Buscar

Apostila Biotecnologia de Plantas 2022 1_NHZ1078-15

Prévia do material em texto

DANHZ1078-15 
 
Biotecnologia de Plantas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE LABORATÓRIO 
 
 
 
 
 
2022.1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Responsáveis: Profa. Dra. Hana Paula Masuda 
 Prof. Dr. Wagner Rodrigo de Souza 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
ÍNDICE 
CRONOGRAMA ...................................................................................................... 4 
SEGURANÇA E NORMAS DE TRABALHO NO LABORATÓRIO ................... 5 
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 6 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ............................................................................... 7 
PRÁTICA 1: Cultura de tecidos vegetais: indução e isolamento de calos 
embriogênicos de Setaria viridis .............................................................................. 9 
PRÁTICA 2: Transformação genética de Setaria viridis ....................................... 17 
PRÁTICA 3: Bioinformática .................................................................................. 27 
PRÁTICA 4: Extração de DNA genômico ............................................................. 35 
PRÁTICA 5: Caracterização molecular de plantas transgênicas: reação em cadeia 
da polimerase (PCR) ............................................................................................... 39 
PRÁTICA 6: Eletroforese em gel de agarose ......................................................... 45 
PRÁTICA 7: Extração de RNA .............................................................................. 50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
FIGURAS 
 
 
Figura 1. Passo-a-passo da retirada da palha e da casca de Setaria viridis, a seta indica o lado em 
que a semente deve ser colocada em contato com o meio de indução de calos (CIM). ............... 13 
Figura 2. a. Calo embriogênico após 4-5 semanas em meio de indução. b. Calo embriogênico 
translúcido (tecido adequado para transformação – setas). .......................................................... 15 
Figura 3. Etapas de indução de calos embriogênicos e regeneração de plântulas de Setaria viridis 
após transformação genética. ........................................................................................................ 26 
Figura 4. Plataforma Phytozome ................................................................................................... 28 
Figura 5. Busca por genes, famílias e sequências. ........................................................................ 29 
Figura 6. Sequência de peptídeos .................................................................................................. 29 
Figura 7. Clustal Omega para alinhamento de sequências múltiplas ............................................ 31 
Figura 8. Ferramenta online Pfam ................................................................................................ 32 
Figura 9. Local onde inserir a sequência de aminoácidos no Pfam .............................................. 32 
Figura 10. Ferramenta online ProDom ......................................................................................... 33 
Figura 11. Local onde inserir a sequência de aminoácidos no ProDom ....................................... 34 
Figura 12. Demonstração esquemática da programação dos ciclos da PCR com temperatura e 
tempos de desnaturação, de anelamento e de extensão. ................................................................ 43 
Figura 13. Comparação entre as moléculas de RNA (fita simples) e DNA (fita dupla)............... 51 
Figura 14. O dogma central da biologia........................................................................................ 51 
 
 
TABELAS 
 
Tabela 1. Meio de indução de calos .............................................................................................. 14 
Tabela 2. Meio de co-inoculação CIM líquido. Obs.: Este meio NÃO tem adição de CuSO4. .... 24 
Tabela 3. Meio de regeneração (MRS) ......................................................................................... 25 
Tabela 4. Preparo do master mix para PCR. Obs.: Complete a tabela com a quantidade 
equivalente de reagentes de acordo com o número de amostras a serem analisadas. ................... 43 
Tabela 5. Limites de eficiência da separação de DNA em diferentes concentrações de agarose. 47 
file:///C:/Users/USUARIO/Downloads/NHZ1078-15_Apostila%20Biotecnologia%20de%20Plantas%202022.1_Hana%20e%20Wagner%20-%20Formatada.doc%23_Toc94801163
file:///C:/Users/USUARIO/Downloads/NHZ1078-15_Apostila%20Biotecnologia%20de%20Plantas%202022.1_Hana%20e%20Wagner%20-%20Formatada.doc%23_Toc94801165
file:///C:/Users/USUARIO/Downloads/NHZ1078-15_Apostila%20Biotecnologia%20de%20Plantas%202022.1_Hana%20e%20Wagner%20-%20Formatada.doc%23_Toc94801167
file:///C:/Users/USUARIO/Downloads/NHZ1078-15_Apostila%20Biotecnologia%20de%20Plantas%202022.1_Hana%20e%20Wagner%20-%20Formatada.doc%23_Toc94801168
file:///C:/Users/USUARIO/Downloads/NHZ1078-15_Apostila%20Biotecnologia%20de%20Plantas%202022.1_Hana%20e%20Wagner%20-%20Formatada.doc%23_Toc94801169
file:///C:/Users/USUARIO/Downloads/NHZ1078-15_Apostila%20Biotecnologia%20de%20Plantas%202022.1_Hana%20e%20Wagner%20-%20Formatada.doc%23_Toc94801170
4 
 
CRONOGRAMA 
 
SEMANA ATIVIDADES 
1 (18/02) 
Apresentação da disciplina, dos critérios e das datas de avaliação e das 
disposições gerais do curso experimental. 
TEORIA 1*: Aplicações biotecnológicas em plantas 
LABORATÓRIO: Apresentação da disciplina (presencial) 
Prof. Wagner de Souza 
2 (25/02) 
TEORIA 2: Cultura de tecidos 
PRÁTICA 1: Indução e isolamento de calos embriogênicos de S. viridis. 
Prof. Wagner de Souza 
3 (04/03) 
TEORIA 3: Métodos de transformação genética de plantas 
PRÁTICA 2: Transformação genética de S. viridis 
Prof. Wagner de Souza 
4 (11/03) 
TEORIA 4: Prospecção de genes para melhoramento genético 
PRÁTICA 3: Bioinformática 
Prof. Wagner de Souza 
5 (18/03) 
TEORIA 5: Dogma central da biologia molecular (revisão) 
PRÁTICA 4: Extração de DNA genômico 
Prof. Hana Masuda 
6 (25/03) 
TEORIA 6: Tecnologia do DNA recombinante 
PRÁTICA 5: Reação em cadeia da polimerase (PCR) 
Prof. Hana Masuda 
7 (01/04) 
TEORIA 7: Técnicas moleculares e técnicas de edição gênica 
PRÁTICA 6: Eletroforese em gel de agarose e discussão de resultados 
Prof. Hana Masuda 
8 (08/04) FERIADO: Municipal 
9 (15/04) FERIADO: Paixão de Cristo 
10 (22/04) FERIADO: Tiradentes (emenda) 
11 (29/04) 
TEORIA 8: Biossegurança e marcos regulatórios 
PRÁTICA 7: Extração de RNA 
Prof. Hana Masuda 
12 (06/05) 
AVALIAÇÃO FINAL 
NÃO HAVERÁ AULA DE LABORATÓRIO 
13 (13/05) REPOSIÇÃO FERIADO 
14 (16/05) REPOSIÇÃO FERIADO - SUB/EXAME 
15 (19/05) REPOSIÇÃO FERIADO 
 
 
* As aulas teóricas serão REMOTAS, disponibilizadas na Plataforma Moodle. 
 
5 
 
SEGURANÇA E NORMAS DE TRABALHO NO LABORATÓRIO 
 
Leia integralmente o Guia de Segurança, Experimentos e Atividades (3ªed.) da disciplina de 
Base Experimental das Ciências Naturais. Destacam-se: 
 
 
 
 
Segurança 
• Conheça a localização dos chuveiros de emergência, extintores e lavadores de olhos. 
 
• Use sempre avental, mantenha os cabelos presos e use calçados fechados, mesmo na 
aula reservada para o preparo da prática seguinte; 
 
• Os óculos são obrigatórios! 
• Usar a capela sempre que possível; 
• Nunca pipete com a boca, não cheire, nem experimente os produtos químicos; 
• Comes e bebes, só fora do laboratório; 
• Consulte o professor cada vez que notar algo anormal ou imprevisto; 
• Comunique qualquer acidente, por menor que seja ao professor; 
• Se utilizar chama, mantenha longe de qualquer reagente! 
• Nunca brinque no laboratório; 
• Evite o contato de qualquer substância com a pele; 
 
• Nunca aqueça o tubo de ensaio, apontando a extremidadeaberta para um colega ou para 
si mesmo. 
 
• Cuidado ao aquecer vidro em chama: o vidro quente tem exatamente a mesma 
aparência do frio. 
 
 
Procedimentos gerais 
• Siga rigorosamente as instruções fornecidas pelo professor. 
• Pesquise sempre a toxicidade dos reagentes antes das práticas. 
• Nunca abra um recipiente de reagente antes de ler o rótulo. 
• Evite contaminar reagentes, nunca retorne o excedente aos frascos de origem. 
• Adicione sempre ácidos à água, nunca água a ácidos. 
• Não coloque nenhum material sólido dentro da pia ou nos ralos. 
• Não coloque resíduos de solventes na pia ou ralo; há recipientes apropriados para isso. 
 
• Não atire vidro quebrado no lixo comum. Deve haver um recipiente específico para 
fragmentos de vidro. 
• Verifique se as conexões e ligações estão seguras antes de iniciar uma reação/destilação 
• Ao terminar a prática, lave o material utilizado e deixe-o em ordem. 
 
6 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
 
BUCHANAN, B.B., WILHEIM, G., JONES R.L. 2015. Biochemistry and Molecular Biology of 
Plants, 2nd Edition. Willey Blackwell. 1280 pp. 
FALEIRO, F.G., ANDRADE, S.R.M., REIS-JUNIOR, F.B. 2011. Biotecnologia: Estado da Arte e 
Aplicações na Agropecuária. Embrapa Cerrados. 730 pp. 
LEHNINGER, A.L.; NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de bioquímica. 4ed. SP: Sarvier, 
2006. 1202p. 
NEUMANN, K.-H., KUMAR, A., IMANI, J. 2009. Plant Cell and Tissue Culture: a Tool in 
Biotechnology. Ed. Springer. 333 pp. 
SLATER, A., SCOTT, N.W., FOWLER, M.R. 2008. Plant Biotechnology: The Genetic 
Manipulation of Plants, 2nd Edition. Oxford Press. 400 pp. 
STEWART, C.N. 2016. Plant Biotechnology and Genetics: Principles, Techniques, and 
Applications, 2nd Edition. Ed. Wiley. 432 pp. 
TAIZ, L. e ZEIGER, E. 2013. Fisiologia Vegetal. Ed. Artmed. 954 pp. 
UMESHA, S. 2017. Plant Biotechnology. The Energy and Resources Institute. 383 pp. 
 
 
Informações técnicas (propriedades físicas, toxicidade, preço, nomenclatura) 
1. CRC Handbook of Chemistry and Physics 
2. Sigma-Aldrich - www.sigmaaldrich.com 
3. IUPAC Gold Book - http://goldbook.iupac.org/ 
4. Merck Index 
 
Bases de Dados/Referências 
1. The Web of Science (www.isiknowledge.com) 
2. SciELO - Scientific Electronic Library Online (www.scielo.org) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.scielo.org)/
7 
 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 
 
 
Os conceitos a serem atribuídos ao longo da disciplina estarão de acordo com os 
critérios contidos no Sistema de Avaliação do Processo de Ensino e Aprendizagem, 
parte do Projeto Pedagógico do BC&T. 
Conceito Desempenho 
 
A 
Desempenho excepcional, demonstrando excelente compreensão da disciplina e do 
uso do conteúdo. 
B Bom desempenho, demonstrando boa capacidade de uso dos conceitos da 
disciplina. 
 
C 
Desempenho mínimo satisfatório, demonstrando capacidade de uso adequados dos 
conceitos da disciplina, habilidade para enfrentar problemas relativamente simples 
e prosseguir em estudos avançados. 
 
 
 
D 
Aproveitamento mínimo não satisfatório dos conceitos da disciplina, com 
familiaridade parcial do assunto e alguma capacidade para resolver problemas 
simples, mas demonstrando de deficiências que exigem trabalho adicional para 
prosseguir em estudos avançados. Nesse caso, o aluno é aprovado na expectativa 
de que obtenha um conceito melhor em outra disciplina, para compensar o 
conceito D no cálculo do CR. Havendo vaga, o aluno poderá cursar esta disciplina 
novamente. 
E Reprovado. A disciplina deve ser cursada novamente para obtenção de crédito. 
O Reprovado por falta. A disciplina deve ser cursada novamente para obtenção de 
crédito. 
 
 
Determinação do conceito final na disciplina 
 
O conceito final da disciplina será determinado após a avaliação final, que será 
disponibilizada na Plataforma Moodle. 
Atenção: para cada avaliação não realizada será atribuído conceito “F”. Em 
caso de falta justificada, o aluno realizará uma prova escrita substitutiva com o mesmo 
conteúdo da avaliação não realizada (Resolução ConsEPE UFABC n. 181, de 
23/10/14). 
Para ser considerado aprovado na disciplina, o aluno deverá cumprir, 
simultaneamente, as seguintes condições: 
8 
 
1) ter comparecido, no mínimo, a 75% do total das aulas da disciplina (teoria e 
laboratório); 
2) obter, no mínimo, o conceito final “D” na disciplina. 
 
Recuperação 
 
A avaliação de recuperação (exame) será realizada em data, local e horário 
a serem combinados com o(a) professor(a) (Resolução ConsEPE n.182 a qual 
regulamenta a aplicação de mecanismos de recuperação nos cursos de graduação da 
UFABC). 
A avaliação de recuperação (exame) poderá envolver todos os conhecimentos 
explorados na disciplina (aulas teóricas e de laboratório) e é destinado ao discente que 
for aprovado com Conceito Final D ou reprovado com Conceito Final F. O(A) aluno(a) 
que obtiver conceito final D e tiver interesse em realizar o exame de recuperação deverá 
informar o(a) professor(a) com antecedência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
PRÁTICA 1: Cultura de tecidos vegetais: indução e isolamento de 
calos embriogênicos de Setaria viridis 
 
Atenção 
Não recarregar o celular no laboratório. 
Não retirar aparelhos da tomada. Em caso de dúvidas, consultar o(a) professor(a) 
e/ou os técnicos no laboratório. 
 
CULTURA DE TECIDOS VEGETAIS 
INTRODUÇÃO 
 
A cultura de tecidos é definida como a cultura asséptica in vitro de células, 
tecidos, órgãos e seus componentes sob condições físicas e químicas estritamente 
controladas. Constitui-se de uma importante ferramenta biotecnológica para estudos 
básicos de fisiologia, bioquímica, fatores responsáveis pelo crescimento e metabolismo, 
diferenciação celular, entre outras. Por outro lado, a cultura de tecidos também possui 
ampla aplicação prática para a agricultura, envolvendo micropropagação, produção de 
compostos secundários (produtos naturais), transformação genética, manutenção do 
germoplasma e limpeza clonal. 
As condições de cultivo in vitro também envolvem um ambiente físico (luz, 
temperatura) e químico (composição do meio de cultivo) rigidamente controlados. Na 
base de toda a cultura de tecidos estão a totipotência e a competência celular, que 
permitem que uma célula vegetal se transforme em uma planta intacta, desde que 
aplicados os estímulos corretos para tal. A competência celular garante a capacidade das 
células totipotentes de reagirem aos estímulos, para desenvolverem todo seu potencial 
genético. 
Existem duas categorias de cultura de tecidos, que envolvem basicamente a rota 
morfogenética adquira pelas células: 
(i) Cultivos com crescimento organizado: cultura de meristemas, cultura de ápices 
caulinares ou gemas, cultura de segmentos nodais (gemas laterais dos nós + 
pequeno pedaço de tecido), cultura de raízes isoladas e cultura de embriões. 
(ii) Cultivos com crescimento não organizado: cultura de calos (massa de células 
desorganizada), células em suspensão (meio de cultura líquido), cultura de 
protoplastos (células sem a parede celular), cultura de anteras e pólen 
10 
 
Os processos de desenvolvimento da planta regenerada podem ocorrer por meio 
de duas maneiras, dependendo do tipo de explante, estádio fisiológico da planta e o 
ambiente físico e químico do meio de cultura. 
(i) Organogênese: Processo de formação de uma nova plântula a partir de um 
explante; 
(ii) Embriogênese somática: Formação de embriões a partir de células somáticas, 
sem fecundação zigótica. 
Tanto a organogênese quanto a embriogênese somática podem ocorrer de 
maneira direta ou indireta. A organogênese ou embriogênese direta ocorre quando 
plântulas ou embriões, respectivamente, surgem a partir de meristemas já existentes nos 
explantes. Na via indireta, os processos ocorrem primeiramente através da formação de 
calos, seguida da formação de meristemas para depois formarem-se plântulas ouembriões. A rota morfogenética depende de vários fatores, tais como tipo de explante, 
tipo de espécie, propósito da aplicação da cultura de tecidos etc. 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM A CULTURA DE TECIDOS 
 
1. Explantes 
A seleção dos explantes, ou seja, a parte da planta que será excisada para dar 
origem às plântulas, deve ser criteriosa e depende altamente da espécie a ser propagada. 
Geralmente, são utilizados tecidos jovens, que possuem crescimento ativo, devendo os 
mesmos estarem livres de estresse e ataque de pragas e patógenos. Os explantes mais 
utilizados são meristemas, ápices caulinares e gemas axilares. 
 
2. Desinfestação 
Se possível, tratamentos de desinfestação devem ser realizados já na planta 
matriz, aquela que dará origem ao explante. Após a excisão do explante, o mesmo 
também deve passar por tratamentos físicos ou químicos para desinfestação antes de ser 
transferido para o meio de cultivo. Usualmente os explantes são tratados com 
hipoclorito de sódio e uma gota de detergente (Tween 20) para diminuir a tensão 
superficial e aumentar o contato do explante com o agente químico. Todos os materiais 
de manipulação também devem ser esterilizados, geralmente em autoclave a 120oC por 
30 minutos. Antes de serem utilizados, os materiais de manipulação devem ser imersos 
em etanol 96% e flambados. 
11 
 
 
3. Oxidação 
É muito comum durante o estabelecimento da cultura de tecidos a oxidação 
fenólica, que pode ser desencadeada pelo estresse causado durante a excisão do explante 
ou pelas condições do meio de cultura. A oxidação é altamente dependente do genótipo 
e da espécie a ser cultivada. Alguns fatores que influenciam a oxidação são a idade e o 
tipo do explante, além da época do ano em que foi extraído. Para se minimizar a 
oxidação fenólica, procura-se diminuir os danos físicos causados pela remoção do 
explante da planta matriz, bem como a redução dos danos químicos causados na 
desinfestação. Além disso, adiciona-se ao meio de cultura compostos antioxidantes tais 
quais cisteína e ácido ascórbico. 
 
4. Meios de cultura 
O meio de cultura para micropropagação deve ser cuidadosamente estudado e 
implementado de acordo com o tipo de explante, genótipo e espécie que estão sendo 
manipulados. De maneira geral, todos os meios de cultura contêm macronutrientes (Ca, 
N, P, K, S, Mg e Si), micronutrientes (Fe, Na, Cl, Zn, Mo, Cu, B, Mn e Ni), fontes de 
vitaminas (tiamina, piridoxina), carbono (sacarose) e nitrogênio orgânico (glicina, 
inositol), além de reguladores de crescimento (auxinas, citocininas, ácido giberélico) e 
agente gelatinoso (ágar, fitagel). 
 
5. Fitohormônios e reguladores de crescimento 
Os fitohormônios são compostos biologicamente ativos que regulam diversos 
aspectos do desenvolvimento vegetal, sendo produzidos em concentrações muito baixas 
e atuando geralmente em locais diferentes daqueles onde foram produzidos. Os 
reguladores de crescimento são compostos sintéticos utilizados para mimetizar o efeito 
dos fitohormônios. Os fitohormônios mais utilizados na cultura de tecido são: 
(i) Auxinas: Induzem desenvolvimento de nós, a formação de calos e raízes. 
Dentre as auxinas podemos citar o ácido indol-acético (AIA), ácido 
naftalenoacético (ANA) e o ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D). 
(ii) Citocininas: Responsáveis pela divisão celular, formação de brotos e inibição 
do crescimento radicular. Dentre as citocininas, podemos citar a kinetina (Kin), 
zeatina e a 6-benzilaminopurina (BAP ou 6-BA). 
12 
 
(iii) Giberelinas: São promotores de crescimento e induzem o crescimento de nós, 
gemas e meristemas e auxiliam o rompimento da dormência de embriões 
isolados. O ácido giberélico (GA3) é um exemplo de giberelina. 
O uso dos reguladores de crescimento depende de vários fatores: 
(i) tipo de morfogênese desejada; 
(ii) nível endógeno do fitohormônio no explante; 
(iii) capacidade do tecido em sintetizar determinado fitohormônio durante a cultura; 
(iv) possível interação entre os reguladores. 
Portanto, o balanço hormonal do meio de cultura é fator primordial para o sucesso da 
cultura de tecidos, uma vez que regulam aspectos importantes do desenvolvimento e 
crescimento vegetal. 
 
PARTE PRÁTICA 
Objetivo: Indução e isolamento de calos embriogênicos de Setaria viridis a partir de 
sementes. 
 
CORPO TÉCNICO: Favor separar os materiais listados abaixo: 
 
Material 
 - Água destilada autoclavada 
 - Papel filtro autoclavado 
 - Pinças de ponta fina autoclavadas 
- Bisturis 
- Capela de fluxo laminar 
 - Solução de hipoclorito de sódio 12% 
- Tween 20 
- Pipetas automáticas (1 jogo por grupo) 
- Lixa para descascar sementes 
- Placas de Petri estéreis 
- Lamparinas ou Bico de Bunsen 
- Álcool 70% 
- Lupas 
 
13 
 
PARTE 1: Introdução de sementes para indução de calos embriogênicos 
 
ATENÇÃO: O docente responsável pela disciplina fornecerá as placas contendo meio 
CIM, nem os alunos nem o corpo técnico precisarão preparar estas placas! O 
procedimento para tal está descrito na Apostila apenas para conhecimento. 
 
Procedimento 
***Preparar 250 mL do meio de indução de calos (CIM) apresentado na Tabela 1 e 
autoclavar antes de iniciar o experimento! Distribuir 25 mL do meio autoclavado em 
placas de Petri estéreis. 
 
 
1. Seleção de sementes de Setaria viridis WT genótipo A10.1: As sementes coletadas 
devem ser criteriosamente selecionadas, separando-se as sementes viáveis 
(escurecidas, Fig. 1) das sementes “vazias” (inviáveis). 
 
2. Remoção da camada externa da semente (palha e casca), com cuidado para não 
danificar o embrião (Figura 1); 
 
Figura 1. Passo-a-passo da retirada da palha e da casca de Setaria viridis, a seta indica o 
lado em que a semente deve ser colocada em contato com o meio de indução de calos 
(CIM). 
 
3. Esterilização da semente em câmara de fluxo: Em tubo eppendorf de 2 mL contendo 
as sementes adicionar 1 mL de solução de hipoclorito de sódio 10-12%, acrescido 
de 1 gota de Tween 20 e incubar sob agitação manual ocasionalmente durante 5 
14 
 
minutos. Descartar com pipeta a solução desinfetante e enxaguar por 5 vezes com 
água destilada autoclavada; 
 
4. Transferir as sementes esterilizadas para papel filtro, secar e transferir as sementes 
viradas com o embrião para baixo, aproximadamente 30 sementes para cada placa 
contendo meio de indução CIM (Tabela 1). 
 
5. Incubar as placas a 25 ± 2ºC no escuro por 3 a 4 semanas sem fazer subcultivos. 
 
Tabela 1. Meio de indução de calos 
 
Reagente Concentração final Para 250 mL Para 500 mL 
Sais MS (Sigma) 4,3 g/L 1,075 g 2,15 g 
Vitaminas Setaria/CIM 1000X* 1x 250 µL 500 µL 
D-Biotina [0,5 mg/mL]** 1 mg/L 500 µL 1 mL 
Sacarose 30 g/L 7,5 g 15 g 
Inositol 100 mg/L 0,025 g 50 mg 
Fitagel 2 g/L 1 g 2 g 
Solução CuSO4.5H2O 1000X*** 0,92 mg/L 250 µL 500 µL 
Solução de 2,4-D [1 mg/mL]**** 2 mg/L 500 µL 1 mL 
Kinetina (1mg/mL)# 0,5 mg/L 125 µL 250 µL 
Ajustar pH 5,8 com NaOH 1 M e autoclavar 
 
 
Reagentes estoques: 
* Vitaminas para Setaria/CIM 1000X: Pesar 25 mg de tiamina-HCl (0,1 mg/L-1), 125 
mg de pirodoxina-HCl (0,5 mg/L-1), 125 mg de ácido nicotínico (0,5 mg/L-1). Dissolver 
em 200 mL de H2O MilliQ autoclavada, homogeneizar bem, aliquotar para tubos 
eppendorf e estocar a -20ºC. 
** D-Biotina [0,5 mg/mL]: Pesar 25 mg de d-Biotina, dissolver em NaOH 1M e 
completar o volume para 50 mL com H2O MilliQ autoclavada, homogeneizar bem, 
alíquotar para tubos eppendorf e estocar a -20ºC. 
 ***CuSO4.5H2O [249,5 g/mol] 1000X: Pesar 92 mg de CuSO4.5H2O, dissolver e 
completar o volume final de 100 mL com H2O MilliQ autoclavada. Estocar a 4ºC. 
**** 2,4-D 1 mg/mL: Pesar 30 mg de 2,4-Dichlorophenoxyacetic acid, dissolver com 3 
mL NaOH 1M e completar o volume final de 30mL com H2O MilliQ autoclavada. 
Estocar a 4ºC. 
15 
 
# Kinetina (1 mg/L): Pesar 10 mg de Kinetina, dissolver em NaOH 1 M e completar o 
volume final de 10 mL com H2O MilliQ autoclavada. Alíquotar em tubos eppendorf e 
estocar a -20ºC. 
 
PARTE 2: Isolamento dos calos embriogênicos 
 
Após a indução dos calos embriogênicos realizados na Parte 1, os mesmos 
devem ser selecionados e isolados para a transformação genética. Os calos aptos para a 
transformação precisam estar em boas condições assépticas e com a morfologia 
apresentada na Figura 2. Os calos embriogênicos devem ser separados da massa amorfa 
e gelatinosa e colocados em nova placa de Petri contendo meio CIM fresco, sendo 
mantidos assim por mais sete dias antes da transformação. 
 
Figura 2. a. Calo embriogênico após 4-5 semanas em meio de indução. b. Calo 
embriogênico translúcido (tecido adequado para transformação – setas). 
 
Objetivo: Isolar os calos embriogênicos e transferi-los para novo meio de indução CIM. 
 
Procedimento 
1. Selecionar e transferir, usando lupa, os calos embriogênicos para as placas contendo 
CIM e incubar a 25oC por uma semana. 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
 
1. Faleiro, FG, Andrade, SRM., Reis-Junior, FB (2011). Biotecnologia: Estado da Arte 
e Aplicações na Agropecuária. Embrapa Cerrados. 730 pp. 
2. Neumann, K-H, Kumar, A, Imani, J (2009). Plant Cell and Tissue Culture: a Tool in 
Biotechnology. Ed. Springer. 333 pp. 
16 
 
3. Stewart, CN (2016). Plant Biotechnology and Genetics: Principles, Techniques, and 
Applications, 2nd Edition. Ed. Wiley. 432 pp. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
PRÁTICA 2: Transformação genética de Setaria viridis
 
INTRODUÇÃO 
A transformação genética de plantas refere-se à introdução de DNA exógeno nas 
células vegetais, gerando um organismo geneticamente modificado (OGM). Um dos 
objetivos principais da transformação é a integração deste DNA exógeno no genoma da 
planta, para a expressão do gene de interesse. Assim, a transformação genética pode 
estar inserida no contexto de melhoramento vegetal, dependendo dos objetivos que se 
pretende alcançar. Atualmente, existem dois métodos principais pelos quais as plantas 
podem ser geneticamente transformadas: o método biológico e o método físico. O 
método de transformação biológico faz uso de bactérias do gênero Agrobacterium, que 
possuem a maquinaria necessária para transferir parte do DNA contido em suas células 
para as células vegetais. O método físico envolve o bombardeamento de tecidos 
vegetais com micropartículas envolvidas no DNA que se pretende transformar. 
A transformação genética, como descrito acima, pode estar inserida no contexto 
do melhoramento vegetal. A diferença básica entre as duas técnicas consiste no fato de 
que no melhoramento convencional vários ciclos de seleção e recombinação são 
necessários para a geração de uma nova variedade, que possuirá o genoma alterado em 
diversos alelos, com múltiplos genes sendo alterados devido à hibridação sexual. No 
melhoramento por transformação genética, a expressão de um ou poucos genes é 
alterada para que se alcance uma característica desejada, como por exemplo tolerância à 
seca e resistência a pragas e doenças. 
O conceito básico da transformação genética é simples: a introdução de um gene 
exógeno em uma única célula para a regeneração de uma planta inteira a partir desta 
célula, planta esta contendo a característica que a expressão do gene exógeno 
proporciona. A nova planta deve ser exatamente igual à planta-mãe, com apenas a 
característica desejada alterada. Para tal, o gene alvo deve ser inserido no genoma 
cromossômico das células vegetais para que possa ser expresso e transferido para as 
suas células-filhas. A seguir, os métodos para atingir estes objetivos serão discutidos. 
 
A introdução do DNA na célula vegetal 
Para que ocorra a expressão do gene alvo, o DNA correspondente deve ter a 
capacidade de penetração nas células vegetais até atingir o núcleo, local da expressão 
gênica. A célula vegetal contém uma barreira bastante rígida denominada parede 
18 
 
celular, composta por polissacarídeos complexos. Além da parede celular, o DNA deve 
penetrar também a membrana plasmática, e tais penetrações devem ocorrer com o 
mínimo dano possível à célula, para que a mesma possa se regenerar. 
Além disso, as células vegetais geralmente se apresentam em meio hipertônico, 
para manutenção da turgescência, o que torna as células vegetais ainda mais rígidas. 
Este problema pode ser contornado diminuindo-se a osmolaridade do meio em que as 
células se encontram, sendo que isto pode ser feito com a adição de açúcares no meio 
reacional. 
Na grande maioria dos casos, o núcleo celular é o destino final do DNA. O 
método físico de transformação (bombardeamento) provoca um espalhamento 
desordenado do DNA no interior celular, com algumas partículas alcançando os 
arredores do núcleo e outras (poucas) adentrando a organela. Uma vez dentro do núcleo, 
o DNA pode integrar-se no genoma ou ser utilizado pela maquinaria genética para a 
expressão do respectivo gene. No método biológico de transferência, a integração do 
DNA no genoma ocorre de forma mais controlada, uma vez que a penetração no núcleo 
é auxiliada pelas proteínas produzidas pela Agrobacterium. De maneira geral, para que 
o DNA represente a correta expressão do respectivo gene e produção da proteína 
correspondente, o mesmo deve ser precisamente configurado, sendo utilizada para tal a 
tecnologia do DNA recombinante. 
 
Tecidos alvo para transformação genética 
Existem algumas características básicas que devem compor os tecidos que serão 
utilizados como matéria-prima para transformação genética: 
(i) os tecidos devem ser fisicamente acessíveis ao DNA; 
(ii) os tecidos devem ter divisão celular acelerada e ativa; 
(iii) devem ser totipotentes, ou seja, possuírem a capacidade de se regenerar em uma 
planta intacta em resposta ao estímulo adequado; 
(iv) devem possuir a parede celular e a membrana plasmática resilientes aos 
métodos para introdução do DNA, que pode danificar estas estruturas. 
Os tecidos mais utilizados para a transformação genética atualmente são calos 
embriogênicos, embriões, pólen e meristemas. A escolha sempre dependerá de vários 
fatores, dentre eles a espécie escolhida, genótipo e o método de transformação. 
 
 
19 
 
Seleção e regeneração dos transformantes 
Como já discutido anteriormente, os métodos de transferência do DNA não 
permitem que a eficiência de integração do mesmo no núcleo celular seja muito alta. 
Sendo assim, como saber quais plantas foram transformadas? A primeira análise 
realizada para a confirmação dos transgênicos é a seleção por meio de um agente 
químico, por exemplo. Geralmente, as plantas são transformadas com genes cuja 
expressão confere resistência a antibióticos ou herbicidas, além do gene alvo 
obviamente. Assim, o tecido alvo da transformação é colocado em um meio contendo o 
agente seletivo, e apenas as plantas transformadas poderão crescer e se desenvolver 
normalmente no meio contendo o produto tóxico. 
Os genes de resistência mais utilizados para seleção são: 
(i) neomicina fosfotransferase (npt): confere resistência ao antibiótico 
kanamicina; 
(ii) higromicina fosfotransferase (hpt): resistência ao antibiótico 
higromicina; 
(iii) fosfinotricina acetil transferase (bar): inativa os herbicidas glufosinato e 
bialaphos. 
Além do uso dos agentes químicos, a seleção pode ser realizada também 
utilizando-se alguns genes denominados de gene repórter, ou seja, quando expressos 
fornecem uma determinada coloração às células transformadas ou brilham sob luz 
ultravioleta, por exemplo. É o caso do gene da beta-glucuronidase (GUS), que quando 
produzida degrada um substrato específico (X-Gluc) que fornece coloração azul aos 
tecidos e da proteína verdefluorescente (green fluorescent protein, GFP), que confere 
um brilho específico aos tecidos quando os mesmos são colocados sob luz UV. Pouco 
menos utilizada em plantas é a seleção por nutrientes, onde as células são transformadas 
com um gene cuja expressão permite metabolizar alguns compostos que outrora não 
eram capazes de fazê-lo. Assim, adiciona-se ao meio de cultura este composto, que 
permitirá o desenvolvimento apenas das células transformadas. 
 
MÉTODOS DE TRANSFORMAÇÃO GENÉTICA 
Existem diversos métodos utilizados para a transformação genética de plantas. 
Dentre eles, os mais utilizados são o bombardeamento de partículas que carregam o 
DNA (gene) alvo e a transfecção de tecidos por Agrobacterium tumefaciens. Será 
20 
 
descrito em detalhes nesta apostila o método que utilizaremos para transformação em 
Setaria viridis, ou seja, o método da Agrobacterium. 
 
Método de transformação genética pela Agrobacterium tumefaciens 
O método de transformação genética de plantas que demonstrou ser o mais 
eficiente até os dias atuais é aquele realizado com auxílio de uma bactéria denominada 
Agrobacterium tumefaciens. Naturalmente, esta espécie é encontrada em solos, sendo 
responsável pela colonização das células vegetais, causando a doença comumente 
chamada de galha de coroa. Devido ao mecanismo biológico de infecção pela 
Agrobacterium, a mesma é amplamente usada para a transferência de DNA exógeno 
para o genoma das plantas. O mecanismo natural da infecção por Agrobacterium 
consiste na transferência do seu DNA para o núcleo das células vegetais. Este DNA, 
denominado de DNA de transferência (T-DNA), é introduzido nas células por um 
sistema de sinalização complexo existente na relação patógeno-hospedeiro. 
As células de Agrobacterium patogênicas contêm um plasmídeo, denominado 
plasmídeo Ti (do inglês tumor inducing) que possui duas regiões: uma contendo os 
genes que serão transferidos ao genoma vegetal (região do T-DNA ou região-T) e outra 
região responsável pelos fatores de virulência da bactéria (região vir). A região do 
plasmídeo responsável pelos genes que são transferidos às plantas (T-DNA) está 
compreendida entre o que se convencionou chamar de borda direita e borda esquerda do 
plasmídeo Ti. A região vir contém genes envolvidos na síntese de proteínas 
responsáveis pelo processo de transferência da região-T. No ambiente natural, as plantas 
enviam sinais para a Agrobacterium, que ativa então a expressão dos genes de 
virulência (vir), responsáveis pela produção de proteínas que vão carrear o T-DNA até o 
núcleo das células vegetais para sua incorporação no genoma. Os genes que 
compreendem o T-DNA são geralmente compostos por genes para produção de 
hormônios vegetais tais como citocininas e auxinas, além de opinas, que são proteínas 
responsáveis pelo catabolismo de compostos ricos em nitrogênio que servem de fonte 
nutricional para as bactérias. 
Assim, a agrobactéria faz uso da maquinaria genética das plantas para se 
reproduzir e crescer. Devido à alta produção de citocininas e auxinas, as células vegetais 
se reproduzem indiscriminadamente, produzindo tumores, o que caracteriza a doença 
galha-de-coroa. 
21 
 
Partindo do princípio de infecção nativo da Agrobacterium, os cientistas fazem 
uso da mesma para a transformação genética de plantas. Em primeiro lugar, as bactérias 
para transformação devem ser alteradas geneticamente por meio da tecnologia do DNA 
recombinante. O plasmídeo Ti é modificado para que as bactérias não produzam opinas 
e hormônios, sendo que os genes responsáveis pela produção destes compostos são 
substituídos pelos genes a serem inseridos na planta. O gene alvo passa a ocupar, assim, 
a região do T-DNA. Os genes de virulência, responsáveis pela integração do T-DNA no 
genoma vegetal são mantidos, porém usualmente são também modificados, para que a 
bactéria apresente um nível maior ou menor de patogenicidade, dependendo da espécie 
vegetal a ser transformada. Os vetores utilizados para transformação genética de plantas 
por Agrobacterium são chamados de vetores binários de expressão, por apresentarem 
elementos do T-DNA e da região vir do plasmídeo Ti nativo. A manipulação genética 
da Agrobacterium constitui atualmente fator imprescindível para o sucesso da 
transformação genética mediada por esta bactéria. De maneira geral, a bactéria infecta 
plantas dicotiledôneas, mas atualmente diversas estirpes foram manipuladas para a 
infecção de monocotiledôneas. 
A sinalização que ocorre entre planta-bactéria envolve alguns compostos 
fenólicos, geralmente ativadores dos genes de virulência nas bactérias. Assim, um 
composto regularmente utilizado para o aumento da eficiência de transformação por 
agrobactéria é a acetoseringona, um composto fenólico que, quando utilizado em 
concentrações adequadas favorece o processo de transferência do DNA da agrobactéria 
para as células vegetais. 
Outro fator que pode aumentar a eficiência da transformação é a adesão da 
bactéria nas células vegetais. Pequenos ferimentos nos tecidos a serem infectados 
geralmente aumentam o contato das células bacterianas às células vegetais aumentando, 
assim, a eficiência do processo de transformação. 
Além disso, a bactéria também deve vencer as barreiras impostas pelo sistema 
de defesa natural das plantas. Uma das primeiras respostas ao ataque patogênico é a 
produção de compostos altamente oxidantes, responsáveis por destruir as células dos 
patógenos. Dessa forma, é comum acrescentar ao meio de transformação agentes 
antioxidantes, que impedem as reações de defesa natural das plantas. Uma outra 
estratégia de defesa vegetal consiste na morte celular programada (MCP) das células 
vizinhas ao sítio de infecção, e uma linha relativamente nova de pesquisa envolve 
desvendar os mecanismos de MCP em plantas recalcitrantes à transformação por 
22 
 
Agrobacterium, a fim de vencer esta barreira e facilitar o processo de transformação 
nestas espécies. 
 
O método de transformação por Agrobacterium 
Uma vez estabelecida a espécie vegetal a ser transformada e a estirpe da 
agrobactéria a ser utilizada, o protocolo de transformação é geralmente bastante 
simples. O gene alvo é introduzido em um vetor binário de expressão que é então 
transformado em Agrobacterium. A bactéria contendo o vetor é crescida em meio de 
cultura específico até atingir uma densidade ótica (D.O.) que represente a fase 
exponencial de crescimento. Dependendo da espécie vegetal a ser transformada, 
acetoseringona pode ser adicionada ao meio de cultura para induzir ainda mais a 
expressão dos genes de virulência. O meio de cultura bacteriano é então misturado ao 
tecido alvo, que pode ser embriões, calos embriogênicos, discos foliares, meristemas, 
entre outros. A mistura tecido vegetal + cultura bacteriana é homogenizada por tempo 
determinado e logo após o tecido é colocado em meio seletivo para regeneração. 
Geralmente, este meio de regeneração contém algum antibiótico para 
aniquilação das células remanescentes de Agrobacterium. 
Em suma, o método de transformação pela Agrobacterium tem sido o mais 
eficiente método de transformação genética em plantas. O protocolo é simples e o 
método, por fazer parte de um sistema natural de transferência de DNA, é controlado, 
integrando no genoma vegetal geralmente apenas uma cópia do gene alvo, o que 
usualmente é desejado pelos cientistas. 
 
Objetivo: Transformação genética de calos embriogênicos de Setaria viridis utilizando 
o método da Agrobacterium tumefaciens. 
 
Material 
- Água destilada autoclavada 
- Papel filtro autoclavado 
- Pinças autoclavadas 
- Capela de fluxo laminar 
 - Centrífuga para tubos de 15 ou 50 mL 
- Synperonic (detergente) 
- Pipetas automáticas (1 jogo por grupo) 
23 
 
- Acetoseringona (100 mM) 
- Placas de Petri estéreis 
- Lamparina (fluxo) 
- Álcool 70% 
- Falcons de 15 e 50 mLProcedimento 
PARTE 1: PREPARO DA CULTURA Agrobacterium tumefaciens 
 
ATENÇÃO: Esta parte será realizada pelo docente responsável pela disciplina e 
está na Apostila apenas para conhecimento. 
 
1. Pré-inóculo: repicar uma colônia de A. tumefaciens EH105 transformada com o 
vetor binário desejado, inocular em Falcon de 15 mL contendo 3 mL de YEB 
acrescido de Rifampicina (50 mg/L) + antibiótico do vetor binário (Espectinomicina 
100 mg/L), incubar overnight sob agitação 180 rpm, a 28ºC (se possível, manter o 
tubo inclinado/deitado para melhor agitação); 
2. No dia seguinte, transferir 2 mL do pré-inóculo para um erlenmeyer estéril de 150 
mL, adicionar mais 18 mL de meio YEB, acrescentando os antibióticos de seleção 
(Rifampicina 50 mg/L e Espectinomicina 100 mg/L) e 200 µM de acetoseringona, 
incubar sob agitação a 28ºC, até atingir OD600 0.6 (no máximo); 
 
ATENÇÃO: Os passos seguintes deverão ser realizados pelos alunos na aula 
prática, COM EXCEÇÃO do meio CIM da Tabela 2, que deverá ser preparado 
pelo docente. 
 
3. Centrifugar a 3.500 rpm durante 15 minutos (temperatura ambiente). Em câmara de 
fluxo laminar, descartar o sobrenadante e ressuspender suavemente o pellet em meio 
CIM líquido (Tabela 2) e adicionar 200 µM de acetoseringona de forma a manter a 
OD600 em 0.6; 
 
 
24 
 
Tabela 2. Meio de co-inoculação CIM líquido. Obs.: Este meio NÃO tem adição de 
CuSO4. 
 
Reagente Concentração 
final 
Para 100 mL Para 500 mL 
Sais MS (Sigma) 4,3 g/L 430 mg 2,15 g 
Vitaminas Setaria/CIM 1000X 1x 100 µL 500 µL 
D-Biotina 500X [0,5 mg/mL] 1 mg/L 200 µL 1 mL 
Sacarose 30 g/L 3 g 15 g 
Inositol 100 mg/L 10 mg 50 mg 
Solução de 2,4-D [1 mg/mL] 2 mg/L 200 µL 1 mL 
Kinetina (1 mg/mL) 0,5 mg/L 50 µL 250 µL 
Acetoseringona (100 mM) 200 µM 200 µL 1 mL 
Ajustar pH 5,8 com NaOH 1 M e autoclavar 
 
 
PARTE 2: Transformação genética de calos embriogênicos de S. viridis 
 
4. Transferir 50 calos para tubo Falcon de 50 mL estéril, em seguida adicionar 10 mL 
da suspensão bacteriana; 
5. Em seguida adicionar 10 µL Synperonic (Poloxamer 188 solution - P5556 Sigma) 
para cada 1 mL de cultura bacteriana; 
6. Homogeneizar suavemente e incubar por 5 minutos com agitação suave; 
7. Descartar a cultura bacteriana, secar o excesso em papel filtro e transferir os calos 
para placas contendo meio de co-inoculação CIM sólido (Tabela 2) acrescido de 200 
µM de acetoseringona; 
8. Incubar as placas a 22ºC no escuro por 3 dias; 
 
OBSERVAÇÃO: Os passos a seguir são necessários para a obtenção de plantas 
regeneradas, porém estes procedimentos NÃO SERÃO REALIZADOS EM NOSSA 
DISCIPLINA, pois nos falta tempo e infraestrutura para tal. Estes passos serão 
explicados pelo docente, que levará aos alunos plantas regeneradas para que possam 
verificar o processo (Figura 3). 
 
9. Transferir os calos para meio CIM acrescido de 150 mg/L de Timentin e 30 mg/L de 
higromicina, incubar as placas a 25 ± 2ºC no escuro por mais 7 dias; 
10. Transferir os calos para meio MRS (Tabela 3) acrescido de 150 mg/L de Timentin e 
30 mg/L de higromicina; Incubar as placas a 26 ± 2°C em luz 150 µmol m-2s-1 com 
fotoperíodo de 16 horas luz/8 horas escuro. 
25 
 
11. Observar os explantes em regeneração após 30 dias. 
 
Tabela 3. Meio de regeneração (MRS) 
 
Reagente Concentração 
final 
Para 100 mL Para 500 mL 
Sais MS (Sigma) 4,3 g/L 430 mg 2,15 g 
Vitaminas Setaria/CIM2 1000X 1x 100 µL 500 µL 
D-Biotina [0,5 mg/mL] 1 mg/L 200 µL 1 mL 
Sacarose 20 g/L 2 g 10 g 
Inositol 100 mg/L 10 mg 50 mg 
Kinetina (1mg/mL) 2 mg/L 200 µL 1 mL 
Fitagel 2 g/L 200 mg 1 g 
Ajustar pH 5,8 com NaOH 1 M e autoclavar 
Timentin [300 mg/mL] 150 mg/L 50 µL 250 µL 
Higromicina [50 mg/mL] 30 mg/L 60 µL 300 µL 
 
APÓS 30 DIAS 
12. Transferir os candidatos a eventos em fase inicial de regeneração (brotinhos com 
raízes), para meio de desenvolvimento (Tabela 4) em Magenta contendo os agentes 
seletivos. 
Tabela 4 - Meio de Desenvolvimento para Setaria viridis: 
Reagente Concentração final Para 100 mL Para 500 mL 
Sais MS (Sigma) 2,15 g/L 215 mg 1,07 g 
Vitaminas MS 1000X 1x 100 µL 500 µL 
Sacarose 15 g/L 1,5 g 7,5 g 
Inositol 100 mg/L 10 mg 50 mg 
Fitagel 2 g/L 200 mg 1 g 
Ajustar pH 5,8 com NaOH 1M e autoclavar 
Timentin [300 mg/mL] 150 mg/L 50 µL 250 µL 
Higromicina [50 mg/mL] 30 mg/L 60 µL 300 µL 
 
APÓS 30 DIAS 
13. Os explantes permanecem em Magenta em meio de desenvolvimento (Tabela 4), em 
média por 20 a 30 dias, até desenvolvimento das raízes e parte aérea suficiente para 
posterior aclimatação. 
14. A aclimatação é realizada no Fitotron, utilizando Substrato + vermiculita (3:1), em 
copos descartáveis de 200 mL, as plantas ficam em estufa de aclimatação apropriada 
(câmara úmida) por pelo menos 5 dias. Posteriormente é retirada a câmara úmida, e 
as plantas são mantidas sob 16/8 horas (luz/escuro) com intensidade de luz de 500 
µmol m-2s-1, temperatura de 26 + 2°C e umidade relativa de 65%. 
26 
 
15. Aguardar a senescência das plantas de cada evento, coletar as sementes 
individualmente, identificar corretamente e acondicionar em saco de papel, 
estocando a temperatura ambiente; 
Selecionar 100 sementes maduras e proceder à análise de segregação de cada evento 
T1. 
 
Figura 3. Etapas de indução de calos embriogênicos e regeneração de plântulas de 
Setaria viridis após transformação genética. a-c: crescimento de calos embriogênicos 
a partir de sementes. d: início da regeneração de plântulas em meio contendo agente 
seletivo. e: etapa de enraizamento em meio contendo agente seletivo. f: aclimatação em 
substrato. 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
1. Faleiro, FG, Andrade, SRM., Reis-Junior, FB (2011). Biotecnologia: Estado da 
Arte e Aplicações na Agropecuária. Embrapa Cerrados. 730 pp. 
2. Martins PK, Ribeiro AP, Da Cunha BADB, Kobayashi AK, Molinari HBC 
(2015). A simple and highly efficient Agrobacterium mediated transformation protocol 
for Setaria viridis. Biotechnology Reports 6: 41–44. 
 
 
 
 
27 
 
PRÁTICA 3: Bioinformática 
 
INTRODUÇÃO 
FAMÍLIAS GÊNICAS: Identificação de genes utilizando ferramentas de 
Bioinformática 
Diversos genes são membros de famílias gênicas. Estes genes codificam 
proteínas bastante similares que podem possuir funções diversas ou redundantes, 
podendo ainda ter divergido durante o período evolutivo para serem produzidas de 
diferentes maneiras, dependendo das condições fisiológicas das plantas. Para que se 
possa entender a função de determinado ou gene ou mesmo modificar sua função em 
plantas transgênicas, é necessária a caracterização de toda a família gênica do qual o 
gene alvo é membro. 
Por exemplo, em gramíneas como o milho, o arroz e a cana-de-açúcar, são 
encontrados genes responsáveis pela produção de aciltransferases, proteínas que 
promovem a modificação da parede celular vegetal. Em Setaria viridis, uma gramínea 
utilizada como planta modelo, foram encontrados 10 membros destes genes, 
denominados genes BAHD (BAHD01-BAHD10). A expressão de cada um destes genes 
é variável, dependendo da fase de desenvolvimento e do tecido da planta (de Souza et 
al., 2018). 
Nesta aula, aprenderemos a identificar os genes BAHD em Setaria viridis, 
baseando-se em ferramentas de Bioinformática. 
 
Objetivos: Identificar os membros da família gênica BAHD aciltransferases em S. 
viridis, utilizando banco de dados públicos. Além disso, as sequências nucleotídicas e 
de aminoácidos identificadas serão alinhadas para a verificação das regiões conservadas 
destes genes, o que nos proporciona uma poderosa ferramenta para testar o perfil de 
expressão dos genes BAHD em gramíneas. 
 
28 
 
Procedimento: 
 
 
 
PARTE 1. Identificação dos genes BAHD em Setaria viridis 
 
1. Identifique os IDs dos genes BAHD previamente publicados em de Souza et al., 
2018 (Fig. 1; verificar bibliografia ao final deste tópico). 
2. Para iniciar, visite a homepage https://phytozome.jgi.doe.gov/pz/portal.html#,clique 
em Tools e então clique em Keyword Search. 
3. Na próxima página digite, um a um, os códigos identificadores dos genes BAHD em 
Setaria, nomeados como Sevir.XGNNNNNN na Fig. 1 do artigo. Comece pelo gene 
BAHD01 (Sevir.4G238000) e prossiga sucessivamente. Marque a espécie desejada 
do lado esquerdo da tela (Setaria viridis v.1.1) e clique em Go. 
Figura 4. Plataforma Phytozome 
https://phytozome.jgi.doe.gov/pz/portal.html
29 
 
 
Figura 5. Busca por genes, famílias e sequências. 
 
4. Clique no ícone “G” (Go to Gene View) e então clique em Sequences. 
5. Após, clique em Genomic Sequence, Transcript Sequence e CDS Sequence. 
Compare cada uma das sequencias genômica, do transcrito e CDS. Discuta com seu 
colega qual é a maior, qual é a menor, qual é a diferença entre elas. Qual delas foi 
usada para a obtenção da sequencia peptídica (Peptide sequence)? 
6. “Peptide sequence” deverá mostrar a sequência de aminoácidos correspondentes à 
proteína codificada por este gene. O ícone CDS sequence refere-se à sequência de 
nucleotídeos que compõem a região codificante do gene (iniciando-se sempre por 
ATG). 
 
Figura 6. Sequência de peptídeos 
 
30 
 
7. Copie e cole a sequência de aminoácidos no Bloco de Notas, nomeando cada um 
dos genes BAHD da seguinte forma: 
> BAHD01 
M................(sequência) 
> BAHD02 
M.............(sequência) 
Faça isso no mesmo arquivo do Bloco de notas para os 10 membros da família e salve o 
arquivo como SvBAHD FASTA. O símbolo > designa os arquivos FASTA, que são 
lidos desta forma pelos algoritmos dos softwares para alinhamento de sequências. 
 
PARTE 2: Alinhamento das sequências das proteínas BAHD e identificação de 
regiões conservadas 
 
As sequências FASTA contidas no seu arquivo do Bloco de Notas serão 
utilizadas para alinhar as sequências de aminoácidos dos 10 membros da família gênica 
BAHD. Para tal, utilizaremos a ferramenta online ClustalW, encontrado na página 
https://www.ebi.ac.uk/Tools/msa/clustalo/. Você pode fazer o upload do arquivo 
contendo as sequências no formato FASTA diretamente ou copiar e colar as sequências 
desejadas na página. Após, clicar em SUBMIT, deixando o STEP 2 como se encontra 
(default). Note que você está alinhando sequências de aminoácidos, portanto a primeira 
caixa deve estar marcada como PROTEIN. Após alinhamento, copie os resultados e 
identifique as regiões conservadas das proteínas, marcadas com asteriscos (***) abaixo 
dos aminoácidos (uma região conservada satisfatória deve conter no mínimo 5 
aminoácidos). 
https://www.ebi.ac.uk/Tools/msa/clustalo/
31 
 
 
Figura 7. Clustal Omega para alinhamento de sequências múltiplas 
 
 
PARTE 3: Procura por domínios nas sequências de aminoácidos de BAHD. 
 
Se temos pouca ou nenhuma informação sobre a função de uma determinada 
proteína, uma alternativa é tentar identificar se a mesma pertence a alguma família de 
proteínas já descrita ou procurar por domínios protéicos presentes na sua proteína. Para 
isso, existem programas que podem auxiliar nessa identificação. Pfam e ProDom são 
alguns deles. 
 
A. Pfam 
Pfam: é um banco de dados de famílias de proteínas que inclui sua anotação e 
alinhamento de sequências múltiplas. A versão atual é o Pfam versão 32.0 que usa um 
banco de dados de sequencias baseado no UniProt release 2018_04. 
Ferramenta online – não é necessário baixar ou instalar softwares. 
32 
 
 
1. Para começar, visite a página https://pfam.xfam.org/ .Selecione “Sequence search” 
no Menu. 
 
 
2. Acesse seu arquivo .txt ou .doc onde você colou as sequencias das BAHDs de S. 
viridis. Copie somente a sequencia de aminoácidos (sem o nome d sequencia) e cole 
no local indicado para colar a sua sequencia. Clique em “ Go”. 
Figura 8. Ferramenta online Pfam 
Figura 9. Local onde inserir a sequência de aminoácidos no Pfam 
https://pfam.xfam.org/
33 
 
 
3. Analise o resultado da sua busca. Para armazenar essa informação, copie e cole em 
um arquivo do word, powerpoint ou similar explicando qual foi a busca que você 
fez: quem usou como query (anote a código de acesso e coloque o nome do arquivo 
de onde você retirou essa sequencia), qual foi o programa que usou, a data em que a 
busca foi realizada e de preferencia, qual foi a versão do banco de dados que usou. 
 
B. ProDom 
Uma outra ferramenta que pode ser utilizada para busca de domínios protéicos é 
o ProDom. Neste exercício, vamos comparar a nossa sequência com o Prodom. 
ProDom: é um banco de dados de famílias de domínios protéicos gerados 
automaticamente do UniProt Knowledgebase (UniProtKB). O UniProtKB é um hub 
central para a coleção de informação funcional de proteínas com uma anotação rica, 
consistente e acurada. 
 
1. Para utilizar o ProDom, acesse o endereço: 
http://prodom.prabi.fr/prodom/current/html/home.php .Clique na aba “Main form”. 
 
 
 Figura 10. Ferramenta online ProDom 
http://prodom.prabi.fr/prodom/current/html/home.php
34 
 
2. Copie e cole a sua sequência de aminoácidos na caixa indicada (usar blast-p se usar 
sequencia de aminoácidos ou blastx se DNA - usar CDS). 
 
 
3. Analise o resultado da sua busca. Para armazenar essa informação, copie e cole em 
um arquivo do word, powerpoint ou similar explicando qual foi a busca que você 
fez: quem usou como query (anote a código de acesso e coloque o nome do arquivo 
de onde você retirou essa sequencia), qual foi o programa que usou, a data em que a 
busca foi realizada e de preferencia, qual foi a versão do banco de dados que usou. 
 
BIBLIOGRAFIA 
DE SOUZA, W.R. et al. (2018). Suppression of a single BAHD gene in Setaria viridis 
causes large, stable decreases in cell wall feruloylation and increases biomass 
digestibility. New Phytologist 218: 81-93. DOI: 10.1111/nph.14970. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11. Local onde inserir a sequência de aminoácidos no ProDom 
35 
 
PRÁTICA 4: Extração de DNA genômico 
 
INTRODUÇÃO 
A extração e a purificação de ácidos nucléicos a partir de diversas amostras 
experimentais (bactérias, fungos, tecidos vegetais e tecidos animais) é uma etapa 
fundamental para se obter alta eficiência de amplificação nos protocolos que usam a 
reação em cadeia da polimerase (PCR). Essa técnica tem sido amplamente empregada 
em estudos moleculares, em razão da facilidade relativa com que é possível amplificar 
in vitro regiões específicas do genoma de qualquer organismo. A PCR possibilita a 
amplificação de sequências de DNA que estejam presentes em misturas complexas e 
permite estudos de natureza variada, tais como desenvolvimento de métodos de 
diagnóstico altamente sensíveis e específicos, obtenção de grandes quantidades de DNA 
para sequenciamento e análises sobre a diversidade genética de populações, bem como a 
caracterização molecular de plantas geneticamente modificadas. 
Apesar da facilidade de amplificação de DNA possibilitada pela técnica de PCR, 
existe a necessidade da adequada padronização dos protocolos a serem utilizados em 
todas as fases dos procedimentos, desde a obtenção do ácido nucléico até a reação de 
amplificação propriamente dita. O DNA, em sua forma original de dupla fita, apresenta 
alta estabilidade e é muito resistente e se mantém inalterado em várias condições de 
meio. No entanto, alguns cuidados são aconselháveis, para que seja evitada a 
degradação das amostras obtidas em laboratório. A extração de DNA inclui basicamente 
dois procedimentos principais: a lise das células presentes na amostra e a purificação do 
DNA. Após a lise das células, o DNA deve ser separado dos restos celulares e das 
proteínas, precipitado e suspenso em volume adequado de água ultrapura ou soluções-
tampão adequadas. As amostras de DNA podem também ser submetidas a processos de 
concentração e de purificação, com a finalidade de se obter melhores resultados nas 
amplificações. 
Para cada tipo de amostra, vários protocolos podem ser testados, adaptados e 
otimizados,de maneira a se conseguir DNA de boa qualidade. 
As amostras perecíveis devem ser acondicionadas de forma adequada até o 
momento de serem submetidas à extração do DNA. Amostras de sangue e de outros 
tecidos animais devem ser refrigeradas até chegarem ao laboratório. Amostras de 
tecidos vegetais também devem ser cuidadosamente colhidas, armazenadas e 
refrigeradas. As partes da planta devem ser lavadas e enxaguadas com água destilada ou 
36 
 
submetidas a processo de esterilização superficial, de acordo com o objetivo dos estudos 
a serem realizados. Para melhor conservação, as amostras devem ser mantidas em 
temperatura de –20°C a –80°C, dependendo do tempo de armazenamento. 
Para utilização de amostras conservadas em estoque, é interessante o 
fracionamento em pequenas alíquotas, para que o material não sofra descongelamentos 
sucessivos, que poderiam contribuir para a oxidação do tecido e para a degradação do 
DNA. O manuseio dessas amostras deve ser feito preferencialmente com o uso de luvas, 
para que uma parte dos ácidos nucléicos não sejam degradados por nucleases, enzimas 
que normalmente estão presentes nos fluidos corporais liberados principalmente nas 
mãos das pessoas. 
 
Objetivo: Realizar a extração do DNA genômico de Setaria viridis utilizando-se o 
protocolo de extração por CTAB. 
 
Material 
- Balança analítica (1/lab) 
- Centrífuga para microtubos 
- N2 líquido 
- Jogo de pipetas automáticas (P20, 200, 1000) 
- Cadinho e pistilo 
- Freezer -20oC 
- Eppendorfs de 2 mL (4/aluno)* 
- Banho de gelo (1/aluno) 
- Banho-Maria a 65oC (1/lab) 
- Termobloco a 37oC (1/lab) 
- Tampão de extração CTAB (40 mL é suficiente para 40 alunos) 
- Clorofórmio : álcool isoamílico (24:1) (80 mL é suficiente para 40 alunos) 
- Isopropanol gelado (25 mL é suficiente para 40 alunos) 
- Álcool 70% (MB grade) gelado (50 mL) 
- Etanol 95% (MB grade) gelado (50 ml) 
- Tampão TE (10mL) 
- RNase (10 mg/mL) 
- Ponteiras para P20, 200 e 1000* 
 
37 
 
* Tubos e ponteiras devem ser autoclavados e preferencialmente novos. 
 
Procedimento: 
 
1. Pesar 100 mg do tecido vegetal (a quantidade de tecido vegetal pode chegar a até 3 
g). 
2. Macerar com auxílio de nitrogênio líquido, até que a amostra esteja pulverizada. 
3. Colocar a amostra em microtubo de 2 mL e adicionar 700 µL de solução-tampão de 
extração vegetal e homogeneizar durante dez minutos por inversão. 
4. Incubar as amostras em banho-maria a 65ºC por uma 45 minutos, homogeneizando 
algumas vezes. 
5. Retirar do banho-maria e deixar a temperatura da amostra se igualar à temperatura 
ambiente. 
6. Adicionar 700 µL de solução de clorofórmio e de álcool isoamílico (24:1), e 
homogeneizar suavemente. 
7. Centrifugar a 5.000 g por dez minutos em temperatura ambiente, para separar a fase 
orgânica e a fase aquosa. 
8. Remover a fase aquosa (superior) para um novo micro tubo, evitando tocar a 
interface com a ponta da ponteira. 
9. Repetir a extração com solução de clorofórmio e álcool isoamílico (24:1) mais uma 
ou duas vezes, considerando que maior número de extrações pode purificar mais o 
DNA, porém com alguma perda. 
10. Após a remoção final do sobrenadante, adicionar 500 µL de isopropanol (gelado), 
equivalente a aproximadamente 2/3 do volume coletado. Homogeneizar suavemente. 
11. Manter a –20ºC por dois minutos (para evitar a precipitação de polissacarídeos). 
12. Centrifugar a 8.600 g por dez minutos. 
13. Descartar o sobrenadante. 
14. Lavar o pellet uma vez com etanol a 70%. 
15. Lavar novamente o pellet com etanol a 95%. 
16. Deixar secar por uma hora. 
17. Ressuspender em 50 a 100 µL de tampão TE (pode-se adicionar RNAse A na 
concentração final de 10 μg/mL de amostra). 
18. Incubar a 37ºC por uma hora. 
19. Manter a -20ºC. 
38 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
1. Marcia Cristina de Sena Oliveira et al. (2007). Fundamentos teórico-práticos e 
protocolos de extração e de amplificação de DNA por meio de reação em cadeia de 
polimerase. São Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste. Acesso: 
www.cppse.embrapa.br/servicos/publicacaogratuita/e-books/LVFundDNA.pdf 
 
 
39 
 
PRÁTICA 5: Caracterização molecular de plantas transgênicas: 
reação em cadeia da polimerase (PCR) 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Como já mencionado anteriormente, a reação em cadeia da polimerase (PCR, do 
inglês polymerase chain reaction) tem sido amplamente empregada em estudos 
moleculares, em razão da facilidade relativa com que é possível amplificar in vitro 
regiões específicas do genoma de qualquer organismo. A PCR apresenta ampla gama de 
aplicações em vários ramos da pesquisa científica. Essa reação possibilita que 
determinada região do genoma de qualquer organismo seja multiplicada em milhões de 
cópias, o que facilita a análise genética e permite o desenvolvimento de técnicas de 
diagnóstico muito mais sensíveis e mais específicas do que as tradicionalmente 
utilizadas. A alta sensibilidade, a especificidade, a facilidade de execução e a análise de 
grande número de amostras simultaneamente fazem dessa técnica uma opção atrativa 
para a caracterização molecular de um grande número de eventos de plantas 
transgênicas. Os elementos envolvidos nessa reação são basicamente os mesmos 
componentes do processo de replicação que ocorre nas células vivas. A solução em que 
ocorre a reação (master mix), é preparada em banho de gelo e colocada em microtubos 
de plástico esterilizados. São componentes da PCR: 
a) Amostra de DNA que contém o segmento a ser amplificado, também chamado de 
DNA molde (do inglês, template DNA) que pode ser DNA genômico, DNA 
plasmidial ou DNA complementar (cDNA). 
b) Mistura que contenha os nucleotídeos (dNTPs: dATPs, dTTPs, dCTPs e dGTPs) 
necessários para a síntese das novas fitas de DNA. 
c) Enzima DNA-polimerase, que é responsável pela síntese das novas fitas de DNA 
(Taq-DNA-polimerase) em solução-tampão. 
d) Cloreto de magnésio, co-fator da enzima DNA polimerase. 
e) Dois iniciadores ou primers, que são pequenas seqüências conhecidas de DNA 
(oligonucleotídeos, usualmente de 18 a 25 nucleotídeos), que delimitam e são 
complementares à região-alvo de amplificação. Os primers são sintetizados em 
laboratórios especializados, sob encomenda, e após a sua diluição são mantidos a -
20°C. 
40 
 
 
A PCR pode ser feita em tubos de 0,5 mL ou de 0,2 mL ou em placas, 
empregando-se volume total de 25 µL, sendo 20 µL de master mix e 5 µL da amostra de 
DNA a ser analisada. Outras variações de volume têm sido utilizadas em diferentes 
trabalhos científicos, como por exemplo 10 µL de master mix e 2,5 µL de DNA. O 
volume das reações pode ser reduzido ou aumentado, desde que as concentrações 
adequadas de todos os componentes da reação sejam mantidas. 
Para que ocorra a amplificação, com a síntese de novas fitas de DNA, as 
amostras devem ser submetidas à combinação adequada de temperatura e de tempo. 
Cada ciclo da PCR apresenta três fases fundamentais, que são: desnaturação, 
anelamento e extensão. Essas fases ocorrem em temperaturas diferentes e são 
programadas no aparelho chamado termociclador, onde as amostras são incubadas. Na 
hora de preparar o programa para a amplificação, devem estar estabelecidos a 
temperatura e o tempo exato de cada uma dessas fases e também o número de repetições 
dos ciclos: 
a) Desnaturação: é a fase na qual o DNA perde sua estrutura de dupla hélice por meio 
da elevação da temperatura (para cerca de 94°C a 95°C)“quebrando” as pontes de 
hidrogênio entre as duas fitas anti-paralelas do DNA fazendo com que a molécula de 
DNA fique na forma de fita simples. Isso permite que os primers tenham acesso à 
região complementar à sua seqüência na amostra de DNA molde. A desnaturação 
mais longa (hot start) no primeiro ciclo pode ser utilizada com a finalidade de 
otimizar essa fase, permitindo o melhor anelamento dos primers. O DNA genômico 
permanece desnaturado por todos os ciclos subseqüentes, porque as fitas 
complementares estão em concentrações muito baixas, o que impede a sua reunião. 
Os oligonucleotídeos ou primers, por sua vez, estão em concentrações muito altas 
no master mix, fato que facilita o encontro das regiões complementares 
(anelamento). Além disso, o tamanho das fitas de DNA molde são muito grandes 
dificultando muito o reanelamento com a sua fita complementar. Já os primers são 
muito menores o que facilita o encontro e anelamento com regiões complementares. 
 
b) Anelamento: Uma vez desnaturado o DNA, a temperatura da reação é reduzida 
para uma temperatura ótima, que varia para cada par de primer. Dessa forma, cada 
primer se “encaixa” nas respectivas seqüências complementares à região-alvo da 
amplificação. A determinação da temperatura de anelamento para um par ou 
41 
 
conjunto de primers pode ser feita com o auxílio de programas de computador 
específicos para essa finalidade. A temperatura de anelamento depende, entre outros 
fatores, do tamanho do primer e de sua seqüência de nucleotídeos (incluindo a 
quantidade de GC na sequência). O Tm do primer (do inglês, melting temperature) é 
a temperatura onde 50% das moléculas do primer estão como fita simples (ou seja, 
desnaturadas) e 50% estão como fita dupla. Em última análise, o Tm do primer 
indica a estabilidade daquele duplex de DNA em particular. Ou seja, cada primer 
possui um Tm específico e, portanto, o Tm dos dois primers a serem utilizados em 
uma reação de PCR devem ser próximos. Para a escolha da temperatura de 
anelamento da reação de PCR, também chamada de Ta (do inglês, annealing 
temperature), usualmente se usa uma temperatura 5-7oC abaixo do primer com o 
menor Tm. 
 
c) Extensão: A temperatura é elevada até cerca de 72°C, para que a enzima DNA 
polimerase (Taq DNA polimerase) se posicione junto aos primers que se anelaram 
anteriormente e, com o auxílio de íons de magnésio (Mg2+), seja iniciada a síntese 
da nova fita. A síntese da nova fita de DNA se inicia a partir dos primers ou 
iniciadores, onde os nucleotídeos (dNTPs) adicionados ao tampão são incorporados 
ao primer formando a fita nascente, sempre complementares à fita-molde. Dessa 
maneira, são formadas novas fitas de DNA de dupla hélice, correspondente a região-
alvo de amplificação (delimitada pelos primers). O Mg2+ atua como co-fator da 
DNA polimerase além de facilitar a formação do complexo entre primers e DNA 
molde, estabilizando as cargas negativas dos grupos fosfato. Dessa forma, quanto 
maior a quantidade de Mg na reação, mais fácil será a formação do complexo 
primer-DNA molde e portanto, mais eficiente será a polimerização da nova fita. Por 
outro lado, altas concentrações de Mg2+ acabam diminuindo a especificidade de 
ligação do primer ao DNA molde propiciando amplificações inespecíficas do DNA. 
Usualmente, usa-se entre 1-4 mM de Mg2+ na reações, mas a concentração ótima 
varia para cada reação de PCR. 
 
Após o término de um ciclo (desnaturação, anelamento e extensão), todo o 
processo é repetido várias vezes (em geral de 30 a 40, usualmente 35 vezes), até que se 
obtenha grande quantidade da região alvo do DNA a ser amplificado. A cada ciclo de 
42 
 
amplificação, o número de cópias da seqüência-alvo é duplicado e, com a progressão 
dos ciclos durante a reação, ocorre aumento exponencial do número dessas seqüências. 
 
Objetivos: Realizar a caracterização molecular das plantas transgênicas através da 
técnica de PCR. 
 
Material 
- Termociclador (1 com capacidade para pelo menos 40 tubos) 
- Microtubos de 200 µL e estantes para suporte (1 tubo/aluno)* 
- Reagentes para PCR (Ítem 5 do procedimento) 
- Banho de gelo (1/aluno)- 
- Álcool 70% 
- Luvas descartáveis 
- Jogo de pipetas automáticas (P2 e P10) 
- Ponteiras para P2 e P10 autoclavadas e secas* 
- DNA (preparado na prática anterior) 
- Água ultrapura autoclavada (aliquotar 5 mL/bancada) 
- caneta marcadora de ponta fina 
* Tubos e ponteiras devem ser novos, autoclavados e secos. 
 
Procedimento 
 
PARTE 1: Reação em cadeia da polimerase (PCR) 
1) Separar as amostras de DNA, preparar banho de gelo para os microtubos e 
retirar os reagentes do master mix do congelador. As amostras de DNA não devem 
ter contato com os reagentes do master mix. 
2) Limpar a bancada com álcool. 
3) Lavar as mãos e colocar luvas novas. 
4) Marcar os microtubos para PCR (microtubo de 0,2 mL). 
5) Preparo do master mix para PCR: 
 
43 
 
Tabela 4. Preparo do master mix para PCR. Obs.: Complete a tabela com a quantidade 
equivalente de reagentes de acordo com o número de amostras a serem analisadas. 
 
Reagentes Conc. Final/ tubo 1 x 
 s/ Mg 
1 x 
 c/ Mg 
1x 
c/ ++Mg 
nX 
H2O ultrapura - ____µL ____µL ____µL 
Tampão 10x 
sem Mg 
Concentração final 1x 1,25 µL 1,25 µL 1,25 µL 
50 mM MgCl2 1-5 mM (em geral 1,5 mM) - 0,375 µL 1,25 µL 
10 mM dNTP 0,2 mM 0,25 µL 0,25 µL 0,25 µL 
10 µM Primer 
Fwd 
0,05-1µM (em geral 0,1 a 0,6 
µM) 
0,5 µL 0,5 µL 0,5 µL 
10 µM Primer 
Rev 
0,05-1µM (em geral 0,1 a 0,6 
µM) 
0,5 µL 0,5 µL 0,5 µL 
Taq Pol (5U/µL) 0,5-3,5 U/50µL (em geral 
1,25U/50µL) 
0,15 µL 0,15 µL 0,15 µL 
Vol Total 12,5 µL 12,5 µL 12,5 µL 
 
6) Distribuir 10 µL do master mix por microtubo de 0,2 mL (PCR). 
7) Adicionar 2,5 µL de DNA por tubo com o master mix (em local isolado, para 
evitar contaminações). 
8) Preparar o programa no termociclador, indicando as temperaturas de 
desnaturação, de anelamento e de extensão, e incubar as amostras, de acordo com o 
esquema da Fig. 13. 
 
 
Figura 12. Demonstração esquemática da programação dos ciclos da PCR com 
temperatura e tempos de desnaturação, de anelamento e de extensão. 
 
 
44 
 
BIBLIOGRAFIA 
Marcia Cristina de Sena Oliveira et al. (2007). Fundamentos teórico-práticos e 
protocolos de extração e de amplificação de DNA por meio de reação em cadeia de 
polimerase. São Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste. 
Acesso: www.cppse.embrapa.br/servicos/publicacaogratuita/e-books/LVFundDNA.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.cppse.embrapa.br/servicos/publicacaogratuita/e-books/LVFundDNA.pdf
45 
 
PRÁTICA 6: Eletroforese em gel de agarose 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Eletroforese é um método simples e muito eficiente para separar, para identificar 
e para purificar fragmentos de DNA e de proteínas. Ela consiste na separação de 
moléculas ionizadas (aminoácidos, peptídeos, proteínas - incluindo lipoproteínas e 
glicoproteínas -, nucleotídeos, ácidos carboxílicos e outras substâncias de relevância 
biológica), de acordo com sua carga elétrica e seu peso molecular. Moléculas com carga 
negativa migram para o pólo positivo (ânodo) e moléculas com carga positiva migram 
para o pólo negativo (cátodo). Para haver migração, é preciso desequilibrar 
eletricamente duas regiões extremas de um meio que contenha eletrólitos, no qual esteja 
dissolvida ou dispersa uma substância com potencial para migrar. 
Para tanto, é estabelecida a diferença de potencial entre dois eletrodos ligados 
aos terminais de uma fonte de corrente contínua e dispostos em dois compartimentos, 
catódico e anódico; ambos os compartimentos contém, em geral, uma solução-tampão. 
O meio físico de separação,igualmente tamponado, se comunica através de suas 
extremidades com as soluções-tampão dos eletrodos, fechando assim o circuito elétrico. 
A corrente elétrica, ao passar pelo meio, conduzida pelos pequenos íons 
presentes na solução, dá ensejo ao deslocamento, por exemplo, de partículas protéicas 
carregadas para determinado polo. Pelo fato de as proteínas serem substâncias anfóteras, 
ou seja, capazes de adquirirem carga positiva ou negativa de acordo com o pH, é 
indispensável manter constante o pH do meio durante a eletroforese, por meio do uso de 
soluções-tampão. 
Os ácidos nucléicos, por possuírem carga total negativa (em decorrência do 
grupamento fosfato), migram sempre em direção ao polo positivo (ânodo). O sistema 
tampão usado consiste em duas partes: o tampão usado na preparação do gel e o tampão 
da cuba eletrolítica, na qual se encontram os eletrodos (ânodo e cátodo). Nos tampões 
das cubas e do gel, a corrente elétrica é conduzida por íons, e nos eletrodos, por 
elétrons. Na presença de um sistema tampão adequado, a hidrólise da água, que se dá na 
superfície dos eletrodos, permite a troca entre elétrons e íons. O sistema tampão pode 
ser contínuo (o mesmo tampão é utilizado no gel e nos eletrodos) ou descontínuo 
46 
 
(quando diferentes composições ou concentrações de tampão são utilizadas no gel e nos 
eletrodos). 
O principal fator a ser considerado na escolha do tampão é a sua capacidade de 
tamponamento. Os dois tampões mais usados na separação eletroforética de moléculas 
de DNA são TAE (tampão tris-acetato-EDTA) e TBE (tampão tris-borato- EDTA). 
Esses dois tampões possuem efeito ligeiramente diferente na mobilidade do DNA. 
Apesar de o TAE ser mais utilizado, ele é mais facilmente exaurido durante reações 
longas ou com alta voltagem. O TBE tem melhor capacidade tamponante, mas deve ser 
evitado para purificação de DNA de géis. 
A eletroforese pode ser conduzida em solução com gradiente de densidade ou 
em diferentes meios de suporte, tais como papel-filtro, sílica-gel, membranas de acetato 
de celulose, gel de agarose, amido ou poliacrilamida. O suporte deve ser química e 
fisicamente inerte, de modo a não interferir na mobilidade das moléculas. Em relação 
aos géis de agarose ou à poliacrilamida, a porosidade do gel determina o poder de 
resolução das bandas e este geralmente é decorrente do grau de polimerização entre os 
monômeros. 
 
ELETROFORESE EM GEL DE AGAROSE 
Quanto ao gel de agarose, o protocolo pode ser dividido em três estágios: 
a) O gel é preparado com agarose na concentração adequada ao tamanho dos fragmentos 
de DNA a serem separados. 
b) As amostras de DNA são aplicadas nos pocinhos do gel. A voltagem e o tempo são 
estabelecidos de modo a propiciar a separação ideal das amostras. 
c) O gel é corado e, se o brometo de etídio tiver sido incorporado, as seqüências de DNA 
serão visualizadas na presença de luz ultravioleta. 
Três fatores principais afetam a migração do DNA através do gel de agarose: a 
concentração de agarose (Tabela 5), a conformação do DNA e a intensidade da corrente 
elétrica aplicada. 
 
 
 
 
 
 
47 
 
Tabela 5. Limites de eficiência da separação de DNA em diferentes concentrações de 
agarose. 
 
Objetivos: Analisar os resultados da reação de PCR em gel de agarose. 
 
Material 
- Cuba e fonte para eletroforese (2/laboratório) 
- Amostras das reações de PCR realizadas na prática 5 
- Marcador de peso molecular de DNA 1 Kb 
- Estantes para suporte 
- Agarose e material para pesagem da agarose (balança, espátula, etc /laboratório) 
- Brometo de etídio (10 mg/mL) ou outro agente marcador de DNA (GelRed, 
SYBRSafe ou similar) 
- Erlenmeyer de 250 mL (2/laboratório) 
- Tampão TBE 1X (volume vai depender do tamanho da cuba) 
- Luvas 
- Loading buffer para DNA 
- Jogo de pipetas automáticas (P20) 
- Microondas 
- Fotodocumentador 
- Água ultrapura autoclavada 
- Tubos eppendorf 1,5 mL autoclavdos (1/aluno) e pedaço de parafilme (parafilm 
mesmo - não serve filme de PVC tipo magipack 
48 
 
- Transiluminador 
 
Procedimento 
 
Para a análise dos produtos de PCR em géis de agarose, a concentração do gel 
deve ser escolhida de acordo com o tamanho do produto amplificado (Tabela 5). 
Gel a 1%: 0,3 g de agarose para 30 mL de gel, que deve ser preparado com tampão tris-
borato-EDTA 1 X. Para isso, aplicar 5 µL de produto de amplificação + 1 µL de 
loading buffer (tampão de corrida). 
 
1. Pesar 0,3 g de agarose. 
2. Colocá-la em um erlenmeyer que contenha o volume necessário de tampão TBE 
1X. 
3. Aquecer no forno de microondas, até iniciar a ebulição (aproximadamente trinta 
segundos em potência média para gel de 30 mL). Agitar o frasco e retornar ao forno 
de microondas por mais alguns segundos. 
4. Aguardar a redução da temperatura para aproximadamente 60°C e adicionar 
brometo de etídio, na quantidade indicada para cada gel. Pode ser necessário 
acrescentar água destilada, para repor aquela perdida por evaporação. 
5. Verter no molde previamente nivelado e colocar os pentes. 
6. Após a solidificação, colocar o gel na cuba de eletroforese e cobrir com tampão 
TBE 1X. 
7. Aplicar as amostras acrescidas de tampão de corrida e estabelecer a corrente de 
acordo com o tamanho do gel. 
8. A eletroforese deve ser realizada em TBE 1 X, em voltagem constante, na faixa 
de 2 a 5 V/cm (considerando a distância entre os eletrodos). Caso o fundo do gel 
esteja muito corado, pode-se lavar o excesso de brometo por submersão em TBE 1X 
por cinco a dez minutos. 
9. Após ~ 30 min, observador o gel em um transiluminador. 
 
CUIDADOS 
 O brometo de etídio é um potente agente mutagênico. Usar luvas e máscara para 
preparar a solução de estoque e para manipular os géis. 
49 
 
 A luz ultravioleta produz queimaduras severas. Usar máscara e óculos de 
proteção adequados. 
 
BIBLIOGRAFIA 
Joseph Sambrook; David Russell (2000). Molecular Cloning: a Laboratory Manual. 
Cold Spring Harbor Laboratory Press. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
PRÁTICA 7: Extração de RNA 
 
INTRODUÇÃO 
 
As moléculas de ácido ribonucleico (RNA) são polímeros basicamente 
constituídos por quatro tipos de nucleotídeos que diferem quanto às bases nitrogenadas. 
Quando comparado ao DNA, o RNA apresenta duas diferenças básicas no que se refere 
à composição química: (i) enquanto o açúcar do DNA é a desoxirribose, no RNA o 
açúcar presente é a ribose, que possui um grupo hidroxila (OH) adicional; (ii) a base 
pirimídica uracila (U) está presente no lugar da timina (T). 
O RNA é basicamente uma molécula de fita simples onde os nucleotídeos estão 
covalentemente ligados entre si através de ligações fosfodiéster 3’- 5’. Entretanto, 
quando em solução, o RNA pode apresentar uma arquitetura tridimensional definida e 
complexa, determinada pelo dobramento da molécula sobre si mesma, formando regiões 
de dupla hélice em locais onde há sequências de bases complementares. Essa 
propriedade de formar regiões de dupla-hélice por meio de dobramentos é fundamental 
para uma série de atividades biológicas executadas pelas moléculas de RNA. A Figura 
13 representa uma comparação entre as moléculas de RNA e DNA. 
No final de 1953, os pesquisadores adotaram como hipótese de trabalho a idéia 
de que o DNA atuaria como molde para a síntese do RNA, cujas moléculas, nos 
eucariontes, migrariam para o citoplasma onde iriam determinar o arranjo dos 
aminoácidos nas proteínas. Este esquema (Figura 14) para o fluxo de informação 
genética foi denominado dogma central da Biologia, por Francis Crick em 1956. 
51 
 
 
Figura 13. Comparação entre as moléculas de RNA (fita simples) e DNA (fita dupla). 
 
 
 
 
Figura 14. O dogma central da biologia. A informação genética é perpetuada por 
meio da replicação do DNA. Essa informação é expressa em um processo de dois 
estágios: 1. A transcrição origina

Continue navegando