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Antibacterianos II inibidores da biossíntese de proteínas bacterianas

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Antibacterianos II: inibidores da biossíntese de proteínas 
bacterianas 
Síntese de proteínas bacterianas: 
 
Tradução: 
 
Os sítios são os locais onde os RNA transportadores 
vão interagir com o ribossomo. Eles ocorrem nas duas 
subunidades 70s e 30s. O processo se inicia com o 
RNAt se ligando ao sítio P, em seguida ao sítio A e 
quando esse RNAt chega no sítio E ocorre a ejeção, o 
RNAt deve estar sem aminoácidos acoplados a ele. A 
partir do momento que o RNAt chega no sitio A, vai 
ocorrer a transferência da cadeia peptídica do sitio P 
para o sitio A. Em seguida, a cadeia do RNAt vai andar 
um códon para a esquerda. 
Antibióticos inibidores da síntese de proteínas 
bacterianas 
• Tetraciclinas 
• Aminoglicosídeos 
• Cloranfenicol 
• Macrolídeos 
• Cetolídeos 
• Lincosamidas 
• Oxazolidinonas 
 
Tetraciclinas 
Mecanismo de ação: se ligam na subunidade 30s no 
sítio A impedindo a ligação do RNAt que esta 
chegando com um novo aminoácido, inibindo a 
síntese da proteína. 
➢ São bacteriostáticos; 
➢ Amplo espectro; 
➢ Trata doença do carrapato. 
➢ Atravessam a barreira placentária; 
➢ Efeitos gastrointestinais, fotos 
sensibilidade, efeito sobre os dentes. 
Mecanismo de resistência as tetraciclinas: 
-Diminuição do acumulo de fármacos: redução do 
influxo (menor permeabilidade) ou aumento do efluxo 
(aumento da expressão de bombas de efluxo). 
- Expressão de uma proteína de proteção ribossômica 
que desloca a tetraciclina (pode aparecer por 
mutação) 
- Inativação enzimática. 
 - Pode ocorrer resistência cruzadas entre as 
tetraciclinas. 
Aminoglicosídeos 
Mecanismo de ação: se liga na região pequena da 
subunidade 30s dos ribossomos, levando a erros de 
leituras e terminação precoce da transdução do 
mRNA. Bloqueiam irreversivelmente a síntese 
proteica. 
➢ São bactericidas. 
 
 
➢ São moléculas extremamente polares e por 
conta disso possui dificuldade de atravessar as 
membranas biológicas, entretanto os alvos 
dos aminoglicosídeos são os ribossomos 
então eles atravessam a membrana 
plasmática externa de bactérias gram-
negativas através de aquaporinas. Se a 
bactéria tiver mutação nessas aquaporinas, 
essa mutação pode impedir a passagem 
desses aminoglicosídeos. Para entrar na 
membrana interna eles usam um 
transportador ativo dependente de O2 e que 
está acoplado a bomba de prótons e por 
conta disso, em ambientes com pH baixo ou 
anaeróbios esse aminoglicosídeo não funciona 
pois não consegue entrar dentro da célula. 
Esse transportador é estimulado pela 
vancomicina e penicilina. 
➢ Espectro amplo de ação; 
➢ Tobramicina (pseudomonas aeruginosa) 
➢ Absorvidas via IM 
➢ Eliminação renal por filtração glomerular 
➢ Ototoxicidade, nefrotoxicidade, bloqueio 
neuromuscular 
Mecanismo de resistência aos aminoglicosídeos: 
Pode ocorrer por 3 mecanismos: incapacidade do 
aminoglicosídeo entrar na célula bacteriana 
(transporte ativo dependente de O2; bactéria 
anaeróbicas ou facultativas são resistentes) e baixa 
afinidade do aminoglicosídeo pelo ribossomo 
bacteriano (induzida por mutações, afeta 
especificamente a estreptomicina) e inativação 
enzimática do aminoglicosídeo. 
Cloranfenicol 
➢ Mecanismo de ação: liga-se ao sitio A da 
subunidade 50s, impedindo a 
transpeptidação. Não impede a ligação do 
RNAt na subunidade 30s; o sitio de ligação é 
próximo ao dos antibióticos macrolíticos e da 
clindamicina – por isso são inibidores 
competitivos; pode inibir a síntese de 
proteínas mitocondriais (ribossomo 
mitocondrial também é 70s) – células 
eritropoiéticas mais sensíveis. 
➢ Efeitos adversos: podem provocar discrasias 
sanguíneas graves e fatais, por isso são 
reservados para infecções potencialmente 
fatais (por exemplo meningites e riquéticias) 
em pacientes que não podem receber 
fármacos alternativos mais seguros por causa 
da resistência ou alergias. Muito utilizado 
para tratamento tópico – colírio. Depressão 
da medula óssea (pancitopenia). Uso na 
gravidez – mortalidade 40%. 
➢ Mecanismo de toxicidade em neonatos: 
deficiência no desenvolvimento da glucuronil 
transferase, a enzima hepática que 
metaboliza o cloranfenicol; excreção 
inadequada de medicamento não conjugado. 
➢ Sofre metabolização hepática e excreção 
urinária. 
➢ Mecanismo de resistência ao cloranfenicol: 
pode ser causada por um acetiltransferase 
que inativa o cloranfenicol – codificada por 
plasmídeos; por mutações que reduzem a 
permeabilidade do cloranfenicol. 
Macrolídeos e cetolídeos 
➢ Mecanismo de ação: ligam-se 
reversivelmente a subunidade 50s, 
impedindo a translocação do RNAt do 
sitio A para o P – não impedem a 
transpeptidação, competem com o sitio 
de ligação dos aminoglicosídeos e da 
clindamicina (apesar de não ocuparem o 
mesmo sítio) 
➢ São bacteriosestáticos 
➢ Metabolização hepática 
➢ Inibe enzimas do CYP3A4 – potencializam 
os efeitos (carbamazepina, 
corticosteróides, ciclosporina, digoxina, 
teofilina, varfarina e volproato. 
➢ Mecanismos de resistência: efluxo do 
fármaco por um mecanismo de bomba 
ativa – não ocorre para os cetolídeos; 
proteção ribossômica pela produção 
induzível ou constitutiva de metilases que 
modificam o alvo ribossômico – menor a 
ligação do fármaco (não ocorre para os 
cetolídeos quando as metilases são 
induzidas, porém há resistência quando 
são constitutivas); hidrolise dos 
macrolídeos por esterases produzidas 
pelas enterobacteriaceae; mutações 
cromossômicas que alteram uma proteína 
ribossômica da 50s. 
Clindamicina 
➢ Mecanismo de ação: Liga-se a subunidade 
50s, inibindo a síntese proteica – sitio de 
ligação próximo ao da eritromicina e 
cloranfenicol (inibição competitiva) 
➢ Bacteriostático contra enterococos e 
estafilococos e bactericida contra 
estreptococos. 
➢ Usado para tratar abcessos e infecções 
dentárias 
➢ Atravessa a barreira placentária 
➢ Metabolizada pelo fígado 
➢ Efeitos tóxicos: principalmente 
gastrointestinais, exantemas cutâneos 
➢ Mecanismo de resistência: efluxo do fármaco 
por um mecanismo de bomba ativa; proteção 
ribossômica pela produção induzível ou 
constitutiva de metilases que modificam o 
alvo ribossômico – menor a ligação do 
fármaco 
Oxazolidinonas – linezolida 
➢ Mecanismo de ação: liga-se ao sítio P da 
subunidade 50s, impedindo o início da síntese 
das proteínas bacterianas. Impede a formação 
do complexo fMet-RNAt-ribossômico, que dá 
início a síntese proteica. 
➢ Metabolização por oxidação não enzimática 
➢ Eliminação principalmente renal e em menor 
parte biliar 
➢ Inibidor fraco da monoaminooxidase (MAO) – 
palpitação, cefaleia e aumento da PA 
➢ Mecanismo de resistência: decorre de 
mutações puntiformes de RNAr de 23s que 
compõem a subunidade 50s.

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