Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANALISE DO TEXTO: EMERALD NECKLACE – INFRAESTRUTURA URBANA PROJETADA COMO PAISAGEM RAMÓN STOCK BONZI GEÍSE CARLA MARTINS – RA 2401521 FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO CENTRO UNIVERSITÁRIO FIAAM-FAAM DISCIPLINA DE PROJETO DE URBANISMO E PAISAGISMO RESUMO O objetivo desse texto é apresentar uma comparação entre a análise do projeto urbano de Esmeralda Nacklace - entre 1878 e 1895 para a cidade de Boston, Estados unidos - feito pelo Arquiteto Ramón Stock Bonzi, com o projeto urbano proposto pelo grupo de alunos da disciplina de Projeto Urbano e Paisagístico, ministrado pela professora Ligia Teresa, pra a região do bairro Jaguaré, São Paulo. Através desse instrumento serão analisados o contexto da intervenção proposta em Boston, analisando sua importância e influencia no urbanismo, e interligando as variáveis que se assemelham a região de estudo da disciplina e as soluções propostas pelo grupo, composto por mim Geíse Martins, Henrique Miyashiro, Huascar Hideyoshi e Rafael Kazuyoshi. PALAVRAS CHAVE Projeto Urbano, Projeto Paisagístico, Esmeralda Nacklace, FIAM-FAAM, jaguaré, Proposta Urbana. ABSTRACT The objective of this text is to present a comparison between the analysis of the urban project by Esmeralda Nacklace - between 1878 and 1895 for the city of Boston, USA - made by the architect Ramón Stock Bonzi, with the urban project proposed by the group of students from the discipline of Urban and Landscape Project, taught by teacher Ligia Teresa, for the region of the Jaguaré neighborhood, São Paulo. Through this instrument, the context of the proposed intervention in Boston will be analyzed, analyzing its importance and influence on urbanism, and interconnecting the variables that resemble the region of study of the discipline and the solutions proposed by the group, consisting of me Geíse Martins, Henrique Miyashiro, Huascar Hideyoshi and Rafael Kazuyoshi. KEYWORDS Urban Project, Landscape Project, Esmeralda Nacklace, FIAM-FAAM, Jaguar, Urban Proposal. O PROJETO PAISAGISTICO DE EMERALD NECKLACE A intervenção paisagística Emerald Necklace desenvolvida por Frederick Law Olmsted, na cidade de Boston é um projeto urbano que se tornou referencia duradoura no quesito projeto de espaços abertos. A partir de 1930 começou-se um processo de apropriação dos espaços das águas num processo de aterramento da área, ampliando a península em três vezes. Havia na região um local pantanoso, que era o encontro dos rios Muddy, Charles e Stony Brook. Após a criação de barragens para funcionamento de moinhos, o local alterou a região, tornando-a fétida, o que levou ao aterramento da área, e posteriormente a criação de um bairro no loca chamado Back Bay Development. Em 1986, um grupo de cidadão apresentou uma petição para criação de um parque na cidade, que foi seguida de um discursão pública, com sugestões diversas, que posteriormente serviram de diretriz no projeto proposto por Olmsted, que também foi o projetista do Central Park, em Nova York. Em 1870 foi criada a lei que determinava uma comissão metropolitana para reservar terras e elaborar parques na cidade e em seus limites. Logo após em 1875 foi laçado um concurso público, mas apesar do ganhador, Olmsted foi chamado para fornecer um projeto para Back Bay, que acabou se tornando muito maior. Desenvolvido entre 1878 e 1895 com a colaboração do arquiteto Charles Eliot, o Emerald Necklace é parte importantíssima da malha urbana de Boston. A proposta inicial era criar uma faixa verde atravessando os bairros periféricos da cidade, para orientar o crescimento, e conectando também a parques pré- existentes O “colar de esmeraldas” tem 10km de extensão formado por parques interligados. O melhoramento sanitário do rio Muddy foi o ponto de partida inicial do projeto, que propunha o saneamento ao mesmo tempo que previa o transbordamento do rio Charles. Para Olmsted o Back Bay Fens não era um parque, pois considerava o local inadequado para recreação. Em 1895 o rio foi represado, impedindo a entrada da maré alta, o que acabou com a vegetação proposta para água salgada, que sem a maré não resistiu a água doce. A área passou a apresentar água parada, sedimentação, contaminação e falta de manutenção. Hoje está tomado por caniços de água (planta de água doce semelhante a trigo). O The Riverway foi a parte do projeto que atendeu as propostas dos debates, ao ligar o Back Bay Fens a uma área verde, e controlando a cheias do rio Muddy. A proposta foi um sistema que funcionaria como drenagem, ligando a dois parques: o Leverett Park e o lago Jamaica. Apesar do projeto ser visto hoje como referencia na recuperação de rios, a proposta impôs modificações expressivas a rede hídrica. O rio Muddy teve foi alterado, e seu percurso direcionado para o rio Charles, por galerias subterrâneas. O esgoto que antes caia no rio Charles foi desviado, e suas margens foram ampliadas para acomodar o fluxo do rio e o escoamento das águas da região, para evitar enchentes. No Leverett Park, área já mais preservada, recebeu poucas intervenções. O intuito foi realças as belezas naturais e criar caminhos e contrastes entre as áreas densas e os rios. Em 1900 o parque foi rebatizado e recebeu o nome do seu autor. Áreas menos problemáticas como o Jamaica Pond, Arboway e o Arnold Arboretum receberam intervenções paisagísticas, respeitando sempre sua estruturação natural, e trabalhando com a preservação das aguas. A criação de caminhos e cenas dramáticas, bem arborizadas, fazem parte de todo o projeto dos parques que se interligam. Figura 1 - Mapa atual do Emerald Necklace. Fonte: <www.greeningthegray.org/wp-content/uploads/2013/04/emerald- necklace.jpg> RELAÇÃO ENTRE EMERALD NECKLACE E A ÁREA DO JAGUARÉ As áreas de intervenção se assemelham ao fato de estarem as margens de importantes rios que cortam uma paisagem urbana, e que necessitam de uma intervenção paisagística com intuito de melhor usufruto da área, manutenção e preservação das águas dos rios. Assim como no projeto Emerald Necklace, a valorização das águas e a criação de interligações dos parques propostos com a cidade, fazendo com que ele faça parte da paisagem e se conecte a outras áreas verde, na proposta do Jaquaré, a interligação entre a área definida do projeto foi proposta para demais áreas propostas pelos outros grupos, através de parques lineares ao rio, que conectem todas as áreas verdes. De modo geral o projeto de Olmsted propôs um paisagismo cênico, através de utilização de vegetações variadas, com cores, e áreas de maior adensamento, trazendo não apenas vegetações locais. Para o nosso projeto devido a vasta variedade paisagística natural no nosso pais, foi possível propor esta ideologia de variação e contraste do ambiente utilizando-se de espécies nativas como Ypê e Angico Branco. A valorização da água como ponto importante de contemplação de platô visual também foi um ponto adotado pelo grupo através da criação de um mirante com projeção para a área de encontro entre o Rio Pinheiros e Rio Tietê. A proposta da “esmeralda” tem um caráter paisagístico de contemplação e valorização da paisagem, enquanto na nossa proposta para o Jaguaré, a vivencia tem um foco mais forte, através da criação de áreas de uso do espaço como quadras, espaço gourmet, ciclovia, área para feirinha local, áreas infantis e um centro edições institucionais. O projeto de Boston traz consigo uma importante carga de referência, por propor uma solução paisagística de preservação e conservação das águas, valorização do ambiente, melhoria da qualidade de vida pra cidade, não só pela implementação de maiores áreas verdes a cidade, mas pelo fato de pensar nas problemáticas como transbordo dos rios e saneamento. Um pouco desse ideal está presente no projeto proposto para o Jaguaré, quando pensamos na implementação hortaspúblicas, ampliação da margem do rio para aproveitamento humano, e despoluição do rio para uma proposta navegável. As propostas de equipamentos e soluções propostas pelo grupo foram desenhadas inicialmente nesse contexto, que após discursões e planejamento do desenho paisagístico ganhou novos caminhos e algumas alterações em suas formas, apresentando o trabalho final proposto. Figura 2 - Proposta pessoal feita ao grupo de intervenção no Jaguaré - Geise Martins Figura 3 - Corte esquemático da proposta para o Jaguaré – Geíse Martins Figura 4 - Croquis esquemáticos de estudos para a passarela de pedestres entre o parque a margem do rio – Geíse Martins
Compartilhar