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NEOPLASIAS E CARCINOGÊNESE - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE NEOPLASIAS E CARCINOGÊNESE CARACTERÍSTICAS DE TUMORES BENIGNOS E MALIGNOS - Os tumores benignos e malignos podem ser distinguidos de outros com base no grau de diferenciação, taxa de crescimento, invasividade e disseminação distante. - Os tumores benignos assemelham-se ao tecido de origem e são bem diferenciados; os tumores malignos são mal ou completamente indiferenciados (anaplásicos). - Os tumores benignos são de crescimento lento, enquanto os tumores malignos geralmente crescem mais depressa. - Os tumores benignos são bem circunscritos e têm uma cápsula; os tumores malignos são mal circunscritos e invadem os tecidos normais circundantes. - Os tumores benignos permanecem localizados no sítio de origem, enquanto os tumores malignos são localmente invasivos e metastatizam-se para locais distantes. EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER - A incidência de câncer varia com idade, raça, fatores geográficos e antecedentes genéticos. Os cânceres são mais comuns nos dois extremos de idade. A variação genética resulta, principalmente, de diferentes exposições ambientais. - A maioria dos cânceres é esporádica, mas alguns são familiares. A predisposição aos cânceres hereditários pode ser autossômica dominante ou autossômica recessiva. A primeira normalmente está ligada à herança de mutação de linhagem germinativa de genes supressores do câncer, enquanto a última está tipicamente associada a defeitos herdados no reparo do DNA. - Os cânceres familiares tendem a ser bilaterais e surgem em fase mais precoce na vida do que suas contrapartes esporádicas. - Sabe-se que algumas doenças adquiridas, conhecidas como desordens pré-neoplásicas, estão associadas a aumento de risco de desenvolvimento de câncer. LESÕES GENÉTICAS NO CÂNCER - As células tumorais podem adquirir mutações por vários meios, entre os quais mutações pontuais e anormalidades cromossômicas não aleatórias que contribuem para a malignidade; elas incluem translocações equilibradas, deleções e manifestações citogenéticas de amplificação de genes. - Translocações equilibradas contribuem para a carcinogênese por superexpressão de oncogenes ou geração de novas proteínas de fusão com capacidade alterada de sinalização. Com frequência, as deleções afetam os genes de supressão de tumor, enquanto a amplificação de genes aumenta a expressão dos oncogenes. - A superexpressão de miRNAs pode contribuir para a carcinogênese mediante redução da expressão dos supressores tumorais, enquanto a deleção ou perda de expressão dos miRNAs pode levar à superexpressão de proto-oncogenes. NEOPLASIAS E CARCINOGÊNESE - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE - Os genes supressores de tumor e os genes de reparo do DNA também podem ser silenciados por alterações epigenéticas, que envolvem alterações reversíveis, alterações hereditárias na expressão genética ocorrida não por mutação, mas por metilação do promoter. ONCOGENES QUE PROMOVEM A PROLIFERAÇÃO DESREGULADA (AUTOSSUFICIÊNCIA NOS SINAIS DE CRESCIMENTO) - Proto-oncogenes: genes celulares normais cujos produtos promovem a proliferação celular. - Oncogenes: versões mutantes ou suprexpressas de proto-oncogenes que funcionam de maneira autônoma sem necessidade de sinais promotores de crescimento normais. As oncoproteínas promovem a proliferação descontrolada de células por meio de vários mecanismos: - Expressão independente de estímulo do fator de crescimento e de seu receptor, estabelecendo um circuito autócrino de proliferação celular. - Receptor PDGF-PDGF em tumores cerebrais. - Mutações em genes codificadores dos receptores do fator de crescimento ou tirosinas quinases que levam à sinalização constitutiva. - Membro da família de receptor EGF, incluindo HER2/NEU (mama, pulmão e outros tumores). A fusão da tirosina quinase ABL com a proteína BCR em certas leucemias gera uma proteína híbrida com atividade de quinase constitutiva. - Mutações em genes codificadores das moléculas de sinalização. - RAS geralmente sofrem mutação nos cânceres humanos e normalmente oscilam entre um estado de repouso ligado à GDP e um estado ativo ligado à GTP; as mutações bloqueiam a hidrólise de GTP para GDP, levando à sinalização não verificada. - Superprodução ou atividade desregulada dos fatores de transcrição. - A translocação de MYC em alguns linfomas leva à superexpressão e à expressão desregulada de seus genes-alvo que controlam o ciclo e a sobrevivência celular. - Mutações que ativam os genes da ciclina ou inativam os reguladores negativos das ciclinas e as quinases dependentes de ciclina. - Complexos de ciclinas com CDKs impulsionam o ciclo celular por meio da fosforilação dos vários substratos. As CDKs são controladas por inibidores; as mutações nos genes codificadores das ciclinas, CDKs e inibidores de CDKs resultam em progressão descontrolada do ciclo celular. Tais mutações são encontradas em ampla variedade de cânceres, incluindo melanomas, cânceres de cérebro, pulmão e pâncreas. INSENSIBILIDADE AOS SINAIS INIBIDORES DE CRESCIMENTO - Os genes supressores de tumor codificam proteínas que inibem a proliferação celular mediante regulação do ciclo celular. Ao contrário dos oncogenes, ambas as cópias do gene devem estar disfuncionais para que ocorra o desenvolvimento tumoral. - Em casos com predisposição familiar ao desenvolvimento de tumores, as pessoas afetadas herdam uma cópia defeituosa (não funcional) de um gene supressor de NEOPLASIAS E CARCINOGÊNESE - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE tumor e perdem a segunda por mutação somática. Em casos esporádicos, ambas as cópias se perdem por meio de mutações somáticas. GENE RB: GOVERNADOR DO CICLO CELULAR - Rb exerce efeitos autoproliferativos por meio do controle da transição de G1 para S no ciclo celular. Em sua forma ativa, Rb é hipofosforilada e liga-se ao fator de transcrição E2F. Essa interação previne a transcrição de genes como a ciclina E que são necessários para a replicação do DNA e, assim, as células são detidas em G1. - A sinalização do fator de crescimento leva à expressão de ciclina D, ativação dos complexos de ciclina D-CDK4/6, inativação de Rb por fosforilação e, portanto, liberação de E2F. - A perda do controle do ciclo celular é fundamental para a transformação maligna. Quase todos os cânceres têm um ponto de controle G1 desabilitado devido à mutação de RB ou de genes que afetam a função de Rb, como ciclina D, CDK4 e CDK1s. - Muitos vírus DNA oncogênicos, como HPV, codificam proteínas (p.ex., E7) que se ligam a Rb e a tornam não funcional. GENE TP53: GUARDIÃO DO GENOMA - A proteína p53 é o monitor central do estresse na célula e pode ser ativada por anóxia, sinalização inadequada do oncogene ou dano ao DNA. A p53 ativada controla a expressão e a atividade dos genes envolvidos em interrupção do ciclo celular, reparo do DNA, senescência celular e apoptose. - O dano ao DNA leva à ativação de p53 por fosforilação. A p53 ativada impulsiona a transcrição de CDK1A (p21), que impede a fosforilação de Rb, causando portanto um bloqueio de G1-S no ciclo celular. Essa pausa permite que as células reparem o dano ao DNA. - Se não for possível o reparo do DNA, o p53 induz senescência ou apoptose celular. - Dos tumores humanos,70% demonstram perda bialélica de TP53. Os pacientes com a rara síndrome de Li-Fraumeni herdam uma cópia defeituosa na linhagem germinativa e perdem o segundo nos tecidos somáticos; esses indivíduos desenvolvem uma variedade de tumores. - Como ocorre com Rb, o p53 pode ser incapacitado pela ligação a proteínas codificadas por vírus DNA oncogênicos, como o HPV. VIAS DO FATOR B DE TRANSFORMAÇÃO DO CRESCIMENTO E APC-B-CATENINA - TGF-b inibe a proliferação de muitos tipos celulares pela ativação de genes inibidores do crescimento, como CDK1s e supressão dos genes promotores do crescimento, como MYC e aqueles codificadores de ciclinas. - A função de TGF-b está comprometida em muitos tumores por mutações em seus receptores (cólon, estômago,endométrio) ou por inativação mutacional de genes SMAD que traduzem a sinalização de TGF-b (pâncreas). NEOPLASIAS E CARCINOGÊNESE - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE - A E-caderina mantém inibição de contato que se perde nas células malignas. - O gene APC exerce ações antiproliferativas pela regulação da destruição da proteína citoplasmática b-catenina. Com a perda de APC, a b-catenina não é destruída e se transloca para o núcleo, onde age como um fator de transcrição promotor de crescimento. - Na síndrome de polipose adenomatosa familiar, a herança de uma mutação da linhagem germinativa no gene APC e a perda esporádica do único alelo normal causam o desenvolvimento de centenas de pólipos colônicos em idade jovem. Inevitavelmente, um ou mais desses pólipos evoluem para câncer colônico. A perda somática de ambos os alelos do gene APC é vista em aproximadamente 70% dos cânceres de cólon esporádicos. EVASÃO DA APOPTOSE - A apoptose pode ser iniciada por vias extrínsecas ou intrínsecas. - Ambas as vias resultam na ativação de uma cascata proteolítica de caspases que destroem a célula. - A permeabilização da membrana externa mitocondrial é regulada pelo equilíbrio entre moléculas pró-apoptóticas (p. ex., BAX, BAK) e antiapoptóticas (BCL2, BCL-Xl). As moléculas BH3-only ativam a apoptose inclinando a balança em favor das moléculas pró-apoptóticas. - Em 85% dos linfomas de células B, o gene BCL2 antiapoptótico é ativado pela translocação t(14;18). - O estresse também pode induzir as células a consumirem seus componentes em um processo chamado autofagia. As células cancerosas podem acumular mutações para evitar a autofagia ou corromper o processo para fornecer partes para o crescimento continuado. POTENCIAL REPLICATIVO ILIMITADO - Em células normais, nas quais a expressão da telomerase está ausente, os telômeros encurtados, gerados por divisão celular, eventualmente ativam os pontos de controle do ciclo celular, levando à senescência e impondo um limite ao número de divisões que uma célula pode sofrer. - Em células cujos pontos de controle estão desabilitados, as vias de reparo do DNA são ativadas inadequadamente pelos telômeros encurtados, levando a maciça instabilidade cromossômica e a crise mitótica. - As células tumorais reativam telômeros, protelando a catástrofe mitótica e alcançando a imortalidade. DESENVOLVIMENTO DA ANGIOGÊNESE NEOPLASIAS E CARCINOGÊNESE - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE - A vascularização dos tumores é essencial para o seu crescimento e é controlada pelo equilíbrio entre os fatores angiogênicos e antiangiogênicos que são produzidos pelo tumor e pelas células estromais. - A hipóxia deflagra a angiogênese pelas ações de HIF-1a na transcrição do fator pró-angiogênico VEGF. Devido à sua capacidade para degradar HIF-1a, e portanto de prevenir a angiogênese, o VHL age como supressor tumoral. A herança de mutações na linhagem germinativa de VHL causa a síndrome de VHL, caracterizada pelo desenvolvimento de uma variedade de tumores. - Muitos outros fatores regulam a angiogênese; por exemplo, p53 induz a síntese do inibidor da angiogênese, TSP-1. INVASÃO E METÁSTASE - A capacidade de invadir tecidos, uma característica da malignidade, ocorre em quatro etapas: afrouxamento dos contatos célula-célula, degradação da MEC, fixação aos novos componentes da MEC e migração das células tumorais. - Os contatos célula-célula se perdem por inativação de E-caderina por meio de várias vias. - A degradação da membrana basal e da matriz intersticial é mediada por enzimas proteolíticas secretadas por células tumorais e células estromais, como MMPs e catepsinas. - As enzimas proteolíticas também liberam fatores de crescimento sequestrados da MEC e geram fragmentos quimiotáticos e angiogênicos decorrentes da clivagem das glicoproteínas da MEC. - O local metastático de muitos tumores pode ser previsto pela localização do tumor primário. Muitos tumores param no primeiro leito capilar que encontram (pulmão e fígado, com mais frequência). - Alguns tumores mostram tropismo de órgão, provavelmente pela ativação da adesão ou por meio de receptores de quimiocina cujos ligantes são expressos por células endoteliais no local metastático. INSTABILIDADE GENÔMICA COMO POSSIBILITADORA DE MALIGNIDADE - Pessoas com mutações herdadas em genes envolvidos no sistema de reparo do DNA estão em risco muito maior de desenvolvimento de câncer. - Os pacientes com síndrome HNPCC têm defeitos no sistema de reparo de divergência, levando ao desenvolvimento de carcinomas do cólon. Os genomas desses pacientes mostram IMS, caracterizada por alterações na extensão de curtas sequências que se repetem sucessivamente em todo o genoma. - Os pacientes com xeroderma pigmentoso têm um defeito na via de reparo de excisão de nucleotídeo e estão em risco maior de desenvolvimento de cânceres de pele exposta à luz UV, devido à sua incapacidade de reparar os dímeros de pirimidina. NEOPLASIAS E CARCINOGÊNESE - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE - Síndromes que envolvem defeitos no sistema de reparo do DNA de recombinação homóloga constituem um grupo de desordens — síndrome de Bloom, ataxia-telangiectasia e anemia de Fanconi — que se caracterizam por hipersensibilidade aos agentes danificadores de DNA, como radiação ionizante. BRCA1 e BRCA2, que sofrem mutação nos cânceres de mama familiares, estão envolvidos no reparo do DNA. - Mutações incorridas em células linfóides que expressam produtos genéticos que induzem instabilidade genômica (RAG1, RAG2, AID) são causas importantes de neoplasias linfóides. CARCINÓGENOS QUÍMICOS - Os carcinógenos químicos têm grupos de eletrófilos altamente reativos que danificam diretamente o DNA, levando a mutações e eventualmente ao câncer. - Os agentes de ação direta não requerem conversão metabólica para se tornar carcinogênicos, enquanto os agentes de ação indireta não são ativos até se converter em um carcinógeno final por vias metabólicas endógenas. Portanto, os polimorfismos de enzimas endógenas, como o citocromo P-450, podem influenciar a carcinogênese. - Após a exposição de uma célula a um mutágeno ou um iniciador, a tumorigênese pode ser aumentada pela exposição aos promoters, que estimulam a proliferação das células mutadas. - São exemplos de carcinógenos humanos os agentes de ação direta (p. ex., agentes alquilantes usados para quimioterapia), agentes de ação indireta (p. ex., benzopireno, corantes azo, aflatoxina) e promoters ou agentes que causam hiperplasia do endométrio ou atividade regenerativa do fígado. CARCINOGÊNESE POR RADIAÇÃO - A radiação ionizante causa quebra do cromossomo, translocações e, menos frequentemente, mutações pontuais, levando ao dano genético e à carcinogênese. - Os raios UV induzem a formação de dímeros de pirimidina dentro do DNA, levando a mutações. Portanto, os raios UV podem dar origem a carcinomas de células escamosas e melanomas da pele. VÍRUS RNA ONCOGÊNICOS - O HTLV-I causa uma leucemia de células T, que é endêmica no Japão e no Caribe. - O genoma do HTLV-I codifica uma proteína TAX viral que transativa genes de citocinas e seus receptores nas células T infectadas. Isto estabelece circuitos de sinalização autócrinos e parácrinos que estimulam a proliferação de células T. Embora inicialmente essa proliferação seja policlonal, as células T proliferantes estão em risco maior de mutações secundárias que levam, consequentemente, a uma leucemia monoclonal. NEOPLASIAS E CARCINOGÊNESE - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE VÍRUS DNA ONCOGÊNICOS - O HPV está associado a verrugas benignas, assim como ao câncer cervical. - A oncogenicidade do HPV está relacionada à expressão de duas oncoproteínas virais, E6 e E7; elas se ligam a Rb e p53, respectivamente, neutralizando sua função. - E6 e E7 das cepas de HPV de alto risco (que dão origem aos cânceres) têm maior afinidade por seus alvos do que E6 e E7 das cepas de HPV de baixo risco (que dão origem às verrugas benignas). - OEBV está implicado na patogenia dos linfomas de Burkitt, linfomas em pacientes imunossuprimidos (infecção por HIV ou receptores de transplante de órgão), algumas formas de linfoma de Hodgkin, tumores incomuns de células T e células NK, carcinoma nasofaríngeo, um subgrupo de carcinomas gástricos e raramente sarcomas. - Certos produtos do gene EBV contribuem para a oncogênese pela estimulação de uma via de proliferação normal de células B. O concomitante comprometimento da competência imune permite a proliferação sustentada de células B, levando eventualmente ao desenvolvimento de linfoma, com ocorrência de mutações adicionais, como t(8;14), levando à ativação do gene MYC. VÍRUS DAS HEPATITES B E C - Cerca de 70-85% dos carcinomas hepatocelulares em todo o mundo se devem à infecção por HBV ou HCV. - Os efeitos oncogênicos de HBV e HCV são multifatoriais, mas o efeito dominante parece ser a inflamação crônica imunomediada, com lesão hepatocelular, estimulação da proliferação de hepatócitos e produção de espécies reativas de oxigênio que podem danificar o DNA. - A proteína HBx de HBV e a proteína do núcleo do HCV podem ativar uma variedade de vias de transdução de sinal que também pode contribuir para a carcinogênese. HELICOBACTER PYLORI - A infecção por H. pylori está implicada tanto no adenocarcinoma gástrico como no linfoma MALT. - O mecanismo dos cânceres gástricos induzidos por H. pylori é multifatorial, incluindo inflamação crônica imunomediada, estimulação da proliferação de células gástricas e produção de espécies reativas de oxigênio, como CagA, também pode contribuir pela estimulação das vias do fator de crescimento. - Acredita-se que a infecção por H. pylori leve a proliferações de células B policlonais, e eventualmente um tumor de células B monoclonais (linfoma MALT) emerge como resultado de acúmulo de mutações. NEOPLASIAS E CARCINOGÊNESE - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE VIGILÂNCIA IMUNE - As células tumorais podem ser reconhecidas pelo sistema imune como não próprias (non-self) e destruídas. - A atividade antitumoral é mediada por mecanismos predominantemente mediados por células. Os antígenos tumorais são apresentados na superfície celular pelas moléculas MHC classe I e são reconhecidas por CD8+ e CTLs. - As diferentes classes de antígenos tumorais incluem os produtos de proto-oncogenes mutados, genes supressores de tumor, proteínas superexpressas ou expressas de forma aberrante, antígenos tumorais produzidos por vírus oncogênicos, antígenos oncofetais, glicolipídeos e glicoproteínas alterados e antígenos de diferenciação específicos do tipo celular. - Os pacientes imunossuprimidos estão em risco maior de desenvolvimento de câncer. - Em pacientes imunocompetentes,os tumores podem evitar o sistema imune por vários mecanismos, incluindo o crescimento seletivo de variantes negativas do antígeno, perda ou reduzida expressão dos antígenos de histocompatibilidade e imunossupressão mediada pela secreção de fatores (p. ex., TFG-b) do tumor. ASPECTOS CLÍNICOS DE TUMORES - A caquexia, definida como a perda progressiva de gordura e massa magra corporal, acompanhada por profunda fraqueza, anorexia e anemia, é causada pela liberação de citocinas do tumor ou do hospedeiro. - As síndromes paraneoplásicas,definidas como sintomas sistêmicos que não podem ser explicados pela disseminação tumoral ou pelos hormônios apropriados ao tecido, são causadas pela produção ectópica e secreção de substâncias bioativas, como ACTH, PTHRP ou TGF-a. - A graduação dos tumores é determinada pela aparência citológica e baseia-se na ideia de que o comportamento e a diferenciação estão relacionados, tendo os tumores mal diferenciados um comportamento mais agressivo. - O estadiamento, determinado por exploração cirúrgica ou imagens, baseia-se no tamanho, local e disseminação para linfonodos regionais e metástases distantes. O estadiamento tem maior valor clínico que a graduação.
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