Prévia do material em texto
FERNANDA MALAGUTTI TOMÉ ATIVIDADE ANTIMICROBIANA, ANTI-INFLAMATÓRIA, CITOTOXICIDADE E GENOTOXICIDADE DE EXTRATO NATURAL DE Gymnema sylvestre Relatório de Pesquisa e atividades apresentado a UNESP para Pós-doutorado Supervisora: Profa. Adj. Luciane Dias de Oliveira São José dos Campos 2018 1 RESUMO O uso de extratos de plantas na Odontologia ainda é muito restrito, de modo que estudos científicos mais específicos precisam ser realizados para promover sua inclusão em enxaguatórios bucais, dentifrícios, irrigantes e medicações intracanais, pomadas, entre outros, visando direcionar suas indicações terapêuticas. Este estudo verificou in vitro: a) atividade antimicrobiana dos extrato natural de Gymnema sylvestre (gimena) sobre biofilmes de micro-organismos anaeróbios: Porphyromonas gingivalis, Porphyromonas endodontalis, Parvimonas micra e Fusobacterium nucleatum; b) atividade citotóxica e genotóxica em macrófagos (RAW 264.7) e fibroblasto L929 e queratinócitos (HaCaT); c) ação anti-inflamatória, em culturas de macrófagos (RAW 264.7), fibroblastos L929 e queratinócitos (HaCaT), após estímulo com lipopolissacarídeo (LPS) de Escherichia coli, analisando a produção de citocinas pró e anti-inflamatórias. Para os biofilmes, suspensões padronizadas (107 céls/mL) foram adicionadas em poços de microplacas e após 48 h a 37°C sob agitação (75 rpm) e foram tratados com os diferentes extratos naturais (tempo de contato: 5 min e 24 h). Foram incluídos os grupos controles (solução fisiológica; nistatina e clorexidina). Em seguida, os biofilmes foram desagregados e as suspensões semeadas em ágar Reinforced Clostridial Medium para bactérias anaeróbias. Após 48 h a 37oC, foram contadas as unidades formadoras de colônias por mililitro (UFC/mL). A atividade anti-inflamatória foi avaliada em culturas de macrófagos, fibroblastos e queratinócitos estimuladas com LPS e tratadas com os extratos. Após 24 hs, o sobrenadante foi removido e foi realizada a quantificação de citocinas pró-inflamatórias (IL-1β, TNF-α, IL-6, Il-17) e anti-inflamatória (IL-10) pelo teste imunoenzimático ELISA. A citotoxicidade foi analisada pela atividade mitocondrial (teste MTT) e a genotoxicidade pelo teste de micronúcleos. A análise estatística foi realizada por ANOVA e teste de Tukey, com significância de 5%. Foi observado no tempo de 5 min e com 24 hs de contato dos Biofilmes com o extrato natural de Gymnema sylvestre (gimena) alta sensibilidade das bactérias anaeróbias com altos índices de redução. O extrato de gimena, no tempo de contato de 5 min, promoveu viabilidade celular acima de 70% em macrófagos nas concentrações de 25mg/mL a 0,39 mg/mL, para queratinócitos só a concentração de 200 mg/mL foi citotóxica e para fibroblastos todas as concetrações foram citotóxicas. Já no período de 24 hs, para macrófagos as concentrações não citotóxicas foram 3,19 a 0,39 mg/mL, para queratinócitos de 12,5 a 3,19 e 0,78 mg/mL; para fibroblastos de 1,76 a 0,39 mg/mL. O extrato de gimena modulou a producão de citocinas, de modo que este extrato também tem potencial anti-inflamatório que deve ser mais explorado. O extrato de gimena, nas concentrações de 50 e 25 mg/mL foi genotóxico para macrófagos e fibroblastos, porém não apresentou genotoxicicidade para queratinócitos. Palavras-chave: Gymnema sylvestre; Atividade Antimicrobiana; Citotoxicidade; Genotoxicidade; Macrófagos; Fibroblastos; Queratinócitos; Atividade Anti-inflamatória. 1 INTRODUÇÃO Estima-se que as plantas produzem cerca de 200.000 metabolitos, a pesquisa de novas substâncias naturais que podem ser usados nas indústrias farmacêutica, agroquímica e produção agro-industrial de drogas, biopesticidas e aditivos alimentares tem crescido nos últimos anos. O mercado mundial de medicamentos derivados de plantas ao longo da última década tem sido estimada em cerca de 30,69 bilhões de dólares. Um exemplo relevante de uma planta que é muito interessante por suas inúmeras propriedades farmacológicas, que incluem efeitos antidiabético, anticarcinogenico e neuroprotetor é Gymnema sylvestre, usado como uma planta medicinal na Ásia há milhares de anos. Suas propriedades são atribuídas a saponinas triterpenoides. Di Fabio et al (2014) Gymnema sylvestre é uma das plantas medicinais mais importantes e que cresce nas florestas tropicais da Índia e Sudeste Asiático. Os seus ingredientes ativos e extratos de folhas e raízes são utilizadas na medicina tradicional para o tratamento de várias doenças e que estão presentes no mercado farmacêutico incorporado aos produtos farmacêuticos. Di Fabio et al (2015) Gymnema sylvestre é uma planta bem conhecida na medicina Ayurvédica para o tratamento de Diabetes mellitus tipo 2. Descrições morfológicas e anatômicas, sequenciamentos e análise de hidrólise ácida mostraram que amostras de G. sylvestre do Vietnã são distinguíveis daquelas de origem indiana e, portanto, sugerem uma dissimilaridade entre amostras de G. sylvestre com diferentes distribuições geográficas. Estudos demonstram que triterpenos oleanos 3β-glucuronídeos na variedade vietnamita de G. sylvestre levou ao isolamento de quatro compostos conhecidos e nove compostos previamente não descritos, denominados gymnemosides ND1-ND9. Nenhum dos compostos isolados foi relatado na amostra indiana, apoiando ainda mais a geodiversidade de G. sylvestre. Pham et al (2018) Os produtos comerciais à base de substâncias de origem vegetal que são chamados geralmente de naturais devem ser submetidos a monitorização a respeito de seus potenciais impactos sobre a saúde pública. A monitorização e avaliação destes produtos são críticos porque a linha tênue entre uma ação terapêutica e uma atividade funcional ou saudável ainda não foi definido de forma clara e inequívoca. Portanto, esses produtos exigem estudos cuidadosos e rigorosos, a fim de usá-los como complemento e / ou mesmo a substituição de drogas sintéticas que são caracterizados por efeitos colaterais e custos econômicos elevados. Di Fabio et al (2015) Os fitoconstituintes de G. sylvestre responsáveis pela atividade de supressão de açúcar inclui saponinas triterpenos conhecidos como ácidos gimnémicos, gimnemasaponinas, e um polipeptídeo, gurmarina. A erva exibe uma ampla gama de efeitos terapêuticos como um remédio 3 natural eficaz para diabetes, além de ser utilizada para artrite, diurético, anemia, osteoporose, hipercolesterolemia, cardiopatia, asma, constipação, infecções microbianas, indigestão e anti- inflamatória. Tiwari & Mishra & Sangwan (2014) As folhas de G. sylvestre contêm saponinas triterpeno, os principais constituintes como ácidos gimnémicos e gimnemasaponinas. Foster (2002); Khramov & Spasov & Samokhina (2008). Outros incluem fitoconstituintes antraquinonas, flavonas, hentriacontano, eicosano, pentatriacontano fitina, resinas, ácido tartárico, ácido fórmico, ácido butírico, lupeol, β-amirina glicosídeos relacionados, estigmasterol, e oxalato de cálcio. Sinsheimer & Rao & McIlhenny (1970). A presença de alcalóides foram detectados em extratos de plantas. Folhas de G. sylvestre tem glicosídeos e antraquinonas ácidos e seus derivados Dateo & Long (1973). Os principais metabolitos secundários em Gymnema inclui um grupo de nove glicosídeos ácidos intimamente relacionados, o principal são o ácido gimnemico A-D e encontrado em todas as partes da planta. Chakravarti & Debnath (1981) Extratos de folhas metanólicos de G. sylvestre mostrou maior atividade em várias concentrações de 25, 50 e 100 mg / mL foram testadas contra infecções dentárias microbianas e foi verificado efeito significativamente eficaz contra estas bactéria cariogênicas gram-positivas como S. aureus, S. mitis, e S. mutans, e da levedura Candida albicans que de forma semelhante se liga à superfície do dente através da secreção de polissacarídeos extracelulares a partir da sucrose e metabolizaro açúcar para ácido orgânico ácido láctico, principalmente, resultando na desmineralização do esmalte dos dentes. Marsh & Martin (1992). O bom potencial do extrato hidroalcoólico da planta leva ao desenvolvimento e fabricação de dentefricios, estas formulações à base de plantas oferecem novas perspectivas no tratamento da cárie dentária, uma vez clinicamente aprovado pela comunidade científica. Parimala & Ramasubramaniaraja (2010) Determinou-se a atividade antibiótica e antimicrobiana de diferentes extratos de G. sylvestre contra uma série de agentes patogênicos, tais como, S. aureus, E. coli e B. subtilis, enquanto nenhuma atividade foi observada contra bactérias gram-negativas. Extrato das folhas de G. sylvestre mostraram boas perspectivas como um fitoterápico antibiótico. Saumendu at al (2010). A atividade antibacteriana dos extratos de G. sylvestre e ácido gimnemico também foi estudada contra E. coli e B. cereus e o efeito antimicrobiano foi significativo contra os micro-organismos. Yogisha & Raveesha (2009). Bhuvaneswari et al. (2011) demonstraram que os extratos metanólicos de G. sylvestre da parte aérea e da raiz separadamente foram avaliados para a atividade antimicrobiana. O resultado exibiu que os extratos de metanol na faixa ácida tem boa atividade para todos os agentes patogênicos estudados e mostram-se de amplo espectro. Em um estudo similar realizado por Satdive & Abhilash & Fulzele (2003), o efeito antimicrobiano do extrato etanólico de G. sylvestre contra Bacillus pumilus, B. subtilis, P. aeruginosa e S. aureus mostrou efeito antimicrobiano promisso. 4 Arora & Sood (2017) em seu estudo sobre o potencial antimicrobiano in vitro de extratos e fitoconstituintes de Gymnema sylvestre R.Br. folhas e sua avaliação de biossegurança, conluíram que o extrato aquoso, o extrato orgânico e os fitoconstituintes apresentaram atividade de amplo espectro contra todos os patógenos por eles testados, especialmente aqueles com alta importância clínica, como Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, Candida albicans e um patógeno multirresistente Staphylococcus aureus resistente à metilcilina, e em seus testes também concluíram que o fitoterápico em questão não presenta citoxicicidade e mutagenicidade. Pode-se inferir a partir dos estudos aqui citados que o extrato metanólico e etanólico folha de Gymnema sylvestre possui atividade antibiótica e antimicrobiana considerável para justificar estudos mais aprofundados. Os componentes bioativos em G. sylvestre conhecidos como taninos e saponinas são responsáveis pela atividade anti - inflamatória da planta Diwan & Margaret & Ramakrishna (1995). No estudo realizado por Malik & Manvi & Alagawadi (2007), foi induzido Edema de pata em ratos e granulomas, e o extrato aquoso de folha G. sylvestre foi investigado pela sua atividade anti - inflamatória, nas doses de 200, 300 e 500 mg / kg com droga, fenilbutazona foi utilizado como padrão. Verificou-se que o extrato aquoso Gymnema a uma concentração de 300 mg / kg reduziu significativamente o volume do edema da pata por 48,5 % dentro de 4 horas após a administração do extrato , enquanto a fenilbutazona diminuiu o volume do edema da pata em 57,6 % . Além disso, o extrato aquoso a uma concentração de 200 e 300 mg / kg exibiu redução do granuloma quando comparado com o grupo de controle. G. sylvestre é relatado na literatura como uma planta com potencial imunoestimulante. Gupta at al (2010) O extrato aquoso da folha foi testada para atividades imunoestimulantes , em testes com C. albicans mortos foi verificado o movimento de neutrófilos, quimiotaxia, fagocitose aumentados quando utilizado extrato aquoso da folha de G. sylvestre em 10 , 25 , 50 , 100 e 1000 ug / ml em neutrófilos humanos, sob condições in vitro. Malik at al (2009). Os estudos de toxicidade do extrato de Gymnema sylvestre demonstraram segurança quando tomado em doses recomendadas. Doses elevadas podem levar a efeitos colaterais, incluindo hipoglicemia, fraqueza, tremores, sudorese excessiva, e distrofia muscular. A administração de 1% em pó na dieta de ratos Wistar, durante 52 semanas não demonstrou nenhum efeito tóxico e nenhum animal morreu durante a experiência. Ogawa at al (2004) Contudo, como são muitas as possibilidades terapêuticas dos extratos naturais, seu uso precisa ser melhor avaliado por pesquisas científicas que englobem ação antimicrobiana, anti- inflamatória, bem como avaliação de seus efeitos citotóxicos e genotóxicos. Em especial na Odontologia, a utilização de extratos de plantas pode trazer inúmeros benefícios ainda pouco explorados, especialmente em micro-organismos anaeróbios. 5 Muitos extratos de plantas apresentam diferentes finalidades terapêuticas e diante da grande diversidade os estudos envolvendo substâncias naturais representam importante campo de pesquisa que pode trazer grandes benefícios à terapia odontológica, sendo de grande interesse estudar seus efeitos antimicrobianos sobre micro-organismos relevantes na Odontologia, incluindo bactérias anaeróbias envolvidas nas infecções periodontais e endodônticas, bem como analisar seus efeitos anti-inflamatórios e possíveis efeitos citotóxicos e genotóxicos deste fitoterápicos. 6 2 OBJETIVOS Os objetivos deste estudo foram: a) avaliar a atividade antimicrobiana do extrato natural de Gymnema sylvestre (gimena) sobre cepas-padrão de micro-organismos anaeróbicos de interesse odontológico: Porphyromonas gingivalis, Porphyromonas endodontalis, Parvimonas micra e Fusobacterium nucleatum em Biofilme monotípico; b) avaliar a citotoxicidade e genotoxicidade do extrato de Gymnema sylvestre em cultura de fibroblastos L929, macrófagos (RAW 264.7) e queratinócitos (HaCaT) em ensaio da atividade mitocondrial celular pelo método MTT e teste de micronúcleos; C) avaliar a atividade anti-inflamatória do extrato natural de Gymnema sylvestre em macrófagos (RAW 264.7) e fibroblastos L929 e Queratinócitos (HaCaT), estimulados por lipopolissacarídeo (LPS) de Escherichia coli, pela produção de citocinas pró e anti-inflamatórias (IL- 1β, TNF-α, IL-6, IL-10, IL-17). 7 3 MATERIAL E MÉTODOS O fitoterápico Gymnema sylvestre para a realização do projeto, cuja concentração em propilenoglicol foi de 40%, será obtido da empresa Mapric (São Paulo, SP), com os devidos laudos e especificações. 3.1 Avaliação da atividade antimicrobiana do extrato de Gymnema sylvestre A avaliação da atividade antimicrobiana do extrato de Gymnema sylvestre foi avaliada sobre cepas de referência (ATCC – American Type Culture Collection) de bactérias anaeróbias: Porphyromonas gingivalis (ATCC 33277), Porphyromonas endodontalis (ATCC 35406), Parvimonas micra (ATCC 33270) e Fusobacterium nucleatum (ATCC 25586), provenientes do Laboratório de Endodontia da faculdade de Odontologia de Bauru – USP. 3.1.1 Avaliação da atividade antimicrobiana do extrato de Gymnema sylvestre sobre biofilmes Foi avaliada a ação de Gymnema sylvestre sobre biofilmes monotípicos de P. gingivalis, P. endodontalis, P. micra e F. nucleatum. Foram adicionados em placas de microtitulação de 96 poços (TPP) 200 µL/poço de suspensões microbianas padronizadas em espectrofotômetro (Micronal B-582, São Paulo, Brasil) a 107 UFC/mL em solução fisiológica (NaCl 0,9%). Em seguida, a placa foi submetida à incubação (37°C) sob agitação (75 rpm) por 90 min. Posteriormente, o sobrenadante foi descartado e adicionado meio de cultura, caldo RCM para as bactérias anaeróbias. Foi realizada incubação (37°C) por 48 h, com substituição do meio de cultura após 24 h. Passado o período de formação de cada biofilme, este foi colocado em contato com o extrato de Gymnema sylvestre, por dois períodos de tempo diferentes: 5 min e 24 h, nas concentrações efetivas pré-determinadas (CMM) e superiores. Como controles foram utilizadas soluções antimicrobianasconhecidas como clorexidina (para bactérias). Solução salina estéril foi utilizada como controle negativo. Posteriormente, estas soluções foram descartadas, o biofilme foi lavado com solução fisiológica estéril, e sonicados com homogeneizador ultrassônico, com potência de 25% por 30 segundos. Em seguida, a suspensão microbiana foi diluída (1:10; 1:100; e 1:1000) e 100 µL de cada diluição foram inoculados em duplicata em ágar RCM acrescido de sangue. Após incubação de 48 h, foram contadas as unidades formadoras de colônia por mililitro (UFC/mL), em placas que continham entre 30 e 300 colônias. 8 3.2 Avaliação da citotoxicidade do extrato de Gymnema sylvestre (Oliveira et al., 2013 e 2014) A avaliação da citotoxicidade do extrato natural de Gymnema sylvestre foi realizado por meio do teste colorimétrico MTT, que analisou a atividade mitocondrial celular, após contato do extrato por 5 min e 24 h. Para tanto, foram utilizadas culturas de macrófagos de camundongo (RAW 264.7), fibroblastos L929 e queratinócitos (HaCaT). A cultura de macrófagos de camundongos (RAW 264.7), provenientes do Banco de Células do Rio de Janeiro - Associação Técnico Científica Paul Ehrlich (APABCAM – RJ), a cultura de fibroblastos L929 e queratinócitos (HaCaT) foram cultivadas em meio de Eagle modificado por Dulbecco (DMEM - LGC Biotecnologia, Cotia, Brasil), suplementado com 10% de soro fetal bovino (SFB) (Invitrogen, Nova York, EUA) e mantidas em frascos de cultivo celular (TPP, Suíça), incubadas em estufa à temperatura de 37°C, com umidade atmosférica, com 5% de CO2. O meio de cultura foi trocado a cada 48 h e quando foi observado estado de subconfluência das células, caracterizado pela ocupação de mais de 70% do frasco, as células foram utilizadas nos testes. Para tanto, a monocamada de células foi desagregada do assoalho do frasco de cultura com auxílio de um varredor celular (para RAW 264.7) ou tripsina (L929 e HaCaT). As células suspendidas foram centrifugadas por 5 min a 3000 rpm. Foi realizado o teste de exclusão pelo azul de Trypan, e o número de células viáveis foi quantificado pelo contador celular automatizado (Countess Cell). Em microplacas de 96 poços (TPP) foram adicionados 200 µL de meio DMEM + 10% SFB contendo 2 x 104 células viáveis. Estas placas foram incubadas (37°C, com 5% de CO2) por 24 horas para que ocorresse aderência celular nos poços da microplaca. Em seguida, o sobrenadante foi descartado, as células foram lavadas com PBS, e foi acrescentado 200 µL/poço de cada extrato, separadamente, nas concentrações mais efetivas determinadas no teste de microdiluição. Foram utilizados poços-controles, contendo apenas células com meio de cultura. O período de incubação foi de 5 min e 24 horas. O n foi igual a 12 para todos os grupos. Após, o extrato foi descartado, e os poços foram lavados com PBS para retirar células mortas. Em seguida, para verificação da viabilidade da cultura, foi realizada análise da atividade mitocondrial das células viáveis pelo método de redução do brometo de 3(4,5-dimetiltiazol-2-yl)2,5- difeniltetrazólio (MTT) em formazina. A solução de MTT foi preparada a partir da suspensão de 0,5 mg do pó de MTT (Sigma Aldrich Co., Alemanha) em 1 mL de Phosphate Buffer Saline (PBS) (Cultilab, Brasil) estéril. Foram adicionados 100 µL/poço da solução de MTT e as placas foram incubadas (37°C, com 5% de CO2) por 1 h, abrigadas da luz. Posteriormente, esta solução foi 9 descartada e foram adicionados 100 µL/poço de dimetilsulfóxido (DMSO – Sigma) para expor os cristais de formazina produzidos, após absorção do sal de MTT, por células viáveis. Após incubação de 10 minutos e agitação em shaker, por igual período, a absorbância dos poços foi lida em leitora de microplacas com comprimento de onda de 570 nm. As densidades ópticas (DO) obtidas foram convertidas em percentual de viabilidade celular empregando-se a seguinte fórmula: % Viabilidade = (DO Grupo Tratado x 100) / Média DO Grupo Controle 3.3 Avaliação da atividade anti-inflamatória do extrato de Gymnema sylvestre em macrófagos, fibroblastos e queratinócitos Foram cultivados em placas de 24 poços 5.105 células/mL de macrófagos (RAW 264.7), Fibroblastos (L929) e Queratinócitos (HaCaT) por 24 h. Após incubação, o sobrenadante foi descartado e foi acrescentado meio fresco (DMEM + 10%SFB) acrescido de concentrações distintas de Gymnema sylvestre. Ao mesmo tempo, foi acrescentado lipopolissacarídeo (LPS) de Escherichia coli (Sigma) na concentração de 1 µg/mL em cada poço. As placas foram incubadas por 24 h (37°C e 5% de CO2). Posteriormente, o sobrenadante foi coletado e armazenado sob refrigeração (-20°C) para posterior quantificação de citocinas pró-inflamatórias (IL-1β, TNF-α, IL-6 e IL-17) e anti- inflamatória (IL-10), pelo teste imunoenzimático (ELISA). 3.3.1 Quantificação de citocinas - Ensaio imunoenzimático ELISA Placas de microtitulação de 96 poços (Nunc) foram sensibilizadas com anticorpos de captura anti-TNF-α, anti-IL-1β, anti-IL-6, anti IL-10 e anti-IL-17 de camundongo ou de humanos (Kits R&D Systems, NE) mantidas overnight em temperatura ambiente. No dia seguinte, as placas foram lavadas com PBS contendo Tween 20 (PBS-T) e bloqueadas com soro albumina bovina (BSA, 0,1%) por 1 hora. Após, as placas foram lavadas com PBS-T e recebeu os sobrenadantes da cultura de células (100 µL por poço) e os padrões das citocinas com concentrações conhecidas (curva- padrão). Os testes foram realizados em duplicata. Após duas horas, as placas foram lavadas (PBS-T) e foram acrescentados anticorpos de detecção anti-TNF-α, anti-IL-1β, anti-IL-6, anti IL-10 e anti-IL- 17 marcados com biotina. Após 2 horas, a reação foi revelada com solução contendo substrato cromogênico e peróxido de hidrogênio. A reação foi bloqueada após 20 minutos com ácido sulfúrico 2N. As densidades ópticas (DO) foram lidas no leitor de microplacas (Biotek) com comprimento de 10 onda de 450 nm. Após obtenção das DO foram determinados os níveis (pg/mL) de anti-TNF-α, anti- IL-1β, anti-IL-6, anti IL-10 e IL-17 das amostras de sobrenadantes celulares com auxílio do programa GraphPad Prism 5.0. 3.4 Avaliação da genotoxicidade do extrato de Gymnema sylvestre (teste de micronúcleos) – Camargo et al. (2014) Os macrófagos (RAW 264.7), fibroblastos (L929) e queratinócitos (HaCaT) foram cultivados em meio DMEM (LGC Biotecnologia) suplementado com 10% de soro fetal bovino (SFB) (Invitrogen) a 37°C e 5% CO2. Para o teste, 3x105 células foram cultivadas em lâminas de vidro em 4 mL de meio celular por 24 h a 37°C em atmosfera de 5% CO2. Após este período, as células foram expostas aos extratos diluídos em DMEM + 10% SFB, de acordo com as concentrações determinadas no teste microbiológico e ao etilmetano sulfanato EMS; 5 mM (controle positivo) por 24h. As placas foram lavadas em solução salina tamponada (livre de cálcio e magnésio PBS- CMF). As células foram fixadas em etanol 100% por 30 min e foram lisadas em 5 N HCl por 40 min, lavadas com água deionizada e coradas com reagente SCHIFF (Sigma) por 30 min em temperatura ambiente. Após lavagem em sulfato/água por 6 min e em água corrente por 10 min, as células foram desidratadas e montadas com Entellan (Merck). Os micronúcleos foram analisados em microscópio de imersão (100X), sendo que foram avaliadas 1.000 células/placa por concentração em pelo menos dois experimentos independentes. Os micronúcleos foram identificados como estruturas de DNA contidas no citoplasma claramente separados do núcleo principal, cercados por uma membrana nuclear, e incluindo uma área menor que 1/3 da área do núcleo principal. Somente as células mononucleadas contendo menos que cinco micronúcleos foram contadas; células em mitose e que exibam fragmentação nuclear por apoptose não foram contadas. 3.5 Análise estatística Os dados foram analisados estatisticamentepelo método ANOVA complementado pelo Teste de Tukey, com nível de significância de 5% (p≤0.05). 11 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Ação dos extratos sobre os biofilmes formados por bactérias anaeróbias 4.1.1. Tempo de contato de 5 min Para P. gingivalis W83, pode-se verificar que todos os extratos, no tempo de 5 min, promoveram redução significativa do biofilme em relação ao grupo controle (soro fisiológico, p<0,05), alcançando índices de cerca de 100% de redução. Não houve diferença estatística entre as concentrações de 50, 100 e 200 mg/mL (p>0,05) (Figura 1). Figura 1 - Porcentual de redução do biofilme de Porphyromonas gingivalis pela ação do extrato de Gimena no período de 5 min em comparação ao grupo controle (solução fisiológica) Para F. nucleatum, as maiores reduções do biofilme foram obtidas o extrato de gimena apresentou resultado inverso em relação à concentração, sendo mais efetivo a menor concentração avaliada (50 mg/mL) (Figura 2). 12 Figura 2 - Porcentual de redução do biofilme de Fusobacterium nucleatum pela ação do extrato de Gimena, no período de 5 min em comparação ao grupo controle (solução fisiológica). Para P. endodontalis, os extratos que promoveram as maiores reduções (acima de 80% em relação ao controle) nas 3 concentrações avaliadas no tempo de 5 min quando e contato com Gimena (figura 3) Figura 3 - Porcentual de redução do biofilme de Porphyromonas endodontalis pela ação do extrato de gimena (5 min) em comparação ao controle. Para P. micra, observou-se altos índices de redução microbiana (próximo a 100%) em relação ao controle (p<0,05), independente da concentração utilizada (50, 100 ou 200 mg/mL), sendo todos os grupos estatisticamente semelhantes entre si (p>0,05) (Figura 4). 13 Figura 4 - Porcentual de redução do biofilme de Parvimonas micra pela ação do extrato de gimena, no período de 5 min em comparação ao grupo controle (solução fisiológica). Com estes resultados, pode-se verificar alta sensibilidade das bactérias anaeróbias ao extrato de Gimena, sendo que mesmo em um curto período de contato (5 min), o extrato promoveu altos índices de redução dos diferentes biofilmes. P. gingivalis e P. micra foram as mais sensíveis a todas as concentrações do extrato. F. nucleatum foi a bactéria que apresentou maior resistência ao extrato, embora tenha promovido significativa redução de seu biofilme em relação ao grupo controle. Estes resultados concordam com Iauk et al. (2003) que verificaram que diferentes extratos alcoolicos de plantas, incluindo Hamamélis virginiana, tiveram ação sobre cultura planctônica de bactérias periodontopatogênicas, como P. gingivalis, Prevotella spp. e F. nucleatum. Arbia et al. (2017) verificaram efeito antimicrobiano de extratos aquosos de Artemisia herba-alba, Opuntia ficus-indica, Camellia sinensis e Phlomis crinita sobre P. gingivalis e P. intermedia, pelo teste de halo de inibição (discos). Fani & Kohanteb (2017) verificaram atividade antimicrobiana do óleo de tomilho (T. vulgaris) contra 30 isolados clínicos, incluindo P. gingivalis, Aggregatibacter actinomycetemcomitans, S. mutans e C. albicans, pelo teste de difusão em ágar e microdiluição em caldo. Bardaji et al. (2016) verificaram os efeitos antimicrobianos de Copaifera reticulata oleoresin (CRO) sobre F. nucleatum, P. nigrescens, P. gingivalis. Os resultados da presente pesquisa são inovadores, pois não são encontrados na literatura estudos sobre a ação rápida (5 min) de extratos de plantas sobre biofilmes formados por bactérias anaeróbias periodontopatogênicas. E como os resultados foram muito promissores, estudos futuros devem ser direcionados visando a utilização clínica do extrato de Gimena, após testes de segurança e eficácia em animais, a fim de gerar produtos para promoção da saúde bucal, com correta indicação terapêutica. 4.1.2. Tempo de contato de 24 hs 14 Para P. gingivalis W83, pode-se verificar que o extrato de Gimena, no tempo de 24 hs, promoveu redução significativa do biofilme em relação ao grupo controle (meio de cultura, p<0,05), em todas as concentrações analisadas (25, 50 e 100 mg/mL), alcançando índices de cerca de 100% de redução, especialmente na concentração de 100 mg/mL (Figura 5). Figura 5 - Porcentual de redução do biofilme de Porphyromonas gingivalis pela ação do extrato de gimena, no período de 24 hs em comparação ao grupo controle (meio de cultura). O extrato de Gimena apresentou índice de redução para o biofilme de F. nucleatum nas concentrações de 25 e 50 mg/mL, embora na concentração de 100 mg/mL tenha promovido redução próxima a 100% (Figura 6). Figura 6 - Porcentual de redução do biofilme de Fusobacterium nucleatum pela ação do extrato de gimena, no período de 24 hs em comparação ao grupo controle (meio de cultura). Para P. endodontalis, o extrato de Gimena promoveu significativa redução do biofilme em comparação com o controle, em todas as concentrações analisadas (25, 50 e 100 mg/mL), sendo que as maiores taxas foram observadas com a concentração de 100 mg/mL, seguido de 50 mg/mL. (Figura 7). 15 Figura 7 - Porcentual de redução do biofilme de Porphyromonas endodontalis pela ação do extrato de Gimena, no período de 24 hs em comparação ao grupo controle (meio de cultura) Para P. micra, o extrato de Gimena apresentou altos índices de redução do biofilme em relação ao grupo controle (meio de cultura, p<0,05) na concentração de 25 mg/mL (Figura 8). Figura 8 - Porcentual de redução do biofilme de Parvimonas micra pela ação do extrato de Gimena, no período de 24 hs em comparação ao grupo controle (meio de cultura). Assim como observado no tempo de 5 min, com 24 hs de contato, pode-se verificar alta sensibilidade das bactérias anaeróbias ao extrato de Gimena, com altos índices de redução dos diferentes biofilmes, especialmente nas concentrações de 50 e 100 mg/mL. Estes resultados concordam com Karygianni et al. (2014) que avaliaram extratos naturais de plantas do Mediterrâneo e verificaram que os extratos de Mastic gum e Inula viscosa foram efetivos para bactérias anaeróbias (P. gingivalis, P. intermedia, F. nucleatum e P. micra). Moreti et al. (2017) também verificaram o potencial do extrato de Mikania glomerata e seus compostos sobre P. gingivalis, Prevotella nigrescens, A. actinomycetemcomitans. Outros estudos tem demonstrado ação antimicrobiana de diferentes extratos de plantas sobre bactérias anaeróbias (Wong et al., 2010; Praveen et al., 2014; Pai et al., 2016), no entanto, sobre biofilme os estudos são escassos, de modo 16 que os resultados do presente estudo são pioneiros e inovadores neste contexto. Como os resultados de extrato de Gimena foram muito promissores, as melhores concentrações devem ser selecionadas e direcionadas para estudos em animais e clínicos, visando a geração de produtos que tragam benefícios à terapêutica clínica odontológica. 4.2 Citotoxicidade dos Extratos - Viabilidade Celular pelo teste MTT O extrato de Gimena, no tempo de contato de 5 min, promoveu viabilidade celular acima de 70% em macrófagos nas concentrações de 25mg/mL a 0,39 mg/mL, para queratinócitos só a concentração de 200 mg/mL foi citotóxica e para fibroblastos todas as concetrações foram citotóxicas. Já no período de 24 hs, para macrófagos as concentrações não citotóxicas foram 3,19 a 0,39 mg/mL, para queratinócitos de 12,5 a 3,19 e 0,78 mg/mL; para fibroblastos de 1,76 a 0,39 mg/mL (Figura 9). 17 Figura 9 - Percentual de viabilidade celular de macrófagos, fibroblastos e queratinócitos tratados com diferentes concentrações do extrato glicólico de Gimena pelo período de 5 min e 24 h. De acordo com estes resultados, pode-se verificar que a citotoxicidade, em geral, está relacionada diretamente com a concentração do extrato, sendo as menores concentrações as que proporcionam maiorviabilidade celular. Estes resultados concordam com Jesus et al. (2015), que verificaram que o extrato glicólico de abacateiro (Persea americana) foi citotóxico para macrófagos RAW 264.7 nas concentrações de 200 e 100 mg/mL, enquanto as concentrações menores do extrato (50, 25 e 12,5 mg/mL) apresentaram maior viabilidade celular. Como neste teste foram avaliadas 3 linhagens celulares, pode-se verificar diferenças na sensibilidade celular de acordo com o tipo de linhagem, sendo que os fibroblastos foram mais sensíveis à ação citotóxica dos extratos e os queratinócitos os mais resistentes. Senthil et al. (2017) verificaram que nanopartículas de prata foram menos tóxicas às células HaCaT quando comparada às bactérias (E.coli e S. aureus), demonstrando resistência desta linhagem celular. Basar et al. (2015) analisaram os efeitos do extrato de Glycyrrhiza 18 glabra sobre diferentes linhagens celulares (HaCaT, A549, HepG2) e verificaram variações consideráveis nos níveis de citotoxicidade entre as várias amostras de G. glabra. Estes resultados são de grande importância para a indicação terapêutica do extrato de Gimena, pois por exemplo, para um enxaguatório bucal a ação sobre os queratinócitos é mais relevante, uma vez que estas células terão contato mais direto com o extrato. Para esta linhagem, o extrato de Gimena, foi de baixa toxicicidade, apresentando viabilidade celular superior a 70% mesmo nas concentrações mais altas. 4.3 Genotoxicidade dos Extratos – Teste micronúcleos OBS.: Este teste foi realizado em colaboração com a Profa Cristina Pacheco Soares, no laboratório de Biologia e Cultura Celular do IP&D da Univap. A comparação dos resultados dos micronúcleos foi feita em relação ao controle negativo (meio de cultura DMEM) e controle positivo (Ethyl methanesulfonate EMS, 6 µM), analisados estatisticamente por kruskall Wallis, complementado pelo teste de Dunn. Ao final da contagem de 2000 células, em 12 campos microscópicos, pode-se obsevar que a linhagem HaCaT foi mais resistente à indução de micronúcleos pelo EMS que as linhagens L929 e macrófagos, sendo que para macrófagos foram obtidos 32 micronúcleos, para fibroblastos 31 micronúcleos e para HaCaT 13 micronúcleos. Já no controle negativo, os resultados foram semelhantes, sendo 2 micronúcleos para HaCaT e macrófagos e 3 para fibroblastos. As figuras 10, 11 e 12 demonstram, respectivamente, um dos 12 campos microscópicos onde foi realizada a contagem de células e micronúcleos nos grupos controles negativo e positivo para queratinócitos (HaCaT), fibroblastos L929 e macrófagos (RAW 264.7). 19 Figura 10 – A) Foto indicando a contagem de células HaCaT por campo fotografado (1/12); B) Foto indicando a presença de micronúcleos (setas). 20 Figura 11 – A) Foto indicando a contagem de células (fibroblastos L929) por campo fotografado (1/12); B) Foto indicando a presença de micronúcleos (setas). Figura 12 – A) Foto indicando a contagem de células (macrófagos RAW 264.7) por campo fotografado (1/12); B) Foto indicando a presença de micronúcleos (setas). O extrato de gimena, nas concentrações de 50 e 25 mg/mL foi genotóxico para macrófagos (frequência de 85 e 35, respectivamente) e fibroblastos (frequência de 64 e57 micronúcleos, respectivamente), com aumento significativo de micronúcleos em relação ao controle negativo, por outro lado, para HaCaT a produção de micronúcleos foi semelhante ao grupo controle negativo, não apresentando genotoxicidade (Figura 13). 21 Figura 13 – A) Gráfico indicando a contagem total de micronúcleos nos 12 campos microscópicos analisados (total 2000 células); B) Fotos indicando a contagem de células por campo fotografado (1/12) em cada concentração do extrato de Gimena (50 e 25 mg/mL) testada; C) fotos com setas indicando a presença de micronúcleos. Contudo, pode-se verificar que para HaCaT o extrato natural de Gimena não induziu produção significativa de micronúcleos, sendo considerado não genotóxico para queratinócitos. Estes resultados são de grande importância visando o uso destes extratos na Odontologia como enxaguatório bucal, em que o contato é direto com as células epiteliais da mucosa. Estes resultados concordam com Almeida et al. (2015), que verificaram ausência de efeitos genotóxicos do extrato da folha da planta Castanea sativa (até 0,1 µg/mL) em queratinócitos HaCaT. Não são encontados na literatura estudos sobre a genotoxicidade do extrato estudado nesta pesquisa, sendo estes resultados pioneiros. Para macrófagos (RAW 264.7), o extrato de gimena (25 e 50 mg/mL) foi genotóxico, com indução de 35 e 85 micronúcleos, respectivamente. Oliveira et al. (2017) verificaram que o extrato GIM 100 mg/ml GIM 50 mg/ml GIM 50 mg/ml GIM 100 mg/ml 22 glicólico de Rosmarinus officinalis (alecrim) em concentrações até 100 mg/mL não foi genotóxico em macrófagos, com frequência de micronúcleos similar ou menor que o grupo controle não tratado. Não são verificados na literatura outros estudos sobre genotoxicidade deste extrato em macrófagos tornando difícil a discussão dos resultados, por outro lado, este estudo traz contribuições científicas relevantes. 4.4 Avaliação da atividade anti-inflamatória dos extratos Para o extrato de gimena (G. silvestre), a quantificação da produção das citocinas IL-1β, TNF-α, IL-6, IL-17 e IL-10 por macrófagos (RAW 264.7), após exposição por 24 h às concentrações de 25 e 50 mg/mL do extrato, está apresentada na Figura 14. Pode-se verificar que o tratamento com o extrato de Gimena induziu maior produção de IL-1β em comparação com o grupo LPS, entretanto, induziu menor produção de TNF-α e maior produção de IL-10 (citocina anti-inflamatória). A concentração de 25 mg/mL induziu diminuição da produção de IL-6 e aumento de IL-17. Com isso, pode-se perceber que o extrato de Gimena modulou a producão de citocinas, de modo que este extrato também tem potencial anti-inflamatório que deve ser mais explorado. Figura 14 - Quantificação das citocinas IL-1β, TNF-α, IL-6, IL-17 e IL-10 por macrófagos (RAW 264.7) tratados com extrato glicólico de Gymnena silvestre (Gimena) acrescidos de LPS de E. coli pelo período de 24 horas (pg/mL). 23 Sobre a linhagem de queratinócitos humanos (HaCaT), pode-se verificar que o extrato nas concentrações analisadas apresentou significativa redução das citocinas pró-inflamatórias TNF-α e IL-17. Com isso, a realização de estudos envolvendo mais de uma linhagem celular é de grande importância para indicação mais correta do extrato. Os resultados do presente estudo concordam com Lim et al. (2015) que verificaram os efeitos anti-inflamatórios do extrato de Chungsimyeonja-eum (CSYJE), usado na tradicional medicina oriental em macrófagos de camundongo (RAW 264.7) e queratinócitos humano (HaCaT) estimulados por LPS. Seo et al. (2015) também verificaram os efeitos anti-inflamatórios do extrato de Gleditsia sinensis em queratinócitos HaCaT e macrófagos RAW 264.7 estimulados por LPS. Figura 15 - Quantificação de TNF-α por queratinócitos humanos (HaCaT) tratados com extrato natural de Gymnena silvestre (Gimena) acrescidos de LPS de E. coli pelo período de 24 horas (pg/mL). Figura 16 - Quantificação de IL-17 por queratinócitos humanos (HaCaT) tratados com extrato natural de Gymnena silvestre (Gimena) acrescidos de LPS de E. coli pelo período de 24 horas (pg/mL). O efeito anti-inflamatório de diferentes extratos de Thymus spp (T. vulgaris, T. zygis e T. hyemalis) foi demonstrado por Ocaña e Reglero (2012), onde após tratamento por 24 h com os extratos, houve significativa redução da produção de citocinas pró-inflamatórias (IL-1β, IL-6 e TNF- α) e aumento da anti-inflamatória (IL-10) por monócitos humanos (THP-1) estimulados por lipoproteínas de baixa densidade oxidada (LDL-oxi). Em adição, foi constatado que, após 48 h detratamento, os níveis de IL-1β e TNF-α foram semelhantes ao nível basal das células não ativadas. A atividade anti-inflamatória de T. vulgaris L. não se restringe apenas aos seus extratos, uma vez que seu óleo essencial também demonstrou efetividade no controle da produção de IL-1β, IL-8 e TNF-α 24 em THP-1 estimulada por LPS ou Propionibacterium acnes (Tsai et al., 2011). Hu et al. (2016) demonstraram que Apigenin-7-O-β-D-glucuronide, isolado de Juglans sigillata, inibiu a produção da citocina pró-inflamatória TNF-α em macrófagos (RAW 264.7) estimulados por LPS. El-Boshy et al. (2017) demonstraram em ratos os efeitos protetores do extrato de alcachofra (C. scolymus) contra o estresse oxidativo induzido pela toxicidade de cádmio, analisando as dosagens séricas IL-1β, TNF-α e IL-10. Arora & Sood (2017) em seu estudo concluiu qu existe um grande potencial antimicrobiano de Gymnema sylvestre (Gimena) para uso medicinal, devido à presença de uma grande variedade de fitoconstituintes, proporcionando assim uma base científica importante para seu uso comercial. O extrato aquoso, o extrato orgânico e os fitoconstituintes apresentaram atividade de amplo espectro contra todos os patógenos testados por eles, especialmente aqueles com grande importância clínica, como Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, Candida albicans e um patógeno multirresistente como Staphylococcus aureus resistente à meticilina. Estes compostos testados, mesmo na sua forma parcialmente purificada, eram altamente potentes com valores de MIC baixos e menor tempo de morte. Importante também, neste estudo foi verificado que o extrato de Gimena não se apresentou citotóxico nem mutagênicos. Este estudo, corrobora com os dados encontrados no nosso estudo realizado com bactéricas anaeróbicas de interesse na odontologia, bem como refirmado sua baixa citotoxicidade e genotoxicidade, além de reafirmado sua importante atividade imunomoduladora. 25 5 CONCLUSÃO a) Assim como observado no tempo de 5 min e com 24 hs de contato com o extrato de Gymnena silvestre (Gimena), pode-se verificar alta sensibilidade das bactérias anaeróbias ao extrato, com altos índices de redução dos diferentes biofilmes, especialmente nas concentrações de 50 e 100 mg/mL. b) O extrato de Gymnena silvestre (Gimena), no tempo de contato de 5 min, promoveu viabilidade celular acima de 70% em macrófagos nas concentrações de 25mg/mL a 0,39 mg/mL, para queratinócitos só a concentração de 200 mg/mL foi citotóxica e para fibroblastos todas as concetrações foram citotóxicas. Já no período de 24 hs, para macrófagos as concentrações não citotóxicas foram 3,19 a 0,39 mg/mL, para queratinócitos de 12,5 a 3,19 e 0,78 mg/mL. O extrato de Gimena, nas concentrações de 50 e 25 mg/mL foi genotóxico para macrófagos e fibroblastos, com aumento significativo de micronúcleos em relação ao controle negativo, por outro lado, para HaCaT a produção de micronúcleos foi semelhante ao grupo controle negativo, não apresentando genotoxicidade. c) Diante dos resultados obtidos, foi possível concluir que o extrato de Gymnena silvestre (Gimena) (25 e 50 mg/mL) apresentou grande potencial anti-inflamatório para as duas linhagens celulares, sendo importante a definição correta da concentração do extrato para ter o efeito terapêutico desejado. Este estudo se mostrou importante e pioneiro para comprovar os diferentes efeitos benéficos de Gymnema sylvestre, os quais podem futuramente ser inseridos em formulações de uso odontológico, tais como medicações e irrigantes intracanais, enxaguatórios bucais, dentifrícios, gel, pomadas, entre outros. 26 6 REFERÊNCIAS Almeida IF, Pinto AS, Monteiro C, Monteiro H, Belo L, Fernandes J, Bento AR, Duarte TL, Garrido J, Bahia MF, Sousa Lobo JM, Costa PC. Protective effect of C. sativa leaf extract against UV mediated-DNA damage in a human keratinocyte cell line. J Photochem Photobiol B. 2015 Mar;144:28-34. doi: 10.1016/j.jphotobiol.2015.01.010. Arbia L, Chikhi-Chorfi N, Betatache I, Pham-Huy C, Zenia S, Mameri N, Drouiche N, Lounici H. Antimicrobial activity of aqueous extracts from four plants on bacterial isolates from periodontitis patients. Environ Sci Pollut Res Int. 2017 May;24(15):13394-13404. doi: 10.1007/s11356-017-8942- 4. Arora DS, Sood H. In vitro antimicrobial potential of extracts and phytoconstituents from Gymnema sylvestre R.Br. leaves and their biosafety evaluation. AMB Express. 2017; 7: 115. Published online 2017 Jun 5. doi: 10.1186/s13568-017-0416-z. Bardají DK, da Silva JJ, Bianchi TC, de Souza Eugênio D, de Oliveira PF, Leandro LF, Rogez HL, Venezianni RC, Ambrosio SR, Tavares DC, Bastos JK, Martins CH. Copaifera reticulata oleoresin: Chemical characterization and antibacterial properties against oral pathogens. Anaerobe. 2016 Aug;40:18-27. doi:10.1016/j.anaerobe.2016.04.017. Basar N, Oridupa OA, Ritchie KJ, Nahar L, Osman NM, Stafford A, Kushiev H, Kan A, Sarker SD. Comparative Cytotoxicity of Glycyrrhiza glabra Roots from Different Geographical Origins Against Immortal Human Keratinocyte (HaCaT), Lung Adenocarcinoma (A549) and Liver Carcinoma (HepG2) Cells. Phytother Res. 2015 Jun;29(6):944-8. doi: 10.1002/ptr.5329. Bhuvaneswari CH, Rao K, Giri A. Evaluation of Gymnema sylvestre antimicrobial activity in methanol.Recent Research in Science and Technology. 2011;3:73–75. Camargo SE, Jóias RP, Santana-Melo GF, Ferreira LT, El Achkar VN, Rode S. Conventional and whitening toothpastes: cytotoxicity, genotoxicity and effect on the enamel surface. Am J Dent. 2014;27(6):307-11. Chakravarti D, Debnath NB. Isolation of gymnemagenin the sapogenin from Gymnema sylvestre R.Br. (Asclepiadaceae) Journal of the Institution of Chemists. 1981;53:155–158. Dateo GP, Jr., Long L., Jr. Gymnemic acid, the antisaccharine principle of Gymnema sylvestre. Studies on the isolation and heterogeneity of gymnemic acid A1. Journal of Agricultural and Food Chemistry.1973;21(5):899–903. Di Fabio G, Romanucci V, De Marco A, Zarrelli A. Triterpenoids from Gymnema sylvestre and their pharmacological activities. Molecules. 2014 Jul 28;19(8):10956-81. Di Fabio G, Romanucci V, Di Marino C, Pisanti A, Zarrelli A. Gymnema sylvestre R. Br., an Indian medicinal herb: traditional uses, chemical composition, and biological activity. Curr Pharm Biotechnol. 2015;16(6):506-16. Diwan PV, Margaret I, Ramakrishna S. Influence of Gymnema sylvestre on inflammation. Inflammopharmacology. 1995;3:271–277. 27 Fani M, Kohanteb J. In Vitro Antimicrobial Activity of Thymus vulgaris Essential Oil Against Major Oral Pathogens. J Evid Based Complementary Altern Med. 2017 Oct;22(4):660-666. doi: 10.1177/2156587217700772. Foster S. Alternative Medicine Reviews Monographs. Thorne Research Inc.; 2002. Gymnema sylvestre; pp. 205–207. Gupta SN, Pramanik S, Tiwari OP, Thacker N, Pande M, Upmanyu N. Immunomodulatory activity of Gymnema sylvestre leaves. Internet Journal of Pharmacology. 2010;8(2):1531–2976. Iauk L, Lo Bue AM, Milazzo I, Rapisarda A, Blandino G. Antibacterial activity of medicinal plant extracts against periodontopathic bacteria. Phytother Res. 2003 Jun;17(6):599-604. Karygianni L, Cecere M, Skaltsounis AL, Argyropoulou A, Hellwig E, Aligiannis N, Wittmer A, Al- Ahmad A. High-level antimicrobial efficacy of representative Mediterranean natural plant extracts against oral microorganisms. Biomed Res Int. 2014;2014:839019. doi: 10.1155/2014/839019. Khramov VA, Spasov AA, Samokhina MP. Chemical composition of dry extracts of Gymnema sylvestre leaves. Pharmaceutical Chemistry Journal. 2008;42(1):30–32. Malik JK, Manvi FV, Alagawadi KR, et al. Evaluation of anti-inflammatory activity of Gymnema sylvestre leaves extract in rats. International Journal of Green Pharmacy. 2007;2:114–115. Malik JK, Manvi FV, Nanjware BR, et al. Wound healing properties of alcoholic extract of Gymnema sylvestreR.Br. leaves in rats. Journal of Pharmacy Research. 2009;2:1029–1030. Marsh P, Martin M. Oral Microbiology. Vol. 3. London, UK: Chapman and Hall; 1992. Moreti DLC1, Leandro LF1, da Silva Moraes T1, Moreira MR2, Sola Veneziani RC2, Ambrosio SR2, Gomes BP3, Martins CHG4. Mikania glomerata Sprengel extract and its major compound ent- kaurenoic acid display activity against bacteria present in endodontic infections. Anaerobe. 2017 Oct;47:201-208. doi:10.1016/j.anaerobe.2017.06.008. Ogawa Y, Sekita K, Umemura T, et al. Gymnema sylvestre leaf extract: a 52-week dietary toxicity study in wistar rats. Shokuhin Eiseigaku Zasshi. 2004;45(1):8–18. Oliveira JR, de Castro VC, das Graças Figueiredo Vilela P, Camargo SE, Carvalho CA, Jorge AO, de Oliveira LD. Cytotoxicity of Brazilian plant extracts against oral microorganisms of interest to dentistry. BMC Complement Altern Med. 2013;13:208. Oliveira JR, de Aguiar Almeida RB, das Graças Figueiredo Vilela P, de Oliveira FE, da Rocha RF, Jorge AO, de Oliveira LD. Control of microorganisms of oral health interest with Arctium lappa L. (burdock) extract non-cytotoxic to cell culture of macrophages (RAW 264.7). Arch Oral Biol. 2014 Aug;59(8):808-14. Pai BM, Rajesh G, Shenoy R, Rao A. Anti-microbial Efficacy of Soursop Leaf Extract (Annona muricata) on Oral Pathogens: An In-vitro Study. J Clin Diagn Res. 2016 Nov;10(11):ZC01-ZC04. doi: 10.7860/JCDR/2016/18329.8762. 28 Parimala Devi B, Ramasubramaniaraja R. Pharmacognostical and antimicrobial screening of Gymnema sylvestre R.Br, and evaluation of Gurmar herbal tooth paste and powder, composed of Gymnema sylvestreR.Br, extracts in dental caries. International Journal of Pharma and Bio Sciences. 2010;1(3):1–16. Pham HTT, Hoang MC, Ha TKQ, Dang LH, Tran VO, Nguyen TBT, Lee CH, Oh WK. Discrimination of different geographic varieties of Gymnema sylvestre, an anti-sweet plant used for the treatment of type 2 diabetes. Phytochemistry. 2018 Mar 9;150:12-22. doi: 10.1016/j.phytochem.2018.02.013. [Epub ahead of print]. Praveen NC, Rajesh A, Madan M, Chaurasia VR, Hiremath NV, Sharma AM. In vitro Evaluation of Antibacterial Efficacy of Pineapple Extract (Bromelain) on Periodontal Pathogens. J Int Oral Health. 2014 Sep;6(5):96-8. Senthil B, Devasena T, Prakash B, Rajasekar A. Non-cytotoxic effect of green synthesized silver nanoparticles and its antibacterial activity. J Photochem Photobiol B. 2017 Dec;177:1-7. doi: 10.1016/j.jphotobiol.2017.10.010. Sinsheimer JE, Rao GS, McIlhenny HM. Constuents from Gymnema sylvestre leaves. V: isolation and preliminary characterization of the gymnemic acids. Journal of Pharmaceutical Sciences. 1970;59(5):622–628. Tiwari P, Mishra BN, Sangwan NS. Phytochemical and pharmacological properties of Gymnema sylvestre: an important medicinal plant. Biomed Res Int. 2014; 2014:830285. Wong RW, Hägg U, Samaranayake L, Yuen MK, Seneviratne CJ, Kao R. Antimicrobial activity of Chinese medicine herbs against common bacteria in oral biofilm. A pilot study. Int J Oral Maxillofac Surg. 2010 Jun;39(6):599-605. doi: 10.1016/j.ijom.2010.02.024. 29 DESCRIÇÃO E AVALIAÇÃO DO APOIO INSTITUCIONAL RECEBIDO NO PERÍODO O presente trabalho recebeu apoio Institucional, uma vez que foi desenvolvido no Laboratório de Microbiologia/Imunologia, no Laboratório de Estudo Interdisciplinar em Células (LEIC) e no Laboratório de Estudo Multidisciplinar em Imunologia (LEMI), do Departamento de Biociências e Diagnóstico Bucal do Instituto de Ciência e Tecnologia do ICT/Unesp-Campus de São José dos Campos, utilizando os equipamentos e instalações pertencentes a Universidade Estadual Paulista (UNESP), bem como seus recursos humanos (Professores, secretários, técnicos, equipe de limpeza). SUPERVISORA DA PESQUISA • Profa Adj. Luciane Dias de Oliveira Docente das Disciplinas de Farmacologia e Terapêutica Clínica do curso de Odontologia da UNESP Docente Credenciada e Coordenadora no Programa de Pós-Graduação em Biopatologia Bucal, Área: Microbiologia e Imunologia – UNESP/ICT - São José dos Campos. 30 RESUMO DAS ATIVIDADE DESENVOLVIDAS PELA AUTORA NO PERÍODO DE PÓS- DOUTORADO (SET/16 – MAR/18) Artigos publicados em periódicos no período: - Influence of sucrose on growth and sensitivity of Candida albicans alone and in combination with Enterococcus faecalis and Streptococcus mutans to photodynamic therapy. Laser in Medical Science. 2017. DOI: 10.1007/s10103-017-2201-2 (primeira autora) - Levantamento da conduta alimentar e fatores de risco para o surgimento da osteoporose em mulheres no climatério. Journal Health Science Intitute. 2017; 35(3):205-9. (segunda autora, trabalho onde atuei como co-orientadora do trabalho de Conclusão de curso da aluna Sandra de Paiva Passos do curso de Nutrição da UNIP) Participação como membro titular de Bancas de Doutorado no período: - Avaliação dos efeitos probióticos de cepas clínicas de Lactobacillus spp. sobre diferentes espécies de Candida. Doutoranda: Rafaella Braga Santos (fev./18). - Formação de Biofilmes Monotípicos e Heterotípicos por Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium em dentina radicular. Doutoranda: Ana Carolina Chipoletti dos Santos (fev./18). Orientações desenvolvidas nos anos de 2016 e 2017: - Correlação entre hipotireoidismo X hipovitaminose D – Paula de Souza Ventureli (2016)- Programa de Iniciação Científica – UNIP - Importância da orientação higiênico-sanitária na lavagem de mãos em crianças: uma proposta didática. Julia Marcondes Figueiredo (2017) – Programa de Iniciação Científica – UNIP - Análise da atividade antimicrobiana do extrato glicólico de Pfaffia paniculata k em biofilme heterotípico de C. albicans e S. aureus. Ana Maria Magalhães Ferrari (2017) – TCC – Curso de Biomedicina – UNIP (Iniciação Científica desenvolvida na UNESP) - Os riscos do baixo consumo de ácido fólico por mulheres em idade fértil que seguem dieta glúten-free. Andréia Maria de Carvalho (2017) – TCC - Curso de Nutrição - UNIP - Os efeitos da suplementação com resveratrol: uma revisão de literatura. Alessandra Pereira Mendes (2017) – TCC - Curso de Nutrição – UNIP 31 - Uso de bicarbonato de sódio como recurso ergogênico para atletas de alta performance. Paulo Ricardo Santos Rodrigues (2017) – TCC - Curso de Nutrição – UNIP - Níveis de vitamina D em pacientes de um laboratório de São José dos Campos. Raissa Silva Marques (2017) – TCC – Curso de Biomedicina – UNIP - Contraceptivos de emergência= Levonorgestrel índices de vendas de pílulas do dia seguinte em drogarias do vale do paraíba. Edinéia Aparecida Santos da Silva (2017) – TCC – Curso de Farmácia – UNIP - Revisão sistemática da literatura sobre o uso de vitamina d e seus análogos no tratamento da psoríase. Amanda Totti Vieira (2017) – TCC – Curso de Farmácia – UNIP - A influência da alimentação no aumento do risco para infarto agudo do miocárdio: comparação entre vegetarianos e onívoro. Tamiris Pereira França (2017) – TCC – Curso de Biomedicina – UNIP - Análise de vendas dos medicamentos Oxandrolona e Estanozolol em uma farmácia de manipulação. Claudia da Gama Moreira Silva (2017) – TCC – Curso de Farmácia – UNIP - Estudo do efeito da ação sinérgica do extrato de cúrcuma e Laser de baixa potência com comprimento de onde de 470 nm e 400mW sobre o efeito no micro-organismo Staphylococcus aureus in vitro. Rosana de Almeida Silva Lemes (2017) – TCC – Curso de Biomedicina – UNIP - Análise de contaminação microbiológica de bolsa feminina colocada em chão do banheiro de hospital. Júlia Maria dos Santos Souza. - Marcadores cardiacos: avaliação de niveis de ckmb, cpk e troponinas aumentadas em pacientes suspeitos de infarto no ano de 2016 na cidade de São José dos Campos. Luana Cristina Ikuta de Souza (2017) – TCC – Curso de Biomedicina - UNIP Palestra ministrada no período: - Terapia Fotodinâmica, pesquisase inovações na Engenharia Biomédica. Encontro Acadêmico de Biomedicina da Universidade Paulista (out/16). Consultora Científica no período: - Journal of Health Science Institute – Atuação como Consultora Científica. Convite para Palestra em Congresso Internacional: 32 - International Conference On Microbiology & Infectious Diseases de 23 – 25 de julho de 2018 em Roma, Itália. A Palestra será sobre o artigo publicado na LMS: Influence of sucrose on growth and sensitivity of Candida albicans alone and in combination with Enterococcus faecalis and Streptococcus mutans to photodynamic therapy. Disciplinas ministradas na Universidade Paulista no período: - Professora titular nas disciplinas de Bioquímica Estrutural e Metabólica, Imunologia Básica, Microbiologia, Parasitologia, Projeto e Produção de trabalho de Curso. Totalizando 30 horas aula/semanal. 33 ANEXO III PROGRAMA DE PÓS-DOUTORADO Formulário para ENCERRAMENTO I – Dados do Pós-Doutor. Nome (completo): Fernanda Malagutti Tomé II – Dados do Supervisor Responsável. Nome (completo): Luciane Dias de Oliveira Unidade: Instituto de Ciência e tecnologia – São José dos Campos Departamento (por extenso): Biopatologia Bucal – Área de Microbiologia e Imunologia III – Dados do Programa. Título do Projeto: ATIVIDADE ANTIMICROBIANA, ANTI-INFLAMATÓRIA, CITOTOXICIDADE E GENOTOXICIDADE DE EXTRATO NATURAL DE Gymnema sylvestre. Período do Relatório: Setembro/2016 – Março/2018 Resumo sucinto das atividades desenvolvidas no período (até 10 linhas): A Pós-doutoranda atuou como orientadora de 3 Iniciação Científica concluídas e 2 em andamento e 11 Trabalhos de Conclusão de Curso, continuou nas atividades de professora Titular na Universidade Paulista, participou de 2 bancas de defesa de doutorado na UNESP, bem como publicou 2 artigos em periódicos no período, sendo que devido ao artigo publicado na revista Laser Medical Science a mesma recebeu convite para participar como palestrante na Conferência Internacional de Microbiologia em Roma na Itália o qual a mesma já encontra-se inscrita e acontecerá em julho de 2018, realizou palestra na Semana Acadêmica de Biomedicina, atua como Consultora Científica da revista Journal of Health Science Institute. Além das atividades referentes à conclusão da pesquisa . Parecer do relatório (supervisor): O relatório foi muito bem escrito pela pós-doutoranda, apresentando resultados relevantes para a área. Além da conclusão da pesquisa, a aluna apresentou um resumo das atividades desenvolvidas no período do pós-doutorado, incluindo: Artigos publicados em periódicos, Participação como membro titular de Bancas de Doutorado, Orientações 34 desenvolvidas nos anos de 2016 e 2017, Palestra ministrada, Consultora Científica, Convite para Palestra em Congresso Internacional, Disciplinas ministradas na Universidade Paulista. Assim, considero o relatório aprovado e classifico como satisfatório o desenvolvimento da pós-doutoranda.