Buscar

Líquidos cavitários

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Líquidos cavitários:
Água corporal: 
Equivale a mais ou menos 65% do peso corporal do 
animal, sendo que em animais obesos diminui a 
quantidade de líquido para 45% e os animais recém-
nascidos têm uma quantidade maior, chegando a 
75%. 
Estes líquidos são distribuídos nos seguintes 
compartimentos: 
➔ Intracelular: 60% 
➔ Extracelular: 40% 
• Plasma: 7% 
• Transcelular (cavidades): 8% 
• Intersticial (tissular- entre as células- 
subcutâneo): 25% 
- Há a saída de líquido de um lugar para 
outro. 
Funções: 
➔ Proteção mecânica dos órgãos- dentro das 
cavidades tem uma quantidade normal de 
líquidos para favorecer a proteção dos órgãos. 
➔ Nutrição: líquidos que saem da circulação 
sanguínea e vão para os tecidos. 
➔ Excreção de catabólitos: provenientes das 
atividades das células passando pelo líquido 
intersticial e caem na circulação para serem 
excretados 
Do lado das 
arteríolas tem 
a saída dos 
líquidos, que 
vão carreando 
o sangue rico 
em oxigênio e 
nutrientes 
para os 
tecidos. Os 
líquidos precisam sair das arteríolas para o espaço 
intersticial para que do espaço intersticial entre as 
células vão penetrar nas células. 
➔ A pressão sanguínea ou hidrostáticas é aquela 
que favorece a saída dos líquidos pelas 
arteríolas 
Pelo lado das vênulas, o sangue vai ser recorrido, vai 
ter o retorno dos líquidos para o interior das vênulas. 
O líquido sai do espaço intersticial levando os resíduos 
que vai entrar para a corrente sanguínea. 
➔ A pressão osmótica é (dada pelos solutos, 
como as proteínas, para reterem os líquidos 
no interior dos vasos) para que os líquidos 
voltem dos tecidos para o interior dos vasos 
atraindo liquido do espaço intersticial para o 
interior das vênulas. 
A permeabilidade seletiva da célula endotelial impede 
o transporte de macromoléculas, como proteínas, 
para que não haja perda de elementos 
desnecessários. O endotélio possui fenestras em que 
há passagem de líquidos e outros nutrientes, mas as 
proteínas ficam retidas no interior. 
No espaço intersticial há equilíbrio para que todo o 
líquido que saia das arteríolas vá para os tecidos nutrir 
as células e volte pelas vênulas, mas a força de saída 
não é exatamente igual a de retorno e, por isso, acaba 
restando um pouco de líquido nas partes dos tecidos 
(não retornam em totalidade pelas vênulas) - para isso 
os vasos linfáticos colaboram fazendo a retirada dos 
líquidos que ainda estão no espaço intersticial. 
A pressão sanguínea é maior do lado das arteríolas e 
possuem baixa pressão osmótica. As vênulas têm 
pequena pressão hidrostática e uma baixa pressão 
osmótica. 
A pressão hidrostática é dada pelo bombeamento 
cardíaco e nas arteríolas chega nos tecidos com essa 
maior força hidrostática. A pressão osmótica é dada 
pela presença de solutos no interior dos vasos 
sanguíneos, principalmente as proteínas que é um 
importante componente para manter a pressão 
osmótica dentro dos vasos sanguíneos. 
Alterações na troca de fluídos: 
➔ Ingestão excessiva ou inadequada de líquidos 
➔ Desequilíbrio eletrolítico 
➔ Deficiência de proteínas 
➔ Processos inflamatórios: na inflamação tem 
aumento da permeabilidade que aumenta a 
saída dos líquidos. 
➔ Doenças sistêmicas: problemas cardíacos- 
deficiência de pressão hidrostática; problemas 
hepáticos severos- falta de albumina para 
realizar pressão osmótica. 
Estes fatores acabam levando a retenção e acúmulo 
de líquido tissular, podendo causar edemas (acúmulo 
de líquidos no tecido subcutâneo) ou líquido nas 
cavidades. 
Alteram a pressão osmótica 
Alterações na fisiologia: 
➔ Obstrução linfática- não permite a retirada do 
processo de líquido- causa edema 
• Retirada cirúrgica da cadeia linfática 
• Tumores 
• Abcessos 
• Linfangite (processo inflamatórios desses 
vasos) e linfoma (tumor do tecido 
linfoide) 
➔ Aumento da permeabilidade capilar: acaba 
saindo mais líquido para os tecidos. 
• Processo inflamatórios 
• Reações alérgicas 
• Queimaduras- altera a conformação do 
endotélio 
➔ Diminuição da pressão osmótica capilar: que 
não reabsorve tudo- é dada principalmente 
pelas proteínas 
• Distúrbios hepáticos- fígado não consegue 
mais produzir albumina 
• Perda excessiva de proteínas na urina- por 
alguma insuficiência renal 
• Desnutrição proteica (animal não ingere 
proteína na dieta) 
• Parasitismo GI (se for bem acentuado, 
alguns parasitos esfoliam o intestino 
causando perdas de sangue e proteínas- 
não deixa absorver) 
 
➔ Aumento da pressão hidrostática capilar: faz 
uma força maior para expulsão dos líquidos. 
• Insuficiência cardíaca congestiva- ICC: 
insuficiência cardíaca ventricular esquerda 
causa edema pulmonar, pois aonde 
deveria retornar sangue ao coração não 
ocorre e acaba se acumulando- acumula 
sangue no pulmão aumentando a pressão 
• Hipertensão portal: ocorre em casos de 
cirrose, onde não consegue chegar 
adequadamente sangue ao fígado e na 
veia porta há pressão hidrostática 
aumentada, podendo extravasar líquido 
para cavidade abdominal 
• Inflamação ou obstrução de vasos- 
aumenta a pressão hidrostática no ponto 
anterior a esse ponto de obstrução 
• Lesão renal: queda da taca de filtração 
glomerular causa redução de excreção de 
água e sal elevando o pH do leito capilar e 
causando edema ou leva a hipertensão 
arterial 
• Doença hepática: há extravasamento 
 
 
 
Classificação quanto ao local: 
➔ Cavidade abdominal: hidroperitônio ou ascite 
➔ Cavidade pleural: hidrotórax 
➔ Cavidade pericárdica: hidropericárdio 
➔ Cavidade articular: hidroartrose 
➔ Bolsa escrotal: hidrocele 
➔ Edema generalizado: anasarca 
➔ Espaço subaracnóideo nervoso: hidrocéfalo, 
líquor ou líquido cefalorraquidiano 
➔ Tecido conjuntivo: edema 
Coleta: 
➔ Abdominocentese: é realizada na linha alba e 
a punção é feita medindo-se 2 dedos 
posteriores à cicatriz umbilical (o melhor é 
utilizar a agulha rosa - 40x12 e seringa) 
➔ Lavagem abdominal: quando há pouco 
líquido, sendo injetada solução fisiológica, 
para depois ser feita uma punção 
➔ Toracocentese: cuidar com a pressão 
negativa, sendo utilizada a torneira de 3 vias 
para evitar entrada de ar na cavidade 
torácica, fazendo-se do lado direito do tórax 
do animal (em pequenos animais o indicado é 
procurar entre 7° e 8° espaço intercostal e em 
grandes desde o 6° ao 9° espaço intercostal 
para que não seja feita nenhuma punção 
cardíaca, assim como o uso do ultrassom para 
não gerar problemas com o pulmão) 
➔ Pericardiocentese 
Exame físico: 
➔ Volume: geralmente transudatos tem grande 
volume e exsudatos tem pequeno volume 
➔ Cor: claro, amarelo, âmbar, leitoso (quando 
tem linfa), vermelho 
➔ Aspecto: límpido, ligeiramente turvo e turvo 
(mais viscosa) 
➔ Densidade: vê pelo refrator 
➔ Odor: normalmente inodoro, mas pode ser 
pútrido quando é exsudato séptico 
Exame químico: para análise de pH do líquido e 
sangue oculto através das tiras plásticas, sendo que 
para as proteínas as amostras turvas devem ser 
centrifugadas 
➔ Dosagem bioquímicas: creatinina e ureia 
(quando suspeitar de ruptura de bexiga, 
estando maiores no líquido cavitário que no 
soro), bilirrubina (quando suspeitar de 
ruptura de vesícula biliar), colesterol e 
triglicerídeos (para comprovar ruptura de 
vasos linfáticos que tem presença de lipídeos 
– aumento de triglicerídeos e colesterol), 
amilase/lipase (aumentadas na circulação 
quando houver pancreatite, mas também 
aumentam na cavidade abdominal). 
➔ Contagem celular: para classificar as células, 
sendo realizada na câmara de Neubauer, 
contando em todos os quadrantes 
➔ Proteínas: pode-se ver através do 
refratômetro ou através dos testes 
bioquímicos. Amostras turvas devem ser 
centrifugadas. 
Citologia: 
➔ Esfregaço do líquido: extensora ou squash 
(quando a amostra tem menor celularidade) 
devendo eles serem de amostras 
centrifugadas.Cora com panóptico. 
Classificação dos líquidos cavitários: 
➔ Transudato puro 
• Cor: incolor, amarelado 
• Proteína: <2,5g/dL 
• Densidade: <1.017 
• Células totais: < 1.500/µL 
• Celularidade: células mesoteliais- das 
paredes da cavidade, linfócitos, 
neutrófilos e macrófagos 
• Bactérias: ausentes. 
• Causas: nefropatia, hepatopatia crônica, 
enteropatia, deficiência nutricional = 
diminuição pressão oncótica capilar 
➔ Transudato modificado 
• Cor: vermelho, âmbar 
• Proteína: 2,5 – 7,5 g/dL 
• Densidade: 1.018-1.025 
• Células totais: 1.000-7.000/µL 
• Celularidade: similar ao sangue, 
neutrófilos íntegros, linfócitos e 
macrófagos, hemácias, presença de 
eritrofagocitose e ausência de plaquetas 
• Bactérias: ausentes 
• Causas: insuficiência cardíaca, rupturas 
(bexiga, ducto biliar), neoplasias, bloqueio 
sistema linfático = aumento da pressão 
hidrostática capilar e bloqueio do sistema 
linfático 
 
➔ Exsudato asséptico: 
• Cor: amarelo, leitoso, vermelho 
• Proteína: > 2,5g/dL 
• Densidade: > 1.025 
• Células totais: > 7.000µ/L 
• Celularidade: células mesoteliais, > 60 
neutrófilos íntegros, macrófagos, poucos 
linfócitos e hemácias 
• Bactérias: ausentes 
• Causas: uroperitônio, peritonite biliar, 
neoplasias, pancreatite = aumento da 
permeabilidade capilar, origem não 
infecciosa 
➔ Exsudato séptico: 
• Cor: amarelo, leitoso, vermelho 
• Proteína: > 2,5g/dL 
• Densidade: > 1.025 
• Células totais: > 7.000µL e >10.000/µL 
• Celularidade: neutrófilos degenerados, 
macrófagos fagocitando debris, células 
mesoteliais, hemácias 
• Bactérias: presentes. 
• Aumento da permeabilidade capilar, 
origem infecciosa 
 
 
 
 
 
 
Classificações anatômicas: Líquidos cavitários: 
➔ Líquido peritoneal- ascite 
• Causas: insuficiência hepática- fígado não 
consegue mais produzir a albumina- 
diminui a pressão osmótica severa 
Hipoalbuminemia; ascite secundária a 
insuficiência cardíaca direita; cólica no 
equino- peritonite. 
• Sinais clínicos: aumento do volume 
abdominal; dificuldade respiratória (por 
compressão diafragmática) 
➔ Uroperitônio-ruptura da bexiga, uretra, 
ureter ou até o rim 
• Cor: amarelo claro a amarelo escuro, 
serosanguinolento 
• Aspecto: límpido- processo agudo 
(transudato modificado); turvo- processo 
crônico (exsudato) 
• Aumento de creatinina- 2x a mais que o 
soro 
• Aumento de ureia 
• Causas: trauma, neoplasia, urolitíases, 
procedimentos cirúrgicos (iatrogênico) 
• Citologia: pode ou não haver bactérias; 
neutrófilos 
➔ Efusão biliar- ruptura da vesícula ou ducto 
biliar 
• Cor: Verde, marrom ouro 
• Proteína: > 3,0g/dL 
• Densidade: > 1.025 
• Células totais: > 5.000/µL 
• Celularidade: neutrófilos predominantes -
fase aguda e poucos linfócitos 
• Cristais de bilirrubina, material granular 
marrom-ouro 
• Bactérias: variável 
• Aumento de bilirrubina 
➔ Efusões pleurais 
• Causas: transudato: Insuficiência cardíaca 
esquerda; exsudato: pneumonias, 
neoplasias 
• Sinais clínicos: tosse dispneia 
➔ Efusões pericárdicas: transudatos (diminuição 
da pressão osmótica), transudatos 
modificados (aumento da pressão 
hidrostática) e exsudatos (aumento da 
permeabilidade) 
• Sinais clínicos: fraqueza, dispneia, 
abafamento de sons cardíacos; 
geralmente hemorrágica 
• Causas: neoplasias extravasamento de 
líquido para o saco pericárdico; 
idiopáticas; infecção, IC, uremia, 
traumatismo, corpo estranho, pericardite. 
Em gatos ICC e PIF 
➔ Efusão quilosa: pode ser perineal ou pleural- 
ruptura dos vasos linfáticos: extravasamento 
de linfa 
• Cor: branca ou rosada (presença de 
sangue) 
• Líquido irritante à superfície da serosa 
aumentando a esfoliação de células e 
aumentando o influxo de neutrófilos 
tendo uma aparência exsudativa 
• Rica em triglicerídeos- vasos linfáticos 
transportam lipídeos absorvidos no 
intestino e por isso é rico em 
triglicerídeos. Vê gordura na lâmina. 
• Linfócitos- transportam os linfócitos. 
• Causas: doença do sistema linfático: 
inflamação, má formação, 
estrangulamento mesentérico, neoplasia: 
linfoma

Continue navegando