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* * AULA 5 * * JURISDIÇÃO E PRINCÍPIOS NORTEADORES. 1. Jurisdição, legislação e administração e suas distinções. 2. Conceito de jurisdição 3 Características da jurisdição. 4. Princípios da jurisdição * * Jurisdição, legislação e administração e suas distinções. A função jurisdicional consiste, na atividade destinada a compor, por meio da aplicação da lei, os conflitos intersubjetivos de interesses existentes na sociedade. A função legislativa ou legiferante, por sua vez, relaciona-se à elaboração de normas gerais e abstratas com o intuito de disciplinaras condutas humanas em sociedade. A função administrativa consiste na realização do bem comum, por intermédio dos órgãos integrantes da administração pública. * * JURISDIÇÃO, LEGISLAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO O poder Estatal é uno, pois há apenas uma separação de funções. Não se confunde a função jurisdicional com a administrativa. Diferenças fundamentais: 1- a administração não tem caráter substitutivo — os procedimentos administrativos são apreciados por ela mesma; 2- só a jurisdição busca solucionar os conflitos de interesses aplicando a lei ao caso concreto; 3- só a jurisdição produz decisões de caráter definitivo. * * FUNÇÃO JURISDICIONAL A função jurisdicional é exercida apenas quando faltam a obediência à lei e a resolução pacífica dos conflitos , ver-se-á claramente que a atividade jurisdicional é substitutiva as partes envolvidas na Lide. * * LIDE "é conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida". CARNELUTTI * * JURISDIÇÃO Consubstancia-se "no poder que toca o Estado, entre as suas atividades soberanas, de formular e fazer atuar praticamente a regra jurídica concreta que, por força do direito vigente, disciplina determinada situação jurídica" ( LIEBMAN apud Humberto Theodoro Júnior, Curso de Direito Processual Civil, Forense, vol. 1, 13ª ed., p. 34). * * JURISDIÇÃO “Uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses em conflitos para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito que os envolve com a justiça. Essa pacificação é feita mediante a atuação da vontade do direito objetivo que rege o caso apresentado em concreto para ser solucionado; e o Estado desempenha essa função sempre mediante o processo, seja expressando imperativamente o preceito (através de uma sentença de mérito), seja realizando no mundo das coisas o que o preceito estabelece (através da execução for çada)” (Antônio Carlos de Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover eCândido Rangel Dinamarco) * * CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO. 2.1. Inércia; 2.2. Substitutividade; 2.3. Definitividade; 2.4.Imparcialidade. 2.4. Discussão sobre a necessidade ou não de uma lide. * * INÉRCIA Os órgãos jurisdicionais tem como características serem inertes, dependendo, pois da provocação das partes. ARTIGO 2° CPC * * SUBSTITUTIVIDADE O estado chama para si o dever de manter estável o equilíbrio da sociedade e, para tanto, ocorre a substituição às partes, incumbiu-se da tarefa de administrar a justiça, isto é, de dar a cada um o que é seu, garantindo, por meio do devido processo legal, uma solução imparcial e ponderada, de caráter imperativo, aos conflitos interindividuais. * * SUBSTITUTIVIDADE “PARECE-NOS QUE O QUE É CARACTERÍSTICA DA FUNÇÃO JURISDICIONAL SEJA A SUBSTITUIÇÃO POR UMA ATIVIDDE PÚBLICA DE UMA ATIVIDADE PRIVADA DE OUTREM (CHIOVENDA) * * IMPARCIALIDADE Como o órgão jurisdicional não possui interesse próprio no conflito, o Estado-juiz aplica a norma imparcialmente sem a ação de benefícios proposto. * * Definitividade As decisões judiciais de mérito, uma vez transitadas em julgado,ganham o cunho de definitividade e irrevogabilidade (res judicata).Essa característica difere a atividade administrativa da Jurisdicional. Enquanto a decisão administrativa irrecorrível é passiva de anulação pelo Poder Judiciário, as decisões judiciais de mérito, não mais passíveis de recursos, tornam-se definitivas (imutáveis). * * DEFINITIVIDADE COISA JULGADA – atributo das decisões jurisdicionais de mérito – estabilidade das relações jurídicas (CALAMANDREI) São suscetíveis de se tornar imutáveis(coisa julgada) não podendo ser revisto ou modificados, uma lide se considerada solucionada para sempre , sem que possa voltar a discuti-la, depois que tiver sido apreciada e julgada pelos órgão jurisdicionais, cabendo sempre a última decisão ao judiciário. * * PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO JUIZ NATURAL * * JUIZ NATURAL Ninguém pode ser privado do julgamento por um juiz independente e imparcial, indicado pelas normas legais. * * JUIZ NATURAL ARTIGO 5°, XXXVII,CF/88 ARTIGO 5° LIII, CF / 88 * * JUIZ NATURAL ASPECTOS INVESTIDURA COMPETÊNCIA IMPARCIALIDADE JUÍZO PRÉVIO DE FATOS * * Investidura só será exercida por quem tenha sido regulamente investido na autoridade de juiz. SÓ QUEM FOI LEGITIMAMENTE INVESTIDO NA CONDIÇÃO DE MAGISTRADO EXERCERÁ A JURISDIÇÃO. * * Os atos processuais praticados por pessoas não investidas legitimamente na judicatura deverão ser declarados inexistentes ou nulos de pleno direito, já que a investidura é considerada pressuposto processual de existência do processo. O art. 1.º do CPC é taxativo: “A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições que este Código estabelece”. * * COMPETÊNCIA Por uma questão de divisão d trabalho, a norma jurídica atribui a cada órgão jurisdicional o poder de julgar alguns casos, mas não todos. È o limite do exercício da jurisdição. * * IMPARCIALIDADE Somente a pessoa física que não tenha envolvimento com as partes e com o objeto da causa tem condições de julgar a causa. * * JUÍZO PRÉVIO AOS FATOS não se pode designar ou criar órgão para julgar certa demanda após os fatos que a ensejarem. * * INDELEGABILIDADE NÃO pode juiz algum, segundo seu próprio critério e talvez atendendo á sua própria conveniência, delegar funções a outro órgão também judiciário o magistrado a exercer a função jurisdicional o faz em nome do estado * * INEVITABILIDADE uma vez acionada a jurisdição não tem como as partes esquivarem- se do exercício do poder estatal se obriga o cumprimento do decidido. * * INDECLINABILIDADE O estado tem o dever de solucionar os litígios posto a sua apreciação e dever do órgão competente prestar a tutela jurisdicional . * * ADERÊNCIA AO TERRITÓRIO Cada juiz só exerce sua autoridade nos limites do território, sujeito por lei a sua jurisdição. Considerando que a jurisdição é reflexo do exercício do poder político estatal (soberania) ela só atua no âmbito do território nacional. Exceção: se não tiver acordo com outros países. * * Cada magistrado exerce a sua atividade jurisdicional, dentro do território nacional, nos limites de sua competência. Cada órgão judicial adstrito a um determinado território (circunscrição territorial). Os tribunais superiores (STF, STJ, TST, TSE e STM) têm jurisdição,sobre o território nacional e o Tribunal de Justiça de cada Estado,sobre o território desse Estado. Os juízes estaduais exercem jurisdição dentro da área (comarca) traçada pela lei de organização judiciária do Estado . Importante: Caso haja necessidade de praticar um ato processual fora doslimites da jurisdição, cabe ai juiz solicitar a cooperação de outrosmagistrados, seja por meio da expedição de carta precatória(cumprimento dentro do território nacional) ou rogatória (cumprimentono exterior). * * INAFASTABILIDADE DE JURISDIÇÃO Veda qualquer tentativa, ainda que por meio de lei, de se dificultar ou de excluir o acesso dos particulares ao poder judiciário na busca de tutela a direitos que estendam estarem sofrendo ou ameaçados de sofrer lesão. Artigo 5°, xxxv, da CF/88 Uma vez provocada, uma resposta terá que ser dada, independente de lacunas (artigo 126 CPC) * * QUESTÃO 1 Fábio instaura processo em face de Carlos, perante um órgão integrante da Justiça Estadual, requerendo a desconstituiçãode uma obrigação representada em um título de crédito. O demandante, na própria petição inicial, postula ao magistrado a antecipação dos efeitos da tutela para que o seu credor seja impedido de executar em juízo esta dívida enquanto perdurar a presente demanda. Este pleito se afigura possível? Justifique a resposta. * * IRRECUSABILIDADE Veda as partes recusarem o juiz que o estado lhe oferecer exceto nos casos de suspeição impedimento e incompetência; * * INEVITABILIDADE A vontade da decisão judicial se impõe, querendo ou não as partes (independente da vontade das mesmas). * * CORRELAÇÃO Assegura a correspondência entre o pedido e a sentença, e vedado o exercício da jurisdição alem daquilo que foi pedido pela parte autora ou a concessão de provimentos estranhos. * * Questão nº 2. De acordo com o princípio da correlação, é correto afirmar: a) o juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte; b) não é justo que a Fazenda Pública tenha prazo em dobro para recorrer e em quádruplo para contestar; c) a Fazenda Pública tem direito ao devido processo legal; d) o juiz pode ter iniciativa probatória desde que a mesma seja correlacionada aos fundamentos de defesa constantes na contestação.
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