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APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período ANATOMIA DOS VASOS DOS MMII • Os vasos sanguíneos promovem a circulação sanguínea pelo corpo FISIOPATOLOGIA, EPIDEMIOLOGIA, FATORES DE RISCO, MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA DAOP • Obstrução variável do fluxo sanguíneo para os membros inferiores podendo ou não gerar sintomas, geralmente associada à aterosclerose das artérias que nutrem os membros. Relembrando a aterosclerose Resumindo: lesão endotelial -> acúmulo endotelial -> adesão plaquetária -> adesão de monócitos ao endotélio -> acúmulo de lipídeos -> recrutamento de células musculares lisas devido aos fatores liberados -> proliferação de células musculares lisas e produção de MEC (matriz extracelular) a. Primeiramente, deve existir algum irritante no sangue, que vai predispor a aterosclerose. Esse irritante pode ser: excesso de lipídeos : LDL; toxinas do cigarro ou HAS -> ocasionando o dano ao endotélio b. Partículas de LDL colesterol entram no espaço sub- endotelial (que fica entre as células endoteliais e a membrana interna elástica), formando uma camada de gordura. c. Os monócitos (sofrem diapedese) são atraídos pelo LDL oxidado e se acoplam na membrana sub-endotelial e passam ser classificados como macrófagos, pois englobam as partículas ricas em lipídeos (LDL), iniciando então a formação de uma placa d. Os macrófagos então passam a se chamar células espumosas, a massa adiposa se torna madura e é recoberta por uma capa de fibras, que é uma tentativa do organismo de interromper ou cicatrizar o desenvolvimento da placa aterosclerótica e. Há formação de um trombo, que quando atinge um tamanho suficiente para estreitar o vaso, limita o fluxo sanguíneo e causam sintomas de angina estável, que representam as dores do peito sem esforços prévios Fisiopatologia • A doença arterial periférica, em geral, refere-se a uma doença que obstrui o suprimento sanguíneo para as extremidades inferiores ou superiores. • Mais comumente causada por aterosclerose, que provoca uma quebra do equilíbrio entre o suprimento e a demanda de oxigênio nos músculos, mas pode resultar de outras condições como trombose, embolia, vasculite, displasia fibromuscular. • A DAOP correlaciona-se fortemente com o risco de eventos cardiovasculares maiores, já que em muitos casos associa-se a DAC e AVC. Comumente é subdiagnosticada e subtratada. • Pacientes com hipofluxo em membros estão mais suscetíveis a desenvolver sarcopenia e substituição gordurosa do músculo, que costuma ser reversível caso haja intervenção. Quadro Clínico • Pacientes com doença arterial obstrutiva periférica (DAOP), muitas vezes, não apresentam queixas. No entanto, se o fornecimento de sangue não satisfaz os requisitos metabólicos para atender à demanda de oxigênio como consequência do estreitamento arterial, os sintomas começam a ocorrer. A gravidade depende do grau de estreitamento arterial, do número de artérias afetadas, do nível de atividade física dos pacientes e da rede de artérias colaterais formadas. Manifestações clínicas: - Claudicação intermitente e dor nos membros inferiores (MMII) em repouso; - Dor atípica em MMII; - Úlcera/gangrena; - Rarefação de pelos em MMII; - Onicose (doença ou deformidade das unhas); Obs: A doença que se manifesta de forma assintomática ou com sintomas leves, como dor ao exercício (claudicação intermitente), tem evolução mais benigna que as formas que se apresentam inicialmente com dor em repouso ou úlcera. APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período Fatores de risco Os fatores de risco são os mesmos relacionados à doença cardiovascular: - Idade > 70 anos; - Idade de 50-69 anos, com história de tabagismo ou diabetes; - Idade de 40-49 anos, com diabetes e pelo menos um outro fator de risco para aterosclerose; - Sintomas sugestivos de claudicação de MMII com o esforço ou dor isquêmica em repouso; - Exame do pulso de extremidade inferior anormal; - Aterosclerose conhecida em outros locais (ex.: coronária, carótida, doença da artéria renal); - Além de outros fatores, como sexo masculino, de etnia negra, história familiar de doença aterosclerótica, tabagismo, diabetes, hipertensão arterial sistêmica, hipercolesterolemia, hiper-homocisteinemia, doença renal crônica. Exame Físico - Avaliação dos sinais vitais, incluindo aferição da PA em ambos os membros; - Avaliação do índice tornozelo-braquial; - Palpação dos pulsos e ausculta das artérias; - Avaliação da pele: Ressecada, rarefação de pelos, palidez, cianose, diferença de temperatura entre os membros, úlcera, gangrena, onicose; - Avaliação neurológica motora e sensibilidade. Diagnóstico Exames de Rotina - Índice tornozelo-braquial: ≤ 0,9 indica obstrução (comparação entre a pressão arterial medida no tornozelo em relação a medida na artéria braquial); - Registro do volume de pulso: Demonstra graficamente as alterações volumétricas do pulso em um segmento; - Medida da pressão segmentar: Presença de gradiente entre os segmentos demonstra presença de obstrução; - Teste ergométrico: Avalia significância clínica das estenoses; - Ultrassonografia com Doppler: Na presença de estenose, observa-se aumento da velocidade do fluxo sanguíneo através pelo lúmen estreitado; - Angiografia por ressonância magnética: Auxilia na tomada de decisão para intervenção endovascular e cirúrgica; - Angiografia por tomografia. Tratamento O objetivo do tratamento da DAOP é a redução na morbimortalidade cardiovascular, assim como a melhora na qualidade de vida pela redução dos sintomas de claudicação, eliminando a dor em repouso e preservando a viabilidade do membro. Portanto, as considerações terapêuticas incluem o controle dos fatores de risco: • Hipolipemiantes: Sempre indicados em doses pelo menos moderadas, por reduzirem a progressão da doença e terem impacto na melhora dos sintomas; • Cessação do tabagismo; • Tratamento do diabetes; • Controle da pressão arterial; • Prática de exercícios físicos supervisionada para os que toleram; • Agentes antiplaquetários: Ácido acetilsalicílico se mostrou o antiplaquetário mais seguro. Não há benefício na dupla antiagregação. O Clopidogrel pode ser usado com melhores resultados em relação a desfechos, porém aumenta o risco de sangramento; • Cilostazol, se houver claudicação refratária a um programa de exercícios para condicionamento físico (100 mg até 2x/dia); • Revascularização percutânea ou cirúrgica: Nos casos graves refratários à mudança de estilo de vida e tratamento farmacológico, dor em repouso, úlceras; As indicações de revascularização cirúrgica do membro compreendem: - Risco de amputação; - Recuperar perfusão com intuito de reduzir a perda do membro; - Sintomas refratários ao tratamento clínico. Isquemia • De acordo com o Consenso Inter-Sociedade de 2007 para o Manejo da Doença Arterial Periférica (TASC II), a isquemia do membro que se manifesta como uma diminuição súbita na perfusão do membro que se apresenta dentro de duas semanas após o evento de incitação é definida como aguda • Pacientes com manifestações semelhantes que se apresentam mais de duas semanas depois são considerados como tendo isquemia crônica. • Embora a isquemia aguda dos membros suficiente para ameaçar a extremidade inferior seja mais comumente devida a tromboembolismo (por exemplo, fibrilação atrial), pode ser devido a uma oclusãotrombótica súbita de um segmento arterial estreito, oclusão de detritos ateroembólicos lançados de um local mais proximal ou oclusão devido à dissecção arterial. Em pacientes que foram submetidos a intervenção prévia para PAD, a isquemia aguda dos membros pode ser devida a trombose de implante ou duto de bypass. A isquemia aguda dos membros pode ser estratificada por sintomas (por exemplo, dor, parestesias) e achados físicos (por exemplo, pulsos severamente diminuídos ou ausentes, frescor), que ajudam a determinar o tratamento. • A isquemia crônica suficiente para ameaçar o membro é muitas vezes o resultado de estenoses arteriais ou oclusões que afetam mais de um nível da árvore arterial; no entanto, a doença isolada dos vasos tibiais frequentemente ameaça a viabilidade do membro inferior em pacientes com diabetes e em pacientes mais velhos. Isso geralmente envolve os segmentos aortoilíacos e femoropoplíteos, ou segmentos femoropoplíteos e tibiais. • Vários níveis de doença promovem isquemia grave, reduzindo a eficácia do fluxo colateral e diminuindo as pressões sistólicas distais que impulsionam a perfusão tecidual. As principais manifestações da isquemia crônica são dor de repouso isquêmica, ulceração isquêmica e gangrena APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período DIFERENÇA DA DAOP E DA OCLUSÃO PERIFÉRICA AGUDA Oclusão arterial periférica aguda pode resultar de: • Ruptura e trombose de uma placa aterosclerótica • Embolia do coração ou aorta torácica ou abdominal • Dissecção da aorta • Síndrome compartimental aguda Sinais e sintomas têm início súbito em algum membro com: • Dor (de forte intensidade) • Palidez • Parestesia (ou anestesia) • Sensação polar (frio) • Ausência de pulso A oclusão pode ser aproximadamente localizada na bifurcação arterial, logo abaixo do último pulso palpável (p. ex., bifurcação da femoral comum quando o pulso femoral é palpável e na bifurcação poplítea quando o pulso poplíteo é palpável). Os casos graves podem provocar perda da função motora. Após 6 a 8 horas, podem estar sensíveis quando palpados. Obs: o diagnóstico é clínico. É necessária angiografia imediata para confirmar localização da oclusão, identificar fluxo colateral e orientar terapêutica • A oclusão arterial periférica aguda se caracteriza por dor intensa, sensação de frio, parestesia (ou anestesia), palidez e ausência de pulso no membro comprometido. • O tratamento consiste em embolectomia, trombólise ou cirurgia de revascularização do miocárdio. • Apesar do tratamento, cerca de 20% a 30% dos pacientes com oclusão arterial aguda precisam amputar o membro. DIFICULDADE DE ADESÃO DEVIDO ÀS CONDIÇÕES SOCIAIS E ECONÔMICAS REFERÊNCIAS: • Moore, Keith L.; DALLEY, Arthur F.. Anatomia orientada para a clínica. 8 ed. Rio De Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A., 2011. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7as-da-aorta-e-seus-ramos/dissec%C3%A7%C3%A3o-da-aorta https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/fraturas/s%C3%ADndrome-compartimental
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