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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL LUIZ EDUARDO CASTRILLON FERNANDES LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO PARA FINS DE PAISAGISMO E IRRIGAÇÃO Barra do Garças – MT 2019 LUIZ EDUARDO CASTRILLON FERNANDES LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO PARA FINS DE PAISAGISMO E IRRRIGAÇÃO Barra do Garças - MT 2019 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil do Instituto de Ciências Exatas e da Terra do Campus Universitário do Araguaia como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Dr. Euro Roberto Detomini Dados Internacionais de Catalogação na Fonte. F363l Fernandes, Luiz Eduardo Castrillon. Levantamento Planialtimétrico para fins de Paisagismo e Irrigação / Luiz Eduardo Castrillon Fernandes. -- 2019 63 f. : il. color. ; 30 cm. Orientador: Euro Roberto Detomini. TCC (graduação em Engenharia Civil) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Exatas e da Terra, Barra do Garças, 2019. Inclui bibliografia. 1. Levantamento planialtimétrico. 2. Irrigação paisagística. 3. irradiação taqueométrica. I. Título. Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte. Este trabalho é dedicado a todos os que me apoiaram e fizeram parte da minha trajetória no curso de Engenharia Civil. AGRADECIMENTOS Agradeço, primeiramente, a Deus, por sempre me guiar e se manter presente. Aos meus pais, Adália Silva Castrillon e Antônio Carlos Fernandes, pelo amor incondicional, por não medirem esforços pelo filho que têm, e estarem perpetuamente me norteando da melhor maneira possível, essenciais para a realização deste sonho. À minha irmã Thamires Castrillon Fernandes, que apesar de mais jovem, sempre demonstrando muita maturidade nos momentos em que mais precisei, me inspirando como exemplo nas adversidades. À minha família que vem continuamente me apoiando com tudo o que faço, me aconselhando, me protegendo, e me auxiliando, principalmente a Luzia Castrillon Tortorelli e Márcio Marini Tortorelli que me abrigaram e me garantiram uma excelente formação. Aos meus tios(as), e avôs(ós) que me mostraram um grande exemplo de onde a educação e a perseverança podem levar ao inimaginável. Aos meus professores, em especial meu Orientador Prof. Dr. Euro Roberto Detomini, pela assistência e confiança depositada em meu trabalho. Ao meu amigo Adimar “Ferrugem” Andrade (in memorian) pelos conselhos e oportunidades oferecidas, mesmo que por um curto período de convívio. À República Vegas e seus moradores, pelos momentos incríveis proporcionados, pela experiência da irmandade, pelas histórias surreais vivenciadas e por me ensinar o valor de verdadeiras amizades. Aos meus amigos, da Universidade e fora dela, por todas as risadas, momentos de descontração, e parceria. À Universidade Federal de Mato Grosso, ao curso de Engenharia Civil e todo seu quadro de professores e funcionários, por proporcionarem e manterem um excelente ambiente de aprendizado durante todos esses anos. RESUMO Com a crescente demanda de irrigação para áreas agrícolas no Brasil, observamos um crescimento paralelo no mercado de sistemas de irrigação para atender áreas paisagísticas. Por depender de um levantamento topográfico para a implantação do sistema, o levantamento planialtimétrico vem como uma alternativa para o reconhecimento e sondagem do espaço de estudo para sua inserção. O trabalho mostra um estudo de caso acerca do levantamento planialtimétrico de uma praça em condomínio fechado na cidade de Barra do Garças – MT, tendo como objetivo mostrar a relevância deste, bem como ressaltar seu impacto econômico, social e político, relatando a técnica de irradiação taqueométrica, materiais e softwares utilizados. Aplicando o método de irradiação taqueométrica de pontos topográficos, utilizando um teodolito eletrônico e anotando os dados dos pontos topográficos em campo, foram necessárias duas experiências para melhorarmos a precisão do levantamento, que se mostra significativa na compatibilização de projetos. Utilizamos software de criação de planilhas eletrônicas para manipulação e cálculo das distâncias horizontais e verticais necessárias a sondagem, para em seguida locarmos os pontos no software AutoCAD, gerando a planta planimétrica e planialtimétrica da praça. O resultado do levantamento mostrou-se razoável no sentido de possibilitar o cálculo da área dos principais pontos de gerenciamento do parque, o que permite uma melhor intervenção e aplicação de futuras melhorias para seus administradores. Palavras-chave: Levantamento planialtimétrico, Irrigação paisagística, irradiação taqueométrica. ABSTRACT With the growing demand for irrigation for agricultural areas in Brazil, we observed a parallel growth in the market of irrigation systems to serve landscape areas. To depends on a topographic survey for the implementation of the system, the planialtimetric survey comes as an alternative to the recognition and probing of the study space for its insertion. This work presents a case study about the planialtimetric survey of a square in a closed condominium in the city of Barra do Garças – MT, aiming to show the relevance of this, as well as the saving of water resources, social impact, reporting the techniques, materials and software used. Applying the method of tachyometric irradiation of topographic points, using an electronic theodolite and recording the data of the topographic points in the field, two experiments were needed to improve the accuracy of the survey, which is significant in the compatibility of projects. We use software to create electronics spreadsheets for manipulation and calculation of the horizontal and vertical distances required for the search, to then locate the points on AutoCAD software, generating the planimetric and planialtimetric plan of the square. The result of the survey was reasonable to allow the calculation of the area of the main points of the park, which allows a better intervention and application of future improvements for its managers. Keywords: Planialtimetric survey, landscape irrigation, tachyometric irradiation. LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Classificação de relevos ............................................................................. 34 Tabela 2 – Classificação de teodolitos segundo sua precisão ....................................... 38 Tabela 3 – Exemplo de levantamento de detalhes ........................................................ 39 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Exemplo do resultado de um levantamento planialtimétrico ....................... 19 Figura 2 – Levantamento por Irradiação ...................................................................... 21 Figura 3 – Exemplo de leitura da mira estadimétrica, ou régua graduada ..................... 23 Figura 4 – Exemplificação de leitura da distância horizontal de um teodolito até uma régua graduada ............................................................................................................ 24 Figura 5 – Leitura da distância horizontal de um teodolito com visada inclinada ......... 26 Figura 6 – Teodolito com luneta inclinada para cima (visada ascendente) ................... 27 Figura 7 – Teodolito com luneta inclinada para baixo (visada descendente) ................ 30 Figura 8 – Esquema para a determinação de coordenadas cartesianase projeções de pontos ......................................................................................................................... 31 Figura 9 – Representação das curvas de nível em um mapa topográfico ...................... 32 Figura 10 – Representação das curvas mestras e secundárias ....................................... 33 Figura 11 – Exemplificação de traçado de curva de nível a partir da interpolação numérica de cotas........................................................................................................ 34 Figura 12 – Mira estadimétrica ou topográfica ............................................................ 37 Figura 13 – Teodolito apoiado em tripé ....................................................................... 37 Figura 14 – Exemplo de Croqui de levantamento de detalhes ...................................... 39 Figura 15 – Cravando o tripé no solo ........................................................................... 40 Figura 16 – Fixando o teodolito no tripé ...................................................................... 41 Figura 17 – Níveis esférico e tubular ........................................................................... 41 Figura 18 – Eixo vertical do equipamento passando pelo ponto de instalação do mesmo ................................................................................................................................... 42 Figura 19 – Ajuste da bolha no nível esférico .............................................................. 42 Figura 20 – Ajustando o nível bolha utilizando os movimentos de extensão do tripé ... 43 Figura 21 – Nivel tubular alinhado a dois calantes ....................................................... 44 Figura 22 – Movimentação dos dois calantes ao mesmo tempo, em sentidos opostos .. 44 Figura 23 – Alinhamento do nível tubular, perpendicularmente à linha inicial ............. 45 Figura 24 – Calagem da bolha atuando no parafuso perpendicular à linha inicial ......... 45 Figura 25 – Nomenclatura de componentes do teodolito FOIF da série DT200 ............ 46 Figura 26 – Focalização da imagem no retículo do teodolito eletrônico ....................... 47 Figura 27 – Planta de locação dos pontos levantados ................................................... 52 Figura 28 – Planta planialtimétrica da praça em condomínio fechado .......................... 54 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13 2. OBJETIVOS ...................................................................................................... 13 2.1. OBJETIVO GERAL: ........................................................................................... 13 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: .............................................................................. 13 3. JUSTIFICATIVA............................................................................................... 14 4. REFERÊNCIAL TEÓRICO ............................................................................. 15 4.1. IRRIGAÇÃO PAISAGÍSTICA ............................................................................ 16 4.2. TOPOGRAFIA .................................................................................................... 17 4.2.1. Planialtimetria e o levantamento planialtimétrico.......................................... 19 4.2.2. Método de levantamento topográfico por irradiação taqueométrica ............ 21 4.2.2.1. Estadimetria ou Taqueometria ........................................................................ 22 4.2.2.1.1. Método de cálculo das distâncias horizontais para visada horizontal .......... 23 4.2.2.1.2. Método de cálculo das distâncias horizontais para visada inclinada ........... 25 4.2.2.1.3. Método de cálculo das distâncias verticais para visada ascendente ............. 27 4.2.2.1.4. Método de cálculo das distâncias verticais para visada descendente............ 29 4.2.2.1.5. Projeção dos pontos levantados em coordenadas planas (X e Y) .................. 31 4.2.3. Curvas de Nível ................................................................................................ 31 4.2.4. Classificação do relevo e tipos de plantas planialtimétricas ........................... 34 4.2.5. Erros nas medidas indiretas de distâncias ...................................................... 35 5. METODOLOGIA .............................................................................................. 35 5.1. MATERIAIS DE LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO ..................................... 36 5.1.1. Teodolito eletrônico ......................................................................................... 38 5.2. PROCEDIMENTOS INICIAIS DE LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO COM TEODOLITO ELETRÔNICO FOIF 205D .................................................................. 38 5.3. FOCALIZAÇÃO E MANUSEIO DO TEODOLITO ELETRÔNICO EM CAMPO... ................................................................................................................... 46 5.4. LEITURA DAS DIREÇÕES E ÂNGULOS NO TEODOLITO ELETRÔNICO ... 47 5.5. DEFINIÇÃO DOS PONTOS VISADOS EM LEVANTAMENTO ...................... 48 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 49 7. CONCLUSÃO .................................................................................................... 55 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 56 APÊNDICE A — TABELA DE PONTOS LEVANTADOS REFERENTE AO LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO .............................................................. 59 APÊNDICE B — TABELA COMPLEMENTAR DE PONTOS LEVANTADOS REFERENTE AO LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO ............................... 61 13 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho é um estudo de caso acerca da relevância de um projeto planialtimétrico, no que diz respeito ao paisagismo e a irrigação de áreas paisagísticas, gerado em praça de condomínio fechado na cidade de Barra do Garças – MT. Emprega- se o uso da topografia nesta pesquisa, que vem como uma maneira de descrever um determinado local para posterior análise, nos mostrando informações relevantes no que diz respeito à determinação da melhor maneira de se aproveitar do espaço e, consequentemente dos recursos que a mesma pode oferecer (VEIGA et al. 2007). Além da elaboração de uma planta de sondagem planialtimétrica relativa à praça de condomínio fechado em Barra do Garças – MT, este estudo de caso tem por objetivo mostrar o impacto social e econômico relacionado ao paisagismo e a irrigação de áreas paisagísticas; caracterizar o levantamento topográfico utilizado na realização do projeto planialtimétrico da praça do condomínio; relatar a experiência e as técnicas utilizadas no levantamento, indicando a importância da compatibilização entre dados levantados em campo para posterior análise na elaboração da planta planialtimétrica. 2. OBJETIVOS 2.1. OBJETIVO GERAL: Elaborar uma planta de sondagem planialtimétrica para fins de irrigação de jardins em praça de condomínio fechado, na cidade de Barra do Garças – MT. 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Indicar o impacto social e econômico relacionado ao paisagismo e a irrigação de áreas paisagísticas que o levantamento planialtimétrico pode causar; Caracterizar o levantamento topográfico realizado em praça localizada no condomínio fechado Village Veredas, conforme NBR 13133 (1994); Elaboração dos projetos altimétrico e planimétrico a partir de referências coletadas com teodolito eletrônico; Indicar a importância da compatibilização entre projetos para posterior análise de dados. 14 3. JUSTIFICATIVA A crescente urbanização das cidades promove o surgimento de espaços habitacionais, como o condomínioresidencial fechado, de maneira que sua concepção prevê centros de convivência ou de sociabilidade, e de lazer para seus moradores. A criação desses espaços que conectam o homem à natureza, valorizam os imóveis do condomínio e atraem compradores, mas sua utilização também prevê manutenções para a preservação do ambiente paisagístico, o que acarreta em custos na utilização de recursos hídricos. Um estudo nos índices de precipitações pluviométricas da cidade de Barra do Garças – MT nos mostra que o ano mais chuvoso entre os períodos de 1969 e 2010 teve 125 dias de precipitações significativas (igual ou acima de 10 mm), o que deixa 240 dias do ano sem precipitações relevantes na melhor das hipóteses (ALVES et al., 2011), fazendo-se necessária a irrigação de áreas paisagísticas nos períodos mais secos para a preservação da mesma. Um levantamento topográfico preciso da área a ser implantada no projeto de irrigação paisagístico é de extrema importância para um consumo mais eficiente do mesmo. Em áreas públicas a economia pode chegar a R$ 20.000,00 por cada 10.000 m² irrigados, já em áreas residenciais a medida envolve fatores mais complexos, mas o controle é feito sem desperdícios (GIACÓIA NETO, 2008; RAIN BIRD, 2006). Portanto, além do aproveitamento da água, que vem se mostrando um recurso cada vez mais escasso e de consumo que dobra a cada ano (FREITAS, 2000), o projeto planialtimétrico pode promover a preservação dos recursos hídricos, a conservação do ambiente e gerar a racionalização dos gastos com recursos hídricos. 15 4. REFERÊNCIAL TEÓRICO Segundo GIACÓIA NETO (2008), paralelamente ao desenvolvimento de sistemas e equipamentos de irrigação de Agricultura, tivemos o nascimento e a evolução da Irrigação para atender a demanda por água em áreas paisagísticas. No Brasil, o crescimento deste segmento é nítido nos últimos anos, e tem se espalhado por todo o país mesmo com um mercado até então novo, e pouco difundido. O autor atribui essa característica à falta de critérios e normas para avaliação de projetos, ausência de parâmetros básicos, poucos profissionais e empresas realmente capacitadas tecnicamente para a elaboração e instalação destes sistemas. GIACÓIA NETO (2008) mostra que é possível economizar em recursos hídricos e consequentemente financeiros, afirmando que o consumo de água utilizada para irrigação em áreas verdes pode ser otimizado em até 50%, resultando em uma economia em serviços de manutenção e até consumo de energia. Segundo dados da empresa RAIN BIRD (2006) – especialista no fornecimento de produtos e serviços de irrigação paisagística – o custo de irrigação para gramados e jardins representa em torno de 20% a 40% do projeto paisagístico propriamente dito, dependendo de certos fatores, como analisar o sombreamento do local, o tipo de solo, o volume de solo a ser explorado, especificação de emissores de acordo com as plantas, incidência de ventos, taludes e profundidade efetiva do sistema radicular do local a ser implantado o projeto de irrigação. A planta ou o levantamento planialtimétrico de áreas paisagísticas nos orienta a um mapeamento do local, revelando dados como o tamanho da área e perímetro do levantamento, desníveis e distâncias relativas aos pontos de sondagem. O trabalho exposto aqui mostra a relevância deste tipo de levantamento para a irrigação paisagística, bem como seu crescimento em áreas urbanas, explicando e relatando os fatores envolvidos na produção de uma planta planialtimétrica de uma praça em condomínio fechado em Barra do Garças – MT. 16 4.1. IRRIGAÇÃO PAISAGÍSTICA O paisagismo é uma ciência multidisciplinar, pois envolve conhecimentos de técnicas de cultivo de plantas das ciências agrárias, na arquitetura o campo de conhecimento arquitetônico e das leis que regem os fenômenos das paisagens, e nas artes tem a harmonia e a possibilidade de criação, de caráter expressivo das sensibilidades (FILHO et al., 2001, citado por ALENCAR E CARDOSO, 2015). Já a irrigação, é um conjunto de técnicas feitas para modificar as possibilidades agrícolas de cada região, alterando o curso natural das águas e visando corrigir a distribuição natural desta. O interesse é compatibilizar a máxima produção com maior eficiência (LIMA et al., 1999). Outrossim, as possibilidades podem ser também de natureza não agrícola, como a melhoria da produção vegetacional em parques e jardins, que é de onde surge a irrigação paisagística. A manipulação consciente da paisagem é dada desde que a humanidade passou a ser sedentária e a cultivar o próprio alimento, construindo assim a paisagem cultural (FILHO et al., 2001; DEMATTÊ, 1997 citado por ALENCAR E CARDOSO, 2015). Muitas das antigas civilizações se originaram em regiões áridas, onde a produção alimentar só era possível com o recurso da irrigação (GIACÓIA NETO, 2008), logo percebemos que a irrigação e o paisagismo possuem laços históricos em comum. O desenvolvimento do paisagismo como campo disciplinar e como profissão surgiu a partir da década de 1970, diante da crise do modelo econômico capitalista e da emergência da questão ambiental, acompanhando as mudanças no cenário social e político internacional (CÉZAR E CIDADE, 2003). A utilização do paisagismo nos centros urbanos, pode ser um importante instrumento de melhoria na qualidade de vida populacional, bem como a melhoria da qualidade ambiental. Contribui para a diminuição do calor, elevação da umidade, diminuição da erosão, drenagem da água, preservação ambiental, integração da fauna ao ambiente, além de valorizá-lo esteticamente (GENGO E HENKES, 2013). A evolução dos sistemas de irrigação, historicamente, se deve principalmente ao desenvolvimento da agricultura, sendo comumente confundida com a história da agricultura e da prosperidade econômica de inúmeros povos. 17 Dados históricos mostram o início da pratica da irrigação nas sociedades antigas por volta de 6000 A.C. no continente asiático, desenvolvendo suas culturas no vale dos grandes rios Nilo, no Egito, e posteriormente, Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia, Rio amarelo na China e Ganges, na Índia, na intenção de aproveitar a fertilidade promovida por suas águas, segundo MELLO & SILVA (2008), GIACÓIA NETO (2008 citado por TREMPER, 2015). O desenvolvimento econômico regional dessas civilizações esteve muitas vezes ligado à irrigação, o que ocasionou uma contínua expansão demográfica, segundo HAGAN (1967 citado por CASTRO, 2003). E nessas concentrações populacionais, os mesmos viram a necessidade de tornar suas terras, inclusive em regiões semiáridas, cada vez mais produtivas para manter sua subsistência, o que não seria possível sem a prática da irrigação. No Brasil ocorre uma situação parecida na metade do Século XX, segundo CHIRSTOFIDIS (1999) e dados da EMBRAPA, o crescimento demográfico e a industrialização ocasionaram significativa demanda das águas de mananciais e reservatórios, que implicou uma maior produção de alimentos e a necessidade de aproveitamentos hidrelétricos. A solução veio com a agricultura irrigada para satisfazer essa demanda. Mais tarde, segundo GIACÓIA NETO (2008) viria a preocupação com o meio ambiente e a utilização otimizada de água, tornando os sistemas de irrigação automatizados para paisagismo de extrema importância para o uso racional de água e melhoria da qualidade de vida nas áreas urbanas. 4.2. TOPOGRAFIA Com a evolução e o sedentarismo, o homem naturalmente foi se adaptando a questões de sobrevivência, buscando conhecer o ambiente em que se encontrava. Dessa forma, houve uma tendência de mapear a localização de posições relativamente importantes para sua subsistência (TULER E SARAIVA, 2014), seja para descobrir alimentos, demarcar ameaças ou posicionar-se estrategicamente contra inimigos. Logo com o surgimento da organização social e política, e a RevoluçãoAgrícola (cerca de 4000 a.C.) veio a necessidade de delimitar espaços para o plantio e uso da terra (TULER E SARAIVA, 2014). 18 Os primeiros registros históricos de levantamentos topográficos nos remetem ao ano de 1400 a.C. no Egito, onde os terrenos eram divididos em lotes para a cobrança de tributos, e nas propriedades às margens do Rio Nilo, a divisão era recomposta pelos agrimensores da época que utilizavam cordas como único instrumento de medição. Anos mais tarde, em meados de 1200 a.C., a evolução da geometria pelos filósofos gregos, permite a aplicação deste recurso nos levantamentos topográficos (WOLF E BRINKER, 1994 citado por SOUZA, 2001). Nos últimos séculos a topografia experimentou um desenvolvimento significativo, principalmente com os aperfeiçoamentos na mecânica de precisão e eficiência introduzidos nos equipamentos topográficos, e no desenvolvimento da eletrônica e da computação após a Segunda Guerra Mundial (SOUZA, 2001; TULER E SARAIVA, 2014). As primeiras grandes inovações na área, vieram com o surgimento do medidor eletrônico de distâncias (MED), o teodolito eletrônico e as cadernetas eletrônicas (TULER E SARAIVA, 2014). Atualmente, conta-se com equipamentos de elevada precisão e rapidez de levantamento de dados, podendo citar as Estações Totais, níveis digitais e a laser, e sistemas de medições por satélite como materiais de última geração. Em sua origem, a palavra TOPOS, em grego, significa lugar e GRAPHEN descrição, isto é, de uma forma bastante simples, Topografia significa descrição de um lugar (VEIGA et al. 2007). A Topografia, segundo ESPARTEL (1987), tem por objetivo o estudo da forma e dimensões da terra, através de projeções cotadas de detalhes da configuração do solo. Segundo VEIGA (2007, p.1) “Às operações efetuadas em campo, com o objetivo de coletar dados para a posterior representação, denomina-se de levantamento topográfico”. De acordo com a ABNT, com a NBR 13133 (1994, p.3), o levantamento topográfico é definido como: Conjunto de métodos e processos que, através de medições de ângulos horizontais e verticais, de distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com instrumental adequado à exatidão pretendida, primordialmente, implanta e materializa pontos de apoio no terreno, determinando suas coordenadas topográficas. A estes pontos se relacionam os pontos de detalhe visando a sua exata representação planimétrica numa escala pré-determinada e à sua representação altimétrica por intermédio de curvas de nível, com equidistância também pré-determinada e/ou pontos cotados. A topografia, segundo BORGES (1977), comporta duas divisões principais, a planimetria e a altimetria. Na planimetria são medidas as grandezas – distâncias e ângulos horizontais – sobre um plano horizontal, onde sua representação é feita através 19 de uma vista de cima projetadas sobre um plano horizontal. Pela altimetria, faz-se a medição das distâncias e dos ângulos verticais que não podem ser representadas em um plano horizontal, e por essa razão são representados sobre um plano vertical (BORGES, 1977). 4.2.1. Planialtimetria e o levantamento planialtimétrico Segundo VEIGA et al. (2007), a planimetria nos remete à determinação de posicionamento em um plano, utilizando um sistema de coordenadas cartesiano (coordenadas X e Y), já a altimetria tem como objetivo nos indicar a cota de um ponto (altura ou coordenada Z). A representação dessas informações em uma planta, carta ou mapa, origina o chamado levantamento planialtimétrico (ou planta planialtimétrica), que tem por finalidade fornecer o maior número possível de informações da superfície representada para efeitos de estudo, planejamento e viabilização de projetos (BRANDALIZE, 2009), como pode ser observado a partir da Figura 1. Figura 1 – Exemplo do resultado de um levantamento planialtimétrico Fonte: GOMES et al., 2016. 20 Dentre suas várias finalidades, segundo GARCÍA E PIEDADE (1984 citado por BRANDALIZE, 2009), a planta planialtimétrica é utilizada para escolher o melhor traçado e locação de estradas, implantação de linhas de transmissão e dutos em geral, serviços de terraplanagem, construção de açudes barragens e usinas, planejamento urbano, peritagem e outros. A sondagem para o levantamento em questão pode ser feita de maneiras distintas, dependendo de fatores como o tipo de relevo, e materiais disponíveis. Neste estudo de caso, utilizaremos o levantamento planialtimétrico por irradiação (ou método da irradiação taqueométrica) utilizando um teodolito eletrônico como instrumento base de medição indireta de distâncias e de ângulos. Conforme estabelecido na NBR 13133 (1994), e considerando o propósito desse trabalho, a classe de projeto utilizada para o levantamento planialtimétrico será a IV PA, que prevê a seguinte metodologia: Poligonais planimétricas da classe II P ou de ordem superior. Estações das poligonais niveladas pela classe II N ou de ordem superior. Pontos irradiados medidos taqueométricamente com leitura dos três fios sobre miras devidamente comparadas, visada máxima de 100 m, teodolito classe 2. (ABNT, 1994, p.13) Tomando por base a metodologia citada acima, a classe II P é uma classe de poligonal planimétrica a qual se refere ao apoio topográfico para projetos básicos, executivos e obras de engenharia (ABNT, 1994). A classe II N se refere ao tipo de nivelamento a ser adotado, onde esta deve utilizar o nivelamento geométrico para a determinação de altitudes ou cotas, e vértices de poligonais para levantamentos topográficos destinados a projetos básicos, executivos e obras de engenharia (ABNT, 1994). Já a classe 2 do teodolito, se refere à precisão do mesmo. A classe de levantamento planialtimétrico IV PA, também recomenda o uso da escala de desenho 1:500, a equidistância entre curvas de nível de no mínimo 1 metro. Já a densidade de pontos a serem medidos por hectare, vai depender da declividade do terreno. Mas de acordo com DOMINGUES (1979), para a escala de desenho 1:500, recomenda-se utilizar a equidistância vertical de 0,5 metros para um levantamento mais detalhado. 21 4.2.2. Método de levantamento topográfico por irradiação taqueométrica O nivelamento por irradiação taqueométrica, também conhecido como método da Decomposição em Triângulos ou das Coordenadas Polares (ESPARTEL, 1977) é feito a partir de um ponto, dentro ou fora da área a ser nivelada, conhecida uma linha de referência, para medir o ângulo e as distâncias dos pontos relevantes a sondagem (VEIGA et al., 2007; REZENDE, 2013). Uma vez demarcado o contorno da superfície a ser levantada, o método consiste em localizar, estrategicamente, um ponto dentro ou fora da superfície demarcada, e de onde possam ser avistados, e posteriormente medidos, todos os demais pontos que a definem (BRANDALIZE, 2009). Podemos observar na Figura 2 que é semelhante a um sistema de coordenadas polares, e os dados podem ser levantados, por exemplo, a partir de um teodolito eletrônico ou estação total, onde o equipamento fica estacionado (VEIGA et al. 2007). Figura 2 – Levantamento por Irradiação Fonte: VEIGA et al., 2007 Tal método é muito empregado na avaliação de superfícies relativamente planas e pequenas, como no caso deste trabalho. Para o levantamento de dados, foi utilizado um teodolito eletrônico como meio de aferir medidas indiretas de distância, a partir de relações trigonométricas e uso de métodos taqueométricos. Estação Ocupada Estação 02 Direção de Referência 22 4.2.2.1. Estadimetria ou Taqueometria Segundo REZENDE (2013), a topografia ainda pode ser dividida em Estadimetria ou Taqueometria, sendo a parte da topografia que estuda a medição indireta de distâncias através da leitura de fios estadimétricos – se faz necessário a utilização de um teodolito – em cima das miras estadimétricas (ou miras falantes) para posteriorcálculo das distâncias horizontais e verticais. A mira estadimétrica é uma régua graduada centimetricamente, onde cada espaço branco ou colorido (preto ou vermelho) corresponde a um centímetro, e os decímetros são indicados ao lado da escala centimétrica (VEIGA et al. 2007), no canto inferior de cada 10 centímetros de altura percorridos. Na Figura 3 podemos ver um exemplo de leitura da régua graduada sob o retículo do teodolito, onde os valores estão em metros. O retículo do teodolito, ou estádia, por sua vez, é composta de 3 fios estadimétricos horizontais (fio estadimétrico superior, fio estadimétrico inferior e fio estadimétrico central ou médio) e um fio estadimétrico vertical (REZENDE, 2013). Podemos identificá-los na Figura 3, onde H representa a distância entre o fio superior e o inferior. Segundo BRANDILIZE (2009), o fio médio pode ser calculado como a média aritmética entre os valores de fio estadimétrico superior e inferior, para uma mesma leitura, também considerada uma maneira de examinar os dados levantados em campo. 23 Figura 3 – Exemplo de leitura da mira estadimétrica, ou régua graduada Fonte: Adaptado do site da Universidade de São Paulo1 4.2.2.1.1. Método de cálculo das distâncias horizontais para visada horizontal De acordo com BRANDALIZE (2009 citado por GARCÍA et al., 1984), o método de cálculo das distâncias horizontais para a visada alinhada ao plano horizontal pode ser deduzido pela Figura 4, que mostra a seguinte situação: um teodolito está estacionado no ponto P e a mira estadimétrica no ponto Q. Direciona-se o teodolito perpendicularmente à mira, de forma que a luneta deste fique paralela a posição horizontal. Procede-se a leitura dos fios estadimétricos inferior (FI), médio (FM) e superior (FS). 1 Disponivel em: <http://cmq.esalq.usp.br/Philodendros/doku.php?id=equipamentos:distancia:distancia_analogicos> Acesso em ago. 2018 Fio Estadimétrico Superior Fio médio Fio Estadimétrico Inferior H 24 Figura 4 – Exemplificação de leitura da distância horizontal de um teodolito até uma régua graduada Fonte: Garcia et al., 1984. A distância horizontal (DH) entre o teodolito e a mira será deduzida da relação existente entre os triângulos a'b'F e ABF, que são semelhantes e opostos pelo vértice, onde: F é o foco exterior à objetiva; f é a distância focal da objetiva; C é a constante do instrumento; c é a distância do centro ótico do aparelho à objetiva d é a distância do foco à régua graduada; H é a diferença entre as leituras de fio superior (FS) e fio inferior (FI); M é a leitura do fio médio (FM). Temos então: 25 Como: Portanto: O valor de C também é conhecido como a constante de Reichembach, que assume valores entre 25 e 50 centímetros para equipamentos com lunetas aláticas, e valor 0 para equipamentos mais modernos com lunetas analáticas (BRANDALIZE, 2009), sendo este último o caso do teodolito usado no presente trabalho. (1) A equação (1) determina a distância horizontal (DH) entre o teodolito (P) e a mira estadimétrica (Q), para visadas horizontais. 4.2.2.1.2. Método de cálculo das distâncias horizontais para visada inclinada Quando há a necessidade de se inclinar a luneta do teodolito para visarmos a régua graduada, para cima ou para baixo, forma-se um ângulo (α) em relação ao plano horizontal como indicado na Figura 5 (GARCÍA et al., 1984). Neste caso, segundo BRANDALIZE (2009 citado por GARCÍA et al., 1984) a distância horizontal pode ser deduzida da seguinte maneira: Do triângulo AA'M, temos: Do triângulo BB'M, temos: Portanto: 26 Figura 5 – Leitura da distância horizontal de um teodolito com visada inclinada Fonte: GARCÍA et al., 1984 Do triângulo OMR, temos: 27 Portanto Como o valor da constante C é igual a zero para teodolitos com lunetas analáticas, a expressão utilizada nesse trabalho é dada por: (2) 4.2.2.1.3. Método de cálculo das distâncias verticais para visada ascendente A Figura 6 ilustra a luneta de um teodolito (posicionada no ponto O) inclinada para cima (visada ascendente) a um determinado ângulo (α) da direção horizontal. Figura 6 – Teodolito com luneta inclinada para cima (visada ascendente) Fonte: GARCÍA, 1984 28 A distância vertical ou desnível (DN) entre o teodolito (ponto P) e a mira estadimétrica (ponto Q), segundo BRANDALIZE (2009), pode ser deduzida da relação: (3) Onde: QS é a diferença de nível entre teodolito e a régua graduada (DN); RS é a altura do instrumento (I); MQ é a leitura do fio médio (FM). O fio médio, como dito anteriormente, também é dado por: (4) Onde: FS é a leitura do fio estadimétrico superior; FI é a leitura do fio estadimétrico inferior. Analisando algumas relações trigonométricas do triângulo ORM, e substituindo a Equação (2) na distância horizontal (DH), tem-se que: Como então, 29 A constante C é igual a zero, logo (5) Substituindo (5) na Equação (3), temos o resultado (6): (6) A interpretação desse resultado, segundo BRANDALIZE (2009) se faz da seguinte maneira: se o valor do desnível (DN) for positivo, significa que o terreno está em aclive no sentido da medição; se o valor do desnível (DN) for negativo, significa que o terreno está em declive no sentido da medição. 4.2.2.1.4. Método de cálculo das distâncias verticais para visada descendente A dedução do valor de desnível entre uma régua graduada e um teodolito de luneta inclinada para baixo (visada descendente) pode ser feita da mesma forma que no item 4.3.1.3.3 deste trabalho (Equação 6), segundo BRANDALIZE (2009). Porém, a altura do instrumento assumirá valor negativo, e a leitura do fio médio no retículo do teodolito terá seu valor positivo na Equação (6). 30 Figura 7 – Teodolito com luneta inclinada para baixo (visada descendente) Fonte: GARCÍA et al., 1984 A dedução das relações será desenvolvida a seguir de acordo com a Figura 7 (BRANDALIZE, 2009 citado por GARCÍA et al., 1984). (7) Onde: DN é a diferença de nível entre teodolito e mira estadimétrica; MQ é a leitura de fio médio (FM) na régua graduada; I é a altura do instrumento O valor da distância RM já foi demonstrado anteriormente pela equação (5), e substituindo-a na equação (7) temos que: (8) A interpretação desse resultado, segundo BRANDALIZE (2009) se faz da seguinte maneira: se o valor do desnível (DN) for positivo, significa que o terreno está 31 em declive no sentido da medição; se o valor do desnível (DN) for negativo, significa que o terreno está em aclive no sentido da medição. 4.2.2.1.5. Projeção dos pontos levantados em coordenadas planas (X e Y) Segundo Rezende (2013), a projeção do ponto B em X (ΔX) é dado pelo rebatimento do alinhamento sobre o eixo cartesiano X, a projeção do mesmo em Y (ΔY) é dado pelo rebatimento do alinhamento sobre o eixo cartesiano Y, como mostra a Figura 8. Para o cálculo dessas projeções, temos que: Onde (Az) é o ângulo horizontal formado pela distância horizontal de visada do ponto B até o azimute da direção do mesmo, conforme a Figura 9. Para o presente trabalho, a referência (Az) é a mesma em todo o levantamento e é baseada em um ponto fixo local. Figura 8 – Esquema para a determinação de coordenadas cartesianas e projeções de pontos Fonte: Página do site Brainly na Internet2 4.2.3. Curvas de Nível Uma forma usual de mapeamento da superfície terrestre de determinado local, são as chamadas curvas de nível. Segundo BRANDALIZE (2009), curvas de nível são representações de linhas curvas fechadas formadas pela interseção de vários planos horizontais paralelos com a superfície do terreno. Cadauma dessas linhas pertence a um 2 Disponível em: < https://brainly.com.br/tarefa/13912523> Acesso em março de 2019. https://brainly.com.br/tarefa/13912523 32 mesmo plano horizontal, também chamado de cota altimétrica ou nível, e entre os planos de corte há uma relação de equidistância vertical (BRANDALIZE, 2009), situação ilustrada na Figura 9. Figura 9 – Representação das curvas de nível em um mapa topográfico Fonte: BRANDALIZE, 2009 As curvas de nível podem ser classificadas, segundo seu traçado, em curvas mestras ou principais, e secundárias. As mestras têm traçados mais espessos, cotados e múltiplos de 5 ou 10 metros, enquanto as secundárias são menos destacadas e usadas apenas para a complementação de informações (VEIGA et al., 2007) e estão representadas na Figura 10. 33 Figura 10 – Representação das curvas mestras e secundárias Fonte: VEIGA et al., 2007 De modo geral, em um levantamento em curvas de nível, podemos identificar pelas formas do terreno a sua declividade e uniformidade. A partir dessa ideia, podemos identificar linhas importantes para outras análises técnicas, por exemplo o sentido de caimento das águas da chuva, fator determinante em um projeto de irrigação, ou a existência de vales e saliências de alta declividade, que apontam a necessidade de regularização do terreno para futuras instalações. Algumas convenções são adotadas neste trabalho para o desenho das curvas de nível, de modo a evitar erros de interpretação gráfica (BORGES, 1977; BRANDALIZE, 2009; VEIGA et al., 2007): nenhuma curva de nível pode aparecer ou desaparecer repentinamente, pois iniciam e terminam no mesmo ponto; duas ou mais curvas de nível jamais poderão convergir para formar uma curva única, com exceção de paredes verticais formadas por rocha; duas curvas de nível nunca se cruzam; a ligação entre pontos de mesma cota para a obtenção do traçado das curvas de nível, deverá ser através de uma linha contínua e intuitiva, sem mudanças bruscas de direção. Para definição do traçado das curvas de nível desse trabalho, será utilizada uma técnica de interpolação numérica das cotas a partir de uma malha triangular dos pontos levantados. Na prática, é interpolar a posição referente a um ponto com cota igual a cota da curva de nível que será representada (VEIGA et al, 2007), assim como demonstrado na Figura 11. 34 Figura 11 – Exemplificação de traçado de curva de nível a partir da interpolação numérica de cotas Fonte: VEIGA et al, 2007 Primeiramente, segundo BORGES (1977), para a definição da malha triangular a partir de pontos dispostos de maneira desordenada, devemos seguir algumas regras para saber quais interpolações devem ser feitas e quais não devem: somente interpolar entre pontos imediatamente próximos; não cruzar direções de interpolação; não passar uma direção de interpolação muito perto de pontos de cota conhecida. Após a obtenção de diversos pontos de mesma cota através do método de interpolação, devemos ligá-los por uma linha contínua, formando a curva de nível. Caso não forem obtidos muitos pontos de mesma cota, ou outros de outras cotas, a ligação tenderá ao erro, e só saberemos qual a ligação correta quando tivermos outros pontos da mesma cota e de outras cotas também (BORGES, 1977). 4.2.4. Classificação do relevo e tipos de plantas planialtimétricas De posse da planta planialtimétrica de um terreno ou região é possível, segundo GARCIA e PIEDADE (1984), analisar e classificar o relevo de acordo com a Tabela 1: Tabela 1 – Classificação de relevos Classificação Relevo Plano Com desníveis próximos de zero Ondulado Com desníveis ≤ 20m Movimentado Com elevações entre 20 e 50m Acidentado Com elevações entre 50 e 100m Montuoso Com elevações entre 100 e 1000m Montanhoso Com elevações superiores a 1000m Fonte: GARCIA e PIEDADE, 1984 35 4.2.5. Erros nas medidas indiretas de distâncias Todas as aferições topográficas, segundo CORRRÊA (2007), se reduzem na medida de distâncias, ângulos ou uma diferença de nível as quais estão sujeitas a erros ocasionados pelo aparelho, observador ou condições externas. As grandezas que nos interessam são medidas ou observadas por intermédio de nossos sentidos e com auxílio de aparelhos, onde procura-se eliminar e reduzir as causas de alguns erros, mas como não é possível fazê-los desaparecerem completamente, torna-se necessário calcular o valor mais provável da grandeza (PASTANA, 2010). De acordo com BRANDALIZE (2009) e VEIGA et al. (2007), os erros de observação podem ser classificados como grosseiros, sistemáticos e acidentais ou aleatórios. Erros grosseiros são causados por desatenção ou falta de cuidado do observador, e não devem ocorrer pois não são passíveis de correção. Erros sistemáticos são erros causados por fatores conhecidos (como temperatura, vento, pressão atmosférica e gravidade) cuja magnitude pode ser determinada seguindo leis matemáticas ou físicas, que não podem ser evitados, mas podem ser corrigidos desde que tomadas as devidas precauções. Os erros acidentais ou aleatórios são aqueles que permanecem mesmo com a correção ou eliminação de erros anteriores, e são ocasionados por fatores estatísticos que independem do controle do observador, tendendo a se neutralizar quando o número de observações é grande. A utilização de métodos taqueométricos na medida óptica das distâncias, é de suma importância para definição do limite de precisão que é possível alcançar com a luneta estadimétrica (ESPARTEL, 1987), e por conta da previsão de erros ocorridos durante o levantamento topográfico, é possível calculá-los e ter uma ideia do quanto isso pode afetar o projeto final. 5. METODOLOGIA Para o início da sondagem é importante observar algumas características do terreno para definir o levantamento mais eficiente para o território em questão. Como o trabalho se trata de uma praça, e relevo aparentemente sem grandes elevações verticais, opta-se em fazer a planta planialtimétrica pelo processo de irradiação taqueométrica. 36 Nesse processo se faz necessária uma observação primária dos pontos relevantes ao projeto, para podermos locar o equipamento em um “ponto estratégico” que nos dê a visão sem obstruções desses pontos. 5.1. MATERIAIS DE LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO Os materiais utilizados para a realização do levantamento planialtimétrico deste trabalho serão listados no Quadro 1. Quadro 1 – Quadro de materiais utilizados para o levantamento planialtimétrico Material Informações do fabricante Teodolito Eletrônico Marca: FOIF Série: DT Modelo: 205D Precisão: 05ʺ Classificação ABNT (1994): Classe 2 Mira Topográfica (Estadimétrica) Material: Alumínio Altura máxima: 5m Mira do tipo encaixe Precisão: ± 5mm Tripé Marca: FOIF Material: Alumínio Fonte: Própria (2018) Além dos equipamentos citados no Quadro 1, neste estudo foram também utilizados materiais auxiliares como estacas para a marcação do ponto de estacionamento do teodolito, fio de prumo e caderneta para anotações e verificações durante o levantamento. As Figuras 12 e 13 mostram os modelos da mira topográfica, e do teodolito com tripé respectivamente. 37 Figura 12 – Mira estadimétrica ou topográfica Fonte: Adaptado do site Ebah na internet 3 Figura 13 – Teodolito apoiado em tripé Fonte: Própria (2018) 3 Disponível em: <https://www.ebah.com.br/content/ABAAAe5owAC/topografia-altimetria> Acesso em abr. 2019. 38 5.1.1. Teodolito eletrônico A denominação teodolito é dada ao aparelho topográfico que se destina fundamentalmente a medir ângulos horizontais, porém também é capaz de obter distâncias horizontais e verticais por taqueometria (BORGES, 1977), sendo o principal equipamento no levantamentodeste trabalho. Atualmente existem diversificadas marcas e modelos de teodolitos, mas a NBR 13133 (ABNT, 1994) classifica os teodolitos segundo o desvio-padrão de uma direção observada em duas posições da luneta, conforme a Tabela 2. Tabela 2 – Classificação de teodolitos segundo sua precisão CLASSES DE TEODOLITOS DESVIO-PADRÃO PRECISÃO ANGULAR 1 – Precisão baixa ≤ ± 30ʺ 2 – Precisão média ≤ ± 07ʺ 3 – Precisão alta ≤ ± 02ʺ Fonte: ABNT, 1994 5.2. PROCEDIMENTOS INICIAIS DE LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO COM TEODOLITO ELETRÔNICO FOIF 205D Para o início do levantamento, é necessário cravar um ponto topográfico fixo de onde o aparelho de medições será “estacionado”, nivelado e centrado. Durante a execução de um levantamento de detalhes, é importante anotar ou gravar os dados da leitura do equipamento e associá-los a um nome, número ou feição do ponto levantado em cima de um croqui, para facilitar a elaboração do desenho final (VEIGA et al., 2007). A Tabela 3 e a Figura 15 mostram um exemplo de anotação de informações do levantamento de detalhes e croqui do levantamento de detalhes, respectivamente. 39 Tabela 3 – Exemplo de levantamento de detalhes Detalhe V H Fs Fm Fi hi Playground 0º00’00” 200º37’47” 2,234 2,043 1,853 1,608 Quadra de Volei 0º00’00” 195º42’49” 2,515 2,142 1,778 1,608 Chuveiro 0º00’00” 196º55’11” 2,189 1,827 1,467 1,608 Quadra de Basquete 0º00’00” 33º05’37” 1,536 1,413 1,291 1,608 Poço de água 1º00’00” 358º43’18” 1,379 1,219 1,060 1,608 Padrão Elétrico 0º00’00” 353º59’12” 1,021 0,845 0,669 1,608 Fonte: Elaborada pelo autor Figura 14 – Exemplo de Croqui de levantamento de detalhes Fonte: VEIGA et al., 2007 Definimos o "ponto estratégico” para instalar o equipamento dentro da área a ser levantada, pois não havia obstruções para quaisquer pontos que o observador apontasse 40 o teodolito, e a distância máxima de visada não ultrapassaria a distância horizontal de 100 metros prevista na NBR 13133 (ABNT, 1994) para a classe de projeto, e método de levantamento deste trabalho. Escolhido o vértice ou ponto de instalação do equipamento (também conhecido como estação), posiciona-se o tripé com as pernas equidistantes do vértice e bem cravadas – ilustrado na Figura 15 – com sua base em posição sensivelmente horizontal para facilitar a calagem (horizontalidade da base), à uma altura onde o operador faça as leituras do equipamento confortavelmente. Recomenda-se o uso do fio de prumo para ajuste da base do tripé, porém alguns teodolitos eletrônicos – como o utilizado neste trabalho – possibilitam esse ajuste com um prumo óptico utilizados em dias de vento, não devendo se dispensar o uso do primeiro (ESPARTEL, 1987). Figura 15 – Cravando o tripé no solo Fonte: Tutorial para uso do Teodolito ET 05 da Marca Rude, 20134 Depois de concluir esta etapa, sempre tomando muito cuidado para não mover o tripé, o teodolito já pode ser colocado sobre a base deste, e ser fixado com o auxílio do parafuso de fixação. Até ser fixado, o equipamento deve estar sempre sendo segurado com uma das mãos para evitar que caia e danifique, como demonstrado na Figura 16 (VEIGA et al., 2007). 4 Disponível em <http://www2.fsanet.com.br/Professor/Material/Material-de-Apoio/Jose-Machado-Leite- Filho/Bacharelado-em-Engenharia-Eletrica/Topografia/1a.Pratica.pdf> Acesso em abr. 2019. 41 Figura 16 – Fixando o teodolito no tripé Fonte: VEIGA et al, 2007 A próxima etapa de instalação do teodolito em campo é a centragem e o nivelamento do mesmo. Segundo VEIGA et al. (2007), a centragem significa que, uma vez nivelado, o prolongamento do eixo vertical (ou eixo principal) do equipamento está passando exatamente sobre o ponto de instalação do mesmo (como mostrado na Figura 18), já o nivelamento pode ser dividido em uma etapa inicial, que utiliza o nível esférico, e a outra etapa de precisão ou “fina”, utilizando-se de níveis tubulares, estes ilustrados na Figura 17. O método de nivelamento e centragem do autor citado será exposto a seguir: Figura 17 – Níveis esférico e tubular Fonte: Adaptado do site de apoio e-Disciplinas da USP 5 5 Disponível em <https://encrypted- tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRhivvHhhvcnnSDjdzAI6Rd3u- GuEOxe7tKks2Kwg4ErkQ4OW_n1w> Acesso em abr. 2019. Nível esférico Nível tubular 42 Figura 18 – Eixo vertical do equipamento passando pelo ponto de instalação do mesmo Fonte: VEIGA et al, 2007 No nivelamento inicial, ou também chamado de grosseiro, movimenta-se a extensão das pernas do tripé para o ajuste do nível esférico ou bolha, como mostra a Figuras 19 e a Figura 20. Figura 19 – Ajuste da bolha no nível esférico Fonte: VEIGA et al., 2007 43 Figura 20 – Ajustando o nível bolha utilizando os movimentos de extensão do tripé Fonte: VEIGA et al., 2007 O nivelamento de precisão, ou “fino”, é realizado com auxílio dos parafusos calantes e níveis tubulares. Inicialmente alinha-se o nível tubular a dois dos parafusos calantes como mostra a Figura 21. Girando os dois parafusos alinhados ao nível tubular, em sentidos opostos como mostra a Figura 22, ajustamos a bolha até a posição central do nível tubular. 44 Figura 21 – Nivel tubular alinhado a dois calantes Fonte: VEIGA et al., 2007 Figura 22 – Movimentação dos dois calantes ao mesmo tempo, em sentidos opostos Fonte: VEIGA et al., 2007 Depois da bolha estar ajustada, giramos o equipamento em 90º graus de forma que o nível tubular agora esteja perpendicular à linha definida anteriormente, situação essa ilustrada pela Figura 23, e atuando somente no parafuso que está alinhado com o nível, realiza-se o alinhamento da bolha, demonstrada na Figura 24. 45 Figura 23 – Alinhamento do nível tubular, perpendicularmente à linha inicial Fonte: VEIGA et al., 2007 Figura 24 – Calagem da bolha atuando no parafuso perpendicular à linha inicial Fonte: VEIGA et al., 2007 Ao terminar o procedimento anterior, verifica-se a posição do prumo óptico, e se não está sobre o ponto de instalação do equipamento, solta-se o parafuso de fixação do equipamento e desloca-se o mesmo com cuidado até que o prumo esteja coincidindo com o ponto. Deve-se tomar o cuidado de não rotacionar o equipamento durante este procedimento, realizando somente uma translação do mesmo. Feito isto, deve-se verificar se o instrumento está calado, e caso isto não seja verificado, realiza-se novamente o nivelamento “fino”. Este procedimento deve ser repetido até que o equipamento esteja perfeitamente calado e centrado. 46 5.3. FOCALIZAÇÃO E MANUSEIO DO TEODOLITO ELETRÔNICO EM CAMPO De acordo com o manual do fabricante, é necessário ainda o ajuste de retículo e foco da luneta do equipamento de levantamento. Ele recomenda mirar a luneta do teodolito em uma superfície clara para que, ao girar a ocular – componente demonstrado na Figura 25 –, os fios do retículo se mostrem bem nítidos ao olhar. Figura 25 – Nomenclatura de componentes do teodolito FOIF da série DT200 Fonte: Adaptado do Manual de instrução de Teodolitos Eletrônicos FOIF DT200 séries Para a focalização dos objetos, após o ajuste de retículo, o fabricante instrui a apontar o telescópio em um alvo e trave os comandos de chamada horizontal e vertical. 47 O próximo passo é girar o botão de focalização até que a imagem fique bem nítida, como mostra a Figura 26. Figura 26 – Focalização da imagem no retículo do teodolito eletrônico Fonte: VEIGA et al., 2007 Veiga et al. (2007) ainda atenta a um problema de paralaxe – fenômeno de deslocamento aparente de um objeto em relação a um referencial causado pelo deslocamento do observador – que caso seja verificado, deve-se realizar uma nova focalização ao objeto.5.4. Leitura das direções e ângulos no teodolito eletrônico Ao final da etapa de focalização do equipamento, este finalmente estará pronto para aferir as medições necessárias para o levantamento planialtimétrico. O teodolito eletrônico nos fornece a leitura automática dos ângulos verticais e horizontais em seu display, desde que regulado apropriadamente. A primeira leitura é da linha de um ponto fixo referência para o levantamento, também conhecida como ângulo de ré, já as outras leituras são dos pontos pertinentes ao levantamento, chamados de vante. A primeira leitura (ângulo de ré) deste trabalho foi retirada de um poste de concreto consolidado fora da área de levantamento, onde fixamos o ponto inicial de ângulo horizontal igual a 0º, e ângulo vertical igual a 90º. E por se tratar de uma referência, apenas “zeramos” o equipamento nessa localização para o levantamento das outras visadas. A leitura dos ângulos horizontais pode ser ajustada para os chamados azimute verdadeiro (ou geográfico) e azimute magnético, dependendo dos tipos de materiais disponíveis para mensuração. Como não dispúnhamos de tais materiais, optamos por utilizar uma referência local, podendo ser ajustada em trabalhos ou levantamentos futuros, de acordo com a necessidade. 48 As leituras posteriores foram feitas sempre empregando a linha de referência (primeira leitura) como diretriz para os ângulos horizontais, dos quais crescem em sentido anti-horário – à medida que o equipamento é rotacionado para a direita – e iniciam e terminam nos valores de 0º até 360º respectivamente, dando início ao ciclo novamente. No contexto dos ângulos verticais, a luneta é posicionada a 90º do eixo de referência vertical, mas sua leitura é registrada como 0º em relação ao plano horizontal, e assume valores positivos dependendo apenas do tipo de visada conforme os itens 4.3.1.3.3 e 4.3.1.3.4 deste trabalho. Durante realização da leitura dos objetos em campo, conforme Veiga et al. (2007), os fios do retículo do equipamento devem estar posicionados exatamente sobre o ponto onde se deseja realizar a pontaria, fazendo-se a leitura do valor no display do equipamento. O visor deste foi configurado para mostrar os ângulos em graus, minutos e segundos. Com a régua graduada posicionada o mais próximo possível do objeto, e paralela ao plano vertical, é feita a anotação dos fios estadimétricos médio, superior e inferior. As leituras foram anotadas em uma caderneta, e cada ponto associado a um croqui feito à mão com o intuito de facilitar a organização dos dados posteriormente. É importante ressaltar que a verificação da altura do equipamento, necessária para o levantamento, foi realizada antes do início de cada aferição e com o teodolito devidamente estacionado, mudando seus valores a cada dia de medições. Do mesmo modo, foram necessárias duas pessoas para a realização do levantamento, o autor deste trabalho, e o aluno de graduação do curso de Engenharia Civil da UFMT – Centro Universitário do Araguaia – Lucas Jorge Freitas Marinho. Enquanto um manuseia o equipamento e anota os dados significativos do levantamento, o outro manipula a régua estadimétrica de acordo com as instruções do primeiro. 5.5. DEFINIÇÃO DOS PONTOS VISADOS EM LEVANTAMENTO Para a definição dos objetos relevantes ao projeto planialtimétrico, listamos os seguintes elementos na praça: Cantos da praça; Postes de iluminação; Refletores; Quiosques; 49 Playground; Quadra de vôlei; Chuveiro; Quadra de basquete; Poço d’água; Padrão elétrico; Assentos; Árvores; Vias de passagem pedestre; Jardins; Com os valores de ângulos horizontais, verticais, e dos fios do retículo de cada ponto anotados em uma caderneta, em conformidade com o croqui desenhado à mão, passamos os dados levantados a um aplicativo de criação de planilhas eletrônicas. No aplicativo foram calculados as distâncias horizontais e verticais de cada ponto, além de determinar seu posicionamento em coordenadas cartesianas para posterior lançamento em programa topográfico ArcGis da empresa Esri, pelo projetista Cláudio Henrique Benedetti, e software AutoCAD da Autodesk, pelo colega Lucas Jorge Freitas Marinho. 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO Em software CAD, foram verificados pontos muito próximos, quase que se sobrepondo um em outro. A ocorrência destes revela certa imprecisão no levantamento, onde a leitura distâncias horizontais tiveram um erro de leitura de aproximadamente 2 milímetros para mais ou para menos, e de acordo com o posto nos capítulos 4.3.1.3.1 e 4.3.1.3.2. Erros dessa magnitude, conforme explicado por intermédio das Equação (1) e da Equação (2), ocasiona uma inexatidão de até 20 centímetros no valor final de cálculo de uma distância horizontal. Esta imprecisão pode estar relacionada a erros sistemáticos ou pessoais observados durante o levantamento. Efeitos ópticos indesejados puderam ser visualizados ao mirar a régua estadimétrica, como a refração da luz nos horários mais quentes que ocasionavam ilusões ópticas na observação dos pontos mais distantes. Para 50 evitar este fenômeno, é recomendável fazer as leituras em horários de temperatura amenas, como no alvorecer do dia. Outro fator de inexatidão no levantamento dos pontos pode estar relacionado à verticalidade da régua estadimétrica. Os cálculos de distância horizontal condicionam a régua a estar sempre alinhada ao plano vertical da sondagem, porém a mesma não possuía nenhum instrumento para indicar ou medir inclinações. Uma forma de corrigir esta falha é associar um nível bolha à régua graduada, de maneira que a mesma fique o mais vertical possível em relação ao plano horizontal. A experiência é um fator preponderante neste tipo de levantamento, visto que foram necessários a realização de duas verificações para se chegar ao resultado final do trabalho aqui exposto. Erros primários, como a falta de verificação das leituras dos fios do retículo, ou a observação de um ponto inicial que nos permita fazer o levantamento inteiro sem uma mudança de estação, conduzem a erros que não podem ser corrigidos posteriormente. Uma forma de verificação de leitura dos retículos, utilizada em campo para este estudo, se dá pela média aritmética dos fios estadimétricos superior e inferior, onde o resultado tem que ser igual a leitura do fio médio. No primeiro levantamento, pôde ser observado apenas em planilha vários pontos onde os resultados não se igualavam à verificação proposta, já no segundo essa verificação era feita em campo, iniciando uma outra leitura caso houvesse falha na verificação. Ao ser observado o ponto inicial “estratégico”, no primeiro levantamento, não atentamos à obstáculos visuais – que levaram ao estacionamento do equipamento em um segundo ponto para melhor visualização de todos os pontos relevantes ao projeto – de maneira que se faz necessária a observação de mais pontos, acarretando em acumulações de leituras e possivelmente mais erros. No segundo levantamento foi utilizado apenas uma estação, de forma que suas visadas possibilitavam a leitura de todos os pontos relevantes ao projeto sem a necessidade de instalação do teodolito em outros pontos de visada. Em planilha, foram anotados e calculados os dados que constam No Apêndice A e no apêndice B. No Apêndice A, (α) é o ângulo vertical medido em graus, conforme item 4.3.1.2.2; (Az) é o ângulo horizontal medido em graus, conforme item 4.3.1.2.3; (FS), (FM), (FI) e (H) estão em metros, conforme o item 4.3.1.2.1 deste trabalho. No 51 Apêndice B, o valor de (DH) está em metros, conforme os itens 4.3.1.2.1 e 4.3.1.2.2 deste trabalho; (DN) está em metros, conforme os itens 4.3.1.2.3 e 4.3.1.2.4 deste trabalho; e as Projeções dos pontos nos eixos X e Y estão em metros, de acordo com o item 4.3.1.2.5 deste trabalho. Para os dados dos Apêndices A e B,foram utilizadas 3 casas decimais de precisão nos valores dados em metros, e os valores angulares são dados com uma precisão de 1 segundo, sem considerar o erro do aparelho. Após a análise dos dados levantados no aplicativo de criação de planilhas e a transformação destes em coordenadas planimétricas, foi realizada a planta dos pontos levantados, dado pela Figura 29. Ao todo foram levantados 89 pontos, em uma área de aproximadamente 6483,72 m² (metros quadrados) de praça, sendo divididos em: 17 pontos de iluminação; 4 refletores; 4 Quiosques; 1 Playground; 2 pontos da quadra de vôlei; 1 chuveiro; 1 quadra de basquete; 1 poço de água bombeável; 1 padrão de energia elétrica; 10 assentos ou bancos; 25 árvores; 8 jardins; 10 pontos para a descrição das vias de passeio público; e 4 pontos indicando os limites da praça. A praça possui área de passeio e calçadas de 1243,00 m² (metros quadrados), área total vegetada de 5014,25 m², e outras áreas estão divididas entre os quiosques (50,26 m²) e a quadra de areia (176,21 m²). Esses dados são relevantes para o cálculo de evapotranspiração – evaporação da água pela superfície do solo somada ao efeito de transpiração das plantas (CASTRO, 2003) – que conduz a um estudo do consumo de água da área vegetada na praça, dependendo da vegetação presente. 52 Figura 27 – Planta de locação dos pontos levantados Fonte: Adaptado de MARINHO, 2019. 53 Para uma irrigação eficiente desta, segundo Castro (2003), também se faz necessária uma análise de balanço hídrico – relação entre períodos de chuva e evapotranspiração em determinado espaço de tempo – para uma indicação de déficit de água e em qual período, pois caso o período de déficit coincida com o período em que a planta não tolera ficar sem água, a irrigação é única alternativa para conservação da vegetação analisada. A partir da planta de locação dos pontos levantados, foi realizado o projeto planialtimétrico da praça, adicionando as cotas – ou desníveis – de cada ponto com relação ao ponto de origem do levantamento, e posteriormente as curvas de nível como mostra a Figura 30. Os pontos não caracterizados na primeira planta foram descritos na segunda (como mostra a legenda da Figura 30), com suas respectivas cotas numéricas. A utilização da escala 1:700 se revelou a mais indicada para a visualização da praça em folha tamanho A4, sendo que em folhas de tamanhos maiores podem ser utilizadas menores escalas para uma melhor visualização. Foi observado que o desnível no espaço analisado, com relação ao ponto de origem do levantamento, não ultrapassa 1,0 metro, que pela Tabela 1 podemos considerar o terreno como Plano. A única cota marcada em vermelho na Figura 30, tem valor igual a zero, sendo que as cotas das curvas de nível do projeto planialtimétrico foram espaçadas verticalmente em 1 metro – de acordo com a recomendação da NBR 13133 (1994). A praça poderá passar por reformas ou adequações, e para cada adição de elementos – como uma quadra de tênis, ou áreas de banho – é necessário um estudo das distâncias verticais e horizontais para enquadrar o novo local no projeto. Isso ocorre por conta da compatibilização de projetos, e consequentemente o projeto de irrigação a praça terá de sofrer adaptações. 54 Figura 28 – Planta planialtimétrica da praça em condomínio fechado Fonte: Adaptado de BENDETTI, 2019 55 7. CONCLUSÃO Depois da finalização do projeto planialtimétrico, vemos que o levantamento topográfico de uma praça passa por muitas etapas analíticas até sua finalização, e sua execução leva muitos benefícios para seus utilizadores, principalmente na elaboração de um sistema de irrigação eficiente para áreas paisagísticas. A prática na execução das técnicas de levantamento topográfico aqui expostas se mostra mais precisa à medida que são executadas sucessivamente, e dificilmente são colhidos dados e resultados idênticos para uma mesma sondagem. Uma sugestão para futuros trabalhos estaria no dimensionamento de um sistema de irrigação para o local estudado, ou a análise de diferentes sistemas para um melhor custo-benefício da área em questão, uma vez que a irrigação para áreas paisagísticas se mostra em constante crescimento. O levantamento planialtimétrico ora apresentado, para uma praça em condomínio particular, mostrou-se relevante no sentido de possibilitar o cálculo da área dos principais pontos de gerenciamento, tais como a de calçadas e gramados, bem como o detalhamento de informações sobre a locação dos principais “objetos” e sobre a cota geométrica dos mesmos; de modo que, de posse dessas informações, permitir-se-á aos administradores que a melhor intervenção possível possa vir a ser feita, em futuros projetos, no sentido de primar pelo uso racional de recursos hídricos para fins de irrigação e de outros recursos físicos (quadras, construção de outros quiosques, etc.), sem o prejuízo da estética paisagística do parque, para que o fim precípuo do lazer social possa ser alcançado em consonância com as possibilidades econômicas que o delimitarem. Outrossim, tal filosofia, a de conhecer para melhor gerenciar, se estende à administração de parques e jardins públicos. 56 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALENCAR, L.D.; CARDOSO, J.C. Paisagismo funcional. Revista Ciência, Tecnologia & Ambiente, v.1, n.1, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de São Carlos. 1-7p. Araras, São Paulo, 2015. ALVES, Elis Dener Lima; PRADO, Marcos Fernando do; SPECIAN, Valdir. Análise da Variabilidade Climática da Precipitação pluvial em Barra do Garças, Mato Grosso. Brazilian Geographical Journal: Geosciences and Humanities research medium, Uberlândia, v. 2, n. 2, p. 512-523, jul./dez., 2011. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13133: Execução de levantamento topográfico. Rio de Janeiro, p. 35. 1994. BENEDETTI, Cláudio Henrique. Planta planialtimétrica da praça do condomínio Village Veredas na cidade de Barra do Garças. São Paulo, 2019. BERNARDO, S.; SOARES, A. A.; MANTOVANI, E. C. Manual de irrigação. 8. ed. Viçosa: UFV, 2008. 596 p. BORGES, Alberto C. Topografia Aplicada à Engenharia Civil. 1ª Ed. Vol. 1. São Paulo: Editora Edgard Blucher. 191p. 1977. 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Harper Collings College Publishers, New York, 1994. 59 APÊNDICE A — TABELA DE PONTOS LEVANTADOS REFERENTE AO LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO Objetos levantados α Az FS FM FI Ponto de iluminação 1 0˚00'00'' 356˚47'40'' 1,127 0,943 0,759 Ponto de iluminação 2 0˚00'00'' 48˚28'19'' 1,395 1,228 1,062 Ponto de iluminação 3 0˚00'00'' 39˚23'13'' 1,657 1,471 1,285 Ponto de iluminação 4 0˚00'00'' 62˚02'47'' 1,868 1,723 1,579 Ponto de iluminação 5 0˚00'00'' 34˚16'16'' 1,542 1,496 1,45 Ponto de iluminação 6 2˚12'52'' 115˚53'02'' 2,072 1,95 1,78 Ponto de iluminação 7 0˚00'00'' 142˚53'25'' 2,012 1,925 1,839 Ponto de iluminação 8 0˚00'00'' 144˚05'32'' 2,202 2,05 1,9 Ponto de iluminação 9 0˚00'00'' 173˚26'45'' 2,172 2,016 1,861 Ponto de iluminação 10 0˚00'00'' 212˚06'10'' 1,945 1,812 1,679 Ponto de iluminação 11 0˚00'00'' 197˚19'37'' 2,225 2,052 1,85 Ponto de iluminação 12 0˚00'00'' 179˚00'52'' 2,183 1,968 1,754 Ponto de iluminação 13 0˚00'00'' 174˚25'40'' 2,139 1,862 1,585 Ponto de iluminação 14 0˚00'00'' 209˚07'14'' 2,162 1,841 1,52 Ponto de iluminação 15 2˚12'52'' 201˚52'25'' 3,123 2,751 2,382 Ponto de iluminação 16 0˚00'00'' 192˚16'50'' 2,25 1,847 1,443 Ponto de iluminação 17 0˚07'50'' 181˚09'13'' 2,3 1,9 1,5 Refletor 1 0˚00'00'' 186˚29'57'' 2,09 1,987 1,884 Refletor 2 0˚00'00'' 196˚33'36'' 2,246 1,985 1,725 Refletor 3 0˚50'00'' 180˚15'43'' 1,17 0,848 0,528 Refletor 4 0˚00'00'' 194˚45'52'' 2,21 1,855 1,5 Quiosque 1 0˚00'00'' 85˚32'54'' 1,619 1,562 1,505 Quiosque 2 0˚00'00'' 122˚43'16'' 1,907 1,821 1,735 Quiosque 3 0˚00'00'' 152˚48'19'' 1,73 1,684 1,638 Quiosque 4 0˚00'00'' 162˚47'18'' 1,905 1,803 1,701 Playground 0˚00'00'' 200˚37'47'' 2,234 2,043 1,853 Quadra de volei - p1 0˚00'00'' 195˚42'49'' 2,515 2,142 1,778 Quadra de volei - p2 0˚00'00'' 181˚42'09'' 2,126 1,799 1,47 Chuveiro 0˚00'00'' 196˚55'11'' 2,189 1,827 1,467 Quadra de Basquete 0˚00'00'' 33˚05'37'' 1,536 1,413 1,291 Poço de água 1˚00'00'' 358˚43'18'' 1,379 1,219 1,06 Padrão Elétrico 0˚00'00'' 353˚59'12'' 1,021 0,845 0,669 Banco 1 0˚00'00'' 21˚57'48'' 1,152 0,912 0,671 Banco 2 0˚00'00'' 60˚43'59'' 1,921 1,713 1,505 Banco 3 0˚00'00'' 311˚32'23'' 1,168 1,091 1,015 Banco 4 0˚00'00'' 171˚21'06'' 2,119 1,971 1,823 Banco 5 0˚00'00'' 180˚06'49'' 2,085 1,925 1,767 Banco 6 1˚00'00'' 188˚12'55'' 1,161 0,885 0,608 Banco 7 0˚00'00'' 183˚45'51'' 2,106 1,806 1,509 Banco 8 0˚08'55'' 193˚06'40'' 1,728 1,289 0,846 Banco 9 0˚00'00'' 210˚47'03'' 1,922 1,602 1,282 60 Banco 10 0˚00'00'' 166˚37'39'' 1,911 1,565 1,22 Árvore 1 0˚00'00'' 20˚07'35'' 1,252 1,019 0,782 Árvore 2 0˚00'00'' 40˚16'45'' 1,827 1,576 1,329 Árvore 3 0˚00'00'' 54˚19'50'' 1,922 1,719 1,516 Árvore 4 0˚00'00'' 45˚16'59'' 1,553 1,442 1,329 Árvore 5 0˚00'00'' 11˚31'17'' 1,319 1,236 1,152 Árvore 6 0˚00'00'' 4˚23'20'' 1,448 1,414 1,381 Árvore 7 0˚00'00'' 315˚58'57'' 1,361 1,291 1,221 Árvore 8 0˚00'00'' 103˚42'19'' 2,249 2,11 1,971 Árvore 9 0˚00'00'' 252˚44'36'' 1,715 1,639 1,563 Árvore 10 0˚00'00'' 233˚31'38'' 1,802 1,761 1,719 Árvore 11 0˚00'00'' 180˚56'08'' 2,161 1,991 1,823 Árvore 12 0˚00'00'' 178˚34'07'' 2,203 2,016 1,829 Árvore 13 0˚00'00'' 180˚56'08'' 2,161 1,991 1,823 Árvore 14 0˚00'00'' 178˚34'07'' 2,203 2,016 1,829 Árvore 15 0˚00'00'' 192˚41'42'' 2,048 1,874 1,703 Árvore 16 0˚00'00'' 163˚28'04'' 2,202 1,942 1,681 Árvore 17 0˚00'00'' 198˚15'54'' 2,164 1,933 1,703 Árvore 18 0˚33'10'' 169˚17'50'' 2,863 2,518 2,172 Árvore 19 0˚00'00'' 208˚12'39'' 2,231 1,905 1,581 Árvore 20 0˚00'00'' 176˚40'57'' 2,245 1,801 1,357 Árvore 21 0˚00'00'' 183˚55'25'' 2,255 1,794 1,333 Árvore 22 0˚00'00'' 192˚00'22'' 2,194 1,762 1,328 Árvore 23 0˚00'00'' 198˚04'53'' 2,209 1,791 1,372 Árvore 24 0˚00'00'' 203˚58'00'' 2,192 1,795 1,396 Árvore 25 0˚00'00'' 209˚54'23'' 2,326 2,071 1,818 Via de passagem P1 0˚00'00'' 348˚00'48'' 1,136 0,991 0,847 Via de passagem P2 0˚00'00'' 346˚08'06'' 1,527 1,464 1,401 Via de passagem P3 0˚00'00'' 302˚47'50'' 1,611 1,565 1,519 Via de passagem P4 0˚00'00'' 262˚19'06'' 1,718 1,673 1,627 Via de passagem P5 0˚00'00'' 234˚29'23'' 1,68 1,555 1,429 Via de passagem P6 0˚00'00'' 252˚56'03'' 1,749 1,717 1,685 Via de passagem P7 0˚00'00'' 207˚40'19'' 1,862 1,829 1,794 Via de passagem P8 0˚00'00'' 129˚50'06'' 1,995 1,934 1,871 Via de passagem P9 0˚00'00'' 99˚04'32'' 2,067 1,909 1,755 Via de passagem P10 0˚00'00'' 87˚24'54'' 2,075 1,913 1,751 Canto da praça – sup. dir. 0˚00'00'' 0˚00'00'' 0,881 0,639 0,395 Canto da praça – sup. esq. 0˚00'00'' 46˚20'23'' 1,746 1,47 1,199 Fonte: Própria (2019) 61 APÊNDICE B — TABELA COMPLEMENTAR DE PONTOS LEVANTADOS REFERENTE AO LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO Objetos levantados DH DN I Projeção em X Projeção em Y Ponto de iluminação 1 36,800 -0,707 1,65 -2,058 36,742 Ponto de iluminação 2 33,300 -0,422 1,65 24,929 22,077 Ponto de iluminação 3 37,200 -0,179 1,65 23,605 28,751 Ponto de iluminação 4 28,900 0,073 1,65 25,528 13,547 Ponto de iluminação 5 9,200 -0,154 1,65 5,181 7,603 Ponto de iluminação 6 28,952 -0,253 1,65 26,048 -12,639 Ponto de iluminação 7 17,300 0,275 1,65 10,438 -13,796 Ponto de iluminação 8 30,200 0,400 1,65 17,712 -24,461 Ponto de iluminação 9 31,100 0,366 1,65 3,550 -30,897 Ponto de iluminação 10 26,600 0,162 1,65 -14,136 -22,533 Ponto de iluminação 11 37,500 0,402 1,65 -11,168 -35,798 Ponto de iluminação 12 42,900 0,318 1,65 0,738 -42,894 Ponto de iluminação 13 55,400 0,212 1,65 5,379 -55,138 Ponto de iluminação 14 64,200 0,191 1,65 -31,243 -56,085 Ponto de iluminação 15 73,471 -0,982 1,65 -27,372 -68,182 Ponto de iluminação 16 80,700 0,197 1,65 -17,165 -78,853 Ponto de iluminação 17 79,998 -0,242 1,65 -1,611 -79,981 Refletor 1 20,600 0,337 1,65 -2,332 -20,468 Refletor 2 52,100 0,335 1,65 -14,850
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