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Educação Bancária e educação libertadora - Fichamento

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Universidade Paulista - UNIP
Disciplina: Estratégias de Intervenção Psicológica
Estágio: Intervenção Psicológica na Queixa Escolar
Professor/Supervisor: Rita 
Aluna: Dayane de Morais Aveiro RA: C55278-0
Semestre: 9° Turno:manhã
Referência: FREIRE, PAULO. Educação bancária e educação libertadora. In: PATTO, M. H. S. (org.). Introdução a Psicologia Escolar. 3 ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997. p. 61-78.
	No texto, Paulo Freire faz uma análise das relações educador-educandos, dentro da escola ou fora dela, e conceitua os termos educação bancária e educação libertadora com intuito de contrapor duas formas diferentes de enxergar os educandos.
 Por educação bancária, entende-se uma educação tradicional que reflete uma sociedade opressora e discriminatória. Nela, os educandos são vistos como um banco no qual o educador deposita o conhecimento. Este modelo tende a apresentar o educador como alguém que exerce um papel arbitrário sobre os educandos, os quais estão inteiramente inertes. Dessa forma, são formados indivíduos acomodados, sem consciência crítica e que se submetem à estrutura de poder vigente. 
	Em contraponto a educação bancária, Paulo Freire propõe a educação libertadora ou problematizadora. Nela, o educando é estimulado a participar ativamente do processo de aprendizagem sem se permitir ser apenas um recipiente de conteúdos. A educação libertadora busca a transformação, acima de tudo; abre espaço para a comunicação, diálogo e reflexões sobre o estado atual de coisas. 
	Enquanto a concepção bancária mantém contradição ao educador-educandos, a outra, a problematizadora, realiza a superação.
	Aspectos importantes:
	“Quanto mais analisamos as relações educador-educandos, na escola, em qualquer de seus níveis (ou fora dela), parece que mais podemos nos convencer de que estas relações apresentam um caráter especial e marcante — o de serem relações fundamentalmente narradoras, dissertadoras.” p. 61
	“Há uma quase enfermidade da narração. A tônica da educação é preponderantemente esta — narrar, sempre narrar.” p.61 
	“A narração, de que o educador é o sujeito, conduz os educandos à memorização mecânica do conteúdo narrado. Mais ainda, a narração os transforma em "vasilhas", em recipientes a serem "enchidos" pelo educador. Quanto mais vá "enchendo" os recipientes com seus "depósitos", tanto melhor educador será. Quanto mais se deixem docilmente "encher", tanto melhores educandos serão.” p.62 
	“Em lugar de comunicar-se, o educador faz "comunicados" e depósitos que os educandos, meras incidências, recebem pacientemente, memorizam e repetem. Eis aí a concepção "bancária" da educação, em que a única margem de ação que se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los.” p.62
	“Na visão "bancária" da educação, o "saber" é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber. Doação que se funda numa das manifestações instrumentais da ideologia da opressão — a ábsolutização da ignorância, que constitui o que chamamos de alienação da ignorância, segundo a qual esta se encontra sempre no outro.” p.62 
	“Quanto mais se exercitem os educandos no arquivamento dos depósitos que lhes são feitos, tanto menos desenvolverão em si a consciência crítica de que resultaria a sua inserção no mundo, como transformadores dele. Como sujeitos” p.64
	“Na medida em que esta visão "bancária" anula o poder criador dos educandos ou o minimiza, estimulando sua ingenuidade e não sua criticidade, satisfaz aos interesses dos opressores: para estes, o fundamental não é o desnudamento do mundo, a sua transformação.” p.64 
	“Na verdade, o que pretendem os opressores "é transformar a mentalidade dos oprimidos e não a situação que os oprime", e isto para que, melhor adaptando-os a esta situação, melhor os domine.” p.64 
	“Os oprimidos, como casos individuais, são patologia da sociedade sã, que precisa, por isto mesmo, ajustá-los a ela, mudando-lhes a mentalidade de homens ineptos e preguiçosos.” p.64
	“A educação como prática da dominação, que vem sendo objeto desta crítica, mantendo a ingenuidade dos educandos, o que pretende, em seu marco ideológico (nem sempre percebido por muitos dos que a realizam), é doutriná-los no sentido de sua acomodação ao mundo da opressão.” p.70
	“Nosso objetivo é chamar a atenção dos verdadeiros humanistas para o fato de que eles não podem, na busca da libertação, servir-se da concepção "bancária", sob pena de se contradizerem em sua busca. Assim como também não pode esta concepção tornar-se legado da sociedade opressora à sociedade revolucionária.” p.70
	“Ao contrário da "bancária", a educação problematizadora, respondendo à essência do ser da consciência, que é sua intencionalidade, nega os comunicados e existência à comunicação.” p.71
	“Neste sentido, a educação libertadora, problematizadora, já não pode ser o ato de depositar, ou de narrar, ou de transferir, ou de transmitir "conhecimentos" e valores aos educandos, meros pacientes, à maneira da educação "bancária", mas uni ato cognoscente.” p.71
	“O antagonismo entre as duas concepções, uma, a "bancária", que serve à dominação; outra, a problematizadora, que serve à libertação, toma corpo exatamente aí. Enquanto a primeira, necessariamente, mantém a contradição educador-educandos, a segunda realiza a superação.” p.71
	“Em verdade, não seria possível à educação problematizadora, que rompe com os esquemas verticais característicos da educação bancária, realizar-se como prática da liberdade, sem superar a contradição entre o educador e os educandos. Como também não lhe seria possível fazê-lo fora do diálogo.” p.72
	“E através deste que se opera a superação de que resulta um termo novo: não mais educador do educando do educador, mas educador-educando com educandoeducador.” p.72
	“Já agora ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo.” p.72
	“Quanto mais se problematizam os educandos, como seres no mundo e com o mundo, tanto mais se sentirão desafiados. Tão mais desafiados, quanto mais obrigados a responder ao desafio.”. p.73
	“A educação como prática da liberdade, ao contrário daquela que é prática da dominação, implica a negação do homem abstrato, isolado, solto, desligado do mundo, assim também a negação do mundo como uma realidade ausente dos homens.” p.73
	“A reflexão que propõe, por ser autêntica, não é sobre este homem abstração nem sobre este mundo sem homem, mas sobre os homens em suas relações com o mundo. Relações em que consciência e mundo se dão simultaneamente. Não há uma consciência antes e um mundo depois e vice-versa.” p.74
	“Na medida em que os homens, simultaneamente refletindo sobre si e sobre o mundo, vão aumentando o campo de sua percepção, vão também dirigindo sua "mirada" a "percebidos" que, até então, ainda que presentes ao que Husserl chama de "visões de fundo"," não se destacavam, "não estavam postos por si".” p.74
	“A educação problematizadora se faz, assim, num esforço permanente através do qual os homens vão percebendo, criticamente, como estão sendo no mundo com que e em que se acham.” p.75
	“Mais uma vez se antagonizam as duas concepções e as duas práticas que estamos analisando. A "bancária", por motivos óbvios, insiste em manter ocultas certas razões que explicam a maneira como estão sendo os homens no mundo e, para isto, mistifica a realidade. A problematizadora, comprometida com a libertação, se empenha na desmitificação. Por isto, a primeira nega o diálogo, enquanto a segunda tem nele a indispensável relação ao ato cognoscente, dcsvelador da realidade.” p.75
	“A concepção e a prática "bancárias", imobilistas, "fixistas", terminam por desconhecer os homens como seres históricos, enquanto a problematizadora parte exatamente do caráter histórico e da historicidade dos homens.” p.76
	“Desta maneira, a educação se re-faz constantemente na práxis. Para ser tem que estar sendo.” p. 76 
	“Seria, realmente, uma violência, como dc fato é, que os homens, seres históricos e necessariamenteinseridos num movimento dc busca, com outros homens, não fossem o sujeito de seu próprio movimento.” p.77
	“(...) qualquer que seja a situação em que alguns homens proíbam aos outros que sejam sujeitos de sua busca, se instaura como situação violenta. Não importa os meios usados para esta proibição. Fazê-los objetos é aliená-los de suas decisões, que são transferidas a outro ou a outros.” p.77
	“Ninguém pode ser, autenticamente, proibindo que os outros sejam. Esta é uma exigência radical. O ser mais que se busque no individualismo conduz ao ter mais egoísta, forma de ser menos. De desumanização.” p.78
	“Por isto é que esta educação, em que educadores e educandos se fazem sujeitos do seu processo, superando o intelectualismo alienante, superando o autoritarismo do educador "bancário", supera também a falsa consciência do mundo.” p.78 
	“Nenhuma "ordem" opressora suportaria que os oprimidos todos passassem a dizer: "Por quê?".” p.78
	“Se esta educação somente pode ser realizada, em termos sistemáticos, pela sociedade que fez a revolução, isto não significa que a liderança revolucionária espere a chegada ao poder para aplicá-la.” p.78
	“No processo revolucionário, a liderança não pode ser "bancária", para depois deixar de sê-lo.” p.78

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