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ESTUDO DIRIGIDO - Partidos Políticos e Sistemas Partidários

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Partidos Polí ticos e Sistemas Partida rios – estudo dirigido 
 
 
Material de disciplina 
Vídeoaulas 1 a 6 
Rotas de Aprendizagem 1 a 6 
Neste breve resumo, destacamos a importa ncia para seus estudos de alguns temas diretamente relacionados ao 
contexto trabalhado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o conteu do programa tico da sua disciplina 
nesta fase e lhe proporcionara o maior fixaça o de tais assuntos, consequentemente, melhor preparo para o sistema 
avaliativo adotado pelo Grupo Uninter. Esse e apenas um material complementar, que juntamente com a Rota de 
Aprendizagem completa (livro-base, videoaulas e material vinculado) das aulas compo em o referencial teo rico que 
ira embasar o seu aprendizado. Utilize-os da melhor maneira possí vel. 
 
Bons estudos! 
 
 
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Sumário 
 
 
Tema: Definiça o de Partido ............................................................................................................................................... 3 
Tema: Origem dos Partidos .............................................................................................................................................. 4 
Tema: tipologias e crite rios de classificaça o ................................................................................................................... 5 
Tema: Tipos cano nicos: quadro, massa, catch-all e cartel .............................................................................................. 6 
Tema: Sistemas Partida rios .............................................................................................................................................. 9 
 
 
 
 
 
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Tema: Definição de Partido 
No iní cio dos anos 1950, Maurice Duverger, na obra Os Partidos Polí ticos (1980), retomou 
algumas das preocupaço es teo ricas de Michels, como a natureza das organizaço es partida rias, 
em um trabalho que se transformou em um cla ssico e influenciou boa parte do debate e da 
agenda de pesquisa sobre os partidos polí ticos na segunda metade do se culo XX. Duverger foi o 
primeiro a tentar sistematizar a diversidade partida ria por meio da elaboraça o de uma tipologia 
e a esboçar uma teoria geral dos partidos polí ticos. Entre as inu meras contribuiço es do autor, 
destaca-se a compreensa o de que tanto a origem do partido quanto a sua ideologia devem ser 
usadas como varia veis explicativas no tratamento da organizaça o, desenvolvimento e 
comportamento dos partidos polí ticos. Fonte: Oswaldo E. do Amaral. O que sabemos sobre a 
organizaça o dos partidos polí ticos: uma avaliaça o de 100 anos de literatura. Revista Debates, 
Porto Alegre, v.7, n.2, p.12, maio-ago, 2013. Partidos de origem externa sa o os partidos 
formados por grupos externos ao parlamento, como movimentos sociais, grupos de pressa o e 
sindicatos. Te m como caracterí sticas centrais a maior centralidade da organizaça o e um contato 
mais estreito com seus membros. Fonte: texto da rota de aprendizagem da aula 1, tema 
“Partidos Polí ticos: um feno meno (relativamente) recente”, adaptado. 
 
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Os partidos polí ticos ocupam um papel de destaque na produça o da cie ncia polí tica. No entanto, 
na o ha uma definiça o clara e definitiva sobre o que eles sa o. A definiça o de partidos polí ticos e 
alvo de disputa entre as va rias correntes da a rea, sem um consenso. Entre essas correntes 
existem definiço es que sa o conhecidas como definiço es eleitorais ou restritas. Nelas, 
argumenta-se que os partidos polí ticos sa o grupos organizados que buscam o controle do 
aparato governamental por meio da participaça o em eleiço es (Downs, 1999; Medina, 2002). 
Fonte: texto da rota de aprendizagem da aula 1, tema “Partidos Polí ticos: dificuldade conceitual”, 
adaptado. O problema das definiço es eleitorais (ou restritas) de partido polí tico encontra-se na 
demasiada reduça o do que e um partido polí tico, conferindo esse status apenas a quem disputa 
eleiço es e tem chances de vence -la ao longo do tempo. Esse fato acaba por excluir da definiça o 
os partidos comunistas ou de paí ses com regime de partido u nico, tambe m os partidos 
antissistemas, que disputam eleiço es, mas na o te m no sucesso eleitoral seu objetivo principal. 
Fonte: texto da rota de aprendizagem da aula 1, tema “Partidos Polí ticos: dificuldade conceitual”, 
adaptado. 
 
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Nos anos 1980, Angelo Panebianco (2005) retomou a preocupaça o com a organizaça o 
partida ria em um trabalho que combina, como varia veis para compreender o desenvolvimento 
organizativo dos partidos polí ticos, o modelo gene tico e o grau de institucionalizaça o das 
agremiaço es. O modelo gene tico pode ser determinado a partir de tre s fatores: a) O 
desenvolvimento da organizaça o partida ria a partir da penetraça o territorial, quando um 
centro controla a expansa o para a periferia (formaça o de associaço es locais e intermedia rias do 
partido); da difusa o territorial, quando a expansa o acontece espontaneamente por aça o das 
 
 
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elites locais, que posteriormente se unem a uma organizaça o nacional; ou da combinaça o dos 
dois processos; b) Presença ou na o de uma instituiça o externa que legitime o partido (igreja, 
sindicato, etc.). A partir dessa caracterí stica origina ria e possí vel distinguir os partidos entre 
aqueles de legitimaça o interna e de legitimaça o externa. Fonte: Oswaldo E. do Amaral. O que 
sabemos sobre a organizaça o dos partidos polí ticos: uma avaliaça o de 100 anos de literatura. 
Revista Debates, Porto Alegre, v.7, n.2, p.15, maio-ago, 2013. Os partidos encontram-se entre a 
sociedade e o Estado, com maior inserça o no aparelho/organismo estatal, com alto grau de 
especificaça o, atuando por meio da ocupaça o de postos polí ticos. Ja os movimentos sociais 
encontram-se inseridos no a mbito privado (sociedade), contam com pouca inserça o estatal, 
baixo grau de especializaça o e de hierarquizaça o, atuando sobretudo por meio de protestos e 
manifestaço es. Fonte: texto da rota de aprendizagem da aula 1, tema “Partidos versus outros 
grupos”, adaptado. 
 
Tema: Origem dos Partidos 
Ha mais de cem anos, os estudiosos da polí tica reconhecem a importa ncia e a necessidade dos 
partidos polí ticos para o funcionamento dos regimes democra ticos. E por meio deles que as 
democracias se estruturam e a competiça o polí tica se organiza. Embora exista muita 
diverge ncia sobre como as agremiaço es polí ticas funcionam e se comportam, ha praticamente 
um consenso em torno de sua importa ncia para a viabilidade das democracias representativas. 
Nesse sentido, ainda no final do se culo XIX, James Bryce concluiu o seguinte: “Os partidos sa o 
inevita veis. Nenhum paí s livre na o conta com eles. Ningue m ate agora demonstrou como os 
governos representativos podem funcionar sem eles. Eles ordenam o caos para a multida o de 
eleitores” (BRYCE apud WHITE, 2006, p. 7). Fonte: Oswaldo E. do Amaral. O que sabemos sobre 
a organizaça o dos partidos polí ticos: uma avaliaça o de 100 anos de literatura. Revista Debates, 
Porto Alegre, v.7, n.2, p.12, maio-ago, 2013. Os partidos polí ticos modernos te m pouco mais de 
um se culo e meio de existe ncia. O surgimento deles se encontra estritamente relacionado com 
a expansa o do sufra gio universal, durante o se culo XIX. Por isso, Weber (2002) afirma:os 
modernos partidos polí ticos sa o filhos do sufra gio universal. Antes do surgimento dos partidos 
polí ticos modernos, a existe ncia das agremiaço es partida rias ja era conhecida desde o se culo 
XVIII por meio de associaço es entre membros do parlamento no interior das Assembleias 
Nacionais, pore m, essa unia o na o era permanente, ou seja, na o havia formalizaça o das alianças, 
bem como uma estrutura organizacional que incluí sse todos os membros da legenda. A 
construça o dos partidos modernos veio por interme dio da expansa o do sufra gio universal, 
durante o se culo XIX, e pela construça o de organizaço es extraparlamentares permanentes de 
modo a organizar as atividades, ou seja, as legendas passam de entidades sazonais, que somente 
existem nos perí odos de campanhas eleitorais, para organizaço es de campanha permanente. 
Fonte: texto da rota de aprendizagem da aula 1, tema “Partidos Polí ticos: um feno meno 
(relativamente) recente”, adaptado. 
 
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A origem dos partidos polí ticos e um tema central nos estudos partida rios. Para os autores 
Duverger (1970), Michels (2001) e Panebianco (2005) a forma como as entidades partida rias 
originam-se exerce grande influe ncia sobre o desenvolvimento e o modo como os partidos 
 
 
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organizam-se. Provavelmente, Duverger (1970) realizou a mais famosa teorizaça o sobre a 
origem dos partidos polí ticos ocidentais, ao dividir a origem dos partidos em dois tipos, de 
acordo com o local de surgimento. Fonte: texto da rota de aprendizagem da aula 1, tema 
“Origem: interna x externa”, adaptado. Partidos de origem interna sa o os partidos formados pela 
unia o de grupos parlamentares. Ocorre em duas etapas: a. unia o dos parlamentares no interior 
das assembleias nacionais; b. construça o de uma organizaça o extraparlamentar permanente, 
por meio da formaça o de comite s eleitorais e com a construça o da organizaça o em si, 
respectivamente. 
 
Tema: tipologias e critérios de classificação 
Diante da inega vel releva ncia dos partidos polí ticos para o funcionamento dos regimes 
democra ticos contempora neos, e fundamental compreender como essas organizaço es se 
estruturam e como se desenvolveram ao longo do tempo. Como as deciso es sa o tomadas no 
interior dos partidos? Como agem as lideranças partida rias? Quais sa o as relaço es entre os 
partidos e seus membros? Quais sa o os elementos que provocam transformaço es no desenho 
organizacional dos partidos polí ticos? Indagaço es como essas ve m sendo objeto de 
preocupaça o por parte de pesquisadores desde o iní cio do se culo passado e uma longa tradiça o 
na Cie ncia Polí tica foi construí da desde a cla ssica obra de Robert Michels [1911]. Fonte: 
Oswaldo E. do Amaral. O que sabemos sobre a organizaça o dos partidos polí ticos: uma avaliaça o 
de 100 anos de literatura. Revista Debates, Porto Alegre, v.7, n.2, p.12, maio-ago, 2013. 
Lapalombara (1982) elenca quatro crite rios para diferenciar os partidos polí ticos: 1. 
Organizaça o dura vel: continuidade da organizaça o ao longo do tempo. 2. Organizaça o completa: 
existe ncia de uma organizaça o nacional e local, de modo que na o sejam apenas agrupamentos 
parlamentares. 3. Vontade de exercer o poder: seja sozinho, seja por meio de alianças e/ou 
coligaço es. 4. Busca do apoio popular: filiaça o de membros e/ou busca por eleitores. Fonte: 
texto da rota de aprendizagem da aula 1, tema “Partidos Polí ticos: um feno meno (relativamente) 
recente”, adaptado. 
 
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A partir de uma ana lise comparativa de partidos da Europa Ocidental que combina elementos 
histo ricos, ideolo gicos e organizacionais, Duverger desenvolve uma tipologia dos partidos 
polí ticos que resulta, como veremos adiante, em consideraço es normativas por parte do autor 
a respeito das pro prias agremiaço es polí ticas e das possibilidades de seu desenvolvimento em 
democracias de massa. Entre os tipos construí dos por Duverger destacam-se o partido de 
quadros e o partido de massa. Fonte: Oswaldo E. do Amaral. O que sabemos sobre a organizaça o 
dos partidos polí ticos: uma avaliaça o de 100 anos de literatura. Revista Debates, Porto Alegre, 
v.7, n.2, p.14, maio-ago, 2013. As tipologias partida rias sa o modos de classificar e categorizar os 
partidos polí ticos de acordo com algumas caracterí sticas das legendas, tais como, desenho 
organizacional, financiamento, modo de relacionamento com os membros e com a sociedade, 
entre outras. As tipologias, grosso modo, apresentam uma aproximaça o com as cie ncias 
naturais, pois buscam catalogar os partidos em etiquetas, grupos ou famí lias partida rias. Fonte: 
texto da rota de aprendizagem da aula 2, tema “Conversa Inicial”, adaptado. 
 
 
 
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O debate acerca da pertine ncia do uso contempora neo das classificaço es ideolo gicas e bem 
familiar a quem estuda partidos polí ticos. Trata-se de saber se as categorias esquerda e direita 
ainda ajudam a explicar a polí tica no mundo po s-guerra fria. Ale m disso, em paí ses nos quais o 
welfare state atendeu minimamente as disputas distributivas, emergem as chamadas questo es 
po s-materialistas, que na o correspondem a dimensa o Estado-mercado. Ao mesmo tempo, a 
direita ressurge em va rios paí ses europeus com vito rias eleitorais sobre os tradicionais partidos 
social-democratas, sugerindo que a diferenciaça o ainda faz algum sentido. Fonte: Tarouco, 
Gabriela da Silva & Madeira, Rafael Machado Partidos, programas e o debate sobre esquerda e 
direita no Brasil Revista de Sociologia e Política, v. 21, n. 45, p. 149, mar. 2013. Uma outra forma 
de comparar e, principalmente, classificar os partidos polí ticos e por meio de seus 
posicionamentos ideolo gicos, seja por interme dio da ideologia propriamente dita, seja por 
interme dio de sua categorizaça o em “famí lias partida rias”, as quais catalogam as legendas em 
grupos, tais como partido liberais, opera rios, religiosos etc., as quais seriam expresso es das 
clivagens sociais existentes. Fonte: texto da rota de aprendizagem da aula 2, tema “Conversa 
Inicial”, adaptado. 
 
Tema: Tipos canônicos: quadro, massa, catch-all e cartel 
Os partidos de quadros consistem no primeiro tipo de formaço es partida rias modernas, 
origina rios no se culo XIX. Essa afirmaça o, no entanto, na o e consensual com alguns autores – 
com destaque para Duverger (1970) e Weber (2002). Eles consideram que esse tipo de 
formaça o como arcaica ou protopartidos, ou seja, na o constituem formaço es partida rias no 
sentido moderno do termo, sendo caracterizadas como clubes partida rios ou somente como a 
unia o de parlamentares sob uma mesma bandeira, pore m, sem a construça o de uma estrutura 
organizacional extraparlamentar (Sartori, 2005). Fonte: texto da rota de aprendizagem da aula 
2, tema “Partidos de quadros: o tipo arcaico ou as primeiras formaço es partida rias modernas”, 
adaptado. Os partidos de quadros contam com um nu mero reduzido de membros. Os partidos 
de quadros possuem, segundo Maurice Duverger poucos membros, mas contribuem 
diretamente com a agremiaça o, seja por meio de contribuiço es financeiras, seja por meio de 
suas atividades para o partido. Trata-se de reunir pessoas ilustres, para preparar eleiço es, 
conduzi-las e manter contato com os candidatos. Pessoas influentes, de iní cio, cujo nome, 
prestí gio ou brilho servira o de cauça o ao candidato e lhe granjeara o votos: a seguir, pessoas 
ilustres como te cnicos, que conhecem a arte de manejar os eleitores e de organizar uma 
campanha, enfim, pessoas nota veis financeiramente que contribuem com o fator essencial: o 
dinheiro”. Fonte: texto da rota de aprendizagem da aula 2, tema “Partidos de quadros:o tipo 
arcaico ou as primeiras formaço es partida rias modernas”, adaptado. 
 
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A expansa o do sufra gio na segunda metade do se culo XIX e iní cio do se culo XX e a incorporaça o 
de um grande contingente de pessoas a cena polí tica foram determinantes, segundo Duverger, 
para o surgimento dos partidos de massa. A expansa o do sufra gio levou ao desenvolvimento 
dos partidos socialistas e comunistas, que, por estarem mais pro ximos da concepça o marxista 
 
 
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de partido-classe, acabaram por desenvolver mecanismos para a integraça o dos grandes 
contingentes de trabalhadores caracterí sticos dos partidos de massa. Fonte: Oswaldo E. do 
Amaral. O que sabemos sobre a organizaça o dos partidos polí ticos: uma avaliaça o de 100 anos 
de literatura. Revista Debates, Porto Alegre, v.7, n.2, p.14, maio-ago, 2013. O partido de massas 
caracteriza-se por uma ampla organizaça o extraparlamentar, a qual na o atua somente nos 
perí odos eleitorais, mas de forma permanente no recrutamento de membros e nas demais 
atividades dos partidos, desde questo es eleitorais, passando por processuais, ate a organizaça o 
de atividades recreativas para seus filiados. Ale m disso, esse modelo argumenta que as legendas 
te m forte ideologia, representando segmentos sociais especí ficos. Fonte: texto da rota de 
aprendizagem da aula 2, tema “Partidos de massas: o a pice dos partidos polí ticos”, adaptado. 
 
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A distinça o e a caracterizaça o elaboradas por Duverger fizeram com que o autor definisse o 
partido de massa como o modelo de partido mais adaptado a s condiço es impostas pela 
democracia moderna. Para o autor, a superioridade dos partidos de massa provocaria um 
processo de adaptaça o por parte dos arcaicos partidos de quadros, que, aos poucos, se veriam 
forçados a adotar algumas das caracterí sticas organizacionais de seus concorrentes mais 
modernos, em um processo descrito como de “conta gio pela esquerda” Fonte: Oswaldo E. do 
Amaral. O que sabemos sobre a organizaça o dos partidos polí ticos: uma avaliaça o de 100 anos 
de literatura. Revista Debates, Porto Alegre, v.7, n.2, p.15, maio-ago, 2013. No primeiro caso, da 
organizaça o, as legendas contam com amplas organizaço es, com estruturas hiera rquicas bem 
delimitadas, ale m, da possí vel organizaça o de insta ncias junto a s bases. Em relaça o ao 
financiamento, os partidos de massas trocam o financiamento capitalista pelo subsí dio de seus 
membros, que passam a contribuir de modo regular para as agremiaço es. Essa contribuiça o 
regular ocorre por meio de cotas. Fonte: texto da rota de aprendizagem da aula 2, tema “Partidos 
de massas: o a pice dos partidos polí ticos”, adaptado. 
 
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Nos anos 1960, a visa o predominante na literatura de que os elementos centrais dos partidos 
de massa se universalizariam passa a ser questionada pelos estudiosos dos partidos polí ticos a 
partir da observaça o das transformaço es organizacionais e comportamentais de algumas 
agremiaço es na Europa Ocidental. O primeiro a tentar sistematizar essas transformaço es e 
propor um novo modelo, mais apto a explicar as novas caracterí sticas dos partidos polí ticos, foi 
Kirchheimer (1966), em uma se rie de artigos nos quais desenvolveu o conceito de partido catch-
all. Fonte: Oswaldo E. do Amaral. O que sabemos sobre a organizaça o dos partidos polí ticos: 
uma avaliaça o de 100 anos de literatura. Revista Debates, Porto Alegre, v.7, n.2, p.15, maio-ago, 
2013. O partido catch-all surge devido ao sucesso dos partidos de massas. Otto Kirchheimer 
aponta tre s fatores como centrais para o surgimento. O primeiro deles, apresentado pelo autor, 
vem do aumento da competiça o entre as legendas, fato que gerou aumento dos custos de 
campanhas eleitorais e trouxe a necessidade de obtença o de mais recursos (principalmente 
financeiros). O segundo, tambe m apresentado por Kirchheimer, foram as transformaço es das 
sociedades europeias apo s a Segunda Guerra Mundial, entre elas, a diminuiça o das clivagens 
sociais, fato que exerce grande influe ncia sobre as ideologias e causa a aproximaça o ou a 
 
 
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diminuiça o de suas diferenças. Por fim, o desenvolvimento tecnolo gico, principalmente nos 
meios de comunicaça o de massa, impactou na forma de realizaça o das campanhas eleitorais, 
com maior e nfase no personalismo do que nos partidos. Fonte: texto da rota de aprendizagem 
da aula 2, tema “Partido catch-all”, adaptado. 
 
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Acompanhando as mudanças sociais mais amplas na Europa Ocidental, os partidos de massa 
estavam gradualmente transformando-se em agremiaço es diluí das ideologicamente, com 
apelos gene ricos a todos os grupos sociais e cada vez mais voltadas para o sucesso eleitoral. As 
proposiço es de Kirchheimer (1966) representaram uma inversa o com relaça o a hipo tese de 
Duverger (1980) sobre o desenvolvimento dos partidos polí ticos, como e possí vel observar a 
partir das caracterí sticas do partido de tipo catch-all: a) desideologizaça o do discurso 
partida rio; b) fortalecimento da liderança; c) declí nio da importa ncia da milita ncia de base; d) 
apelo eleitoral pluriclassista; e) abertura para grupos de interesse variados. Fonte: Oswaldo E. 
do Amaral. O que sabemos sobre a organizaça o dos partidos polí ticos: uma avaliaça o de 100 
anos de literatura. Revista Debates, Porto Alegre, v.7, n.2, p.15, maio-ago, 2013. O partido catch-
all apresenta uma se rie de mudanças em relaça o aos partidos de massas, entre os quais, quatro 
pontos destacam-se: Maior abertura a grupos: os partidos abrem espaço para participaça o de 
grupos que na o se encontravam pro ximos aos grupos originais. Aumento da profissionalizaça o: 
os partidos passam a contar e/ou contratar especialistas para as campanhas eleitorais, bem 
como para as diversas atividades desenvolvidas. Maior participaça o dos grupos de interesse: a 
maior abertura do partido leva ao aumento da participaça o dos grupos de interesses em sua 
aça o. (8). Ideologia: diminuiça o das fronteiras ideolo gicas entre as agremiaço es. As legendas 
passam a ser acessí veis a va rios segmentos sociais. Fonte: texto da rota de aprendizagem da 
aula 2, tema “Partido catch-all”, adaptado. 
 
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Como contrapartida, os partidos polí ticos passam a ter atividades regulamentadas pelo Estado, 
por meio das constituiço es nacionais e de regulamentos especí ficos. Katz e Mair (1995) 
argumentam: a depende ncia das agremiaço es em relaça o ao Estado, ou seja, ao transferirem o 
foco da atuaça o da sociedade para aparelho estatal alteram a natureza das legendas, que passam 
de organizaço es sociais param semiage ncias estatais. Fonte: texto da rota de aprendizagem da 
aula 2, tema “Partido cartel: a aproximaça o dos partidos com o Estado”, adaptado. O 
relacionamento dos partidos com o Estado no modelo de Partido Cartel ocorre em duas 
dimenso es. A primeira trata da depende ncia dos partidos em relaça o ao Estado. Isso foi 
motivado pela crescente importa ncia dos subsí dios pu blicos para as organizaço es, sobretudo 
financeiros. A segunda dimensa o envolve o gerenciamento dos partidos pelo Estado: isso ocorre 
por meio da constitucionalizaça o dos partidos polí ticos e/ou da criaça o de legislaço es 
especí ficas sobre suas atividades, comportamento, acesso aos bens pu blicos etc. Nesse ponto, 
uma importante consideraça o precisa ser feita: as legislaço es na o sa o feitas de modo externo 
aos partidos, mas com a participaça o direta dos partidos, que passam a produzir legislaça o. 
Fonte: texto da rota de aprendizagem da aula 3, tema “Partido Cartel e o Estado”, adaptado. 
 
 
 
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A aproximaça o com o Estado ocorre devido a necessidade crescente de recursos por parte dos 
partidos polí ticos. Esse movimento na o veio somente com a instabilidade dos recursos advindos 
da sociedade, mas tambe m pelos crescentes custos das campanhas eleitorais e do 
funcionamento do pro prio partido devido a crescente profissionalizaça o dele. Outros fatores 
sa o apresentados, tais como a instabilidade e aumento da volatilidade eleitoral, a qual favorece 
a entrada de novos competidores na arena polí tica, em detrimento dos atores tradicionais. 
Outro fator que impactou a transformaça o dos partidos foi a emerge ncia de novos atores 
polí ticos e sociais, como movimentos sociais – principalmente movimentos ambientalistas, 
feministas e de defesa de minorias – que se ocupam das funço es representativas anteriormente 
ocupadas pelas legendas, as quais passam a focar a atuaça o em funço es procedimentais. Fonte: 
texto da rota de aprendizagem da aula 3, tema “Partido cartel: a aproximaça o dos partidos com 
o Estado”, adaptado. A crise dos partidos polí ticos pode ser resumida em tre s pontos centrais. 
O primeiro argumenta que a crise resulta da instabilidade eleitoral, a qual traz instabilidade a 
arena polí tica e e gerada por tre s fatores: Competiça o: na o se resume apenas ao aumento da 
competiça o entre as legendas, mas principalmente ao foco dos partidos no mercado eleitoral, 
em detrimento a representaça o de segmentos sociais especí ficos. Ideologia: as mudanças nos 
valores da sociedade, com a diminuiça o das clivagens sociais e a fragmentaça o da esquerda. Isso 
faz com que o impacto da ideologia seja menor do que no perí odo dos partidos de massas. 
Volatilidade: devido ao aumento da competiça o e a diminuiça o das clivagens, os partidos 
tornam-se acessí veis a mais grupos, o que vem aliado ao declí nio dos partidos tradicionais e ao 
surgimento de novos partidos, como os partidos verdes. Na maioria dos casos na o ocorre o fim 
dos partidos tradicionais, mas o aumento da competiça o. Fonte: texto da rota de aprendizagem 
da aula 4, tema “Crise dos partidos polí ticos”, adaptado. 
 
Tema: Sistemas Partidários 
Durante grande parte do se culo XX, os sistemas partida rios foram classificados de acordo com 
o nu mero de partidos nos sistemas, ou seja, sistemas de partidos u nicos, bipartida rios ou 
multipartida rios. Essa classificaça o, apesar de simples, e limitada, pois na o capta toda a 
complexidade e pode levar a equí vocos, como na o distinguir de modo mais efetivo os diferentes 
tipos de sistemas multipartida rios. Como alternativa, Laakso e Taagepera (1979) propuseram a 
classificaça o por meio de crite rios eleitorais (nu mero efetivo de partidos), ao considerarem o 
peso relativo das legendas no parlamento e nas eleiço es, medindo, assim, o grau de 
fragmentaça o do sistema partida rio. Fonte: texto da rota de aprendizagem da aula 5, tema 
“Como os Partidos sa o contados”, adaptado. Os sistemas partida rios sa o as interaço es das 
agremiaço es partida rias no interior de um mesmo sistema polí tico. A definiça o de sistema 
partida rio envolve dois componentes centrais: a competiça o entre as legendas, por meio de 
eleiço es, e a cooperaça o, por meio de alianças. Fonte: texto da rota de aprendizagem da aula 5, 
tema “Definiça o de Sistema Partida rio”, adaptado. 
 
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Sartori reexamina os tipos de sistema partida rio apresentados ate enta o, atualizando-os para 
ale m da contagem do nu mero de partidos, ao incluir dois crite rios qualitativos de fa cil 
observaça o. Eles possibilitam verificar a releva ncia dos partidos no interior desses sistemas: 1. 
A capacidade de coaliza o, ou seja, sua capacidade de formar governos. 2. Poder de chantagem, 
isto e , capacidade de influenciar na formaça o dos governos, polí ticas pu blicas etc. Fonte: texto 
da rota de aprendizagem da aula 5, tema “Classificaça o de Sartori”, adaptado. Sistemas de 
partido dominante sa o constituí dos por mais de um partido relevante, pore m, somente um tem 
recursos ou força suficiente para ganhar regulamente as eleiço es, sejam elas eleiço es 
legislativas ou executivas. A oposiça o, nesse tipo de sistema, encontra-se dividida e tem 
dificuldades para crescer eleitoralmente e/ou fortalecer sua coaliza o. Como exemplos de paí ses 
onde ha um sistema de partido dominante podemos mencionar os seguintes paí ses: Finla ndia, 
Japa o, Me xico e Sue cia. Fonte: texto da rota de aprendizagem da aula 5, tema “Sistemas 
Bipartida rios e Multipartida rios”, adaptado. 
 
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Os trabalhos de Braga (2010) e Tarouco (2010), ao partir de noço es de institucionalizaça o dos 
partidos e do sistema partida rio diferentes da proposta por Mainwaring e colaboradores, 
questionando (assim como Melo e Ca mara, 2012) os crite rios propostos por esses autores, 
apontam para uma abordagem dos partidos que toma como pressuposto que o papel efetivo 
que eles desempenham hoje nas democracias e mais o de auxiliar na estruturaça o da 
competiça o e na formaça o de governos do que o de representaça o polí tica dos eleitores. Fonte: 
Carreira o, Yan de Souza. O sistema partida rio brasileiro: um debate com a literatura recente. 
Revista Brasileira de Ciência Política, nº14. Brasí lia, 2014, pp. 259. Sistemas com mais de cinco 
partidos sa o sistemas que contam com alto grau de partidos relevantes. A grande quantidade 
de legendas no interior do sistema leva a um alto í ndice de fragmentaça o, no qual va rios 
pequenos partidos ganham importa ncia sob o ponto de vista eleitoral. Exemplo: Brasil. Fonte: 
texto da rota de aprendizagem da aula 5, tema “Sistemas Bipartida rios e Multipartida rios”, 
adaptado. 
 
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O bipartidarismo e raro, poucos sa o os paí ses que contam apenas com dois partidos 
organizados em seu interior. O Brasil, durante grande parte do regime civil-militar, e a Colo mbia, 
durante o perí odo da Frente Grande, sa o alguns dos raros exemplos. Nos casos mais famosos, 
como o Reino Unido e os Estados Unidos, ha a organizaça o de mais de dois partidos, embora a 
maioria deles seja irrelevante. Fonte: texto da rota de aprendizagem da aula 5, tema “Sistemas 
Bipartida rios e Multipartida rios”, adaptado. Sistemas de tre s a cinco partidos sa o sistemas 
moderadamente fragmentados. O funcionamento se assemelha ao dos sistemas bipartida rios 
no quesito da maximizaça o do apelo eleitoral, inclusive entre as menores legendas. Outra 
caracterí stica desse tipo de sistema esta na formaça o de coalizo es para disputas eleitorais e/ou 
formaça o de governos. Exemplos: Alemanha, Austra lia e Canada . Fonte: texto da rota de 
aprendizagem da aula 5, tema “Sistemas Bipartida rios e Multipartida rios”, adaptado. 
 
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Contato do Curso pelo 0800 727 0540, ou pelo link “Tutoria” no AVA, ou pelo endereço eletro nico 
tutoriacipol@uninter.com (CiPol) / tutoriari@uninter.com (R. 
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Por que os sistemas partida rios diferem um do outro? Entre as mu ltiplas explicaço es para essa 
questa o, dois enfoques se destacam: o sociolo gico e o institucional. Ambos buscam 
compreender as diferentes opço es de sistemas partida rios nas naço es ocidentais. Fonte: texto 
da rota de aprendizagem da aula 5, tema “Enfoque Sociolo gico e Enfoque Institucional”, 
adaptado. O enfoque sociolo gico trata das clivagens sociais presentes nas sociedades, tais como 
classes sociais, etnias, diferenças linguí sticas e religiosas. Essas caracterí sticas estruturariam os 
sistemas partida rios ao expressar as diviso es sociais encontradas na sociedade. A visa o 
institucional tem por base a relaça o existente entre o sistema eleitoral e o sistema partida rio. 
Murice Duverger foi o que melhor exemplificou esse relacionamentoao formular as famosas 
“Leis de Duverger”. Para o autor, os sistemas eleitorais majorita rios tendem a estar associados 
a sistemas partida rios bipartida rios, enquanto sistemas eleitorais proporcionais tendem a 
pluripartida rios. 
 
Refere ncias Complementares 
 
Carreira o, Yan de Souza. O sistema 
partida rio brasileiro: um debate com a 
literatura recente. Revista Brasileira de 
Ciência Política, nº14. Brasí lia, 2014, pp. 
259. 
Oswaldo E. do Amaral. O que sabemos sobre 
a organizaça o dos partidos polí ticos: uma 
avaliaça o de 100 anos de literatura. Revista 
Debates, Porto Alegre, v.7, n.2, p.11-32, 
maio-ago, 2013 
Tarouco, Gabriela da Silva & Madeira, Rafael 
Machado Partidos, programas e o debate 
sobre esquerda e direita no Brasil Revista de 
Sociologia e Política, v. 21, n. 45, p. 149-165, 
mar. 2013

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