Buscar

2006-siscomex

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 191 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 191 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 191 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SISCOMEX
Marilza Aparecida Pavesi
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Imagens
Adaptadas de Shutterstock.
Todos os esforços foram empregados para localizar os detentores dos direitos autorais das 
imagens reproduzidas neste livro; qualquer eventual omissão será corrigida em futuras edições. 
Conteúdo em websites
Os endereços de websites listados neste livro podem ser alterados ou desativados a qualquer momento 
pelos seus mantenedores. Sendo assim, a Editora não se responsabiliza pelo conteúdo de terceiros.
Presidência 
Rodrigo Galindo
Vice-Presidência de Produto, Gestão 
e Expansão
Julia Gonçalves
Vice-Presidência Acadêmica
Marcos Lemos
Diretoria de Produção e 
Responsabilidade Social
Camilla Veiga
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Pavesi, Marilza Aparecida
P337s Siscomex / Marilza Aparecida Pavesi. – Londrina: Editora 
 e Distribuidora Educacional S.A., 2020.
 192 p.
 
 ISBN 978-85-522-1678-0
 
 1. SISCOMEX. 2. Comércio Exterior. 
 3. Internacionalização da empresa. I. Título. 
 
CDD 382
Jorge Eduardo de Almeida CRB-8/8753 
Gerência Editorial
Fernanda Migliorança
Editoração Gráfica e Eletrônica
Renata Galdino
Luana Mercurio
Supervisão da Disciplina
Vaine Fermoseli Vilga
Revisão Técnica
Stephanie Akemi Raminelli
Vaine Fermoseli Vilga
mailto:editora.educacional@kroton.com.br
http://www.kroton.com.br/
Sumário
Unidade 1
Sistemática de Comércio Exterior ............................................................... 7
Seção 1
SISCOMEX .......................................................................................... 9
Seção 2
SISCOMEX Importação ..................................................................20
Seção 3
SISCOMEX exportação ...................................................................32
Unidade 2
Regimes especiais e modalidades de pagamento ....................................51
Seção 1
Regimes especiais .............................................................................52
Seção 2
Modalidades de pagamento internacionais ..................................70
Seção 3
Aduana ...............................................................................................86
Unidade 3
Regime cambial.........................................................................................105
Seção 1
Ordem monetária mundial ..........................................................106
Seção 2
Política cambial brasileira .............................................................118
Seção 3
Operações cambiais .......................................................................129
Unidade 4
Internacionalização de produtos e o SISCOMEX ................................145
Seção 1
Composto de marketing e internacionalização .........................147
Seção 2
Internacionalização de negócios ..................................................159
Seção 3
Canais de distribuição em marketing internacional .................175
Palavras do autor
Caro aluno, seja bem-vindo ao estudo do Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX) que, embora receba esse nome, o Sistema Integrado de Comércio Exterior é apenas parte do conteúdo que você 
conhecerá nesta disciplina. Estudaremos o comércio exterior, incluindo o 
processo de habilitação, divulgação e atuação no comércio internacional.
Para começar, levantamos as seguintes questões: você sabe o que é 
comércio exterior e como ingressar nesse universo? Qual a importância dele 
para os países, suas organizações e seus cidadãos? Você sabia que atuar no 
comércio internacional é possível a qualquer empresa ou indivíduo? Além 
disso, sabe como iniciar a atuação nesse mercado e quais são as variáveis 
envolvidas (questões fiscais, mercado cambial e legislação aduaneira)? 
Por meio deste estudo, você terá respostas a essas e outras questões que 
poderão surgir. Para isso, este livro foi dividido em quatro unidades, sendo 
que a Unidade 1 discorre sobre o Sistema Integrado de Comércio Exterior, 
apresentando o Portal Único do Comércio Exterior. Nela, você terá contato 
com o processo de habilitação como empresa importadora e exportadora, 
com documentos relacionados a esses processos, e a política do comércio 
exterior brasileiro. Já na Unidade 2, serão tratados temas fundamentais 
para o comércio internacional, como regimes especiais, modalidades de 
pagamento internacionais e, fechando a unidade, discutiremos os sistemas 
aduaneiros. Na sequência, o câmbio será o objeto de estudo da Unidade 3, 
em que discutiremos a ordem monetária mundial, a política cambial brasi-
leira e as operações cambiais. Por fim, na Unidade 4, distanciando-nos dos 
processos administrativos, nos aprofundaremos no novo e evolutivo campo 
do marketing internacional e internacionalização de empresas. 
A partir desses conteúdos, você certamente estará apto a atuar no campo 
do comércio exterior, que se mantém em constante evolução.
Bons estudos!
Unidade 1
Sistemática de Comércio Exterior
Convite ao estudo
Caro aluno, se você entrar em um supermercado e comprar bananas 
cultivadas no Equador, café brasileiro e uma garrafa de vinho sul-africano, 
estará experimentando os efeitos do comércio internacional, que nos permite 
expandir nosso consumo de bens e serviços para muito além das fronteiras de 
nosso país. O comércio internacional é a razão pela qual você pode escolher 
entre um carro brasileiro, um japonês, um americano ou de qualquer outra 
nacionalidade. Como resultado, as empresas enfrentam maior concorrência, 
tendo de praticar preços mais competitivos e oferecer produtos com maior 
qualidade e evoluídos tecnologicamente. Essa globalização também possibi-
lita o suprimento das carências nacionais, seja em termos de produtos, bens, 
serviços ou matérias-primas. 
É nesse contexto que duas grandes multinacionais do setor químico 
(a KLM International e a OPQ International) criaram uma nova empresa, 
a partir de uma joint venture, chamada Union Poulet, cujo objetivo é 
abastecer o mercado nacional com suplementos que não são fabricados no 
Brasil e são fundamentais para a produção de ração para aves. Joint venture 
nada mais é do que uma empresa constituída por duas ou mais entidades 
empresariais, que tem como meta desenvolver um projeto ou outra ativi-
dade comercial ou industrial. A razão para a sua criação é, geralmente, 
algum projeto específico, como duas empresas concorrentes atuarem em 
parceria (unindo recursos), empresas que dominam parte da tecnologia 
necessária para o negócio unirem forças e expertises complementares, entre 
outros objetivos (só para exemplificar, em 2016, uma grande fabricante de 
automóveis e uma companhia de serviços de transporte privado urbano 
de aplicativo anunciaram que formariam uma joint venture para produzir 
carros autônomos, que não necessitam de condutor). Como a Union Poulet 
é uma empresa recém-criada, ela não está autorizada a atuar no mercado 
internacional, precisando, para isso, providenciar sua habilitação. O sr. 
Helder, gerente de comércio exterior, foi encarregado de providenciar essa 
habilitação e você será um estagiário da área, auxiliando-o nesse processo. 
Dessa forma, na Unidade 1, estaremos ao lado do sr. Helder, acompanhan-
do-o nos passos iniciais para que a Union Poulet se internacionalize, ou 
seja, para que possa atuar no comércio internacional,tanto no setor de 
importação quanto no setor de exportação.
Para isso, inicialmente, conheceremos o Sistema Integrado de Comércio 
Exterior, o SISCOMEX, e compreenderemos como a empresa deve agir para 
se inserir nesse sistema. Também aprenderemos como proceder às habilita-
ções como importador e como exportador. Pronto para o desafio?
9
Seção 1
SISCOMEX
Diálogo aberto
Na atualidade, com a globalização de mercado, cada vez mais as organi-
zações estão internacionalizando os seus negócios. Para que isso aconteça, 
essas empresas precisam fazer uso do SISCOMEX, por isso, é muito impor-
tante entender o máximo possível sobre esse sistema. Diante dessa realidade, 
esta seção o ajudará a entender o que é o SISCOMEX e qual seu papel no dia 
a dia das organizações que atuam no mercado internacional.
A partir desta seção, você, como estagiário da área de comércio exterior, 
poderá acompanhar o sr. Helder no processo de ingressar a Union Poulet 
nesse ambiente, desvendando as ferramentas do Portal Único do Comércio 
Exterior e entendendo como é feita a habilitação para operar no sistema. 
Diante disso, esta seção o ajudará a entender o que é o SISCOMEX e qual o 
papel dele no dia a dia das organizações que atuam no mercado internacional. 
Como trata-se de uma empresa recém-criada, a Union Poulet não está 
autorizada a atuar no mercado internacional, precisando, para isso, providen-
ciar sua habilitação. Após habilitar a companhia a transacionar seus produtos 
internacionalmente, o sr. Helder precisa que você saiba usar as ferramentas 
do sistema. Como você conseguirá fazê-lo, sem nunca antes ter trabalhado na 
área de comércio exterior? De que forma você pode se capacitar para utilizar 
o SISCOMEX de forma precisa, no seu cotidiano de trabalho?
Assim, ao final desta seção, espera-se que você esteja totalmente familia-
rizado com o SISCOMEX e que seja capaz de fornecer as respostas que a 
Union Poulet procura. 
É importante que você faça a leitura do texto Não pode faltar, para 
compreender os conceitos introdutórios para a continuidade da nossa 
caminhada pelo SISCOMEX.
Não pode faltar
Inicialmente, faremos uma breve observação sobre os termos normal-
mente utilizados nas relações internacionais de comércio. Comércio exterior 
e comércio internacional são rotineiramente utilizados para denominar esse 
campo. Sendo assim, qualquer um deles poderá ser utilizado para descrever 
as relações internacionais de comércio, pois, embora alguns autores os 
10
considerem termos relacionados, mas não sinônimos, em nosso livro, ambos 
poderão ser utilizados para tratar do comércio entre as nações.
Agora, conheceremos efetivamente o SISCOMEX. No Brasil, toda e 
qualquer operação de comércio que ultrapasse as fronteiras do país, ou 
de seu território aduaneiro, seja para internalização ou externalização 
de produtos ou serviços, precisa ser registrada no Sistema Integrado de 
Comércio Exterior (SISCOMEX).
Assimile
Você sabe qual é o território aduaneiro do Brasil? Segundo o Decreto 
nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009, da Secretaria da Receita Federal, 
em seu artigo 2º, o território aduaneiro é todo o espaço que se localiza 
dentro do território nacional brasileiro (BRASIL, 2009).
Quanto ao SISCOMEX, ele é um sistema criado por meio do Decreto nº 
660, de 25 de setembro de 1992 (BRASIL, 1992), pelo governo federal brasi-
leiro, que permite a esse uma supervisão completa do comércio internacional 
do país. Por meio do SISCOMEX, o governo pode implantar novas leis no 
comércio internacional e controlar o cumprimento das atuais.
À medida que o país implementou novos sistemas relacionados à impor-
tação e exportação de mercadorias, o SISCOMEX se tornou um polo de 
integração de diferentes sistemas, e estes estão divididos nas seguintes 
categorias (SISCOMEX, 2019):
• Cadastro e habilitação: para sistemas relacionados ao registro e 
à constituição de empresas e pessoas envolvidas nos processos de 
importação e exportação.
• Importação: para sistemas relacionados às importações para o Brasil.
• Exportação: para sistemas e processos de exportações do Brasil.
• Cargas e logística (Siscarga): sistema de controle da movimentação 
de embarcações, cargas e contêineres vazios transportados na via 
aquaviária, em portos brasileiros.
• Controle de Carga e Trânsito (CCT): o sistema CCT já está dispo-
nível para utilização e, ao final de sua implantação, substituirá 
integralmente o sistema MANTRA, que será desativado. O novo 
sistema faz o controle de movimentação de cargas de exportação e 
importação, entre as diversas etapas do despacho aduaneiro, cujo 
controle se dá por meio de funcionalidades específicas do novo 
sistema. Com a implantação do CCT, o transportador tem a obrigação 
11
de informar à Receita Federal, os dados de todos os veículos e cargas 
que entram e saem do Brasil. O cruzamento dessas informações com 
os controles de importações e exportações possibilitará a conferência 
da veracidade das declarações prestadas por todos os participantes do 
processo, contribuindo para maior conformidade dessas operações. 
• Operações financeiras (Sisbacen): sistema utilizado pelo Banco 
Central na condução de seus processos de trabalho.
• Regimes especiais: para sistemas ligados a regimes especiais, como 
drawback e transit. 
• Visão integrada: que consiste em um sistema com um status geral de 
todas as operações em todos os sistemas.
Como notamos, por meio do SISCOMEX, o usuário terá acesso a prati-
camente todos os procedimentos necessários para iniciar, dar andamento e 
concluir um processo de importação ou exportação. Além disso, o sistema 
permite a busca de orientações sobre regimes especiais, processos logísticos 
e, também, a busca de dados estatísticos relacionados tanto à exportação, 
como à importação, iniciando-se pela habilitação no sistema, por meio de 
um fluxo único e harmonizado de dados, que veremos ainda nesta seção.
Dessa forma, todas as licenças, autorizações ou exigências incidentes 
sobre operações de negócios internacionais deverão ser solicitadas direta-
mente no Portal SISCOMEX. Ainda, as organizações terão, em suas opera-
ções de comércio internacional, acesso às pendências e demandas necessárias 
para concluir seus negócios, e todas as normas que incidam sobre operações 
internacionais serão implementadas pelo SISCOMEX.
Entidades e órgãos envolvidos no SISCOMEX
Existem dois tipos diferentes de órgãos do governo federal que intervêm 
no sistema: as entidades administradoras e as entidades autorizadas. Como 
entidades administradoras (também chamadas de órgãos gestores) estão os 
órgãos intervenientes e mantenedores, que são responsáveis pela adminis-
tração, pela manutenção e pela melhoria do SISCOMEX, que são:
• A Secretaria da Receita Federal, responsável pelos setores tributário 
e aduaneiro.
• A Secretaria de Comércio Exterior (Secex), responsável pela 
área administrativa.
• O Banco Central do Brasil (Bacen), responsável pelo controle cambial. 
12
Além dos órgãos intervenientes, há os órgãos anuentes, que são os respon-
sáveis pela análise e pela autorização de processos específicos de importação 
ou exportação de mercadorias especiais ou controladas , como é o caso, por 
exemplo, de produtos da fauna, flora, medicamentos, alimentos, equipa-
mentos radioativos, entre outros.
Exemplificando
Para o controle administrativo da entrada e saída de produtos específicos 
em território aduaneiro brasileiro, existem diversos órgãos anuentes 
(ou seja, instituições que aprovam, dão consentimento, liberam transa-
ções comerciais de importação e exportação). Por exemplo, dentre as 
responsabilidades desses órgãos, está a averiguação da mercadoria (a 
ser exportada/importada) a fim de confirmar se ela está em conformi-
dade com requisitos e normas internacionais, bem como atestar que 
não há proibição de determinada mercadoria ser exportada/importada 
pelo Brasil (CONHEÇA..., 2019).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), por exemplo, é 
um órgão anuenteque protege a saúde da população, por intermédio 
da avaliação das características de produtos como: alimentos, medica-
mentos, cosméticos, produtos hospitalares etc.
Já o Departamento de Polícia Federal é o órgão que fiscaliza a entrada 
de qualquer produto químico que poderia ser destinado à produção 
ilícita de entorpecentes.
Dessa forma, cada órgão anuente atua sobre determinado grupo de 
produtos, havendo diversos outros responsáveis pela fiscalização 
de: obras cinematográficas, serviços de energia elétrica, petróleo 
e derivados, materiais radioativos, armas, animais e plantas vivos, 
brinquedos, agrotóxicos, produtos químicos etc.
Para acessar o SISCOMEX você deve ir ao endereço do SISCOMEX na 
internet. A partir da página inicial, o sistema é autoexplicativo, e você terá 
facilidade de navegação, iniciando-se pela habilitação. Vamos conhecer 
como ela é feita?
Para se habilitar a importar/exportar mercadorias, a organização ou 
pessoa física precisa cadastrar-se no SISCOMEX. Esse cadastro pode ser feito 
diretamente pelo interessado ou com o suporte de uma empresa especiali-
zada, sempre se baseando nas Instruções Normativas da Receita Federal e em 
todas as normas que regulam esse registro.
Até o início do ano de 2015, habilitar-se no SISCOMEX era um processo 
bastante complexo, com exigência de uma gama de documentos diversos 
13
e mais o preenchimento de uma dezena de formulários e cadastros. No 
entanto, com a edição da Instrução Normativa IN RFB 1.603/2015 (BRASIL, 
2015), esse procedimento se tornou bem mais acessível. Vários documentos 
exigidos anteriormente foram excluídos e o cadastro passou a ser realizado 
pelo Portal Habilita, dentro do Portal Único SISCOMEX. 
No sistema, o usuário deverá entrar em PORTAL ÚNICO e, na sequência, 
na aba “Habilitar empresa” – “Como habilitar minha empresa”. A partir daí 
você terá acesso ao manual de habilitação no Registro e Rastreamento da 
Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (Radar) do SISCOMEX, que fornece 
todas as orientações para a habilitação. Podem se habilitar tanto pessoas 
físicas quanto jurídicas, desde que cumpridas as exigências fixadas pela 
Instrução Normativa 1.603/2015 (BRASIL, 2015). 
Reflita
O sistema Radar armazena e unifica todos os dados relacionados com 
quaisquer práticas de comércio internacional. Será que a obrigação 
dessa habilitação no Radar de qualquer empresa que exporte/importe 
mercadorias é importante para coibir fraudes fiscais como a do contra-
bando? Reflita sobre o assunto.
Há a opção de se cadastrar em uma das quatro modalidades possíveis: 
Radar Pessoa Física, Radar Expresso, Radar Limitado e Radar Ilimitado. 
Para o Radar Pessoa Física e para o Radar Expresso , a habilitação é feita 
diretamente no Portal Habilita, com pouquíssimas exigências. Para iniciar 
o processo, basta que o representante legal da empresa adquira um e-CPF, 
que se trata do seu CPF em versão digital, que será habilitado por qualquer 
empresa certificadora digital.
Para as modalidades do Radar Limitado e Ilimitado, haverá uma análise 
mais criteriosa no banco de dados da Receita Federal, podendo ser liberada 
de imediato ou haver a exigência de comprovação de dados por meio de 
documentos físicos conforme dita a Instrução nº 1.603/2015. 
Para solicitar a liberação do Radar diretamente no SISCOMEX, sem 
suporte de nenhum profissional da área, não há nenhum tipo de custo. 
Entretanto, algumas empresas optam por contratar despachantes aduaneiros 
ou advogado especializado, havendo, nesse caso, os custos relativos 
à consultoria.
14
Assimile
Providências necessárias anteriores à habilitação 
Antes de dar entrada no processo de habilitação no Radar, a empresa 
precisa tomar algumas providências sequenciais, sem as quais não será 
possível a habilitação. São elas:
1. Não é possível se habilitar no Radar utilizando o CNPJ da empresa. 
Somente o e-CPF de seu responsável legal é autorizado a represen-
tá-la na habilitação (portanto, ele deve ser providenciado). 
2. Cadastrar a instituição no Centro Virtual de Atendimento ao Contri-
buinte (e-CAC), da Receita Federal. O cadastro no e-CAC facilita a 
comunicação entre você e a Receita Federal, pois por ele serão 
enviados resultados de processos e comunicação de pendências 
com a Receita Federal.
3. Aderir ao Domicílio Tributário Eletrônico (DTE). A “adesão ao DTE 
permite que sua Caixa Postal no e-CAC também seja conside-
rada seu Domicílio Tributário perante a Administração Tributária 
Federal” (RECEITA FEDERAL, 2019, [s.p.]). Para adotar o DTE, o 
contribuinte deverá estar no Portal e-CAC e clicar em: “Serviços 
disponíveis no Portal e-CAC”; “Outros”; e “Opção pelo Domicílio 
Tributário Eletrônico”.
Tomadas as providências listadas acima, a empresa estará pronta para 
se habilitar no Radar e adquirir sua certificação digital.
O detalhamento de cada uma das modalidades de habilitação será feito 
na próxima seção, quando conversaremos sobre o SISCOMEX Importação 
e sobre suas peculiaridades, uma vez que essas modalidades estão relacio-
nadas, principalmente, aos valores permitidos para importação dentro de 
cada uma delas, sendo que os valores de exportação sempre serão ilimitados.
Exemplificando
Imagine que um produtor de produtos artesanais feitos de capim 
dourado tenha acabado de abrir uma empresa como Microempreen-
dedor Individual (MEI), e que essa empresa tenha interesse em exportar 
seus produtos para o exterior.
Para isso, o empreendedor deverá, incialmente, habilitar o seu repre-
sentante no e-CPF; posteriormente, deverá cadastrar a instituição no 
e-CAC. O terceiro passo será aderir ao DTE. De posse de todos esses 
acessos, ele estará apto à habilitação no Radar. Como trata-se de um 
microempreendedor, a própria legislação para os limites de fatura-
15
mento desse tipo de empresa não permitirá que ele se habilite em outra 
categoria que não seja a do Radar Expresso.
Veja, a seguir, as exigências documentais para cada modalidade e 
será possível concluir que, para a habilitação nas categorias “Limitado” e 
“Ilimitado”, as exigências documentais são maiores em relação à Pessoa 
Física e Radar Expresso, isso se explica pelo fato de que essas duas categorias 
envolvem transações em valores mais vultosos que as outras duas modali-
dades e, por essa razão, a exigência maior. O Quadro 1.1 traz a relação de 
documentos a serem apresentados segundo cada modalidade:
Quadro 1.1 | Documentos exigidos para cada modalidade radar
Pessoa física e Radar Expresso Radar Limitado e Ilimitado
• RG e CPF do representante legal.
• Contrato social.
• Adesão ao e-Cac e Termo do DTE.
• RG e CPF do representante legal.
• Contrato social.
• Adesão ao e-Cac e termo do DTE.
• Certificado Simplificado da Junta 
Comercial do Estado.
• Certidão Negativa junto à Receita 
Federal de Débito e Crédito Fiscal 
(DCTF).
Fonte: adaptado de Receita Federal (2018).
Cabe salientar que nas modalidades de radar “Limitado” e “Ilimitado”, há 
a liberalidade da Receita Federal de solicitar documentos complementares, 
caso considere necessário. A relação dos documentos solicitados dependerá 
do tipo de empresa, do tipo de produto que ela comercializa e da negociação 
a ser feita. Pode-se pedir, por exemplo, o histórico de todas as alterações 
contratuais, caso haja algum questionamento sobre a formação societária 
atual da empresa, ou até, em outros casos, um atestado negativo de débitos 
fiscais, se houver algum indício de tentativa de burlar a Receita Federal.
As regras relativas aos processos de importação e exportação, bem como 
as orientações relativas à habilitação, navegação e documentação, são regular-
mente revistas pelos Órgãos Anuentes. Sendo assim, após sua habilitação, 
a empresa precisa manter-se informada sobre as atualizações do sistema, 
consultando, principalmente, o Manual de habilitação no sistema. 
16
Ambiente de treinamento 
Como há constantes atualizações no SISCOMEX, o sistema conta com 
um ambiente de treinamento que permite aos operadores conhecerem essasinovações e simularem lançamentos no sistema (sendo que as operações 
realizadas no ambiente de treinamento não são contabilizadas para efeitos 
tributários, aduaneiros e/ou administrativos). Dessa forma, no ambiente 
de treinamento, que é de acesso público, ou seja, qualquer cidadão poderá 
usufruir dessa facilidade, o usuário poderá proceder à simulação de qualquer 
processo de exportação ou importação. Poderá simular uma Declaração 
de Exportação, uma Licença de Importação, uma retificação de registro de 
exportação ou importação, bem como simular um tratamento administrativo 
ou o registro de uma carga. Sendo assim, antes de realizar qualquer operação 
real no sistema, é aconselhável que sejam feitos processos simulados para 
eliminar qualquer dúvida que possa surgir.
Sem medo de errar
Você, como estagiário no setor de comércio exterior contratado pela 
Union Poulet, entendeu o que é Radar SISCOMEX e como se habilitar nele. 
Agora, para fixar os conteúdos e ter certeza de que a empresa seguirá tranqui-
lamente em sua caminhada, você deve utilizar o ambiente de treinamento 
para se certificar de que tudo está correndo como deveria, aprendendo a 
manusear a plataforma.
O ambiente de treinamento permite simular o funcionamento do sistema. 
Assim, os usuários terão acesso a todas as funcionalidades do SISCOMEX, 
mas em um ambiente de teste, em que as operações realizadas não serão 
contabilizadas para efeitos administrativos, tributários ou aduaneiros. Tudo 
o que envolve o uso do SISCOMEX para exportação e importação de uma 
mercadoria poderá ser simulado: uma Declaração de Exportação, uma 
Licença de Importação, uma retificação de registro de exportação ou impor-
tação, bem como um tratamento administrativo ou o registro de uma carga.
Para tratamentos administrativos, você deve utilizar a funcionalidade 
“Simular tratamento administrativo” no menu “Tratamento administra-
tivo”, também disponível no perfil de “Acesso público” (SISCOMEX, 2019). 
Dessa forma, você começará a se familiarizar com o uso do SISCOMEX, 
podendo tornar-se uma peça muito importante dentro da Union Poulet, 
nesse momento em que ela está partindo para uma internacionalização de 
suas transações comerciais.
17
Avançando na prática
Excesso de oferta e busca por novos mercados
Você é o proprietário de uma empresa especializada na fabricação de 
produtos eletrônicos. Atualmente, 100% de seus produtos são comerciali-
zados no mercado nacional e, com a retração da economia e baixo cresci-
mento do Produto Interno Bruto (PIB), você decidiu ampliar seu campo de 
atuação, buscando novos mercados (fora do país) para seus produtos, bem 
como quer passar a importar alguns insumos para baratear os produtos que 
fabrica. A questão da internacionalização é um aspecto muito importante 
para as empresas e, segundo Kotler (2014, p. 672), “muitos fatores estão 
levando mais e mais empresas ao mercado internacional”.
Para que uma empresa tenha sucesso no mercado internacional, é muito 
importante a questão do seu preparo no que diz respeito aos processos que 
devem ser realizados para as atividades de exportação. Dessa forma, o que 
você precisa fazer para habilitar a empresa para exportar os produtos eletrô-
nicos e importar os insumos? Quais etapas você deve cumprir nesse processo?
Resolução da situação-problema
O primeiro passo para implantação de qualquer processo de interna-
cionalização é habilitar a empresa no SISCOMEX. Como trata-se de uma 
empresa já consolidada no mercado, certamente você não terá dificul-
dades em realizar sua habilitação. Assim, para habilitar sua empresa a fazer 
transações comerciais internacionais, basta entrar no site do SISCOMEX e, 
no PORTAL ÚNICO, clicar em “Habilitar empresa” e em “Como habilitar 
minha empresa”, onde você terá acesso a todas as informações que precisa no 
Manual de Habilitação do Radar.
Nessa habilitação, você precisará escolher a modalidade (Radar 
Expresso, Radar Limitado, ou Radar Ilimitado) para a qual está pedindo 
habilitação a fim de atuar no mercado internacional, apresentando a 
documentação pedida (lembre-se de que, se a escolha for pela modalidade 
Limitada ou pela Ilimitada, pode ser que a empresa precise apresentar os 
documentos fisicamente).
Nesse processo, cabe destacar que sem o e-CPF, o cadastro no e-CAC e 
a adesão ao DTE, a empresa não conseguirá dar sequência àqueles passos 
apresentados anteriormente sobre a Habilitação no SISCOMEX.
18
Faça valer a pena
1. O SISCOMEX é um sistema criado por meio do Decreto nº 660, de 25 
de setembro de 1992 (BRASIL, 1992), pelo governo federal brasileiro, que 
permite a este uma supervisão completa do comércio internacional do país. 
Por meio do SISCOMEX, o governo pode implantar novas leis no comércio 
internacional e controlar o cumprimento das atuais. À medida que o país 
implementou novos sistemas relacionados à importação e à exportação de 
mercadorias, o SISCOMEX se tornou um polo de integração de diferentes 
sistemas, que estão divididos em algumas categorias. 
Considerando as informações apresentadas, analise as afirmativas a seguir:
I. O Siscomex Carga, conhecido como Siscarga, é um sistema de 
controle da movimentação de embarcações, cargas e contêineres 
vazios transportados na via aquaviária, em portos brasileiros.
II. O Sisbacen é utilizado pelo Banco Central na condução de seus 
processos de trabalho.
III. O CCT faz o controle de movimentação de cargas de exportação e 
importação, entre as diversas etapas do despacho aduaneiro.
É correto o que se afirma em:
a. I, apenas.
b. I e II, apenas.
c. I, II e III.
d. II e III, apenas.
e. I e III, apenas.
2. Para sobreviver em um mercado globalizado e extremamente concor-
rido, cada vez mais as organizações estão internacionalizando seus negócios 
e, por isso, é muito importante entender como se inserir nesse mundo 
complexo e desafiador.
Sobre esse tema, leia as afirmativas a seguir e selecione a correta:
a. Todas as licenças, autorizações ou exigências incidentes sobre opera-
ções de negócios internacionais deverão ser solicitadas diretamente 
na Receita Federal do Brasil.
b. O SISCOMEX tem como único objetivo a supervisão, pelo governo 
federal, do comércio internacional do país.
19
c. As entidades administradoras, que são os órgãos intervenientes e 
mantenedores, são responsáveis pela administração, pela manutenção 
e pela melhoria do SISCOMEX.
d. Para se tornar um importador/exportador, somente as instituições 
jurídicas precisam se habilitar no SISCOMEX. Pessoas físicas não têm 
essa obrigação.
e. Os órgãos anuentes são acionados pelos órgãos gestores quando há a 
identificação de qualquer irregularidade em um processo de expor-
tação/importação.
3. Existem dois tipos diferentes de órgãos do governo federal que intervêm 
no comércio exterior do país: as entidades administradoras e as entidades 
autorizadas. Como entidades administradoras (também chamadas de órgãos 
gestores) estão os órgãos intervenientes e mantenedores, que são responsá-
veis pela administração, pela manutenção e pela melhoria do SISCOMEX.
Além dos órgãos intervenientes, há os órgãos anuentes, que são os respon-
sáveis pela análise e pela autorização de processos específicos de importação 
ou exportação de mercadorias especiais ou controladas, como é o caso, por 
exemplo, de produtos da fauna, flora, medicamentos, alimentos, equipa-
mentos radioativos, entre outros.
São órgãos intervenientes:
a. SECEX, ANVISA e INMETRO. 
b. Secretaria da Receita Federal, BACEN e ANVISA.
c. BACEN, SUFRAMA e INMETRO. 
d. Secretaria da Receita Federal, SECEX e BACEN.
e. Secretaria da Receita Federal, CAMEX e INMETRO.
20
Seção 2
SISCOMEX Importação
Diálogo aberto
Caro aluno, se você já fez uma viagem internacional ou assistiu a algum 
programa que tratasse do assunto, deve ter percebido que há produtos que 
não podem ser trazidos do exterior ou levados para fora do Brasil em sua 
bagagem, havendo uma fiscalização alfandegária para controlar isso. Da 
mesma forma, quandouma empresa ou pessoa vai importar algum produto, 
existem normas a serem cumpridas para que não haja problemas relativos 
a esse processo. Assim, nesta seção, falaremos especificamente do processo 
de importação e de como uma organização deve proceder para atuar 
como importador.
Inicialmente, relembremos a situação-problema da seção anterior. A 
Union Poulet é uma joint venture que foi aberta recentemente, tendo como 
sócias as multinacionais KLM International e OPQ International, que 
estão no mercado brasileiro há mais de 30 anos. Após receber sua ajuda, 
o sr. Helder, gerente de comércio exterior da empresa, conseguiu concluir 
a habilitação da Union Poulet no SISCOMEX. No entanto, esse é apenas o 
começo, pois as duas multinacionais criaram a joint venture com um objetivo 
muito específico: abastecer o mercado nacional com suplementos que não 
são fabricados no Brasil. Para isso, após a habilitação, a empresa ainda precisa 
entender quais são os procedimentos necessários para atuar como importa-
dora, já que pretende importar insumos para a fabricação de ração para aves, 
e você, como estagiário do departamento de comércio exterior, terá como 
missão ajudar o sr. Helder nessa etapa.
Assim, após estudos feitos pela equipe do sr. Helder, da qual você faz 
parte, foi estimado que a empresa pretende importar semestralmente, cerca 
de US$ 2 milhões em insumos. Diante dessa informação, você acha que a 
Union Poulet, por ser uma empresa recém-criada, conseguirá sua habilitação 
para esse volume de importação? Que tipo de habilitação ela precisa tentar 
obter? Além disso, de qual outra autorização a organização pode precisar 
para importar esses insumos para a fabricação da ração?
Saiba que, ao final desta seção, você será capaz de identificar uma Licença 
de Importação (LI), diferenciá-la de uma Declaração de Importação (DI), 
bem como, se familiarizar com a Nomenclatura Comum do MERCOSUL 
(NCM) e com os conceitos e normas da Tarifa Externa Comum (TEC), além 
21
de perceber o quanto esses conceitos são importantes para o importador. Isso 
não é ótimo? Vamos, então, ajudar o Sr. Helder nessa missão?
Não pode faltar
Em períodos de crise, importar uma mercadoria mais barata do que a 
similar vendida no mercado nacional ou mesmo suprir uma carência nacional 
pode ser determinante para o sucesso de um negócio. Nesta seção, teremos 
como foco a análise no SISCOMEX Importação, entendendo tudo o que é 
exigido para a aquisição de uma mercadoria ou serviço de uma outra nação. 
Antes de tratarmos das exigências do SISCOMEX Importação, você já 
refletiu sobre o motivo que leva uma empresa a decidir importar? As causas 
são diversas: preço, prazo de pagamento, qualidade ou a aquisição de um 
produto que ainda não é produzido/oferecido dentro do país. No entanto, 
será que, após ter encontrado um fornecedor internacional para importar 
algum bem, basta o importador enviar o dinheiro ao exterior e receber a 
mercadoria? A resposta é não. Sem a habilitação da empresa no Radar 
SISCOMEX não é possível realizar qualquer processo de importação.
Após estar habilitada a importar, a empresa precisa identificar os tipos 
de habilitação existentes, tendo de escolher um deles para se enquadrar. 
Atualmente, a habilitação é escalonada de acordo com os objetivos do 
interessado, conforme Quadro 1.2, a seguir.
Quadro 1.2 | Tipos de habilitação no Radar (SISCOMEX Importação, 2019)
Tipo de habilitação Características
Radar para 
microempreendedor
Habilitação para microempreendedor que deseja iniciar 
uma atividade de importação e/ou exportação. Há um 
limite de US$ 50 mil por semestre para importações e é 
ilimitado para exportações.
Radar Expresso
Habilitação para pequenas e médias empresas que dese-
jam iniciar uma atividade de importação e/ou exporta-
ção. Da mesma forma que o tipo anterior, o limite regu-
lamentar de importação é de US$ 50 mil por semestre e 
é ilimitado para exportações. Esse tipo de habilitação foi 
a grande inovação na IN nº 1.603/2015 (BRASIL, 2015), 
que reduziu drasticamente as exigências documentais 
para essa categoria, facilitando muito a operação para 
aquelas empresas que tinham pouca habitualidade para 
atuar no comércio internacional.
22
Tipo de habilitação Características
Radar Limitado
Habilitação para empresas iniciantes em importa-
ção e exportação. O limite regulamentar é fixado 
em US$ 150 mil por semestre para importações e é 
ilimitado para exportações. A Receita Federal trava o 
sistema se o importador ultrapassar o limite preestabe-
lecido, obrigando a empresa a solicitar a mudança de 
tipo de habilitação, cumprindo todas as exigências para 
isso, como aporte de documentação e demais dados que 
forem solicitados.
Radar Ilimitado
O Radar Ilimitado é destinado às empresas que preten-
dem importar acima de US$ 150 mil semestrais, man-
tendo-se, sempre, as exportações como ilimitadas. As 
empresas inseridas nessa categoria são constantemente 
seguidas pela Receita Federal, que acompanha seus 
comportamentos no mercado internacional. Qualquer 
indício de irregularidade será motivo de investigação e, 
se for o caso, as devidas sanções legais serão impostas.
Fonte: adaptado de Brasil (2015).
Declaração de importação e licença de importação
Com a habilitação deferida, a empresa está apta a registrar suas importa-
ções. A maioria das operações de importação no Brasil está isenta de licen-
ciamento de importação. Em grande parte dos processos, basta que o impor-
tador registre uma Declaração de Importação (DI) no SISCOMEX para cada 
uma das operações que for realizar. 
A DI nada mais é do que um formulário específico destinado à declaração 
de importações que estão livres da necessidade de solicitar o licenciamento 
de importação. Para encontrar o ambiente de preenchimento, o represen-
tante legal da empresa acessará, no Portal SISCOMEX, o ambiente de impor-
tação, por meio de uma certificação digital, e deverá preencher todos os 
campos do formulário da DI. Após o preenchimento dessas informações, 
serão gerados os dados para quitação dos possíveis impostos e taxas devidos. 
Quando a DI estiver vinculada a uma licença de importação não automática 
(de que falaremos a seguir), os campos relativos aos bens que estão sendo 
importados serão preenchidos automaticamente. Caso seja um bem contem-
plado com o licenciamento automático, todos os dados deverão ser preen-
chidos manualmente.
Em alguns casos, as pessoas física e jurídica estarão dispensadas da habili-
tação no SISCOMEX, e, consequentemente, não obrigadas a registrarem 
suas importações, como é o caso da importação realizada por intermédio 
da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ou de empresa de 
23
transporte expresso internacional, desde que não configure atividade comer-
cial, além de bagagens desacompanhadas (RECEITA FEDERAL, 2018).
Outro tipo de importação que não exige registro no SISCOMEX é o 
Regime de Tributação Simplificada (RTS), que foi criado para facilitar os 
processos de importação realizados via remessa postal ou encomenda aérea, 
que não ultrapassem o valor de US$ 3 mil ou o equivalente em outra moeda e 
pode ser utilizado tanto por pessoas físicas quanto jurídicas. Entretanto, essa 
facilidade provoca um alto custo para o importador, pois sobre ela incide um 
imposto de importação com alíquota de 60% (sessenta por cento), desconsi-
derando a classificação da mercadoria conforme o NCM.
No RTS, parte dos demais impostos, que, normalmente, são incidentes 
sobre os produtos importados, não serão aplicados, ou seja, são isentos de 
cobrança. São eles: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa 
de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor 
Público (PIS/PASEP) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade 
Social (COFINS).
Entretanto, nesses casos, a isenção não alcança o Imposto Estadual sobre 
circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), sendo necessário que o impor-
tador consulte a alíquota de cada estado para ter ciência da cargatributária 
total da mercadoria. Os únicos produtos isentos do imposto de importação 
na tributação simplificada são os medicamentos importados por pessoas 
físicas. Produtos derivados de fumo e bebidas alcoólicas não se beneficiam 
dessa modalidade de tributação.
Será utilizado como base de cálculo, o valor aduaneiro das mercadorias, 
ou seja, o preço da aquisição, acrescido dos custos logísticos e de seguro até o 
local final de entrega. Caso haja alguma irregularidade quanto ao valor final 
dos bens importados ou em relação ao tipo de produto importado pelo RTS, 
o procedimento de nacionalização acontecerá por meio do procedimento 
comum e estará sujeito a todos os trâmites legais a ele relacionados.
Por outro lado, visando proteger a indústria nacional e os consumidores, 
para a importação de alguns produtos (alimentos, medicamentos, brinquedos, 
dentre vários outros), é necessário obter um licenciamento específico, denomi-
nado Licença de Importação (LI), da qual falaremos a seguir. 
Como obter uma Licença de Importação
A Licença de Importação é um documento que contém informações 
sobre as mercadorias que serão importadas e a operação de importação em 
geral. Penalidades podem ser aplicadas em caso de falta de licença ou se a LI 
for solicitada após o embarque, no caso do licenciamento não automático. 
24
Reflita
A LI é uma autorização que facilita o controle administrativo do governo 
daquilo que entra (e da forma que entra) no país. Como a expedição 
dessas Licenças de Importação ajuda a proteger a indústria nacional e os 
consumidores do país? Reflita sobre esse assunto.
Quando a operação de importação requer uma LI, o importador deverá 
fornecer as informações ao SISCOMEX. Essas informações incluem a 
identificação de importadores e exportadores, o país de origem, descrição 
detalhada e classificação das mercadorias, segundo a Nomenclatura Comum 
do MERCOSUL (NCM), regime fiscal para o imposto de importação, carac-
terização da operação, a conversão de moeda, dados sobre o transporte e o 
Incoterm, entre outras informações sobre o licenciamento das mercadorias 
envolvidas no processo. 
Para saber se a importação é sujeita à requisição da LI ou não, o impor-
tador deve consultar o bem pelo seu código NCM (Nomenclatura Comum 
do MERCOSUL), no módulo “Tratamento administrativo”, no SISCOMEX 
(SISCOMEX TRATAMENTO, [s.d.]).
Assimile
A Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM) foi adotada pelos países 
que integram o bloco (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) para 
fomentar o crescimento do comércio internacional, facilitar a geração 
de dados estatísticos (pela padronização das informações) e, acima 
de tudo, criar tarifas comuns entre os países do MERCOSUL, além de 
fornecer outras informações relevantes ao comércio internacional. 
O NCM se baseia em um sistema denominado Sistema Harmonizado de 
Classificação e Codificação de Mercadorias, ou simplesmente Sistema 
Harmonizado (SH). Trata-se de um método internacional de classificação de 
produtos baseado em uma estrutura de código e descrições relacionadas. 
O acordo existente entre os países que compõem o MERCOSUL é de 
que seus membros deverão praticar, em negociações com países fora 
do bloco, tarifas comuns, considerando uma relação de categorias. 
Quando de uma negociação com países externos ao MERCOSUL, a tarifa 
de imposto será determinada baseando-se na classificação NCM das 
mercadorias que forem objeto da negociação. Sendo assim, foi criada 
a Tarifa Externa Comum (TEC), a partir de 1995, com base na NCM, com 
os impostos de importação incidentes sobre cada um dos seus itens.
O SH é um código composto de seis dígitos que se baseia em um princípio 
fundamental de que as mercadorias são classificadas de acordo com 
25
sua espécie, por suas características específicas, como origem, material 
componente e aplicação (BRASIL, [s.d.]). Os produtos são organizados, 
hierarquicamente, em uma ordem numérica lógica, considerados pelo 
seu grau de processamento e sofisticação (BRASIL, [s.d.]).
O SH tem 21 seções e 96 capítulos, contando, também, com notas de 
seção, notas de capítulo e notas de subposições. Da mesma forma, os 
capítulos também têm posições e subposições, para os quais atribu-
íram-se códigos numéricos. O Capítulo 77 não está sendo utilizado e 
mantém-se reservado para eventuais inclusões, enquanto os Capítulos 
98 e 99 são destinados a especificidades de cada estado membro. O 
Brasil, por exemplo, usa o Capítulo 99 para registrar operações especiais 
de exportação (BRASIL, [s.d.]).
Cada NCM é composto de oito dígitos: os primeiros seis são determi-
nados pelo Sistema Harmonizado, os dois últimos são utilizados para 
determinar especificidades de cada subseção e foram estabelecidos 
pelos membros do bloco (SISCOMEX NCM, [s.d.]). Assim, a classificação 
dos produtos obedece à seguinte ordem:
• Capítulo: os dois primeiros dígitos do SH.
• Posição: são os quatro primeiros dígitos do SH.
• Subposição: são os seis primeiros dígitos do SH.
• Item: é o sétimo dígito da NCM.
• Subitem: é o oitavo dígito da NCM. 
Exemplificando
Uma empresa do setor químico pretende importar um suplemento 
químico para a produção de ração para aves. Então, localizaremos o 
nosso produto na tabela NCM.
Os produtos químicos fazem parte da Seção VI: “Produtos das indústrias 
químicas ou das indústrias conexas”. Dentro da Seção VI, o Capítulo 38 
trata dos “Produtos diversos das indústrias químicas”. 
A Posição é 3824, que trata dos “Aglutinantes preparados para moldes 
ou para núcleos de fundição; produtos químicos e preparações das 
indústrias químicas ou das indústrias conexas (incluindo os constituídos 
por misturas de produtos naturais), não especificados nem compreen-
didos noutras posições”.
A subposição é a 3824907: “Produtos e preparações à base de elementos 
químicos ou de seus compostos inorgânicos, não especificados nem 
compreendidos noutras posições”. 
26
Finalmente, o item 3824.90.79 é “Outros”, pois trata-se de um produto 
muito específico, que não é eleito com um número exclusivo.
A seguir, classificaremos uma ovelha prenha de raça pura, que estaria 
sendo importada por um fazendeiro.
Seção I: animais vivos e produtos do reino animal.
Capítulo 01: animais vivos.
Posição 0104: animais vivos das espécies ovina e caprina.
Subposição 0104.10: ovinos.
Item 0104.10.1: reprodutores de raça pura.
Subitem 0104.10.11: prenhes ou com cria ao pé.
A Licença de Importação pode ser automática ou não automática. Vamos 
conhecê-las?
• Licenças automáticas
As licenças automáticas são as mais comuns em nossa legislação e são 
concedidas à maioria das importações brasileiras. Elas podem, inclusive, ser 
solicitadas pelo SISCOMEX após o embarque das mercadorias no exterior, 
mas sempre antes do desembaraço aduaneiro ou da internalização, ou 
seja, antes da nacionalização dos produtos importados. Esse licenciamento 
ocorrerá automaticamente no sistema, no momento do registro da DI.
• Licenças não automáticas
Licenças não automáticas são necessárias quando a natureza intrínseca dos 
bens requer a autorização de outras autoridades públicas, os órgãos anuentes, 
que são aqueles que dão suporte aos órgãos gestores, segundo sua especifici-
dade, tratando-se, em sua maioria, de ministérios ou agências reguladoras. 
As LIs de liberação não automática precisam ser solicitadas no 
SISCOMEX, sempre antes do embarque (ou seja, essa LI precisa ser conce-
dida antes da data prevista para o embarque da importação, o que exige um 
planejamento bem preciso por parte do importador). Entretanto, em alguns 
casos, elas podem ser obtidas após o embarque das mercadorias, da mesma 
forma que o licenciamento automático, mas sempre antes do desembaraço 
aduaneiro. De forma resumida, os casos em que são permitidos esses proce-
dimentos são:
• Importação de matérias-primas direcionadas à Zona Franca de 
Manaus ou outras zonas comerciais, exceto quando o produto exigir 
uma licença de importação não automática.
• Importações que precisem da aprovação doCNPq.
27
• Mercadorias que entraram no país por meio de armazém de regime 
aduaneiro ou armazém industrial.
• Embarque em casos de nacionalização de unidades de carga, 
seus equipamentos e acessórios, utilizados, desde que em contê-
ineres rígidos.
Atenção
Caso a LI seja composta de múltiplas anuências (ou seja, mais de um 
órgão anuente precise autorizar aquela importação), prevalecerá o 
tratamento administrativo mais restritivo, isto é, se um dos órgãos 
anuentes indicar a necessidade de LI não automática, esta precisará ser 
obtida (MACEDO, 2014).
Cabe destacar também que alguns gêneros de produtos têm sua impor-
tação proibida, sob a alegação de qualquer natureza como, por exemplo 
(BRASIL, 2009): 
• Cigarros e bebidas fabricados no Brasil e destinados à venda exclusiva 
no exterior.
• Resíduos de qualquer tipo e produtos usados, como pneus de 
segunda mão.
• Produtos falsificados ou pirateados.
• Bens que ofendem a moralidade, a tradição, a saúde ou a ordem pública.
• Narcóticos e outras substâncias ilegais.
Sem medo de errar
Com a sua ajuda, o sr. Helder deu mais um passo para alcançar os objetivos 
propostos com a criação da Union Poulet, que é importar insumos para a 
fabricação de ração para aves. Nesta seção, você tinha a missão de mostrar 
a ele como a organização deveria proceder para se tornar capacitada a atuar 
como empresa importadora e, também, quais são os documentos necessários 
para se oficializar um processo de importação. Agora que já percorremos 
esse caminho, fixaremos melhor esses conteúdos. Como a Union Poulet já 
está habilitada no SISCOMEX, para começar a importar, o próximo passo 
burocrático é definir em qual tipo de habilitação no SISCOMEX a empresa 
pedirá enquadramento: Radar Microempreendedor; Radar Express; Radar 
Limitado; ou Radar Ilimitado.
28
Obviamente, a Union Poulet não poderá ser enquadrada como Radar 
Microempreendedor, pois ela não é uma microempresa. Sobre as outras 
modalidades, lembre-se de que o Radar Express é destinado à habilitação para 
pequenas e médias empresas que desejam iniciar uma atividade de Importação 
e/ou Exportação, como limite máximo de importação de US$ 50 mil por 
semestre. Já o Radar Limitado é ideal para empresas iniciantes em importação, 
com limite regulamentar fixado em US$ 150 mil por semestre para importações. 
Finalmente, o Radar Ilimitado é destinado às empresas que pretendem importar 
acima de US$ 150 mil semestrais. As empresas inseridas nessa categoria são 
constantemente acompanhadas pela Receita Federal, que segue seus compor-
tamentos no mercado internacional. Qualquer indício de irregularidade será 
motivo de investigação e, se for o caso, as devidas sanções legais serão tomadas.
Como o volume pretendido de importação semestral pela Union Poulet 
é em torno de US$ 2 milhões, a empresa deve pedir o seu enquadramento 
na modalidade Radar Ilimitado. Nessa categoria, a Receita Federal analisará 
a capacidade financeira da empresa, baseando-se em seu recolhimento de 
tributos dos últimos cinco anos. Embora a Union Poulet seja uma empresa 
recém-criada, as empresas base, as multinacionais KLM International e 
OPQ International (que estão no mercado brasileiro há mais de 30 anos) é 
que terão os números analisados para a liberação do Radar Ilimitado para a 
companhia em questão.
Selecionando a modalidade mais adequada para a Union Poulet (no caso, 
o Radar Ilimitado), você e o sr. Hélder devem analisar, também, se será neces-
sária a emissão de Licença de Importação, ou se somente a Declaração de 
Importação atenderá às importações de insumo que a empresa pretende fazer.
Avançando na prática
Trâmite de Importação
A empresa Importa Mais precisa importar um equipamento no valor de 
US$ 2.500,00 e quer simplificar o trâmite de importação. O Paulo Ricardo, seu 
proprietário, obteve a informação de que há opções de importação que não 
exigem o registro no SISCOMEX. Como ele não é um importador rotineiro, 
não gostaria de se submeter a todo o processo de habilitação no SISCOMEX. 
Além disso, ele está com dúvida de como vai pagar os tributos dessa impor-
tação. Sendo assim, você está convocado a subsidiar o Paulo Ricardo para 
responder o seguinte questionamento: ele pode importar este equipamento 
sem o recolhimento de tributos?
29
Resolução da situação-problema
Pelo valor da importação que será realizada pela Importa Mais, não há 
necessidade de habilitação no SISCOMEX, uma vez que realizar importações 
não é uma atividade rotineira para Paulo Ricardo. O Regime de Tributação 
Simplificado (RTS) foi criado justamente para esses casos, ou seja, para 
importações que são realizadas via remessa postal ou encomenda aérea, com 
valores inferiores a US$ 3 mil, sendo que este pode ser utilizado tanto por 
pessoas físicas quanto por pessoas jurídicas. 
Mesmo com essa facilidade, a empresa não poderá deixar de recolher 
os tributos, pois, sobre essa modalidade de importação, há a incidência da 
alíquota de 60% de Imposto de Importação, independentemente de sua 
classificação NCM. Além do Imposto de Importação, a Importa Mais deverá 
recolher o ICMS, o que leva Paulo Ricardo a precisar consultar a alíquota do 
seu estado para conhecer a carga tributária total sobre sua importação.
Faça valer a pena
1. Foi adotada pelos países que integram o Bloco Econômico composto por 
Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com o objetivo de fomentar o cresci-
mento do comércio internacional, facilitar a geração de dados estatísticos 
e, acima de tudo, criar tarifas comuns entre os país que compõem o bloco, 
além de fornecer outras informações relevantes ao comércio internacional. 
O Brasil também adota essa classificação, que é feita por meio de códigos 
numéricos, de modo que, em qualquer parte do mundo, todos saibam que 
tipo de mercadoria está sendo transacionada. A figura a seguir demonstra os 
parâmetros de classificação de uma mercadoria:
Figura | Parâmetros de classificação de uma mercadoria
8703.24.10 Subitem
Item
Subposição de 2º nível
Subposição de 1º nível
Posição
Capítulo
Fonte: adaptada de http://www.investexportbrasil.gov.br. Acesso em: 7 jul. 2018.
http://www.investexportbrasil.gov.br
30
De que classificação estamos falando?
a. Da CUCI – Classificação Uniforme para o Comércio Internacional.
b. Do SISCOMEX – Sistema Integrado de Comércio Exterior. 
c. Da NBM – Nomenclatura Brasileira de Mercadorias. 
d. Da NCM – Nomenclatura Comum do MERCOSUL.
e. Do SH – Sistema Harmonizado.
2. João Pedro é um empresário conhecido em sua cidade. Após dar 
entrada no SISCOMEX das informações sobre a importação de um 
produto, ele constatou que mais de um órgão anuente precisa autorizar 
aquela compra internacional.
Como essa Licença de Importação (LI) é composta de múltiplas anuências, 
então prevalecerá:
a. O tratamento administrativo mais restritivo, isto é, se um dos órgãos 
anuentes indicar a necessidade de LI não automática, esta precisará 
ser obtida. 
b. O tratamento administrativo menos restritivo, isto é, se um dos órgãos 
anuentes indicar a necessidade de LI não automática, esta precisará 
ser obtida.
c. O tratamento administrativo indicado pelo órgão regulador respon-
sável, que está, hierarquicamente, acima dos órgãos anuentes.
d. O tratamento administrativo indicado pelo primeiro órgão anuente 
que apresentar o seu parecer.
e. O tratamento administrativo escolhido pela empresa de João Pedro.
3. A maioria das operações de importação no Brasil é realizada de forma 
simplificada, utilizando-se apenas de registro da importação no SISCOMEX. 
O preenchimento desse formulário foi a forma que o governo brasileiro 
encontrou para facilitar o processo para aquelas empresas que desejam 
importar produtos que não estão sob o controle de outros órgãos.
De que documento (formulário) estamos falando?
a. Licença de Importação automática.
b. Licença de Importação não automática.
c. Declaração de Importação.
31
d. Isenção de importação.
e. Importação simplificada.
32
Seção 3
SISCOMEX exportaçãoDiálogo aberto
Prezado aluno, 
Atuar no mercado internacional pode ser considerado um dos principais 
passos para que uma organização se consolide como um negócio bem-su-
cedido. Mas, essa atuação não é vantajosa apenas para as organizações, já 
que ela também ajuda as economias nacionais a crescerem e se expandirem, 
principalmente quando falamos do mercado de exportação, pois exportar 
significa trazer divisas para o país. 
Além disso, quando suas empresas são fortes no mercado internacional, 
os governos veem suas economias se fortalecerem proporcionalmente, uma 
vez que nenhum país é autossuficiente. Por exemplo, enquanto alguns países 
são ricos em minerais, metais preciosos ou combustíveis fósseis, outros estão 
enfrentando uma escassez desses recursos. Em contrapartida, outras nações 
têm infraestruturas ou sistemas educacionais altamente desenvolvidos, 
enquanto outros, não. 
A partir do momento em que os países começam a exportar seus excessos 
de mercadorias ou serviços, importando o que lhes falta, suas economias 
tendem a se estabilizar e crescer. Essa dinâmica de importação e exportação 
não é benéfica apenas para empresas e governos, sendo relevante, também, 
para os consumidores, que irão se beneficiar de mercadorias, serviços ou 
componentes que não são produzidos localmente, mas estão disponíveis para 
seu consumo. 
Considerando as vantagens que o mercado de exportação proporciona 
ao país, o governo brasileiro possui diversos programas de incentivo às 
empresas que exportam. 
Diante desse cenário tão atrativo, as multinacionais KLM International 
e OPQ International criaram a Union Poulet com uma visão de futuro 
audaciosa, que envolve fazer uso dos benefícios que o governo brasileiro 
oferece a empresas que atuem no comércio internacional como exporta-
doras. Mas, para se beneficiar futuramente desses programas, a empresa 
precisa, também, se familiarizar com o ambiente de exportação. Como a 
Union Poulet deve iniciar o processo de exportação no Siscomex? Assim 
como acontece com as importações, as exportações da Union Poulet também 
serão controladas pelos órgãos reguladores e anuentes? 
33
Ao concluir os estudos desta seção, você será capaz de delimitar todos os 
elementos que compõem um processo de exportação no âmbito do Siscomex, 
bem como conhecer a política do comércio exterior brasileiro, identificando 
as regras de tratamento administrativo conforme o tipo de documento de 
exportação e, ainda, conhecer as premissas que permitem uma exportação 
temporária. Isso não é ótimo? Como estagiário na Union Poulet, que tal 
ajudar o Sr. Helder, gerente de comércio exterior da empresa, nessa missão?
Não pode faltar
Caro aluno, em primeiro lugar, vamos deixar claro que as exportações, 
da mesma forma que no processo de importação, estão sujeitas às regras e 
vigilância de três organismos governamentais: importação, estão sujeitas 
às regras e vigilância de três organismos governamentais: 
1. a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), que determina as regras 
e procedimentos administrativos que os exportadores devem seguir.
2. a Secretaria da Receita Federal (RFB), que fiscaliza a entrada e saída 
de produtos e de recursos originados do comércio exterior
3. e o Banco Central do Brasil (BACEN), que regulamenta o mercado de 
câmbio brasileiro. 
Exemplificando
A exportação de diamantes ou de qualquer outra pedra natural brasi-
leira, por exemplo, deverá receber a anuência da Agência Nacional 
de Mineração (ANM), que regula a atuação das entidades, físicas ou 
jurídicas, que queiram exportar ou importar algum desses produtos. 
Está sob a égide da ANM, emitir licenças, permissões, certificados e 
outros, no módulo LPCO do Siscomex, para os produtos identificados 
como pedras naturais, que estão organizados por categoria, de acordo 
com sua classificação na Nomenclaturas Comuns do Mercosul (NCMs). 
A correlação entre os produtos e as relativas NCMs é encontrada nos 
simuladores de exportação e importação.
A exportação de diamantes está regulamentada pela seguinte legislação: 
• Lei nº 10.743, de 9 de outubro de 2003 (BRASIL, 2003).
• Portaria Conjunta DNPM/SRF nº 397, de 13 de outubro de 2003 
(BRASIL, 2003a). 
• Portaria nº 192, de 25 de maio de 2007 (BRASIL, 2007).
34
O processo de exportação é operacionalizado no Siscomex, que começou 
a operar, em 1993, para as exportações e, em 1997, para as importações. 
Hoje, seus processos estão totalmente integrados e disponibilizam, eletro-
nicamente, ambientes para o cumprimento de todas as etapas necessárias 
para se iniciar, tramitar e concluir um procedimento relativo ao comércio 
exterior, pois ele interliga os diversos órgãos envolvidos nos trâmites de cada 
operação, o que simplifica, sobremaneira, as atividades das empresas.
Além disso, os operadores do comércio internacional contam com infor-
mações atualizadas, em tempo real, das normas que regem as importações 
e exportações brasileiras, organizadas por órgão responsável pela edição ou 
gestão da norma em questão. 
É nessa plataforma que os exportadores e/ou seus representantes legais 
realizam a inserção das informações e o acompanhamento dos processos 
junto aos órgãos reguladores e anuentes. A partir de 2017, o exportador 
brasileiro passou a ter a facilidade de registrar todas as suas exportações por 
meio da Declaração Única de Exportação (DU-E), que foi instituída pela 
Portaria Conjunta RFB/SECEX nº 349, de 21 de março de 2017 (RECEITA 
FEDERAL, 2017), que consiste em um documento eletrônico que define o 
enquadramento da operação de exportação e subsidia o despacho aduaneiro 
de exportação . Com a adoção da DU-E, foram extintas a Declaração de 
Exportação (DE), a Declaração Simplificada de Exportação (DSE) e o 
Registro de Exportação (RE). 
Nesse novo modelo, em um mesmo documento, são fornecidas infor-
mações de natureza aduaneira, administrativa, comercial, financeira, fiscal 
e logística, que caracterizam a operação de exportação dos bens por ela 
amparados (BRASIL, 2017).
Na elaboração da DU-E, o exportador irá inserir as informações necessá-
rias ao controle da operação de exportação, de acordo com:
I. A forma de exportação escolhida pelo exportador.
II. Os bens integrantes da DU-E.
III. As circunstâncias da operação (BRASIL, 2017).
A DU-E se baseia nos dados da nota fiscal eletrônica que ampara a 
operação de exportação , exceto nas hipóteses de exportação com base em 
nota fiscal em papel, ou nos casos em que a legislação dispensa a emissão 
desse documento, como o envio de bagagens, em geral, desacompanhadas; 
retorno de mercadorias ao exterior antes do registro da DI; bens de viajantes 
não incluídos no conceito de bagagem; bens de uso militar; entre outros 
35
itens. Todos os dados necessários à elaboração da DU-E deverão ser forne-
cidos pelo declarante. 
Há a possibilidade de optar entre três formas de realização da exportação 
por meio da DU-E:
I. Exportação própria.
II. Exportação por meio de operador de remessa expressa ou postal.
III. Exportação por conta e ordem de terceiro (BRASIL, 2017). 
Vamos conhecer um pouco essas formas de exportação por meio da 
DU-E? Na exportação própria, a própria empresa é a responsável pela expor-
tação (ou seja, ela é a fabricante/comerciante, exportadora e embarcadora). 
A exportação por meio de operador de remessa expressa ou postal é aquela 
feita via Correios ou Operador Expresso, como DHL, FEDEX, entre outros. 
Esse tipo de exportação é feito por meio de transporte aéreo, em que o 
operador realiza o processo de porta a porta, responsabilizando-se por todos 
os trâmites. Já na exportação por conta e ordem de terceiro, uma empresa 
específica é contratada para realizar a operação de exportação e, nesse caso, 
o declarante é um agenciador contratado para realizar a operação de expor-
tação em nome do exportador, funcionando como se fosse um transportador 
especializado. Ou seja, trata-se de um prestador de serviços, assim como 
os operadores logísticos e qualquer outra empresa que queiraoferecer esse 
serviço, desde que ela esteja habilitada para operar no Siscomex. O expor-
tador é sempre o emissor da nota fiscal de exportação e o declarante não se 
confunde com o representante legal da empresa exportadora.
Exemplificando
Vamos imaginar uma empresa fabricante de vinhos finos, sendo que ela 
mesma exporta os produtos que produz. Nessa situação, teremos um 
exemplo de exportação própria, já que é o próprio fabricante que fará 
o processo de exportação, ou seja, o produto exportado é faturado pelo 
próprio produtor, ao importador. Esse tipo de operação exige da empresa 
o conhecimento do processo de exportação em toda a sua extensão.
Na exportação por meio de remessa expressa ou postal, por exemplo, 
um exportador de clipes de plástico coloridos, que exporta para países 
da Europa quantidades em torno de 10.000 clipes/mês, deve utilizar 
os serviços dos Correios ou de empresas de remessa expressa (FEDEX, 
HDL, entre outros) para a operação, pois a localização do impor-
tador, as características de volume e peso dos produtos permitem 
esta operação, configurando a exportação por meio de operador de 
remessa expressa ou postal. 
36
Já na exportação realizada por conta e ordem de terceiro, um pequeno 
fabricante de chinelos artesanais, que não tem volume e tampouco valor 
de exportação que justifique a realização de uma exportação própria, 
pois os custos não seriam compensadores, contrata um agenciador, 
que providenciará todos os trâmites do processo, colocando sempre em 
nome do exportador. Nesse caso, o agenciador poderá fazer esse processo 
simultâneo para várias empresas e providenciar somente uma remessa, 
diminuindo custos logísticos, por exemplo.
Assimile
A exportação por conta e ordem foi criada pela Lei nº 12.995/2014 
(BRASIL, 2014) que, em seu art. 8º efetuou alterações e oficializou a MP 
2.158-35 (...) e reza:
Art. 81-A. No caso de exportação por conta e ordem, consi-
dera-se, para efeitos fiscais, que a mercadoria foi expor-
tada pelo produtor ou revendedor contratante da expor-
tação por conta e ordem. 
§ 1º A exportação da mercadoria deverá ocorrer no prazo 
de 30 (trinta) dias, contado da contratação da pessoa 
jurídica exportadora por conta e ordem.
§ 2º Considera-se data de exportação a data de apresen-
tação da declaração de exportação pela pessoa jurídica 
exportadora por conta e ordem. 
§ 3º A pessoa jurídica exportadora e o produtor ou reven-
dedor contratante da exportação por conta e ordem são 
solidariamente responsáveis pelos tributos devidos e pelas 
penalidades aplicáveis caso não seja observado o prazo 
estabelecido no § 1º.
§ 4º Não se considera exportação por conta e ordem de 
terceiro a operação de venda de mercadorias para pessoa 
jurídica exportadora. (BRASIL, 2014, [s.p.]) 
O despacho da mercadoria se inicia com a apresentação da carga para 
despacho (ACD). Via de regra, esta apresentação acontece quando a nota 
fiscal eletrônica é vinculada à DU-E e essa nota é registrada no módulo de 
controle de carga e trânsito, no Siscomex. Imediatamente após o registro da 
ACD, ocorre a análise de risco da operação de exportação, que será determi-
nante para seleção do canal de conferência aduaneira aplicável (verde, laranja 
ou vermelho), sendo que cada um deles possui as seguintes características: 
37
• Canal verde, em que a mercadoria é desembaraçada, ou seja, 
liberada para embarque automaticamente, sem qualquer verificação 
documental e da mercadoria. 
• Canal laranja, em que há conferência apenas dos documentos, sem a 
verificação da mercadoria.
• Canal vermelho, em que é feita a verificação dos documentos e a 
conferência física da mercadoria. 
Você sabe o que deve ser feito caso a DU-E de uma mercadoria seja 
selecionada para um canal de conferência diferente do verde? A exportação 
será submetida às exigências do canal selecionado por meio do módulo de 
conferência aduaneira. As DU-Es registradas no Siscomex serão analisadas, 
via sistema, tanto pelos órgãos gestores quanto pelos órgãos anuentes, que 
estabelecem regras específicas para o desembaraço de mercadorias dentro 
de sua área de competência. Após o seu desembaraço, a carga de exportação 
está liberada para embarcar ao exterior ou ser transportada até o local de 
embarque, sob o regime de trânsito aduaneiro, para, em seguida, embarcar 
ao exterior. Todo esse processo, após o preenchimento da DU-E, é feito 
automaticamente, sem necessidade de qualquer ação do usuário. 
Pela política de comércio exterior do Brasil, da mesma forma que nos 
processos de importação, alguns bens, na exportação, necessitam da anuência 
dos respectivos órgãos. A partir da publicação da Portaria SECEX nº 19, a 
atuação dos órgãos anuentes se tornou automática, conforme veremos a seguir. 
Portaria SECEX nº 19, de 03 de julho de 2019: módulo 
LPCO
Dentro do Siscomex, o módulo de Licenças, Permissões, Certificados e 
Outros Documentos de Exportação (LPCO) é o canal de relacionamento 
do exportador com os órgãos anuentes e intervenientes responsáveis pela 
emissão de licenças, permissões, certificados e outros documentos neces-
sários à exportação, para aquelas mercadorias que possuem restrições ou 
exigências especiais no tratamento administrativo.
No momento do registro da DU-E, o módulo LPCO verifica o controle 
administrativo (ou seja, o controle governamental feito com o objetivo de 
verificar a consonância da operação pretendida em relação às normas sanitá-
rias, ambientais, técnicas etc.) aplicável àquela mercadoria e, caso sejam neces-
sárias, as eventuais licenças, permissões, certificados ou quaisquer outros 
controles exigíveis para uma exportação são requeridos e concedidos por esse 
módulo do Siscomex, implantado por meio da Portaria SECEX nº 19, de 03 
38
de julho de 2019 (BRASIL, 2019). As licenças e permissões para exportação 
podem ser concedidas por operação e por período e/ou quantidade. 
Cada órgão anuente é responsável por dispor sobre os procedimentos e 
requisitos administrativos necessários para a liberação das licenças, permis-
sões ou certificados. Na possibilidade de ser necessária, para um mesmo 
processo de exportação, a anuência de dois ou mais órgãos, deverá haver 
a vinculação de cada documento, de forma independente, à DU-E. Antes 
que os documentos de exportação emitidos por meio do LPCO sejam vincu-
lados à DU-E, não poderá haver o embarque da mercadoria para o exterior 
quando a legislação impuser a obrigatoriedade da obtenção desse documento 
de exportação para a saída da mercadoria do território aduaneiro.
Alguns LPCOs são emitidos por meio de ofício e, portanto, não são 
preenchidos pelo exportador. Mas, como isso funciona? Nesses casos, o órgão 
anuente responsável emitirá o LPCO de ofício, com base no requerimento 
enviado pelo exportador diretamente ao órgão. Elementos da fauna brasi-
leira, por exemplo, são incluídos nessa categoria, cujas licenças deverão ser 
emitidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis (IBAMA), a partir das informações prestadas em seu sistema. 
Em todas as situações até aqui descritas, pode-se solicitar o regime 
especial de exportação temporária, que é aquele utilizado quando um bem 
será exportado temporariamente e, dentro de um prazo pré-determinado, 
será reimportado ao país, conforme veremos a seguir. 
Exportação temporária 
O regime de exportação temporária é aquele que autoriza a saída do terri-
tório aduaneiro com suspensão do pagamento do imposto de exportação, de 
mercadoria nacional ou nacionalizada, com obrigação de reimportação num 
prazo máximo de doze meses, prorrogável automaticamente por mais doze, 
num total de vinte e quatro meses (RECEITA FEDERAL, [2014]2019). A 
concessão desse regime deverá ser pedida na autoridade aduaneira que juris-
dicione o exportador, o porto seco de armazenagem, ou o porto, aeroporto 
ou ponto de fronteira de saída dos bens para o exterior, conforme as normas 
ditadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Cabe destacar que, narealidade, o principal benefício desse regime é o retorno das mercadorias 
sem o pagamento de tributos na operação de reimportação, desde que os 
mesmos retornem no mesmo estado em que foram exportados (para isso, 
é muito importante que o despacho de reimportação seja feito na mesma 
repartição onde foi registrada a exportação temporária). 
39
Vale salientar que, embora não seja comum, algumas mercadorias, na 
exportação temporária, têm, também, o imposto de exportação suspenso 
e não apenas os impostos internos, pois, as exportações de determinadas 
mercadorias estão sujeitas à incidência do Imposto de Exportação, ficando a 
cargo do Poder Executivo a determinação de quais produtos estarão sujeitos 
ao imposto. A alíquota incidente é de 30%, facultado ao Poder Executivo 
reduzi-la ou aumentá-la para atender aos objetivos da política cambial e do 
comércio exterior e, em caso de elevação, a alíquota do imposto não poderá 
ser superior 150%, ou seja, a cinco vezes o valor previamente fixado de 30%. 
Geralmente, as mercadorias sujeitas à taxação são aquelas cuja disponibi-
lidade no país não excede o consumo interno ou produtos considerados 
supérfluos ou de segurança nacional, como peles naturais, cigarros, armas 
e munições. Armas, munições e cigarros normalmente são taxadas com o 
imposto limítrofe de 150%. No regime aduaneiro especial de exportação 
temporária, o Imposto de Exportação incidente sobre as exportações de tais 
mercadorias fica com sua exigibilidade suspensa e, caso a reimportação não 
ocorra, será exigido o recolhimento dos impostos relativos.
É importante dizer também que, se a exportação temporária estiver 
relacionada a uso militar e apoio logístico às tropas brasileiras designadas 
para integrar força de paz no exterior e bens destinados à assistência e salva-
mento em situações de calamidade ou acidentes, o prazo será estabelecido de 
acordo com o período da missão no exterior.
Reflita
A maioria dos produtos exportados no Brasil não paga Imposto de 
Exportação. Por qual motivo isso acontece? Será que o estímulo do 
governo para as empresas brasileiras exportarem está relacionado com 
essa isenção? Reflita sobre o assunto!
Os seguintes bens serão objeto do regime de exportação temporária, 
sendo este concedido com base na DU-E:
I - bens destinados a eventos científicos, técnicos, educa-
cionais, religiosos, artísticos culturais, esportivos, políticos, 
comerciais ou industriais;
II - bens destinados às atividades de pesquisa científica 
e desenvolvimento tecnológico aprovadas pelo CNPq ou 
pela Finep;
III - bens destinados a pastoreio, adestramento, cobertura 
e cuidados da medicina veterinária;
40
IV - bens destinados a promoção comercial, inclusive 
amostras sem destinação comercial e mostruários de 
representantes comerciais, representantes legais, colabo-
radores ou prepostos das empresas solicitantes do regime;
V - bens destinados ao emprego militar e apoio logístico às 
tropas brasileiras designadas para integrar força de paz em 
território estrangeiro;
VI - bens destinados a assistência e salvamento em situa-
ções de calamidade ou de acidentes de que decorra dano 
ou ameaça de dano à coletividade ou ao meio ambiente;
VII - bens destinados à prestação de assistência técnica a 
produtos exportados, em virtude de garantia;
VIII - bens destinados à substituição de outro bem ou 
produto nacional, ou suas partes e peças, anteriormente 
exportado definitivamente, que deva retornar ao País para 
reparo ou substituição, em virtude de defeito técnico que 
exija sua devolução;
IX - bens destinados a homologação, ensaios, testes de 
funcionamento ou resistência, ou ainda a serem utilizados 
no desenvolvimento de produtos ou protótipos;
X - bens destinados a execução de contrato de arrenda-
mento operacional, de aluguel, de empréstimo ou de 
prestação de serviços, no exterior;
XI - bens destinados a atividades relacionadas com a 
intercomparação de padrões metrológicos, aprovadas 
pelo Inmetro;
XII - veículos terrestres ou embarcações de esporte e 
recreio, inclusive motos aquáticas, destinadas ao uso de 
seu proprietário ou possuidor, transportados ao amparo de 
conhecimento de carga;
XIII - bens integrantes de bagagem desacompanhada de 
residente. (RECEITA FEDERAL, [2014]2019, [s.p.])
Em alguns casos, será adotado o regime simplificado de despacho 
aduaneiro, como, por exemplo:
• Bens destinados a projetos ou eventos de caráter cultural.
• Bens destinados à pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico.
• Bens destinados à manutenção e reparo na central nuclear almirante 
Álvaro Alberto, em Angra dos Reis (RJ).
41
• Bens destinados às atividades de lançamento de satélites. 
• Bens destinados a atividades relacionadas com a intercomparação de 
padrões metrológicos.
O regime de exportação temporária será concedido de forma automática, 
sendo dispensados o registro de declaração ou qualquer outra formalidade, 
nas seguintes situações:
I - veículos para uso de seu proprietário ou possuidor, 
quando saírem do País por seus próprios meios;
II - veículos de transporte comercial brasileiros, 
conduzindo carga ou passageiros;
III - veículos terrestres, embarcações e aeronaves 
oficiais ou de uso militar;
IV - unidades de carga nacionais, seus equipamentos e 
acessórios, ainda que desacompanhados das unidades 
de carga a que se destinam; e
V - os bens reutilizáveis destinados ao transporte, 
acondicionamento, segurança, localização, preser-
vação, manuseio ou registro de condições de tempe-
ratura ou umidade de outros bens. (RECEITA FEDERAL, 
[2014]2019, [s.p.])
O descumprimento do regime de exportação temporária ocasionará 
multa de 5% do preço normal da mercadoria, além da incidência dos 
impostos suspensos e das demais penalidades cabíveis. Como descumpri-
mento devemos entender a quebra de qualquer das regras já relacionadas. 
Exemplificando
Vamos imaginar que uma empresa importe para consumo, peças de 
um equipamento (que, obviamente, vai sofrer desgaste pelo seu uso 
constante). Passado algum tempo, a empresa reenvia ao exterior, para 
reparo, as peças desgastadas sob a forma de exportação temporária, o 
que é permitido pela legislação. Entretanto, o saldo residual dessas peças 
será reprocessado no exterior e gerará uma nova peça, que utilizou a 
matéria prima da peça antiga e que será importada novamente. 
Trata-se de um descumprimento da legislação, pois a peça antiga, 
desgastada, não voltou para o país (o que retornará ao Brasil será 
somente a matéria prima enviada, na forma de uma nova peça, não se 
enquadrando no regime de exportação temporária). Nesse caso, serão 
42
cobrados todos os encargos que incidem sobre a importação daquela 
peça, mais a multa de 5%.
Sem medo de errar
Como abordado no início da seção, a Union Poulet tem uma visão 
audaciosa de futuro, que envolve fazer uso dos benefícios oferecidos pelo 
governo brasileiro a empresas que atuem no comércio internacional como 
exportadoras. Dessa forma, verifica-se que a empresa tem ambição de cresci-
mento, de conquistar clientes, aumentar seus lucros e assim potencializar a 
riqueza dos envolvidos nos negócios. Para isso, é necessário aproveitar-se de 
um contexto de oportunidades para buscar esses resultados por meio de outros 
mercados, ou seja, a Union Poulet precisa se tornar uma empresa exportadora. 
Nesse sentido, a proposta é que você, estagiário na Union Poulet, e o Sr. Helder, 
gerente de comércio exterior, indiquem que a empresa pode atuar, concomi-
tantemente, como importadora e como exportadora, sendo que, em ambos os 
casos, ela está sob a vigilância dos órgãos gestores e anuentes. 
Para que um processo de exportação tenha início, a empresa deve demons-
trar suas intenções, registrando sua exportação por meio da Declaração 
Única de Exportação (DU-E), que simplifica sobremaneira essa atividade, 
uma vez que um único documento atende a todas as exigências relacionadas 
às operações dessa natureza, condensando informações aduaneiras, adminis-
trativas, comerciais, financeiras,

Continue navegando