Buscar

Ortografia Uso dos PorquÃs (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS 
1 
 
Ortografia: Uso dos Porquês 
 
Questão 1: (UNESC/Pref Laguna/2022) 
O texto seguinte servirá de base para responder à questão. 
 
SÓCRATES E A FOFOCA 
Na Grécia antiga, Sócrates era um mestre reconhecido por sua sabedoria. Certo dia, o grande filósofo se 
encontrou com um conhecido que lhe disse: 
- Sócrates, sabe o que acabo de ouvir sobre um de seus alunos? 
- Um momento, respondeu Sócrates. Antes de me dizer, gostaria de que você passasse por um pequeno teste. 
Chama-se "Teste dos 3 filtros". 
- Três filtros? 
- Sim, continuou Sócrates. Antes de me contar o que quer que seja sobre meu aluno, é bom pensar um pouco e 
filtrar o que vais me dizer. O primeiro filtro é o da Verdade. Estás completamente seguro de que o que me vai dizer é 
verdade? 
- Bem... Acabo de saber... 
- Então, sem saber se é verdade, ainda assim quer me contar? Vamos ao segundo filtro, que é o da Bondade. 
Quer me contar algo de bom sobre meu aluno? 
- Não, pelo contrário. 
- Então, interrompeu Sócrates, queres me contar algo de ruim sobre ele, que não sabes se é verdade! Ora veja! 
Ainda podes passar no teste, pois ainda resta o terceiro filtro, que é o da Utilidade. O que queres me contar vai ser útil 
para mim? 
- Acho que não muito. 
- Portanto, concluiu Sócrates, se o que você quer me contar pode não ser verdade, não ser bom e pode não ser 
útil, então para que contar? 
Esse episódio demonstra a grandeza de Sócrates e porque era tão estimado. 
https://www.contandohistorias.com.br/html/contandohistorias.html 
 
No último parágrafo do texto, temos a utilização do termo "porque". Apesar de não haver dados sobre quais 
são os erros gramaticais mais comuns, não é exagero supor que o uso dos porquês esteja entre eles. A 
aplicação dessas palavras deixa margem para muitos equívocos, principalmente pelo número de 
possibilidades. Nesse sentido, assinale a alternativa em que o uso do "porque" NÃO está de acordo com as 
normas gramaticais: 
a) Eu gostaria de saber por que razão você não conseguir chegar cedo. 
b) Não foi à festa porque teria avaliação na manhã seguinte. 
c) Você deveria saber porque isso costuma acontecer. 
d) Aquela estrada por que passamos abriga a melhor lanchonete do bairro. 
e) Ninguém me disse o porquê de tanto barulho ontem à noite. 
 
 
CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS 
2 
Questão 2: (OBJETIVA CONCURSOS/CM Ipiranga do Norte/2022) 
 
Assinalar a alternativa em que o uso do porquê está CORRETO: 
a) Porque ele quer vir hoje? 
b) O motivo por que lutou é desconhecido. 
c) Está triste e não sei porquê. 
d) Eles vieram porquê não tinham o que fazer. 
 
 
Questão 3: (FGV/Direito/2022) 
 
A frase em que a grafia da palavra sublinhada está correta é: 
a) O motivo porque as pessoas culpam os outros é que é mais fácil do que assumir seus próprios erros; 
b) Eu sei que o amor é indispensável, mas não sei por quê; 
c) Porque o país não conseguiu superar as dificuldades da pandemia? 
d) Os jornais não informam mais porquê nem tudo é sabido; 
e) Devemos trocar os pneus por que estão gastos. 
 
 
Questão 4: (CEBRASPE (CESPE)/Administração/2022) 
O texto mais célebre de A República é sem dúvida a Alegoria da Caverna, em que Platão, utilizando-se de 
linguagem alegórica, discute o processo pelo qual o ser humano pode passar da visão habitual que tem das coisas, “a 
visão das sombras”, unidirecional, condicionada pelos hábitos e preconceitos que adquire ao longo de sua vida, até a 
visão do Sol, que representa a possibilidade de alcançar o conhecimento da realidade em seu sentido mais elevado e 
compreendê-la em sua totalidade. A visão do Sol representa não só o alcance da Verdade e, portanto, do conhecimento 
em sua acepção mais completa, já que o Sol é “a causa de tudo”, mas também, como diz Sócrates na conclusão dessa 
passagem: “Nos últimos limites do mundo inteligível, aparece-me a ideia do Bem, que se percebe com dificuldade, mas 
que não se pode ver sem se concluir que ela é a causa de tudo o que há de reto e de belo. Acrescento que é preciso 
vê-la se se quer comportar-se com sabedoria, seja na vida privada, seja na vida pública.”. 
De acordo com este texto, a possibilidade de um indivíduo tornar-se justo e virtuoso depende de um processo 
de transformação pelo qual deve passar. Assim, afasta-se das aparências, rompe com as cadeias de preconceitos e 
condicionamentos e adquire o verdadeiro conhecimento. Tal processo culmina com a visão da forma do Bem, 
representada pela matéria do Sol. O sábio é aquele que atinge essa percepção. Para Platão, conhecer o Bem significa 
tornar-se virtuoso. Aquele que conhece a justiça não pode deixar de agir de modo justo. 
Danilo Marcondes. Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. 1ª ed. Rio de Janeiro: Jahar, 2007, p. 31 (com adaptações). 
 
Em relação às ideias, aos sentidos e aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item subsecutivo. 
 
Seria mantida a correção gramatical do texto caso o trecho “pelo qual” (primeiro período do primeiro parágrafo) fosse 
substituído por porque. 
( ) Certo 
( ) Errado 
CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS 
3 
Questão 5: (IADES - Diplomata/IRBr/2022) 
Texto 4 para responder à questão. 
 
Estava alegre nesse dia, bonita também. Um pouco de febre também. Por que esse romantismo: um pouco de 
febre? Mas a verdade é que tenho mesmo: olhos brilhantes, essa força e essa fraqueza, batidas desordenadas do 
coração. Quando a brisa leve, a brisa de verão, batia no seu corpo todo ele estremecia de frio e calor. E então ela 
pensava muito rapidamente, sem poder parar de inventar. Sempre a mesma queda: nem o mal nem a imaginação. No 
primeiro, no centro final, a sensação simples e sem adjetivos, tão cega quanto uma pedra rolando. Na imaginação, que 
só ela tem a força do mal, apenas a visão engrandecida e transformada: sob ela a verdade impassível. Mente-se e cai-
se na verdade. Mesmo na liberdade, quando escolhia alegre novas veredas, reconhecia-as depois. Ser livre era seguir-
se afinal, e eis de novo o caminho traçado. Ela só veria o que já possuía dentro de si. Perdido pois o gosto de imaginar. 
E o dia em que chorei? – havia certo desejo de mentir também – estudava matemática e subitamente senti a 
impossibilidade tremenda e fria do milagre. Sinceramente, eu vivo. Quem sou? Bem, isso já é demais. Lembro-me de 
um estudo cromático de Bach e perco a inteligência. Ele é frio e puro como gelo, no entanto pode-se dormir sobre ele. 
Perco a consciência, mas não importa, encontro a maior serenidade na alucinação. É curioso como não sei dizer quem 
sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momento em que tento 
falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Ou pelo menos o que 
me faz agir não é o que eu sinto mas o que eu digo. Sinto quem sou e a impressão está alojada na parte alta do 
cérebro, nos lábios – na língua principalmente –, na superfície dos braços e também correndo dentro, bem dentro do 
meu corpo, mas onde, onde mesmo, eu não sei dizer. Mas sobretudo donde vem essa certeza de estar vivendo? Não, 
não passo bem. Pois ninguém se faz essas perguntas e eu... Mas é que basta silenciar para só enxergar, abaixo de 
todas as realidades, a única irredutível, a da existência. E abaixo de todas as dúvidas – o estudo cromático – sei que 
tudo é perfeito, porque seguiu de escala a escala o caminho fatal em relação a si mesmo. Nada escapa à perfeição 
das coisas, é essa a história de tudo. Mas isso não explica por que eu me emociono quando Otávio tosse e põe a mão 
no peito, assim. Ou senão quando fuma, e a cinza cai no seu bigode, sem que ele note. Ah, piedade é o que sinto 
então. Piedade é a minha forma de amor. De ódio e de comunicação. É o que me sustenta contra o mundo, assim 
como alguém vive pelo desejo, outro pelo medo. Piedade das coisas que acontecem semque eu saiba. Mas estou 
cansada, apesar de minha alegria de hoje, alegria que não se sabe de onde vem, como a da manhãzinha de verão. 
Estou cansada, agora agudamente! Vamos chorar juntos, baixinho. O mundo rola e em alguma parte há coisas que 
não conheço. Durmamos sobre Deus e o mistério, nave quieta e frágil flutuando sobre o mar, eis o sono. 
LISPECTOR, Clarice. Perto do coração selvagem (recurso eletrônico). Rio de Janeiro: Rocco Digital, 2019. 
 
Com base nos aspectos linguísticos e nos sentidos do texto, julgue o item a seguir. 
 
A substituição da expressão “por que” por porque prejudicaria a correção textual, visto que inexiste relação de 
causalidade entre o trecho que a expressão inicia e o que a antecede. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
 
Questão 6: (IDECAN/IBGE/2022) 
 
TEXTO IV 
PEDOCRACIA: A DITADURA DAS CRIANÇAS QUE MANDAM NOS PAIS 
As birras, as pirraças, os gritos, os gestos agressivos, as palavras ofensivas são o que normalmente se 
caracterizam como as crianças ‘donas da casa’. A infantolatria foi o nome dado à ‘ditadura’ de crianças que não aceitam 
ouvir ‘não’, querem tudo do jeito e na hora delas. Mas em que momento isso passou a ser normal? A psicanalista 
Marcia Neder, autora de “Déspotas Mirins, o poder nas novas famílias”, da Zagodoni Editora, em entrevista ao “Saia 
Justa”, chama o fenômeno de pedocracia e nos dá algumas orientações. 
CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS 
4 
“A pedocracia é alimentada pela idealização da maternidade. Qual é o ideal que temos da maternidade? O de 
uma mãe que abre a mão da sua vida para se dedicar ao filho. Por que as mães embarcam na idealização, por que se 
sentem santas mães proibidas de ter raiva, de perder a paciência? Aí vem uma culpa fenomenal. Acima da dor dela, 
tem o que ela aprendeu, que é a suprema felicidade e bem-estar do seu filho”, explica a especialista. 
Segundo ela, na atual cultura de idolatração dos filhos, eles precisam se sentir amados pelos pais. “E eles 
dizem que ‘se não dermos alguma coisa a eles, eles ficam chateados e dizem que não amam a gente’. É uma inversão 
total de valores”, reforça Neder. 
“É mais fácil deixar a criança ser rei. É mais fácil do que aguentar o chilique. Dá trabalho educar. Para evitar 
isso, querem tudo do jeito e na hora delas. Se você não estabelece desde o início, tentar estabelecer depois fica 
complicado”, sugere. 
“O processo de mudança nos conceitos de família, iniciado no século XVIII por Jean-Jacques Rousseau, 
chegou ao século XX com a ‘religião da maternidade’, em que o bebê é um deus e a mãe, uma santa. Instituiu-se o 
que é uma boa mãe sob a crença de que ela é responsável e culpada por tudo que acontece na vida do filho, tudo que 
ele faz e fará. Muitos afirmam que a mulher venceu, pois emancipou-se e foi para o mercado de trabalho, mas não: é 
a criança que entra no século XXI como a vitoriosa. Esta é a semente da infantolatria”, elucida a especialista. 
A definição de infantolatria por Marcia Neder consiste em “a instituição da mãe como súdita do filho e o adulto 
se colocando absolutamente disponível para a criança”. E Exime¹ a criança de qualquer responsabilidade sobre o seu 
comportamento: “Um bebê não tem poder para determinar como será a dinâmica familiar. Se isso acontece, é porque 
os pais promovem”. 
Ainda reforça: na fase adulta, esse filho cobrará dos pais. “Ele olhará ao redor e verá outras pessoas se 
realizando independentemente dele. A criança que acha que o mundo tem que parar para ela passar não consegue 
imaginar isso acontecendo e não está preparada para lidar com a menor das frustrações. Em algum ponto, acusará os 
pais de terem sido omissos”. 
Disponível em: https://www.revistapazes.com –Texto adaptado. 
 
Considere as afirmativas a seguir: 
• Otávio Luíz foina prova do ENEM. 
• Hoje tive um presságio. 
• Antônio padece de umincurável. 
 
Assinale a alternativa que preencha as respectivas lacunas de acordo com a grafia correta. 
a) mal – mau – mal 
b) mau – mal – mau 
c) mal – mal – mau 
d) mau – mau – mal 
e) mal – mal – mal 
 
 
Questão 7: (OBJETIVA CONCURSOS/Artes/2021) 
 
Assinalar a alternativa que preenche a lacuna abaixo CORRETAMENTE: 
Ignoro completamente o de sua partida. 
 
a) por que. b) porque. c) porquê. d) por quê. e) pôr que 
CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS 
5 
Questão 8: (DEIP PMPI/PM PI/2021) 
Assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacunas: 
 
– você não vai ao cinema? 
– Não seinão quero ir. 
– Talveztenho que estudar. 
– Na verdade sei o. 
 
a) Por que, Porque, por que, por quê 
b) Por que, por que, por quê, porquê 
c) Por que, por que, porque, porquê 
d) Por que, Porque, por que, porquê 
e) Porque, Porque, por quê, por quê 
 
 
Questão 9: (CEBRASPE (CESPE)/Ciência de Dados/2021) 
 
TEXTO CB1A1-I 
Não estamos opondo máquinas a ecologia, como se as máquinas fossem aquelas coisas que só servem para 
violentar a Mãe Natureza e violar a harmonia entre o ser humano e a natureza ― uma imagem atribuída à tecnologia 
desde o fim do século XVIII. Também não estamos seguindo a hipótese de Gaia de que a Terra é um único 
superorganismo ou uma coletividade de organismos. Em vez disso, gostaria de propor uma reflexão sobre a ecologia 
das máquinas. Para dar início a essa ecologia das máquinas, precisamos primeiro voltar ao conceito de ecologia. Seu 
fundamento está na diversidade, já que é apenas com biodiversidade (ou multiespécies que incluam todas as formas 
de organismos, até mesmo bactérias) que os sistemas ecológicos podem ser conceitualizados. A fim de discutir uma 
ecologia de máquinas, precisaremos de uma noção diferente e em paralelo com a de biodiversidade ― uma noção a 
que chamamos tecnodiversidade. A biodiversidade é o correlato da tecnodiversidade, uma vez que sem esta só 
testemunharemos o desaparecimento de espécies diante de uma racionalidade homogênea. Tomemos como exemplo 
os pesticidas, que são feitos para matar certa espécie de insetos independentemente de sua localização geográfica, 
precisamente porque são baseados em análises químicas e biológicas. Sabemos, no entanto, que o uso de um mesmo 
pesticida pode levar a diversas consequências desastrosas em biomas diferentes. Antes da invenção dessas 
substâncias, empregavam-se diferentes técnicas para combater os insetos que ameaçavam as colheitas dos produtos 
agrícolas ― recursos naturais encontrados na região, por exemplo. Ou seja, havia uma tecnodiversidade antes do 
emprego de pesticidas como solução universal. Os pesticidas aparentam ser mais eficientes a curto prazo, mas hoje é 
fato bastante consolidado que estávamos o tempo todo olhando para os nossos pés quando pensávamos em um futuro 
longínquo. Podemos dizer que a tecnodiversidade é, em essência, uma questão de localidade. Localidade não significa 
necessariamente etnocentrismo ou nacionalismo, mas é aquilo que nos força a repensar o processo de modernização 
e de globalização e que nos permite refletir sobre a possibilidade de reposicionar as tecnologias modernas. 
Yuk Hui. Tecnodiversidade. São Paulo: Ubu Editora, 2020, p. 122-123 (com adaptações). 
 
Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o item a seguir. 
 
No sexto período do texto, a locução “A fim de” introduz uma oração que expressa finalidade. 
( ) Certo 
( ) Errado 
CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS 
6 
Questão 10: (QUADRIX/Gestão/2021) 
Texto para o item a seguir. 
 
Nossa existência é mesmo um mistério! Podemos olhar para ela em diversos planos e profundidades e sempre 
fica uma sensação de estranheza, de dúvida, de incompreensão. Há algo de profundamente paradoxal em sermos 
humanos. Para começar, uma lição da aula de biologia: somos o resultado do encontro de um espermatozoide com 
um óvulo. Vinte e três cromossomos de cada lado se unem e nos conferem a totalidade de quarenta e seis generosas 
porções de material genético quenos fazem ser quem somos. Simples, não? 
Longe disso. Não há nenhuma simplicidade nessa união fortuita. Por que aquele determinado espermatozoide 
vence uma corrida que envolve bilhões de concorrentes? Se, por um milésimo de segundo, outro tivesse vencido, 
poderíamos ser totalmente diferentes do que somos. Muito estranho pensar que fomos definidos, pelo menos em parte, 
por um simples acaso. 
Talvez seja o mesmo acaso que reuniu elementos químicos e físicos em nosso planeta em condições tais que 
possibilitaram a formação de um primeiro ser vivo capaz de dividir-se indefinidamente. A própria história da evolução, 
desde esse primeiro ser unicelular até organismos cada vez mais complexos, mais especializados, únicos e singulares, 
é outro paradoxo. Como essa transformação vai ocorrendo de forma às vezes abrupta, às vezes gradual? Como 
mutações aleatórias em padrões genéticos prévios se combinam a ponto de gerar uma diversidade de possibilidades? 
E, finalmente, como algumas delas se saem melhor do que outras, diante de um ambiente externo em constante 
mudança, e garantem a sua perpetuação? 
Para chegar ao ápice desse estranhamento evolutivo, em algum momento, um de nossos antepassados 
começou a adquirir habilidades cognitivas inéditas que o fizeram ser capaz de controlar parte das variáveis do mundo 
que o cercava. Ferramentas, fogo, cozimento de alimentos, agricultura e grupos sociais cada vez maiores e mais 
dinâmicos foram aproximando esse primata de quem somos hoje. 
Paradoxo dos paradoxos, esse ser, capaz de entender cada vez melhor o que se passa à sua volta e de tomar 
decisões que podem impactar o mundo de maneira única, é o mesmo que continua a fazer guerras, a aniquilar outros 
humanos, a destruir o ambiente em que vive, a dizimar incontáveis espécies que são tão herdeiras da Terra quanto 
ele... 
O mesmo sentimento que justifica nossa humanidade pode aprisionar, limitar e impedir. Tantos paradoxos, 
apesar de angustiantes, podem ser, no fundo, um grande estímulo para que sigamos tentando mudar. 
Jairo Bouer. Homo paradoxalis. In: Revista da Cultura, edição 105, jul./ago. 2016 (com adaptações). 
 
Com relação às ideias, aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto, julgue o item a seguir. 
 
A substituição de “Por que” por Por quê manteria a correção gramatical do texto, pois ambas as formas são corretas 
para se introduzir uma pergunta. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
 
Questão 11: (FGV/IMBEL/2021) 
 
Assinale a opção que apresenta a frase em que o termo “onde” não é empregado corretamente. 
a) “Não sei mais onde amarrei meu burro.” b) “Onde falta o dinheiro, tudo desmorona.” 
c) “Nunca se vai ao lugar onde mora a fera.” d) “Em toda iniciativa pensa bem onde queres chegar.” 
e) “Quem tem fome não tem escolha: seu espírito não vem de onde ele gostaria, mas da fome.” 
CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS 
7 
Questão 12: (OBJETIVA CONCURSOS/Pref Sta Maria (RS)/2021) 
 
R.I.P.: YAHOO RESPOSTAS VAI ACABAR 
28 de junho de 2005. Há quase 16 anos, era lançado o Yahoo Respostas, o famoso serviço do Yahoo no qual 
usuários enviam e respondem a perguntas. É bem provável que você já tenha clicado em algumas dessas perguntas 
(há mais de 300 milhões dentro do site). Os assuntos são os mais variados, de “Como fazer café sem cafeteira?” a 
“Será que estou grávida? “. Com o tempo, questionamentos, no mínimo, peculiares viraram pérolas da internet, como 
“Para fazer leite em pó, é preciso congelar o leite e ralar?”, entre outras indagações bizarras. 
Tudo isso, contudo, será página virada dentro de alguns dias. Nesta semana, o Yahoo anunciou que o seu 
serviço de perguntas e respostas será encerrado. Quem por acaso tentar entrar no Yahoo Respostas será 
automaticamente redirecionado para a página inicial do portal do Yahoo, e todas as perguntas, ao que tudo indica, 
serão deletadas. 
As mudanças começarão no dia 20 de abril, quando já não será possível enviar perguntas nem responder a 
dúvidas de outros usuários. A partir de 4 de maio, o site ficará completamente inacessível. O Yahoo foi fundado em 
1994 pela dupla de engenheiros americanos Jerry Yang e David Filo. Em 2017, a companhia foi adquirida pela Verizon, 
uma gigante das telecomunicações dos EUA, por US$ 5 bilhões. Em uma nota enviada a usuários ativos da plataforma, 
a empresa deu mais detalhes sobre o encerramento do serviço. 
Segundo o site The Verge, a queda de popularidade está relacionada, em parte, à ascensão de outros fóruns e 
plataformas da internet, como o Reddit e o Quora e outros concorrentes. Além disso, há a questão da desinformação 
e a confiabilidade dos conteúdos, como aqueles suscitados por conspiracionistas e pessoas extremistas. O site cita 
como exemplo perguntas que, recentemente, estampavam o destaque do Yahoo Respostas, como “A América vai 
sobreviver aos 4 anos de Joe Biden?” e “Stalin estava certo sobre tudo?”. 
(Site: Abril - adaptado.) 
 
Considerando-se o uso dos porquês, assinalar a alternativa CORRETA: 
a) Você sabe porquê ele não compareceu ao exame? 
b) Ninguém entendeu o porque da discussão. 
c) Este é o caminho porque passo todos os dias. 
d) Não frequentou as aulas por quê estava doente. 
e) Por que você não frequentou as aulas neste semestre? 
 
 
Questão 13: (AMAUC/Pref Seara/2021) 
 
Assinale a alternativa que apresenta o uso correto da palavra em destaque. 
a) O caminho porque passamos existe há muitos anos. 
b) A situação por quê passou a adolescente foi constrangedora. 
c) O Brasil é rico em biodiversidade. Porquê? 
d) Gostaria de entender o por que de tanta euforia. 
e) Será que ela está incomodada comigo porque eu usei seu carro sem comunicar-lhe?” 
 
 
 
CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS 
8 
Questão 14: (IDECAN/Patologia/2021) 
Texto para a questão. 
 
UMA ESCRITORA RECONSTRÓI O PAÍS: A RUANDA DE SCHOLASTIQUE MUKASONGA 
Em A mulher de pés descalços, obra de Scholastique Mukasonga dedicada à memória de sua mãe, a narradora 
em certo momento reflete sobre a dificuldade de se manter a vaidade no vilarejo formado na região de Gitagata, campo 
de refugiados para onde sua família foi enviada quando ela ainda era criança. A mãe da escritora, Stefania, era uma 
pessoa a quem muitas garotas recorriam para descobrir se poderiam ser consideradas moças bonitas. Ela tinha um 
histórico de sucesso na formação de casais. Nas tardes de domingo, geralmente guardadas para descanso ou alguma 
diversão, era comum que jovens fossem ao seu quintal para concorrer um pouco por sua atenção. A beleza é um dado 
social, definida na interação entre as pessoas, e seus critérios mudam com o tempo. No entanto, uma vez que as 
pessoas participam da vida social, todos passam a reproduzir uma noção culturalmente aceita do que é considerado 
bonito. Qual a dificuldade então? Por que o juízo de uma pessoa tinha tanta importância? Porque lá não havia espelhos. 
Nos dias de sol forte, era possível correr a uma poça d’água para ver o próprio reflexo, mas o retrato era 
imperfeito e oscilante. A solução era saber de si pelos olhos de outros. Essa situação nos permite ver um pouco da 
matéria de que é feita a literatura de Mukasonga: relações comunitárias, precariedade material, busca de si. O ritmo 
da prosa é balanceado por uma certa temporalidade rural. A experiência histórica que sombreia todos os 
acontecimentos narrativos, uma espécie de moldura instável que frequentemente invade a imagem central, manifesta-
se como violência. 
Muitos dos que moram em Gitagata foram enviados para lá por serem tutsis, a etnia que passou a ser perseguida 
após a subida dos hutus ao poder de Ruanda nos anos 1960. A escrita de Mukasonga é resultado dos conflitos que 
caracterizaram o país no século XX. Seu primeiro livro tem o título Baratas. Era dessa forma que os tutsis eram 
chamados pelos hutus que defendiam abertamente seu extermínio. Essa persistente agressão contra a humanidade 
das pessoas enfim teve o resultadocondizente com a desumanização. Ela explodiu no genocídio de 1994, no qual 
centenas de milhares de ruandeses foram assassinados. A estimativa mais baixa é de que 800 mil pessoas foram 
mortas, a maioria delas a golpes de facão. 
A história da violência em Ruanda não pode ser compreendida sem considerar o colonialismo europeu. Em 1931, 
autoridades belgas definiram que todos os indivíduos de Ruanda tivessem em seus documentos o registro de sua etnia. 
Esse marco é decisivo para se entender as tensões criadas no país, pois fixou o que não era rígido. Antes, a identidade 
étnica da região era mais fluida. Um hutu poderia se tornar um tutsi com o tempo, a depender do casamento e das 
relações estabelecidas ao longo da sua vida, e vice-versa. A administração colonial também manteve o privilégio de 
uma elite tutsi no acesso a postos de comando. 
O processo de independência política do país teve início em 1959 e foi concluído em 1962, quando se formou o 
governo liderado por Grégoire Kayibanda, um político de origem hutu. Nas décadas seguintes, a tensão entre hutus e 
tutsis se intensificou. Muitos tutsis partiram para o exílio em países vizinhos como Burundi e Uganda, de onde 
organizaram movimentos de resistência. Outros foram enviados a campos de refugiados ou regiões inóspitas dentro 
do próprio país, como ocorreu com a família de Mukasonga. 
A história da formação populacional de Ruanda é marcada por divergências. O jornalista Phillipe Gourevitch, 
autor de Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias, admite que havia uma 
divisão étnica antes da chegada dos brancos à região no fim do século XIX, mas reconhece que não existia uma 
compreensão comum sobre o significado dela. Acredita-se que os hutus seriam povos mais ligados ao trabalho na 
agricultura. Os tutsis, por sua vez, se ocupariam majoritariamente da pecuária. No entanto, independente do grupo 
étnico, todos falavam a mesma língua, compartilhavam práticas culturais, visões de mundo, casavam-se entre si, 
moravam próximos uns dos outros, enfim, viviam sem a distinção incontornável que se cristalizou posteriormente. 
Scholastique Mukasonga tem consciência de como seu país foi afetado pelo projeto colonial. A despeito das 
nomenclaturas hutu, tutsi ou tuá, todos os nascidos em Ruanda são efetivamente ruandeses. Ela recusa a narrativa de 
que um grupo tenha chegado antes de outro, de que suas diferenças são ancestrais. Em A mulher de pés descalços, 
há um diálogo da narradora com a mãe no qual ela percebe a força da narrativa colonial, na qual a ascendência tutsi 
tinha origens bíblicas. A voz criada pela autora em seus livros pretende retomar para si a história do povo em que ela 
nasceu. Suas obras, portanto, têm vários alcances. É um projeto literário entrelaçado a uma forma de escrita da história. 
Em sua versão de sobrevivente, há intenção de recuperar uma memória coletiva destroçada na brutalidade do 
genocídio. 
(...) 
CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS 
9 
(João Carlos Ribeiro Jr. Le monde diplomatique. 25 de maio de 2021) 
 
Por que o juízo de uma pessoa tinha tanta importância? Porque lá não havia espelhos. 
 
No segmento acima, empregaram-se corretamente as formas do porquê. No entanto, isso nem sempre 
acontece. Nesse sentido, assinale a alternativa em que o emprego do porquê esteja de acordo com as normas 
ortográficas. 
a) A intenção seria saber, naquele contexto, porque eles normalmente não entregariam as tarefas. 
b) Porque já estavam com as malas prontas, não desistiriam da viagem? 
c) Precisamos encontrar um por quê para a sua ausência. 
d) Antes de se encontrarem, queriam entender por quê ocorreu o acidente. 
e) Jamais revelaremos as dificuldades porque passamos. 
 
 
Questão 15: (AMAUC/Pref Seara/2021) 
(Reportagem) 
(Fonte adaptada: https://g1.globo.com>Acesso em 26 de julho de 2021) 
 
Sobre o uso dos “porquês”, analise o título da reportagem e, em seguida assinale a alternativa correta: 
a) O “por que” (separado e sem acento) é uma conjunção explicativa. 
b) Poderia ser substituído, sem prejuízos à correção gramatical e ao sentido do texto, por expressões como “pois”, “já 
que”, “visto que”. 
c) Poderia ser substituído, sem prejuízos à correção gramatical e o sentido do texto, pela expressão “por qual razão”. 
d) Está incorretamente empregado, uma vez que, no sentido em que foi empregado, “porquê” é a sua forma correta. 
e) Está incorretamente empregado, uma vez que, no sentido em que foi empregado, “por quê” é a sua forma correta. 
 
 
Questão 16: (AMAUC/Pref Seara/2021) 
(Reportagem) 
(Fonte adaptada: https://g1.globo.com>Acesso em 26 de julho de 2021) 
 
A palavra “por que” (título da reportagem), no contexto em que está inserida, é formada pela seguinte 
alternativa: 
a) Preposição “por” seguida do pronome relativo “que”. 
b) Conjunção explicativa. 
c) Conjunção final. 
d) Conjunção causal. 
e) Preposição “por” seguida do pronome interrogativo “que”. 
 
CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS 
10 
Questão 17: (OBJETIVA CONCURSOS/Cadastro/2021) 
 
Assinalar a alternativa que preenche as lacunas abaixo CORRETAMENTE: 
__________ os bancos estão fechados? Ainda não descobrimos o __________. 
a) Por que | porquê 
b) Porque | por que 
c) Por quê | porquê 
d) Por que | porque 
e) Porquê | porquê 
 
 
Questão 18: OBJETIVA CONCURSOS/Fiscal de Posturas/2021 
 
Sobre o uso dos porquês, assinalar a alternativa CORRETA: 
a) Logo saberemos por quê ele foi embora. 
b) Não atendeu o telefone por que? 
c) Este é o caminho por que passo diariamente. 
d) Não soube o porque do recurso. 
e) Porque pediu, de forma tão ríspida, que ela saísse? 
 
 
Questão 19: (Legalle /Pref Caxias do Sul/2021) 
 
VIDAS SECAS 
GRACILIANO RAMOS. 
Pouco a pouco uma vida nova, ainda confusa, se foi esboçando. Acomodar-se-iam num sítio pequeno, o que 
parecia difícil a Fabiano, criado solto no mato. Cultivariam um pedaço de terra. Mudar-se-iam depois para uma cidade, 
e os meninos frequentariam escolas, seriam diferentes deles. Sinhá Vitória esquentava-se. Fabiano ria, tinha desejo 
de esfregar as mãos agarradas a boca do saco e à coronha da espingarda de pederneira. 
Não sentia a espingarda, o saco, as pedras miúdas que lhe entravam nas alpercatas, o cheiro de carniças que 
empestavam o caminho. As palavras de Sinhá Vitória encantavam-no. Iriam para diante, alcançariam uma terra 
desconhecida. Fabiano estava contente e acreditava nessa terra, ______ não sabia como ela era nem onde era. 
Repetia docilmente as palavras de Sinhá Vitória, as palavras que Sinhá Vitória murmurava_______ tinha confiança 
nele. E andavam para o sul, metidos naquele sonho. Umacidade grande, cheia de pessoas fortes. Os meninos em 
escolas, aprendendo coisas difíceis e necessárias. Eles dois velhinhos, acabando-se como uns cachorros, inúteis, 
acabando-se como Baleia. Que iriam fazer? Retardaram-se, temerosos. Chegariam a uma terra desconhecida e 
civilizada, ficariam presos nela. E o sertão continuaria a mandar gente para lá. O sertão mandaria para a cidade homens 
fortes, brutos, como Fabiano, Sinhá Vitória e os dois meninos. 
Autor: Graciliano Ramos (adaptado) 
 
 
CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS 
11 
Qual alternativa preenche, CORRETA e respectivamente, as lacunas das linhas 15 e 18? 
a) porque; por que. 
b) porque; porque. 
c) por que; porque. 
d) porque; porquê. 
e) por quê; por quê. 
 
 
Questão 20: (FUNDEP/IPREMU/2021) 
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir, para responder à questão. 
 
1917’: O virtuosismo filmando a angústia e o medo Sam Mendes, para transmitir esta história de medo, de lama 
e sujeira, inventou uma impressionante linguagem com sua câmera 
Os quatro cavaleiros do Apocalipse são assustadores, nenhum é preferível a outro, é complicado optar entre 
eles pelo ruim ou o pior, mas há um ancestral cujo sinistro protagonismo não descansa nunca, que se distribui 
ciclicamentepor todos os lugares do universo. É a guerra. Algo que o cinema descreveu muitas vezes com ares 
enaltecedores, no qual os bons sempre vencem, tentando fazer os espectadores saírem encantados da sala. É uma 
frivolidade imperdoável. Algo que despreza o melhor cinema realizado sobre esse inferno que nunca perde a 
atualidade. 
O desembarque na Normandia foi crucial para a derrota daquele monstro com bigodinho, mas Spielberg se 
encarregou nos primeiros vinte e impactantes minutos do Resgate do soldado Ryan de transmitir as sensações físicas 
e mentais dos que estavam indo para a batalha. Vomitam, bebem, desmaiam, perdem o controle de seu organismo, 
estão fora de si, essas coisinhas que o pânico provoca. Você também sai entre alucinado e exaurido de Apocalypse 
Now, Nascido para matar e nos últimos instantes do prodigioso Dunkirk, sente na própria pele o medo e o mal-estar 
daqueles soldados encurralados e metralhados pelo exército alemão. Em todos eles, o cinema usou a linguagem mais 
poderosa para descrever esse horror eternamente repetido. 
Da guerra nas trincheiras durante a Primeira Guerra Mundial, é inesquecível a imagem de Kirk Douglas usando 
um apito para ordenar o ataque ou a retirada. Acontecia em Glória feita de sangue. Sam Mendes, esse diretor tão 
inteligente que se move com desenvoltura e brilhantismo em gêneros variados (levam sua reconhecida assinatura 
Beleza americana, Estrada para perdição, Foi apenas um sonho, 007 – Operação Skyfall) , retorna em 1917 à era 
trágica e às trincheiras angustiantes que Kubrick retratou. 
Mas se Kubrick se valeu daquela guerra para descrever a ignomínia dos chefes militares do exército francês 
executando vários de seus soldados inocentes acusados de covardia e traição, Sam Mendes narra o heroico calvário 
de dois soldados muito jovens do exército inglês com uma missão que pode ser suicida, a de abandonar as trincheiras 
e sair a céu aberto para avisar seus companheiros que os alemães fingiram uma retirada, armaram uma armadilha 
para massacrá-los. É uma missão com poucas chances de sobrevivência para esses dois homens responsáveis e 
assustados, mas com um motivo inapelável para um deles, já que seu irmão está entre os alvos do engodo. 
Sam Mendes, para transmitir essa história de medo, de incerteza, de monstros que espreitam na luz ou na 
sombra os dois aventureiros involuntários, de lama e sujeira, de languidez e sobrevivência, inventou uma 
impressionante linguagem com sua câmera. Você tem a sensação de que as duas horas de filmagem se desenrolam 
em um só plano. Não percebe os cortes. E esse exercício estilístico nunca é gratuito. Não busca o exibicionismo. É a 
forma de fazer de você um cúmplice de todos os sentimentos que dominam os protagonistas em paisagens que às 
vezes parecem surreais, com o tom dos pesadelos. 
Há aparições breves e contundentes de pesos pesados do cinema inglês, atores que sempre estão bem, como 
Benedict Cumberbatch, Colin Firth, Mark Strong, mas são dois intérpretes muito jovens, e que eu não conhecia, 
chamados Georges MacKay e Dean-Charles Chapman, que carregam o peso absoluto neste filme angustiante e 
surpreendente. E eles são tão comoventes como plausíveis. 
Disponível em: <https://brasil.elpais.com/cultura/2020-01-22/o-virtuosismo-filmando-a-angustia-e-o-medo.html>. Acesso em: 27 jan. 2020. 
CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS 
12 
Assinale a alternativa que apresenta a palavra que mantém a relação entre as orações estabelecida pelo termo 
em destaque no trecho a seguir. 
 “[...], mas com um motivo inapelável para um deles, já que seu irmão está entre os alvos do engodo.” 
a) por que. 
b) porque. 
c) por quê. 
d) porquê 
 
 
Questão 21: (FUNDATEC/Língua Portuguesa/2021) 
 
“Naziazeno mal percebe o que diz o motorneiro.um estribilho dentro do seu crânio:“Lhe dou mais um dia! tenho 
certeza’... Quase ritmado: ‘Lhe dou mais um dia! tenho certeza’ É que ele está-se fatigando nem resta dúvida. A sua 
cabeça mesmo vem-se enchendo confusamente de coisas estranhas como num meio sonho, de figuras geométricas, 
de linhas em triângulo, em quesempre um ponto doloroso de divergência... Tudo vai ter a esse 
ponto...Verdadeiraobsessão.Osinaldecampainhadointeriordobondeleva-
orepartição,campainhaaodiretorrepreensivo,edeste–aoleiteiro!Passa-seummomentodeintervalo.Ouve-
sedepoisumapalavratrivial;enovaligaçãoangulosa:o‘sapato’trazosapato desemparceirado da mulher (o outro pé o 
sapateiro não quer soltar) e o todo reconstitui outra vez–
oleiteiro!Decorreumcertotempo,longotalvez,emqueasuacabeçasevêriscada 
tumultuariamentedaslinhasmaisinquietantes:ojardimqueosseusolhosafloramemal enxergam na disparada do bonde faz 
um traço como um plano antigo e ingênuo dum jardim para ofilho, para o filho, ‘o pobre 
donossofilhoquenãotemondebrincar’,quenãopodeficar, 
Naziazeno,nãopodeficarsem...’‘Oleiteiro!...oleiteiro!Há,porvezes,umalívio.Ésóa existência vaga e dolorosa duma coisa 
que ele sabe que existe, como uma vasa, depositada no fundo da consciência, mas que não distingue bem, nem quer 
distinguir... um sofrimento confuso e indistinto pois... Logo, porém, cortam-se outra vez linhas nítidas,associações 
triangulares bem definidas. 
(MACHADO, Dyonélio. Os ratos. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira: 1964 – fragmento) 
 
As lacunas do texto, visando à correção do fragmento, devem ser preenchidas, respectivamente, por: 
a) À – à – à – à – à 
b) Há – há – à – à – à 
c) A – a – a – a – a 
d) Há – a – à – a – à 
e) A – há – à – à – a 
 
 
Questão 22: (OBJETIVA CONCURSOS/Pref Travesseiro/2021) 
 
Em relação ao uso dos porquês, assinalar a alternativa CORRETA: 
a) Tiverem atrasos por quê? b) Porquê foi embora? c) Bateu a porta por que? d) Porque nos disse insanidades? 
 
 
CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS 
13 
Questão 23: (VUNESP/Pref Osasco/2021) 
 
Assinale a alternativa em que o vocábulo senão foi corretamente empregado: 
a) O pretendente do rapaz tinha duas faculdades, senão três. 
b) Senão tiverem um motivo, é preciso que peçam desculpa. 
c) Pretendia se casar com a moça, senão houvesse objeção dos pais. 
d) A vida do casal não era outra coisa senão brigas. 
e) Os jovens, senão se casarem, pretendem ir morar juntos de toda forma. 
 
 
Questão 24: (IBRASP/Pref Rio Grande/2021) 
Texto 
 
CONFLITOS PODEM TRAZER FELICIDADE 
Durante 75 anos, quatro gerações de pesquisadores da Harvard conduziram o mais longevo estudo voltado a 
compreender o que faz com que uma pessoa seja feliz e saudável. Concluíram que ter bons relacionamentos com 
pessoas próximas é o que mais contribui para que se viva mais e melhor. Vale refletir: o que torna essas relações 
realmente "boas"? 
Em qualquer relacionamento, o outro vai fazer algo de que você não gosta. A forma como se age nesses 
momentos pode ser a chave para cultivar ou enfraquecer relações. A maioria de nós aprendeu a agir de modo pouco 
funcional: ou "engolindo sapos", com silêncios amargurados, ou expressando julgamentos e críticas. Por essas vias, 
saímos do conflito com cicatrizes e mais distantes uns dos outros. Um antídoto a essa desconexão é reaprender a 
conversar — o que comecei a praticar nove anos atrás, quando conheci a comunicação não violenta (CNV), 
desenvolvida pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg. 
Imagine que uma pessoa querida marca um jantar com você para as 20 horas, na sua casa. Ela não chega, você 
envia uma mensagem. Por volta das 20h30, ela diz que ficou trabalhando, mas que já está a caminho. Ela chega às 
22 horas. Nos moldes convencionais, talvez você dissesse: "Você me enrolou por duas horas? Você só se importa 
consigo mesmo!". Esse padrão de diálogo coloca o foco no erro e em desferir críticas — o que só estimula que o outro 
contra-ataque, se feche ou se culpe. Mas você pode escolher outro caminho: pode pausar e observar seus 
pensamentos com curiosidade e distanciamento. 
E? 
Quando algo estimula em você pensamentos críticose sentimentos desagradáveis, é sinal de que alguma 
necessidade humana importante para você não foi atendida. Pode ser a necessidade de atenção, afeto, pertencimento, 
reconhecimento, segurança, autonomia, consideração... Todos nós temos essas necessidades, elas são universais. 
Tomar conciência das necessidades em jogo quando algo mexe com você e expressar isso. No jantar, talvez você 
quisesse comprometimento. E poderia revelar isso ao outro: "Você chegou às 22 horas e eu esperei desde as 20. 
Fiquei frustrada, quero cuidado com os combinados. Como é isso para você?". 
Já vi e vivi conflitos enrijecidos que se dissolveram quando alguma das pessoas ousou deixar de lado a postura 
do "eu estou certo e vou te mostrar o" para revelar seus sentimentos e necessidades, em uma fala corajosa, firme e 
vulnerável. E também quando se dispôs a enxergar o outro com empatia, vendo as necessidades que o motivaram a 
fazer o que fez, ainda que discorde. Muitas vezes, esses desentendimentos acabam em mais confiança mútua do que 
antes. 
(TEXTO ADAPTADO - CASSIANO, Carolina. Publicado em VEJA SÃO PAULO de 29 de janeiro de 2020, edição nº 2671. Disponível em: 
https://vejasp.abril.com.br/blog/felicidade/os-conflitos-podem-trazer-felicidade/) 
 
 
CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS 
14 
Considerando-se seu contexto e as normas quanto ao uso dos porquês, assinalar a alternativa que preenche 
corretamente as lacunas numeradas em 1, 2 e 3 do texto: 
a) (1) por que – (2) porque – (3) porquê 
b) (1) por quê – (2) porque – (3) porque 
c) (1) por quê – (2) por que – (3) porquê 
d) (1) por quê – (2) porque – (3) porquê 
e) (1) por que – (2) por que – (3) porque 
 
Questão 25: (IBRASP/Pref Rio Grande/2021) 
 
Com relação ao uso dos porquês, as lacunas da sentença abaixo poderiam ser preenchidas corretamente por: 
E não me consultaram antes de tomar a decisão? As dificuldades temos passado não justificam isso! Eu exijo saber o! 
a) por que - porque - porque 
b) por quê - porque - porquê 
c) por quê - por que - porquê 
d) por quê - porque - porque 
e) por que - por que - porquê 
 
 
Questão 26: (OBJETIVA CONCURSOS/Vigilância Sanitária/2021) 
Texto 
 
DESCOBERTO O PRIMEIRO ANIMAL NÃO PRIMATA CAPAZ DE ENTENDER PROBABILIDADES 
Pela primeira vez, a habilidade de pesar probabilidades antes de se tomar decisões foi observada fora do grupo 
dos primatas. De acordo com um estudo publicado na revista científica Nature Communications, alguns pássaros da 
ordem Psittaciformes, que inclui papagaios, araras e cacatuas, também têm essa mesma capacidade. 
Trata-se de aves, como o papagaio-da-Nova-Zelândia, que, segundo os cientistas, conseguem coletar 
informações de diversas fontes distintas antes de fazer uma escolha. As descobertas se basearam em alguns 
experimentos feitos pelos pesquisadores, nos quais seis pássaros do sexo masculino foram treinados para associar 
pequenas fichas de madeira pretas a petiscos gostosos. Por outro lado, foi-lhes ensinado a associar fichas laranja à 
ausência de recompensas. 
Então, cada uma das aves foi colocada frente a um cientista e dois potes, cheios de fichas pretas e laranja. No 
momento em que as fichas eram misturadas e o número de fichas laranja era mudado, enquanto o de fichas pretas era 
mantido, quatro pássaros mostraram uma preferência pelo pote com menor número de fichas laranja, mostrando que 
sabiam que receberiam menos petiscos. 
De acordo com os cientistas, isso sinaliza que as aves não estavam respondendo apenas ao número de fichas 
de uma ou outra cor dentro do pote, mas sim à chance de tirar uma ficha preta em meio às fichas laranja. Assim, esses 
animais seriam os únicos que comprovadamente levam probabilidades em conta na hora de tomar decisão, com 
exceção dos macacos, afirmam os especialistas. 
(Site: Abril - adaptado.) 
 
 
CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS 
15 
Assinalar a alternativa que preenche a lacuna abaixo CORRETAMENTE: 
Ainda que soubéssemos os motivos, não tinha _______ você ser indelicada. 
a) por quê 
b) porque 
c) porquê 
d) por que 
 
 
Questão 27: (VUNESP/Magistério de Português/2021) 
 
A alternativa em que a palavra “mal” está empregada com o sentido que tem na passagem – O Córrego da 
Penha, esse, coitado, / mal fazia um poço raso – é: 
a) Segundo o delegado, esse é um depoimento que impressiona mal. 
b) Não fazia mal se ele devia dinheiro – o pai ia lá e pagava tudo. 
c) O sujeito, mal entrado na idade adulta, tinha praticado dois delitos. 
d) Devia ser responsabilizado, se tanto mal fazia às pessoas... 
e) Dizem que não há mal que sempre dure... 
 
 
Questão 28: (VUNESP/Magistério de Português/2021) 
 
Por que apenas metade da população brasileira é leitora? Por que o percentual de leitores vai “despencando” a 
partir dos 11 anos de idade? De acordo com a 5a edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realizada pelo 
Instituto Pró-Livro (IPL), Itaú Cultural e Ibope Inteligência, houve uma queda de 4,6 milhões de leitores no Brasil no 
período de 2015 a 2019. Será mesmo que as redes sociais, a falta de tempo e o não gostar são fatores principais para 
essa triste verdade? 
Acredito que o ensino da leitura, embora muito falado e muito estudado, não tem efetivamente avançado. A 
participação social efetiva das pessoas pressupõe o domínio e a compreensão da linguagem escrita. Sendo assim, se 
a escola é o espaço do educar, é de sua responsabilidade não apenas ensinar a ler, como mais precisamente, formar 
cidadãos leitores. 
Para ensinar a ler não basta ensinar a decodificar, é preciso ensinar a dialogar entre textos, contextos e autores. 
Não basta também, apenas a escolha dos bons textos literários, é preciso muito mais do que isso. De acordo com a 
pesquisa já citada, a grande problemática para o declínio leitor está na mediação da leitura. 
É preciso entender que o ato da leitura é espaço dialógico entre o mediador, o texto e o aluno, e é no momento 
da leitura que os encontros e os desencontros das posições frente ao lido acontecem. Porém, para que os encontros 
e desencontros aconteçam torna-se necessário um planejamento da mediação. Tornam-se necessárias horas de 
estudo do que será levado para a turma, do encantamento do mediador com o texto, da antecipação das possíveis 
dificuldades, do planejamento das “pontes” que serão construídas. Enfim, exige um trabalho árduo e contínuo. Exige 
um sujeito leitor. 
Não se faz mediação de leitura ou não se forma cidadãos leitores com pessoas não leitoras. Aquele que faz 
mediação, aquele que forma leitores antes de tudo deve ser um sujeito leitor. Dificilmente alguém se torna um leitor de 
profundidade se não houver uma boa referência. 
 
CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS 
16 
Para aqueles que escolheram a formação de cidadãos (professores, no caso) é preciso abastecer-se. 
Precisamos ler, se não somos, necessitamos nos formar leitores. Aqueles que não escolheram o caminho da docência, 
experimentariam a leveza e o prazer que a leitura proporciona. Assisti, dias atrás, a um programa para professores, 
nele o escritor Rafael Gallo dava uma dica para aqueles que ainda não eram leitores. Disse ele que era preciso ler 
muito, ler mais, ler de tudo; e se, ainda assim, não gostasse, continuasse à procura. Porque buscar é imperativo. 
(Vanessa Marques de Almeida Passarim. Formação de leitores. Diário da Região, 06.06.2021. Adaptado) 
 
Para responder a esta questão, considere as expressões destacadas nas passagens inicial e final do texto e 
no trecho a seguir. Sinceramente não se sabe por que tão poucos leem. E seria possível afirmar que o declínio 
do percentual de leitores ocorre porque as mídias visuais são mais atrativas? É difícil encontrar a razão por 
que apenas metade da população lê. À vista das expressões do texto e do trecho, é correto afirmar, como regra 
abrangente para justificar as ocorrências: 
a) “Por que” equivale a “por qual motivo” e é empregadona formulação de frases interrogativas; “porque” equivale a 
“pelo(a) qual” e se emprega relacionando frases declarativas. 
b) “Por que” equivale a “por qual motivo” ou a “pelo(a) qual”; “porque” equivale ao conectivo “pois “. Todas essas 
expressões podem ocorrer em frases interrogativas ou declarativas. 
c) “Por que” e “porque” são equivalentes de sentido quando empregados em frases declarativas; “por que” equivalendo 
a “pelo(a) qual” não se emprega em frases interrogativas. 
d) “Porque” relaciona enunciados associando-os pela noção de causa e efeito, caso em que pode ser substituído pelo 
pronome relativo “pelo(a) qual”. 
e) Tanto “por que” quanto “porque” têm emprego em frases declarativas; em frases interrogativas o emprego padrão é 
de “porque” equivalendo a “por qual motivo”. 
 
 
Questão 29: (QUADRIX/CFT/2021) 
 
Leonardo, depois de acabadas todas as cerimônias, foi declarado agregado à casa de Tomás da Sé, e aí 
continuou convenientemente arranjado. Ninguém se admire da facilidade com que se faziam semelhantes coisas; no 
tempo em que se passavam os fatos que vamos narrando, nada havia mais comum do que ter cada casa um, dois e 
às vezes mais agregados. Em certas casas os agregados eram muito úteis, porque a família tirava grande proveito de 
seus serviços; outras vezes, porém, e estas eram em maior número, o agregado, refinado vadio, era uma verdadeira 
parasita que se prendia à árvore familiar, que lhe participava da seiva sem ajudá-la a dar os frutos, e que, mais ainda, 
chegava mesmo a dar cabo dela. E o caso é que, apesar de tudo, se na primeira hipótese o esmagavam com o peso 
de mil exigências, se lhe batiam a cada passo com os favores na cara, se o filho mais velho da casa, por exemplo, o 
tomava por seu divertimento, e à menor e mais justa queixa saltavam-lhe os pais em cima, tomando o partido de seu 
filho, no segundo aturavam quanto desconcerto havia com paciência de mártir, o agregado tornava-se quase rei em 
casa, punha, dispunha, castigava os escravos, ralhava com os filhos, intervinha, enfim, nos mais particulares negócios. 
Em qual dos dois casos estava ou viria a estar em breve o nosso amigo Leonardo? O leitor que o decida pelo que se 
vai passar. 
Manuel Antônio de Almeida. Memórias de um sargento de milícias.1854. Internet: <www.dominiopublico.gov.br> (com adaptações). 
 
No que se refere aos aspectos gramaticais e aos sentidos do texto, julgue o item. 
 
Segundo a ortografia oficial em vigor, além do registro “em cima”, é também correta a grafia encima. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS 
17 
Questão 30: (OMNI/Ensino Fundamental I/2021) 
 
Assinale a alternativa que preenche CORRETAMENTE as respectivas lacunas do poema a seguir: 
 
Escrevo. E pronto. 
Escrevo ______ preciso, preciso ______ estou tonto. 
Ninguém tem nada com isso. 
Escrevo ______ amanhece, e as estrelas lá no céu lembram letras no papel, quando o poema me anoitece. 
A aranha tece teias. 
O peixe beija e morde o que vê. 
Eu escrevo apenas. 
Tem que ter por quê? 
(Paulo Leminski, em “Toda poesia”, 2013) 
 
a) Porque – por que – porque. 
b) Por que – porque – porquê. 
c) Porquê – porque – porque. 
d) Porque – porque – porque. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS 
18 
GABARITO 
1) C 
2) B 
3) B 
4) Errado 
5) Certo 
6) A 
7) C 
8) C 
9) Certo 
10) Errado 
11) D 
12) E 
13) E 
14) B 
15) C 
16) E 
17) A 
18) C 
19) B 
20) B 
21) B 
22) A 
23) D 
24) D 
25) C 
26) C 
27) C 
28) B 
29) Anulada 
30) D

Continue navegando