Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Hipertensão Arterial Sistêmica Fisiopatologia A pressão arterial é a força exercida pelo sangue através de seu bombeamento contra as paredes dos vasos sanguíneos. A hipertensão é quando ocorre uma elevação persistente acima de parâmetros normais (140x90mmHg), podendo acarretar em complicações a outros órgãos como rins, coração e olhos, entre outros. A pressão arterial é determinada por alguns fatores como o débito cardíaco e a resistência periférica total. O débito cardíaco tem relação com a intensidade da saída do sangue para circulação e a resistência periférica diz respeito a rede de arteríolas e capilares que receberão esse aporte sanguíneo. Além disso, há fatores neurogênicos e endócrinos que afetam a PA. Há barorreceptores aórticos e carotídeos que identificam elevações de pressão e sinalizam para que o SNA simpático diminua sua atividade, causando bradicardia e diminuição das resistência vascular periférica e seu débito cardíaco. O sistema nervoso autônomo simpático por si só, age na ideia de luta e fuga, assim promove vasoconstrição, aumento da FC e aumento do débito, e caso se eleve sem necessidade ou não seja mais necessário, há a sinalização pelos barorreceptores já citados. Há um reflexo cardiopulmonar que ao alterar a quantidade de sal no corpo, afeta-se a concentração plasmática, a qual está diretamente a quantidade de plasma presente, interferindo na quantidade de líquido contra as paredes. Por fim, há os quimiorreceptores que detectam níveis sanguíneos de O2 Co2 e pH, atuando junto ao sistema nervoso para a regulação dessas concentrações. Os barorreceptores ao identificarem aumento de PA, sinalizam a neuroipófise a qual, inibe a liberação de vasopressina, a qual promove diurese, retendo mais líquido, havendo também mecanismos como o sistema renina angiotensina e aldosterona que são integrantes dos mecanismos de controle hormonal HAS primária ou essencial – 90 – 95% São quadros de hipertensão que possuem etiologia idiopáticas, logo não se sabe ao certo suas causas. Dentre as possíveis causas, temos as modificáveis e as não modificáveis. As não modificáveis são aquelas que podem ser desenvolvidas a qualquer momento, por exemplo, envelhecimento (enrijecimento das paredes sanguíneas), etnias (variações hormonais e fisiológicas), genética/história familiar, resistência insulínica e diabetes melitos (pacientes com distúrbios de diabetes são pacientes com alto risco vascular, uma vez que a hiperglicemia e a hiperinsulinemia são inflamáveis para o endotélio, lesando-o, assim é possível que células de defesa se acumulem e tratem essa região, logo há o acúmulo de células e fibrinas, ocasionando diminuição na luz do vaso, o que eleva a resistência periférica e aumenta a pressão. Dentre os fatores modificáveis, temos a ingestão excessiva de sal (recomendando até 5g/dia), sedentarismo e obesidade (inflamação), consumo exagerado de álcool, apneia obstrutiva do sono (dificuldades respiratórias promovem elevados níveis de norepinefrina, endotelina e aldosterona, enrijecimento das paredes, disfunção endotelial, estresse oxidativo e hiperatividade do SNS), tabagismo e dieta rica em gorduras (acúmulo) Distúrbios genéticos afetam o controle da PA, uma vez que pode haver disfunção dos barroreceptores, disfunção endotelial e sensibilidade ao sal através de disfunção do SRAA. O estresse também se mostra fator que eleva a PA, devido ao aumento da liberação de catecolaminas, além de provocar um estado inflamatório de modulação neuroimune. HAS Secundária – 5 a 10% Possui causa patológica específica, logo como há uma causa conhecida, é possível direcionar um tratamento que trate a doença de base e diminua a pressão. Hipertensão renal: nas doenças renais agudas, o SRAA está alterado, promovendo aumento da retenção de água. A redução do fluxo renal ativa o SRAA. Estenose renal é pouco frequente, mas em quadros de hipopotassemia e sem histórico familiar, deve-se desconfiar. Feocromocitoma: tumor na adrenal Distúrbios hormonais: Síndrome de Cushing, hiperaldosteronismo primário Coarctação da aorta: diminuição da luz da aorta Consequências da HAS Pode haver o aumento da área cardíaca, significativo para os quadros de coração hipertrofiado, ou seja, o espessamento ventricular tornando o coração menos efetivo, logo há necessidade de maior oxigenação, o que explica porque pacientes jovens possuem quadros de infarto mais graves, já que não há circulação colateral. AVC hemorrágico também é uma possível consequência, devido ao elevado estresse que o vaso sofre, há lesão de seu endotélio, correndo o risco de romper. A agressão contínua do vaso, o lesa, estimulando agregação de células de defesa que junto a redes de fibrinas e moléculas de gorduras, vão provocando a diminuição da luz do vaso, que em casos mais graves pode culminar em IAM, AVC isquêmico ou coronariopatia. Lesões renais também são comuns devido a elevada pressão na entrada do glomérulo, logo há lesões endoteliais que causam marcas escleróticas vasculares, afetando seu funcionamento podendo acarretar falência do órgão. O fluxo de alta pressão também agride vasos dos olhos, causando retinopatia hipertensiva, o que pode gerar perda de área de visão e em quadros mais graves cegueira.
Compartilhar