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Carcinogênese: Neoplasias e Fatores de Risco

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Carcinogênese
Por: Melissa Becker Trois
Introdução
• Neoplasia literalmente significa “novo
crescimento”.
• Células neoplásicas continuam a se
replicar, aparentemente “desatentas” às
influências regulatórias que controlam o
crescimento celular normal.
• Os tumores malignos são coletivamente
referidos como cânceres. Nele, a lesão
pode invadir e destruir estruturas
adjacentes e disseminar-se para locais
distantes (metástases) para causar morte.
Características de neoplasias malignas
e benignas
Benignos
Células parecidas/iguais às de origem bem
diferenciadas, mitoses raras e configuração
normal
Malignas
Amplo espectro de diferenciação - bem,
moderadamente, pouco e indiferenciado.
Estroma não ajuda separação entre
benignos e malignos mas determina a
consistência (desmoplasia). Células
indiferenciadas - anaplásicos - formação
retrógrada ou inversa.
Anaplasia
Pleomorfismo, anormalidades nucleares
(hipercromáticos, tamanho, forma,
nucléolo (s), aumento na proporção
núcleo-citoplasma), células tumorais
gigantes, mitoses atípicas, perda da
polaridade (perdem orientação umas com
as outras). Menos propensas a ter mesmas
funções
Epidemiologia
• INCA estima 704 mil casos novos de
câncer por ano no Brasil do triênio 2023 -
2025.
• A epidemiologia pode estar relacionada
ao ambiente específico, raça (possível
hereditariedade), cultura e doenças
associadas.
• Até 2035 número total de câncer e
mortes no mundo – 24 milhões e 14,6
milhões.
I. Em mulheres: o câncer de mama é
o maior incidência
II. Em homem: o de próstata
III. Região sul concentra 70% dos
casos
No Brasil
O tumor maligno mais incidente no Brasil
é o de pele não melanoma (31,3% do total
de casos)
Mama feminina (10,5%)
Próstata (10,2%)
Cólon e reto (6,5%)
Pulmão (4,6%)
Estômago (3,1%).
Câncer VS IDH
Homens
• Nas regiões de maior IDH, os tumores
malignos de cólon e reto ocupam a
segunda ou a terceira posição
• Nas de menor IDH, o câncer de
estômago é o segundo ou o terceiro mais
frequente entre a população masculina.
Mulheres
• Nas regiões mais desenvolvidas, o câncer
colorretal ocupa o segundo lugar de
incidência
• Nas de menor IDH, o câncer do colo do
útero ocupa essa posição.
Variáveis Geográficas e Ambientais
• Os fatores ambientais são a causa
predominante dos cânceres esporádicos
comuns.
• Não há escassez de carcinógenos
ambientais. Eles se ocultam no ambiente,
no local de trabalho, no alimento e nas
práticas pessoais.
• A luz solar é carcinógena, assim como
elementos dos ambientes urbanos ou
elementos de certas ocupações.
• Elementos da dietas são como possíveis
fatores predisponentes.
• Os carcinógenos podem estar em práticas
pessoais (tabagismo e o consumo
alcoólico).
• Tudo o que as pessoas fazem para
ganhar, subsistir ou desfrutar a vida se
torna “ilegal, imoral ou engorda” ou — o
que é mais perturbador — possivelmente é
carcinogênico.
• Fatores ambientais influenciam risco de
câncer em pessoas com herança de genes
do câncer. Mulheres com mutações em
BRCA1 e BRCA2 (genes supressores de
tumor)
Idade
● A frequência do câncer aumenta com a
idade.
• A maioria das mortes por câncer ocorre
entre 55-75 anos de idade;
• A taxa declina, juntamente com a base
populacional, após os 75 anos.
• A crescente incidência com a idade pode
ser explicada pelo acúmulo de mutações
somáticas associadas à emergência de
neoplasias malignas
• O declínio na competência imune que
acompanha o envelhecimento também
pode ser um fator.
• O câncer causa pouco mais de 10% de
todos os óbitos em crianças com menos de
15 anos
Classificação na hereditariedade
As formas hereditárias de câncer podem
ser divididas em três categorias baseadas
em seu padrão de herança
Síndromes de câncer autossômicas
dominantes
• A herança de um só gene mutante
aumenta muito o risco de desenvolver um
tumor.
• As mutações incapacitantes herdadas em
um gene supressor de tumor são
responsáveis pelo desenvolvimento desse
tumor em famílias.
• Os tumores dentro desse grupo com
frequência estão associados a um fenótipo
marcador específico.
Síndromes Autossômicas Recessivas
do Reparo do DNA Defeituoso
• Caracteriza-se coletivamente por
instabilidade cromossômica ou de DNA e
altas taxas de certos cânceres.
• Ex: xeroderma pigmentoso
Cânceres Familiares de Herança Incerta
• Praticamente todos os tipos comuns de
cânceres que ocorrem esporadicamente
ocorrem nas formas familiares, nas quais o
padrão de herança não é claro.
• Os cânceres familiares não estão
associados a fenótipos marcadores
específicos.
Condições adquiridas
• São lesões pré-neoplásicas ou
simplesmente “pré-cânceres”.
• Embora tais lesões aumentem a
probabilidade de malignidade, a maioria
não progride para o câncer.
• São quadros de lesão tecidual crônica ou
inflamação que podem aumentar a
probabilidade de malignidade por
estimularem a continuação de proliferação
regenerativa ou por exporem as células aos
produtos da inflamação
• Algumas dessas lesões precursoras
importantes:
1. Metaplasia e displasia escamosas da
mucosa bronquial
Observadas em fumantes habituais — um
fator de risco para o
câncer.
2. Hiperplasia e displasia endometriais
Observadas em mulheres com estimulação
estrogênica não oposta — um fator
de risco para carcinoma endometrial.
3. Leucoplasia da cavidade oral, vulva
ou pênis
Pode progredir para carcinoma de células
escamosas.
4. Adenomas vilosos do cólon
Alto risco de transformação para
carcinoma colorretal.
Desordem genética
• O câncer é causado por mutações do
DNA
• Mostram alterações epigenéticas, como o
aumento focal da metilação de DNA e
alterações nas modificações da histona,
que se originam de mutações adquiridas
em genes que regulam essas modificações.
• Essas alterações genéticas e epigenéticas
alteram a expressão ou função de
genes-chave que regulam os processos
celulares fundamentais, como crescimento,
sobrevida e senescência.
Hereditariedade
• As alterações genéticas são hereditárias e
passadas para as células-filhas na divisão
celular.
• As células que ancoram essas alterações
estão sujeitas à seleção darwiniana
(sobrevivência da mais ajustada)
• As células que sofrem mutações
proporcionam as vantagens de crescimento
ou sobrevivência, passando para trás suas
vizinhanças e chegando desse modo a
dominar a população.
• As vantagens seletivas são conferidas a
uma única célula que acaba dando origem
ao tumor, todos os tumores são clonais
• As mutações e alterações epigenéticas
conferem, às células cancerosas,
propriedades que conferem o fenótipo
celular, determinando história natural e
resposta às terapias – marcas e
características do câncer
Genes do câncer
Quatro classes de genes reguladores
normais
Proto-oncogenes promotores de
crescimento
• Induzem fenótipo transformado quando
expressos na célula, levando a proliferação
• Versões mutadas ou superexpressas de
genes normais – proto-oncogenes.
• Codificam fatores pró-crescimento ou
que aumentam sobrevivência.
• Dominantes, podendo ser só um alelo
alterado.
Genes supressores de tumor inibidores
do crescimento
São colocados em dois grupos gerais,
“governantes” e “guardiões”.
Governantes
• São os genes supressores de tumor
clássicos
• A mutação do gene leva à remoção de
um importante freio à proliferação celular
• Ex: RB
Guardiões
• Responsáveis pelo sensoriamento do
dano genômico.
• Alguns iniciam e coreografam uma
complexa “resposta de controle do dano”.
• Essa resposta leva à cessação da
proliferação ou, se o dano for muito
grande para ser reparado, à indução de
apoptose.
• O TP53, chamado de “guardião do
genoma”,
• A mutação de TP53 ou de outros
sensores de dano genômico não transforma
diretamente as células, mas permite e
acelera a aquisição de mutações em
oncogenes e genes supressores de tumor
que podem levar ao desenvolvimento do
câncer.
Genes que regulam a apoptose
• Aumento na sobrevida celular
• Maioria está superexpressa.
• Os que promovem a apoptose estão
subexpressos ou inativados.
Genes que regulam interação entre
células tumorais e células hospedeiras
• Aumentam ou inibem o reconhecimento
das células tumorais pelo sistemaimune.
Alterações genéticas
• As alterações genéticas que caracterizam
as mutações associadas ao câncer
• Podem ser sutis (p. ex., mutações
pontuais ou inserções e deleções) ou
grandes o bastante para produzir alterações
cariotípicas.
Mutações pontuais
• Podem ativar ou inativar os resultantes
produtos de proteína.
• Por exemplo, as mutações pontuais nos
proto-oncogenes, como RAS ou EGFR,
resultam com frequência em
superatividade da proteína
• Entretanto, mutações pontuais nos
supressores tumorais, como as que afetam
os genes RB ou TP53, reduzem ou
incapacitam a função da proteína
codificada.
Mutações condutoras
Alteram função, geralmente adquiridas.
Mutações passageiras
Adquiridas, fornecem vantagem seletiva
em relação à terapia.
Rearranjos genéticos
• Translocações ou inversões
cromossômicas.
• Por superexpressão de proto-oncogenes.
• Ou criam genes de fusão que codificam
novas proteínas (cromossomo Ph – LMC –
t9-22).
Deleções
• Eliminações de regiões específicas de
cromossomos, com perdas de genes
supressores de tumor.
• Retinoblastoma: deleções 13q14.
• Deleção 17p – perda TP53.
Amplificação de genes
• Com superexpressão e hiperatividade
transformam proto-oncogenes em
oncogenes: estruturas extracromossômicas
“double minutes" e regiões coradas
homogeneamente (HER2)
Aneuploidia
• Um número de cromossomos que não é
múltiplo de 23.
• A aneuploidia é notável em cânceres
comuns, particularmente os carcinomas
Micro-RNAs e Câncer
• miRNAs – RNA de cadeia simples,
reguladores negativos de genes, inibem
expressão gênica.
Modificações Epigenéticas e Câncer
• Alterações reversíveis, hereditárias, sem
mutação.
• Hipometilação global do DNA e
hipermetilação seletiva localizada no gene
promotor
• Células de mesma origem com funções
aparências distintas.
Carcinogênese
• O câncer é o resultado do acúmulo de
múltiplas alterações genéticas que dão
origem ao fenótipo
• Surgem de lesões precursoras não
neoplásicas, que proporcionam vantagens
seletivas às células da lesão precursora.
• Depois de iniciados, os cânceres
continuam a sofrer seleção darwiniana.
• Muitos tumores se tornam mais
agressivos e adquirem maior potencial
maligno - processo chamado de progressão
tumoral
• Em nível molecular, a progressão
tumoral e a heterogeneidade associada
resultam em múltiplas mutações em
diferentes gerações de células, gerando
subclones com diferentes características
• Isso implica na capacidade de invadir,
taxa de crescimento, capacidade
metastática, cariótipo, responsividade
hormonal e suscetibilidade a drogas
antineoplásicas
• Algumas das mutações podem ser letais;
outras podem estimular o crescimento
celular (afeta nos proto-oncogenes ou os
genes supressores de tumor.)
• Durante a progressão, as células tumorais
são submetidas a pressões de seleção
imune e não imune.
• As células que são altamente antigênicas
são destruídas pelas defesas do hospedeiro,
enquanto aquelas com reduzidas
necessidades do fator de crescimento são
positivamente selecionadas
• Um tumor em crescimento tende a ser
enriquecido por subclones
• O tumor recorrente quase sempre é
resistente ao regime dos medicamentos
(manifestação de seleção)
• Assim, a evolução genética e a seleção
podem explicar duas das mais perniciosas
propriedades dos cânceres: a tendência a
se tornarem (1) mais agressivos e (2)
menos responsivos à terapia com o tempo.
Características do câncer
1. Autossuficiência nos sinais de
crescimento, pelos quais o crescimento
dos cânceres se torna autônomo e não é
regulado por indícios fisiológicos
2. Ausência de resposta aos sinais
inibidores de crescimento que controlam
as proliferações celulares não
neoplásicas, como a hiperplasia
3. Evasão da morte celular, permitindo que
as células cancerosas sobrevivam sob
condições que induzem apoptose em
células normais
4. Potencial replicativo ilimitado tornando,
portanto, as células cancerosas imortais
5. Desenvolvimento da angiogênese para
sustentar o crescimento das células
cancerosas
6. Capacidade de invadir tecidos locais e
fazer metástase
7. Reprogramação das vias metabólicas —
especificamente, uma alteração para a
glicólise aeróbica, mesmo quando há
abundante oxigênio
8. Capacidade de escapar do sistema imune.
Autossuficiência nos Sinais de
Crescimento
As células cancerosas utilizam uma série
de estratégias para impulsionar sua
proliferação e se tornar insensíveis aos
reguladores do crescimento normal.
Sob condições fisiológicas, a proliferação
celular pode ser facilmente resolvida nas
seguintes etapas:
1. Ligação de um fator de crescimento ao
seu receptor específico na membrana
celular.
2. Ativação transitória e limitada do
receptor do fator de crescimento, que por
sua vez ativa várias proteínas transdutoras
de sinal no folheto interno da membrana
plasmática.
3. Transmissão do sinal transduzido
através do citosol para o núcleo por meio
de segundos mensageiros ou de uma
cascata de moléculas de transdução de
sinal.
4. Indução e ativação de fatores
reguladores nucleares que iniciam e
regulam a transcrição do DNA.
5. Entrada e progressão da célula em um
ciclo celular, acabando por resultar em
divisão celular.
Cada uma das etapas listadas é suscetível à
corrupção em células cancerosas.
Fatores de Crescimento
Fruto de mutações de ganho de função que
convertem protooncogenes em oncogenes
que produzem oncoproteínas que
promovem o crescimento celular
• Muitas células cancerosas adquirem
autossuficiência de crescimento pela
aquisição da capacidade de sintetizar os
mesmos fatores de crescimento aos quais
são responsivas. Por exemplo, os
glioblastomas secretam fator de
crescimento derivado de plaquetas (PDGF)
e expressam o receptor PDGF, e muitos
sarcomas produzem tanto o fator de
transformação de crescimento a (TGF-a)
como o seu receptor.
• Em alguns casos, as células tumorais
enviam sinais para ativar as células
normais no estroma de suporte, o qual por
sua vez produz fatores de crescimento que
promovem o crescimento tumoral.
Receptores de fatores de crescimento
Muitos funcionam como oncoproteínas ou
mostram superexpressão.
Proteínas Transdutoras de Sinal a
Jusante
• Mutações em genes codificadores de
vários componentes das vias de sinalização
a jusante dos receptores do fator de
crescimento.
• Essas proteínas sinalizadoras se juntam
ao fator de crescimento ativado e o
transmitem ao núcleo, por meio de
segundos mensageiros ou de cascata de
fosforilação e ativação das moléculas de
transdução de sinal.
• Dois membros importantes nessa
categoria são RAS e ABL.
Fatores de Transcrição Nuclear
• Por fim, todas as vias de transdução de
sinal entram no núcleo
• A sinalização através das oncoproteínas,
como RAS ou ABL, é inadequada e
continua a estimular fatores de transcrição
nucleares que impulsionam a expressão
dos genes promotores do crescimento.
• Os produtos dos oncogenes MYC, MYB,
JUN, FOS e REL, funcionam como fatores
de transcrição reguladores da expressão
dos genes promotores de crescimento,
como as ciclinas.
• Gene MYC – ciclo celular aumentado e
altera o metabolismo.
Ciclinas e Quinases Dependentes de
Ciclina
• O resultado final de todos os estímulos
promotores de crescimento é a entrada de
células quiescentes no ciclo celular.
• Os cânceres podem se tornar autônomos
se os genes impulsionadores do ciclo
celular se tornarem desregulados por
mutações ou amplificação
Insensibilidade aos Sinais Inibidores do
Crescimento
• Ao mesmo tempo que os genes
codificam proteínas que promovem o
crescimento celular, os produtos dos genes
supressores de tumor aplicam freios à
proliferação celular.
• A quebra de tais genes torna as células
refratárias à inibição de crescimento
- RB: regulador negativo-chave do ciclo
celular
- TP53: supressor de tumor codificador da
proteína p53. Ativação da parada
temporária do ciclo celular (denominada
quiescência), indução da parada
permanente do ciclo celular (denominada
senescência).
- Via fator de crescimento
transformante-B: inibe proliferação
- Inibição de Contato, NF2 e APC: NF2
=E-caderina. APC=inibidor
de tumor
Evasão da MorteCelular
• O acúmulo de células neoplásicas pode
gerar de mutações nos genes que regulam
a apoptose
• Os reguladores dividem-se em duas
principais vias, uma que interpreta os
sinais extracelulares e outra que interpreta
os sinais intracelulares.
• A estimulação de cada via resulta na
ativação de uma protease normalmente
inativa (caspase-8 ou caspase-9,
respectivamente), que inicia uma cascata
proteolítica
• A sequência de eventos que levam à
apoptose acontece por meio de sinalização
através de receptores da morte, os quais
são membros da família dos receptores
TNF (via extrínseca), e dano ao DNA e
outros estresses (via intrínseca).
• A evasão da morte celular ocorre por
meio de mutações adquiridas e alterações
na expressão gênica que desativam os
principais componentes da via intrínseca,
de modo a favorecer a sobrevivência
celular em face aos estresses intrínsecos
- perda da função de TP53.
- superexpressão de membros
antiapoptóticos da família BCL2.
Potencial Replicativo Ilimitado
• A maior parte das células humanas
normais tem capacidade de 60-70
duplicações.
• Com o tempo, as células perdem a
capacidade de se dividir e entram em
senescência.
• Esse fenômeno é atribuído ao
encurtamento progressivo dos telômeros
nas extremidades dos cromossomos
• Em células cujos pontos de controle
estão desabilitados, as vias de reparo do
DNA são ativadas inadequadamente pelos
telômeros encurtados, levando a maciça
instabilidade cromossômica e a crise
mitótica.
• As células tumorais reativam
telômeros,protelando a catástrofe mitótica
e alcançando a imortalidade.
Desenvolvimento de Angiogênese
Sustentada
• O diâmetro dos tumores não pode
aumentar além de 1-2 mm, a não ser que
estejam vascularizados.
• As células endoteliais recém-formadas
estimulam o crescimento das células
tumorais adjacentes pela secreção de
fatores de crescimento, como fatores de
crescimento semelhantes à insulina, PDGF
e fator estimulador de colônia de
granulócitos-macrófagos.
• A angiogênese é necessária não apenas
para o contínuo crescimento tumoral, mas
também para o acesso à vasculatura e,
portanto, à metástase.
• A angiogênese tumoral é controlada pelo
equilíbrio entre fatores pró-angiogênicos e
inibidores.
• A hipóxia deflagra a angiogênese pelas
ações de HIF-1a na transcrição do fator
pró-angiogênico VEGF. Devido à sua
capacidade para degradar HIF-1a, e
portanto de prevenir a angiogênese, o VHL
age como supressor tumoral.
Capacidade de Invadir e Metastatizar
• A disseminação de tumores envolve uma
série de etapas sequencias chamadas de
cascata de invasão-metástase.
• Essas etapas consistem em:
1. Invasão local
2. Intravasamento nos vasos sanguíneos e
vasos linfáticos
3. Trânsito na vasculatura
4. Saída dos vasos
5. Formação de micrometástases
6. Crescimento de micrometástases em
tumores macroscópicos.
7. Essa sequência de etapas pode
8. ser interrompida em qualquer estádio, por
fatores relacionados ao hospedeiro ou ao
tumor.
A cascata metastática pode ser subdividida
em duas fases
(1) invasão da MEC
(2) disseminação vascular e realojamento
das células
tumorais.
Reprogramação do Metabolismo de
Energia
• Mesmo na presença de oxigênio
abundante, as células cancerosas desviam
seu metabolismo de glicose das
mitocôndrias famintas de oxigênio, mas
eficientes, para a glicólise (efeito de
Warburg)
• Os oncogenes e os supressores tumorais
que favorecem o crescimento tumoral,
como TP53, PTEN e Akt (um
intermediário na sinalização de RAS),
estimulam a captação de glicose, afetando
as proteínas transportadoras de glicose e
favorecendo a glicólise aeróbica
• "Fome por glicose" utilizada na
tomografia por emissão de pósitrons (PET)
- solução à base de
18F-fluorodesoxiglicose, um derivado não
metabolizável de glicose que é
preferencialmente absorvido pelas células
tumorais.
• Autofagia: desrreguladas. Vários genes
que promovem a autofagia são supressores
de tumores.
• Oncometabolismo: mutações em enzimas
que participam do ciclo de Krebs. As
mutações na isocitrato desidrogenase
(IDH).
Evasão do Sistema Imune
• PD-L1 (ligante de morte celular
programada 1), que frequentemente é
expressa na superfície das células
tumorais.
• Quando PD-L1 se liga ao seu receptor,
PD-1, nos CTLs, estes não respondem e
perdem a capacidade de eliminar as células
tumorais.
• A descoberta de pontos de controle que
desativam a imunidade antitumoral levou
ao desenvolvimento de anticorpos que
bloqueiam esses pontos de controle e
liberam os “freios” na resposta imune
Inflamação Promotora de Tumor
como Possibilitadora de
Malignidade
• O acúmulo de evidências sugere que a
inflamação, muitas vezes considerada uma
resposta protetora contra tumores, pode
paradoxalmente também permitir a
malignidade.
• Isso ocorre em duas situações diferentes:
- Inflamação crônica persistente em
resposta a infecções microbianas
- Como parte de uma reação
autoimune.
Agentes carcinogênicos
Três classes de agentes carcinogênicos
foram identificadas:
(1) substâncias químicas
(2) energia radiante
(3) agentes microbianos.
Substâncias químicas
Agentes de Ação Direta
• Os agentes de ação direta não requerem
conversão metabólica para se tornarem
carcinogênicos.
• Em geral são fracos, mas são importantes
porque alguns são drogas da quimioterapia
do câncer
Agentes de Ação Indireta
• A designação ação indireta refere-se a
substâncias químicas que requerem
conversão metabólica para um
carcinógeno final.
Carcinogênese por Radiação
• A radiação, seja qual for sua fonte (raios
UV da luz solar, raios X, fissão nuclear,
radionucleotídeos) é um carcinógeno
estabelecido.
• A radiação ionizante causa quebra do
cromossomo, translocações e, menos
frequentemente, mutações pontuais,
levando ao dano genético e à
carcinogênese.
• Os raios UV induzem a formação de
dímeros de pirimidina
dentro do DNA, levando a mutações.
• Portanto, os raios UV podem dar origem
a carcinomas de células escamosas
e melanomas da pele.
Oncogênese Viral e Microbiana
Vírus de RNA oncogênicos
• O vírus linfotrópico de células T
humanas (HTLV-1) está associado à forma
de leucemia/linfoma de células T
• Certas partes do Japão e da bacia do
Caribe
• HTLV-1 apresenta tropismo por células T
CD4 + - subgrupo de células T é o
principal alvo da transformação
neoplásica.
Vírus DNA Oncogênicos
HPV
• Os HPVs de alto risco (p. ex., tipos 16 e
18) causam vários cânceres,
particularmente o carcinoma de células
escamosas da cérvice e região anogenital.
• Inativam RB e p53, ativam complexos de
ciclina/CDK e combatem a senescência
celular.
• Genes RAS.
Epstein-Barr (EBV)
• Linfomas de células B em pacientes com
imunidade de células T defeituosa (p. ex.,
naqueles infectados por HIV)
• Um subgrupo de linfomas de células T
• Carcinomas gástricos
• Linfomas de células NK
• Em casos raros, até sarcomas,
principalmente em imunossuprimidos.
Herpesvírus do sarcoma de Kaposi (KSHV)
Vírus da hepatite B (HBV)
Estima-se que 70-85% dos carcinomas
hepatocelulares em todo o mundo se
devam a infecção por HBV ou HCV.
Nomenclatura
Benignos
• Sufixo – oma após célula que origina
• Adenoma - glândulas
• Papilomas – papilas
• Pólipo - exofítica (inflamatórios)
• Cistadenomas
Malignos
• Sarcomas: tecido mensequimal sólido.
Lipossarcoma,
condrossarcoma.
• Linfoma e leucemia: células
mesenquimais sanguíneas
.• Carcinomas: Células epiteliais. Epitélio
glandular –
adenocarcinoma. Carcinoma de células
escamosas.
• Pouco diferenciado e indiferenciado:
pouco lembra as células de origem
Hamartoma
• Tecido desorganizado nativo de um local
específico, como pulmão ou fígado.
• Considerados malformações de
desenvolvimento, muitos apresentam
aberrações cromossômicas clonais que são
adquiridas através de mutações
somáticas e, por isso, atualmente são
considerados neoplásicos.
Coristoma
• Anomalia congênita que consiste em
ninhos heterotópicos de células.
• Por exemplo, um pequeno nódulo de
tecido pancreático bem desenvolvido e
normalmente organizado pode ser
encontrado na submucosa do estômago,
duodeno ou intestino delgado.
Aspectos Clínicos de Tumores
• Caquexia:perda progressiva de gordura e
massa magra corporal, acompanhada por
profunda fraqueza, anorexia e anemia, é
causada pela liberação de citocinas do
tumor ou do hospedeiro.
• Síndromes paraneoplásicas: são
causadas pela produção ectópica e
secreção de substâncias
bioativas, como ACTH, PTHRP ou
TGF-a.
• A graduação dos tumores é determinada
pela aparência citológica e baseia-se na
ideia de que o comportamento e a
diferenciação estão relacionados, tendo os
tumores mal diferenciados um
comportamento mais agressivo.
• O estadiamento, determinado por
exploração cirúrgica ou imagens, baseia-se
no tamanho, local e disseminação para
linfonodos regionais e metástases
distantes. O estadiamento tem maior valor
clínico que a graduação.

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