Buscar

Curso de Direito Civil: Fatos, Atos e Negócios Jurídicos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
1 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
AULA 02: Fato Jurídico. Ato Jurídico. Negócio Jurídico: 
Conceito, Classificação, Elementos essenciais gerais e 
particulares, Elementos Acidentais, Defeitos, Nulidade 
Absoluta e Relativa, Conversão no negócio jurídico nulo. 
 
 
 
 
Questão 01. (ESAF/AFRF/2009) A nulidade absoluta do negócio 
jurídico 
a) somente poderá ser alegada pelos prejudicados, não podendo ser 
decretada de ofício pelo juiz. 
b) só aproveitará à parte que a alegou, com exceção de 
indivisibilidade ou solidariedade. 
c) poderá ser arguida por qualquer interessado, pelo Ministério 
Público, quando lhe couber intervir. 
d) poderá ser suprida pelo juiz e suscetível de confirmação e de 
convalidação pelo decurso do tempo. 
e) será decretada se ele for praticado por pessoa relativamente 
incapaz sem a devida assistência de seus legítimos representantes 
legais. 
 
 
O estudo do fato, ato e negócio jurídico tem início nas relações 
jurídicas ocorridas entre pessoas, entre pessoa e os bens (coisas 
materiais, imateriais, etc.). Estas relações jurídicas são vínculos entre 
pessoas e/ou bens, decorrente da prática de declarações, de 
contratos. 
 
O quadro abaixo não é unânime, mas é o adotado pela doutrina 
majoritária bem como para concurso e demonstra as divisões dos 
fatos jurídicos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
2 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELAÇÃO JURÍDICA 
 
 
SUJEITO DO DIREITO ------- VÍNCULO --------- OBJETO DO DIREITO 
 PESSOAS ------------ ATO JURÍDICO ------------- BENS 
 
SUJEITO DE DIREITO ------- VÍNCULO --------- SUJEITO DE DIREITO 
 PESSOAS --------- NEGÓCIO JURÍDICO -------- PESSOAS 
 
 
 
Fato Jurídico 
 
Negócio Jurídico: bilateral 
 
Ato Jurídico: unilateral 
 
Extraordinário: força maior, 
caso fortuito 
Ordinário: nascimento, 
morte 
Voluntário 
Natural 
Ato Jurídico 
Sentido amplo 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
3 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
As relações jurídicas têm como fonte geradora os fatos jurídicos. 
Conceito: 
 
Fato Jurídico: é todo acontecimento que produz uma consequência 
jurídica; é qualquer acontecimento em virtude do qual nascem, 
modificam, subsistem ou se extinguem direitos. Ex: nascimento de 
uma pessoa, maioridade, morte, etc. A ciência do Direito “escolhe” 
determinados fatos sociais e passa a regulamentá-los. 
 
Assim, o conjunto dos fatos sociais são mais amplos do que o conjunto 
dos fatos jurídicos. 
 
 
 
FATO JURÍDICO 
 
Os fatos jurídicos se dividem em: 
 
INVOLUNTÁRIOS (naturais): Fatos jurídicos em sentido estrito. 
Ocorrem independentemente da vontade do ser humano. Ocorrem 
pela ação da natureza. Ex.: a morte, uma inundação, o nascimento, 
etc. A morte tem consequência no mundo jurídico (interessa à ciência 
do Direito; há o direito sucessório com a transmissão dos bens do “de 
cujus”). A mesma coisa se diga com relação ao nascimento: se nasceu 
com vida é pessoa, tem personalidade, é sujeito de direitos, possui 
capacidade de gozo ou de direito e pode contrair direitos e deveres na 
ordem civil. 
 
VOLUNTÁRIOS (humanos): Atos jurídicos em sentido amplo. 
Derivam da vontade direta do ser humano e se subdividem em: 
 
Lícitos: quando produzem efeitos legais, conforme a vontade de 
quem os pratica: casamento, contrato de compra e venda; 
 
Ilícitos: quando produzem efeitos legais contrários à Lei: o homicídio, 
o roubo, a agressão, etc. 
 
 
 
 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
4 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
 
Os FATOS NATURAIS podem ser: 
 
ORDINÁRIOS: o que é um ato natural ordinário? Como o próprio 
nome já diz, ocorre ordinariamente, corriqueiramente: todos os dias 
pessoas nascem, morrem, etc. 
 
 
EXTRAORDINÁRIOS: Os fatos jurídicos extraordinários como o 
próprio nome sugere não são fatos que ocorrem ordinariamente, 
corriqueiramente no dia a dia, porém em ocorrendo causam 
consequencias jurídicas. É o caso da força maior e do caso fortuito. 
 
Os FATOS VOLUNTÁRIOS se subdividem em: 
 
O Ato Jurídico (UNILATERAL): É uma DECLARAÇÃO DE 
VONTADE (manifestação) de vontade de um agente. Ex.: declaração 
de nascimento de filho, emissão de Nota promissória, etc. 
 
Todo ato jurídico é unilateral. Isso decorre do fato da necessidade de 
apenas e tão somente uma pessoa para declarar sua vontade. E você 
pode estar se perguntando: Professora pode ocorrer de várias pessoas 
declararem sua vontade? Sim, pode. Mas para a declarar a vontade, 
para se fazer uma declaração, manifestação da vontade necessita-se 
apenas de um indivíduo. 
 
Negócio Jurídico (BILATERAL): o negócio jurídico parte da ideia de 
contrato. É sempre bilateral porque para a realização de qualquer 
negócio (contrato) requer-se, no mínimo, duas pessoas. 
 
Existe a manifestação da vontade de dois agentes, criando entre eles 
uma relação jurídica. Ex.: contrato de compra e venda. Neste caso, o 
ato jurídico passa a chamar-se Negócio Jurídico (Contrato). Ex.: 
todos os contratos, o empréstimo pessoal, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
5 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ato Jurídico: é uma DECLARAÇÃO DE VONTADE que tem como 
consequência jurídica adquirir, resguardar, transferir, modificar ou 
extinguir direitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATO JURÍDICO = UNILATERAL 
Para a prática do ato jurídico (sentido estrito) é necessário 
apenas uma declaração (uma pessoa). 
LEI 
INCIDE sobre a DECLARAÇÃO 
de VONTADE 
Consequências jurídicas 
(efeitos jurídicos) 
ATO JURÍDICO (Sentido estrito) 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
6 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Código Civil tratou sobre os negócios jurídicos e ao final dispôs que: 
as normas aplicáveis aos negócios jurídicos se aplicam aos atos 
jurídicos, no que couber. Para que os negócios jurídicos sejam válidos 
é necessário preencher determinados requisitos que estão elencados 
no art. 104 e a falta de alguns dos requisitos causa a nulidade ou 
anulabilidade do negócio jurídico: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NEGÓCIO JURÍDICO = CONTRATO = BILATERAL 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
7 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
REQUISITOS DE VALIDADE DO ATO/NEGÓCIO JUDÍDICO 
 
Regra: Art. 107. A validade da declaração de vontade não 
dependerá de forma especial, senão quando a lei 
expressamente a exigir. 
 
REQUISITOS DE VALIDADE 
– ART. 104 
ATO/ NEGÓCIO NULO – 
ART. 166 
ATO/NEGÓCIO 
ANULÁVEL – ART. 
Art. 104. A validade do 
negócio jurídico requer: 
I - agente capaz; 
Art. 166. É nulo o negócio 
jurídico quando: 
I - celebrado por pessoa 
absolutamente incapaz; 
Art. 171. Além dos casos 
expressamente declarados na 
lei, é anulável o negócio 
jurídico: 
I - por incapacidade relativa 
do agente; 
II - objeto lícito, possível, 
determinado ou 
determinável 
II - for ilícito, impossível ou 
indeterminável o seu objeto; 
II - por vício resultante de 
erro, dolo, coação, estado 
de perigo, lesão ou fraude 
contra credores. 
III - forma prescrita ou não 
defesa (proibida) em lei. 
 
IV - não revestir a forma 
prescritaem lei; V - for 
preterida alguma 
solenidade que a lei 
considere essencial para a 
sua validade; 
 
 III - o motivo determinante, 
comum a ambas as partes, 
for ilícito; 
 
 VI - tiver por objetivo fraudar 
lei imperativa; 
 
 VII - a lei taxativamente o 
declarar nulo, ou proibir-lhe 
a prática, sem cominar 
sanção. 
 
 Art. 167. É nulo o negócio 
jurídico simulado. 
 
 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
8 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
Validade do Ato Jurídico 
 
A falta de algum elemento substancial do ato jurídico torna-o nulo 
(nulidade absoluta) ou anulável (nulidade relativa). A diferença 
entre o nulo e o anulável é uma diferença de grau ou gravidade, a 
critério da lei. 
 
A nulidade absoluta pode ser alegada, arguida a qualquer tempo por 
qualquer pessoa, pelo Ministério Público e pelo Juiz, inclusive, não se 
admitindo convalidação nem ratificação. 
 
A nulidade relativa, ao contrário, só pode ser argüida dentro do 
prazo previsto (4 anos, em regra) - somente pelos interessados 
diretos, admitindo convalidação e ratificação. 
 
Ato jurídico inexistente é o ato que contém um grau de nulidade 
tão grande e visível, que dispensa ação judicial para ser declarado sem 
efeito. 
 
Ato jurídico ineficaz é o ato que vale plenamente entre as partes, 
mas não produz efeitos em relação a certa pessoa (ineficácia relativa) 
ou em relação a todas as outras pessoas (ineficácia absoluta). Exs.: 
alienação fiduciária não registrada, venda não registrada de 
automóvel, bens alienados pelo falido após a falência. 
 
 
 Requisitos para um Negócio Jurídico ser VÁLIDO: art. 104 
 
a) agente capaz - o agente deve estar apto a praticar os atos da 
vida civil. Os absolutamente incapazes devem ser representados e os 
relativamente incapazes devem ser assistidos; 
 
b) Objeto Lícito e possível - o objeto do ato jurídico deve ser 
permitido pelo direito e possível de ser efetivado; 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
9 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
c) Forma Prescrita (estabelecida) ou não vedada em Lei - a 
forma dos atos jurídicos tem que ser a prevista em Lei, se houver esta 
previsão, ou não proibida. 
 
É nulo o ATO JURÍDICO quando praticado por pessoa absolutamente 
incapaz ou quando não revestir a forma prescrita em lei ou quando o 
objeto for ilícito ou não possível. 
 
Os atos jurídicos a que não se impõe forma especial prescrita em lei, 
poderão provar-se mediante: confissão, atos processados em 
juízo, documentos públicos e particulares, testemunhas, 
presunção, exames, vistorias e arbitramentos. 
 
Disso decorre que não podem ser admitidas como testemunhas: os 
loucos de todo gênero, os cegos e surdos (quando a ciência do fato, 
que se quer provar, dependa dos sentidos que lhes faltam), o 
interessado do objeto do litígio, bem como o ascendente e o 
descendente, ou o colateral, até 3º grau de alguma das partes, por 
consanguinidade, ou afinidade. 
 
A nulidade é um vício intrínseco ou interno do ato jurídico. 
 
O Ato jurídico é nulo quando: for preterida a forma que a lei 
considere essencial para a sua validade; for ilícito ou impossível o seu 
objeto; for praticado por pessoa absolutamente incapaz. 
 
O ato jurídico é anulável quando: as declarações de vontade 
emanarem de erro essencial, viciado por erro, dolo, coação ou 
simulação. 
 
A respeito da nulidade, pode-se afirmar que: opera de pleno direito; 
pode ser invocada por qualquer interessado e pelo Ministério Público; 
o negócio não pode ser confirmado nem prevalece pela prescrição. 
 
Resolvendo a questão 01: 
Questão 01. (ESAF/AFRF/2009) A nulidade absoluta do negócio 
jurídico 
a) somente poderá ser alegada pelos prejudicados, não podendo ser 
decretada de ofício pelo juiz. 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
10 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
b) só aproveitará à parte que a alegou, com exceção de 
indivisibilidade ou solidariedade. 
c) poderá ser arguida por qualquer interessado, pelo Ministério 
Público, quando lhe couber intervir. 
d) poderá ser suprida pelo juiz e suscetível de confirmação e de 
convalidação pelo decurso do tempo. 
e) será decretada se ele for praticado por pessoa relativamente 
incapaz sem a devida assistência de seus legítimos representantes 
legais. 
Comentários: A nulidade pode ser alegada pelos interessados bem 
como pelo ministério público e pode ser decretada de oficio pelo juiz. 
 
Gabarito: c 
 
 
Formas prescritas nos Atos Jurídicos: Locação, Mútuo, Comodato, 
Depósito, Fiança (Escrita ou verbal); Testamento (Escrita e exige 
cinco testemunhas); Pacto Antenupcial e Doação de Imóveis (só 
podem ser feitos por escritura pública); Procuração (Escrita e 
exige o reconhecimento de firma p/validade perante 3ºs). 
 
Se houver FORMA PREVISTA EM LEI, a desobediência ANULA o 
Ato. 
 
Os Atos Jurídicos podem ser: 
 
* Formais ou solares - casamento, testamento, compra/venda de 
imóveis, etc. 
 
*Não formais ou consensuais – locação, comodato, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
11 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIFERENÇAS ENTRE ATO NULO e ANULÁVEL 
 
A falta de algum elemento substancial do ato jurídico torna-o nulo 
(nulidade absoluta) ou anulável (nulidade relativa). A diferença 
entre o nulo e o anulável é uma diferença de grau ou gravidade, a 
critério da lei. DECORAR AS DIFERENÇAS! 
 
ATO/NEGÓCIO NULO ATO/NEGÓCIO ANULÁVEL 
Nulidade absoluta pode ser arguida a 
qualquer tempo por qualquer pessoa, pelo 
Ministério Público e pelo Juiz. 
A nulidade relativa só pode ser alegada no 
prazo dos arts. 178 e 179. 
Art. 177. Só os interessados a podem 
alegar. 
Não se admite convalidação nem 
ratificação (correção): Art. 169. O negócio 
jurídico nulo não é suscetível de confirmação, 
nem convalesce pelo decurso do tempo. 
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo 
contiver os requisitos de outro, subsistirá este 
quando o fim a que visavam as partes permitir 
supor que o teriam querido, se houvessem 
previsto a nulidade. 
Art. 172. O negócio anulável pode ser 
confirmado pelas partes, salvo direito de 
terceiro. 
Art. 175. A confirmação expressa, ou a 
execução voluntária de negócio anulável, nos 
termos dos arts. 172 a 174, importa a extinção 
de todas as ações, ou exceções, de que 
contra ele dispusesse o devedor. 
 
Art. 168. As nulidades dos artigos 
antecedentes podem ser alegadas por 
qualquer interessado, ou pelo Ministério 
Público, quando lhe couber intervir. 
Art. 177. Só os interessados a podem 
alegar. 
Art. 169. Parágrafo único. As nulidades devem 
ser pronunciadas pelo juiz, quando 
conhecer do negócio jurídico ou dos seus 
efeitos e as encontrar provadas, não lhe 
sendo permitido supri-las, ainda que a 
requerimento das partes 
Art. 177. A anulabilidade não tem efeito 
antes de julgada por sentença, nem se 
pronuncia de ofício; só os interessados a 
podem alegar, e aproveita exclusivamente 
aos que a alegarem, salvo o caso de 
solidariedade ou indivisibilidade. 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
12 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
O ato/negócio nulo pode ser alegado/arguido 
a qualquer tempo e qualquer grau de 
jurisdição. 
Art. 178. É de quatro anos o prazo de 
decadência para pleitear-se a anulação do 
negócio jurídico, contado: 
I - no caso de coação, do dia em que ela 
cessar; 
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, 
estado de perigo ou lesão, do dia em que se 
realizou o negócio jurídico;III - no de atos de incapazes, do dia em que 
cessar a incapacidade. 
Art. 179. Quando a lei dispuser que 
determinado ato é anulável, sem estabelecer 
prazo para pleitear-se a anulação, será este 
de dois anos, a contar da data da conclusão 
do ato. 
 
Efeito ex tunc (retroativos) Efeito ex nunc (não retroativos) 
 
 
CONVERSÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO NULO 
 
O último edital de AFRF traz expressamente dentro do tópico “fato jurídico” , a 
conversão do negócio jurídico nulo. Assim, não tenho a menor dúvida de que é 
extrema importância ante para a prova. Trata da conversão do negócio jurídico 
nulo o art. 170. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para a incidência do artigo 170 do novo Código Civil exige-se a 
conjunção dos seguintes elementos: 
 
1º) que haja um negócio nulo; 
 
2º) que o negócio nulo contenha os requisitos necessários de outro 
negócio jurídico, e que esses requisitos necessários sejam apropriados 
a produzir efeitos jurídicos para satisfazer, razoavelmente, os 
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos 
de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes 
permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a 
nulidade. 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
13 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
interesses das partes; 
 
3º) que o fim a que as partes tinham em vista leve à convicção de que 
elas teriam querido este novo contrato, em lugar daquele, que 
originariamente fizeram, se houvessem previsto a sua nulidade. 
Assim, celebrado o acordo aceitaram as partes o negócio jurídico. 
Tendo conhecimento da nulidade cominada, da impossibilidade de se 
realizar o negócio, permitiu a lei um recurso às circunstâncias e 
finalidades do negócio inválido, de maneira a manter o negócio pelos 
celebrantes, caso este contenha os requisitos de outro negócio 
jurídico. 
Exemplo: a nota promissória nula por inobservância dos requisitos 
legais de validade é aproveitada como confissão de dívida. 
 
Exemplo: contrato de compra e venda com o valor do imóvel acima de 
30 salários mínimos exige-se que seja realizado por escritura pública. 
Caso os contratantes realizassem-no sem esse requisito, este poderia 
ser convertido em contrato preliminar (promessa de compra e venda). 
 
 
 
INCAPACIDADE RELATIVA INVOCADA 
EM BENEFÍCIO PR[OPRIO 
 
 
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser 
invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos 
cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto 
do direito ou da obrigação comum. 
ART. 105 – Ato praticado pelo relativamente incapaz: 
 
a) com assistência = ato válido 
b) sem assistência = pode ser argüido, alegado a anulabilidade – 
arts. 171, 178, 179. 
 
Art. 105: 
 
1) se a outra parte SABIA da incapacidade: NÃO PODE ser 
invocada a incapacidade relativa em benefício próprio (ver arts. 180 e 
181); 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
14 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
2) se a outra parte NÃO SABIA da incapacidade: PODE 
invocar a incapacidade = negócio jurídico anulado: 
 
a) NÃO aproveita aos co-interessados; 
 
b) APROVEITA aos co-interessados se a obrigação for 
indivisível. 
 
 
 
IMPOSSIBILIDADE INICIAL DO OBJETO 
 
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio 
jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a 
que ele estiver subordinado. 
ART. 106 – Impossibilidade relativa: pode ser cumprida de outro 
modo. Considere F = formação do NJ. 
 
 
 
 
 F = impossibilidade inicial absoluta = NJ nulo (art. 166) 
 
 
 
 
 F = impossibilidade inicial relativa = NÃO torna o NJ nulo pois pode 
ser cumprida de outro modo. Ex: Um dos contratantes tem como 
obrigação de entregar uma safra (objeto possível) ao outro. Não pode 
alegar que “tal” terreno está alagado e por esse motivo não pode 
cumprir a obrigação, porque ele pode plantar em outro terreno. Não 
pode alegar que não pode cumprir porque o agrotóxico X está em falta 
no mercado porque existem outros agrotóxicos de outras marcas. A 
impossibilidade aqui não é absoluta, total. Também se considera 
impossibilidade relativa quando a obrigação a princípio é impossível de 
se cumprir, porém antes de ocorrer a condição a obrigação se torna 
possível. 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
15 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORMA DA DECLARAÇÃO DE VONTADE 
 
A regra é a forma livre, a liberdade de forma, salvo se a lei 
exigir alguma formalidade (solenidade): 
Art. 107. A validade da declaração de vontade não 
dependerá de forma especial, senão quando a lei 
expressamente a exigir. 
 
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, regra: a escritura 
pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem 
à constituição, transferência, modificação ou renúncia de 
direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o 
maior salário mínimo vigente no País. 
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de 
não valer sem instrumento público, este é da substância do 
ato. 
RESERVA MENTAL: Art. 110. A manifestação de vontade subsiste 
ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que 
manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. 
Trataremos da reserva mental no estudo dos vícios ou defeitos do 
negócio jurídico. 
O SILÊNCIO COMO CONSENTIMENTO DA VONTADE: Art. 111. 
O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
16 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de 
vontade expressa. 
O silêncio, regra geral, não significa anuência, consentimento. 
Porém, as circunstâncias ou os usos podem indicar ou presumir que o 
silêncio indica a aceitação do negócio jurídico. Por exemplo, uma 
compra e venda programada mensalmente. Suponhamos que loja 
representante de produtos de beleza da marca “X” faça uma compra 
programada consubstanciada num único pedido dos referidos produtos 
para entrega parcelada durante uma ano. As remessas são 
mensalmente entregues. Suponhamos que as revendas estejam fracas 
e após a sexta entrega, loja deseje cancelar as futuras compras. 
Nesse caso, deve fazê-la por expresso, oral ou por escrito, conforme o 
pedido originalmente realizado. O silencio mês a mês da loja induz 
anuência, consentimento quanto à entrega da remessa atual bem 
como das futuras. 
 
INTENÇÃO DA DECLARAÇÃO: Art. 112. Nas declarações de 
vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do 
que ao sentido literal da linguagem. 
 
INTERPRETAÇÃO dos Negócios Jurídicos (devem ser 
interpretados conforme o Princípio da Boa-fé e os usos do lugar da 
celebração): Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser 
interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua 
celebração. 
 
INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA: Negócios jurídicos benéficos por 
exemplo, a doação bem como a renúncia interpretam-se 
restritivamente: 
 
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia 
interpretam-se estritamente. 
 
 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
17 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NEGÓCIO JURÍDICO REALIZADO COM MENOR DE IDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não 
pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua 
idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela 
outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se 
maior. 
Art. 181.Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação 
anulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu 
em proveito dele a importância paga. 
Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as 
partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não 
sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o 
equivalente. 
Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do 
negócio jurídico sempre que este puder provar-se por 
outro meio. 
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade 
parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte 
válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação 
principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas 
não induz a da obrigação principal. 
 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
18 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VÍCIOS OU DEFEITOS DO ATO/NEGÓCIO JURÍDICO 
 
Os Atos ou Negócios Jurídicos podem apresentar-se com vícios ou 
defeitos, que provocando a sua ineficácia tornam NULO ou 
ANULÁVEL o Negócio Jurídico. 
 
Vícios de Consentimento: ocorrem da própria vontade. Ex.: erro, 
dolo, coação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vícios de Consentimento 
Podem ser objeto de ação 
anulatória no prazo de 4 anos 
ou 2 anos (arts. 178 e 179) 
Coação 
Dolo 
Erro 
Estado de Perigo 
Lesão 
Fraude contra credores 
ANULÁVEL 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
19 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nos vícios de consentimento ou de vontade o prejudicado é um 
dos contratantes, pois há manifestação da vontade sem 
corresponder com o seu íntimo e verdadeiro querer. 
 
Os vícios sociais consubstanciam-se em atos contrários à boa fé 
ou à lei, decorrentes da malícia humana prejudicando terceiro. 
São vícios da vontade: o erro, o dolo, a coação, o estado de perigo e a 
lesão; e vícios sociais: a fraude contra credores e a simulação. 
 
 
ERRO 
 
Erro: é a FALSA noção que se tem de um objeto ou de uma 
pessoa. Ocorre quando o próprio agente pratica o ato baseando-se 
em falso juízo ou engano. A pessoa se engana sozinha; ninguém a 
induz a erro. Pode ser cometido por conta própria. 
 
Só anula o ato jurídico o erro SUBSTANCIAL ou essencial. Ex.: 
compra de um quadro de um autor como se fosse de outro. 
 
Não acarreta nulidade de um ato o erro acidental ou secundário Ex.: 
comprar uma casa com seis janelas, pensando que tinha sete. 
 
ART. 138 – ANULÁVEL o NJ = ERRO SUBSTANCIAL: 
Vícios Sociais 
Simulação 
NULO 
ANULÁVEL 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
20 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
ARt . 139 – ERRO SUBSTANCIAL: 
 
• NATUREZA: empresto um computador, a pessoa 
pensa que foi doação; 
• OBJETO: comprou um lote num condomínio 
pensando ser valorizado; trata-se de outro 
condomínio de nome parecido; 
• QUALIDADES: comprou relógio pensando ser de 
ouro, porém é dourado; 
• IDENTIDADE OU QUALIDADE DA PESSOA: casa-se 
com criminoso procurado ou com alguém que 
possui defeito físico não revelado anteriormente. 
 
 
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as 
declarações de vontade emanarem de erro substancial que 
poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das 
circunstâncias do negócio. 
Art. 139. O erro é substancial quando: 
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da 
declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais; 
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a 
quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído 
nesta de modo relevante; 
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o 
motivo único ou principal do negócio jurídico. 
 
ERRO ACIDENTAL: NÃO ANULA = é o erro sobre as qualidades 
secundárias, acessórias do NJ; não vicia o NJ; continua válido, produz 
efeito por não incidir sobre a declaração de vontade. Ex: compro uma 
casa pensando ter seis janelas, porém possui três. 
 
ERRO NA INDICAÇÃO DA PESSOA NÃO ANULA QUANDO A 
PESSOA PUDER SER IDENTIFICADA: Art. 142. O erro de 
indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
21 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas 
circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada. 
Exemplo: Marcos indica Maria como beneficiaria de um seguro de vida 
em caso de sua morte, quando na verdade, queria indicar Socorro. Se 
pelo contexto ou circunstancias se puder indicar Socorro, o negocio 
subsiste e não será anulado. 
 
FALSO MOTIVO: Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração 
de vontade quando expresso como razão determinante. 
Não há obrigatoriedade de indicar o motivo pelo qual estar se 
realizando o ato/negocio jurídico. Porem, uma vez indicado o motivo, 
este devera ser verdadeiro, sob pena de anulabilidade. 
TRANSMISSÃO ERRÔNEA DA VONTADE E ANULAVEL: Art. 141. A 
transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável 
nos mesmos casos em que o é a declaração direta. 
A transmissão da vontade pode ocorrer por meio de um representante 
ou mandatário que praticará o ato/negócio em nome do representado. 
Exemplo: o negócio se passa entre “A”e “B”. “Ä” não podendo 
comparecer, constitui como seu representante um terceiro “C”. Nesse 
caso, “C” transmite erroneamente a vontade de “A” para “B”, viciando 
o ato/negocio, sendo passível de anulação. 
ERRO DE CÁLCULO: Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza 
a retificação (correção) da declaração de vontade. 
ART. 143. ERRO DE CÁLCULO: é uma inexatidão material: NÃO 
ANULA o NJ, apenas autoriza a retificação (correção). E; comprou 12 
camisas por R$ 45,00. Pagou R$ 450,00; deve completar o preço de 
R$ 90,00. 
Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico 
quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, 
se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real 
do manifestante. 
 
 
DOLO 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
22 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
Dolo: é o artifício empregado pelo agente para enganar outra pessoa. 
O agente emprega artifício para levar alguém a pratica de um ato que 
o prejudica, sendo por ele beneficiado ou mesmo beneficiando um 
terceiro. 
* Dolo Bom: empregado para beneficiar o autor do ato, não é 
ANULÁVEL. Quando houver dolo de terceiros, se as partes 
contratantes não souberem, o ato jurídico não é anulável. 
* Dolo Mal: prejudica o autor do ato, é passível de ANULAÇÃO. 
O Dolo Mal pressupõe: 
a) prejuízo para o autor do ato; 
b) benefício para o autor do dolo ou terceiro 
c) Pode ser praticado pelo silêncio. Não se admite invocação do Dolo 
para se anular casamento. 
 
ART. 145. ANULÁVEL o NJ = DOLO PRINCIPAL, ESSENCIAL ou 
SUBSTANCIAL: dá causa ao NJ. O NJ não ia se realizar; só se 
realizou porque houve o dolo, induzimento de alguém. 
 
DOLO SUBSTANCIAL (ESSENCIAL): Art. 145. São os negócios 
jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa. 
 
DOLO ACIDENTAL: NÃO ANULÁVEL: Art. 146. O dolo acidental só 
obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a 
seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro 
modo. 
ART. 146. DOLO ACIDENTAL: o NJ se realizou em condições mais 
onerosas. Note que aqui o NJ iria se realizar, porém se realizou de 
modo mais gravoso, oneroso: compra de um carro mais caro do que o 
normal. 
 
DOLO NEGATIVO ou OMISSÃO DOLOSA: VICIA O NJ e, se vicia, 
e passível de anulação: Art.147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o 
silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou 
qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
23 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria 
celebrado. 
 
ART. 148. DOLO DE TERCEIRO: ANULA o NJ se a parte a quem 
aproveita SOUBER do dolo. Se a parte a quem aproveita o NJ 
proveniente do dolo NÃO SOUBER do dolo, NÃO VICIA O NJ e por 
esse motivo NÃO haverá ANULAÇÃO. 
 
Exemplo: o negocio se passa entre “A” e “B”. Porem, um terceiro “C” 
age com dolo para beneficiar “B”. Se “B” (parte beneficiaria do dolo) 
sabia do dolo, o negocio se contamina pelo vicio e pode ser passível 
de anulação. Se “B” não sabia do dolo, o negocio subsiste e não será 
passível de anulação. 
 
 
 
DOLO DE TERCEIRO: Art. 148. Pode também ser anulado o negócio 
jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse 
ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o 
negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da 
parte a quem ludibriou. 
 
DOLO DO REPRESENTANTE LEGAL: Art. 149. O dolo do 
representante legal de uma das partes só obriga o representado 
a responder civilmente até a importância do proveito que teve; 
se, porém, o dolo for do representante convencional, o 
representado responderá solidariamente com ele por perdas e 
danos. 
Não raras vezes, a pessoa não pode comparecer pessoalmente para 
praticar o ato /negócio jurídico. Assim, necessita de um representante 
para representá-la e exprimir sua vontade. 
O representante legal pode ser o pai, a mãe, por exemplo, de um 
absolutamente incapaz. Se o representante legal age com dolo, o 
representado responde até a importância (valor $) do proveito ou 
vantagem que obteve com o dolo. 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
24 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
O representante convencional é o procurador, mandatário; decorre do 
acordo de vontades entre o representante e o representado. Caso o 
representante pratique dolo, tanto este quanto o representado 
respondem solidariamente por perdas e danos. 
 
DOLO RECÍPROCO ou DOLO DE AMBOS: Art. 150. Se ambas as 
partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para 
anular o negócio, ou reclamar indenização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
COAÇÃO 
 
Coação: é a pressão psicológica exercida sobre alguém para 
obrigá-lo a praticar determinado ato. Para que a coação vicie o ato é 
necessário que se incuta medo de dano à pessoa do coagido, à sua 
família ou a seus bens e que o dano objeto da ameaça seja 
providência física ou moral. 
 
COAÇÃO: ART. 151: 
 
• Temor justificado: ameaça 
• Dano iminente: dano para atingir pessoa, família 
 
Dano grave e sério: ameaça deve ser grave e capaz de assustar. 
 
 
 
 
 
 
 
COAÇÃO 
Física ou Vis absoluta = NJ NULO 
Psicológica ou Vis relativa = NJ ANULÁVEL 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
25 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
A doutrina é quem divide a coação física (ou absoluta ou vis 
absoluta) e em psicológica (ou relativa ou vis relativa). 
 
A coação física é a que priva um dos contratantes completamente: 
alguém coloca a arma na cabeça de outrem e manda assinar o 
contrato. Há nulidade absoluta. 
 
A coação psicológica é a ameaça de um contratante ao outro. Na 
coação psicológica o coator deixa a opção para o coagido de ceder ou 
não a ameaça. Exemplo: um dos contraentes ameaça falar um 
segredo do outro, que se sente coagido em ceder ou não a ameaça. 
 
 
Mas cuidado! Para qualquer questão genérica que afirme que 
a coação torna anulável o ato/negócio jurídico, essa questão é 
verdadeira, correta! 
 
A coação para tornar o ato/negócio jurídico NULO, a questão deve 
mencionar expressamente a expressão “coação física ou vis absoluta”. 
 
COAÇÃO PARA ANULAR: Art. 151. A coação, para viciar a 
declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente 
fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à 
sua família, ou aos seus bens. 
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à 
família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se 
houve coação. 
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a 
idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as 
demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela. 
 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
26 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
EXCLUDENTE DA COAÇÃO: Art. 153. Não se considera coação a 
ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor 
reverencial = EXCLUI A COAÇÃO = NÃO HÁ VÍCIO = NÃO ANULA. 
ART. 153. EXCLUSÃO DA COAÇÃO: não se considera coação: 
 
• Ameaça do exercício normal de um direito - Ex: se 
você não pagar vou protestar o título. 
• Simples temor reverencial: ameaça de pai para que 
o filho obedeça. 
 
 
ART. 154. COAÇÃO DE TERCEIRO: ANULA O NJ SE A PARTE A 
QUEM APROVEITA O NJ ESTIVER EM COLUIU, CUMPLICIDADE COM 
O COATOR. 
 
 
COAÇÃO DE TERCEIRO: Art. 154. Vicia o negócio jurídico a 
coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter 
conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá 
solidariamente com aquele por perdas e danos. 
COAÇÃO DE TERCEIRO: Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, 
se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela 
tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação 
responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao 
coacto = NÃO VICIA = NÃO ANULA. 
 
 
ESTADO DE PERIGO
 
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da 
necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano 
conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente 
onerosa. 
 
ESTADO DE PERIGO: ART. 156 – ANULA. ELEMENTOS (cumulativos): 
 
• SALVAMENTO: alguém quer se salvar 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
27 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
• GRAVE DANO 
 
• CONHECIDO DA OUTRA PARTE 
 
• ASSUME OBRIGAÇÃO EXCESSIVAMENTE ONEROSA. 
 
Ex: pai que tem o filho sequestrado e o bandido pede R$ 100 mil de resgate. O 
amigo sabendo oferece jóias que valem R$ 50 mil por R$ 100 mil. 
 
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do 
declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias. 
 
 
Note que no estado de perigo há uma necessidade de SALVAMENTO, enquanto 
que na lesão, há uma inexperiência ou necessidade, mas por exclusão toda e 
qualquer necessidade que NÃO SEJA DE SALVAMENTO poderá configurar lesão. 
 
 
Os requisitos para a configuração do estado de perigo devem ser 
CUMULATIVOS; se faltar um dos elementos/requisitos NÃO SE TRATA DE 
ESTADO DE PERIGO. 
 
 
O ESTADO DE PERIGO, por exemplo, é aquele que se configura num naufrágio, 
em que havendo a necessidade de salvamento, uma das pessoas em alto mar 
possui dois botes de salvamento e oferece um bote a outrem pedindo em troca 
uma quantia exorbitante. No estado de perigo é NECESSARIO QUE UMA DAS 
PARTES SAIBA DO GRAVE DANO DA OUTRA; O GRAVO DANO DE UM DELES 
DEVE SER CONHECIDO DO OUTRO. 
 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
28 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
LESÃO 
 
Lesão: é quando uma pessoa obtém um lucro exagerado se aproveitando da 
imaturidade / necessidade / inexperiência de alguém. Ex.: agiotagem 
 
Lucro exagerado- é considerado quando o valor de venda atinge 5 x o valor 
de mercado ou quando o valor de compra atinge 1/5 do valor de mercado. 
 
A Lesão possui dois elementos: 
 
Elemento objetivo: lucro exagerado; e 
 
Elemento subjetivo: imaturidade, necessidade, inexperiência. 
 
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou 
por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente 
desproporcional ao valor da prestação oposta. 
 
LESÃO: ART. 157 – ANULA. É o abuso, é a usura, quando há cláusulas 
leoninas, por exemplo num contrato 9negócio jurídico). 
 
Um dos contratantes está em posição de inferioridade. 
 
Alguém por INEXPERIÊNCIA ou NECESSIDADE celebra negócio jurídico 
extremamente desfavorável; assume obrigação MANIFESTAMENTE 
DESPROPORCIONAL. 
 
 
Ex: inquilino em vias de ser despejado, premido da necessidade de abrigar sua 
família, realiza contrato de valor bem acima do mercado. Se tivesse condições 
e meditar jamais teria realizado. 
 
§ 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao 
tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. 
§ 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento 
suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
29 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
 
FRAUDE CONTRA CREDORES 
 
 
Fraude contra Credores: é a manobra ardilosa para prejudicar 
terceiros. É caracterizada pela ma-fé. É a venda, o desfalque pelo devedor ou 
pelo devedor aliado a terceiro do seu patrimônio em prejuízo dos credores, 
com finalidade, a intenção de prejudicar seus credores. Ocorre quando o 
devedor atinge um estado de insolvência (aumento de dívidas com 
consequente diminuição do patrimônio). 
 
A fraude contra credores possui dois elementos: 
Elemento Objetivo = (eventus damni) = dano, prejuízo; e 
 
Elemento Subjetivo = (consolium fraudis) = conluio (acordo). 
 
A fraude contra credores pode ser objeto de ação anulatória, também 
chamada Ação Pauliana. 
 
AÇÃO PAULIANA ou REVOCATÓRIA: É a ação apropriada para anular os 
atos lesivos aos direitos dos credores. A dilapidação do patrimônio do devedor 
já insolvente (embora não saiba) ardilosamente arquitetada de forma que não 
lhe reste bens suficientes para saldar suas dívidas é considerada fraude contra 
credores. O credor que não possua uma garantia real, privilegiada, conta 
exclusivamente com os bens do devedor para ver seu crédito satisfeito. 
 
Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada 
contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a 
estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que 
hajam procedido de má-fé. 
 
A AÇÃO PAULIANA para anular o negócio jurídico pode ser proposta contra o 
devedor, contra terceiros adquirentes ou contra qualquer pessoa que tenham 
celebrado negócio fraudulento com o devedor. 
 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
30 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de 
dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à 
insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos 
credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. 
 
FRAUDE CONTRA CREDORES: prática maliciosa, pelo devedor, de atos que 
desfalcam seu patrimônio, com a finalidade de fraudar credores. Objetivos: Ato 
com a finalidade de frustrar pagamento devido ou tendentes a violar a 
igualdade entre os credores. 
 
 
ART. 158: 
 
1) Atos a título gratuito: doação, renúncia à herança, remissão (perdão) de 
dívidas que o devedor já estando insolvente. 
2) Atos título oneroso (159): venda realizada entre parentes próximos por 
preço vil. 
3) Pagamento antecipado de dívidas: paga dívida ainda não vencida, por 
exemplo, quando o credor é um amigo, fraudando os demais que têm 
dívidas já vencidas. 
 
§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. 
 
§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a 
anulação deles. 
 
CONTRATOS ONEROSOS ANULAVEIS: Art. 159. Serão igualmente 
anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a 
insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro 
contratante. 
 
 
 
ART. 159. Contrato oneroso: 
 
 
 A ---------------------- B 
 Vendedor Comprador: Caso ignore a insolvência: NÃO 
 anula 
 
 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
31 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
Art. 160. Se o adquirente (comprador) dos bens do devedor insolvente 
ainda não tiver pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, 
desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a citação de todos os 
interessados. 
 
Pelo art. 160, o comprador cumpre sua obrigação (pagamento) depositando o 
valor do bem em juízo e requerendo a citação de todos os outros credores. 
Caso o comprador valor deposite o valor a menor, para conservar o bem 
deverá complementar o pagamento do mesmo. 
 
Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá 
depositar o preço que lhes corresponda ao valor real. 
 
 
CREDOR QUIROGRAFÁRIO: Art. 162. O credor quirografário, que 
receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não 
vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se 
tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu. 
 
Credor quirografário é o credor que não possui direito real de garantia (não é um credor 
hipotecário); seus créditos decorrem das relações obrigacionais: cheques, duplicatas. O 
crédito do credor hipotecário decorre de, por exemplo, uma hipoteca constituída pelo seu 
devedor. O devedor pede um empréstimo e dá em garantia (hipoteca) um bem imóvel. 
Caso não venha a pagar o empréstimo, o credor vende o bem dado em garantia e satisfaz 
seu credito. Pois bem! O crédito hipotecário (credito com garantia real) tem preferência, 
assim como o crédito tributário e os créditos decorrentes de acidente de trabalho e 
legislação trabalhista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 162. 
 
 (credores) 
 A (devedor) --------------------------- B C D 
 
 
O devedor A paga ao B, prejudicando C e D. B se obriga a devolver o valor. 
 
 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
32 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
GARANTIAS DE DÍVIDAS: Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos 
dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver 
dado a algum credor. 
 
Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários 
indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou 
industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família. 
 
 
Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá 
em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores. 
 
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos 
preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade 
importará somente na anulação da preferência ajustada. 
 
 
 
SIMULAÇÃO 
 
 
Simulação: é a declaração enganosa da vontade, visando obter 
resultado diverso do que aparece, para iludir terceiros ou burlar a lei. 
Simular significa fingir. É aparência do que não existe. Dissimular, ao 
contrário, significa encobrir a verdade. Veja que na dissimulação há um 
fato verdadeiro, real, há uma verdadeque é encoberta. Já na simulação 
declara-se o que não existe. Na simulação as partes dão uma aparência ao 
negócio jurídico. 
 
A simulação consiste em: um acordo entre as partes do negócio jurídico em 
declarar para um terceiro um negócio aparente, cujos efeitos não são 
desejados pelas partes. O propósito é de enganar o terceiro com objetivo de 
causar prejuízo a terceiro ou fraudar a lei. 
 
A Simulação não será um defeito do ato jurídico se não houver prejuízo a 
alguém ou violação da lei. 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
33 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
Só terceiros lesados pela simulação é que podem demandar a nulidade dos 
atos simulados. Ex.: um indivíduo faz contrato de compra e venda objetivando, 
na verdade, fazer uma doação. Suponhamos que um dos cônjuges simule um 
contrato de venda de um apartamento com uma pessoa, que, na verdade é 
sua amante. Trata-se de doação disfarçada de compra e venda. 
 
Na simulação há um desacordo entre a vontade declarada e a vontade interna 
e não manifestada. 
 
SIMULAÇÃO – ART. 167 – NJ NULO. Declaração enganosa da vontade 
visando obter resultado diverso; cria uma aparência de direito para iludir ou 
violar a lei. As duas partes estão combinadas com intenção de prejudicar 
terceiro ou violar a lei. Ex: marido vende bem para a amante, prejudicando 
seu cônjuge. Claro que não é contrato de compra e venda, mas doação. 
 
 
 
 
Espécies: 
 
SIMULAÇÃO ABSOLUTA: A declaração aparente NÃO VISA A PRODUZIR 
QUALQUER EFEITO JURÍDICO. 
 
SIMULAÇÃO RELATIVA: as partes VISAM PRODUZIR EFEITOS DIVERSOS, 
DIFERENTES. As partes t6em a intenção de gerar efeitos jurídicos, mas não os 
efeitos que vieram a declarar, mas outros. Ë o caso da venda do apartamento 
do marido para a amante, que no caso é doação. 
 
SIMULAÇÃO MALICIOSA: NÃO visam prejudicar terceiros ou causar danos 
ou violar a lei. Visam tão somente ocultar (esconder) de terceiros a verdadeira 
natureza do negócio jurídico. 
 
SIMULAÇÃO INOCENTE: as partes visam prejudicar terceiros ou violar a lei. 
 
Lembre que a simulação é o único defeito ou vício do negócio jurídico que o 
contamina de vício insanável, tornando-o NULO DE PLENO DIREITO. Todos os 
outros vícios ou defeitos tornam o ato/negócio anulável. Mas lembre da 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
34 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
coação: se na questão vier expressa “coação física ou absoluta ou vis 
absoluta”, atribuindo a esta espécie de coação a nulidade absoluta, a questão 
(item) está verdadeiro, correto. Do contrário, para toda e qualquer questão 
genérica que afirme que a coação torna o negócio anulável, a questão está 
verdadeira. 
 
Poderão demandar a nulidade dos atos SIMULADOS: os terceiros lesados 
pela simulação e os representantes do poder público. 
 
A simulação está disciplinada no art. 167 do Código Civil. O artigo contém 
duas regras. Vamos estudá-las por partes: 
 
Primeira regra: 
 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se 
dissimulou, se válido for na substância e na forma. 
 
Até aqui tudo bem! Dois ou mais sujeitos, em coluio (combinados) simulam um 
contrato. 
 
Segunda regra: 
 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se 
dissimulou, se válido for na substância e na forma. 
Veja o desenho: 
 
 
ART. 167. 
 
 
 NJ simulado NJ NULO 
 
 
 DISSIMULAÇÃO: (oculta o que é verdadeiro): que o 
 
 terreno alaga. A dissimulação subsiste, permanece, é 
 válida. 
 
 
 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
35 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
As partes realizaram um negócio de compra e venda de um terreno em 
determinada circunstância que o torna simulado. Além disso, mente, esconde a 
verdade (dissimula) ao dizer para o comprador que o terreno não alaga (está 
numa determinada região não passível de alagamento). O fato de o negócio 
ser nulo devido a simulação sempre vai subsistir a dissimulação (terreno que 
alaga devido a estar localizado numa zona baixa que o nível normal). O fato do 
negócio ser nulo devido a simulação, a parte dissimulada subsiste. 
 
 
 
Art. 167. § 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: 
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às 
quais realmente se conferem, ou transmitem; 
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; 
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. 
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes 
do negócio jurídico simulado. 
 
 
 
RESERVA MENTAL ou SIMULAÇÃO INOCENTE 
 
 
A simulação é diferente da Reserva Mental: nesta as partes não estão 
combinadas. 
 
 
 
 
 
A regra decorre um dos contratantes não pode saber o que se passa na mente 
do outro. Se “a” faz uma declaração, mas mentalmente faz a reserva de não 
querer o que declara, o negócio é válido, subsiste, salvo se “b” sabia dessa 
reserva mental. 
 
 
 
Regra: Art. 110. A manifestação de vontade subsiste (não vicia, não anula) 
ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que 
manifestou, Exceção: salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
36 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
ELEMENTOS ESSENCIAIS E ACIDENTAIS 
DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 
ELEMENTOS ESSENCIAIS: 
CAPACIDADE DO AGENTE, OBJETO LÍCITO e CONSENTIMENTO 
 
O negócio jurídico apresenta elementos essenciais (constitutivos), 
obrigatórios para sua Constituição. 
 
Os elementos constitutivos abrangem: os elementos essenciais, 
imprescindíveis à existência do ato negocial, pois forma sua substância, 
podem ser gerais e particulares; os naturais, que são efeitos decorrentes 
do negócio jurídico, sem que seja necessário qualquer menção expressa, 
pois a própria norma jurídica já lhe determina quais são essas 
consequências jurídicas. 
 
Capacidade do agente: se todo negócio jurídico pressupõe uma declaração 
de vontade, a capacidade do agente é indispensável à sua participação 
válida na seara jurídica; a capacidade especial ou legitimação distingue-se 
da capacidade geral das partes, para a validez do negócio jurídico, pois para 
que ele seja perfeito não basta que o agente seja plenamente capaz; é 
imprescindível que seja parte legítima, isto é, tenha competência para 
praticá-lo, dada a sua posição em relação a certos interesses jurídicos; sua 
falta pode tornar o negócio nulo ou anulável; a legitimação depende da 
particular relação do sujeito com o objeto do ato negocial. 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
37 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
Objeto lícito e possível: para que o negócio se repute perfeito e válido 
deverá versar sobre objeto lícito, conforme a lei; além de lícito deve ser 
possível, física ou juridicamente, o objeto do ato negocial. 
 
Consentimento: é vontade, a anuência válida do sujeito a respeito do 
entabulamento de uma relação jurídica sobre determinado objeto; pode ser 
ele expresso ou tácito desde que o negócio, por sua natureza ou disposição 
legal, não exija forma expressa. 
 
 
ELEMENTOS ACIDENTAIS OU CLÁUSULAS ACESÓRIAS: 
CONDIÇÃO, TERMO e ENCARGO 
 
Os elementos acidentais são estipulações ou cláusulas acessórias que as 
partes podem adicionar em seus negócios para modificar uma ou algumas 
de suasconsequências naturais, dos quais são exemplos: a condição, o 
termo e o modo ou encargo. 
 
São facultativos, opicionais no sentido de que, não há obrigatoriedade de 
inseri-los no contrato; o negócio jurídico pode sobreviver sem eles. 
 
Porém, uma vez inseridos no negócio, ficam indissociavelmente ligados a 
ele. 
 
 
 
 
A condição, o termo e o encargo são cláusulas acessórias aos negócios 
jurídicos. Como assim, cláusulas acessórias? Acessórias, porque não são 
cláusulas principais, ou seja, o negócio jurídico pode ou não contemplá-las. 
Elas são tratadas a partir do art. 121 do Código Civil. 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
38 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
CONDIÇÃO 
 
CONDIÇÃO: Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando 
exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a 
evento futuro e incerto. 
 
Está claro que a condição é uma cláusula. E essa cláusula (condição) subordina 
o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. Como assim? Vamos 
entender o que significa esse “efeito”. Os efeitos do negócio jurídico podem 
ser: a) eficácia e b) ineficácia. 
 
 
 
EFICÁCIA = tornar-se eficaz = produzir 
efeito 
INEFICÁCIA = tornar-se ineficaz = parar 
de produzir efeitos 
Se, o negócio jurídico contemplar uma condição, o efeito (eficácia ou 
ineficácia) do negócio jurídico fica subordinado a um evento futuro e 
incerto. Ou seja, somente quando o evento futuro e incerto ocorrer, o negócio 
jurídico vai produzir efeito (que pode ser eficácia ou ineficácia). 
A condição se subdivide em: a) CONDIÇÃO SUSPENSIVA e b) CONDIÇÃO 
RESOLUTIVA. 
 
CONDIÇÃO SUSPENSIVA CONDIÇÃO RESOLUTIVA 
Subordina a eficácia do negócio jurídico a 
um evento futuro e incerto 
Subordina a ineficácia do negócio jurídico 
a um evento futuro e incerto 
A) CONDIÇÃO SUSPENSIVA: o negócio jurídico SÓ se torna EFICAZ (só 
produz efeito) se ocorrer o evento futuro e incerto. Exemplo: o pai 
realiza um negócio jurídico com o filho, uma doação. Caso o filho seja 
aprovado no vestibular para o curso de Direito, recebe o carro. Pronto, 
está posta a condição no negócio jurídico! Nesse caso, a condição 
suspensiva, como o próprio nome diz, SUSPENDE TUDO: a aquisição 
EFEITO 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
39 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
do carro, bem como o exercício (dirigir o carro) ficam suspensos, até 
que o evento futuro e incerto (passar no vestibular) venha a ocorrer. 
SUSPENDE A AQUISIÇÃO E O EXERCÍCIO DO DIREITO. 
 
B) CONDIÇÃO RESOLUTIVA: o negócio jurídico se torna EFICAZ (produz 
efeito) imediatamente com a realização do negócio jurídico. Quando 
ocorrer o evento futuro e incerto, o negócio jurídico se torna 
INEFICAZ (pára de produzir os efeitos). Exemplo: um sobrinho realiza 
um negócio jurídico (empréstimo) com seu tio, nesses moldes: tio 
empresta seu apartamento (em outra cidade) ao sobrinho que foi lá 
aprovado no vestibular de medicina e não tem aonde morar; a condição 
é que no momento em que “colar grau” (evento futuro e incerto), 
devolverá o imóvel. Note que o sobrinho imediatamente inicia sua 
moradia no imóvel. Isso porque a condição resolutiva NÃO SUSPENDE 
NADA! Não suspende a aquisição nem o exercício do direito. 
 
Condição Suspensiva Condição Resolutiva 
Subordina a eficácia do negócio jurídico a 
um evento futuro e incerto 
Subordina a ineficácia do negócio jurídico 
a um evento futuro e incerto 
SUSPENDE TUDO: SUSPENDE A 
AQUISIÇÃO E O EXERCÍCIO DO DIREITO 
NÃO SUSPENDE NADA! Não suspende a 
aquisição nem o exercício do direito 
 
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição 
suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a 
que ele visa. 
Condição Suspensiva – art. 125: subordina a EFICÁCIA (EFEITO) do 
negócio jurídico a em evento futuro e incerto. A eficácia do NJ fica SUSPENSA, 
PENDENTE. O NJ NÃO produz efeito até que a condição se realiza: 
 
SUSPENDE A AQUISICÃO E O EXERCÍCIO DO DIREITO 
 
 
 
 
 Condição se realiza: 
 NJ produz efeito 
 
Ex: se (condição) você passar no vestibular para Direito (evento futuro e 
incerto) te dou um carro. 
 
 
Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
40 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão valor, 
realizada a condição, se com ela forem incompatíveis. 
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o 
negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele 
estabelecido. 
 
 
Condição Resolutiva – art. 127: Subordina a INEFICÁCIA do NJ a um evento 
futuro e incerto. ENQUANTO a condição não se realizar, o NJ é EFICAZ 
(PRODUZ TODOS OS EFEITOS). 
 
 Produz Condição se realiza 
 
 
 NJ efeito NJ ineficaz 
 
 
NÃO SUSPENDE A AQUISIÇÃO E NEM O EXERCÍCIO DO DIREITO 
 
Ex: Enquanto não colar grau na faculdade de medicina (evento futuro e 
incerto) te empresto meu apartamento para morar. 
 
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, 
o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução 
continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não 
tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a 
natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé. 
 
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou 
resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo. 
 
TERMO 
TERMO: Termo é a cláusula que subordina os efeitos do ato negocial a um 
acontecimento futuro e certo. Termo inicial. O termo inicial (dies a quo, ex 
die), dilatório ou suspensivo é o que fixa o momento em que a eficácia do 
negócio deve ter início, retardando o exercício do direito. Assim sendo, o 
direito a termo será tido como adquirido. 
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do 
direito. O termo inicial é um evento futuro e CERTO que condiciona o início 
dos efeitos do negócio jurídico. 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
41 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 NJ Termo inicial 
 
 
 
 NÃO SUSPENDE A AQUISIÇÃO DO DIREITO 
 SUSPENDE O EXERCÍCIO DO DIREITO 
 
Vamos agora tomar como exemplo a compra de um veículo em uma 
concessionária. O financiamento é aprovado, o comprador paga um sinal 
(aquisição), mas o veículo na cor preta só será entregue do dia 20 do mês 
seguinte a data da compra (termo inicial para o exercício ao direito). 
 
O TERMO NÃO SUSPENDE A AQUISIÇÃO; SUSPENDE O EXERCÍCIO AO 
DIREITO. Nesse caso, o carro foi adquirido, porém o sujeito só vai exercitar o 
seu direito de dirigir, usar o veículo no dia 20 do mês seguinte. 
 
A eficácia de um negócio jurídico pode ser fixada no tempo. Determinam as 
partes ou fixa o agente quando a eficácia do ato começará e terminará. Esse 
dia do início e do fim da eficácia do negócio chama-se termo, que pode ser 
inicial ou final. 
 
 
Denomina-se termo inicial (ou suspensivo ou dies a quo) aquele a partir do 
qual se pode exercer o direito; é termo final (ou extintivo ou dies ad quem) 
aquele no qual termina a produção de efeitos do negócio jurídico. 
 
 
O termo inicial suspende a eficáciade um negócio até sua ocorrência, 
enquanto o termo final resolve seus efeitos. É semelhante à condição. 
 
 
O mesmo sentido, de forma mais técnica, faz-se presente no CC: 
 
"Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à 
condição suspensiva e resolutiva" (art. 135). 
 
O termo, porém, é modalidade do negócio jurídico que tem por finalidade 
suspender a execução ou o efeito de uma obrigação, até um momento 
determinado, ou o advento de um evento futuro e certo. Aí reside a diferença 
entre o termo e a condição. 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
42 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
Na condição, tem-se em mira evento futuro e incerto; no termo, considera-se 
evento futuro e certo. 
 
Tanto que, na condição, o implemento desta pode falhar e o direito nunca vir a 
se consubstanciar; o termo é inexorável e sempre ocorrerá. 
 
No termo, o direito é futuro, mas deferido, porque não impede sua aquisição, 
cuja eficácia é apenas suspensa. 
 
Como a compreensão de condição é muito próxima da compreensão de termo, 
ao titular do direito a termo, a exemplo do direito condicional, permite-se a 
prática de atos conservatórios, de acordo com o art. 130. E no termo, com 
maior razão, pois o titular de direito condicional possui apenas direito eventual, 
o titular de direito a termo possui direito deferido, apesar de futuro. 
 
 
O termo pode derivar da vontade das partes (termo propriamente dito ou 
termo convencional), decorrer de disposição legal (termo de direito) ou de 
decisão judicial (termo judicial). 
 
 
Na condição, enquanto não se verificar seu implemento, não se adquire o 
direito a que o ato visa (art. 125; antigo, art. 118); no termo inicial, pelo 
contrário, não se impede a aquisição do direito, mas se retarda seu exercício 
(art. 131; antigo, artigo 123). 
O termo, portanto, aposto a negócio jurídico, indica o momento a partir do 
qual seu exercício inicia-se ou extingue-se. 
 
 
Há atos, contudo, que não admitem a aposição de termo. Tal não é possível 
quando o direito for incompatível com o termo, dada sua natureza, bem como 
nos casos expressos em lei. Há incompatibilidade nos direitos de personalidade 
puros, nas relações de família e nos direitos que por sua própria natureza 
requerem execução imediata. Ninguém pode fazer adoção ou reconhecer filho 
subordinando tais atos a termo, por exemplo. 
 
 
É regra geral de interpretação que a aposição do termo seja feita em benefício 
da pessoa obrigada, salvo prescrição legal ou estipulação em contrário. É regra 
também encontrada no Código, no art. 133. 
 
 
Prazo: O prazo é o lapso de tempo decorrido entre a declaração de vontade e 
a superveniência do termo. O prazo é também o tempo que medeia entre o 
termo inicial e o termo final. Não se confunde, portanto, com o termo. 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
43 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
O termo é o limite, quer inicial, quer final, aposto ao prazo. É o tempo que 
decorre entre o ato jurídico e o início do exercício ou o fim do direito que dele 
resulta. 
 
Diz-se que o prazo é certo se o ato é a termo certo, e prazo incerto se o ato é 
a termo incerto. 
 
O art. 132 traça as disposições sobre a contagem dos prazos: "Salvo 
disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, 
excluindo o dia do começo, e incluindo o do vencimento. 
 
§ 1o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o 
prazo até o seguinte dia útil. 
 
§ 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia. 
 
§ 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, 
ou no imediato, se faltar exata correspondência. 
 
§ 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto." 
 
O art. 133 prescreve que, "nos testamentos, presume-se o prazo em favor do 
herdeiro, e, nos contratos, em proveito do devedor, salvo quanto a esses, se 
do teor do instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu a 
benefício do credor, ou de ambos os contratantes". 
 
 
Nos testamentos, o herdeiro tem a contagem de prazo a seu favor, preferindo 
ao legatário. 
 
A preferência do prazo em favor do devedor é que, no silêncio do contrato e na 
dúvida, deve ser beneficiado, em detrimento do credor, pois o primeiro deve 
cumprir a obrigação e está geralmente em situação de inferioridade. 
 
Estabelece o art. 134: "Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são 
exequíveis desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso 
ou depender de tempo". 
 
Como regra geral, as partes fixam prazo dentro do qual deve ser cumprida a 
obrigação. 
 
O credor não pode exigir o cumprimento antes do termo. Ainda que não haja 
fixação de prazo, há certas obrigações que, por sua natureza, só podem ser 
cumpridas dentro de certo lapso de tempo, como é o caso do empréstimo, por 
exemplo. 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
44 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
Porém, quando a obrigação permite e os contraentes não fixam prazo, a 
obrigação é exequível desde logo, com as ressalvas da lei, ou seja, se a 
execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo. 
 
Se se tratar de empréstimo, é óbvio que o credor não pode exigir 
imediatamente a devolução da coisa emprestada, assim também na 
empreitada, no contrato de fornecimento etc. 
 
A expressão “desde logo” do art. 134 não deve ser entendida ao pé da letra: 
temos que entender que o negócio jurídico deve ser realizado em tempo 
razoável, ainda que exequível desde logo, isto é, deve haver prazo razoável 
para que o ato seja realizado. Não havemos de dar rigor excessivo à regra aí 
estabelecida. 
 
ENCARGO/MODO 
 
ENCARGO/MODO: cláusula acessória à liberalidade (doação), pela qual se 
impõe um ônus, uma obrigação, a ser cumprida pelo beneficiário. Gera direito 
adquirido a seu destinatário, que já pode exercer o seu direito, ainda que 
pendente o cumprimento da obrigação que lhe fora imposta. 
 
Vamos tomar como exemplo uma pessoa (doador) que faz uma doação de um 
imóvel (terreno) a uma Prefeitura, mas com o encargo (obrigação, ônus) de 
construir uma escola para crianças carentes, um hospital, ou um asilo para 
velhinhos, ou o que quer que seja. 
O encargo impõe sempre uma obrigação ao beneficiário da doação. No 
encargo, o beneficiário adquire imediatamente a doação. O ENCARGO NÃO 
SUSPENDE A AQUISIÇÃO NEM O EXERCÍCIO DO DIREITO (regra): 
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do 
direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo 
disponente, como condição suspensiva. 
Caso o doador venha a doar o terreno como condição suspensiva, SUSPENDE-
SE A AQUISIÇÃO, bem como o EXERCICIO DO DIREITO até que o beneficiário 
(Prefeitura) venha a construir a escola, ou hospital, enfim que cumprir a 
obrigação. 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
45 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
 
 
 
TABELA – DECORAR 
CONDIÇÃO TERMO ENCARGO/MODO 
Evento futuro e 
INCERTO 
Evento futuro e CERTO Cláusula acessória à 
liberalidade com 
atribuição de um ônus, 
uma obrigação ao 
beneficiário. 
SUSPENSIVA: 
Subordina a eficácia 
do negócio jurídico a 
um evento futuro e 
incerto 
Termo é a cláusula 
que subordina os 
efeitos do ato 
negocial a um 
acontecimento futuro 
e certo 
Encargo, por exemplo, é 
uma doação. 
SUSPENSIVA: 
SUSPENDE TUDO: 
SUSPENDE A 
AQUISIÇÃO E O 
EXERCÍCIO DO 
DIREITO 
NÃO SUSPENDE A 
AQUISIÇÃO 
SUSPENDE O 
EXERCÍCIO 
NÃO SUSPENDE 
NADA: NÃO 
SUSPENDE A 
AQUISIÇÃO NEM O 
EXERCÍCIO DO 
DIREITO (salvo quando 
disposta como condição 
suspensiva)RESOLUTIVA: 
Subordina a ineficácia 
do negócio jurídico a 
um evento futuro e 
incerto 
 
NÃO SUSPENDE 
NADA! Não suspende 
a aquisição nem o 
exercício do direito 
 
 
 
O encargo ou modo é restrição imposta ao beneficiário de liberalidade. Trata-
se de ônus que diminui a extensão da liberalidade. 
 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
46 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
Assim, faço doação a instituição, impondo-lhe o encargo de prestar 
determinada assistência a necessitados; doa casa a alguém, impondo ao 
donatário obrigação de residir no imóvel; faço legado de determinada quantia 
a alguém, impondo-lhe o dever de construir monumento em minha 
homenagem; faço doação de área a determinada Prefeitura, com encargo de 
ela colocar, em uma da vias públicas, meu nome etc. 
 
Geralmente, o encargo é aposto às doações; porém, a restrição é possível em 
qualquer ato de índole gratuita, como nos testamentos, na cessão não 
onerosa, na promessa de recompensa, na renúncia e, em geral, nas obrigações 
decorrentes de declaração unilateral de vontade. 
 
O encargo apresenta-se como restrição à liberdade, quer estabelecendo uma 
finalidade ao objeto do negócio, quer impondo uma obrigação ao favorecido, 
em benefício do instituidor ou de terceiro, ou mesmo da coletividade. 
 
Não deve, porém, o encargo se configurar em contraprestação; não pode ser 
visto como contrapartida ao benefício concedido. Se houver contraprestação 
típica, a avença deixa de ser liberal para ser onerosa, não se configurando o 
encargo. 
 
 
Condições Lícitas e Ilícitas 
 
 
 
 
 
 
 
São ilícitas todas que atentarem contra proibição expressa ou virtual 
do ordenamento jurídico. Tem-se que verificar no caso de condição ilícita o 
fim ilícito da condição, pois uma condição nesse aspecto sempre pode ser 
realizada pela vontade da pessoa a quem se dirige. 
 
Condições ilícitas: são as condições imorais e as ilegais. São imorais as 
que, no geral, atentam contra a moral e os bons costumes. São dessa 
natureza as que vão contra o direito de liberdade das pessoas, seus princípios 
religiosos, sua honestidade e retidão de caráter. São ilegais as que incitam o 
agente à prática de atos proibidos por lei ou a não praticar os que a lei manda. 
Não pode ser admitida, portanto, a condição de alguém se entregar à 
prostituição ou transgredir alguma norma penal. 
 
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não 
contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; 
entre as condições defesas (proibidas) se incluem as que 
privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao 
puro arbítrio de uma das partes. 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
47 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
Condição Potestativa 
 
 
 
 
 
 
A segunda parte do artigo trata das condições potestativas. A condição 
potestativa é a que depende da vontade de um dos contraentes. Uma das 
partes pode provocar ou impedir sua ocorrência. A ela contrapõe-se a condição 
causal, a que depende do acaso, não estando, de qualquer modo, no poder de 
decisão dos contraentes. 
 
Nem todas as condições potestativas são ilícitas. Só aquelas em que a eficácia 
do negócio fica exclusivamente ao arbítrio de uma das partes, sem a 
interferência de qualquer fator externo. Por essa razão, CC inseriu a expressão 
"puro arbítrio" na dicção legal mencionada. Distinguem-se, então, as 
condições potestativas simples das condições puramente potestativas. 
 
CONDIÇÃO POTESTATIVA SIMPLES: Nas primeiras, não há apenas vontade 
do interessado, mas também interferência de fato exterior. Assim serão, por 
exemplo, as condições "se eu me casar", "se eu viajar para a europa", "se eu 
vender minha casa". 
 
 
CONDIÇÃO PURAMENTE POTESTATIVA: A condição puramente potestativa 
depende apenas e exclusivamente da vontade do interessado: "se eu quiser", 
"se eu puder", "se eu entender conveniente", "se eu assim decidir" e 
equivalentes. A proibição do art. 122 refere-se tão-só às condições puramente 
potestativas. Puro arbítrio de uma das partes. 
 
Embora não seja muito comum, a jurisprudência tem registrado a ocorrência 
de condições potestativas: "É condição puramente potestativa cláusula que, 
em contrato de mútuo, dê ao credor poder unilateral de provocar o vencimento 
antecipado da dívida, diante da simples circunstância de romper-se o vínculo 
empregatício entre as partes". 
 
 
CONDIÇÕES QUE INVALIDAM O NEGÓCIO JURÍDICO 
 
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não 
contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre 
as condições defesas (proibidas) se incluem as que 
privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o 
sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes. 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
48 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: 
I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; 
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; 
III - as condições incompreensíveis ou contraditórias. 
 
 
 
 
 
CUIDADO COM OS ARTIGOS 123, 124 e 137: 
 
 
Art. 123. INVALIDAM O NEGÓCIO JURÍDICO as CONDIÇÕES 
IMPOSSÍVEIS SUSPENSIVAS. 
 
 
 
 Negócio Jurídico 
 
 
 Condição suspensiva 
 (impossível) 
 
 
 
 
 
Note que quando um NJ possui uma condição suspensiva impossível (te dou 
um carro se você me der todas as estrelas do céu) TODO O NJ Ë INVÁLIDO. 
 
O CC especifica que essa nulidade ocorre apenas se a condição for suspensiva. 
Se resolutiva for, o ato ou negócio já possuir, de início, plena eficácia, que não 
será tolhida pela condição ilegal. 
 
No que se refere às condições fisicamente impossíveis, o atual Código adota 
idêntica solução: se for suspensiva essa condição, o negócio será inválido. 
 
Quanto à ilicitude da condição ou a de fazer coisa ilícita, de forma peremptória, 
ao contrário do antigo sistema, o presente Código aponta que essas condições 
invalidam, em qualquer circunstância, os negócios jurídicos que lhes são 
subordinados. Desse modo, a condição de furtar ou de alguém se entregar ao 
tráfico de drogas, por exemplo, invalida o negócio subordinado. 
 
 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCICIOS) P/ 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFC – BANCA ESAF 
 
49 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
O CC também dispõe que as condições incompreensíveis ou contraditórias 
invalidam os negócios respectivos. A condição aposta a um negócio jurídico 
passa a integrá-lo como um todo e dele não pode mais ser dissociada. 
 
As condições são elementos acidentais do negócio até que se materializem em 
um negócio jurídico. 
 
Se a condição for obscura, contraditória ou se não puder ser compreendida, 
todo o negócio jurídico será invalidado. 
 
 
CONDIÇÕES QUE TEM POR INEXISTENTE 
O NEGOCIO JURIDICO 
 
 
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando 
resolutivas, e as de não fazer coisa impossível. 
 
Art. 124. Têm-se por INEXISTENTE as CONDIÇÕES IMPOSSÍVEIS quando 
RESOLUTIVAS. 
 
 
 
 Negócio Jurídico 
 Note que aqui a condição é inexistente, mas o NJ é válido 
 Condição Resolutiva 
 (impossível) 
 
 
 
 
 
 
ENCARGO – art. 136: é um ônus (obrigação) imposto por uma das partes do 
NJ. Ex: Doação de um terreno para a Prefeitura com o encargo de construir 
uma escola para crianças carentes. NÃO SUSPENDE A AQUISIÇÃO NEM O 
EXERCÍCIO DO DIREITO. 
 
 
Art. 137. São duas regras: 
 
1ª regra: Considera-se NÃO ESCRITO o ENCARGO ILÍCITO OU 
IMPOSSÍVEL: 
 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E

Outros materiais