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Professora Jhenyfer Renata Diniz Souza Graduação : Biologia Bacharelado- UFMT Mestranda em Engenharia Agrícola- UFMT Jardinagem e Paisagismo NOÇÕES BÁSICAS DE JARDINAGEM OBJETIVO Criar e manter jardins internos e externos; Harmonizar diferentes espécies de plantas; Utilizar equipamentos, materiais e produtos específicos; Selecionar sementes e mudas; Preparar o solo para o plantio; Realizar tratos culturais, corte de gramas e podas de acordo com as condições locais e climáticas; Atuar como autônomo ou com vinculo empregatício em residências, condomínios, clubes, chácaras e empresas públicas e ou privadas. INTRODUÇÃO A jardinagem é uma área da agricultura que nos acompanha há mais de 3 mil anos, desde quando o homem sentiu a necessidade de cultivar plantas ornamentais perto de suas casas, com intuito de embelezar o ambiente. Desde então, ao longo de toda história humana, há relatos de cultivos de jardins e alguns deles com muito destaque, como ocorreu com os jardins renascentistas italianos e franceses. A característica mais importante para que uma planta cumpra a sua função ornamental é seu aspecto saudável, atestando estar bem nutrida e hidratada, sem doenças ou pragas. Tenta-se então, suprir a necessidade de informações básicas sobre a jardinagem caseira ou profissional, para se obter um jardim saudável e bem cuidado. SOLO https://agropos.com.br/tipos-de-solo/ TEXTURA NUTRIENTES PH ADUBOS COMPOSTO ORGÂNICO Grupo 6 FORMAÇÃO DO SOLO É chamado de intemperismo, ou seja, a desagregação das partículas das rochas e minerais que altera suas propriedades químicas. Assim o solo é formado por meio de processos que fazem a desintegração de partículas, promovendo sua evolução e seu crescimento. CAMADAS DO SOLO Os solos são divididos em camadas que possuem características específicas. Porém, conforme a profundidade da terra, essas camadas passam a compartilhar das mesmas características. As camadas são, também, chamadas de horizontes e são divididas em camadas superficiais e camadas subsuperficiais. TEXTURA Textura é a proporção relativa das partículas sólidas na massa do solo, ou seja, é a proporção relativa entre areia, silte e argila em um material de solo. Solo de textura arenosa: menos de 15% de argila São permeáveis, leves, com baixa capacidade de retenção de água e nutrientes e de baixo teor de matéria orgânica. Solo de textura média: de 15 a 35% de argila; Normalmente apresentam boa drenagem, boa capacidade de retenção de água e nutrientes e índice médio de ERODIBILIDADE. Portanto, não necessitam de cuidados especiais, adequando-se a todos os métodos de irrigação. Solo de textura argilosa: mais de 35% de argila. chamado de “solo pesado” possui coloração vermelho-escura, é uma terra úmida e macia, composto por mais de 30% de argila, alumínio e ferro. Todo solo argiloso tem grande microporosidade, contudo, também pode ter grande macroporosidade dada pela agregação (estrutura). O solo argiloso retém muito mais água, a um determinado potencial, do que o solo de textura média ou arenoso. COMO DETERMINAR A TEXTURA? No campo, a textura pode ser percebida pelo manuseio de amostras. Umedecendo-se uma porção do solo, trabalha-se com ela entre os dedos atentando-se para a sensação tátil. No material onde predomina areia, a sensação é de uma massa áspera e pouco pegajosa, com a qual não se consegue fazer pequenos rolos alongados. No predomínio da fração siltosa, a sensação tátil é de um material sedoso, semelhante ao talco, que pode formar rolos alongados que, no entanto, quebram-se facilmente. Quando há predomínio da fração argila a sensação é de suavidade e pegajosidade, moldando-se rolos que podem ser manuseados com facilidade, formando argolas sem que se quebrem Para uma análise mais detalhada, as amostras são levadas para laboratório, onde serão tratadas pesadas e separadas por um conjunto de peneiras calibradas. O peso do material retido em cada uma das peneiras é comparado com o peso do material tratado, definindo-se aí o percentual de cada fração. NUTRIENTES Macronutrientes São aqueles requeridos em grandes quantidades: C- carbono, H- hidrogênio, O- oxigênio; N- nitrogênio; P-fósforo; K-potássio; Ca-cálcio; Mg-magnésio e S-enxofre. Micronutrientes São aqueles requeridos em pequenas quantidades: Cl-cloro; Fe-ferro; Cu-cobre; Zn-zinco; Mn-manganês; B- boro; Mo-molibdênio e Co- cobalto. PH DO SOLO Cada espécie vegetal tem uma faixa de pH do solo na qual seu desenvolvimento é ótimo. De maneira geral, pode-se dizer que a maioria das plantas prefere solos com pH na faixa de 4,0 a 7,5. CALAGEM É uma prática de manejo da fertilidade do solo que consiste na aplicação de calcário, com o objetivo de eliminar ou minimizar os efeitos prejudiciais da acidez e fornecer cálcio e magnésio para as plantas. Calcíticos: possuem cálcio; Magnesianos: possuem magnésio; Dolomíticos: possuem cálcio e magnésio. Usuario (U) - Aplicação de calcário: dependendo da área, pode-se fazer a aplicação do calcário manual ou mecânica. A distribuição manual é feita a lanço e deve-se procurar espalhar o mais uniformemente possível. A distribuição mecânica é feita por distribuidora centrífuga à tração mecânica. Época de calagem: A calagem deve ser feita de 60 a 90 dias antes do plantio. Esse período é necessário para que a acidez do solo seja corrigida, deixando o solo adequado para o desenvolvimento das plantas. Incorporação do calcário: o calcário deve ser incorporado a uma profundidade de 15 a 20 centímetros. A incorporação deve ser uniforme para permitir boa eficiência do calcário. A incorporação pode ser feita por gradagem ou manualmente utilizando enxadas ADUBAÇÃO A adubação é um processo de extrema importância numa plantação, já que é responsável pela qualidade dos produtos cultivados. A prática nutre a planta com substâncias necessárias para seu crescimento saudável, e isso se reflete na produtividade e lucratividade do produtor. Para que uma planta cresça de maneira saudável, ela necessita de elementos essenciais. Através do ar, ela retira o carbono, o oxigênio e o hidrogênio. Os demais compostos são absorvidos do solo através de suas raízes e, como o solo nem sempre possui todos eles em quantidade suficiente, muitas vezes é necessária uma complementação. Tipos de adubos Segundo a legislação brasileira, os fertilizantes podem ser classificados em três tipos. O primeiro são os mais utilizados na agricultura de larga escala: os fertilizantes minerais ou sintéticos. Esses adubos são concentrados e de rápida assimilação pelas plantas. Fertilizante mineral Produto de natureza mineral, natural ou sintética, obtido através de processo físico, químico ou físico-químico, fornecedor de um ou mais nutrientes de plantas. O fertilizante mineral é dividido em: Simples: produto formado por um composto químico, contendo um ou mais nutrientes de plantas; Misto: produto resultante da mistura física de dois ou mais fertilizantes minerais; Complexo: formado por dois ou mais compostos químicos, resultante da reação química de seus componentes, contendo dois ou mais nutrientes de plantas. Fertilizante misto: 10-10-10 possui em sua composição uma fórmula balanceada contendo 10% de nitrogênio, 10% de fósforo e 10% de potássio 2% Nitrogênio 06% Fósforo 12% Potássio NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) + 9 nutrientes Fertilizante simples Produto obtido pela moagem da rocha calcária, tendo como principais constituintes o carbonato de cálcio (CaCO3) e carbonato de magnésio (MgCO3) Cálcio Magnésio Total como Carbonato Especificação Granulométrica : Pó Moagem a pó da Rocha Calcária Dolomítica Fertilizante complexo Segundo Arnon & Stout (1939), os critérios de essencialidade de um elemento nutriente são os seguintes: Direto: O elemento participa de algum composto ou de alguma reação, sem a qual a planta não vive; Indireto: Na ausência do elemento a planta não completa o seu ciclo de produção (vegetativo e reprodutivo). O elementonão pode ser substituído por nenhum outro. As plantas tem capacidade limitada de distinguir e/ou selecionar dentre os elementos disponíveis a elas. Desta forma, absorvem, sem muita discriminação, os elementos essenciais, os benéficos e os tóxicos, podendo estes últimos, inclusive, levá-las à morte. Fertilizantes ou adubos orgânicos: podem ser de origem vegetal ou animal, contendo um ou mais nutrientes. Ex.: farinha de ossos, farinha de sangue, tortas vegetais (soja, algodão, mamona, girassol ou amendoim), esterco de bovino, esterco de galinha e húmus de minhoca. Composto orgânico: é formado pela decomposição de material vegetal como mato, palhas, folhas, restos de roça, restos de gramado, restos de cozinha, estercos diversos e até mesmo cinza. PREPARO DE COMPOSTO ORGÂNICO PREPARO DO SOLO A preparação do solo é uma etapa básica de todo início de cultivo e tem a finalidade de assegurar que a área esteja pronta para receber o cultivo e tenha as condições ideais de nutrientes, umidade e oxigenação. Para isso, é importante seguir as boas recomendações para proporcionar características físicas e químicas certas. 1. Limpeza Realizar a capina, tomando-se o cuidado de eliminar radicalmente as espécies invasoras, principalmente a tiririca, tomando-se o cuidado de não cortar apenas, mas também eliminar as raízes. Retirar restos de construção, entulhos, pedras, etc. 2. Insetos Verificar a existência de formigueiros na área a ser ajardinada. Se forem encontrados, devem ser extintos. O uso de produtos químicos deve ser realizado por um profissional especializado. Escarificação Consiste em revolver o solo em toda a sua superfície, a uma profundidade de 20-30 cm, com o cuidado de desfazer bem os torrões e deixar o solo bem solto. Nivelamento O nível da superfície do terreno deve ser acertado e corrigido de acordo com os níveis das construções e caminhos existentes ou projetados. Considerar a necessidade de escoamento das águas de chuva, evitando, assim, a formação de poças ou mesmo o alagamento de algumas áreas do terreno. Faça o plantio das mudas de árvores e arbustos nas covas Abra a cova com uma pá ou cavadeira e coloque a planta no centro. • Preencha a cova com solo, pressionando bem ao redor do torrão para fixar a planta. Coloque tutores para ajudar na fixação da planta. Recubra o solo com a palhada. Irrigue com abundância até o completo estabelecimento da muda. Posteriormente, as regas poderão ser mais espaçadas PLANTIO EM CANTEIROS Após o preparo correto dos canteiros, distribuir as mudas sobre suas superfícies, obedecendo ao espaçamento adequado a cada espécie; Abrir pequenas covas (proporcionais aos torrões); Retirar as embalagens das mudas e plantá-las nas covas abertas, completando com terra ao redor e fazendo a necessária pressão para que a muda fique firme; Tomar o cuidado de deixar o colo da planta no nível do solo; Regar convenientemente o canteiro recém-plantado. Plantio em vasos e jardineiras Nas jardineiras, vasos de cimento ou de cerâmica, colocar uma camada de brita fina no fundo para facilitar a drenagem. O cano ou orifício de drenagem deve estar sempre desobstruído; Deve haver uma proporcionalidade de tamanho entre as espécies ornamentais a serem utilizadas e o vaso ou jardineira. O substrato, para enchimento de vasos e jardineiras, também deve ser de boa qualidade. Utilizar sempre uma mistura com boa proporção de matéria orgânica; No caso de jardineiras, as mudas devem ser plantadas obedecendo-se ao espaçamento adequado. No caso de vasos, abrir uma cova no meio do substrato e introduzir ali a muda. GRAMADO Passe levemente o rastelo sobre o solo. Distribua as placas de grama de maneira intercalada, evitando deixar Espaços vazios entre as placas. Compacte levemente as placas para deixar as raízes o mais próximo possível do solo. Nivele todas as placas. Irrigue em seguida. Arbustos É toda espécie vegetal lenhosa ramificada desde a base, com altura média de até 4 m de altura. Quanto à luminosidade, existem arbustos de pleno sol, meia-sombra e sombra Acalifa Azaleia Buxinho Bico de papagaio Cróton Trepadeira É toda espécie vegetal de caule semilenhoso ou mesmo herbáceo que necessita de um suporte para se desenvolver. Como seu crescimento pode ser conduzido, as trepadeiras geralmente são utilizadas na formação de cercas-vivas, separação de ambientes, revestimento de muros ou paredes, formação de pérgolas, arcos e treliças. Volúveis: quando se enrolam em aspiral no suporte, não possuindo outro tipo de fixação; portanto, não conseguem subir em paredes ou muros por si só, necessitando de suportes adequados; Sarmentosas: Quando possuem órgãos de fixação, como gavinha, espinhos curvos, raízes adventícias, etc. Conseguem subir em quase todo tipo de suporte Cipós: Não possuem qualquer tipo de órgão de fixação e nem são volúveis. Possuem caules rígidos, que conseguem subir vários metros sem apoio, até que se vergam pelo próprio peso sobre algum suporte. Gramados Os gramados, em particular, representam quase sempre de 60 a 80% da área ajardinada. As espécies de grama, em geral, necessitam de sol pleno ou meia-luz para se desenvolverem bem. Floríferas São espécies vegetais cuja característica dominante é a emissão de flores vistosas, colorindo o ambiente criado pela vegetação básica. Podem ser anuais, bianuais ou, em alguns casos, perenes. Amor Perfeito Calanchoe Lírio beladona FOLHAGENS São espécies herbáceas, às vezes subarbustivas ou mesmo arbustivas, formando conjuntos específicos em jardins. A característica dominante nesse caso são as folhas, com seus formatos, cores e texturas. PLANTAS TÓXICAS ATIVIDADE : Escolher 6 Plantas ornamentais, 6 plantas , 6 arbóreas e 6 arbustiva e um tipo de grama nome popular e científico : Explicar o porque da escolha: Qual forma de adubação será utilizada para plantio : Tempo para chegar na sua forma adulta : Tamanho de covas e canteiros : Forma de Plantio; Principal Função; Decorativa , sombra ; Cuidados básicos de manutenção : Para ser utilizado no Mato grosso: Propagação de Plantas O uso de sementes é o principal método para propagação das plantas anuais e bienais. As sementes são colocadas em substrato próprio, enterradas em uma profundidade correspondente a duas vezes o seu tamanho e então irrigadas utilizando jato leve através de crivo fino. A germinação ocorre melhor em temperaturas entre 20-24 0C. Multiplicação por estacas (estaquia) A multiplicação por estacas, é aquela na qual se utiliza uma porção do ramo com uma ou mais folhas ou, diretamente, por meio de uma folha. Esse é um dos sistemas de propagação mais utilizados, pois as plantas obtidas por esse método são idênticas à planta-mãe. Conforme a parte da planta utilizada, pode-se diferenciar as estacas em lenhosas, semilenhosas, foliares e herbáceas. Multiplicação por alporquia Alporquia é um processo de multiplicação de plantas que consiste em induzir um ramo a emitir raízes, quando ainda ligado à planta. Para isso, são feitos alporques, onde são colocados substratos acondicionados para indução de formação de raízes nessa área. No local da alporquia, deve ser retirada a casca, de maneira que fique um anel em torno do ramo. Para o enraizamento, usa-se o esfagno bem úmido, que é aplicado em torno do anel. Mergulhia A mergulhia é uma variação da alporquia. Encurva-se o ramo até o substrato onde deverá enraizar. DIVISÃO DE TOUCEIRAS A multiplicação pela divisão de touceiras é feita fragmentando-se um único indivíduo para obter outros exemplares com as mesmas características, retirando-se as mudas. Multiplicação por bulbos As plantas providas de bulbos multiplicam-se por meio desse material e de bulbilhos que são formados lateralmente ao bulbo-mãe. Esses bulbilhos são retirados e plantados novamente, transformando-se em bulbos normais, destinados ao plantio definitivo. Multiplicação por rizomas Rizomas são caules subterrâneosdotados de reservas, com nós, gemas e escamas. São mais ou menos cilíndricos e crescem lateralmente formando touceira. As plantas rizomatosas podem ser perenes ou passar por um período de repouso. São multiplicadas arrancando-se a touceira e separando-a por partes. As de repouso são arrancadas e divididas nessa fase. Multiplicação por esporos É feita em espécies como samambaias, renda-portuguesa e avenca, que apresentam em seus folíolos estruturas cor de ferrugem chamadas soros, os quais contêm esporos. Em condições adequadas, essas estruturas germinam, permitindo a reprodução dessas plantas. Samambaia, avenca Dente de leão Multiplicação por brotações laterais (filhotes, rebentos) Certas espécies emitem brotações laterais, o que permite propagá-las apenas pela separação dessas brotações. ATIVIDADE DE FIXAÇÃO Buscar um exemplo de cada método de propagação que foi exposto na aula e qual região ou estado a planta se adapta melhor e se gosta de sol ou sombra : Multiplicação por sementes Multiplicação por estacas (estaquia) Multiplicação por alporquia Multiplicação por mergulhia Multiplicação por enxertia Multiplicação por bulbos Multiplicação por rizomas Multiplicação por esporos Multiplicação por brotações laterais (filhotes, rebentos) FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS Para que se possa manter um jardim sempre bonito, são necessários alguns cuidados, tanto na fase de implantação quanto na fase de manutenção. Esses cuidados incluem o uso de equipamentos/ferramentas específicos para cada atividade a ser realizada. EPI Equipamentos de Uso Enxada Enxadão Pá-de-jardim Sacho Foice Forcado Pá-direita Escarificadores Rastelo Regador Tesoura de poda Manutenção de equipamentos • Após o uso, lavar os equipamentos e ferramentas apenas com água, secando bem para não enferrujar; • Aplicar óleo de máquina nos instrumentos que necessitem de lubrificação; • Guardar o material em lugar adequado (seco, protegido de chuvas e sol); • Ferramentas menores deverão ser guardadas em caixa. MANUTENÇÃO DE JARDINS A manutenção consiste em todos os cuidados que devem ser dispensados às plantas e ao jardim como um todo, após a sua execução.
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