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[Neurologia] tem diversos formatos e são adaptados a diversas funções. Circular (orbicular da boca) Paralelo (Biceps, triceps) Convergente (músculo peitoral) Bipenado (Músculo reto femoral) Unipeniforme (Músculo extensor dos dedos) Multipenado (Músculo deltoide) Os nossos músculos possuem diversas fibras musculares (células) e a maior parte dessas fibras são as miofibrilas. Para haver contração ele depende do cálcio. Carne branca do músculo: tecido explosão (exercícios anaeróbicos) Carne vermelha do musculo: mioglobina (pigmento vermelho) e uma estrutura mais aeróbica (maratonista). Quanto mais mitocôndrias, mais aeróbico é o músculo e mais vermelho ele será. doença no qual a pessoa possui um funcionamento inadequado e perda de controle dos movimentos respiratórios, especialmente durante o sono. neurotransmissores liberados na fenda sináptica ligam-se aos receptores na placa motora, e com isso há uma alteração iônica, acontecendo uma despolarização. Depois da contração o neurotransmissor que se ligou ali precisa sair para parar de contrair e fazer uma nova contração. Cada vez que há contração muscular, a força resultante vai ser proporcional à quantidade de fibras musculares disponíveis. termo genérico para doenças que atingem os músculos sem especificação do mecanismo. grupo de miopatias genéticas hereditárias que resultam em fraqueza muscular progressiva ao longo de anos. Normalmente associado a defeitos na membrana celular da fibra muscular (sarcolema). Na patologia, encontramos fibras em degeneração e formação de novas fibras. A contribuição relativa de cada um destes fenômenos resulta em diferenças na gravidade e progressão das doenças. grupo de miopatias caracterizadas por inflamação do tecido muscular. Síndrome miopática Quando pensar em doenças que acometem primariamente os músculos? Fraqueza muscular comprometendo mais a potência que a sustentabilidade; Tônus diminuído ou normal; Atrofia; Reflexos tipicamente preservados; A regra geral é de maior envolvimento da musculatura proximal e axial (músculos maiores), mas há exceções. As distrofias em particular podem atingir grupos musculares bem específicos que até nomeiam a doença como na distrofia Facioescapuloumeral ou na Oculofaríngea; Simetria marcante é presente na imensa maioria dos quadros; Sensibilidade normal; Distrofia muscular de Duchenne. as miopatias são simétricas. Inserção da fonoaudiologia nas miopatias Deglutição, articulação das palavras e fonação Disfagia: o Alimentação morosa; o Manipulação do alimento na boca; o Dificuldade para mastigação; o Sialorreia; o Regurgitação Oronasal; o Tosse e engasgo durante a alimentação; o Broncoaspiração → Pneumonia → Morte; o Desnutrição. Disartria Disfonia Miopatias de interesse para a fonoaudiologia Apesar de rara é a miosite mais frequente em pessoas com mais de 50 anos. Disfagia presente em 40 a 80% dos casos e pode inclusive ser a queixa inicial. Mais comuns em homens e com prevalência de 1 a 71 por milhão de habitantes. Evolui lentamente em anos. Apesar de inflamatória e provavelmente imunomediada não responde a imunossupressão. Flexores longos dos dedos da mão, quadríceps e tibial anterior são os músculos mais frequentemente atingidos. Pode ser assimétrica. Miotonia é um déficit de relaxamento muscular após contração forçada e prolongada do mesmo, embora em casos típicos o paciente possa apresentar o fenômeno em situações típicas do dia a dia. Por exemplo, ao fechar a mão sobre a maçaneta para abrir uma porta. Pode também ocorrer após percussão do músculo. Atinge 1 a cada 8000 pessoas e é a forma de distrofia mais comum que se inicia na idade adulta. Há 2 tipos reconhecidos: DM1 (gene DMPK no cromossoma 19) e DM2 (gene CNBP no cromossoma 3) ambas por repetição de nucleotídeos (CTG e CCTG). DM1 é mais grave e tende a apresentar fenômeno de antecipação. Acima de 50 repetições surge a manifestação clínica. Quanto mais repetições, mais grave e precoce, havendo casos com manifestações já ao nascer. Afeta os músculos masseteres e temporais. Aspecto conhecido como fácies “em machadinha”. Distrofia rara, exceto em Québec (1:1000) e entre judeus bucaranos. Envolve dominante o elevador da pálpebra (ptose palpebral) e a faringe (disfagia). Autossômica dominante e se inicia na quinta década. Com o tempo causa fraqueza na musculatura facial e na língua. Quando atinge os membros é predominantemente nos inferiores. Doenças da junção mioneural Doença imunomediada que atinge dominantemente mulheres jovens. Neste contexto costuma estar associada à persistência e inflamação do timo e também a outras doenças autoimune como o hipertireoidismo da Doença de Gravis, mas timoma também é uma possibilidade. Em homens idosos pode se associar a timomas. Vários anticorpos podem ensejar o quadro clínico da miastenia gravis, mas o mais comum é o anticorpo contra o receptor nicotínico colinérgico da placa motora (80% dos casos). Filhos de mães miastênicas podem apresentar sintomas da doença por transferência de anticorpos durante a gestação. Este quadro é conhecido como miastenia neonatal e é transitório, normalmente algumas semanas. Raramente pode ocorrer um quadro semelhante a miastenia em crianças desde o nascimento e que não têm mães miastênicas. A chamada miastenia congênita ocorre em função de mutações, sendo a maior parte em genes relacionados aos receptores nicotínicos colinérgicos ou em genes relacionados a proteínas reguladoras destes receptores na membrana pós- sináptica. Menos frequentemente podem envolver o terminal pré-sináptico. O padrão de herança é autossômico recessivo. No timo encontramos células medulares epiteliais que ostentam receptores nicotínicos colinérgicos. Doenças neste órgão acabam por disparar uma resposta imunológica contra estes receptores. Os anticorpos produzidos se ligam aos receptores onde quer que estejam e acabam atingindo os que se encontram na placa motora dos músculos estriados esqueléticos. Observe que a musculatura lisa também responde à liberação de acetilcolina, mas os receptores são diferentes, são muscarínicos. Esta nomenclatura decorre da afinidade demonstrada por cada tipo de receptor: um para nicotina e outro para muscarina. O terminal axonal pré-sináptico tem estoque limitado de acetilcolina. Pode ser renovado tanto por novas moléculas oriundas do corpo celular, quanto por recaptação de acetato e colina e recombinação destes em acetilcolina. A acetilcolina liberada na fenda tem dois destinos possíveis: ligação aos receptores na placa motora ou ser quebrada pela acetilcolinesterase presente na fenda sináptica. Para que ocorra a contração muscular é necessário a deflagração do potencial de ação muscular. Este, por sua vez, só ocorre quando a intensidade de despolarização da membrana na placa motora atinge um limiar específico. Cada vez que uma molécula de acetilcolina se liga ao seu receptor, induz uma pequena despolarização. Para atingir o limiar de disparo do potencial de ação muscular é necessário que haja várias despolarizações simultâneas que se somam. Caso a soma não atinja o limiar não surge o potencial de ação e consequentemente não há contração muscular. Na miastenia gravis, os anticorpos contra os receptores impedem que a acetilcolina liberada na fenda se liguem aos receptores. Quanto mais anticorpos, menor a chance da acetilcolina se ligar a um receptor antes que a acetilcolinesterase a destrua. Assim o(a) paciente com miastenia precisa liberar muita acetilcolina para conseguir alguma contração. Isto justifica um grau de paresia basal, mas além disso gera um esgotamento acelerado dos estoques de acetilcolina que resulta em diminuição progressiva da força, podendo cessar por completo a contração muscular, esta é a característica maismarcante da miastenia: a fatigabilidade ou diminuição da força diante do esforço sustentado. Para entender bem. Suponha que eu peça a você para sustentar halteres de 2kg, um em cada mão e abrir os braços em cruz. Provavelmente você será capaz de executar esta tarefa com facilidade. Se eu pedir que mantenha esta postura, você poderá mantê-la por um tempo razoável, até que você começa a cansar. A sensação de cansaço deriva do seu crescente esforço para manter esta postura, até que no limite seus braços começam a baixar, independentemente de sua vontade. Durante algum tempo você terá dificuldade em sequer levantar os braços, mesmo sem os halteres. Contudo, após algum tempo de descanso você se recupera e pode repetir a postura. O que aconteceu? Você precisou descarregar acetilcolina dos seus terminais pré-sinápticos para atingir a postura em cruz com os halteres e mais ainda para manter esta postura. A medida que os estoques se esgotam, você se esforça mais e mais para liberar mais acetilcolina, até que quando não há mais acetilcolina suficiente seus braços caem. Durante o descanso você recompõe o seu estoque. No paciente com miastenia a liberação de acetilcolina tem que ser maior para compensar a escassez de receptores, o que leva ao esgotamento mais rápido que o normal e para tarefas bem mais simples. Veja, nós piscamos cerca de doze vezes por minuto, mas ainda assim passamos a maior parte do tempo em que estamos acordados com os olhos abertos. Isto ocorre porque o consumo e a reposição de estoque estão equilibrados, ou seja, você consegue repor o suficiente para compensar o consumo. Da mesma forma seus músculos extraoculares mantêm seus olhos alinhados e paralelos o tempo todo. No paciente miastênico, este equilíbrio é bastante prejudicado ou mesmo impossível, daí sobrevêm a ptose palpebral e a diplopia. A primeira por não conseguir manter a pálpebra erguida e a segunda por não conseguir manter os olhos alinhados. Observe que quem tem miastenia já tem dificuldade em repouso, mas que piora com esforços tão simples como olhar para cima por 30 segundos ou mais! Os músculos mais atingidos são os da musculatura ocular, depois bulbar, depois apendicular e nos casos mais graves a respiratória. Para a fonoaudiologia, o ponto importante é a musculatura bulbar, ou mais corretamente, bulbopontina pois a musculatura da mímica e da mastigação também é atingida. Deste acometimento decorre o triplo D (Disartria, Disfonia e Disfagia). No caso da miastenia são necessários duas linhas de investigação. A primeira para o diagnóstico da miastenia em si com critérios clínicos, laboratoriais (dosagem de anticorpos relacionados à miastenia gravis) e neurofisiológicos (eletroneuromiografia). E a segunda na busca de doenças associadas, em particular as relacionadas ao timo. Para estas últimas, os métodos de imagem (TC e RM) são os melhores. Clinicamente, é importante constatar fraqueza e principalmente fatigabilidade aumentada na musculatura acometida. Boa parte das provas são relacionadas aos olhos, mas há uma série de detalhes no campo de atuação da Fonoaudiologia. No caso dos olhos, notar dificuldade para abrir e fechar aos olhos com assimetria ao comparar os lados juntamente com diplopia e preservação do reflexo pupilar praticamente fecha o diagnóstico do ponto de vista clínico. Detalhando os achados acima: ptose por fraqueza no elevador da pálpebra, lagoftalmo por fraqueza do orbicular dos olhos e diplopia por conta do desalinhamento ocular por fraqueza dos músculos extraoculares, mas preservando a musculatura lisa responsável pela regulação do tamanho das pupilas. Um interessante teste clínico é o Icepack test, em pacientes com ptose. Ocorre que a acetilcolinesterase pode ser inibida em baixas temperaturas. Colocar gelo sobre os olhos por 2 a 5 minutos melhora a ptose palpebral em pacientes miastênicos.
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