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Profª. Cristiane Pauli Prof. Douglas Azevedo Profª. Luciana Aranalde Queridos alunos, Cada material da Revisão Turbo foi preparado com muito carinho para que você possa absorver, de forma rápida, conteúdos de qualidade! Lembre-se: o seu sonho também é o nosso! Esperamos você durante as aulas da Revisão Turbo! Com carinho, Equipe Ceisc ♥ 3 Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem Direito Empresarial 1. Lei nº 11.101/05 *Para todos verem: esquema 1.1 Tipos de crise a) Sanável: talvez, com a injeção de dinheiro, seja possível se recuperar. Pede-se recuperação judicial. Arts. 47,48 e 51 da LRF. b) Insanável: não há possibilidade de recuperação. Em alguns casos, a empresa poderá pedir autofalência. Art. 105 da LRF. Legitimados: empresário individual e a sociedade empresária. Não se aplica às sociedade simples. Exceções: Art. 2º da Lei 11.101/05 I – empresa pública e sociedade de economia mista; II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade, seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. Recuperação extrajudicial 161 Recuperação judicial 47 Falência 75 4 Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem Direito Empresarial 1.2 Motivos da Falência *Para todos verem: esquema Nem sempre a pessoa jurídica começa com uma recuperação judicial. Em alguns casos, quando a crise já está tão aguda na empresa, não resta alternativa a não ser a falência. 1.3 Ações Revocatórias Artigo 129 e 130 da LRF. *Para todos verem: esquema Autofalência Art. 105, LRF Impontualidade Art. 94, I, LRF Execução frustrada Art. 94, II, LRF Atos de falência Art. 94, III, LRF Art. 129 Não exige prova de fraude Deve ocorrer dentro do período suspeito Atos são declarados ineficazes Hipóteses são apenas as do 129 Teoria dos atos inexistentes Art. 130 Deve haver intenção de lesar credores; prova de fraude Não tem um período de vincule, contudo, deve ser proposta em até 3 anos contados da decretação da falência Atos tornam-se revogáveis Não possui rol taxativo Fraude contra credores 5 Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem Direito Empresarial Importante: É o artigo 99 da Lei de Falências que fala da fixação de um período suspeito, que é o chamado termo legal. 2. Títulos de Crédito Atos Cambiários: Decreto-Lei nº 57.663/66. *Para todos verem: esquema 2.1 Endosso Art. 11 e seguintes da LUG. 1) Transmissão; 2) Garantia; 3) Cuidar cláusula “sem garantia”; 4) Regra: verso; 5) Anverso: com indicação do ato. 2.2 Tipo de endosso 1) Parcial: nulo; 2) Em preto/em branco; 3) Caução; 4) Mandato; 5) Póstumo. Principais atos Aval AceiteEndosso 6 Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem Direito Empresarial 2.2.1 Endossos próprios Em branco: • Tradição; • Circula ao portador; • Pode ser transformado em preto; • Pode ser transferido em branco (não há responsabilidade). Em preto: • Identifica beneficiário; • Transmissão por endosso. 2.2.2 Endossos impróprios *Para todos verem: esquema 2.2.3 Endossos mandato Artigo 18, LUG: “Para cobrança” “valor a cobrar” “por procuração”. Súmula 475, STJ: responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas. Súmula 476, STJ: o endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário. 2.2.4 Endossos caução • Endosso pignoratício; Mandato PóstumoCaução 7 Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem Direito Empresarial • Art. 19, LUG; • “Valor em garantia” “valor em penhor”; • Pagamento da dívida: resgato o título. 2.2.5 Endossos póstumo/tardio Art. 20. O endosso posterior ao vencimento tem os mesmos efeitos que o endosso anterior. Todavia, o endosso posterior ao protesto por falta de pagamento, ou feito depois de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto, produz apenas os efeitos de uma cessão ordinária de créditos. • Pós protesto do título. • A presunção é a de que o endosso sem data foi feito antes do prazo para a realização do protesto. 2.3 Aval 1) Em preto; 2) Em branco; 3) Simultâneo (coaval); 4) Sucessivo (aval do aval); 5) Parcial. 2.3.1 Características gerais • Artigo 30, LUG; • Vênia conjugal (art. 1.647, CC) – salvo separação absoluta; • Garantia pessoal prestada por terceiro; • Relação autônoma; • Responsabilidade solidária; • Regra: anverso. Pode no verso com indicação. 8 Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem Direito Empresarial 2.3.2 Aval parcial *Para todos verem: esquema *Ver proibição do C.C. (art. 897) Nota promissória Cheque Letra de câmbio 9 Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem Direito Empresarial 3. Introdução 3.1 Empresário Atualmente, existe no ordenamento jurídico duas categorias que são enquadradas no conceito de empresário: a) o Empresário Individual; e b) a Sociedade Empresária. O Empresário Individual é uma pessoa natural, porém, de natureza jurídica. Como indica o seu próprio nome, representa um tipo empresarial onde não é admitida a existência de um sócio. Seu modelo já não é tão corriqueiro tendo em vista que a escolha atrai a obrigação da responsabilidade direta e ilimitada. Ou seja, o CPF e o CNPJ acabam interpenetrando-se. A responsabilidade do Empresário Individual é direta e ilimitada. O Enunciado 5 das Jornadas de Direito Comercial veio a indicar que primeiramente deve o Empresário responder com os bens da empresa, depois com os particulares. Conforme referido, o Art. 966 do CC conceitua o Empresário: “não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”. Isso impõe destacar que aqueles que exercem profissão intelectual (dentistas, contadores, médicos, advogados, professores…) não são considerados empresários para os fins legais. A exceção é quando o exercício da profissão constituir elemento de empresa, ou seja, quando exploram a profissão de forma a fazer desaparecer as características personalíssimas do profissional. O Art. 972 do CC indica que para que se possa exercer a atividade de empresário é necessário estar em pleno da capacidade civil e, ainda, não pode ser legalmente impedido. Um exemplo disso é a restrição aos magistrados, que não podem ser empresários. Não se pode confundir esse impedimento com a possibilidade de ser sócio/acionista que lhe é resguardada desde que a responsabilidade seja limitada e não exerçam cargos de administração. 10 Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem Direito Empresarial Caso aquele legalmente impedido exerça a atividade, irá responder pessoalmente pelas obrigações contratadas. Nesse caso, precisamos diferenciar impedimento com incapacidade. O Art. 974 do CC indica que “poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança”. Assim, não se pode começar uma empresaindividual sendo incapaz, contudo, é possível em casos de incapacidade superveniente ou incapacidade do sucessor na sucessão por morte que a empresa continue as atividades dessa forma. Como visto, o Art. 974 disciplina a questão referindo que para tanto é necessária autorização judicial e que nesse caso uma espécie de limitação da responsabilidade, referindo que "não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela". A questão deve estar clara no alvará que concede a autorização. O legislador previu no Art. 975 que "se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes". Em relação ao empresário casado, a regra do Art. 978 merece muita atenção pois refere textualmente que “o empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá- los de ônus real”. Contudo, há que destacar-se que o Enunciado 58 das Jornadas de Direito Comercial que a regra apenas vale "desde que exista prévia averbação de autorização conjugal à conferência do imóvel ao patrimônio empresarial no cartório de registro de imóveis, com a consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no registro público". Porém, cumpre reforçar que pelo Código Civil esse "porém" não existe. O Empresário deve observar sempre a regra do Art. 979 do Código Civil, mantendo o arquivamento na Junta de todos os pactos e declarações antenupciais, bem como os títulos de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade. Ainda, destaque para a previsão do Art. 980 que determina que a "sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis". Por fim, um empresário pode ser representado pela Sociedade Empresária, que será estudada com maiores detalhamentos na Seção 2. Contudo, para fins de caracterização, tem-se que possuir natureza jurídica de pessoa jurídica. Os sócios podem ser pessoa natural ou jurídica 11 Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem Direito Empresarial e a responsabilidade dos sócios é subsidiária e limitada, ilimitada ou mista, a depender do tipo societário eleito. 3.2 Estabelecimento Empresarial A primeira questão a ser pontuada é a de que Estabelecimento Empresarial não é sinônimo de local onde são desenvolvidas as atividades empresariais, o conceito do estabelecimento comercial é muito mais longo. Segundo o Art. 1.142 do Código Civil, "considera- se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária". Ainda, o local onde se exerce a atividade empresarial poderá ser físico ou virtual: Com isso é preciso entender que o Estabelecimento Comercial compreende tanto os bens de natureza material quanto imaterial, utilizados para que possa se dar o exercício da atividade econômica. Tem-se, portanto, um olhar à universalidade dos bens. Tanto é, que é possível ser realizada a venda do estabelecimento empresarial como um todo: o chamado contrato de trespasse conforme regulado no Art. 1.144 do Código Civil. Percebe-se que para que seja válido perante terceiros é necessário o seu registro e posterior publicação. Há que se pontuar que o Código Civil determinou diversas regras aplicáveis ao trespasse, tendo em vista a sua evidente importância. Assim, por exemplo, a regra insculpida no Art. 1.145 prevê que antes da alienação deve ser providenciado o pagamento dos credores ou deve ser colhida uma autorização que contenha o consentimento desses. Essa autorização se dá por meio de uma notificação cuja resposta deve dar-se em trinta dias, sob pena de ser considerada uma autorização tácita. Outro ponto de suma importância diz respeito à sucessão empresarial, prevista no Art. 1.146 do CC: "o adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano (...)". Esse prazo de um ano é contado em relação aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. Obviamente tal regra é considerada apenas em relação às dívidas que podem ser negociadas, o que não se aplica no caso das dívidas de natureza tributária e trabalhista. Nesses casos devem ser observadas as previsões do Art. 133 do Código Tributário Nacional e do Art. 448 da Consolidação das Leis Trabalhistas. 12 Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem Direito Empresarial É lícito e usual que esses contratos venham com a previsão de uma cláusula de não concorrência. Em referência a isso, inclusive, o Art. 1.147 do Código Civil indica que “não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência”. Nada impede de ser previsto um prazo menor, valendo esse regramento no silêncio. Por fim, vale mencionar o caso de sub-rogação nos contratos de exploração, pelo Art. 1148 do Código Civil, que indica que "salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal". Refere ainda que nada impede que os terceiros rescindam o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante. 3.3 Nome Empresarial O nome empresarial é o que irá identificar a pessoa jurídica perante a sociedade em todas as suas relações. A escolha do nome empresarial irá aparecer no ato constitutivo da sociedade, ou seja, ou no contrato social ou no estatuto, que posteriormente será arquivado na Junta Comercial. Não se confunde o nome empresarial com a marca, nome de domínio e nem com o nome fantasia. Ele deve obedecer ao princípio da novidade e da veracidade (Art. 1.158 e 1.165 do Código Civil). Isso quer dizer que não pode valer-se de uma expressão que não corresponda à realidade empresarial e, ainda, não deve utilizar-se de um registro igual ou que guarde notória semelhança com outro já registrado na Junta Comercial (vide Arts. 1.163 e 1.666, Código Civil). O nome empresarial pode ser constituído de firma ou denominação. Essa é a regra trazida no Art. 1.155, CC. Enquanto a firma necessita possuir um nome civil em seu núcleo (extenso ou abreviado), a denominação admite a inserção de qualquer expressão linguística. Existe uma polêmica no que diz respeito à necessidade de indicação da atividade empresarial. Na firma a indicação é facultativa, já na denominação em que pese haja exigência pelo Art. 1.158 do Código Civil, a Lei 8.934/1994 indica a desnecessidade. Um cuidado importante é que na sociedade limitada há a opção de escolha entre firma e denominação, contudo, ao final do nome deve estar incluída a palavra "limitada" ou "ltda". Caso essa regra não seja observada haverá responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim utilizarem-se da firma ou denominação. Revisão Turbo | 37° Exame de Ordem Direito Empresarial 13 Outro importante detalhe é que a cooperativa deve utilizar-se de denominação integrando a palavra "cooperativa'' por extenso. Por outro lado, as sociedades anônimas devem utilizar-se da denominação junto do vocábulo "sociedade anônima" ou "companhia", sendo facultado utilizar-se da abreviatura "cia" ou "S.A.". Nada impede que o nome de um fundador ou acionista importante componha o nome empresarial. Por seu turno,as sociedades em comandita por ações podem optar, desde que acresça ao nome "comandita por ações". A sociedade em conta de participação também pode optar entre firma e denominação. *Para todos verem: quadro comparativo TIPO SOCIETÁRIO NOME EMPRESARIAL EI FIRMA OU CNPJ COMANDITA SIMPLES FIRMA OU CNPJ COMANDITA POR AÇÕES FIRMA, DENOMINAÇÃO OU CNPJ EM NOME COLETIVO FIRMA OU CNPJ LTDA FIRMA, DENOMINAÇÃO OU CNPJ ANÔNIMA DENOMINAÇÃO OU CNPJ EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO SEM REGISTRO 4. Propriedade Industrial 4.1 Propriedade Industrial: Patentes A patente consiste no direito temporário garantido pelo Estado ao titular para que possa explorar economicamente um dos seguintes bens: invenção e modelo de utilidade. Em outras palavras, quando você desenvolve um dos bens que a seguir iremos trabalhar, você possui um determinado tempo para, exclusivamente, usufruir desta criação derivada do seu intelecto. O art. 6 da LPI nos revela quem pode ser titular de uma patente (via de regra, o próprio autor ou seus sucessores), já o art. 7 nos introduz uma importante noção sobre a LPI: não importa quem foi o primeiro a criar algo, o dono será aquele que primeiro buscar a concessão da patente junto ao INPI – por isso, lembrem: a busca da patente é ato constitutivo do direito. Os artigos subsequentes nos trazem o conceito de modelo de utilidade e os requisitos da patente de invenção e de modelo de utilidade: Revisão Turbo | 37° Exame de Ordem Direito Empresarial 14 Invenção: Art. 8º É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. Modelo de utilidade: Art. 9º É patenteável como modelo de utilidade o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação. Importante: Requisitos da Patentiabilidade 1) novidade; art. 11 e 12 2) atividade inventiva; art. 13 e 14 3) aplicação industrial art. 15 4) ausência de impedimentos legais (art. 18) Já o art. 10 nos ilustra o que não pode ser considerado uma invenção. São muitos incisos, mas associem sempre a algo derivado da criatividade humana e com aplicação prática na indústria. Por exemplo, descobrir algo é diferente de inventar algo. Na descoberta, o objeto já existia. No ato de inventar, algo novo é criado. Obras artísticas são protegidas pela lei de direitos autorais, e não pela LPI. Ainda, vale destacar que softwares independentes (aplicativos, por exemplo) são protegidos pela lei de softwares, contudo, se estivermos falando de um software acoplado em uma criação, esta poderá ser patenteada junto do software. Após concedida, a patente vigorará por: 20 anos, se for invenção, e 15 anos, se for modelo de utilidade. Importante atentar que o prazo passa a contar da data do depósito, ou seja, do dia em que houve o encaminhamento do pedido ao INPI, e não da concessão. Os direitos concedidos ao titular da patente encontram-se no art. 41 e subsequentes. Violação a estes direitos gerarão indenizações, cujo marco temporal vem previsto no art. 44 da LPI. 4.2 Contratos de Licença Temos três tipos de contratos de licença: I – Voluntária (art. 61) – ato de vontade do autor da patente, que deseja, voluntariamente, licenciar outrem para realizar a exploração. Tal ato deverá ser averbado junto ao INPI para que produza efeitos – a contar a partir de sua publicação. Caso a parte que esteja utilizando, mediante licença, patente, venha a melhorá-la, tal melhoria lhe pertence (art. 63). II – Por oferta (64) – cuida-se de espécie de “leilão” – o titular da patente solicita ao INPI Revisão Turbo | 37° Exame de Ordem Direito Empresarial 15 que este a coloque em oferta para fins de exploração. Ou seja, o INPI anuncia a oferta e em suas revistas no intuito de atrair interessados. III – Compulsória (68) – caso o titular exerça a patente de forma abusiva, ou pratique abuso de poder econômico (decisão administrativa do CADE), poderá ter sua patente licenciada de forma compulsória após decisão administrativa ou judicial. Isso significa que, em virtude da má utilização da patente, o ente público permite que outras empresas a utilizem, desde que preenchidos requisitos (legitimo interesse e capacidade de produção). O titular não deixa de ser dono da patente, apenas perderá a exclusividade na exploração econômica da mesma. Não haverá a concessão da licença compulsória caso o titular (art 69): I - justificar o desuso por razões legítimas; II - comprovar a realização de sérios e efetivos preparativos para a exploração; ou III - justificar a falta de fabricação ou comercialização por obstáculo de ordem legal. Fala-se, ainda, em licença compulsória nos casos do art. 70, se preenchidos alguns requisitos cumulativamente: I - ficar caracterizada situação de dependência de uma patente em relação a outra (aquela cuja exploração depende obrigatoriamente da utilização de patente anterior. Imaginem uma invenção que é aplicada à uma linha de montagem recém inventada – temos duas patentes distintas, mas a primeira depende da segunda para funcionar) II - o objeto da patente dependente constituir substancial progresso técnico em relação à patente anterior; e III - o titular não realizar acordo com o titular da patente dependente para exploração da patente anterior. Por fim, há a patente compulsória nos casos de emergência nacional ou interesse público (art. 71). Nesses casos, se o titular não for capaz de suprir demanda emergencial (como uma epidemia, por exemplo), poderá haver a licença da patente de ofício – sem prejuízo dos direitos do titular. Trata-se de medida temporária para suprir alguma questão emergencial. 4.3 Patente por empregado ou prestador de serviço Temos, como regra apresentada pelo art. 88 da LPI, que as patentes desenvolvidas durante a vigência do contrato de trabalho pertencem ao empregador. Isto porque é o empregador quem fornece os meios e recursos por meio dos quais o empregado desenvolve a produção intelectual que resultará na patente. A remuneração do empregado, nesses casos, é o próprio salário. Contudo, é importante atentarmos para um detalhe, caso o empregado Revisão Turbo | 37° Exame de Ordem Direito Empresarial 16 interrompa seu contrato de trabalho: Art. 88, § 2º. Salvo prova em contrário, consideram-se desenvolvidos na vigência do contrato a invenção ou o modelo de utilidade, cuja patente seja requerida pelo empregado até 1 (um) ano após a extinção do vínculo empregatício. Ainda sobre a remuneração, o empregador poderá conceder ao empregado, autor do invento, participação nos ganhos econômicos resultantes da exploração da patente. Tal participação, contudo, não conta como salário do empregado. Já nas hipóteses em que o empregado desenvolver algo no seu âmbito particular, sem utilização de recursos do empregador, a ele toca a propriedade da patente. Caso empregado e empregador contribuam com recursos materiais, monetários, intelectuais etc., a patente pertencerá a ambos. 4.4 Propriedade Industrial: Patentes e Desenho Industrial A característica de fundo do Desenho Industrial é a sua futilidade: a alteração não amplia a utilidade do objeto, apenas o reveste de um aspecto diferente. Esse traço também aproxima o DI da obra de arte, com a diferença de que o objeto revestido de desenho industrial tem necessariamente função utilitária, ao contrário da arte, desprovida dessa função. Os requisitos do Desenho industrial são a novidade absoluta (art. 95), a originalidade (art. 97), a aplicação industrial (art. 95) e a legalidade (art. 100). Já o prazo de proteção é diferente do da patente. Aqui, conforme art. 108, temos que o período de proteção é de 10 anos a contar da concessão, prorrogável por mais 3 períodos de5 anos, ou seja, o mínimo é 10 anos e o máximo é 25 anos. 4.5 Propriedade Industrial: Marca Marca é o sinal distintivo visualmente perceptível. Ou seja, é o elemento visual que serve para diferenciar um produto ou um serviço, facilitando muito a vida dos consumidores que buscam estes produtos/serviços. No Brasil, os sinais sonoros não são suscetíveis de registro como marca. O mesmo ocorre com características de cheiro, gosto ou tato de que se revestem os produtos os serviços. Apenas podem ser registrados como marca no INPI os sinais visualmente perceptíveis. Os signos não-visuais são tutelados pela disciplina jurídica da concorrência, se sua usurpação servir de meio fraudulento para desviar clientela. Revisão Turbo | 37° Exame de Ordem Direito Empresarial 17 4.6 Classificação das Marcas 1) Nominativas (compostas exclusivamente por palavras, sem apresentar particular forma de letras); 2) Figurativas (consistentes de desenhos ou logotipos); 3) Mistas (palavras escritas com letras revestidas de uma particular forma, ou inseridas em logotipos). Para fins jurídicos, qualquer que seja o tipo de marca, a proteção é idêntica. 4.7 Requisitos das Marcas 1) Novidade relativa: a marca precisa ser nova dentro da sua classe, quer dizer, seu ramo de atividade. O INPI possui um alista com diversos segmentos mercadológicos e, ao fazer o registro, o titular deve especificar a qual classe o produto pertence. Assim, a marca precisa ser novidade dentro daquela classe, sendo perfeitamente possível marcas com o mesmo nome coexistirem, contanto que em segmentos distintos. Ex: desinfetante VEJA e revista VEJA. Não há como haver confusão entre os consumidores. 2) Não colidência com marca de alto renome ou notória: a marca não pode incidir nas hipóteses previstas nos artigos 125 e 126 da LPI (veremos a seguir). 3) Ausência de impedimento legal: o art. 124 da LPI apresenta um rol de diversos incisos apontando o que não é registrável como marca. A ideia central do artigo é, por um lado, proteger o consumidor, que não pode ser enganado, e, em um segundo momento, proteger o titular legitimo de marca e evitar que este seja prejudicado. Assim, temos incisos versando, por exemplo, da proibição da utilização de bandeiras na marca (o que passa a ideia de que o produto foi fabricado em outro país), bem como vedação de marcas muito semelhantes ou idênticas à marcas já registradas. O que é uma marca de Alto Renome? Art. 125. À marca registrada no Brasil considerada de alto renome será assegurada proteção especial, em todos os ramos de atividade. • Sua eficiência e alcance extrapolam a marca originária (exorbitando o princípio da especialidade – proteção dentro de um ramo de atividade) • Para conseguir, requerer no INPI provando: Revisão Turbo | 37° Exame de Ordem Direito Empresarial 18 • reconhecimento da marca por ampla parcela do público; • qualidade, reputação e prestígio dos produtos ou serviços; • grau de distintividade e exclusividade do sinal marcário. O que é uma marca Notoriamente Conhecida? Art. 126. A marca notoriamente conhecida em seu ramo de atividade nos termos do art. 6º bis (I), da Convenção da União de Paris para Proteção da Propriedade Industrial, goza de proteção especial, independentemente de estar previamente depositada ou registrada no Brasil. 4.8 Vigência da Marca O registro da marca vigorará pelo prazo de 10 (dez) anos, contados da data da concessão do registro, prorrogável por períodos iguais e sucessivos. Ou seja, diferente dos outros bens da propriedade industrial, a marca pode, em tese, vigorar para sempre, contanto que seja renovada a cada dez anos. Revisão Turbo | 37° Exame de Ordem Direito Empresarial 19 5. Societário *Para todos verem: esquema 1.090 a 1.092, CC Soci As Sociedades Simples exercem atividades de natureza intelectual e não econômica, sejam científicas, literárias ou artísticas, consoante ao disposto no parágrafo único do art. 966 do Código Civil. Devem ser registradas no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Atenção: A Sociedade de Advogados deve ser registrada no Conselho Seccional da OAB. Já as Sociedades Empresárias são aquelas que exercem atividades entendidas como Sociedades Personificadas Sociedade Simples - Simples Pura: arts. 997 a 1.038, CC. - Em nome coletivo: arts. 1.039 e 1.044, CC. - Em comandita simples: art. 1.045, CC - Limitada: arts. 1.052 a 1.087, CC. - Cooperativas - arts. 1.093 a 1.906, CC - Sociedade Advogados: Estatuto da OAB Sociedade Empresaria - Em nome coletivo: arts. 1.039 e 1.044, CC. - Em comandita simples: art. 1.045, CC. - Limitada: arts. 1.052 a 1.087, CC. - Comandita por ações: art. 1.090 a 1.092, CC. - Sociedade Anônima: Lei 6.404/76 Não Personificadas Sociedade em Comum Arts. 986 a 990, CC Em conta de Participação Arts. 991 a 996, CC Revisão Turbo | 37° Exame de Ordem Direito Empresarial 20 empresárias, conforme art. 966, caput, do Código Civil. Devem ser registradas no Registro Público de Empresas Mercantis, a cargo das Juntas Comerciais. Art. 966, CC. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Art. 982, CC. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. 5.1 Sociedade Simples - Sociedade Limitada - Sociedade Anônima *Para todos verem: tabela Sociedade Limitada Sociedade Anônima Sociedade Simples Legislação Aplicável Arts. 1.052 a 1.087, CC Subsidiariamente – arts. 997 a 1.038, CC e Lei S/A, quando previsto no Contrato Social Arts. 1.088 a 1.089, CC Lei 6.404/76 Em caso de omissão – arts. 997 a 1.038, CC Arts. 997 a 1.038, CC Constituição Contrato Social Estatuto Contrato Social Responsabilidade dos Sócios Responsabilidade subsidiária e limitada ao capital investido por cada sócio, mas todos os sócios respondem solidariamente perante terceiros pela integralização do capital. Responsabilidade limitada ao preço de emissões das ações subscritas ou adquiridas por cada acionista. Responsabilidade subsidiária e limitada na proporção das quotas, salvo se houver responsabilidade solidária expressa no contrato social. Dissolução Dissolve-se de pleno direito por qualquer das hipóteses elencadas no art. 1.033, do CC e, se empresária, pela declaração de falência. Capital Quotas Ações Quotas Atenção: a sociedade não se dissolve mais pela ausência de pluralidade de sócios em face da revogação do inciso IV do artigo 1.033, do CC e pela possibilidade de converter em Sociedade Unipessoal Limitada. Revisão Turbo | 37° Exame de Ordem Direito Empresarial 21 5.2 Dissolução da Sociedade Anônima *Para todos verem: esquema Art. 206 da LSA. Dissolve-se a companhia: I - de pleno direito: a) pelo término do prazo de duração; b) nos casos previstos no estatuto; c) por deliberação da assembléia-geral (art. 136, X); d) pela existência de 1 (um) único acionista, verificada em assembléia-geral ordinária, se o mínimo de 2 (dois) não for reconstituído até à do ano seguinte, ressalvado o disposto no artigo 251; e) pela extinção, na forma da lei, da autorizaçãopara funcionar. Após a dissolução, a companhia mantém sua personalidade jurídica enquanto durar a liquidação. É o liquidante que representa a companhia nesse período e é dele a capacidade de onerar bens móveis e imóveis, transigir, receber e dar quitações. *Para todos verem: esquema Uma vez pago o passivo, o liquidante deve apresentar as contas finais. Se aprovadas as Extrajudicial Quando ocorrer por meio de Assembleia ou Distrato Judicial Quando ocorrer através de processo judicial Liquidação A pedido de qualquer acionista, se os administradores ou a maioria de acionistas deixarem de promover a liquidação, ou a ela se opuserem. A requerimento do Ministério Público, à vista de comunicação da autoridade competente, se a companhia, nos 30 dias subsequentes à dissolução, não iniciar a liquidação ou, se após iniciá-la, a interrompe por mais de 15 dias. Revisão Turbo | 37° Exame de Ordem Direito Empresarial 22 contas, encerra-se a companhia e o acionista que não concordar tem 30 dias para propor a ação. Importante: Destaca-se que a responsabilidade do liquidante é a mesma do administrador, e os deveres e responsabilidade dos administradores, fiscais e acionistas subsistirão até a extinção da companhia. Importante: Assembleia Virtual – Alteração dada pela Lei n° 14.030/2021. Art. 1.080-A, CC. O sócio poderá participar e votar à distância em reunião ou em assembleia, nos termos do regulamento do órgão competente do Poder Executivo federal. Parágrafo único. A reunião ou a assembleia poderá ser realizada de forma digital, respeitados os direitos legalmente previstos de participação e de manifestação dos sócios e os demais requisitos regulamentares. Art. 121, LSA. A assembleia-geral, convocada e instalada de acordo com a lei e o estatuto, tem poderes para decidir todos os negócios relativos ao objeto da companhia e tomar as resoluções que julgar convenientes à sua defesa e desenvolvimento. Parágrafo único. Nas companhias, abertas e fechadas, o acionista poderá participar e votar à distância em assembleia geral, nos termos do regulamento da Comissão de Valores Mobiliários e do órgão competente do Poder Executivo federal, respectivamente. 5.3 Sociedade Anônima de Futebol - Lei 14.193/2021 Art. 1º. Constitui Sociedade Anônima do Futebol a companhia cuja atividade principal consiste na prática do futebol, feminino e masculino, em competição profissional, sujeita às regras específicas desta Lei e, subsidiariamente, às disposições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998. O objeto social da Sociedade Anônima do Futebol poderá compreender as seguintes atividades (art. 1º, § 2º, Lei 14.193/2021): • o fomento e o desenvolvimento de atividades relacionadas com a prática do futebol, obrigatoriamente nas suas modalidades feminino e masculino; • a formação de atleta profissional de futebol, nas modalidades feminino e masculino, e a obtenção de receitas decorrentes da transação dos seus direitos desportivos; • a exploração, sob qualquer forma, dos direitos de propriedade intelectual de sua titularidade ou dos quais seja cessionária, incluídos os cedidos pelo clube ou pessoa jurídica original que a constituiu; • a exploração de direitos de propriedade intelectual de terceiros, relacionados ao futebol; • a exploração econômica de ativos, inclusive imobiliários, sobre os quais detenha direitos; https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9615consol.htm Revisão Turbo | 37° Exame de Ordem Direito Empresarial 23 • quaisquer outras atividades conexas ao futebol e ao patrimônio da Sociedade Anônima do Futebol, incluída a organização de espetáculos esportivos, sociais ou culturais; • a participação em outra sociedade, como sócio ou acionista, no território nacional, cujo objeto seja uma ou mais das atividades mencionadas nos incisos deste parágrafo, com exceção do inciso II. 5.3.1 Denomiação da SAF Deve conter a expressão “Sociedade Anônima do Futebol” ou a abreviatura “S.A.F.” (art. 1º, §3º, da Lei 14.193/21). 5.3.2 Governança Na SAF, acionista controlador, individual ou integrante de acordo de controle, não poderá deter participação, direta ou indireta, em outra Sociedade Anônima do Futebol (art. 4º, da Lei 14.193/2021). Já o acionista que detiver 10% (dez por cento) ou mais do capital votante ou total da Sociedade Anônima do Futebol, sem a controlar, se participar do capital social de outra Sociedade Anônima do Futebol, não terá direito a voz nem a voto nas assembleias gerais, nem poderá participar da administração dessas companhias, diretamente ou por pessoa por ele indicada (art. 4º, parágrafo único, da Lei 14.193/2021). 5.4 Marco Legal das Startups - Lei Complementar nº 182/2021 Uma startup é uma empresa que possui um modelo de negócios repetível e escalável, e que trabalha para desenvolver soluções em um cenário de incertezas. Além disso, ela necessita de inovação para não ser considerada uma empresa tradicional. Visualize os esquemas na próxima página... Revisão Turbo | 37° Exame de Ordem Direito Empresarial 24 6. Contratos Empresariais O cotidiano da vida empresarial deixa evidente a importância de se estabelecerem negócios com terceiros como meio de viabilizar a atividade econômica voltada para a satisfação de alguma necessidade do mercado. Da atividade econômica desemprenhada pela empresa surge a celebração de contratos, Revisão Turbo | 37° Exame de Ordem Direito Empresarial 25 que podem ser de variados regimes jurídicos: trabalhistas, administrativos, comerciais, inclusive de consumo. Esse último é entendido como uma exceção na relação empresarial. Por se tratar, em regra, de contratos atípicos, nos contratos empresarial, se nota uma maior prevalência do princípio da força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda), embora sua criação e interpretação ainda devam seguir as regras ordinárias aplicadas aos contratos em geral. *Para todos verem: quadro comparativo *Para todos verem: esquema CONTRATO PREVISÃO Compra e venda mercantil Arts. 481 a 532 do CC Arrendamento mercantil Lei nº 6.099/1974 e Resolução 2.309/1996 do Banco Central Alienação fiduciária Arts. 1.361 a 1.368-A do CC e Lei 9.514/1997 (coisa imóvel) Locação comercial Lei nº 8.245/1991 Factoring Não possui legislação específica Franquia Lei nº 13.966/2019 Representação comercial Lei nº 4.886/1965 Distribuição Arts. 710 a 721 do CC Concessão Em geral se trata de um contrato atípico (sem previsão), exceto nos casos de automóveis, regulados pela Lei 6.729/79 Mandato Arts. 653 a 691 do CC Comissão Arts. 693 a 790 do CC Revisão Turbo | 37° Exame de Ordem Direito Empresarial 26 Revisão Turbo | 37° Exame de Ordem Direito Empresarial 27 1) FGV – 2022 - OAB - XXXVI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase Pedro Laurentino deseja constituir uma sociedade limitada unipessoal cuja denominação será Padaria São Félix do Piauí Ltda., sediada em Teresina. A inscrição dos atos constitutivos da pessoa jurídica, ou as respectivas averbações de atos posteriores no registro empresarial, assegura o uso exclusivo do nome empresarial A) nos limites do estado do Piauí. B) nos limites do município de Teresina. C) em todo o território nacional. D) em toda a Região Nordeste. 2) FGV – 2022 - OAB - XXXV Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase A fisioterapeuta Alhandra Mogeiro tem um consultório em que realiza seus atendimentos mas atende, também, em domicílio. Doutora Alhandra não conta com auxiliares ou colaboradores,mas tem uma página na Internet exclusivamente para marcação de consultas e comunicação com seus clientes. Com base nessas informações, assinale a afirmativa correta. A) Não se trata de empresária individual em razão do exercício de profissão intelectual de natureza científica, haja ou não a atuação de colaboradores. B) Trata-se de empresária individual em razão do exercício de profissão liberal e prestação de serviços com finalidade lucrativa. C) Não se trata de empresária individual em razão de o exercício de profissão intelectual só configurar empresa com o concurso de colaboradores. D) Trata-se de empresária individual em razão do exercício de profissão intelectual com emprego de elemento de empresa pela manutenção da página na Internet. 3) FGV – 2020 - OAB - XXXI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase As sociedades empresárias Y e J celebraram contrato tendo por objeto a alienação do estabelecimento da primeira, situado em Antônio Dias/MG. Na data da assinatura do contrato, dentre outros débitos regularmente contabilizados, constava uma nota promissória vencida havia três meses no valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais). O contrato não tem nenhuma cláusula quanto à existência de solidariedade entre as partes, tanto pelos débitos vencidos quanto pelos vincendos. Sabendo-se que, em 15/10/2018, após averbação na Junta Comercial competente, houve publicação do contrato na imprensa oficial e, tomando por base comparativa o dia 15/01/2020, o alienante A) responderá pelo débito vencido com o adquirente por não terem decorrido cinco anos da publicação do contrato na imprensa oficial. B) não responderá pelo débito vencido com o adquirente em razão de não ter sido estipulada tal solidariedade no contrato. C) responderá pelo débito vencido com o adquirente até a ocorrência da prescrição relativa à cobrança da nota promissória. D) não responderá pelo débito vencido com o adquirente diante do decurso de mais de 1 (um) ano da publicação do contrato na imprensa oficial. 4) FGV – 2019 - OAB - XXX Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase Amambaí Inovação e Engenharia S/A obteve, junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), patente de invenção no ano de 2013. Dois anos após, chegou ao conhecimento dos administradores a prática de atos violadores de direitos de patente. No entanto, a ação para reparação de dano causado ao direito de propriedade industrial só foi intentada no ano de 2019. Você é consultado(a), como advogado(a), sobre o caso. Assinale a opção que apresenta seu parecer. A) A reparação do dano causado pode ser pleiteada, porque o direito de patente é protegido por 20 (vinte) anos, a contar da data do depósito. B) A pretensão indenizatória, na data da propositura da ação, encontrava-se prescrita, em razão do decurso de mais de 3 (três) anos. C) A pretensão indenizatória, na data da propositura da ação, não se encontrava prescrita porque o prazo de 5 (cinco) anos não havia se esgotado. Revisão Turbo | 37° Exame de Ordem Direito Empresarial 28 D) A reparação do dano causado não pode ser pleiteada, porque a patente concedida não foi objeto de licenciamento pelo seu titular. 5) FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase Tibagi Verduras e Legumes Ltda. requereu sua recuperação judicial no juízo do seu principal estabelecimento, localizado em Apucarana/PR. Na petição inicial informou sua condição de microempresa, comprovando na documentação acostada seu enquadramento legal e que apresentará, oportunamente, plano especial de recuperação. Considerando as informações prestadas e as disposições da legislação sobre o plano especial de recuperação, assinale a única afirmativa correta. A) A sociedade devedora poderá oferecer aos credores quirografários, inclusive àqueles decorrentes de repasse de recursos oficiais, o pagamento em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais, iguais e sucessivas, acrescidas de juros equivalentes à taxa SELIC, podendo propor o abatimento do valor das dívidas. B) O plano especial de recuperação deverá prever que o devedor realize o pagamento da primeira parcela aos credores sujeitos à recuperação, no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias, contados da data da concessão da recuperação judicial. C) A sociedade limitada não poderá incluir no plano especial os credores titulares de propriedade fiduciária de bens móveis ou imóveis, proprietários em contrato de compra e venda com reserva de domínio, que terão preservadas as condições contratuais e as disposições legais. D) Por se tratar de devedora microempresa e em razão do tratamento favorecido que lhe é dispensado, o plano especial de recuperação poderá ser apresentado em até 60 (sessenta) dias, contados da data do pedido de recuperação, admitida uma única prorrogação e por igual prazo. 6) FGV – 2021 - OAB - XXXIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase Socorro, empresária individual, sacou duplicata de venda na forma cartular, em face de Laticínios Aguaí Ltda. com vencimento para o dia 11 de setembro de 2020. Antes do vencimento, no dia 31 de agosto de 2020, a duplicata, já aceita, foi endossada para a sociedade Bariri & Piraju Ltda. Considerando-se que, no dia 9 de outubro de 2020, a duplicata foi apresentada ao tabelionato de protestos para ser protestada por falta de pagamento, é correto afirmar que o endossatário A) não poderá promover a execução em face de nenhum dos signatários diante da perda do prazo para a apresentação da duplicata a protesto por falta de pagamento. B) poderá promover a execução da duplicata em face do aceitante e do endossante, por ser facultativo o protesto por falta de pagamento da duplicata, caso tenha sido aceita pelo sacado. C) poderá promover a execução da duplicata em face do aceitante e do endossante, pelo fato de o título ter sido apresentado a protesto em tempo hábil e por ser o aceitante o obrigado principal. D) não poderá promover a execução em face do endossante, diante da perda do prazo para a apresentação da duplicata a protesto por falta de pagamento, mas poderá intentá-la em face do aceitante, por ser ele o obrigado principal. 7) FGV – 2022 - OAB - XXXVI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase A sociedade Corinto & Curvelo Ltda. é composta apenas por dois sócios, sendo o sócio Corinto titular de 40% do capital e o sócio Curvelo titular do restante. Nesta situação, a exclusão extrajudicial motivada do sócio minoritário de sociedade limitada poderá ser realizada pelo sócio Curvelo, independentemente de ter havido A) justa causa, ou seja, de modo discricionário. B) previsão no contrato de exclusão por justa causa. C) alteração do contrato social. D) reunião ou assembleia especial para esse fim. 8) FGV – 2020 - OAB - XXXI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase Duas sociedades empresárias celebraram contrato de agência com uma terceira sociedade empresária, que assumiu a obrigação de, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência com as proponentes, promover, à conta das primeiras, mediante retribuição, a realização de certos negócios com exclusividade, nos municípios integrantes da região metropolitana de Curitiba/PR. Ficou pactuado que as proponentes conferirão poderes à agente para que esta as represente, como mandatária, na conclusão dos contratos. Antônio Prado, sócio de uma das sociedades empresárias contratantes, consulta seu advogado quanto à legalidade do contrato, notadamente da delimitação de zona geográfica e da concessão de mandato ao agente. https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/provas/fgv-2022-oab-exame-de-ordem-unificado-xxxiv-primeira-fase Revisão Turbo | 37° Exame de Ordem Direito Empresarial 29 Sobre a hipótese apresentada, considerando as disposições legais relativas ao contrato de agência, assinale a afirmativa correta. A) Não há ilegalidade quanto à delimitação de zona geográficapara atuação exclusiva do agente, bem como em relação à possibilidade de ser o agente mandatário das proponentes, por serem características do contrato de agência. B) Há ilegalidade na fixação de zona determinada para atuação exclusiva do agente, por ferir a livre concorrência entre agentes, mas não há ilegalidade na outorga de mandato ao agente para representação das proponentes. C) Há ilegalidade tanto na outorga de mandato ao agente para representação dos proponentes, por ser vedada qualquer relação de dependência entre agente e proponente, e também quanto à fixação de zona determinada para atuação exclusiva do agente. D) Não há ilegalidade quanto à fixação de zona determinada para atuação exclusiva do agente, mas há ilegalidade quanto à concessão de mandato do agente, porque é obrigatório por lei que o agente apenas faça a mediação dos negócios no interesse do proponente. 9) FGV – 2020 - OAB - XXXI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase Anadia e Deodoro são condôminos de uma quota de sociedade limitada no valor de R$ 13.000,00 (treze mil reais). Nem a quota nem o capital da sociedade – fixado em R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) – se encontram integralizados. Você é consultado(a), como advogado(a), sobre a possibilidade de a sociedade demandar os condôminos para que integralizem a referida quota. Assinale a opção que apresenta a resposta correta. A) Eles são obrigados à integralização apenas a partir da decretação de falência da sociedade. B) Eles não são obrigados à integralização, pelo fato de serem condôminos de quota indivisa. C) Eles são obrigados à integralização, porque todos os sócios, mesmo os condôminos, devem integralizar o capital. D) Eles não são obrigados à integralização, porque o capital da sociedade é inferior a 100 salários mínimos. Revisão Turbo | 37° Exame de Ordem Direito Empresarial 30 Gabarito das questões: 1 - A 2 - A 3 - D 4 - C 5 - C 6 - C 7 - D 8 - A 9 - C Caderno de Questões – Direito Empresarial Cristiane Pauli, Luciana Aranalde e Douglas Azevedo