Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
– Tutoriais Início de Carreira SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE O SUS é o modelo público de ações e serviços de saúde no Brasil que é orientado por um conjunto de e . Em sua estrutura, incorpora instrumentos para democratização e compartilhamento da gestão do sistema de saúde e a sua implantação tem início na década de 1990, com a promulgação da Lei Orgânica da Saúde. É fruto de uma luta social pela redemocratização do Estado brasileiro, de uma concepção de sociedade que efetive, por meio de políticas de desenvolvimento (emprego, renda, moradia e saneamento), de seguridade social e de e saúde os direitos de todos os cidadãos terem boa qualidade de vida. A saúde passa a ser vista como um direito humano. O SUS é público, comum, de todos. é constituída por três documentos que expressam os elementos básicos que estruturam e organizam o SUS. São eles: ❖ saúde é um dos setores que estruturam a seguridade social. ❖ de 19 de setembro de 1990, fala sobre a organização e regulação das ações e serviços de saúde no território nacional. ❖ de 28 de dezembro de 1990, estabelece o formato da participação popular no SUS e fala sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. Além disso, há diversas normatizações, decretos, portarias e medidas provisórias que atualizam, alteram ou revisam aspectos organizacionais e operacionais do sistema. Mas a estrutura formal do SUS está disposta nesses três documentos. é difícil definir e descrever. A primeira dificuldade é definir a diferença entre princípio e diretriz. O texto constitucional afirma que o SUS é organizado a partir de diretrizes, sem mencionar “princípios”. Já a lei 8.080, afirma que o SUS é organizado com as diretrizes da constituição e, também, por princípios. A segunda dificuldade é que alguns dos mesmos elementos que constam como diretrizes no texto constitucional, constam como princípios na lei orgânica da saúde (descentralização, integralidade e participação da comunidade). Assim, vários atributos do SUS podem ser apresentados como estruturantes e organizativos. A denominação é tomada para a base filosófica, cognitiva e ideológica do SUS, enquanto é para a forma, estratégia e meios de organização do sistema para sua concretização. alguns autores propõem a organização do SUS em e , onde os doutrinários seriam o núcleo comum de valores e concepções que servem de base para o SUS e os organizativos representariam a forma de organização e operacionalização do sistema. PRINCÍPIOS Podemos identificar três elementos que compõem a base cognitiva, ideativa e filosófica do sistema brasileiro e que foi inscrita na Constituição Federal de 1988: universalidade, integralidade e equidade. o artigo 196 da Constituição de 1988 afirma que “a saúde é direito de todos e dever do Estado”. antes do artigo constitucional, precisava-se contribuir com a Previdência Social para ter acesso à saúde pública e, a partir desse artigo, todos (independentemente de sexo, idade, condição financeira, crença religiosa e partido político) têm direito. A saúde deixa de ser um serviço e passa a ser um direito. E, entendida enquanto isso, a saúde deve ser gratuita. A , de 28/05/2012, considera crime exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial. (municípios, estados e União) se a saúde é um direito fundamental, o Estado deve ter a responsabilidade de construir as condições concretas – para a sua efetivação. O financiamento da saúde se dá por meio da arrecadação de impostos e outras formas de obtenção de recursos que devem ser administrados para atender aos princípios do SUS e às demandas de saúde da população brasileira o SUS compreende o ser humano como “um ser integral, biopsicossocial, e deverá ser entendido com essa visão integral por um sistema de saúde integral, voltado a promover, proteger e recuperar sua saúde”. ❖ ❖ integralidade do sistema. Se o ser humano é visto como um todo, precisa de um sistema que dê conta desse todo. Direto às diversas ações em saúde (promoção, prevenção, recuperação, assistência, reabilitação e alívio, que precisam estar articuladas). A integralidade compreende o ser humano e o SUS como um todo, entendendo as ações em saúde em todos os níveis. é fruto das históricas iniquidades sociais e econômicas da nação, uma vez que essas levam a desigualdades no acesso, gestão e produção de serviços de saúde. Não implica noção de igualdade, mas de , procurando investir onde a inequidade é maior. É um espaço regulador das diferenças, no sentido de reduzir ou atentar para as iniquidades ou diferenças. Isto é reconhecer a pluralidade e a diversidade da condição humana nas suas necessidades e suas potencialidades. Busca oferecer ações em saúde conforme a peculiaridade e necessidade das pessoas. Leva em conta traços biológicos particulares e realidades geográficas, culturais e sociais diversas Também se refere à garantia do acesso a todos, independentemente de sua localização geográfica, como as comunidades ribeirinhas e extrativistas, os quilombolas, as comunidades do campo e as da floresta. DIRETRIZES o artigo 198 da Constituição de 1988 afirma que “as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada”. É prevista pelo (regulamenta a Lei Orgânica da Saúde) as ações e serviços de saúde devem ser organizados de forma integrada entre municípios vizinhos, que se identificam cultural e geograficamente, por meio de uma rede de atenção à saúde. Consultas, exames e procedimentos devem ser organizados em uma rede de saúde de forma hierarquizada, começando pela atenção básica e, se necessário, encaminhando para hospitais, laboratórios e institutos especializados no munícipio ou região, de forma organizada. As ações e serviços em saúde devem estar organizadas a partir de regiões, delimitadas do âmbito municipal ao federal, passando pelo estadual, numa rede que garanta ao cidadão fácil acesso a serviços qualificados. Quanto mais perto da população os serviços e as ações forem executadas, maior a capacidade de agir sobre as causas dos problemas de saúde de determinada região. o art. 198 prevê que as ações e os serviços públicos, além de regionalizados, “integram uma rede hierarquizada (...), constituindo, assim, um sistema único”. As ações e serviços em saúde devem estar articuladas entre si de forma hierarquizada, da atenção básica à alta complexidade. Os problemas de mais fácil solução devem ser resolvidos perto da população (atenção primária), pois não exigem procedimentos mais especializados e são mais baratos, mas não menos importantes. Os problemas que exigem procedimentos mais complexos, de média e alta complexidade, devem ser tratados em hospitais e centros especializados integrantes das redes de saúde. A hierarquização refere-se à organização e gestão administrativa dos serviços prestados pelo SUS, que devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade. – O prevê como portas de entrada a atenção básica, a atenção de urgência e emergência e a atenção psicossocial. Todo e qualquer procedimento no SUS deve ser iniciado pelas portas de entrada, passando, a partir daí, se necessário, para os demais níveis de complexidade. é o meio de resolver a concentração dos recursos e centralização do poder de decisão (que era no Ministério da Saúde). A capacidade gerencial das políticas e recursos pelo ministério era muito limitada, porque o Brasil é muito grande. Gerava desperdícios de recursos em determinados locais e faltava em outros. Fundamentada na teoria que . Garantida constitucionalmente pelo art. 198, que afirma a “descentralização, com direção única em cada esfera de governo”. Com isso, os estados e, principalmente, os municípios, ganhampoder para organizar a saúde de acordo com a sua realidade específica. A municipalização da saúde dá poder de decisão a quem realmente executa. as ações e serviços devem ser definidos e organizados de modo a solucionar os problemas da sua região de saúde. Para isso precisam de planejamento com base nos indicadores epidemiológicos. Prevê que não haja oferta de procedimentos desnecessários e, portanto, desperdício de recursos. O sistema deve ser resolutivo, ou seja, procurar resolver o problema do cidadão, empregando o tempo, o custo e o sofrimento mínimos. todos os sujeitos envolvidos no SUS têm papel na sua implementação (profissionais, prestadores, gestores e usuários que estão na ponta do sistema e que acompanham o cotidiano da política pública). Fundamentada na teoria que . O art. 198 da Constituição contempla “a participação da comunidade”. E a traduziu o texto constitucional em duas formas de participação: os e as , nas três esferas do governo (união, estados e municípios). Os conselhos de saúde não possuem caráter meramente consultivo, mas, também, deliberativo: o povo tem poder de decisão (“o poder emana do povo”). o SUS prevê que ações e serviços sejam garantidos pelo setor público, mas quando essa estrutura for insuficiente, o gestor poderá recorrer ao setor privado, que atuará de forma complementar ao sistema. Pode ser acordado por meio de contrato ou convênio. Terá preferência o setor filantrópico (não lucrativo) do SUS. Prerrogativa está na , art. 22: “na prestação de serviços privados de assistência à saúde, serão observados os princípios éticos e as normas expedidas pelo órgão de direção do SUS quanto às condições para seu funcionamento”. O prestador privado deverá estar de acordo com os princípios e normas técnicas do SUS e deve se integrar ao processo de regionalização e hierarquização dos serviços de saúde da região à qual pertence. FONTE: CARTILHA “O SUS E A EFETIVAÇÃO DO D IRE ITO HUMANO À SAÚDE” E “PR INCÍP IOS E D IRETR IZES DO S ISTEMA ÚN ICO DE SAÚDE ” (GUSTAVO CORRE IA MATTA) PNAB (21/10/2011) aprova a PNAB, estabelecendo revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia de Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). (21/09/2017) revoga a portaria nº 2.488 de 2011 e Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). conjunto de ações em saúde desempenhadas pela Saúde da Família. Articula conhecimentos e técnicas provindos da epidemiologia, do planejamento e das ciências sociais em saúde, redefinindo as práticas em saúde, articulando as bases de promoção, proteção e assistência, a fim de garantir a integralidade do cuidado. Deve se utilizar saberes de variadas origens para que a APS possa ser mais eficaz e resolutiva (cultura, assistência social, gestão, esporte, lazer etc.), tornando- – se um exercício de interdisciplinaridade e intersetorialidade. Primeiro contato na rede assistencial dentro do sistema de saúde caracteriza-se pela continuidade e integralidade da atenção e representa a coordenação da assistência dentro do próprio sistema, da atenção centrada na família, da orientação e participação comunitária e da competência cultural. acesso (primeiro contato do indivíduo com o sistema de saúde), continuidade do cuidado, integralidade da ação e coordenação do cuidado dentro do sistema. atenção à saúde centrada na família, orientação comunitária e competência cultural. PSF | ESF tem como ponto principal o estabelecimento de vínculos e criação de laços de compromisso e responsabilidade entre profissionais de saúde e a população. A estratégia utilizada pelo PSF só é compreendida através da mudança do objeto de atenção, forma de atuação e organização geral dos serviços, reorganizando a prática assistencial em novas bases e critérios. Essa perspectiva faz com que a família passe a ser o objeto principal da atenção, entendida a partir do ambiente onde vive. contribuir para a reorientação do modelo assistencial a partir da atenção básica, em conformidade com os princípios do Sistema Único de Saúde, imprimindo uma nova dinâmica de atuação nas unidades básicas de saúde, com definição de responsabilidades entre os serviços de saúde e a população. (justamente por que programa possui tempo determinado e estratégia é permanente e contínua) Desse modo, o PSF passou a ser denominado de Estratégia Saúde da Família (ESF). é um modelo que procura reorganizar a prática da atenção à saúde em novas bases e substituir o modelo tradicional, privilegiando a construção de redes de atenção e cuidado, constituindo-se em apoio às equipes de saúde da família e ampliando sua resolutividade e sua capacidade de compartilhar e fazer a coordenação do cuidado. Leva a saúde para mais perto das famílias e, assim, melhorar a qualidade de vida da população. PNAB é lançada pela necessidade de adequar as normas nacionais adaptados à realidade mais atual vivida pelo SUS. As normas e resoluções das portarias anteriores permanecem em vigor desde que não conflitem com a atual. Além disso, a ESF e outras estratégias organizativas da Atenção Básica devem seguir as diretrizes do SUS, considerando e incluindo as especificidades loco regionais. a equipe de Saúde da Família (eSF) é uma equipe multiprofissional que deve ser composta por, no mínimo: generalista, ou especialista em Saúde da Família, ou médico de Família e Comunidade; generalista ou especialista em Saúde da Família; ; e (ACS). Podem, ainda, ser acrescentados a essa composição os profissionais de Saúde Bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal. Outros profissionais de saúde poderão ser incorporados a estas unidades básicas, de acordo com as demandas e características da organização dos serviços de saúde locais, devendo estar identificados com uma proposta de trabalho que exige criatividade e iniciativa para trabalhos comunitários e em grupo. Cada eSF deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000 pessoas, respeitando critérios de equidade para essa definição. Recomenda-se que o número de pessoas por equipe considere o grau de vulnerabilidade das famílias daquele território, sendo que, quanto maior o grau de vulnerabilidade, menor deverá ser a quantidade de pessoas por equipe. FONTE: PNAB (PORTARIA Nº2 .436/20 17 ) E CARTILHA “PSF ” MIN ISTÉR IO DA SAÚDE NASF o Ministério da Saúde criou os NASF, mediante a (24/01/2008). Além de doenças definidas pelo perfil epidemiológico e a pluralidade de agravos à saúde, ainda existem na população os problemas de violência, saúde mental, pobreza, uso abusivo de drogas e acidentes. Essa realidade faz necessário um olhar multifacetado, criando-se, então, os Núcleos de Apoio à Saúde da Família, composto por profissionais de diferentes áreas de conhecimento que – atuam de maneira integrada com a ESF e com as equipes de atenção básica para populações específicas. apoiar a inserção da ESF na rede de serviços, garantindo a continuidade e integralidade da atenção, ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica e aumentar a resolutividade da atenção básica, reforçando os processos de territorialização e regionalização em saúde. é dividido em duas modalidades (NASF 1 e NASF 2). A composição de cada uma delas é definida pelos gestores municipais, a partir dos dados epidemiológicos e das necessidades locais e das equipes de saúde que serão apoiadas. vinculada a, no mínimo, 5 e a, no máximo, 9 equipes de Saúde da Família (eSF) ou equipes de Atenção Básica para populações específicas (Consultórios na Rua, equipes ribeirinhas e fluviais). Os profissionais tem que ter algumas condiçõesespecíficas (como a carga horária semanal máxima e mínima). vinculada a, no mínimo, 3 e a, no máximo, 4 eSF e/ou equipes de Atenção Básica para populações específicas (Consultórios na Rua, equipes ribeirinhas e fluviais). Os profissionais tem que ter algumas condições específicas (como carga horária semanal máxima e mínima). equipe com profissionais de diferentes áreas de conhecimento que atuam em conjunto com os profissionais das eSF, compartilhando e apoiando as práticas em saúde nos territórios sob responsabilidade da eSF. Os gestores municipais e eSF que definem a composição, mediante critérios de prioridades (uma vez que não é porta de entrada, sim apoio às equipes de Saúde Familias). médico acupunturista; assistente social; profissional/professor de educação física; farmacêutico; fisioterapeuta; fonoaudiólogo; ginecologista/obstetra; médico homeopata; nutricionista; pediatra; psicólogo; psiquiatra; terapeuta ocupacional; geriatra; médico internista (clínica médica); médico do trabalho; veterinário; arte- educador; profissional de saúde sanitarista (profissional graduado na área de saúde com pós-graduação em saúde pública ou coletiva). Não há diferença entre o NASF 1 e o 2 quanto aos profissionais que os compõem, diferindo apenas na carga horária semanal e no número de equipes da Saúde da Família e/ou equipes de Atenção Básica para populações específicas. ocorre dentro de diretrizes. São elas: ação interdisciplinar e intersetorial; educação permanente em saúde dos profissionais e da população; desenvolvimento da noção de território; integralidade, participação social, educação popular; promoção da saúde e humanização. O trabalho deve ser estruturado priorizando o atendimento compartilhado e interdisciplinar, com troca de saberes, capacitação e responsabilidades mútuas, gerando experiência para todos os profissionais envolvidos, mediante amplas metodologias, tais como estudo e discussão de casos e situações, projetos terapêuticos, orientações e atendimento conjunto. utilizadas pelo NASF em sua organização. ❖ tecnologia de gestão, modo de realizar a atenção em saúde de forma compartilhada com vistas à integralidade e à resolubilidade da atenção, por meio do trabalho interdisciplinar. ❖ direcionada a todos os profissionais que fazem clínica. Ampliar a clínica significa ajustar os recortes teóricos de cada profissão às necessidades dos usuários (toda profissão faz um recorte, um destaque de sintomas e informações, de acordo seu núcleo profissional.). Discussão em equipe de casos clínicos, principalmente os mais complexos. ❖ conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou coletivo, resultado da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar, com apoio matricial. Momento em que toda a equipe compartilha opiniões para ajudar a entender o sujeito com alguma demanda de cuidado em saúde e para definição de propostas de ações. Pode ser elaborado para grupos ou famílias, e não só para indivíduos. ❖ estratégia das eSF e do NASF para desenvolver ações efetivas na produção da saúde em um território que tenham foco na articulação dos serviços de saúde com outros – serviços e políticas sociais de forma a investir na qualidade de vida e na autonomia de sujeitos e comunidades. Inicia-se pela identificação de uma área e/ou população vulnerável ou em risco. O PST deve ser baseado na promoção da saúde, na participação social e na intersetorialidade e na existência de demanda e na criação de espaços coletivos de discussão onde sejam analisados a priorização das necessidades de saúde, os seus determinantes sociais, as estratégias e os objetivos propostos para a sua abordagem. ❖ tem por objetivo a atenção integral à saúde das crianças, adolescentes e jovens do ensino público, no âmbito das escolas e das UBS. Realizado pelas equipes de saúde da atenção básica e educação de forma integrada. FONTE: CADERNO DE ATENÇÃO BÁS ICA - NASF PSF | ESF ❖ , identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades ❖ , utilizando as informações sistematicamente para a análise da situação de saúde, considerando as características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do território ❖ , com atenção especial às populações que apresentem necessidades específicas (em situação de rua, em medida socioeducativa, privada de liberdade, ribeirinha, fluvial) ❖ Realizar ações de atenção à saúde conforme a necessidade de saúde da população local ❖ , buscando por meio da realização de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, prevenção de doenças e agravos e da garantia de atendimento da demanda espontânea, da realização das ações programáticas, coletivas e de vigilância em saúde ❖ Participar do dos usuários, proporcionando atendimento humanizado, realizando classificação de risco, identificando as necessidades de intervenções de cuidado, responsabilizando-se pela continuidade da atenção e viabilizando o estabelecimento do vínculo ❖ Responsabilizar-se pelo da população adscrita, permitindo a ❖ Praticar , visando propor intervenções que possam influenciar os processos saúde-doença individual, das coletividades e da própria comunidade ❖ Utilizar o Sistema de Informação da AB vigente para registro das ações de saúde, visando subsidiar a gestão, planejamento, investigação clínica e epidemiológica, e à avaliação dos serviços de saúde ❖ Realizar a gestão das filas de espera, evitando a prática do encaminhamento desnecessário, com base nos processos de regulação locais (referência e contrarreferência), ampliando-a para um processo de compartilhamento de casos e acompanhamento longitudinal de responsabilidade das equipes que atuam na atenção básica ❖ Instituir ações para segurança do paciente e propor medidas para reduzir os riscos e diminuir os eventos adversos ❖ Realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de notificação compulsória, bem como agravos, surtos, acidentes, violências, situações sanitárias e ambientais de importância local ❖ Realizar visitas domiciliares e atendimentos em domicílio às famílias e pessoas em residências, Instituições de Longa Permanência (ILP), abrigos, entre outros ❖ Participar de reuniões de equipes a fim de acompanhar e discutir em conjunto o planejamento e avaliação sistemática das ações da equipe, a partir da utilização dos dados disponíveis, visando a readequação constante do processo de trabalho ❖ Articular e participar das permanente e educação continuada. – Realizar ações de educação em saúde à população adstrita, conforme planejamento da equipe e utilizando abordagens adequadas às necessidades deste público ❖ Promover a , estimulando conselhos/colegiados, constituídos de gestores locais, profissionais de saúde e usuários, viabilizando o controle social na gestão da UBS , mantendo os dados atualizados no sistema de informação da AB, utilizando-os de forma sistemática, com apoio da equipe, para a análise da situação de saúde, considerando as características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do território, e priorizando as situações a serem acompanhadas no planejamento local; utilizar instrumentos para a que apoiem no diagnóstico demográfico e sociocultural da comunidade; , os dados de nascimentos, óbitos, doenças e outros agravos à saúde, garantido o sigilo ético; , considerando as características e as finalidades do trabalho de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou coletividades; sobre as datas e horários de consultas e exames agendados. realizar a às pessoas e famílias sob sua responsabilidade; realizar , , atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos espaços comunitários (escolas, associações); realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidadospara as pessoas que possuem condições crônicas no território; encaminhar usuários a outros pontos de atenção, respeitando fluxos locais (sua responsabilidade o acompanhamento do plano terapêutico prescrito); indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, mantendo a responsabilização pelo acompanhamento da pessoa; planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe. realizar consulta de enfermagem, procedimentos, atividades em grupo em indivíduos e famílias cadastradas; solicitar exames complementares; prescrever medicações e gerenciar insumos e encaminhar usuários a outros serviços. Atividades de educação permanente da equipe de enfermagem, bem como o gerenciamento e a avaliação das atividades da equipe. sob a supervisão do enfermeiro, realizar procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão tanto na Unidade de Saúde quanto em domicílio e outros espaços da comunidade. em ação conjunta com o TSB, definir o papel epidemiológico da população para o planejamento e a programação em saúde, voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais, de forma integral e resolutiva. Deve realizar os procedimentos clínicos, incluindo atendimento das emergências, pequenas cirurgias ambulatoriais e próteses dentárias elementares, além de atividades programadas e de atenção à demanda espontânea e ao controle de insumos. Responsável por supervisionar o TSB e o ASB. acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal, a manutenção e a conservação dos equipamentos odontológicos, a remoção do biofilme e as fotografias e tomadas de uso odontológicos, a limpeza e a antissepsia do campo operatório, antes e após atos cirúrgicos, e as medidas de biossegurança de produtos e resíduos odontológicos. limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização do instrumental, dos equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho, processar filme radiográfico, seleciona moldeiras, prepara modelos em gesso além das demais atividades atribuídas ao TSB. NASF a integralidade se materializa pelo aumento da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde – tanto clínicos quanto sanitários – por meio da responsabilização compartilhada entre a equipe do NASF e as ESF e de populações específicas, garantindo-lhes encaminhamento, com base nos processos de referência e contra referência. – Discussão de caos, atendimento conjunto, interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuticos, educação permanente, podendo todas as ações serem desenvolvidas nas UBS, academias da saúde ou em outros pontos do território. definição de indicadores e metas que avaliem as suas ações; definição de uma agenda de trabalho que privilegie as atividades pedagógicas e assistenciais; ações diretas e conjuntas com a ESF no território. FONTE: PNAB (PORTARIA Nº2 .4 36/20 17 ) E CARTILHA “PSF ” GENERALISTA X ESPECIALISTA as últimas décadas foram marcadas pela preocupação com a , culminando com a formulação das Diretrizes Curriculares Nacionais. Estas orientam as instituições de ensino superior a transformarem o processo de ensino, objetivando a . Ao investigar a atribuída ao , comparada ao especialista, a maioria dos entrevistados acredita que o primeiro é mais mal remunerado, tem . A prática médica, desde sua origem, se caracterizava por uma avaliação geral do paciente; contudo apresentava baixa resolutividade e pouco prestígio social. No início do século XX essa realidade se modificou, advinda das teorias de Flexner, que enfatizavam o conhecimento extraído da pesquisa experimental de base individual. A partir desse momento, iniciou a superespecialização médica e a busca por avanço tecnológico, com consequente aumento da efetividade e do status profissional. Ainda hoje essa lógica permanece por meio da prática profissional individualista e baseada no modelo hospitalar, de elevado custo, atendimento curativo e descontextualizado. Em 1978, com a Conferência de Alma-Ata, promovida pela OMS e pela UNICEF, foi estabelecido o conceito de Atenção Primária à Saúde (APS), na tentativa de . O Brasil norteou a reforma dos sistemas de saúde baseado nesse modelo. Surgem, assim, ações como o PSF, que se pauta nos princípios da APS, integralizando os níveis de atenção à saúde e fortalecendo o SUS. Esse fato evocou a discussão sobre a relevância da formação de recursos humanos como forma de complementar essa idealização, algo que influenciou diretamente a graduação médica. Em 2001, foram homologadas as Diretrizes Curriculares Nacionais que orientam as instituições de ensino superior a transformarem o processo de ensino- aprendizagem-avaliação, devendo contemplar os princípios adotados pelo SUS. Assim objetiva-se a dos profissionais egressos, atentando para uma visão mais humanista do exercer da medicina. A partir de então, inicia-se a adaptação do currículo médico acadêmico, tentando torná-lo mais apropriado à verdadeira realidade da saúde das pessoas, contribuindo para o conhecimento do aluno frente ao trabalho desenvolvido pelo médico generalista, além de romper o aprendizado focado nos hospitais e transferi- lo ao atendimento em unidades básicas de saúde. percebem-se os generalistas como profissionais que contemplam , considerando o indivíduo como um ser biopsicossocial, personalizando a relação médico-paciente. Devem fazer a utilização racional das tecnologias, levando em consideração o custo-benefício e ter a capacidade de liderança e interdisciplinaridade. por sua vez, possui um . São qualificados para realizar diagnósticos e procedimentos terapêuticos que não estão no repertório do generalista, com considerável acesso tecnológico. a especialização começou a ser observada como uma imposição para inserção no mercado de trabalho, como forma de gerar uma maior qualificação do serviço que promova melhores vínculos empregatícios e melhor remuneração. Assim, . – Dessa forma, a medicina adquiriu um , com o passar dos anos e da valorização da superespecialização. Sendo assim, as atividades de saúde coletiva não são tão sedutoras para o profissional, já que não trazem o status social e Científico. Além disso, a maioria dos profissionais de saúde e acadêmicos em medicina . FONTE: ARTIGO “FOMRAÇÃO MÉDICA GENERALISTA: PERCEPÇÃO DO PROF ISS IONAL E DO ESTUDANTE ” DEMOGRAFIA MÉDICA O Brasil contava, em outubro de 2015, com 399.692 médicos e uma população de 204.411.281 habitantes – razão de 1,95 médico por 1.000 habitantes. Na mesma data, o número de registros de médicos nos Conselhos Regionais de Medicina chegava a 432.870, o que significa . Apesar de o Brasil ter razão nacional de 2,11 médicos por 1.000 habitantes, as : entre as unidades da federação, entre as capitais e os interiores, e comparando agrupamentos de municípios por estratos populacionais. A diferença de 33.178 entre o número de médicos e o de registros de médicos refere-se às inscrições secundárias de profissionais registrados em mais de um estado da federação. O estudo trabalha tanto com o número de médicos, quanto com o número de registros, no caso de dados regionais ou estaduais. O no país já se estende por mais de 50 anos. De 1970, quando havia 58.994 registros, até 2015, o aumento foi de 633%. No mesmo período, a população brasileira cresceu 116%. Ou seja, o total de médicos nesses anos aumentou em maior velocidade do que o crescimento populacional. A diferença nas taxas de crescimento explica o aumento constante na razão médico/habitante. Cabe observar que entre 1980 e 2010 houve diminuição no ritmo de crescimento da população em função da fertilidade declinante e da expectativa de vida crescente. principalmente da abertura de novas escolas médicas e da expansão de vagas de graduação em medicina, de fatores relacionados à evolução da demandae de necessidades crescentes de saúde, além da oferta de mais postos de trabalho médico devido à expansão do sistema de saúde. FONTE: DEMOGRAF IA MÉDICA NO BRAS IL (20 15 ) “MÉDICOS NO BRAS IL : NÚMEROS E EVOLUÇÃO” Check - up NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE O SUS ordena o cuidado com a saúde em níveis de atenção, que são de , e . Essa estruturação visa à melhor e das ações e dos serviços do sistema de saúde. Não se deve desconsiderar algum desses níveis de atenção, porque a atenção à saúde deve ser integral. A atenção primária em saúde resolve mais de 80% dos problemas de saúde da população, o nível secundário cerca de 15% e o nível terciário aproximadamente 5% dos problemas de saúde. constitui o à saúde adotada pelo SUS. É um conjunto de ações que engloba , , , e . Desenvolve-se por meio de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios delimitados, pelos quais assumem responsabilidade. Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, objetivando solucionar os problemas de saúde de maior frequência e relevância das populações. É o dos usuários com o sistema de saúde. Deve considerar o sujeito em sua singularidade, complexidade, inteireza e inserção sociocultural, além de buscar a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável. A APS deve cumprir (MENDES, 2002): • visa resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população; • visa organizar os fluxos e contrafluxos dos usuários pelos diversos – pontos de atenção à saúde, no sistema de serviços à saúde; • visa responsabilizar-se pela saúde dos usuários em quaisquer pontos de atenção à saúde em que estejam. Orienta-se pelos da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e da continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social. Tem a Saúde da Família como estratégia prioritária para sua organização de acordo com os preceitos do SUS. É constituída pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), pela Equipe de Saúde da Família (ESF) e pelo Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Estando bem estruturada, a APS reduzirá as filas nos prontos socorros e hospitais, o consumo abusivo de medicamentos e o uso indiscriminado de equipamentos de alta tecnologia. constitui o à saúde adotada pelo SUS, é a ambulatorial. É composta por ações e serviços que , cuja complexidade da assistência na prática clínica demande a disponibilidade de e a utilização de recursos tecnológicos (intermediários), para o apoio e e e Desenvolve atividades assistenciais nas : clínica médica, gineco-obstetrícia, pediatria e clínica cirúrgica + especialidades estratégicas, nas modalidades de atenção ambulatorial, internação, urgência e reabilitação (unidades mistas, ambulatórios gerais, hospitais locais e hospitais regionais). Procedimentos especializados realizados por profissionais médicos, outros profissionais de nível superior e nível médio, cirurgias ambulatoriais especializadas, procedimentos tráumato-ortopédico, ações especializadas em odontologia, patologia clínica, anatomopatologia e citopatologia, radiodiagnóstico, exames ultrassonográficos, fisioterapia, terapias especializadas, próteses e órteses, anestesia. constitui o à saúde adotada pelo SUS, é a . Responsável por designar o conjunto de terapias e procedimentos de elevada especialização, que empregam tecnologias duras e que são realizados no ambiente hospitalar. Possui do sistema, nas modalidades de atendimento ambulatorial, internação e urgência (ex.: ambulatórios de especialidades, hospitais especializados e hospitais de especialidades). Procedimentos que envolvem , objetivando propiciar à população acesso a serviços qualificados, integrando-os demais níveis de atenção à Saúde. FONTE: ASSISTÊNCIA DE MÉDIA E ALTA COMPLEX IDADE NO SUS (CONASS + MIN ISTÉR IO DA SAÚDE) RESOLUTIVIDADE As definições de níveis não tem o objetivo de fixar uma “relação definitiva” de média e alta complexidade de atenção à saúde, mas : sua visão foi, desde sempre, fragmentária, um conjunto de procedimentos relacionados nas tradicionais “tabelas de procedimentos do sistema”, ambulatorial ou hospitalar, selecionados por exclusão (procedimentos que “não cabem” nas UBS e na APS, pelos custos ou densidade tecnológica envolvida) envolve aspectos inerentes à demanda, às tecnologias dos serviços de saúde, à existência de um sistema de referência preestabelecido. sistemas fragmentados tendem a se voltar para a atenção principal às condições e aos eventos agudos, enquanto os sistemas integrados tendem a atuar, equilibradamente, sobre as condições agudas e crônicas. Sistemas fragmentados: se organizam através de um conjunto de pontos de atenção à saúde, isolados e incomunicados uns dos outros, e que, por consequência, são incapazes de prestar uma atenção contínua à população. Aumenta custo, reduz resolutividade. – Articulados: Aumenta resolutividade, reduz custo apresentam missão e objetivos comuns; operam de forma cooperativa e interdependente; intercambiam constantemente seus recursos; são estabelecidas sem hierarquia entre os pontos de atenção à saúde, organizando-se de forma poliárquica; convocam uma atenção integral; funcionam sob coordenação da APS; prestam atenção oportuna, em tempos e lugares certos; focam-se no ciclo completo de atenção Prontuário eletrônico, CNS (Cartão Nacional de Saúde), bancos de dado do SUS, sistema logístico e de apoio. REFERÊNCIA E CONTRA REFERÊNCIA Visa a concretização dos princípios e diretrizes do SUS (integralidade, regionalização e hierarquização). Constitui-se na , sendo que por referência compreende-se o trânsito do nível menor para o de maior complexidade. Inversamente, a contra referência compreende o trânsito do nível de maior para o de menor complexidade. “Os profissionais de saúde só deverão encaminhar os casos que realmente estejam fora da possibilidade técnica e de recursos humanos de serem tratados no próprio município da residência dos pacientes. Os casos mal encaminhados e detectados pela Coordenação do Sistema de referência e pelas auditorias serão procurados para esclarecimentos e posteriores providências.” (DIAS, 2012) . Usuário é encaminhado para um atendimento com níveis de mais complexos (hospitais, clínicas especializadas). menor grau de complexidade. Quando a necessidade do usuário, em relação aos serviços de saúde, é . Cidadão pode ser contra referenciado, ou seja, conduzido para um atendimento em nível mais primário (exemplo: UBS mais próxima de seu domicílio). ❖ Criar/normatizar órgão municipal que regule o fluxo de encaminhamento para o Sistema Regional; ❖ Definir/normatizar a Unidade de Referência Regional como papel regulador para referência Estadual; ❖ Criar um documento unificado de encaminhamento no SER / SUS; ❖ Definir a responsabilidade quanto ao translado e estadia do paciente fora do domicílio, nas Regionais e na Estadual; ❖ Hierarquizar o sistema em nível de complexidade; ❖ Definir o fluxo da Referência e Contrarreferência. ❖ Conhecer as condições das unidades de cada Microrregião (municípios); ❖ Identificar os serviços disponíveis em nível regional e municipal; ❖ Articular politicamente a garantia da consolidação do Sistema de Referência Estadual nos três níveis; ❖ Identificar os recursos humanos especializados disponíveis; ❖ Garantir recursos materiais e insumos (equipamentos e medicamentos principalmente) para cobertura e resolutividade dos serviços; ❖ Garantir a referência e contrarreferência nos três espaços: municipal, regional e estadual;❖ Capacitar profissionais; ❖ Garantir recursos orçamentários e financeiros para consolidação e manutenção dos serviços de referência; ❖ Incentivar a interiorização de profissionais especializados através de capacitação e incentivos financeiros; ❖ Garantir a divulgação e informações sobre os serviços. FONTE: DEMOGRAF IA MÉDICA NO BRAS IL (20 15 ) “MÉDICOS NO BRAS IL : NÚMEROS E EVOLUÇÃO” (Responsabilidade dos exames de prevenção dentro das políticas de saúde) INTRODUÇÃO O sistema de saúde brasileiro é , onde convive um sistema público e um privado. O arranjo produtivo se constitui em um emaranhado de interrelações entre setor público e privado. – A maioria dos estabelecimentos de saúde brasileiros são públicos (58,7%). o SUS é o sistema público de assistência à saúde, definido pela constituição de 1988 e instituído pela Lei Orgânica da Saúde (lei 8.080 de 1990). É baseado em 3 princípios (universalidade, integralidade e equidade). Porém, o SUS possui uma , com indicadores inferiores aos recomendados pela OMS. Essa oferta insuficiente impõe um tempo de espera pelos tratamentos, principalmente por aqueles que não são considerados como emergenciais, do sistema e, consequentemente, . ❖ os planos são definidos como porque entende-se que pagar por um seguro privado é uma opção, uma vez que todos os brasileiros já contribuem para o sistema público de saúde por meio dos impostos e têm direito a utilizá-lo. Porém, eles acabam sendo , já que muitas pessoas recorrem aos planos por conta de limitações na saúde pública. ❖ representado pelos “serviços de saúde adquiridos em prestadores privados mediante gastos diretos dos bolsos das pessoas ou das famílias”. INTERAÇÃO PÚBLICO-PRIVADA O SUS nasceu como um sistema universal e unificado na Constituição de 1988. No entanto, na própria constituição há espaço para o setor privado, na forma de um . o segmento privado possui grande magnitude (foi responsável por quase 60% dos gastos com saúde no país em 2000), operando principalmente na forma de seguro/plano de saúde (por 35% dos gastos totais privados com saúde). Diversos subsídios se dão entre o Estado e o setor privado, no âmbito da saúde, como os "gastos tributários", que são recursos tributários que o Estado deixa de arrecadar, mediante as desonerações fiscais. Eles atuam como aos prestadores e operadoras de planos de saúde filantrópicos e como , uma vez que o gasto deles proveniente é deduzido da base sobre a qual é calculado o imposto de renda devido por pessoas físicas e jurídicas. foi criado pelo artigo 32 da Lei nº 9.656/1998 e regulamentado pelas normas da ANS. É a obrigação legal das operadoras de planos privados de assistência à saúde de restituir as despesas do SUS no eventual atendimento de seus beneficiários que estejam cobertos pelos respectivos planos. Seu processo de normatização e cobrança é de responsabilidade da ANS. Sua principal função é a , evitando que operadoras descumpram seus contratos ao zelar para que mantenham uma rede adequada de prestadores de serviços. a possível utilização do SUS pelo setor privado sem ressarcimento tinha implicações de bem estar sobre os agentes em todo o sistema de saúde brasileiro. No caso dos ofertantes privados, ao venderem planos de saúde com serviços que, em parte, eram cobertos pelo SUS, mas sem o devido ressarcimento, acabavam não incorrendo no custo social de sua produção, pois parte de seus custos eram repassados para o sistema público. Isso fazia com que tendessem a ofertar uma quantidade de seguro privado além do socialmente desejado. Para o SUS não havia alívio da quantidade de pacientes tratados na magnitude do número de segurados, uma vez que mesmo aqueles com preço de reserva alto o suficiente para comprar planos privados de saúde, ao final, eram em parte atendidos pelo próprio SUS No que tange às operadoras de planos de saúde, os dados da PNAD/IBGE-2003 mostram que 15,4% das pessoas que têm plano de saúde privado e foram internadas o foram pelo SUS. No caso dos atendimentos, é de 11,8%. Este percentual se eleva quando se trata de procedimentos de alto custo/complexidade, tais como hemodiálise, quimio, rádio e hemoterapia, dos quais 11,6% foram realizados para pacientes com plano de saúde. Da mesma forma, entre alguns serviços em que o SUS se destaca, como pronto atendimento, 11,0% das pessoas que usaram são pacientes possuidores de planos privados. População com cobertura duplicada: importante segmento populacional que conta com cobertura duplicada de serviços de saúde (SUS + privado). é um instrumento que possibilita a vinculação dos procedimentos – executados no âmbito do SUS ou da Saúde Suplementar ao usuário, ao profissional que os realizou e também à unidade de saúde onde foram realizados. A atribuição do número do CNS ao beneficiário de plano é uma obrigação das operadoras de planos de saúde que atende aos anseios da política nacional de saúde. Essa identificação unívoca para os indivíduos, tanto os que utilizam o SUS como os que utilizam planos de saúde, contribui para a implantação de prontuários unificados, o que tende a reduzir custos e racionalizar o processo de atenção/cuidado com a saúde dos cidadãos. CONCLUSÃO Sistema de saúde que, embora constitucionalmente definido como universal e integral, tem o setor privado prestador sustentado pela compra estatal de serviços e um segmento de seguradoras e operadoras de planos de saúde fortemente subsidiado pelo Estado, pelos distintos instrumentos de renúncia fiscal. FONTE: ARTIGOS Entender a legislação dos planos de saúde PLANOS DE SAÚDE O mercado de planos de saúde começou a crescer no país na década de 50, quando empresas públicas começaram a usar recursos próprios e dos empregados para financiar a assistência à saúde. Em 88, a nova Constituição Federal, além de garantir o direito dos cidadãos à saúde como uma atribuição do estado, também assegurou a oferta de serviços de assistência à saúde pela iniciativa privada, sob o controle do Estado. (junho 1998) estabeleceu as regras dos planos privados de assistência à saúde e implementou as garantias básicas para os beneficiários. Passou a vigorar em janeiro de 1999. (agência nacional de saúde suplementar) criada em 2000, se empenhou para organizar e sistematizar dados e informações do setor, elaborar normas complementares à Lei 9.656, promover o controle e a fiscalização do mercado e consolidar garantias para os consumidores, sempre promovendo a defesa do interesse público. , normatiza, controla e fiscaliza os planos de saúde. FONTE: S ITE DA ANS (sensibilidade, especificidade e valor preditivo e correlacioná-los com indicadores da aplicabilidade dos testes diagnósticos) SENSIBILIDADE, ESPECIFICIDADE E VALOR PREDITIVO a que o teste diagnóstico/triagem apresenta – (diagnosticar corretamente os doentes). Quando um teste é sensível raramente deixa de encontrar pessoas com a doença. Se escolhe um teste sensível quando: ❖ a doença é grave e não pode passar desapercebida; ❖ a doença é tratável; ❖ os resultados errados (falsos) não determinam nenhum traumatismo psicológico, económico ou social para o indivíduo. a que o teste diagnóstico/triagem tem de (diagnosticar corretamente os indivíduos sadios). Quando um teste é específico raramente cometerá o erro de dizer que pessoas sadias são doentes. Utiliza-se um teste mais específico possível quando: ❖ a doença é importante, mas difícil de tratar ou incurável; ❖ o fato de saber que não se tem a doença tem importância sanitária e psicológica; ❖ os resultados errados (falsos) positivos podem provocar traumas psicológicos, económicos ou sociais. no contexto epidemiológico e clínico, a validade de um marcador sorológico diz respeito à extensão com que ele pode . Na prática clínica, deve-se responder à questão: “dado que o testeapresentou resultado positivo (ou negativo), qual a probabilidade do indivíduo ser realmente doente (ou sadio)?” É determinado pela interação de três variáveis: a sensibilidade e a especificidade do teste e a prevalência da doença no grupo de estudo proporção de indivíduos verdadeiramente negativos em relação aos diagnósticos negativos realizados pelo teste. é a proporção de doentes entre os positivos pelo teste. é um que serve de comparação por parte de outros testes, com a finalidade de , em resultados que nos assegurem o máximo de acertos de forma a estabelecer o diagnóstico real. exemplo: RT- PCR para COVID-19. DIAGNÓSTICO PRECOCE exame de indivíduos assintomáticos para a identificação presuntiva de doença. Por meio de exames clínicos ou laboratoriais, em geral de realização rápida, os indivíduos são classificados em suspeitos ou não de ter determinada doença. Aqueles classificados como suspeitos devem se submeter a outros exames para um diagnóstico final. Os casos confirmados seriam então tratados. Screening é uma extensão lógica do princípio de que o prognóstico de uma doença é quase sempre melhor quando o paciente procura assistência logo após o surgimento dos primeiros sintomas. A detecção de doença, antes mesmo do indivíduo apresentar sintomas, permitiria instituir o tratamento em fases ainda mais iniciais, diminuindo a morbidade e a mortalidade devidas à doença. rastreamento é um processo que utiliza testes em larga escala para identificar a presença de doenças em pessoas aparentemente saudáveis. Os testes de rastreamento não são utilizados para estabelecer um diagnóstico, mas para determinar a presença ou ausência de um fator de risco, o que requer acompanhamento individual e tratamento. Como os participantes do teste de rastreamento são pessoas usualmente não doentes, é importante que o teste de rastreamento não tenha a menor possibilidade de causar dano. O rastreamento também pode ser utilizado para identificar alta exposição a determinados fatores de risco. Por exemplo, amostras de sangue de crianças, caso vivam em áreas em que as tintas apresentam alto teor de chumbo, podem ser rastreadas para verificar a presença de chumbo. • Doença bem definida • Prevalência conhecida • longo período entre os primeiros sinais e a evidência da doença; doença grave para a qual há um tratamento efetivo • Escolha do teste: simples e seguro • Desempenho do teste: distribuição conhecida dos valores dos testes em indivíduos afetados e não afetados – • Custo-benefício • Facilidades: disponível e de fácil acesso • Aceitabilidade: os procedimentos após um teste com resultado positivo são geralmente aceitos pelos que realizaram o rastreamento e por aqueles que foram rastreados • Equidade para acesso aos serviços de rastreamento; tratamento disponível efetivo, aceitável e seguro. • estratégias para prevenir a exposição ao fator de risco (ex: tabagismo; ingestão de gorduras) ou para promover sua cessação (tratamento para deixar de fumar). • diagnóstico precoce por rastreamento (screening) para identificar a doença num estágio inicial e então melhorar o seu prognóstico (aumentar a probabilidade de cura ou prolongar o tempo de sobrevida). ex: papanicolau para detecção precoce de câncer de cérvix uterino. • prevenção de incapacidade através de medidas destinadas à reabilitação. ex: o processo de reeducação e readaptação de pessoas com defeitos após acidentes ou devido sequelas de doenças. • Rastreamento : envolve toda população. • Rastreamento ou em multifase: envolve o uso de vários testes na mesma ocasião. • Rastreamento : rastreamento de grupos que sofrem exposições específicas, como pessoas que trabalham em fundições (saúde ocupacional e ambiental). • restrito a pacientes que consultam um médico por algum motivo. Acidente de trabalho MEDICINA DO TRABALHO É a especialidade que lida com as relações entre trabalhadores e seu trabalho, visando a , e a . O objeto da saúde do trabalhador pode ser definido como o dos grupos humanos, em sua relação com o trabalho. Representa um esforço de compreensão deste processo - como e porque ocorre - e do desenvolvimento de alternativas de intervenção que levem à transformação em direção à apropriação pelos trabalhadores, da dimensão humana do trabalho, numa perspectiva teleológica. Nessa trajetória, a saúde do trabalhador rompe com a concepção hegemônica que estabelece um vínculo causal entre a doença e um agente específico, ou a um grupo de fatores de risco presentes no ambiente de trabalho e tenta superar o enfoque que situa sua determinação no social, reduzido ao processo produtivo, desconsiderando a subjetividade. No âmbito das relações saúde x trabalho, os trabalhadores buscam o controle sobre as condições e os ambientes de trabalho, para torná-los mais "saudáveis". É um processo lento, contraditório, desigual no conjunto da classe trabalhadora, dependente de sua inserção no processo produtivo e do contexto sócio-político de uma determinada sociedade A medicina do trabalho é o . A especialidade figura como uma vertente do Direito do Trabalho, cuja preocupação é oferecer condições laborativas mais dignas para os trabalhadores e, com isso, garantir a saúde e integridade física e psicológica deles. é, em primeiro lugar, prevenir acidentes e doenças ocupacionais. Por outro lado, ela também deve assegurar aos indivíduos e ao coletivo de trabalhadores a (dimensões física e mental) . (qualidade de vida e manutenção da saúde dos trabalhadores) Sua ação está orientada também para assistência do trabalhador vítima de acidente, doença ou de incapacidade relacionados ao trabalho. É descrito na constituição como um direito do trabalhador a prevenção de doenças ocupacionais. (OMS e OIT) ❖ A manutenção e promoção da saúde dos trabalhadores e de sua capacidade de trabalho; – ❖ O melhoramento das condições de trabalho, para que elas sejam compatíveis com a saúde e a segurança; ❖ O desenvolvimento de culturas empresariais e de organizações de trabalho que contribuam com a saúde e segurança e promovam um clima social positivo, favorecendo a melhoria da produtividade das empresas. o médico que deseja atuar na medicina do trabalho deve ter um (ou denominação equivalente) que demonstre que ele atuou na área, e que seja reconhecido pela Comissão Nacional da Residência Médica do Ministério da Educação. Sua função mais básica é realizar uma integração entre a exigência das atividades profissionais da sociedade e o impacto na saúde dos trabalhadores. E seu conhecimento, portanto, abrange a administração das demandas das empresas e os limites que os colaboradores delas possuem, tanto físicos quanto mentais. É interessante notar que o médico que realiza essa tarefa deve conhecer também, de maneira aprofundada, as atividades dos funcionários. Dessa forma ele será capaz de criar medidas preventivas e panoramas sobre futuros problemas. Afinal, ele tem a responsabilidade de alertar sobre quadros de adoecimento físico ou mental. Seu trabalho também envolve a transmissão de conhecimento ao trabalhador. Ele precisa estar conscientizado a respeito das suas atividades profissionais. eletrocardiograma em repouso, espirometria ocupacional, eletroencefalograma ocupacional, rx de tórax OIT, audiometria, acuidade visual, laboratório (de acordo com a avaliação do médico do trabalho). Exames admissionais e demissionais: são os exames feitos na contratação de um empregado e no seu desligamento da empresa. Servem para demonstrar a qualidade de saúde na entrada e saída, de forma que evidencie se o trabalhador sofreu algum dano no tempo em que esteve empregado. na , tanto no desenvolvimento de ações para o trabalhador como na prática em serviços de saúde.; em pesquisas investigativas no campo, com o objetivo de compreender as atuais relações entresaúde e trabalho; em , como empregado de Serviços Especializados de Engenharia de Segurança e de Medicina do Trabalho; em órgãos de e (normalmente o profissional é ligado ao Ministério do Trabalho e Emprego, fazendo uma função de avaliação das condições de Saúde e Segurança no Trabalho (SST)); em por meio da atividade de seguradora do Acidente do Trabalho (SAT); em assessoria a sindicatos e organizações de trabalhadores e empregadores diversas; privada para o campo; na formação e capacitação de profissionais, dentro de um corpo docente; como em processos trabalhistas, ações cíveis e ações da promotoria pública junto ao Sistema Judiciário. DEVERES E DIREITOS as responsabilidades da atenção à saúde dos trabalhadores são compartilhadas por todos os profissionais de saúde que atendem aos trabalhadores, que demandam os serviços de saúde, nos diversos níveis de organização e complexidade. estabelece diretrizes para os procedimentos profissionais e éticos a serem cumpridas por todos os médicos que atendem trabalhadores, independentemente de sua especialidade. Deverão ter adquirido no seu processo de formação competências mínimas que permitam entender as relações entre o trabalho e a saúde dos trabalhadores: ❖ obter uma história da exposição ambiental/ocupacional de seu paciente; ❖ reconhecer sinais, sintomas das doenças do trabalho, epidemiologia e as fontes de exposição aos agentes ambientais e ocupacionais mais comuns; ❖ conhecer as fontes de informação, recursos clínicos e laboratoriais necessários para o diagnóstico e condutas médicas adequadas, procedimentos legais e previdenciários pertinentes. versa sobre normas específicas para o exercício da medicina do trabalho. ❖ Conhecer os processos produtivos e ambientes de trabalho da empresa atuando com vistas essencialmente à promoção da saúde e prevenção de doença, identificando os riscos existentes (físicos, químicos, biológicos), atuando junto à empresa para eliminar/atenuar – a nocividade dos processos de produção e organização do trabalho. ❖ Avaliar o trabalhador e a sua condição de saúde para determinadas funções e/ou ambientes, procurando ajustar o trabalho ao trabalhador; indicando sua alocação para trabalhos compatíveis com sua situação de saúde, orientando-o no processo de adaptação. ❖ Reconhecer que existem necessidades especiais determinadas por fatores como sexo, idade, condição fisiológica, aspectos sociais, barreiras de comunicação e outros que condicionam o potencial de trabalho. ❖ Comunicar, de forma objetiva, a comunidade científica, e as autoridades de Saúde e do Trabalho, sobre achados de riscos ocupacionais. ❖ Dar conhecimento aos empresários, comissões de saúde e CIPAs dos riscos existentes no ambiente de trabalho, e dos outros informes técnicos no interesse da saúde do trabalhador, considerando-se que a eliminação ou atenuação de agentes agressivos é da responsabilidade da empresa. ❖ Providenciar junto à empresa a emissão de Comunicação de Acidente do Trabalho, de acordo com os preceitos legais, independente da necessidade de afastamento do trabalho. ❖ Notificar o órgão público competente quando houver suspeita ou comprovação de transtornos da saúde atribuíveis ao risco do trabalho, e recomendar ao empregador os procedimentos cabíveis. ❖ Motivar enfermeiros do trabalho, engenheiros e técnicos de Segurança, higienistas ocupacionais, psicólogos ocupacionais, especialistas em Ergonomia, Reabilitação Profissional e Prevenção de Acidentes e outros profissionais dedicados à pesquisa em Saúde e Segurança no Trabalho em busca do contínuo melhoramento das condições e ambientes de trabalho. ❖ Impedir qualquer ato discriminatório e promover o acesso ao trabalho de portadores de afecções e deficiências, desde que estes não se agravem ou ponham em risco a própria vida ou a de terceiros. ❖ Considerar a gestação um evento fisiológico, impedindo qualquer ato discriminatório contra a gestante, seja na admissão ou permanência da gestante no trabalho, protegendo-a de possíveis agravos ou riscos decorrentes de suas atividades, tarefas ou condições ambientais. ❖ Nas avaliações de saúde ocupacional, o médico do trabalho deverá proceder ao exame clínico e complementares necessários, para avaliar a saúde do trabalhador e sua aptidão ao seu trabalho. ❖ Conceder os afastamentos do trabalho, considerando que o repouso e o acesso a terapias, quando necessários, são partes integrantes do tratamento. ❖ Informar ao trabalhador os riscos ocupacionais a que ele estiver exposto, as medidas de proteção adequadas e seus possíveis impactos à saúde, bem como informá-lo sobre os resultados dos exames realizados. ❖ Quando requerido pelo trabalhador, ou representante legal, deve o médico disponibilizar cópias dos registros de saúde sob sua guarda (cópia dos exames e prontuário médico). ❖ Ao atender o trabalhador, sempre elaborar prontuário em arquivos médicos confidenciais e fazer todos os encaminhamentos devidos. ❖ Manter sigilo das informações confidenciais da empresa, técnicas e administrativas, conhecimento no exercício de suas funções, exceto nos casos em que este sigilo cause danos à saúde do trabalhador ou da comunidade. Capítulo V da CLT (Art. 154 até Art. 200) – (Redação deste Capítulo dada pela Lei nº 6.514/77). ❖ - Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de sua jurisdição: • promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho; • adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste Capítulo, determinando as obras e reparos que, em qualquer local de trabalho, se façam necessárias; ❖ - Cabe às empresas: • cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; – • instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; • adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; ❖ Art. 162 - As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho. ❖ Art. 163 - Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas. Seu objetivo é "observar e relatar as condições de risco nos ambientes de trabalho e solicitar medidas para reduzir até eliminar os riscos existentes e/ou neutralizar os mesmos; investigar os acidentes e promover e divulgar o zelo pela observância das normas de segurança.” ❖ Art. 166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. ❖ - Será obrigatório o exame médico do empregado, por conta do empregador. • § 1º - Por ocasião da admissão, o exame médico obrigatório compreenderá investigação clínica e, nas localidades em que houver, abreugrafia. • § 2º - Em decorrência da investigação clínica ou da abreugrafia, outros exames complementares poderão ser exigidos, a critério médico, para apuração da capacidade ou aptidão física e mental do empregado para a função que deva exercer. • § 3º - O exame médico será renovado, de seis em seis meses, nas atividades e operações insalubres e, anualmente, nos demais casos. A abreugrafia será repetida a cada dois anos. • § 4º - O mesmo exame médico de que trata o § 1º será obrigatório por ocasião da cessação do contrato de trabalho, nas atividades, a serem discriminadas pelo Ministério do Trabalho, desde que o últimoexame tenha sido realizado há mais de 90 (noventa) dias. • § 5o - Todo estabelecimento deve estar equipado com material necessário à prestação de primeiros socorros médicos. ❖ Art. 169 - Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho. : Institui a : Tem como finalidade definir os princípios, as diretrizes e as estratégias a serem observados pelas 3 esferas de gestão do (SUS), para o desenvolvimento da atenção integral à saúde do trabalhador, com ênfase na vigilância, visando a promoção e a proteção da saúde dos trabalhadores e a redução da morbimortalidade dos processos produtivos. Todos os trabalhadores, homens e mulheres, independentemente de sua localização, urbana ou rural, de sua forma de inserção no mercado de trabalho, formal ou informal, de seu vínculo empregatício, público ou privado, assalariado, autônomo, avulso, temporário, cooperativados, aprendiz, estagiário, doméstico, aposentado ou desempregado são sujeitos desta política. Alinha-se com o conjunto de políticas de saúde no âmbito do SUS, considerando a transversalidade das ações de saúde do trabalhador e o – trabalho como um dos determinantes do processo saúde-doença. Dispõe sobre a (RENAST) e dá outras providências: Dispor sobre a RENAST, que deverá ser implementada de forma articulada entre o Ministério da Saúde, as Secretarias de Saúde com o envolvimento de órgãos de outros setores dessas esferas, executores de ações relacionadas com a Saúde do Trabalhador, além de instituições colaboradoras nessa área. ❖ § 1º As ações em Saúde do Trabalhador deverão ser desenvolvidas, de forma descentralizada e hierarquizada, em todos os níveis de atenção do SUS, incluindo as de promoção, preventivas, curativas e de reabilitação. ❖ § 2º A RENAST integra a rede de serviços do SUS, voltados à promoção, à assistência e à vigilância, para o desenvolvimento das ações de Saúde do Trabalhador. ❖ § 3º A implementação da RENAST dar-se-á do seguinte modo: • estruturação da rede de Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST); • inclusão das ações de saúde do trabalhador na atenção básica, por meio da definição de protocolos, estabelecimento de linhas de cuidado e outros instrumentos que favoreçam a integralidade; • implementação das ações de promoção e vigilância em saúde do trabalhador; • instituição e indicação de serviços de Saúde do Trabalhador de retaguarda, de média e alta complexidade já instalados, aqui chamados de Rede de Serviços Sentinela em Saúde do Trabalhador; e • caracterização de Municípios Sentinela em Saúde do Trabalhador. O CEREST tem por função dar subsídio técnico para o SUS, nas ações de promoção, prevenção, vigilância, diagnóstico, tratamento e reabilitação em saúde dos trabalhadores urbanos e rurais. AUTONOMIA DO MÉDICO DO TRAB ❖ O livre acesso aos locais, ambientes e postos de trabalho, colher e avaliar amostras, participar na implementação de padrões de saúde e segurança no trabalho. ❖ Realizar exames e procedimentos não relacionados ao PCMSO, desde que contemplados com medidas efetivas de programas de promoção à saúde e prevenção de doenças específicas, como imunizações. ❖ Não ficar adstrito aos atestados e relatórios médicos de terceiros quanto aos afastamentos do trabalho, ou função, podendo decidir, nos limites éticos e legais, sobre a necessidade do afastamento do risco do trabalho e do próprio trabalho. ❖ Decidir sobre a necessidade de mudanças nas tarefas, atividades ou função, considerando a condição de saúde do trabalhador e os riscos inerentes ao ambiente e posto do trabalho da empresa. ❖ Buscar informação médica adicional ou informações registradas em outras fontes, inclusive em prontuários de outras empresas, desde que haja o consentimento informado do trabalhador, e desde que o único propósito seja o de proteger a saúde deste trabalhador. ❖ Não aceitar condições de prática profissional que estejam em desacordo com o cumprimento dos padrões profissionais e princípios éticos. os Médicos do Trabalho devem atuar com independência e autonomia no exercício de suas funções, nos estabelecimentos de trabalho, de acordo com o seu conhecimento técnico e consciência. é direito do médico do trabalho da empresa contestar nexos e recomendações estabelecidos por médicos que, embora tenham atendido o trabalhador, não conheçam o ambiente, o posto e o modo como o trabalho é executado, não devendo, os dados epidemiológicos, serem os únicos elementos considerados. – o médico do trabalho (como qualquer outro médico) se submete às regras constantes no código de ética médica, que assim coloca entre seus : “VII – O médico exercerá sua profissão , não sendo obrigado a prestar serviços que contrariem os ditames de sua consciência ou a quem não deseje, excetuadas as situações de ausência de outro médico, em caso de urgência ou emergência, ou quando sua recusa possa trazer danos à saúde do paciente.” RESPONSABILIDADES DO MT O normatiza a responsabilidade ético-disciplinar, zelando pelo cumprimento irrestrito da boa prática médica, e os Conselhos Regionais de Medicina têm a responsabilidade pela fiscalização do exercício da profissão. O médico deve agir sempre para não produzir ou produzir o menor dano possível ao seu paciente, e tomar as condutas possíveis e notoriamente indicadas que possam . O médico deve, a seu paciente, completa lealdade, e empregar ao seu favor todos os recursos da ciência. Na formatura do médico, bem como no recebimento da Carteira Profissional de Médico, o Juramento de Apolo, por ele também jurado, diz que: "Aplicarei os regimes para o bem do doente, segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei, por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que o induza a perda". Ao médico cabe, obrigatoriamente, obedecer ao , ou seja, de não causar mal ou dano ao seu paciente, de não lesar ou danificar as pessoas, podendo-se dizer que "não causar prejuízo ou dano foi a primeira grande norma da conduta eticamente correta para os profissionais da Medicina e do cuidado da saúde". ❖ O médico exercerá sua profissão com autonomia, não sendo obrigado a prestar serviços que contrariem os ditames de sua consciência ou a quem não deseje, excetuadas as situações de ausência de outro médico, em caso de urgência ou emergência, ou quando sua recusa possa trazer danos à saúde do paciente. ❖ O médico não pode, em nenhuma circunstância ou sob nenhum pretexto, renunciar à sua liberdade profissional, nem permitir quaisquer restrições ou imposições que possam prejudicar a eficiência e a correção de seu trabalho. ❖ Decidir, em qualquer circunstância, levando em consideração sua experiência e capacidade profissional, o tempo a ser dedicado ao paciente, evitando que o acúmulo de encargos ou de consultas venha a prejudicá-lo. ❖ Recusar-se a realizar atos médicos que, embora permitidos por lei, sejam contrários aos ditames de sua consciência. ❖ Atribuir seus insucessos a terceiros e a circunstâncias ocasionais, exceto nos casos em que isso possa ser devidamente comprovado. É vedado ao médico: ❖ Art. 31. Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte. ❖ Art. 34. Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta possa lhe provocar dano, devendo, nesse caso, fazer a comunicação a seu representante legal. ❖ Art. 39 Opor-se à realização de junta médica ou segunda opinião solicitada pelo paciente ou por seu representante legal. ❖ Art.41. Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal. ❖ Parágrafo único. Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal. – O ato culposo é aquele praticado por negligência, imprudência ou imperícia. ❖ é a omissão voluntária de diligência ou cuidado; falta, ou demora no prevenir ou obstar um dano. ❖ é a forma de culpa que consiste na falta involuntária de observância de medidas de precaução e segurança, de consequência previsíveis, que se faziam necessárias no momento para evitar um mal ou a infração da lei. - Fazer o que não deveria ser feito; ❖ é a falta de aptidão especial, habilidade, ou experiência, ou de previsão, no exercício de determinada função, profissão, arte ou ofício. “é vetado ao médico praticar atos profissionais danosos ao paciente, que possam ser caracterizados como imperícia, imprudência ou negligencia” “o médico deve guardar absoluto respeito pela vida humana, atuando sempre em beneficio a vida humana”; “é imprudência deixar de esclarecer o trabalhador sobre as condições de trabalho que ponham em risco sua saúde, devendo comunicar o fato aos empregadores responsáveis”. Ao depender do caso, dos agravamentos do prejuízo para o paciente: advertência, suspensão ou cassação do registro. DIREITOS DO TRABALHADOR Art. 7º- São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: ❖ relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; ❖ seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; ❖ fundo de garantia do tempo de serviço; XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; dispensa sem justa causa; pedido de demissão; aposentadoria; falecimento; dispensa por justa causa. em caso de acidente do trabalho, o acidentado e os seus dependentes têm direito, independentemente de carência, às seguintes prestações: auxílio-doença acidentário (decorrente de acidente de trabalho); aposentadoria por invalidez; e a auxílio-acidente. pensão por morte. são devidas aos segurados empregado urbano ou rural (exceto o doméstico), trabalhador temporário, trabalhador avulso, e segurado especial as prestações relativas a acidente do trabalho. Desse modo, o benefício de auxílio-doença acidentário (decorrente acidente do trabalho), por exemplo, será devido ao segurado empregado (exceto o doméstico), trabalhador avulso e segurado especial. O presidiário somente fará jus ao benefício de auxílio-doença decorrente de acidente do trabalho, bem como a auxílio-acidente, quando exercer atividade remunerada na condição de empregado, trabalhador avulso ou segurado especial. Os segurados facultativos, contribuinte individual (empresários e autônomos) e empregado doméstico não fazem jus à percepção do auxílio-doença acidentário. Não obstante, em caso de doença ou acidente terão direito ao auxílio-doença previdenciário, desde observadas as regras definidas nos artigos 25 a 27 e 59 a 63 da Lei no 8.213/1991. Nota- se ainda, que aposentado empregado que sofrer acidente de trabalho, não fará jus ao auxílio-doença acidentário após os 15 dias de afastamento, no entanto, a empresa fica responsável por emitir a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) dentro do prazo de até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência. Esta vedação ao recebimento do auxílio-doença acidentário, por parte do segurado aposentado, é fundamentada na Lei 8.213/1991, a saber: "Art. 124. Salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o recebimento conjunto dos seguintes benefícios da Previdência Social: I - aposentadoria e auxílio-doença..." – o acidente do trabalho é considerado como interrupção do contrato de trabalho. Assim sendo, o período de afastamento é computado no tempo de serviço do empregado, sendo devidos, também, os depósitos do FGTS e o pagamento do salário-família quando for o caso. Anteriormente com advento da Lei no 9.032/1995, o empregado acidentado que, por meio de reabilitação profissional, se tornava apto a exercer função diversa da que exercia antes do acidente poderia ser aproveitado em função de nível salarial inferior, desde que a remuneração, somada ao auxílio-acidente percebido, resultasse em valor igual ou superior àquele que percebia antes do acidente, conforme art. 118, parágrafo único, da Lei no 8.213/1991. Contudo, com a revogação do parágrafo único do artigo 118 da Lei no 8.213/1995 pela Lei no 9.032/1995, entende-se que não é mais permitido o pagamento a empregado reabilitado de remuneração inferior àquela percebida por ocasião do acidente. o segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantido, pelo prazo mínimo de 12 (doze meses), a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente. O entendimento predominante versa no sentido que só terá direito à estabilidade, o empregado que permanecer afastado em face de acidente do trabalho por mais de 15 dias consecutivos, situação em que fará jus ao auxílio-doença acidentário. Caso haja a reabertura do auxílio-doença acidentário, de acordo com o entendimento predominante, a contagem do período de estabilidade provisória será contada a partir da última alta médica. o acidente do trabalho é considerado como causa de interrupção do contrato de trabalho e, portanto, este vigorará plenamente em relação ao tempo de serviço. Assim sendo, o período de afastamento será contado normalmente para efeito de aviso prévio. Conforme alude o art. 118 da Lei no 8.213/1991, o segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de 12 (doze) meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário. Desse modo, constata-se que só há estabilidade quando o afastamento for superior a 15 dias, situação está em que o empregado entra em gozo de auxílio- doença acidentário. , caso o empregado sofra, no curso do aviso prévio trabalhado, acidente do trabalho e permaneça afastamento de suas funções por período superior a 15 dias, estará caracterizado o direito à estabilidade provisória, razão pela qual o aviso prévio trabalhado deverá ser desconsiderado pela empresa. Por outro lado, se o trabalhador ficar afastado por período de até 15 dias, em face de acidente do trabalho, não há que se falar em qualquer estabilidade. Assim, a empresa deverá rescindir o contrato de trabalho na data avençada.
Compartilhar