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Unidade 1
Livro Didático 
Digital
Lisiane Lucena Bezerra
Literaturas 
Africanas em 
Língua Portuguesa
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autor 
LISIANE LUCENA BEZERRA
A AUTORA
Lisiane Lucena Bezerra
Olá. Meu nome é Lisiane Lucena Bezerra. Sou Licenciada em 
Ciências Agrárias, Mestre em Fitotecnia e Doutora em Agronomia/
Fitotecnia, com experiência técnico-profissional na área de licenciatura de 
mais de 10 anos. Atualmente leciono disciplinas na área de Educação em 
curso de licenciatura, na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Sou 
apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida 
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada 
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo! 
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Conceitos e cultura da literatura africana ....................................... 10
Conceito: Literatura e cultura ................................................................................................. 10
História da literatura africana de expressão portuguesa ................................... 13
Literatura africana em língua portuguesa ..................................................................... 15
Conceito de arte e cultura africana .................................................... 19
Conceito de arte africana .......................................................................................................... 19
Arte africana no Brasil ..................................................................................................................27
O uso da língua portuguesa e a literatura nos países 
africanos .........................................................................................................29
A língua portuguesa nos países africanos ....................................................................29
A literatura nos países africanos ..........................................................................................32
A importância do estudo da literatura africana à luz da 
legislação brasileira ...................................................................................38
A afrodescendência e sua identidade no Brasil ...................................................... 38
A literatura africana na educação Brasileira ................................................................ 41
7
UNIDADE
01
Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
8
INTRODUÇÃO
Você sabe o que é literatura africana? A literatura africana em língua 
portuguesa surge como mensageiro da diversidade, da mistura de mitos 
e história recente, transformando-se, demonstrando que a arte é, a um 
só tempo, instrumento de construção, de desafio e de transformação da 
realidade, por mais árdua e cruel que esta seja. A partir da colonização 
de alguns países africanos pelos portugueses que se introduziu a língua 
portuguesa na África, esses países até hoje utilizam o português como 
língua oficial, de forma que sua literatura passou por várias etapas até o 
reconhecimento das raízes africanas. No Brasil a história e cultura africana 
tornou-se obrigatória por lei, no entanto pouco é observado sobre a 
introdução da literatura africana lusófona nas escolas, que por sua vez 
seriam importantíssimas para que a visão do negro passasse de uma visão 
deturpada que se construiu durante séculos pela colonização, passando 
a ter uma visão de como realmente é a cultura e literatura de raízes 
africanas. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar 
neste universo!
Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso propósito é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Entender os conceitos de cultura africana em língua portuguesa;
2. Conhecer a arte e cultura africana;
3. Compreender sobre a língua portuguesa utilizada nos Países 
Africanos com Língua Oficial Portuguesa- PALOPs;
4. Identificar a importância da literatura africana de PALOPs no Brasil.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
10 Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
Conceitos e cultura da literatura africana
INTRODUÇÃO:
Ao finalizar este capítulo você será capaz de entender sobre 
os conceitos da literatura africana de língua portuguesa, 
sua origem e história. Isto será de fundamental importância 
para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Conceito: Literatura e cultura
Antes de falarmos sobre literaturas africanas de expressão 
portuguesa, vamos conceituar cultura e literatura. 
DEFINIÇÃO:
Conforme o (DICIO, 2020) literatura é: “Arte de escrever 
trabalhos artísticos em prosa ou verso.” “Conjunto das 
produções literárias de um país, de uma época.”
A literatura, de acordo com (EULALIO & DURAND, 2015, p. 191) 
apud Terra (2014) tem duas concepções. Uma que considera literária a 
linguagem especial que se distancia da linguagem ordinária, onde tem-se 
como literatura apenas os textos clássicos, e outra tem como base para a 
literariedade do texto os aspectos exteriores a ele como: aspectos sociais, 
ideológicos, culturais e históricos, configurando uma obra literária quando 
é reconhecida institucionalmente. 
Dessa forma, ao se conceituar literatura enfatizando o valor cultural 
de um texto, observa-se que a literariedade possui suas características 
imanentes e está além do fato de ser apenas algo escrito ou oral. Assim, 
conforme (EULALIO & DURAND, 2015, p. 191)
Um texto não é literário apenas quando está escrito em versos 
ou em prosa, sendo assim, o gênero também não é um fator 
suficiente para classificar um texto como literário ou não. 
Contudo, tendo em vista esse conceito cultural da literatura, 
11Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
podemos caracterizar um texto literário quando o mesmo 
retrata a sua cultura de origem. Daí, lembramos dos contos 
orais que são textos que retratam, de forma fiel, a sua cultura, 
uma vez que são produzidos e reproduzidos pelo próprio 
povo. (EULALIO & DURAND, 2015, p. 191)
Com relação ao conceito de cultura, existem diversos, dentre eles:
DEFINIÇÃO:
O (DICIO, 2020) define cultura como: “Conjunto dos hábitos 
sociais e religiosos, das manifestações intelectuais e 
artísticas, que caracteriza uma sociedade: cultura inca; a 
cultura helenística.” “Normas de comportamento, saberes, 
hábitos ou crenças que diferenciam um grupo de outro: 
provêm de culturas distintas.”“Conjunto dos conhecimentos 
adquiridos; instrução: sujeito sem cultura.”
Sendo assim, (EULALIO & DURAND, 2015) apud Santos (2006), 
conceitua cultura como sendo um comportamento implícito que rege 
hábitos e costumes dentro de uma sociedade, onde esse comportamento 
conduz as várias áreas das sociedades, sendo elas: quais podemos 
destacar: saúde, educação, economia, esporte, entre outras. Assim, tem-
se diferenças culturais entre estados, regiões e países, pois os hábitos e 
os costumes mudam, uma vez que cada povo possui a sua cultura.
Figura 1 – Mulher africana.
Fonte: Pixabay
12 Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
Diante disso, detalhando melhor esse conceito de cultura, o mesmo 
passa a ser baseada em duas concepções. 
Figura 2 – Concepções de cultura.
Fonte: a autora.
Essas duas concepções se diferenciam um pouco, uma vez que 
uma é vista como mais geral e a outra é mais específica, porém, observa-
se que elas estão interligadas pois não se pode falar da forma como um 
determinado grupo atua sem pensar na sociedade como um todo.
Sendo assim, ao primeiro momento tem-se todos os aspectos de 
uma realidade social, onde a cultura é idealizada de forma mais ampla, 
caracterizando determinado povo, tanto na forma como a sociedade se 
organiza como pelos seus aspectos materiais. Já na segunda concepção 
articula sobre o conhecimento, às ideias e crenças de um povo, onde a 
cultura é vista como algo mais específico, considerando a forma de agir 
de determinado povo, acatando o conhecimento, ideias e crenças do 
mesmo. 
Ao se falar sobre cultura, especificamente a portuguesa, 
conseguimos nos remeter língua portuguesa, a literatura, ao conhecimento 
filosófico, científico e artístico produzidos na nação portuguesa. Porém, ao 
falar especificamente em língua portuguesa, o posicionamento já muda, 
pois é uma língua usada em Portugal, como também em diversos países 
como Brasil, Moçambique, Angola, dentre outros.
A África é um continente com diversos países cada qual com sua 
cultura e línguas, dessa forma, não se pode referir-se à cultura africana 
como se fosse uma cultura singular, pois além das características 
13Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
singulares, cada nação possui característica própria, por exemplo da 
literatura.
SAIBA MAIS:
Você quer se aprofundar mais nesse tema? Recomendamos 
o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento 
no artigo:” Literaturas africanas de expressão portuguesa e 
a oralidade” de (EULALIO & DURAND, 2015). Acessível pelo 
link: https://bit.ly/3123Wrf Acesso em (08/abr/2020).
História da literatura africana de 
expressão portuguesa
O aparecimento das literaturas de língua portuguesa na África 
resultou, por um lado, de um longo processo histórico de quase 
quinhentos anos de assimilação de parte a parte e, por outro, de um 
processo de conscientização que se iniciou nos anos 40 e 50 do século 
XIX, relacionado com o grau de desenvolvimento cultural nas ex-colônias 
e com o surgimento de um jornalismo por vezes ativo e polêmico que, 
destoando do cenário geral, se pautava numa crítica severa à máquina 
colonial. (FONSECA & MOREIRA, 2007) 
Assim, em 1940 desenvolveu-se a literatura africana de expressão 
portuguesa e desde então vêm adquirindo maturidade ao longo desse 
período. Dessa forma, (EULALIO & DURAND, 2015) cita que
A literatura africana de expressão portuguesa surgiu quando 
os portugueses chegaram à Angola, em 1575, e criaram, 
posteriormente, nos anos quarenta do século XIX, o ensino 
oficial além de aumentar a ocorrência do ensino particular ou 
oficializado, bem como à liberdade de expressão e a instalação 
do prelo que abre espaço para publicações literárias. (EULALIO 
& DURAND, 2015, p. 194)
A literatura africana em língua portuguesa surge como mensageiro 
da diversidade, da mistura de mitos e história recente, transformando-se, 
demonstrando que a arte é, a um só tempo, instrumento de construção, 
14 Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
de desafio e de transformação da realidade, por mais árdua e cruel que 
esta seja. (SOUZA, 2013) 
Em 1974 com a Revolução dos Cravos, após o processo de 
descolonização, testemunha-se a maior abrangência territorial e cultural 
das literaturas de língua portuguesa, onde atualmente não se restringem 
apenas a Brasil e Portugal, e sim à África, ganhando muito em riqueza, 
força e importância internacional. 
O continente africano já passou por diversos problemas, fazendo 
com que se tornasse uma terra, em partes, sofrida, devido, principalmente, 
às maldades provocadas pelos colonizadores às diversas culturas 
africanas durante os processos de colonização. 
Assim (FERREIRA, Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa I, 
1977, p. 8) define: quando, como surgiu e como se desenvolveu a literatura 
africana de expressão portuguesa.
Os portugueses chegaram à Foz do Zaire em 1482 e, em 1575, 
fundaram a primeira povoação portuguesa, São Paulo de 
Assunção de Loanda, hoje capital de Angola. Dos primeiros 
contatos com o Reino do Congo dá-nos testemunho a 
correspondência trocada entre os reis do Congo e os reis de 
Portugal, além de documentos, como os relatórios dos padres 
jesuítas de Angola. Mas o aparecimento de uma atividade 
cultural regular na África associa-se intimamente à criação 
e desenvolvimento do ensino oficial e ao alargamento do 
ensino particular ou oficializado, à liberdade de expressão e à 
instalação do prelo, que se registam a partir dos anos quarenta 
do século XIX. (FERREIRA, Literaturas Africanas de Expressão 
Portuguesa I, 1977, p. 8)
A partir do século XX as literaturas africanas de língua portuguesa 
ganharam notoriedade no cenário da literatura universal. Apresentam um 
panorama muito amplo. Ao estudar as literaturas africanas é uma forma de 
estabelecer contato com a arte seja ela oral e/ou escrita. Essa arte vem 
de Angola, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Cabo Verde 
e outros lugares de raiz africana onde a língua portuguesa está presente. 
15Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
Conforme (NASCIMENTO C. M., 2018) a literatura africana de língua 
portuguesa é formada pelas literaturas produzidas em: Angola, Cabo 
Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, nos quais a 
língua portuguesa é idioma oficial e cuja produção literária é vista como 
autônoma, de expressão particular, única e não-portuguesa, ainda assim, 
não é qualquer obra produzida nesses países que deverá ser estudada.
Figura 3 – Locais onde produzem a literatura africana de língua portuguesa
Fonte: a autora.
Para (SOUZA, 2013) 
A literatura pode, assim, se compreendida como um rico 
e poderoso vetor para contornar os percalços sofridos pelo 
povo africano no decorrer de seu processo histórico e como 
instrumento de construção e desconstrução da realidade 
social a que se vincula, como bem evidencia o papel destacado 
que teve e tem na construção e consolidação de identidades 
nacionais nos países africanos de língua portuguesa. (SOUZA, 
2013, p. 52)
Literatura africana em língua portuguesa
Conforme (NASCIMENTO C. M., A literatura africana de expressão 
portuguesa e a construção da identidade afro-brasileira, 2018) A literatura 
16 Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
africana de língua portuguesa é formada pelas literaturas produzidas em: 
Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, 
nos quais a língua portuguesa é idioma oficial e cuja produção literária é 
vista como autônoma, de expressão particular, única e não-portuguesa, 
ainda assim, não é qualquer obra produzida nesses países que deverá ser 
estudada.
Assim sobre a questão da literatura africana lusófona, (NASCIMENTO 
C. M., A literatura africana de expressão portuguesa e a construção da 
identidade afro-brasileira, 2018) traçou um breve histórico para facilitar a 
sua compreensão com a literatura brasileira, onde essas obras podem 
servir como instrumentopara o entendimento sobre a história e a cultura 
dos países africanos lusófonos e como também para a construção de 
uma nova figura da África e de seus povos, desvinculada do discurso que 
impera de colonização, escravidão e atraso.
Figura 4 – Histórico da literatura lusófona. 
Fonte: a autora.
Inicialmente nos anos de 1850 a 1900 aconteceu a formação da 
literatura colonial na África lusófona, onde também pode ser chamado 
de período de alienação. (NASCIMENTO C. M., A literatura africana de 
expressão portuguesa e a construção da identidade afro-brasileira, 2018, 
p. 3) apud Manuel Ferreira (1987) cita que nesse estágio da produção 
literária, “o escritor africano encontra-se em estado quase absoluto de 
alienação, incapaz de se libertar dos modelos europeus”. 
17Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
Após, entre 1900 e 1930 ocorreu o surgimento do sentimento 
nacional, desponta a consciência de pertença à África, e surge a ideia 
de negritude onde os textos passaram a abordar as características do 
ambiente da colônia, da terra natal e conforme (NASCIMENTO C. M., A 
literatura africana de expressão portuguesa e a construção da identidade 
afro-brasileira, 2018, p. 3) apud Ferreira (1987) a alienação é trocada por 
uma “percepção de um certo regionalismo e o discurso acusa já alguma 
influência do meio social, geográfico e cultural em que estão inseridos e a 
enunciação vive já os primeiros sinais de sentimento nacional”. 
Nos anos de 1930 a 1950, ocorreu o rompimento com a alienação 
e os autores adquiriram a consciência de sua condição de colonizados 
e a consciência política surgiu nos textos, expressando o desejo de 
independência para a nação e de liberdade para os africanos. Conforme 
(NASCIMENTO C. M., A literatura africana de expressão portuguesa e 
a construção da identidade afro-brasileira, 2018) apud Ferreira (1987) 
a literatura africana “cria a sua razão de ser na expressão das raízes 
profundas da realidade social nacional entendida dialeticamente”. 
E finalmente nos anos de 1950 a 2000, a literatura do período de 
independência refletiu o processo de reconstrução da identidade das 
ex-colônias perante de sua nova realidade. Para (NASCIMENTO C. M., A 
literatura africana de expressão portuguesa e a construção da identidade 
afro-brasileira, 2018) apud Ferreira (1987) o nacionalismo aflorou e 
consolidou uma realidade em que “é de todo eliminada a dependência 
dos escritores africanos e restituída a sua plena individualidade”. 
Neste último momento, foi resgatado dos valores tradicionais 
ancestrais, combinando-os aos valores adquiridos no período colonial, 
já que é impossível reverter os efeitos da colonização, onde o africano 
reencontrou com suas raízes, que elaborou uma nova identidade 
cultural, reconstruindo a sociedade e a cultura africanas incorporando os 
elementos de diferentes origens que agora a compõem. 
18 Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
EXPLICANDO MELHOR:
As primeiras aproximações ao conceito de lusofonia deram-
se em meados dos anos 80 do século passado. Terá sido 
provavelmente Fernando Cristóvão, então presidente do 
Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, a utilizá-lo pela 
primeira vez. Seguiram-se outros investigadores que, de 
alguma forma, se debruçavam sobre realidades decorrentes 
da relação colonial portuguesa. Eram investigadores de 
áreas como as dos Estudos Africanos (então, como agora, 
exageradamente centrados no estudo da África de língua 
portuguesa), estudiosos e críticos das chamadas literaturas 
africanas de língua portuguesa ou brasileira, como é, aliás, 
o caso de Fernando Cristóvão (VENÂNCIO, 2015).
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
sobre o conceito de literatura e cultura como sendo um 
comportamento implícito que rege hábitos e costumes 
dentro de uma sociedade, onde esse comportamento 
conduz as várias áreas das sociedades. Podemos observar 
também que a literatura africana de língua portuguesa é 
formada pelas literaturas produzidas em: Angola, Cabo 
Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. 
E que o africano reencontrou com suas raízes, elaborando 
uma nova identidade cultural, reconstruindo a sociedade e 
a cultura africanas incorporando os elementos de diferentes 
origens que agora a compõem.
 
19Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
Conceito de arte e cultura africana
INTRODUÇÃO:
Ao finalizar este capítulo você será capaz de entender sobre 
o conceito de arte africana e sobre a arte africana no Brasil. 
Isto será de fundamental importância para o exercício de 
sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Conceito de arte africana
Em se tratando da arte africana, não pode se dizer que é um tema 
simplificado, ao se falar na África estamos nos referindo a uma imensidão 
de um continente, além de ser multiétnico, de forma que em cada país 
que faz parte do continente apresentam culturas diferenciadas, uma 
diversidade de povos e que convivem harmonicamente. 
DEFINIÇÃO:
Conforme (DICIO, 2020) arte é a “aptidão inata para 
aplicar conhecimentos, usando talento ou habilidade, na 
demonstração uma ideia, um pensamento” “reunião das 
expressões artísticas de um povo, sociedade” “talento; 
expressão particular de inteligência ou sensibilidade 
observada num artista”.
No que se refere a arte africana, podemos considerar como uma 
forma genérica para denominar a produção da arte das tribos africanas 
tradicionais. Essa arte ganhou reconhecimento no início do século XX 
após artistas europeus serem influenciados por ela, porém eles de forma 
equivocada tinham essas artes como primitivas, com teor de exclusivo a 
religiosidade e ingênua.
20 Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
Figura 5 – Arte africana. 
Fonte: Pixabay
Para (AJZENBERG & MUNANGA, 2009) 
A arte africana é comunitária, as formas que as esculturas 
adotam são específicas para os povos que as produziram. Esses 
povos serviram-se de uma linguagem conhecida e entendida 
pelos artistas e pelos seus destinatários. O escultor não era 
um indivíduo que exprimia seus sentimentos pessoais e cuja 
inspiração se manifestava ao acaso, mas a arte que produzia 
pretendia satisfazer as necessidades de uma comunidade 
na qual ele estava muito integrado. Contudo, isso não queria 
dizer que a obra de um artista tivesse de ser repetitiva. Pelo 
contrário, um artista conservava a sua liberdade para fazer 
suas próprias adaptações num quadro de referência aceito 
pela comunidade, e sua obra podia ser aclamada ou rejeitada. 
(AJZENBERG & MUNANGA, 2009, p. 191)
Há muito tempo, trata-se a arte produzida na África como objeto 
científico, pois trata-se de uma arte que não possui fins direcionados a 
21Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
estética, onde sua produção é realizada por povos ainda primitivos, 
que por muito tempo foi considerada uma arte tosca para religiosidade 
e de ignorantes, porém esse preconceito e discriminação através dos 
pesquisadores que atuam sobre a arte africana vem sendo corrigido. 
Dentre os artistas da arte africana, podemos citar Pablo Picasso 
(1881-1973), que, mesmo sem ter ido a África, produzia obras com estátuas 
e máscaras que ele tinha com ele enquanto trabalhava. Picasso dizia que 
o “vírus” da arte africana o tinha contagiado.
Figura 6 – Arte de Picasso.
Fonte: Pixabay
VOCÊ SABIA?
Outro artista também muito conhecido na arte africana foi 
Henri Matisse onde a escultura matissiana é especialmente 
inspirada na estatuária africana. Em 2010 a Escultura de 
Matisse foi leiloada por quase US$ 49 milhões. Para saber 
mais, acesse link: https://glo.bo/3eodaBP (Acesso em 
13/04/2020)
Dessa forma, conforme (AJZENBERG & MUNANGA, 2009) a arte 
africana 
22 Literaturas Africanas em LínguaPortuguesa
A arte africana é em certo sentido “fun¬cional” ou adequada a 
determinada situação. Esculturas encontradas, por exemplo, 
em templos ou palácios dos iorubás tinham funções muito 
diferentes: as primeiras pre¬tendiam honrar espíritos e as 
segundas, o oba ou o rei. Em todos os casos, a importância de 
uma escultura não dependia dela mesma, mas do lugar onde 
se encontrava, de quem a possuía e de como era utilizada. 
Em algumas cidades, quando um escultor terminava uma 
máscara, tinha que lhe infundir força vital através da pintura, 
com contínuas oferendas de alimentos ou azeite, obrigação 
da qual se encarregava o seu proprietário ou o seu guardião 
e sem as quais teria carecido de valor. Em outros lugares, a 
importância de uma máscara podia modificar-se ao passar de 
um proprietário para outro. (AJZENBERG & MUNANGA, 2009, 
p. 2)
Os maiores e mais completos acervos de arte africana do mundo 
nos dias atuais estão localizados nos museus da Europa, de forma que 
essa arte desperta a curiosidade de diversos intelectuais que procuram 
a compreensão relacionada ao processo dessas artes, que por sua vez 
possuem uma universalidade enorme que se sobrepõe ao termo “Arte 
Africana”.
Um dos fatores que contribui para a dificuldade em definir 
a cultura material da África é que a história da arte africana 
está basicamente atrelada à presença dos europeus nesse 
continente. Assim, as obras que chegaram aos museus europeus 
foram produzidas por culturas específicas, principalmente 
aquelas que firmaram contatos com os ocidentais, dando a 
impressão que todo o resto do continente não produz arte. É 
possível perceber, portanto, uma predominância, nos museus 
e coleções, de obras procedentes da África ocidental e central 
(BEBILACQUA, 2010, p. 2)
É de fundamental importância que haja a compreensão sobre o que 
é chamado de Arte da África, pois, ela é composta por produções de arte 
de centenas de culturas, pelo decorrer de milhares de anos. 
23Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
Figura 7 – Características da arte africana. 
Fonte: a autora.
Não pode se pensar apenas em mascaras quando se trata da Arte 
Africana, onde deve-se destacar a diferenciação entre a arte tradicional 
daquelas que começaram a ser produzidas a partir do século XX, devido 
ao processo de globalização, com destaque para a segunda metade 
deste século. 
Figura 8 – Máscaras africanas
 Fonte: Pixabay
24 Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
Essa arte não pode ser observada como se sofresse uma estagnação 
durante o tempo, pois no Continente Africano também ocorreu uma 
ruptura em relação ao tradicionalismo, assim como a arte do ocidente. 
A história dessa arte única do Continente tem uma história de 
longa data, onde existem registros do século 5 a.C. de algumas peças 
produzidas. Essa história vem sendo escrita em pedras, ferro e madeiras 
em momentos muito anteriores a escrita. Uma grande quantidade dessas 
obras se perderam com o decorrer do tempo, outras, devido a moral 
do cristianismo durante o período da colonização, foram destruídas, de 
forma que os locais onde eram produzidas essas artes foram diretamente 
afetados. Porém ainda há um rico e enorme universo restante.
Os elementos que podem ser considerados mais fortes referente a 
Arte Africana está direcionado a:
 • Pinturas - a presença da figura humana identifica a preocupação 
com os valores étnicos, morais e religiosos;
Figura 9 – Pintura da arte africana. 
Fonte: Pixabay
25Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
 • Máscaras – possui significado místico sendo usadas nos rituais e 
funerais. Representa um disfarce para a incorporação dos espíritos 
e a possibilidade de adquirir forças mágicas;
 • Esculturas - figuras que servem de atributo às divindades e podem 
ser cabeças de animais, figuras alusivas a acontecimentos, fatos 
circunstanciais; 
Figura 10 – Escultura da arte africana. 
Fonte: Pixabay
 • Tecidos - lisos ou estampados, os bordados são feitos com linhas 
e com pedras de vidro e servem para confeccionar roupas longas 
e gorros; 
Figura 11 – Artesanato com tecido na arte africana. 
Fonte: Pixabay
26 Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
 • Religião - O Culto de Ifá é o maior responsável pela divulgação da 
Yoruba Art em todo mundo e são encontradas nos Estados Unidos, 
Cuba, Alemanha, França, Inglaterra, Espanha. No Brasil, as únicas 
religiões que tem relação com a arte africana são: Candomblé e 
Culto aos Egungun; 
 • Música e dança. Na dança africana, cada parte do corpo movimenta-
se com um ritmo diferente, onde os pés acompanham a base 
musical, seguidos pelos braços que equilibram o balanço dos pés. 
Nesse caso, o corpo pode ser comparado a uma orquestra que, 
tocando vários instrumentos, harmoniza-os numa única sinfonia. 
Figura 12 – Música na arte africana. 
Fonte: Pixabay
Outro ponto que merece destaque, é que essas artes não eram 
produzidas com intuito de contemplação em uma exposição direcionada 
a artes, e sim para fins religiosos ou para utilização, de forma que existia 
uma finalidade para cada objeto produzido. 
27Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
SAIBA MAIS:
Você quer se aprofundar mais nesse tema? Recomendamos 
o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento 
no livro: ”África em artes” de (BEVILACQUA & SILVA, 2015)
Arte africana no Brasil
No Brasil muitos artistas dedicaram-se à temática africana, 
como Lasar Segall, Tarsila e Portinari, e outros viram nos seus 
signos fonte para sua linguagem, como Rubem Valentim. Mais 
recentemente, Franz Krajcberg passou a utilizar essas marcas 
culturais e signos em suas intervenções retiradas de troncos 
queimados e paisagens agredidas pelo homem. (AJZENBERG 
& MUNANGA, 2009, p. 192)
O acervo de arte africana do Museu Afro Brasil, Parque Ibirapuera 
– São Paulo, conta atualmente com obras como máscaras, estatuetas e 
outros tipos de produções de diferentes povos e países da África, que 
permitem ao visitante ter um breve contato com a riqueza artística e 
cultural existente no continente.
O Acervo do Museu Afro Brasil conserva mais de 5 mil obras 
que englobam diferentes áreas de múltiplos universos culturais 
africanos, indígenas e afro-brasileiro. Dividido por meio de 
Núcleos temáticos, o acervo procura abranger aspectos da 
arte, da religião afro-brasileira, do catolicismo popular, do 
trabalho, da escravidão, das festas populares, registrando 
assim, a trajetória histórica, artística e as importantes 
influências africanas na construção da sociedade brasileira 
(MUSEU AFRO BRASIL, 2020). 
Na sua coleção possui gravuras, desenhos, pinturas, esculturas, 
aquarelas, fotografias, documentos históricos, mobiliário, obras têxteis, 
plumárias, cestarias, cerâmicas, entre outras obras elaboradas desde o 
séc. XVI até os nossos dias. 
28 Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
Constituído por mais de 300 obras, o núcleo de arte africana 
tradicional do Museu Afro Brasil abarca obras de dezenas de povos que 
compõe os principais exemplares desta arte presente em museus. 
SAIBA MAIS:
Você quer se aprofundar mais nesse tema? Recomendamos 
o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento 
no site: ”Museu Afro Brasil” de (MUSEU AFRO BRASIL, 2020) 
Acessível pelo link: https://bit.ly/2V9588p Acesso em (08/
abr/2020).
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter 
aprendido sobre o conceito de arte como aptidão inata 
para aplicar conhecimentos, usando talento ou habilidade, 
na demonstração de uma ideia, um pensamento; reunião 
das expressões artísticas de um povo, sociedade. A 
arte africana representa os usos e costumes das tribos 
africanas, onde o objeto de arte é funcional e expressam 
muita sensibilidade. A arte africana é comunitária, uma vez 
queas esculturas tomam as formas que são características 
para os povos que as produziram, servindo assim, de uma 
linguagem conhecida e entendida pelos artistas e pelos 
seus destinatários.
 
29Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
O uso da língua portuguesa e a literatura 
nos países africanos
INTRODUÇÃO:
Ao finalizar este capítulo você será capaz de entender 
sobre a utilização da língua portuguesa por alguns países 
africanos como também a sua literatura. Isto será de 
fundamental importância para o exercício de sua profissão. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá. Avante!
A língua portuguesa nos países africanos
A língua portuguesa em países africanos convive com incontáveis 
línguas crioulas, além de uma diversidade de línguas que são nativas 
da região, que por sua vez representa para a vida da população um 
importante instrumento para se comunicarem. 
O português utilizado em alguns países africanos está seguindo 
a norma europeia, no entanto sua oralidade está muito distante do 
português que se fala no Brasil.
Figura 13 – Países africanos que utilizam a língua portuguesa 
Fonte: a autora.
Esses países compõem o espaço dos Países Africanos de Língua 
Oficial Portuguesa (PALOP) que apresenta um ambiente multilíngue e 
também uma multicultural. 
A maneira de falar e recontar a realidade a qual fazem parte são 
de alguma maneira influenciadas por essa multiculturalidade, pois, 
30 Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
todos os africanos que nascem e crescem inseridos nesse contexto não 
conseguem ter a expressividades linguísticas idênticas as de Portugal, 
significando que esses países realizaram a adoção da língua portuguesa 
e usam de acordo com o local e sua realidade.
Os portugueses levaram a língua portuguesa para a África entre os 
séculos XI e XVI, sendo introduzidos na África nas datas seguintes nos 
PALOP.
Guiné Bissal ano de 1446; 
Cabo-Verde, entre 1460-1462;
São Tomé e Príncipe, entre 1470-1971;
Angola, ano de 1482;
Moçambique, ano de 1498.
Apesar da língua portuguesa ser provinda da Europa, é considerada 
uma língua nacional correspondendo de forma plena as necessidades 
exigidas pela comunicação dos PALOP, podendo-se constatar a partir 
dessa afirmação que a possibilidade de associação as transformações 
constantes em que o mundo passa, e com isso as línguas também 
seguem essa mudança assim como a cultura e ambas apresentam uma 
ligação intrínseca. 
Com isso pode ser visto por (RODRIGUES, 2019):
(...)Conexões linguísticas podem ser definidas como 
elementares em determinar prioridades na concertação de 
cooperação entre países, como sem dúvida são também 
essenciais na concertação diplomática. Traços culturais criam 
propriedade na língua adquirida por herança colonial, o que 
se tornou, atualmente, um objeto de promoção no âmbito 
cooperativo desses países, como é possível destacar em 
variados eventos e instituições acerca da promoção da língua 
portuguesa, de âmbito tanto nacional como internacional, 
como por exemplo o Dia Internacional da Língua Portuguesa, 
o Instituto Internacional de Língua Portuguesa e etc., sempre 
31Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
promovidos oficialmente pelos PALOP (RODRIGUES, 2019, p. 
105).
A grande transformação generalizada da cultura dentro do 
continente africano refletiu a língua portuguesa nos PALOP, dessa forma 
as línguas coloniais direcionadas a uso administrativo e jurídico passaram 
a predominar, como também as classes dominantes preferiram para usar 
na sociedade como também em fins políticos, com isso ocorrendo uma 
contribuição importante para que que uma cooperação formal entre os 
PALOP se estabeleça. (BIRMINGHAM, 2009).
As novas variedades relacionadas ao português como também 
a formação de crioulos é resultante dos diferenciados graus ligados a 
reestruturação, onde a língua não materna passou por uma aquisição 
dentro de um cenário, que por sua vez são dependentes de fatores. 
Figura 14- Fatores que são base para aquisição de língua não materna 
Fonte: a autora.
Os fatores sociais e linguísticos específicos podem ser representados 
em:
 • Aspectos demográficos;
 • O grau de acesso à língua alvo no caso o português;
 • Grau de exposição à língua alvo no caso o português;
 • A tipologia das línguas em contato.
Em se tratando da crioulização, ocorre uma necessidade por 
parte dos falantes de línguas diferentes que haja a criação de uma 
plataforma para ocorrer a comunicação comum com isso resulta em 
uma emergencialidade de um código de língua não nativa que vem a ser 
nativizado. 
32 Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
Os casos em sua grande maioria esse processo se dá de forma um 
tanto rápida, onde ocorre o abandono gradual das línguas ancestrais, para 
a adoção da nova língua. Porém ocorre distinção nas novas variedades, 
pelo fato de que as línguas consideradas maternas permanecem com 
sua existência junto ao português, que é a língua que oficialmente tem a 
promoção pelas políticas linguísticas. 
Dessa forma podemos observar como a língua portuguesa foi 
introduzida na África, com isso (FERREIRA, 1995) relata:
A língua portuguesa, de um ou de outro modo, embora 
veladamente, nunca deixou de ser por parte de muitos, 
objeto de opressão, uma vez que era vista e sentida como 
um instrumento de dominação. E, no entanto, alcançada 
a independência nacional, os cinco países terminaram por 
adotá-la como língua oficial (FERREIRA, 1995, p. 141)
A literatura nos países africanos
O surgimento de literaturas na África com expressões portuguesa, 
apresenta-se como um resultado da história que passou por uma 
assimilação por quase quinhentos anos, partindo-se do século XVI, e 
seu desenvolvimento tem como base a colonização pela qual passou os 
países africanos por Portugal, o seu colonizador. Com isso, de acordo com 
(ALMEIDA, ALMEIDA, & CAETANO, 2009):
(...)É conveniente lembrarmos que os portugueses atravessaram, 
em 1415, o Estreito de Gibraltar, sendo os primeiros europeus 
a se situarem em África (Ceuta, em Marrocos), estabelecendo, 
no território africano, devido à presença de comerciantes, 
marinheiros etc., o chamado pidgin, de base portuguesa, 
“idioma” usado com o fito de se estabelecerem as relações, 
sobretudo comerciais. Esse “idioma” evolui, no caso dos 
PALOP, para o crioulo, especialmente nos países em que o 
comércio era muito valorizado. Assim, ali conviviam, com as 
outras línguas de origem autóctone, o pidgin e o crioulo, num 
imenso mosaico linguístico, o que, como veremos, foi fator 
33Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
importante de desunião dos africanos durante muito tempo, 
(...) (ALMEIDA, ALMEIDA, & CAETANO, 2009, p. 50)
É de extrema importante fazer uma observação sobre as literaturas 
africanas que tem o português como sua expressão, por conseguinte isso 
significa um produto resultante de consciencialização que teve de forma 
mais forte seu delineamento durante os anos de 1940 e 1950, onde nas 
“elites lusófonas” promoveram seu desenvolvimento e gênese. 
Ao realizar uma volta ao ano de 1926 pode-se destacar o episódio em 
que o primeiro ministro ditatorial António Salazar de Portugal, estabelece 
uma lei em que faz uma diferenciação entre os africanos, separando-
os em “bárbaros” e “civilizados”, de forma que para ter consideração 
de civilidade os africanos tinham que saber falar e com idealização de 
perspectiva, também teriam que ler e escrever a língua portuguesa 
(ALMEIDA, ALMEIDA, & CAETANO, 2009)
Ainda de acordo com os autores a partir da iniciação dessa lei 
efetiva-se o ponto inicial sobre o que a consciencialização africana viria a 
ser e principalmente relacionado ao negro em África e seu aspecto social 
mediante ao mundo. Com isso a língua portuguesa agiu além de outros 
fatores como um veículo para que ocorresse uma unificação no que se 
refere a comunicação.
Com isso, até a data onde serealizou a independência, o escritor 
africano está inserido entre duas realidades que não lhe permitem ficar 
alheio que são:
 • A sociedade colonial europeia;
 • A sociedade africana.
E devido a tensão existente entre esses dois mundos completamente 
diferentes, que apresentam como resultado um escrito “híbrido”, que 
surge de uma realidade dialética, onde em um momento possui traços 
de aculturação que por sua vez são inquestionáveis, e em outro momento 
com traços de ruptura, esses imperceptíveis ou inexistentes inicialmente. 
34 Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
Ao analisar de forma mais aprofundada, naquele momento, poderia 
se considerar um escrito africano como europeu, devido a algumas 
características. 
Figura 15- Características europeias constatadas em escritos africanos
Fonte: a autora.
Quando se fala em literatura africana que utilizam a língua 
portuguesa, pode-se observar todo um processo.
Tentando a priorização desse processo, É oferecido por (FERREIRA, 
1989) a apresentação de um esquema retratando a literatura africana no 
que se refere ao seu emergir, principalmente no que se refere a poesia, 
direcionado a “os momentos/etapas do produtor do texto” considerados 
por ele (ALMEIDA, ALMEIDA, & CAETANO, 2009).
Esse processo segundo (FERREIRA, O discurso no percurso africano 
I, 1989) é descrito da seguinte forma:
 • Em um momento inicial, o estado de alienação engloba 
absolutamente o escritor, onde a cultura colonizadora o absorve 
inteiramente fazendo com que o escritor reproduza seus ideais. 
 • Em um momento secundário indica a fase onde a percepção 
da realidade é ganhada pelo escritor onde as diferenciações 
geográficas e sociais, entre outras são apontadas no que se refere 
a “metrópole”. 
 • O terceiro, é o momento onde o escritor passa a possuir a 
consciência nacional em que é colonizado, nesse momento 
ocorre a libertação onde um pensamento dialético passa a existir 
entre as raízes que são profundas e a resistência a sujeição ligada 
a colonização. Com isso, a prática da literatura é enraizada no meio 
social como também no geográfico e cultural: é considerada a 
desalienação e a revolta em seu discurso. 
35Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
 • É correspondente ao quarto momento, uma fase intrinsecamente 
ligada a história referente a independência nacional, onde a 
individualidade do escritor africano de forma plena, é reconstituída: 
nessa fase os textos são produzidos em liberdade, utilizando a 
criatividade. 
Ainda segundo o autor o entendimento que permeia a literatura 
africana resulta em uma compreensão de um cenário dinâmico pelo 
qual a produção literária é orientada, onde a ausência de rigidez e 
inflexibilidade fazem parte desses momentos, isso permite muitas vezes 
ao escritor percorra dois ou três desses momentos: no que diz respeito 
ao espaço de criatividade poética e ontológica do escritor, são movidos 
valores absorvidos do colonizador e que por sua vez são reconhecidos 
com adquiridos, os valores da cultura original funcionam e sempre há a 
perca de consciência de valores e que se precisa ser ressuscitada.
 Em uma visão mais historicista o autor (CHABAL, 1994) faz referência 
ao relacionamento existente entre o escritor africano junto a oralidade 
onde são propostas onde as literaturas africanas elaboradas em língua 
portuguesa são abrangidas, são elas:
 • A fase inicial é intitulada como assimilação, estão incluídos nessa 
fase aqueles escritores onde seus textos literários são produzidos 
a partir de imitações, principalmente dos modelos europeus de 
escritas;
 • A segunda fase é denominada de resistência, onde a 
responsabilidade de construtor é assumida pelo escritor africano, 
torna-se defensor e arauto da cultura africana, nessa fase o 
homem africano passa a ter uma conscientização definitiva do seu 
valor rompendo assim com os moldes inseridos pelos europeus. É 
também a fase onde a africanidade é conscientizada, coincidindo 
com a influência de Léopold Senghor, Léon Damas e Aimé Césaire.
 • A terceira fase está relacionada com o tempo que o escritor 
africano leva para se afirmar como tal coincidindo também com a 
fase das literaturas africanas de língua portuguesa, que de acordo 
com o teórico, é ocorre em momento posterior a independência. 
36 Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
Nessa fase é procurado pelo escritor sua marcação diante da 
sociedade, além da definição de sua posição nas sociedades pós-
coloniais a qual faz parte. 
 • No que se refere a quarta fase, correspondente a atualidade, indica 
que os trabalhos feitos em termos literários se consolidaram, 
nesse momento são traçados pelos escritores rumos novos para 
a o futuro que engloba literatura inserida nas coordenadas dos 
países de forma individual, havendo um esforço ao mesmo tempo 
para quer o lugar que compete as literaturas nacionais no corpus 
literário universal possa ser garantido. 
Com isso, se pretendermos adquirir uma visão direcionada ao 
conjunto das literaturas provindas da África em língua portuguesa, faz-
se ter uma necessidade a consideração dessas fases onde o texto é 
produzido, como também considerar os momentos onde houve uma 
ruptura referente aos códigos que foram estabelecidos. 
Há uma concordância entre os historiadores e os críticos que os 
fundamentos que representam esses momentos são caracterizados 
pela aparição de movimentos literários que tiveram grande relevância ou 
também de importantes obras que contribuíram para que as literaturas se 
desenvolvessem. 
Figura 16 – Obras que contribuíram para o desenvolvimento da literatura africana 
Fonte: a autora.
37Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
sobre a chegada da língua portuguesas em alguns 
países africanos através da colonização realizada pelos 
portugueses, e como esses países passaram a adotar e a 
se comunicar através dessa língua de forma oficial, assim 
como ocorreu o desenvolvimento da literatura nesses 
países e suas fases em relação a transição entre a utilização 
de modelos de literaturas europeias para o uso da literatura 
de raízes africanas.
 
38 Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
A importância do estudo da literatura 
africana à luz da legislação brasileira
INTRODUÇÃO:
Ao finalizar este capítulo você será capaz de entender 
sobre a importância de se estudar a literatura de origem 
africana nos Estados Brasileiros. Isto será de fundamental 
importância para o exercício de sua profissão. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
A afrodescendência e sua identidade no 
Brasil
A obtenção da identidade não significa um atributo permanente 
que é consolidado para sempre, esse atributo na verdade é construído 
com o passar do tempo pelos indivíduos, de acordo com o conhecimento 
entre eles, e a sua compreensão sobre a posição que ele ocupa em meio 
a sociedade a qual está incluso, como também sobre a atuação das 
relações de poder presentes mundialmente como também a posição das 
pessoas que o cercam. 
O significado da identidade está intrinsecamente ligado à sua 
identificação com um grupo juntamente com o sentimento sobre o 
pertencimento e seu posicionamento diante da sociedade e política. 
Dessa forma ao adquirir conhecimento sobre a produção de 
literaturas de países lusófonos da África, buscando os conteúdos que 
apresentam afirmação sobre a africanidade, que demonstrem orgulho 
no que diz respeito a sua ancestralidade como também o papel que ela 
exerce como ferramenta para o lugar do negro no mundo seja redefinido, 
torna-se uma forma para que as matrizes de cultura africanas sejam 
resgatadas assim como realizar a ressignificação do que é a África e osignificado de ser negro direcionando para o afrodescendente do Brasil. 
39Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
A literatura africana de língua portuguesa é formada pelas literaturas 
produzidas em: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São 
Tomé e Príncipe, nos quais a língua portuguesa é idioma oficial e cuja 
produção literária é vista como autônoma, de expressão particular, única 
e não-portuguesa, ainda assim, não é qualquer obra produzida nesses 
países que deverá ser estudada (NASCIMENTO C. M., A literatura Africana 
de expressão portuguesa e a construção da identidade afro-brasileira, 
2019, p. 2).
Com a obtenção desse conhecimento é permitido que a 
ancestralidade africana seja valorizada resultando na superação 
relacionada a inferioridade como um complexo estabelecido através do 
processo em que os negros foram dominados durante muito tempo no 
país, tendo alguns direitos roubados. 
Figura 17 – Direitos retirado de negros durante a colonização no Brasil 
 Fonte: a autora
Com isso ao estudar a literatura lusófona africana, surge um 
caminho para que uma nova consciência sobre o significado de ser 
afrodescendente ou negro no Brasil como também sobre a profunda 
conexão existente entre os PALOPs e o Brasil como também a África em 
sua totalidade.
A literatura africana de expressão portuguesa oferece uma visão 
do negro e da África que foge da limitação dos estereótipos 
40 Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
pejorativos, trazendo o negro no papel de protagonista, 
herói, sábio, fonte de conhecimento e de cultura, guerreiro 
e guardião da história de seu povo; permitindo, assim, que o 
leitor brasileiro (re)descubra a diversidade cultural que forma 
o continente africano e que está entranhada em suas próprias 
raízes ancestrais (NASCIMENTO C. M., A literatura Africana 
de expressão portuguesa e a construção da identidade afro-
brasileira, 2019, p. 7).
O crescimento das pessoas afrodescendentes no Brasil se 
deu sob uma visão encarada como dominante, em sua normalidade 
inconscientemente, onde deve-se ser alcançado o ideal da branquitude, 
enquanto é observado a inferioridade dos negros, e que deve haver 
afastamento dos indivíduos, onde inclui-se tudo que proporcione o realce 
das características consideradas de negros. 
Em muitas vezes o indivíduo nem se reconhece como 
afrodescendente, geralmente é usada a classificação de pardo ou moreno 
afastando-se do termo negro para aproximar-se o máximo possível do 
branco. 
Dessa forma a miscigenação ocupa um papel para se “elevar” em 
algumas características. 
Figura 18 – Características para que ocorra ”elevação” a partir da miscigenação.
Fonte: a autora.
41Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
No entanto pode ser observado na literatura africana que possui 
expressões portuguesa o oferecimento de uma visão acerca da África e 
do negro, nela é trazido aos negros o protagonismo, o transformando em 
herói, em sábio, sendo fonte de cultura e de conhecimentos, onde ele 
aparece como guardião do seu povo e guerreiro, havendo uma fuga da 
limitação dos estereótipos direcionados a eles de forma pejorativa. 
Dessa forma é permitido que a diversidade cultural pela qual o 
continente africano é formado, seja (re)descoberta pelo leitor brasileiro e 
de que certa forma que ele adquira o conhecimento de que as suas raízes 
ancestrais estão entranhadas em seu meio. 
A literatura africana na educação 
Brasileira
A literatura africana representada pelos seus conteúdos foi 
introduzida na educação do Brasil com o objetivo de promoção para que 
políticas de reparação fossem criadas, assim obtendo a valorização e a 
história sobre a identidade e cultura afrodescendente.
No Brasil foi criada uma lei nacional que garante os estudos da 
cultura africana em todos os Estados do Brasil, aprovada em 09 de janeiro 
de 2003, onde foi promulgada a Lei nº 10.639, resultante do Projeto de Lei 
nº 259, que teve sua apresentação em 1999 pela deputada Esther Grossi e 
Benhur Ferreira, onde tiveram dois artigos apresentados à Lei nº 9.394/96 
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional:
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e 
de Ensino Médio, públicos e privados, torna-se obrigatório 
o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. § 1o 
O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá 
diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a 
formação da população brasileira, a partir desses dois grupos 
étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, 
a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura 
negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação 
da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas 
42 Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
áreas social, econômica e política, pertinentes à história do 
Brasil. § 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-
brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados 
no âmbito de todo o 14 currículo escolar, em especial nas 
áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras 
(BRASIL, 1996, p. 09).
Na atualidade, observa-se um grande desafio para que se possa 
elaborar as propostas didáticas em literatura com destaque ao ensino 
médio direcionadas aos africanos, o estudo da história da África, da 
cultura negra do Brasil, da luta vivenciada pelos negros no Brasil e da 
participação dos negros para que a sociedade brasileira seja formada e 
que que por sua vez tornou-se obrigatório com a aprovação da lei da Lei 
no 10.639/03.
Nesse contexto, deve-se ter uma observação mais profunda sobre 
as áreas de história, literatura e artes, dessa forma faz-se necessário uma 
abordagem sobre os aspectos históricos como também das culturas 
africanas que tanto participaram como ainda participam e constituem de 
forma enraizada país em que vivemos. 
Diante do observado torna-se interessante dar uma tenção maior 
ao breve histórico da literatura africana exposto no capítulo anterior, pois 
com sua utilização há um melhoramento da compreensão sobre a ligação 
existente com a literatura do Brasil e também como essas obras podem 
contribuir como ferramenta para a aprendizagem referente a cultura e a 
história de países africanos lusófonos, e com isso possa haver um nova 
construção sobre a imagem da África como também de seus povos, de 
forma que o discurso imperialista de colonização, atraso e escravidão seja 
desvinculada a ela.
Nesse contexto os autores que fazem parte do PALOPs ou também 
os países africanos lusófonos realizam um rompimento acerca dos 
temáticos da metrópole e de padrões estéticos, mesmo escrevendo 
ainda a língua pertencente ao colonizador, a literatura é utilizada como 
uma ferramenta onde eles podem se autoconhecer tendo como resultado 
uma autoestima nacional fortalecida, dessa forma ocorre um rompimento 
com:
43Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
 • A imagem de servidão;
 • Submissão;
 • Da incapacidade de falar; e
 • Da incapacidade de agir por sua conta.
Essas características por muito tempo foram atribuídas aos negros, 
e que através das literaturas desenvolvidas por esses autores, ocorrendo 
um fortalecimento no que se refere ao reconhecimento cultural e literário 
de raízes africanas. 
Assim, favorecendo para que pudesse ser reconhecido a 
deturpação das imagens que ocupavam o colonizador como também os 
colonizados, que durante o período de colonização foram criadas, que 
por sua vez ocupava o papel de motivação para o sistema responsável 
pela escravidão e dominação. A partir da literatura o negro passou de 
objeto para ser o sujeito responsável por sua história, de forma nenhuma 
por ter ganhado de outros, essa posição, e sim pelo fato dessa posição ter 
sido conquistada para si. 
(...) em um momento em que se percebe um movimento de 
valorização das raízes africanas entre os afrodescendentes 
brasileiros,descobrir por meio das literaturas africanas de 
expressão portuguesa a sua ancestralidade, a complexidade 
do panorama cultural e histórico africano, o processo de 
resistência e de superação das limitações impostas pela 
dominação, permitirá ao afro-brasileiro redescobrir suas raízes, 
entrar em contato com uma realidade nunca imaginada de 
ricos aspectos culturais e as vias de comunicação entre Brasil 
e África que ultrapassam o tráfico de negros escravizados, 
como o diálogo poético existente entre autores africanos 
e brasileiros (NASCIMENTO C. M., A literatura Africana de 
expressão portuguesa e a construção da identidade afro-
brasileira, 2019, p. 8).
Entre os meios literários a literatura lusófona africana é uma das 
que apresentam mais popularidade, no entanto é pouco evidenciada nos 
44 Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
materiais didáticos utilizados no ensino médio como também nos cursos 
universitários, em seletos cursos de Comunicação e Letras esse tema é 
oferecido como uma disciplina optativa. 
No entanto, ao realizar o estudo da literatura africana, o negro pode 
ser entendido dentro de suas raízes e de sua cultura. A literatura africana 
não pode ser falada sem junto a ela destacar a “Negritude”, que de forma 
inicial e usando a literatura como uma ferramenta, a libertação do negro 
pode ser firmada, e que em um momento posterior ultrapassou o limite de 
apenas um movimento literário e sim uma afirmação de independência, 
de se clamar pelo reconhecimento como também um ato político. 
Com isso, deve-se haver uma reflexão sobre a negritude nos 
estudos relacionados aos textos africanos literários aqui no Brasil também, 
pois mesmo após a publicação da Lei 10.639/03 que por sua vez obriga 
o ensino da cultura e da história africana nas escolas, no entanto ainda 
há muitas discussões no que se refere a implementar esses conteúdos 
acerca de do currículo escolar de forma completa como também a falta 
de uma postura sobre uma metodologia específica e necessária para que 
esse objetivo seja alcançado. 
Porém é de extrema importância que sejam trabalhados pelos 
educadores tanto a cultura como a história afro-brasileira como também 
a indígena dentro do espaço escolar, visto que esse tema pode e deve ser 
discutido pois a influência exercida por esses povos tem efeito direto para 
que a cultura brasileira seja construída, e assim a visão do negro de forma 
pejorativa seja destruída no Brasil. 
Dessa forma observa-se que é de fundamental importância 
que haja uma abordagem pelo núcleo escolar, da literatura negra 
introduzindo-a em sua prática pedagógica, e por conseguinte conseguir 
favorecer o hábito e o prazer da leitura, assim a literatura é vista como 
uma ferramenta importante para que os indivíduos sejam formados, visto 
que é despertado alguns aspectos nos educandos no que se refere a 
diversidade étnico-racial, objetivando um convívio social melhor.
45Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
Figura 19 – Aspectos despertados nos educandos com a literatura africana 
 Fonte: a autora.
Assim, ao realizar estudos sobre a literatura africana significa, o 
estudo de textos onde expõem relatos do cotidiano e da vida dos negros, 
sobre a sua influência e a sua luta para que a cultura e história da nação 
fosse construída. 
De acordo com Nascimento (2019), na atualidade as obras que 
são produzidas por autores africanos que utilizam a língua portuguesa 
são estabelecidas na independência de suas produções, mostrando 
características próprias marcantes, entre esses autores reconhecidos 
internacionalmente estão:
 • Mia Couto;
 • Pepetela;
 • José Eduardo Agualusa;
 • José Luandino Vieira; e
 • Ondjaki.
No Brasil, as produções desses autores ainda apresenta pouco 
conhecimento pelo público, isso ocorre devido a ínfima abordagem da 
literatura africana no ensino brasileiro, outro motivo está relacionado ao 
interesse limitado do mercado editorial para publicar suas obras, como 
resultado há uma grande dificuldade para que esse material tanto literário 
como crítico, possa ser obtido, dessa forma fica ainda mais limitado 
o ensino que por sua vez exerceria contribuição para que essas obras 
fossem divulgadas (NASCIMENTO C. M., A literatura Africana de expressão 
portuguesa e a construção da identidade afro-brasileira, 2019)
A partir do ensinamento nas escolas da literatura africana lusófona, a 
valorização da cultura que vem da ancestralidade como também o retorno 
ás raízes da África são características que são obtidas, para isso deve 
46 Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
ser apresentado a dimensão existente tanto social como culturalmente 
relacionado ao texto literário que será construído permeando a realidade.
Com isso, surge a possibilidade de provocação aos alunos em 
relação a identificação de padrões considerados negativos que foram 
propagados secularmente durante o tempo de dominação e que 
colocaram sobre a população negra, que até nos dias atuais mostram 
sofrimento em relação ao complexo de inferioridade de forma coletiva 
até mesmo subconscientemente resultante desses séculos de agressões 
sofridas.
E para se obter uma postura diferente, faz-se necessário uma 
tomada de consciência voltada para essa realidade de deturpação 
desses padrões socioculturais, e a partir daí haverá possibilidade de que 
a identidade afro-brasileira coletiva seja reconstruída, com base em uma 
realidade histórica, com positividade que tenha capacidade para o resgate 
da humanidade plena e a autoestima dos afrodescendentes e de negros. 
Os negros a partir da tomada desse conhecimento finalmente 
poderão ver e serem vistos como sujeitos que exercem participação do 
processo onde a cultura é construída e não apenas como objetos que 
fazem parte da história de forma deturpada. 
SAIBA MAIS:
Você quer se aprofundar mais nesse tema? Recomendamos 
o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento 
do artigo: ” A literatura africana de expressão portuguesa e 
a construção da identidade afro-brasileira”. (NASCIMENTO 
C. M., A literatura Africana de expressão portuguesa e a 
construção da identidade afro-brasileira, 2019). Acessível 
pelo link: https://bit.ly/2zSAAQS Acesso em (11/abr/2020).
47Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter 
aprendido sobre a importância de se estudar as literaturas 
de países africanos lusófonos no Brasil, juntamente com os 
desafios encontrados para que esse tipo de literatura seja 
introduzida nas escolas. Mesmo tendo a obrigatoriedade 
por lei, a realidade que podemos observar é que a literatura 
africana no Brasil é muito pouco estudada não tendo o 
destaque que deveria ter. Os benefícios levados para os 
leitores dessa literatura são enormes, pois, a visão sobre o 
ser humano negro é colocada em seu lugar como um ser 
capaz e protagonista da história real africana, e não apenas 
uma imagem passada pela visão colonial.
48
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Literaturas Africanas em Língua Portuguesa
Lisiane Lucena Bezerra
Literaturas Africanas em 
Língua Portuguesa
	Conceitos e cultura da literatura africana
	Conceito: Literatura e cultura
	História da literatura africana de expressão portuguesa
	Literatura africana em língua portuguesa
	Conceito de arte e cultura africana
	Conceito de arte africana
	Arte africana no Brasil
	O uso da língua portuguesa e a literatura nos países africanos
	A língua portuguesa nos países africanos
	A literatura nos países africanos
	A importância do estudo da literatura africana à luz da legislação brasileira
	A afrodescendência e sua identidade no Brasil
	A literatura africana na educação Brasileira

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