacional de 
Crianças – Convenção de Haia, visando ao retorno à Suécia e entrega da menor à genitora, não estaria 
prejudicada. 
Ext 1354/DF, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 30.6.2015. (Ext-
1354) (Informativo 792, 2a Turma) 
Extradição e prescrição da pretensão punitiva 
Por não atendido o requisito da dupla punibilidade, a Segunda Turma indeferiu pedido de extradição 
formulado pelo Governo da Itália. Na espécie, o estrangeiro fora condenado pela justiça italiana por 
crimes de falência fraudulenta. Embora presente o requisito da dupla tipicidade, os delitos teriam sido 
praticados sob a vigência do Decreto-Lei 7.661/1945 (Lei de Falências). A referida norma previa o 
prazo prescricional de dois anos para os crimes em comento, tempo esse já transcorrido. A Turma 
reputou extinta a pretensão executória da pena nos termos da legislação vigente no Brasil, à época dos 
fatos. 
Ext 1324/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 7.4.2015. (Ext-1324) (Informativo 780, 2a Turma) 
“Em conclusão, a Segunda Turma concedeu a ordem para afastar o óbice da substituição da 
pena privativa de liberdade por restritiva de direito a estrangeiro não residente no país. (...) 
Consignou, de início, que o fato de o estrangeiro não possuir domicílio no território brasileiro 
não afastaria, por si só, o benefício da substituição da pena. (...) Não se trataria, pois, de 
critério que valorizasse a residência como elemento normativo em si mesmo. Assentou que a 
interpretação do art. 5o, caput, da CF não deveria ser literal, porque, de outra forma, os 
estrangeiros não residentes estariam alijados da titularidade de todos os direitos fundamentais. 
Ressaltou a existência de direitos assegurados a todos, independentemente da nacionalidade 
do indivíduo, porquanto considerados emanações necessárias do princípio da dignidade da 
pessoa humana. (...) Nesse ponto, concluiu que o fato de o paciente não possuir domicílio no 
Brasil não legitimaria a adoção de tratamento distintivo e superou essa objeção.” (HC 94.477, 
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 6-9-2011, Segunda Turma, Informativo 639.) Vide: 
HC 94.016, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 16-9-2008, Segunda Turma, DJE de 
27-2-2009. 
 
“Deveras, antes de deliberar sobre a existência de poderes discricionários do presidente da 
República em matéria de extradição, ou mesmo se essa autoridade se manteve nos lindes da 
decisão proferida pelo Colegiado anteriormente, é necessário definir se o ato do chefe de 
Estado é sindicável pelo Judiciário, em abstrato. (...) O sistema ‘belga’ ou ‘da contenciosidade 
limitada’, adotado pelo Brasil, investe o STF na categoria de órgão juridicamente existente 
apenas no âmbito do direito interno, devendo, portanto, adstringir-se a examinar a legalidade 
da extradição; é dizer, seus aspectos formais, nos termos do art. 83 da Lei 6.815/1980 (...). O 
presidente da República, no sistema vigente, resta vinculado à decisão do STF apenas quando 
reconhecida alguma irregularidade no processo extradicional, de modo a impedir a remessa 
do extraditando ao arrepio do ordenamento jurídico, nunca, contudo, para determinar 
semelhante remessa, porquanto, o Poder Judiciário deve ser o último guardião dos direitos 
fundamentais de um indivíduo, seja ele nacional ou estrangeiro, mas não dos interesses 
políticos de Estados alienígenas, os quais devem entabular entendimentos com o chefe de 
Estado, vedada a pretensão de impor sua vontade através dos tribunais internos. (...) O 
princípio da separação dos Poderes (art. 2o da CRFB), indica não competir ao STF rever o 
mérito de decisão do presidente da República, enquanto no exercício da soberania do país, 
tendo em vista que o texto constitucional conferiu ao chefe supremo da Nação a função de 
representação externa do país. (...) A extradição não é ato de nenhum Poder do Estado, mas 
da República Federativa do Brasil, pessoa jurídica de direito público externo, representada na 
pessoa de seu chefe de Estado, o presidente da República. A reclamação por descumprimento 
de decisão ou por usurpação de poder, no caso de extradição, deve considerar que a 
Constituição de 1988 estabelece que a soberania deve ser exercida, em âmbito interno, pelos 
três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e, no plano internacional, pelo chefe de 
Estado, por isso que é insindicável o poder exercido pelo presidente da República e, 
consequentemente, incabível a reclamação, porquanto juridicamente impossível submeter o 
ato presidencial à apreciação do Pretório Excelso.” (Rcl 11.243, Rel. p/ o ac. Min. Luiz Fux, 
julgamento em 8-6-2011, Plenário, DJE de 5-10-2011.) 
“Crime de tráfico de entorpecentes praticado por estrangeiro. Aplicabilidade da Lei 6.815/ 
1980. Estatuto do Estrangeiro. Súdito colombiano. Expulsão do território nacional. Medida 
político-administrativa de proteção à ordem pública e ao interesse social. Competência 
exclusiva do presidente da República. Ato discricionário. Análise, pelo Poder Judiciário, da 
conveniência e da oportunidade do ato. Impossibilidade. Controle jurisdicional circunscrito ao 
exame da legitimidade jurídica do ato expulsório. Inocorrência de causas de 
inexpulsabilidade. Art. 75, II, da Lei 6.815/1980. Inexistência de direito público subjetivo à 
permanência no Brasil. Plena regularidade formal do procedimento administrativo instaurado. 
Pedido indeferido. A expulsão de estrangeiros – que constitui manifestação da soberania do 
Estado brasileiro – qualifica-se como típica medida de caráter político-administrativo, da 
competência exclusiva do presidente da República, a quem incumbe avaliar, 
discricionariamente, a conveniência, a necessidade, a utilidade e a oportunidade de sua 
efetivação. Doutrina. Precedentes. O julgamento da nocividade da permanência do súdito 
estrangeiro em território nacional inclui-se na esfera de exclusiva atribuição do chefe do 
Poder Executivo da União. Doutrina. Precedentes. O poder de ordenar a expulsão de 
estrangeiros sofre, no entanto, limitações de ordem jurídica consubstanciadas nas condições 
de inexpulsabilidade previstas no Estatuto do Estrangeiro (art. 75, II, a e b). O controle 
jurisdicional do ato de expulsão não incide, sob pena de ofensa ao princípio da separação de 
poderes, sobre o juízo de valor emitido pelo chefe do Poder Executivo da União. A tutela 
judicialcircunscreve-se, nesse contexto, apenas aos aspectos de legitimidade jurídica 
concernentes ao ato expulsório. Precedentes. (...) Para efeito de incidência da causa de 
inexpulsabilidade referida no art. 75, II, b, da Lei 6.815/1980, mostra-se imprescindível, no 
que concerne à pessoa do filho brasileiro, a cumulativa satisfação dos dois requisitos fixados 
pelo Estatuto do Estrangeiro: (a) guarda paterna e (b) dependência econômica. Precedentes.” 
(HC 72.851, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 25-10-1995, Plenário, DJE de 28-11-
2008.) No mesmo sentido: HC 85.203, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 6-8-2009, 
Plenário, DJE de 16-12-2010; HC 82.893, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 17-12-
2004, Plenário, DJ de 8-4-2005. Vide: HC 101.269, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 
3-8-2010, Primeira Turma, DJE de 20-8-2010. 
 
“Privilégios diplomáticos não podem ser invocados, em processos trabalhistas, para coonestar 
o enriquecimento sem causa de Estados estrangeiros, em inaceitável detrimento de 
trabalhadores residentes em território brasileiro, sob pena de essa prática consagrar censurável 
desvio ético-jurídico, incompatível com o princípio da boa-fé e inconciliável com os grandes 
postulados do direito internacional. O privilégio resultante da imunidade de execução não 
inibe a Justiça brasileira de exercer jurisdição nos processos de conhecimento instaurados 
contra Estados estrangeiros.” (RE 222.368-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 
30-4-2002, Segunda Turma, DJ de 14-2-2003.) 
 
“Não há incompatibilidade absoluta entre o instituto do asilo político e o da extradição 
passiva, na exata medida em que o STF não está vinculado ao juízo formulado pelo Poder 
Executivo na concessão administrativa daquele benefício regido pelo direito das gentes. Disso 
decorre que a condição jurídica de asilado político não suprime, só por si, a possibilidade de o 
Estado brasileiro conceder, presentes e satisfeitas as condições constitucionais e legais que a 
autorizam, a extradição que lhe haja sido requerida. O estrangeiro asilado no Brasil só não 
será passível de extradição quando o fato ensejador do pedido assumir a qualificação de crime 
político ou de opinião ou as circunstâncias subjacentes à ação do Estado requerente 
demonstrarem a configuração de inaceitável extradição política disfarçada.” (Ext 524, Rel. 
Min. Celso de Mello, julgamento em 31-10-1989, Plenário, DJ de 8-3-1991.) 
“O súdito estrangeiro, mesmo aquele sem domicílio no Brasil, tem direito a todas as 
prerrogativas básicas que lhe assegurem a preservação do status libertatis e a observância, 
pelo Poder Público, da cláusula constitucional do due process. O súdito estrangeiro, mesmo o 
não domiciliado no Brasil, tem plena legitimidade para impetrar o remédio constitucional do 
habeas corpus, em ordem a tornar efetivo, nas hipóteses de persecução penal, o direito 
subjetivo, de que também é titular, à observância e ao integral respeito, por parte do Estado, 
das prerrogativas que compõem e dão significado à cláusula do devido processo legal. A 
condição jurídica de não nacional do Brasil e a circunstância de o réu estrangeiro não possuir 
domicílio em nosso País não legitimam a adoção, contra tal acusado, de qualquer tratamento 
arbitrário ou discriminatório. Precedentes. Impõe-se, ao Judiciário, o dever de assegurar, 
mesmo ao réu estrangeiro sem domicílio no Brasil, os direitos básicos que resultam do 
postulado do devido processo legal, notadamente as prerrogativas inerentes à garantia da 
ampla defesa, à garantia do contraditório, à igualdade entre as partes perante o juiz natural e à 
garantia de imparcialidade do magistrado processante.” (HC 94.016, Rel. Min. Celso de 
Mello, julgamento em 16-9-2008, Segunda Turma, DJE de 27-2-2009.) No mesmo sentido: 
HC 102.041, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 20-4-2010, Segunda Turma, DJE de 
20-8-2010; HC 94.404, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 18-11-2008, Segunda 
Turma, DJE de 18-6-2010. Vide: HC 94.477, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 6-9-
2011, Segunda Turma, Informativo 639; HC 72.391-QO, Rel. Min. Celso de Mello, 
julgamento em 8-3-1995, Plenário, DJ de 17-3-1995. 
“O brasileiro nato, quaisquer que sejam as circunstâncias e a natureza do delito, não pode ser 
extraditado, pelo Brasil, a pedido de governo estrangeiro, pois a CR, em cláusula que não 
comporta exceção, impede, em caráter absoluto, a efetivação da entrega extradicional daquele 
que é titular, seja pelo critério do jus soli, seja pelo critério do jus sanguinis, de nacionalidade 
brasileira primária ou originária. Esse privilégio constitucional, que beneficia, sem exceção, o 
brasileiro nato (CF, art. 5o, LI), não se descaracteriza pelo fato de o Estado estrangeiro, por 
lei própria, haver-lhe reconhecido a condição de titular de nacionalidade originária pertinente 
a esse mesmo Estado (CF, art. 12, § 4o, II, a). Se a extradição não puder ser concedida, por 
inadmissível, em face de a pessoa reclamada ostentar a condição de brasileira nata, legitimar- 
-se-á a possibilidade de o Estado brasileiro, mediante aplicação extraterritorial de sua própria 
lei penal (...) – e considerando, ainda, o que dispõe o Tratado de Extradição Brasil-Portugal 
(...) –, fazer instaurar, perante órgão judiciário nacional competente (...), a concernente 
persecutio criminis, em ordem a impedir, por razões de caráter ético-jurídico, que práticas 
delituosas, supostamente cometidas, no exterior, por brasileiros (natos ou naturalizados), 
fiquem impunes.” (HC 83.113-QO, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 26-6-2003, 
Plenário, DJ de 29-8-2003.) No mesmo sentido: Ext 916, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento 
em 19-5-2005, Plenário, DJ de 21-10-2005. 
 
“Extradição passiva e brasileiro naturalizado. Possibilidade excepcional. Tráfico ilícito de 
entorpecentes. Necessidades, em tal hipótese, de que se demonstre ‘comprovado 
envolvimento’ do brasileiro naturalizado (CF, art. 5o, LI). Exceção constitucional ao modelo 
de contenciosidade limitada. Inaplicabilidade dessa regra da CR ao súdito estrangeiro, embora 
o coautor do mesmo fato delituoso ostente a condição de brasileiro naturalizado. O brasileiro 
naturalizado, em tema de extradição passiva, dispõe de proteção constitucional mais intensa 
que aquela outorgada aos súditos estrangeiros em geral, pois somente pode ser extraditado 
pelo Governo do Brasil em duas hipóteses excepcionais: (a) crimes comuns cometidos antes 
da naturalização e (b) tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins praticado em qualquer 
momento, antes ou depois de obtida a naturalização (CF, art. 5o, LI). Tratando-se de 
extradição requerida contra brasileiro naturalizado, fundada em suposta prática de tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins, impõe-se, ao Estado requerente, a comprovação do 
envolvi- mento da pessoa reclamada no cometimento de referido evento delituoso. A 
inovação jurídica introduzida pela norma inscrita no art. 5o, LI, in fine, da Constituição – 
além de representar, em favor do brasileiro naturalizado, clara derrogação do sistema de 
contenciosidade limitada – instituiu procedimento, a ser disciplinado em lei, destinado a 
ensejar cognição judicial mais abrangente do conteúdo da acusação (ou da condenação) penal 
estrangeira, em ordem a permitir, embora excepcionalmente, ao STF, na ação de extradição 
passiva, o exame do próprio mérito da persecutio criminis instaurada perante autoridades do 
Estado requerente. Precedentes: Ext 688/República Italiana, Rel. Min. Celso de Mello – Ext 
934/República Oriental do Uruguai, Rel. Min. Eros Grau – Ext 1.074/República Federal da 
Alemanha, Rel. Min. Celso de Mello, v.g. Não se aplica, contudo, ao súdito estrangeiro, em 
sede extradicional, essa mesma regra constitucional de tratamento mais favorável (CF, art. 5o, 
LI), não obstante o coautor do fato delituoso ostente a condição de brasileiro naturalizado.” 
(Ext 1.082, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 19-6-2008, Plenário, DJE de 8-8-2008.)No mesmo sentido: Art. 5o, LI e LII Ext 1.121, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 18-
12-2009, Plenário, DJE de 25-6-2010; Ext 688, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 9-
10-1996, Plenário, DJ de 22-8-1997. 
“Ao princípio geral de inextraditabilidade do brasileiro, incluído o naturalizado, a 
Constituição admitiu, no art. 5o, LI, duas exceções: a primeira, de eficácia plena e 
aplicabilidade imediata, se a naturalização é posterior ao crime comum pelo qual procurado; a 
segunda, no caso de naturalização anterior ao fato, se cuida de tráfico de entorpecentes: aí, 
porém, admitida, não como a de qualquer estrangeiro, mas, sim, ‘na forma da lei’, e por 
‘comprovado envolvimento’ no crime: a essas exigências de caráter excepcional não basta a 
concorrência dos requisitos formais de toda extradição, quais sejam, a dúplice incriminação 
do fato imputado e o juízo estrangeiro sobre a seriedade da suspeita. No ‘sistema belga’, a que 
se filia o da lei brasileira, os limites estreitos do processo extradicional traduzem disciplina 
adequada somente ao controle limitado do pedido de extradição, no qual se tomam como 
assentes os fatos, tal como resultem das peças produzidas pelo Estado requerente; para a 
extradição do brasileiro naturalizado antes do fato, porém, que só a autoriza no caso de seu 
‘comprovado envolvimento’ no tráfico de drogas, a Constituição impõe à lei ordinária a 
criação de um procedimento específico, que comporte a cognição mais ampla da acusação na 
medida necessária à aferição da concorrência do pressuposto de mérito, a que 
excepcionalmente subordinou a procedência do pedido extraditório: por isso, a norma final do 
art. 5o, LI, da CF não é regra de eficácia plena, nem de aplicabilidade imediata.” (Ext 541, 
Rel. p/ o ac. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 7-11-1991, Plenário, DJ de 18-12-
1992.) 
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; 
• “A presente extradição (...) reveste-se de caráter instrutório, eis que o ora extraditando 
ainda não sofreu condenação penal definitiva pela suposta prática do crime de conduzir 
veículo, sob influência de bebida alcoólica e com velocidade excessiva, em contexto de que 
resultou a morte de sua passageira (...). A infração penal atribuída ao extraditando acha-se 
desvestida de caráter político. Constitui delito comum, insuscetível de julgamento perante 
órgãos judiciário ou tribunais de exceção no Estado requerente.” (Ext 1.203, voto do Rel. 
Min. Celso de Mello, julgamento em 2-12-2010, Plenário, DJE de 25-2-2011.) 
• “Não configura crime político, para fim de obstar o acolhimento de pedido de extradição, 
homicídio praticado por membro de organização revolucionária clandestina, em plena 
normalidade institucional de Estado Democrático de Direito, sem nenhum propósito político 
imediato ou conotação de reação legítima a regime opressivo. (...) Não caracteriza a hipótese 
legal de concessão de refúgio, consistente em fundado receio de perseguição política, o 
pedido de extradição para regular execução de sentenças definitivas de condenação por 
crimes comuns, proferidas com observância do devido processo legal, quando não há prova 
de nenhum fato capaz de justificar receio atual de desrespeito às garantias constitucionais do 
condenado.” (Ext 1.085, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 16-12-2009, Plenário, DJE 
de 16-4-2010.) 
• “A ação de extradição passiva não confere, ordinariamente, ao STF, qualquer poder de 
indagação sobre o mérito da pretensão deduzida pelo Estado requerente ou sobre o contexto 
probatório em que a postulação extradicional se apoia, não cabendo, ainda, a esta Corte 
Suprema, o exame da negativa de autoria invocada pelo extraditando em sua defesa. Prece- 
dentes. Doutrina. O sistema de contenciosidade limitada, que caracteriza o regime jurídico 
Art. 5o, LII 
da extradição passiva no direito positivo brasileiro, não permite qualquer indagação 
probatória pertinente ao ilícito criminal cuja persecução, no exterior, justificou o ajuizamento 
da demanda extradicional perante o STF. Revelar-se-á excepcionalmente possível, no entanto, 
a análise, pelo STF, de aspectos materiais concernentes à própria substância da imputação 
penal, sempre que tal exame se mostrar indispensável à solução de controvérsia pertinente (a) 
à ocorrência de prescrição penal, (b) à observância do princípio da dupla tipicidade ou (c) à 
configuração eventualmente política tanto do delito atribuído ao extraditando quanto das 
razões que levaram o Estado estrangeiro a requerer a extradição de determinada pessoa ao 
Governo brasileiro. Inocorrência, na espécie, de qualquer dessas hipóteses.” (Ext 1.171, Rel. 
Min. Celso de Mello, julgamento em 19-11-2009, Plenário, DJE de 25-6-2010.) 
• “Extradição: Colômbia: crimes relacionados à participação do extraditando – então 
sacerdote da Igreja Católica – em ação militar das Forças Armadas Revolucionárias da 
Colômbia (FARC). Questão de ordem. Reconhecimento do status de refugiado do 
extraditando, por decisão do Comitê Nacional para Refugiados (CONARE): pertinência 
temática entre a motivação do deferimento do refúgio e o objeto do pedido de extradição: 
aplicação da Lei 9.474/1997, art. 33 (Estatuto do Refugiado), cuja constitucionalidade é 
reconhecida: ausência de violação do princípio constitucional da separação dos Poderes. De 
acordo com o art. 33 da Lei 9.474/1997, o reconhecimento administrativo da condição de 
refugiado, enquanto dure, é elisiva, por definição, da extradição que tenha implicações com 
os motivos do seu deferimento. É válida a lei que reserva ao Poder Executivo – a quem 
incumbe, por atribuição constitucional, a competência para tomar decisões que tenham 
reflexos no plano das relações internacionais do Estado – o poder privativo de conceder asilo 
ou refúgio. A circunstância de o prejuízo do processo advir de ato de um outro Poder – desde 
que compreendido na esfera de sua competência – não significa invasão da área do Poder 
Judiciário. Pedido de extradição não conhecido, extinto o processo, sem julgamento do mérito 
e determinada a soltura do extraditando. Caso em que, de qualquer sorte, incidiria a proibição 
constitucional da extradição por crime político, na qual se compreende a prática de eventuais 
crimes contra a pessoa ou contra o patrimônio no contexto de um fato de rebelião de 
motivação política (Ext 493).” (Ext 1.008, Rel. p/ o ac. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento 
em 21-3-2007, Plenário, DJ de 17-8-2007.) 
• “Uma vez constatado o entrelaçamento de crimes de natureza política e comum, impõe 
indeferir a extradição. Precedentes: Ext 493-0 e 694-1 (...).” (Ext 994, Rel. Min. Marco 
Aurélio, julgamento em 14-12-2005, Plenário, DJ de 4-8-2006.) 
• “Extraditabilidade do terrorista: necessidade de preservação do princípio democrático e 
essencialidade da cooperação internacional na repressão ao terrorismo. O estatuto da 
criminalidade política não se revela aplicável nem se mostra extensível, em sua projeção 
jurídico-constitucional, aos atos delituosos que traduzam práticas terroristas, sejam aquelas 
cometidas por particulares, sejam aquelas perpetradas com o apoio oficial do próprio aparato 
governamental, à semelhança do que se registrou, no Cone Sul, com a adoção, pelos regimes 
militares sul-americanos, do modelo desprezível do terrorismo de Estado. (...) A cláusula de 
proteção constante do art. 5o, LII, da CR – que veda a extradição de estrangeiros por crime 
político ou de opinião – não se estende, por tal razão, ao autor de atos delituosos de natureza 
terrorista, considerado o frontal repúdio que a ordem constitucional brasileira dispensa ao 
terrorismo e ao terrorista. A extradição – enquanto meio legítimo de cooperação internacional 
Art. 5o, LII e LIII 
na repressão às práticas de criminalidade comum – representa instrumento de significativa 
importância no combate eficaz ao terrorismo, que constitui ‘uma grave ameaça para os valo- 
res democráticos e para a paz e a segurançainternacionais (...)’ (Convenção Interamericana 
contra o Terrorismo, Art. 11), justificando-se, por isso mesmo, para efeitos extradicionais, a 
sua descaracterização como delito de natureza política.” (Ext 855, Rel. Min. Celso de Mello, 
julgamento em 26-8-2004, Plenário, DJ de 1o-7-2005.) 
• “Extraditando acusado de transmitir ao Iraque segredo de Estado do Governo requerente 
(República Federal da Alemanha), utilizável em projeto de desenvolvimento de armamento 
nuclear. Crime político puro, cujo conceito compreende não só o cometido contra a segurança 
interna, como o praticado contra a segurança externa do Estado, a caracterizarem, ambas as 
hipóteses, a excludente de concessão de extradição (...).” (Ext 700, Rel. Min. Octavio Gallotti, 
julgamento em 4-3-1998, Plenário, DJ de 5-11-1999.) 
• “Não havendo a Constituição definido o crime político, ao Supremo cabe, em face da 
conceituação da legislação ordinária vigente, dizer se os delitos pelos quais se pede a 
extradição, constituem infração de natureza política ou não, tendo em vista o sistema da 
principalidade ou da preponderância.” (Ext 615, Rel. Min. Paulo Brossard, julgamento em 19-
10-1994, Plenário, DJ de 5-12-1994.) 
• “A inextraditabilidade de estrangeiros por delitos políticos ou de opinião reflete, em nosso 
sistema jurídico, uma tradição constitucional republicana. Dela emerge, em favor dos súditos 
estrangeiros, um direito público subjetivo, oponível ao próprio Estado e de cogência 
inquestionável. Há, no preceito normativo que consagra esse favor constitutionis, uma 
insuperável limitação jurídica ao poder de extraditar do Estado brasileiro. Não há 
incompatibilidade absoluta entre o instituto do asilo político e o da extradição passiva, na 
exata medida em que o STF não está vinculado ao juízo formulado pelo Poder Executivo na 
concessão administrativa daquele benefício regido pelo direito das gentes. Disso decorre que 
a condição jurídica de asilado político não suprime, só por si, a possibilidade de o Estado 
brasileiro conceder, presentes e satisfeitas as condições constitucionais e legais que a 
autorizam, a extradição que lhe haja sido requerida. O estrangeiro asilado no Brasil só não 
será passível de extradição quando o fato ensejador do pedido assumir a qualificação de crime 
político ou de opinião ou as circunstâncias subjacentes à ação do Estado requerente 
demonstrarem a configuração de inaceitável extradição política disfarçada.” (Ext 524, Rel. 
Min. Celso de Mello, julgamento em 31-10-1989, Plenário, DJ de 8-3-1991.)

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