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SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO AULA 1 Prof. João Marcos Andrade 2 CONVERSA INICIAL O início, o start, enfim... como de fato se inicia um processo de importação no Brasil, quais os procedimentos básicos e imprenscindíveis para qualquer empresa realizar uma importação, ou desenvolver um projeto, um planejamento de importação, todas essas questões estudaremos pormenorizadamente nesta disciplina, discriminando cada detalhe necessário para uma completa e segura atuação de coordenação administrativa de qualquer processo de importação, detalhamentos referentes às particularidades das empresas junto ao órgão governamental responsável pela fiscalização e Administração Aduaneira no Brasil, que é a Receita Federal do Brasil, vinculada diretamente ao Ministério da Economia. CONTEXTUALIZANDO A entrada de uma determinada mercadoria no Brasil sujeita-se ao processo de Despacho Aduaneiro de acordo com a Legislação Aduaneira, (leia- se Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil n. 680/2006 em seu artigo 1º), seja a mercadoria o resultado de uma importação definitiva ou não, (veremos cada uma detalhadamente ao longo desta Disciplina). Dentre as regras aduaneiras, vide legislação acima citada, iniciaremos falando das mais importantes para o início dos procedimentos técnicos da importação, observaremos os requisitos básicos para qualquer empresa instalada no Brasil ingressar no Comércio Exterior, assim, nosso estudo estará abrangendo desde as orientações primárias para a execução eficaz na importação, até ao mais alto nível de complexidade a ser observado em processos de importação mais exigentes tanto em termos de planejamento administrativo tributário, quanto em termos de projeto de importação para adequação a Planejamento Estratégico de uma empresa. Para que os procedimentos operacionais da importação se tornem possíveis de serem executados, as tarefas precisam ser embasadas em conteúdos sempre atualizados, para que não ocorram descumprimentos de normas aduaneiras, evitando assim prejuízos financeiros. 3 TEMA 1 – FUNDAMENTOS DA IMPORTAÇÃO Inicialmente, é coerente apontarmos informações que demonstrem a base fundamental para o estudo a que estamos aqui nos propondo, por isso, a seguir, observamos o Conceito de Importação com base na visão do principal órgão brasileiro responsável pelas fiscalizações das importações brasileiras que é a Receita Federal do Brasil. Diz o portal da Receita Federal do Brasil em relação ao conceito da Importação, “A importação compreende a entrada temporária ou definitiva em território nacional de bens ou serviços originários ou procedentes de outros países, a título oneroso ou gratuito”. Saiba mais Saiba mais em: RECEITA FEDERAL. Importação. Disponível em: <http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/importacao-e- exportacao/despacho-aduaneiro-de-importacao>. Acesso em: 19 fev. 2020. Muito bem, temos neste conceito pontos que por si só já merecem atenção especial para termos uma compreensão cada vez mais abrangente sobre em que de fato consiste um projeto de importação, e um trabalho, uma atividade dessa natureza. A autora Angela Cristina Kochinski Tripoli, diz em seu livro Comércio Internacional, Teoria e Prática, na página 268 que “[...] Importar incide em uma transação comercial quando compramos produtos provenientes do exterior. Para essa transação, é necessário cumprir todas as exigências legais, fiscais e cambiais, para que, por conseguinte, ocorra a saída de divisas do país importador” Razoavelmente, temos encontrado ao longo do tempo de prática do Comércio Internacional, profissionais que por algum momento entendem estar realizando uma atividade de Importação 100% correta, ou seja, totalmente condizente com as normas legais, fiscais, cambiais, como a autora Angela Tripoli mencionou em sua obra anteriormente descrita. A quantidade de dados em uma importação varia de acordo com a característica daquela operação, e isso pode desencadear procedimentos muitas vezes bem diferentes dos quais um profissional está habilitado a realizar, dada sua expertise num determinado tipo/modelo de produto, ou especificação 4 de importação de acordo com o projeto da empresa, surgindo então a grande necessidade de absorver conteúdos sempre atualizados e de acordo com as regras tanto nacionais, quanto internacionais de comércio exterior. Essas afirmações precisam ser observadas, seja nas atividades mais variadas em que qualquer um de nós possa estar atuando em uma importação, como em bens de consumo, aqueles que a importação ocorre para atender uma demanda de consumo imediato como peça, produto alimentício, roupa, veículo, remédios, dentre outros, ou Bens de Capital, aqueles que darão origem a outros produtos, como uma máquina, uma célula de produção, um equipamento que produza outros produtos, e ainda serviços, os quais contemplam uma variedade de atividades profissionais como engenharia, consultoria, assessoria, vendas, corretagem, dentre outras atividades definidas como Serviços. 1.1 Práticas operacionais nas importações É comum e até natural que surjam dúvidas tais como, mas o que de fato posso realizar profissionalmente em importações, quais seriam minhas atividades profissionais, em que modelo de negócio posso atuar, dentre outras questões. Para chegarmos às respostas para essas perguntas, é necessário compreendermos que a as atividades de importação demandam várias etapas de trabalho e que, portanto, é necessário sempre mais de um profissional envolvido, considerando que em algum momento uma determinada atividade irá exigir um profissional especializado em uma tarefa que o outro não domina as habilidades, portanto, aqui já é possível comprovarmos a necessidade de uma certa quantia de profissionais aplicados e determinados a estudar os fundamentos da importação, bem como desenvolver estratégias e mecanismos de solução de questões técnicas previstas, muitas, muitas situações imprevistas que sempre surgem em negócios de importação. Em toda essa recheada definição de práticas de operações de importação, temos a necessidade de encontrar de fato a forma, a Sistemática de Importação, que vem a ser a forma como procederemos no dia a dia das atividades de importação onde estamos atuando, e é por isso que este material chega até você, justamente para lhe auxiliar abrir o entendimento quanto às variáveis presentes em cada importação, cada negócio internacional. 5 TEMA 2 – ATIVIDADES OPERACIONAIS NA IMPORTAÇÃO As tarefas operacionais na importação variam conforme alguns fatores, tais como, tipo da importação, perfil da empresa onde estou atuando, se é uma empresa de fato importadora, ou uma empresa prestadora de serviço de assessoria aduaneira, logística, fiscal ou tributária (estudaremos esses tópicos nesta Disciplina). O importante a título de formação profissional é saber que para atuação no Comércio Internacional preciso estar atento e conhecer as regras e determinações tanto nacionais, quanto internacionais, e inclusive as existentes no(s) país(es), com o qual(quais), estou negociando. São essas questões que definem minha atuação profissional, e deverei ao máximo possível me especializar, me inteirar sempre dos detalhes das operações de importação na empresa onde estou atuando, de forma que seja possível apresentar cada vez mais qualidade em minhas atividades, porém, baseado em fundamentos de conhecimentos sólidos, como regras tributárias, questões logísticas, tratativas para negociações internacionais, todos temas que esta disciplina apresenta detalhadamente. 2.1 Cronologia – Tempo para a realização da importação Preciso iniciar minha agenda de atividades na importação analisando o contexto de onde estou trabalhando, se atuo em uma empresa importadora, ou em um prestadorde serviços logísticos, ou ainda em uma empresa prestadora de serviços de assessoria aduaneira, tributária, fiscal, jurídica, logística, enfim, para cada modelo de atuação há sempre particularidades, que são desenvolvidas com base em observações e cumprimentos às regras inerentes a cada campo de atuação. A seguir, analisaremos o procedimento inicial operacional com base na concepção de trabalho em uma Organização que realiza importações em seu CNPJ ou o faz em nome de outro, neste último caso, por meio de procedimentos específicos que veremos nesta disciplina, mais adiante. Também veremos nesta aula, a atuação profissional não na condição de Importador, mas sim na atuação como Fornecedor de Serviço Logístico, ator da cadeia de Logística denominado Agente de Cargas (Freight Forwarder), ou ainda Transportador Rodoviário, Cia Aérea, Armador Marítimo, Despachante 6 Aduaneiro, Perito de Seguro Internacional de Cargas, Corretor de Seguros, Analista de Câmbio, Analista ou Assistente de Importação, dentre outras atividades. Para iniciar uma análise quanto à cronologia em uma importação, necessitamos considerar: 1) Prazos: Os prazos que me foram sugeridos para a execução da importação desde o momento da pesquisa de produto ou serviço no exterior, até a chegada no endereço de minha empresa. Na análise dos prazos, necessito verificar o tempo sugerido ou requisitado pelo setor/departamento que solicitou a importação para que a mercadoria esteja disponível na empresa no Brasil. Ao saber o tempo que tenho para trabalhar e organizar todos os passos e procedimentos da importação, então posso planejar minhas atividades da operação de importação, considerando que tenho que inserir em meu planejamento os seguintes dados: 1.1 Lead Time. (Tempo solicitado pelo fornecedor/exportador para disponibilizar a mercadoria para embarque no exterior). Neste tópico, devo considerar que a operação logística para embarque no exterior, irá depender de uma situação técnica na negociação, que vem a ser o Incoterm – Termos Internacionais de Comércio. Os Incoterm´s são divididos em grupo, veremos detalhadamente esse tema em um tópico específico nesta Disciplina, porém, apenas como uma breve introdução ao tema, vale dizer que o Incoterm é uma espécie de ferramenta de auxílio de negociação entre o Importador e o Exportador, na medida em que um for escolhido (são 11 opções de Incoterm´s). Para a operação de importação é o que irá definir as responsabilidades logísticas de cada um, bem como servirá de orientação para composição de valores na formulação da Base de Cálculo de Impostos na chegada da carga no Brasil (tema também a ser verificado em detalhes mais adiante nesta disciplina). Então, já sabemos que a definição do Incoterm entre Importador e Exportador irá direcionar questões de responsabilidades quanto a embarque no Brasil e liberação alfandegária no exterior, bem como outras questões, as quais veremos oportunamente em tópico específico para esse tema. Mas é possível compreendermos que para trabalharmos nossa agenda em relação à 7 importação, é imprescindível que saibamos exatamente quais as regras do Incoterm definido, pois teremos assim embasamento para elaborarmos um cronograma de atividades da importação, por mais simples que possa ser precisa ser sempre elaborado, exatamente para servir de parâmetro para as programações e tomadas de decisão do setor/departamento solicitante da importação. Tal observação é em relação, por exemplo, a uma determinada data sugerida pelo requisitante da Importação para que a mercadoria esteja na empresa, a qual precisamos cumprir, e, neste momento, surge outro dado a ser analisado que é saber qual opção logística utilizaremos em relação ao Modal de Transporte, se trabalharemos no modal aéreo, marítimo, ou ainda no Modal Rodoviário (este último apenas em caso de importações oriundas do Mercosul). 1.1.1 Modal de Transporte a ser utilizado. A escolha/definição do modal de transporte irá fornecer-nos condições de estabelecer dados mais precisos em nosso cronograma, pois poderemos apresentar informações de previsões de chegada da mercadoria na empresa, com base nas programações de transporte desde a origem no exterior, até a chegada no Brasil, lembrando que em qualquer Modal de Transporte sempre pode haver imprevistos dos mais variados tipos, como atrasos na saída do veículo transportador, greves em portos ou aeroportos, ou em setores que estejam envolvidos com o transporte da mercadoria da importação, como greve de caminhoneiros, greve de correios, greve de órgãos públicos, dentre outras atividades. Assim, conseguimos compreender então que de acordo com o planejamento de tempo que me foi passado pelo setor/departamento requisitante da importação, é que eu devo definir minhas condições de trabalho, ou seja, minhas tomadas de decisão na Importação, desde saber qual o Modal de Transporte deverei usar, qual o Incoterm praticarei, qual porto ou aeroporto no Brasil estarei utilizando para processar os trâmites burocráticos de importação, os quais veremos detalhadamente nesta disciplina com todas as nomenclaturas devidas e aplicáveis. 1.1.2 Parceiros – Fornecedores de Serviços. Ok, tenho a definição de qual Incoterm irei utilizar, sei qual será o Modal de Transporte a ser praticado, mas quem será ou quem serão os prestadores de 8 serviços logísticos, quais serão meus parceiros de negócio para a realização das tratativas logísticas em minha(s) importação(ões)? A resposta obterei de acordo com minha desenvoltura nos negócios das importações, a captação e definição de parceiros de logística internacional desenvolverei conforme minha vivência no Comércio Internacional for se aprofundando, pois com essa minha aplicação naturalmente estarei desenvolvendo parceiros e prestadores de serviço ao longo das negociações, dos pedidos de orçamentos, cotações, contratações de serviços, a cada importação realizada pode ser que eu esteja desenvolvendo um parceiro até que estabilize um modus operandi (uma maneira prática de operacionalizar minhas importações). 1.1.3 Atuação como Fornecedor/Prestador de Serviços. Posso estar atuando em uma empresa que atua exatamente na prestação de serviços para importadores, empresas que prestam serviços de fretes internacionais, assessoria aduaneira e tributária, dentre outras atividades. Estando atuando em organizações que prestem serviços a importadores, ou seja, empresa que não atua como importadora de fato, minhas obrigações e responsabilidades operacionais são de certa forma atividades de apoio, como transporte da mercadoria, apresentação desta para os órgãos fiscalizadores estaduais e federais, e, para isso, devo também estar munido de conhecimento das regras de importação. Por isso a importância de buscar compreender cada tópico desta Disciplina, pois abordam o todo para uma atuação profissional eficaz, seja como importador, seja como prestador de serviço na importação. Certo, sabendo qual minha colocação profissional na importação, seja como empresa importadora, seja como prestador de serviço logístico, deverei compreender que sou dependente de recursos financeiros para saudar os compromissos assumidos durante um processo de importação, esses compromissos variam também conforme minha atuação, por exemplo: Estando eu atuando em uma organização que realiza a importação em seu CNPJ, devo estar atento a compromissos financeiros assumidos junto ao meu fornecedor/exportador no exterior, também junto aos meus prestadores de serviços logísticos, bancos, e outros que eu venha a contratar dependendo do tipo, da característica de minha(s) importação(ões). 9 2) Recursos Financeiros disponíveis para a realização da (s) importação(ões). Ao atuar em empresa importadora é muito importante que eu obtenha informações juntoa setores responsáveis pela coordenação financeira da empresa, quais os recursos financeiros disponíveis para minha operacionalização de importação, exatamente porque são os recursos disponíveis que me permitirão programar minhas atividades na importação, desde modal de transporte, fornecedor a ser definido, dentre outros aspectos. 3) Setor/departamento requisitante da importação. Para que eu saiba com quem irei solucionar dúvidas que surgirem no processo de negociação com o exportador, bem como nas execuções das atividades logísticas até a chegada na empresa no Brasil, é importante participar ao máximo possível, de reuniões, chat´s ou outras formas de comunicação interna da empresa, relativas ao projeto da(s) importação(ões), pois é nestes momentos em que aparecem as dúvidas e onde tenho a oportunidade de otimizar tempo e preparar os procedimentos operacionais para a definição do que observei acima, como prazo para entrega da carga no Brasil, Incoterm a ser usado, Modal de Transporte definido, dentre outras características que irão variar conforme a particularidade de cada carga. 4) Prestando Serviço a Importadores. Importante também considerar que se eu estiver atuando em empresa prestadora de serviços a uma empresa importadora, podendo ser um agenciador internacional de fretes, ou outra configuração de negócios, também terei custos a serem quitados, e, da mesma forma que a empresa importadora, também dependo de orientações de setores responsáveis pela coordenação financeira da empresa onde trabalho, para saber qual o orçamento disponível para a realização do serviço que vendi ao meu cliente importador. Dessa forma, será possível definir quanto pagarei, por exemplo, por um frete internacional contratado junto a uma companhia aérea, e por quanto irei vender este frete a um cliente importador (lembrando que neste parágrafo estamos considerando minha atuação como prestador de serviço a uma empresa importadora e que não efetuarei pagamentos a exportadores no estrangeiro, pois esta incumbência fica a cargo do importador). 10 TEMA 3 – ESTRUTURAÇÃO DA EMPRESA PARA A IMPORTAÇÃO É fundamental que a empresa independente do porte, esteja ciente de que é necessária uma avaliação interna, uma análise em sua estrutura funcional, a fim de conceber de fato uma ideia, um projeto, para realizar uma ou mais importações. Essa necessidade tem origem nas tarefas operacionais a serem executadas desde o momento da pesquisa por um produto, mercadoria, bem, ou serviço no exterior, bem como quais são as opções que a empresa tem nos quesitos de fornecedores locais para prestação de serviço, além dos parceiros e fornecedores no exterior, tanto o exportador quanto os parceiros logísticos. 3.1 Departamento de importação – empresa importadora É recomendável a empresas que realizam importações, que estejam providas de um Departamento Responsável por estas tarefas, tendo em vista a alta demanda de atividades diárias, desde a definição do projeto da importação, até contatos com o(s) exportador/fornecedor(res), contatos com prestadores de serviço logístico, bancos etc. Mas nem sempre é possível a todas as empresas importadoras possuir um departamento próprio e exclusivo para as demandas das importações, e, nestas circunstâncias, promove-se a terceirização completa das atividades, Nas empresas que há o departamento de Importação, as atividades principais são: 1. Contatos com departamentos sobre as requisições de importações. 2. Contatos com Fornecedor/Exportador. 3. Contatos com Prestadores de Serviço, (agente de cargas etc). 4. Contatos com Bancos, corretoras de seguro. 5. Órgãos Públicos (Receita Federal, Anvisa, Min. Agricultura etc). Nesses contatos são tratados assuntos como orçamentos de custos para importação, detalhamento da produção do material a ser importado, ou detalhes de embalagens, ou ainda especificações de produtos conforme as características das importações, pagamentos de serviços a exportadores e fornecedores no Brasil, alterações de programação da importação, como datas, locais de embarque no exterior, e desembarque no Brasil, ajustes operacionais 11 envolvendo documentação de instrução de Despacho Aduaneiro, tema a ser visto detalhadamente ainda nesta Disciplina. É importante considerar que na empresa importadora as atividades do responsável pelas atividades de importação, abrangem desde o primeiro contato com o fornecedor, até a chegada da mercadoria no endereço final da importação, e os procedimentos variam conforme a empresa e tipo de importação, embora já tenhamos comentado essa questão, é fundamental considerarmos que o Importador Brasileiro é responsável por todas as tratativas do embarque no exterior, trânsito internacional, chegada no Brasil (porto, aeroporto ou fronteira terrestre no caso do Mercosul), considerando que a definição do Incoterm na importação, é que irá limitar as funções operacionais tanto do importador no Brasil, quanto do Exportador no Exterior. 3.2 Departamento de importação – empresa prestadora de serviço a importadores Agora, sob o ponto de vista de empresa prestadora de serviço de apoio à importação, como agente de cargas internacionais, corretoras de seguro, cias aéreas, armadores marítimos, despachantes aduaneiros, assessorias contábeis e jurídicas, dentre outras atividades, é importante considerar que os contatos serão, na grande maioria das vezes e quase sempre, diretamente com o Importador, a empresa que de fato está importando, e que contratou os serviços da empresa de onde atuo. Os contatos por mim realizados ao atuar nessa configuração de empresas (prestadores de serviços logísticos, e outros de apoio às importações), serão os contatos operacionais, aqueles em que irei contatar uma empresa Agente de Cargas no país de origem da importação, para tratar dos detalhes das coletas das cargas, contatos com cias aéreas, armadores marítimos e transportadores rodoviários, sempre com o intuito de orientar as tratativas sobre data de embarque, modal de transporte, embalagem, especificações técnicas de determinada mercadoria conforme solicitação do importador, dentre outras atividades. Sempre que estou atuando em empresas prestadoras de serviço a importadores, é necessário considerar que meu Cliente (importador) confiou sua importação à empresa em que atuo, de forma que minha responsabilidade será 12 tratar a importação como se pertencesse a mim mesmo, ou à empresa na qual atuo. Por exemplo, ao atuar como Agente de Cargas Internacionais, minhas atividades básicas serão: 1) Contatar o Importador e Exportador. 2) Contatar o Despachante Aduaneiro. 3) Contatar Cia Aérea, Armador Marítimo e Transportador Rodoviário. 4) Contatar Porto, Aeroporto, Armazém, Fronteira, Alfândegas. 5) Contatar órgãos Públicos. Nesses contatos, irei detalhar operações de coletas de cargas no exterior por intermédio de meu representante no país de origem, bem como organizar a melhor data para embarque conforme a necessidade de meu cliente importador, orientar o transportador quanto às especificações da carga, coordenar os embarques desde a saída da mercadoria do endereço do exportador, durante o embarque no exterior, trânsito internacional, e até a chegada da carga ao Brasil, no porto, aeroporto ou fronteira designados junto ao Importador. Minhas atividades operacionais se diferem desde emissão de documentos de Instrução de Despacho (veremos este tema detalhadamente nesta Disciplina), recebimento e envios de e-mails com detalhamentos das cargas, cálculos de dimensões de embalagens, para composição dos valores de fretes internacionais, contatos com portos, aeroportos, fronteiras e alfândegas para ajustes operacionais em cargas que possam desembarcar com situações diversas das que embarcaram no exterior, como avarias, faltas, danos etc. A atuaçãoprofissional em empresa prestadora de serviço de apoio a importadores, empresas como Agentes de Cargas Internacionais, Comissárias de Despacho Aduaneiro, Transportadoras, Cias Aéreas, Armadores Marítimos, sempre demandam observações quanto à cumprimentos de regras e procedimentos técnicos conforme o campo de atuação, por exemplo, para coordenação de Fretes Internacionais Marítimos, é necessário a observação de Legislação Específica desta categoria de serviço, como, por exemplo, a Portaria do Ministério dos Transportes n.º 72 de 2008, a qual define procedimentos para realização de serviço de frete marítimo de importação. Já no Modal Aéreo, deverei seguir procedimentos impostos pela IATA (International Air Transport Association – Associação Internacional de Transportes Aéreos), os quais permitem a observação de diretrizes diretamente 13 aplicáveis aos embarques das cargas nas importações, de acordo com as regras da Aduana Brasileira. (Veremos detalhadamente mais dados sobre os modais de transporte nesta disciplina, e, assim, entenderemos mais pormenorizadamente dados como IATA, dentre outros órgãos presentes na logística internacional da importação). TEMA 4 – PRINCIPAIS ÓRGÃOS PÚBLICOS LIGADOS À IMPORTAÇÃO No Brasil, os principais Órgãos Federais responsáveis pela fiscalização das atividades de Importação, são: 4.1 COANA - Coordenação Geral da Aduana Sediada em Brasília (DF), é um órgão que impõem as normatizações e regras operacionais para as realizações de importação no Brasil, desde aspectos como Classificação Fiscal de Mercadorias até Regimes de Tributação, que são procedimentos técnicos presentes nas importações, os quais veremos em detalhes ainda nesta Disciplina em tópicos específicos. 4.2 RFB - Receita Federal do Brasil A Receita Federal do Brasil é um órgão específico, singular, subordinado ao Ministério da Economia, exercendo funções essenciais para que o Estado possa cumprir seus objetivos. É responsável pela administração dos tributos de competência da União, inclusive os previdenciários, e aqueles incidentes sobre o comércio exterior, abrangendo parte significativa das contribuições sociais do País. Também subsidia o Poder Executivo Federal na formulação da política tributária brasileira, previne e combate a sonegação fiscal, o contrabando, o descaminho, a pirataria, a fraude comercial, o tráfico de drogas e de animais em extinção e outros atos ilícitos relacionados ao comércio internacional. (RECEITA FEDERAL. Institucional. Disponível em: <http://receita.economia.gov.br/sobre/institucional>. Acesso em: 19 fev. 2020). 4.3 Ministério da economia, indústria, comércio, exterior e serviços O Ministério da economia, indústria, comércio, exterior e serviços tem por objetivo a formulação, a adoção, a implementação e a coordenação de políticas 14 e de atividades relativas ao comércio exterior de bens e serviços, aos investimentos estrangeiros diretos, aos investimentos brasileiros no exterior e ao financiamento às exportações, com vistas a promover o aumento da produtividade da economia brasileira e da competitividade internacional do País. (CAMEX. Sobre a Camex. Disponível em: <http://www.camex.gov.br/sobre-a- camex>. Acesso em: 19 fev. 2020). 4.4 Secex – Secretaria de Comércio Exterior A SECEX normatiza, supervisiona, orienta, planeja, controla e avalia as atividades de comércio exterior. Entre suas atividades estão: participar das negociações dos acordos comerciais internacionais do governo brasileiro, promover a cultura exportadora, deferir atos concessórios de drawback, anuir operações de exportação e importação, promover o exame de similaridade para averiguação de produção nacional, compilar a balança comercial, promover a defesa comercial do país, entre outras, e está vinculada ao Ministério da economia, indústria, comércio, exterior e serviços. (Disponível em: <https://gestao.portal.siscomex.gov.br/legislacao/orgaos/secretaria-de- comercio-exterior-secex>. Acesso em: 19 fev. 2020) 4.5 Decex – Departamento de Comércio Exterior Subordinado à SECEX, o DECEX desempenha função de coordenação do Comércio Exterior no Brasil, promovendo anuências em importações, estabelecendo normatizações, fundamentando acordos comerciais bilaterais como Acordo de Complementação Econômica do Mercosul por exemplo, dentre outras atividades. 4.6 MDIC – Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) é um órgão integrante da estrutura da administração pública federal direta. Tem como Missão, promover o desenvolvimento econômico por meio de políticas de estímulo ao comércio exterior, à indústria, comércio e serviços, e à inovação empresarial. (MDIC. Institucional. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/index.php/atos-internacionais/72-acesso-a- informacao/786-institucional>. Acesso em: 19 fev. 2020) 15 4.7 Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária Criada pela Lei n. 9.782, de 26 de janeiro 1999, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é uma autarquia sob regime especial, que tem sede e foro no Distrito Federal, e está presente em todo o território nacional por meio das coordenações de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados. Tem por finalidade institucional promover a proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e consumo de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados. (Anvisa. Institucional. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/institucional>. Acesso em: 19 fev. 2020) 4.8 MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento É o responsável pela gestão das políticas públicas de estímulo à agropecuária, pelo fomento do agronegócio e pela regulação e normatização de serviços vinculados ao setor. Busca integrar sob sua gestão os aspectos mercadológico, tecnológico, científico, ambiental e organizacional do setor produtivo e também dos setores de abastecimento, armazenagem e transporte de safras, além da gestão da política econômica e financeira para o agronegócio, visa a garantia da segurança alimentar da população brasileira e a produção de excedentes para exportação, fortalecendo o setor produtivo nacional e favorecendo a inserção do Brasil no mercado internacional. (Institucional. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/acesso-a- informacao/institucional>. Acesso em: 19 fev. 2020). 4.9 Bacen – Banco Central do Brasil O Banco Central (BC) é o guardião dos valores do Brasil. O BC é uma autarquia federal, vinculada - mas não subordinada - ao Ministério da Economia, e foi criado pela Lei n. 4.595/1964. (BCB. Institucional. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/institucional>. Acesso em: 19 fev. 2020). Observamos os principais órgãos governamentais atuantes diretamente nas importações, porém, há outros, os quais participam conforme as http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9782.htm 16 características peculiares de cada importação, devendo considerarmos em nosso estudo que os citados acima são os mais relevantes. TEMA 5 – INTRODUÇÃO À PRÁTICA DE IMPORTAÇÃO A prática da importação é precedida de procedimentos a serem realizados sob o cuidado em relação ao cumprimento das Normas Aduaneiras Brasileiras, para isso, sempre é necessária uma leitura completa em todos os aspectos legais (legislação) aduaneiros vigentes na época da importação. Tal procedimento é realizado com base em consultas aos sites/portais dos órgãos federais observados no Tema 4 desta aula, considerando que cada órgão possui suas próprias regras. Mas, para de fato haver ciência quanto a qual órgão a importação será submetida,deve-se iniciar a análise operacional consultando ao Tratamento Administrativo das Importações, ferramenta disponibilizada pela Receita Federal do Brasil por meio da NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), porém, é fundamental realizar esse trabalho de pesquisa anteriormente ao embarque da mercadoria no exterior, para evitar descumprimento de regras. 5.1 Tratamento administrativo nas importações O Tratamento Administrativo na Importação permite o pleno entendimento quanto a prazos, e procedimentos operacionais, por exemplo: Imaginemos que a empresa deseja importar o produto Pneu Automotivo. A primeira atividade será pesquisar a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), que é a Classificação Fiscal do produto, a qual definirá quais órgãos estarão presentes na fiscalização e anuências/autorizações das importações. Para localizar a NCM, devemos acessar a TEC (Tarifa Externa Comum), disponível no portal do MDIC (CAMEX. Listas Vigentes. Disponível em: <http://www.camex.gov.br/tarifa-externa-comum-tec/tec-listas-em-vigor>. Acesso em: 19 fev. 2020), na qual, no extrato da pesquisa a seguir, podemos observar qual será a NCM para o produto Pneu Automotivo, e, partindo dela, iremos pesquisar na ferramenta Tratamento Administrativo da Receita Federal, quais os procedimentos para a realização da Importação de tal mercadoria. Ao pesquisar a TEC, localizamos então a NCM (classificação fiscal) para pneu automotivo, sendo: http://www.camex.gov.br/tarifa-externa-comum-tec/tec-listas-em-vigor 17 40.11 Pneumáticos novos, de borracha. 4011.10.00 - Do tipo utilizado em automóveis de passageiros (incluindo os veículos de uso misto (station wagons) e os automóveis de corrida) Sabemos, portanto, qual é a Classificação Fiscal do Produto a ser importado. Muito bem, agora vamos ao “segundo passo”, que é a consulta ao Tratamento Administrativo das Importações no Portal da Receita Federal do Brasil, para então compreendermos quais os procedimentos necessários para a importação ocorrer legalmente. (Disponível em: <https://www4.receita.fazenda.gov.br/tratamento/private/pages/consulta_tratam ento.jsf>. Acesso em: 19 fev. 2020) Obteremos então acesso ao Tratamento Administrativo da Receita Federal (consulta pública), e saberemos quais órgãos irão fazer parte da fiscalização da importação, vejamos a seguir na captura de tela. Observamos brevemente anteriormente, uma pesquisa no Tratamento Administrativo de Importação do produto Pneu Automotivo, a qual apontou o Órgão Federal DECEX para acompanhar nossa importação, e nesta mesma 18 consulta também será possível analisar em telas subsequentes (sugere-se a pesquisa ao Trat. Administrativo para obtenção das telas na íntegra), que há mais órgãos envolvidos na autorização/anuência/deferimento da importação, e ao saber qual ou quais órgãos atuam na anuência de minha importação, consultarei as regras daquele(s) órgão(s), para a realização da Importação, estes pontos veremos na videoaula, bem como no próximo tema da aula. TROCANDO IDEIAS É definitivamente importante considerar todos os aspectos anteriormente a uma decisão por importar um determinado produto, pois a análise prévia (antes da importação ocorrer), permite à empresa uma organização documental, financeira, logística, operacional ampla e completamente compatível com as capacidades do importador, bem como de acordo com as regras aduaneiras vigentes para o bem importado. NA PRÁTICA No Tema 5, observamos o procedimento de Tratamento Administrativo nas importações, então vamos agora simular uma importação do produto relógio de pulso: Inicialmente, devemos consultar a Classificação Fiscal do produto, a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), a qual nos direcionará ao próximo ato operacional da importação, que será então o Tratamento Administrativo. A consulta da NCM na TEC (Tarifa Externa Comum), nos levou à Classificação Fiscal (NCM), 9101.29.00 (outros relógios de pulso, mesmo com contador de tempo incorporado). Obs.: Estudaremos nesta Disciplina, a composição da NCM, regras e detalhamentos técnicos com total detalhamento. Ao obtermos a NCM do relógio, deveremos pesquisar o Tratamento Administrativo de Importação para então embasarmos nossas ações operacionais de forma a cumprir as regras aduaneiras para a importação de tal produto. O Tratamento Administrativo da NCM 9101.29.00 define que o órgão responsável pela anuência/autorização da importação é o IBAMA (Instituto Nacional do Meio Ambiente), mas apenas para relógios com pulseira de couro 19 animal, já os demais relógios de pulso, não possuem anuência/autorização prévia de nenhum órgão, portanto a importação pode ocorrer sem maiores implicâncias, bastando seguir com os procedimentos seguintes que serão tributação, aspectos logísticos e financeiros, pontos que estudaremos mais adiante, em detalhes. FINALIZANDO Observamos, nesta aula, os fundamentos da importação que vêm a ser os primeiros requisitos a serem considerados em uma importação, como utilização/aplicação do bem importado, bem como aspectos comerciais, também estudamos os procedimentos das atividades operacionais das importações, que compreendem análise aos aspectos técnicos administrativos, cronologia (tempo das realizações das tarefas), entendemos basicamente os parceiros comerciais para uma prática de importação, verificamos as questões dos custos presentes nas importações de forma sucinta, pois os veremos pormenorizadamente mais adiante. Também compreendemos que a empresa importadora tem a opção de setorizar as atividades de Importação, para a contemplação de um resultado mais prático e ágil nas trocas de informações de cada etapa de uma importação. Conhecemos os principais órgãos federais presentes nas análises e anuências/deferimentos de uma importação, como, por exemplo, a Receita Federal, importante órgão que tem papel fundamental para a vigilância às boas práticas dos importadores e demais atuantes nas importações no Brasil. Finalizamos com uma introdução aos procedimentos práticos de uma importação considerando aspectos como a ferramenta Tratamento Administrativo da Receita Federal do Brasil, que permite a compreensão de qual ou quais órgãos deverei submeter a importação cada vez que ocorrer. 20 REFERÊNCIAS ANVISA. Institucional. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/institucional>. Acesso em: 19 fev. 2020. BCB. Institucional. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/institucional>. Acesso em: 19 fev. 2020. BRASIL. Secretaria de comércio exterior, S.d. Disponível em: <https://gestao.portal.siscomex.gov.br/legislacao/orgaos/secretaria-de- comercio-exterior-secex>. Acesso em: 19 fev. 2020. CAMEX. Listas Vigentes. Disponível em: <http://www.camex.gov.br/tarifa- externa-comum-tec/tec-listas-em-vigor>. Acesso em: 19 fev. 2020. CAMEX. Sobre a Camex. Disponível em: <http://www.camex.gov.br/sobre-a- camex>. Acesso em: 19 fev. 2020. IMPORTAÇÃO. Receita Federal, 9 out. 2014. Disponível em: <http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/importacao-e- exportacao/despacho-aduaneiro-de-importacao>. Acesso em: 29 dez. 2019. INSTITUCIONAL. Receita Federal, S.d. Disponível em: <http://receita.economia.gov.br/sobre/institucional>. Acesso em: 19 fev. 2020. MDIC. Institucional. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/index.php/atos- internacionais/72-acesso-a-informacao/786-institucional>. Acesso em: 19 fev. 2020. TRIPOLI, A. C. K.; PRATES, R. C. Comércio Internacional: teoria e prática. Curitiba: InterSaberes, 2016. SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO AULA 2 Prof. João Marcos Andrade 2 CONVERSA INICIAL As atividades do Comércio Internacional no Brasil são regulamentadas por meio de Legislação Específica, isso em muito auxilia a compreensãoe facilita a capacidade de aptidão de profissionais da área, para fins de inclusão das Empresas na Sistemática de Importação, e também nas práticas de Exportação. Especificamente em nossa área de estudo da Disciplina, na Sistemática de Importação, é fato que abordaremos nesta aula aspectos da legislação pertinente sobre o tema, embora tenhamos no curso disciplinas específicas das áreas legais, como Legislação Aduaneira e Legislação Tributária, a primazia do curso vislumbra uma melhor eficácia no ensino, considerando de forma positiva a inserção e abordagem do tema Legislação na atual Disciplina, especificamente para temas pontuais e necessários para o amparo à sequência e complementação do curso para as atividades profissionais da área de Comércio Internacional. CONTEXTUALIZANDO O cenário atual da economia permite às empresas dinamizar seus processos de trabalho principalmente no ambiente da administração, de forma digital, ou seja, com o auxílio pleno das ferramentas da tecnologia da informática e aspectos como transmissão de dados, trocas de documentos, envios e recebimento de informações tanto entre clientes e fornecedores, quanto junto a órgãos reguladores, como fiscalizatórios. Esse contexto moderno permite também o aprimoramento dos órgãos governamentais em seus processos de atuação, como guardiões e executores das normas legais vigentes em cada ramo de negócio, e especificação de atividade, e também possibilita às empresas uma agilidade na apresentação de informações, prestação de contas, e cumprimento de exigências fiscais no âmbito da relação entre Fisco e Empresas. Veremos nesta Disciplina detalhamentos inerentes aos aspectos técnicos, para habilitação das empresas como intervenientes no Comércio Internacional, segundo a legislação vigente. 3 TEMA 1 – HABILITAÇÃO DA EMPRESA PARA ATUAÇÃO NO COMÉRCIO EXTERIOR A evidente ascensão das novas tecnologias permite atualmente o compartilhamento de dados entre empresas e fisco de forma 100% eletrônica. Assim, é possível a compatibilização de informações de forma segura e ágil por meio de integração/interface entre sistemas, o que é observado, por exemplo, nos procedimentos de requerimento para Habilitação das Empresas junto ao Sistema Gerenciador de Dados do Comércio Exterior no Brasil, o Siscomex (Sistema de Comércio Exterior), o qual absorve integralmente os dados das empresas em todas as atividades de Comércio Internacional, iniciando-se pelo procedimento de Cadastramento ao Sistema Radar, (Sistema de Rastreamento das atividades dos Intervenientes de Comércio Exterior no Brasil). Portanto, para atuar legalmente nas importações em nosso país, é necessário o cumprimento das regras determinantes das práticas sob a responsabilidade da iniciativa privada, para com o Governo Federal, principalmente nas relações de prestação de dados junto aos órgãos fiscalizatórios, especialmente a Receita Federal do Brasil (RFB). 1.1 Aspectos introdutórios e conceituais sobre a habilitação da empresa junto à Receita Federal do Brasil Inicialmente, precisamos compreender que é indispensável a Habilitação ao Sistema Radar – Sistema de Rastreamento das atividades dos Intervenientes de Comércio Exterior no Brasil, para Empresas pretendentes a atuar no Comércio Internacional, entretanto, esta situação envolve muita precisão na definição quanto ao momento em que tal Habilitação deve ser requerida, ao quadro societário, e principalmente à realidade econômico-financeira da empresa. Tais observações são importantes pois no momento em que a empresa apresenta à RFB seu requerimento para tornar-se habilitada a ser de fato uma atuante no Comércio Internacional, estará permitindo o acesso às informações internas da Empresa, de forma ampla e irrestrita ao fisco (RFB), de forma que a importância que deve ser considerada para tal fato é muito relevante, porque qualquer descuido em relação a possíveis faltas de declarações de renda, 4 ocultação de alguma situação tributária mal sucedida, dentre outros fatores como status financeiro do(s) sócio(s) responsável(eis), inclusive em relação à Declarações de Imposto de Renda (DIRF-PF e DIRF-PJ), pode impactar severamente a análise documental por parte da RFB e, em alguns casos, indeferir o pedido da habilitação do CNPJ como Importador/exportador no Sistema Radar. Veremos, ainda nesta aula, todos esses itens pormenorizadamente. 1.1.1 Observações relevantes sobre a habilitação junto ao sistema Radar da RFB. Embora seja tema para momentos, a seguir, nesta aula, abordamos a importante consideração de que apenas a Pessoa Jurídica, poderá requerer habilitação junto ao Sistema Radar da RFB para fins comerciais. Por sua vez, a Habilitação de Pessoa Física permite apenas a prática de importações para uso e consumo próprio, ou uso profissional (exemplo das ferramentas, computador pessoal etc), porém, sem o alcance e objetivo comercial. 1.1.2 Dispensas da habilitação junto ao sistema Radar da RFB A Receita Federal do Brasil, seguindo orientação da Coana (Coordenação Geral da Aduana Brasileira), determina as possibilidades de dispensa da habilitação no Sistema Radar para várias atividades, porém é salutar a compreensão de que são situações não comuns para a grande maioria das empresas que pretendem operar no Comércio Exterior, assim sendo, faz-se necessária a leitura dessas informações, considerando que permanece, para a maior parte das organizações, a necessidade de Habilitação Formal conforme estamos observando até aqui nas seguintes operações: Vejamos a seguir, portanto, as tais informações a serem consideradas para casos de Dispensa da Habilitação junto ao Sistema Radar. O conteúdo a seguir é cópia do portal da RFB, inclusive com citação referente à Legislação, tema que veremos em detalhes ainda na abordagem dos assuntos de Habilitação junto ao Sistema Radar, nesta aula. Dispensas de habilitação no sistema Radar, para operações de Comércio Exterior: 5 Importação, exportação ou internação não sujeitas a registro no Siscomex, ou quando optar pela utilização de formulários de Declaração Simplificada de Importação ou Declaração Simplificada de Exportação1. Importação, exportação ou internação realizadas por intermédio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ou de Empresa de Transporte Expresso Internacional; ou Retificação ou consulta de declaração por pessoa jurídica que tenha operado anteriormente no comércio exterior. Estão também dispensados do procedimento de habilitação o depositário, o agente marítimo, a empresa de transporte expresso internacional, a ECT, o transportador, o consolidador e o desconsolidador de carga, bem como outros intervenientes não relacionados no art. 19º da IN RFB n. 1.984/2020, quando realizarem, no Siscomex, operações relativas à sua atividade-fim. No entanto, esses intervenientes estarão sujeitos às regras gerais de habilitação quando operarem em comércio exterior na condição de importadores, exportadores ou internadores da ZFM (§§ 1º e 2º do art. 10 da IN RFB n. 1.603/2015). Quando ocorre a dispensa de Habilitação do Responsável Legal e sendo necessário, a PJ pode solicitar o credenciamento de representante para a prática das atividades relacionadas com o despacho aduaneiro. Saiba mais Saiba mais em: <http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/habilitacao/Pess oaJuridica/Operacoesdispensadas/Operacoes%20Dispensadas%20de%20Hab ilitacao%20no%20Siscomex>. Acesso em: 1 Situações especiais em que são realizadas importações ou exportações sem caráter comercial, a serem observadas em Legislação Específica como Instrução Normativa RFB n. 611/2006 e Instrução Normativa RFB n. 1600/2015. http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/despacho-de-importacao/topicos-1/declaracao-simplificada-de-importacao-dsi/dsi-formulariohttp://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/despacho-de-importacao/topicos-1/declaracao-simplificada-de-importacao-dsi/dsi-formulario http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/despacho-de-exportacao/topicos/conceitos-e-definicoes/tipos-de-despacho-de-exportacao/despachos-de-exportacao-realizados-sem-registro-no-siscomex http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/remessas-internacionais http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/remessas-internacionais http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=70354 http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/habilitacao/Pessoa-Juridica/Operacoes-Dispensadas/copy_of_credenciamento-de-representante-para-retificacao-ou-consulta-de-declaracao-por-pessoa-juridica-que-tenha-operado-anteriormente-no-comercio-exterior 6 TEMA 2 – LEGISLAÇÃO VIGENTE SOBRE HABILITAÇÃO NO SISTEMA RADAR DA RECEITA FEDERAL Muito bem, tendo já observado as hipóteses de Dispensa de Habilitação junto ao Sistema Radar da RFB, podemos compreender que de fato empresas que projetam a realização de importações e exportações, obrigatoriamente necessitam se submeter à Legislação Federal, pertinente e vigente sobre o assunto. Dessa forma, vejamos então, a seguir, os conteúdos pertinentes aos temas objeto de nosso estudo até aqui. 2.1 Legislação – abordagem analítica Iniciaremos a abordagem analítica de forma técnica sobre a Legislação aplicável ao assunto, a partir da seguinte ordem: a) Decreto Executivo n. 6.759/2009 Este Decreto contempla a organização das principais normas aduaneiras existentes no Brasil, fato que o torna de total importância para nossas atividades do dia a dia nas operações de importação. A legislação citada compreende a organização e apresentação do Regulamento Aduaneiro, o qual nos conduz às regulamentações a serem seguidas para prática das importações. Entretanto, não é nele que encontraremos as orientações para procedimentos de Habilitação junto ao Sistema Radar da RFB, mesmo assim, sua citação faz-se necessária pois a partir do momento da concessão da Habilitação pela RFB, ou seja, momento em que a empresa estará autorizada a praticar e realizar importações, o cumprimento às disposições previstas no referido Regulamento torna-se indispensável. É recomendável o download deste Regulamento (gratuito na internet), preferencialmente via portal oficial da RFB, conforme link a seguir: (BRASIL. Decreto n. 6.759, de 5 de fevereiro de 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007- 2010/2009/Decreto/D6759.htm>. Acesso em: 20 fev. 2020), para leitura quando necessário conforme os temas são apresentados e abordados nas aulas desta e de outras Disciplinas de seu curso. 7 b) Portaria Coana n. 72/2020 A Coana é um órgão vinculado diretamente no Organograma Funcional da Receita Federal do Brasil, e atua na elaboração e revisão de normas praticáveis ao Comércio Exterior Brasileiro. A Portaria Coana n. 72/2020 estabelece Normas a serem seguidas por todas as empresas pleiteantes à Habilitação no Sistema RADAR, e serve como instrumento de instrução para outra Legislação que veremos a seguir, porém, a Portaria da Coana n. 72/2020 aborda conceitos determinantes para a elaboração de procedimentos que visem a inclusão da empresa no Mercado Internacional, bem como orienta procedimentos quanto à regularidade fiscal dos sócios das empresas requisitantes, e suas demandas quanto às formas a serem seguidas para se apresentarem à RFB como Responsáveis Legais pelas Empresas requerentes à Habilitação no Sistema Radar. A seguir, link para obtenção da Portaria Coana n. 23/2011 na íntegra. Portaria Coana n. 123, de 17 de dezembro de 2015. Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado& idAto=70597>. Acesso em: 20 fev. 2020 c) Instrução Normativa (IN) n. 1984/2020 A IN 1984/2020 orienta as atividades a serem cumpridas no momento da apresentação dos Requerimentos de Habitação ao Sistema Radar, perante à Receita Federal do Brasil. É na leitura desta Instrução Normativa juntamente com a Portaria Coana n. 1984/2020, vista anteriormente, que a empresa deverá elaborar os trabalhos analíticos documentais para se dirigir de fato à Receita Federal do Brasil pelo modo eletrônico (E-CAC, Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte – tópico a ser visto no Tema 3 da presente Aula), e assim, proceder com seu pedido de Habilitação como Importador/Exportador Brasileiro. d) Instrução Normativa (IN) n. 2020/2021 Legislação determinante dos procedimentos técnicos de abertura de Requerimento de serviços junto à RFB. Nesta Instrução Normativa, está definido que a empresa deverá primeiramente acessar ao E-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte – tópico a ser visto no Tema 3 da presente Aula), pelo qual irá requerer a Abertura de um Sodea (Solicitação Digital de Atendimento), procedimento a ser 8 elaborado para obtenção de um número identificador de Processo Administrativo Fiscal (PAF), perante a Receita Federal, na prática, as ações são as seguintes: 1) Empresa tributada pelo Regime Fiscal Lucro Real, Presumido ou Arbitrado, deverá acessar o portal da RFB direcionando sua pesquisa para a opção E-CAC, e nela apresenta requisição para obtenção do Sodea (Solicitação Digital de Atendimento). 2) Empresa obterá um código identificador do Sodea, denominado PAF (Procedimento Administrativo Fiscal), que será a identificação do Requerimento da Habilitação junto ao Sistema Radar, por exemplo: Empresa Alvorada Ltda. pretende requerer sua Habilitação no Sistema Radar, então irá acessar o portal E-CAC da RFB pelo site (RECEITA FEDERAL. Abrir um Dossiê Digital de Atendimento. Disponível em: <https://receita.economia.gov.br/interface/entrega-de-documentos-digitais/abrir- um-dossie-digital-de-atendimento>. Acesso em: 20 fev. 2020), onde obterá o Código Identificador de seu pedido, (PAF – Procedimento Administrativo Fiscal), e com este código irá acessar também no portal da RFB, a opção: Processos Digitais, e lá irá inserir os documentos relativos ao pedido da Habilitação junto ao Sistema Radar da RFB. Por sua vez, a empresa tributada em Regime Fiscal diferente dos citados no Item 1 anterior, poderá preencher o formulário do Sodea (Solicitação de Atendimento Digital), e apresentar fisicamente em uma Unidade da Receita Federal, onde receberá o código identificador do PAF (Processo Administrativo Fiscal), para então, posteriormente, acessar o portal da Receita Federal na opção do E-CAC, selecionando o menu Processos Digitais, onde poderá anexar os documentos requeridos pela Legislação (1984/2020, que veremos com mais ênfase no decorrer da aula). TEMA 3 – COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA A transparência de informações, clareza nos dados e principalmente a uniformização sistêmica para o compartilhamento de dados com a Receita Federal do Brasil, é a principal ação a ser desenvolvida por empresas atuantes, e as pretendentes a atuarem no Comércio Internacional. Observamos em temas anteriores, a importância de entender que o compartilhamento de dados com a Receita Federal, é feito de forma segura, 9 exatamente pela capacidade de segurança de transmissão de dados que o sistema da RFB possui. 3.1 Interface eletrônica de dados entre empresa e RFB O modo eletrônico de transmissão e compartilhamento de dados adotado pela RFB, é o E-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte). Observemos a seguir, print de tela do portal oficial da Receita Federal do Brasil, no link <www.receita.economia.gov.br>, para compreensão mais clara em relação ao local de acesso para transmissão de dados junto a este órgão fiscalizador. Veja parte da página inicial do portal da RFB, print de tela. Fonte: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br acessadoem 01/02/2021. Ao acessarmos o portal da Receita Federal do Brasil, observamos no menu, a opção “Aduana e Comércio Exterior2. Este link nos possibilita visualizar as ferramentas disponíveis no portal, para efeito de assuntos relacionados às atividades de Comércio Internacional das empresas dentre outros assuntos, dessa forma, é possível por este caminho, ter acesso direto à página do E-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte). Então, dando sequência à navegação pelo portal da RFB, vejamos a próxima tela para acesso ao sistema de transmissão de dados/documentos à Receita Federal: 2 O site da RFB é atualizado permanentemente, podendo haver alterações em seu layout durante os períodos de estudo. 10 Tal sistema permite a leitura e recebimento de informações por parte da empresa, sempre em tempo suficiente a cumprimento de prazos estipulados pelo órgão fiscalizador (Receita Federal do Brasil), a partir do momento da apresentação do Requerimento solicitando a Habilitação ao Sistema Radar, então a partir deste momento a empresa está subordinada às exigências fiscais e solicitações documentais que aquele órgão venha a realizar. Para uma compreensão clara deste sistema E-CAC, este se assemelha a um correio eletrônico (e-mail), porém de forma mais segura e sem a possibilidade de fraudes tanto no envio, quanto no recebimento de dados e informações, pois todas as atividades nele realizadas são executadas mediante o uso de um dispositivo denominado Certificado Digital3. 3.2 Certificação digital A Certificação Digital é a tecnologia que, por meio da criptografia de dados, garante autenticidade, confidencialidade, integridade e não repúdio às informações eletrônicas. Trata-se de um documento digital utilizado para identificar pessoas e empresas no mundo virtual. Fonte: Disponível em: <https://www.certisign.com.br/>. Acesso em: 20 fev. 2020). 3 O e-CPF é o a identidade digital de pessoas físicas no meio eletrônico. Por meio da criptografia de dados, garante a autenticidade e a integridade das transações realizadas. (Fonte: CERTISIGN. O que é Certificado Digital?. Disponível em: <https://blog.certisign.com.br/o-que- e-certificado-digital/>. Acesso em: 20 fev. 2020). 11 A utilização do Certificado se dá por meio físico ou virtual, por exemplo: A empresa requerente da Habilitação no Sistema Radar, deverá possuir o E-CNPJ (Acesso digital ao seu Cadastro Nacional e Pessoa Jurídica), e também o E-CPF (Acesso digital ao Cadastro Nacional de Pessoa Física), em nome de seu Responsável Legal ou Procurador devidamente constituído. A obtenção do Certificado Digital tanto para Pessoa Jurídica, quanto para Pessoa Física, se dá por meio de consulta a empresas que possuem autorização para negociarem tal produto, o qual possui todas as características de segurança para transferências de dados pela web, aceito e exigido pela Receita Federal, mas também podendo ser utilizado para outros fins comerciais. Obs.: A Receita Federal do Brasil não comercializa Certificado Digital, apenas exige a propriedade deste por parte das partes interessadas em se comunicar com suas Unidades no Território Nacional. O Certificado Digital é comercializado nos seguintes modos: (principais) 1) Armazenado no Computador (Tipo A1). Emitido diretamente no seu computador e ficará armazenado no seu navegador de internet ou em dispositivos móveis, protegido por senha e cifrado por software — sua validade máxima é de um ano. 2) Em mídias criptográficas Token ou Cartão (Tipo A3). Certificado Digital em que a geração e o armazenamento das chaves criptográficas são feitos em cartão inteligente ou Token, ambos com capacidade de geração de chaves e protegidos por senha e hardware criptográfico aprovado pela ICP-Brasil (Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira, é uma autoridade da Cadeia Certificadora, vinculada ao Instituto Nacional de Tecnologia da Informação). 3) Certificado Digital na nuvem Como o próprio nome já diz, trata-se do Certificado Digital que você já conhece só que agora fica armazenado na nuvem da Certisign e pode ser acessado de qualquer dispositivo, de qualquer lugar do mundo, com total segurança e muito mais praticidade e a sua validade máxima é de até cinco anos. Fonte: Disponível em: <https://www.certisign.com.br/>. Acesso em: 20 fev. 2020. 12 Importante A Certificação Digital servirá durante todo o tempo em que a Empresa realizar atividades de Importação, pois a interface entre usuário (importador), e a RFB se dá por meio desta ferramenta em todas as atividades. TEMA 4 – A HABILITAÇÃO DA EMPRESA NO SISTEMA RADAR E AS VARIÁVEIS É importante considerarmos que o início de qualquer atividade de importação, deve ser a Habilitação da Empresa no Sistema Radar, pois somente a partir da Habilitação a(s) importação(ões) poderá(ão) ser(em) realizada(s). Tal procedimento requer total aplicação da empresa na elaboração do pedido/requerimento da Habilitação ao Sistema Radar, pois representa a realidade desta perante o fisco durante e após o processo/tempo da apresentação dos documentos apresentados à Receita Federal do Brasil. 4.1 Validade da habilitação no Radar De acordo com a Instrução Normativa da RFB, n. 1893/2019, o prazo de validade da Habilitação é de 12 meses, ou seja, caso durante este período não seja realizada nenhuma atividade de Comércio Exterior pelo CNPJ habilitado, este terá sua habilitação revogada, e havendo necessidade de novas atuações na importação ou exportação, será executado novo procedimento para habilitação como da primeira vez. 4.2 Eficácia e alcance A sistemática de utilização prática do Sistema Radar, é a possibilidade que a Empresa Habilitada terá em acessar ao Sistema de Comércio Exterior da RFB, para registrar todas suas atividades tanto de importação, quanto exportação. A utilização e manuseio do Sistema Siscomex comumente é realizada por profissionais dedicados à prestação de serviço de Assessoria Aduaneira, mais tradicionalmente, o Profissional Despachante Aduaneiro realiza tais atividades, mediante o uso de Certificado Digital (visto no Tema 3 desta Aula). Observaremos no decorrer da presente disciplina as atividades operacionais a serem realizadas pelos importadores e/ou seus representantes 13 legais, exatamente a Sistemática Operacional de Importação, aquelas ações do dia a dia em que a empresa utilizando o Sistema Siscomex, apresenta à Aduana Brasileira (Receita Federal do Brasil) suas atividades administrativo/tributárias de importação, como detalhamento da mercadoria, dados do fornecedor estrangeiro, tributação, forma de cambio (pagamento ao fornecedor) e todas as particularidades da importação. Os procedimentos da importação, (após a empresa estar devidamente habilitada no Sistema Radar como estudamos nesta aula), iniciar-se-ão de fato em um procedimento determinado e definido como Tratamento Administrativo do Siscomex, que é uma espécie de “filtro” que a Aduana Brasileira utiliza para ter controle absoluto das mercadorias que adentram ao território nacional. Assim, frisamos que o Tratamento Administrativo será o primeiro passo para qualquer importação, considerando, porém, que a Empresa já possui habilitação no Sistema Radar da RFB, conforme estamos estudando nesta Disciplina. A execução do Tratamento Administrativo não depende de habilitação no Sistema Radar, por ser uma espécie de consulta pública disponível no site da RFB, mas ao possuir a habilitação o importador ou seu representante legal, poderão executar a consulta a esta ferramenta, utilizando seu acesso ao Sistema Siscomex de forma mais abrangente, o que veremos nesta disciplina. 4.3 Exigência e dependência técnica para habilitação ao sistema RadarA principal exigência técnica em termos de dados eletrônicos da empresa para obtenção da Habilitação ao Sistema Radar, é a necessidade de adesão ao DTE (Domicílio Tributário Eletrônico) da RFB, o qual compreende um dispositivo disponível no portal da RFB na internet, no qual são feitas as comunicações entre a empresa e o fisco (RFB). A adesão a este dispositivo é feita mediante o uso de Certificado Digital (visto no Tema 3 desta aula), no qual o Responsável Legal pela Empresa requerente da Habilitação ao Sistema Radar, irá permitir que todas as comunicações por parte do auditor fiscal da RFB responsável por analisar os documentos da petição da habilitação, sejam realizadas utilizando o meio E-CAC (visto nos Temas 2 e 3 desta aula). Assim sendo, a empresa ao aderir ao Domicílio Tributário Eletrônico (DTE), estará ciente de que qualquer exigência fiscal, comunicação, 14 disponibilizada em favor do CNPJ, estará disponível para visualização a partir do momento de sua postagem pela RFB, estando o contribuinte (empresa), ciente quanto a prazos e documentos exigidos e explicitados no dispositivo DTE. TEMA 5 – CADASTRAMENTO DO RESPONSÁVEL LEGAL PELO CNPJ - EMPRESA IMPORTADORA A Habilitação ao Sistema Radar da RFB, é dependente da vinculação de um CPF da pessoa qualificada como Responsável Legal pela empresa requerente à habilitação, sendo que tal procedimento exige que para determinada pessoa se apresentar nesta condição, deverá fazê-lo mediante a apresentação de documentos comprobatórios a tal status, por exemplo, documento de outorga de poderes (procuração), Contrato Social, ou ainda Estatuto Social onde o nome desta pessoa conste com poderes designados à representação legal do CNPJ. O procedimento para cadastramento do CPF da pessoa responsável legal pelo CNPJ, será feita no ato do pedido da habilitação no sistema Radar e é feita de forma simultânea, mediante formulário disponível no Portal Único de Comércio Exterior (Disponível em: <https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/>. Acesso em: 19 fev. 2020). TROCANDO IDEIAS De acordo com o que observamos e aprendemos nesta aula, podemos considerar que as empresas que pretendem atuar no Comércio Internacional, seja nas importações, como também nas exportações, precisam requerer sua habilitação junto ao Sistema Radar da RFB, sendo que o procedimento é administrativo e requer observação e cumprimento aos requisitos constantes nas Instruções Normativas n. 1984/2020, 1893/2019, Portaria Coana n. 72/2020. Apenas para casos excepcionais como os vistos no Tema 1.1.2 desta aula, haverá a dispensa da Habilitação ao Sistema Radar para empresas praticantes de importação e/ou exportação. NA PRÁTICA Uma determinada empresa ao rever seu Planejamento Estratégico para o ano seguinte, propõem ao Conselho Administrativo da Organização, que 15 pretende iniciar aquisições de equipamentos e mercadorias no exterior, após pesquisas de mercado onde se observou as vantagens em relação aos produtos similares disponíveis no mercado doméstico. Para tal empresa, quais os procedimentos iniciais para de fato atuar no Comércio Internacional, especificamente na Importação? Haverá ou não necessidade de utilização de outro CNPJ que não seja o da própria empresa, ou há algum meio desta empresa praticar suas atividades de importação de forma idônea e legal baseada em dispositivos legais da Aduana Brasileira? FINALIZANDO Estudamos os procedimentos necessários para uma empresa atuar no Mercado Internacional, conforme as regras aduaneiras, compreendemos que é necessária a aquisição de um Certificado Digital tanto para Pessoa Jurídica, quanto para Física, para acesso aos sistemas dos órgãos federais, bem como entendemos a necessidade de acompanhamento da empresa, em relação ao tempo para inativação de uma Habilitação no Sistema Radar, pois em 12 meses, ao não ocorrer importação ou exportação, a habilitação é suspensa. Entendemos as normas legais disponíveis e aplicáveis às práticas relativas ao pedido de requerimento de habilitação ao Sistema Radar, sendo especialmente as Instruções Normativas n. 1984/2020, e Portaria Coana n. 72/2020. Finalizamos compreendendo a necessidade da Pessoa Física responsável legal pela empresa requerente da Habilitação junto ao Sistema Radar da RFB, também ser habilitada para atuar em nome da empresa perante o fisco brasileiro (Aduana Brasileira – Receita Federal do Brasil). 16 REFERÊNCIAS BRASIL. Decreto n. 6.759, de 5 de fevereiro de 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007- 2010/2009/Decreto/D6759.htm>. Acesso em: 20 fev. 2020. RECEITA FEDERAL. Abrir um Dossiê Digital de Atendimento. Disponível em: <https://receita.economia.gov.br/interface/entrega-de-documentos-digitais/abrir- um-dossie-digital-de-atendimento>. Acesso em: 20 fev. 2020. RECEITA FEDERAL. Portaria Coana n. 123, de 17 de dezembro de 2015. Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado& idAto=70597>. Acesso em: 20 fev. 2020. RECEITA FEDERAL. Disponível em: <https://receita.economia.gov.br/>. Acesso em: 20 fev. 2020. SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO AULA 3 Prof. João Marcos Andrade CONVERSA INICIAL É fato que os países em sua maioria não são autossuficientes em muitas mercadorias, bens de capital, commodities, dentre outros produtos resultados de industrialização. Por esta razão, as nações cada vez mais tornam-se praças de oportunidades para estabelecimento de novos negócios, além de prospecções para investimentos, grandes projetos de infraestrutura, desenvolvimento tecnológico, compartilhamento de avanços em várias áreas de inteligência artificial, dentre outros aspectos da economia moderna. Mas, para todas estas e muitas outras atividades serem realizadas, é necessário que cada nação estabeleça suas regras aduaneiras aplicáveis à padronização de procedimentos administrativos e tributários, visando à contemplação de uma transparência nas atividades de arrecadação de tributos nas práticas de comércio internacional, porém, sem deixar de seguir orientações e protocolos firmados junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) e Organização Mundial das Aduanas (OMA). Assim, podemos considerar que, para a Sistemática de Importação no Brasil, precisamos reconhecer a necessidade de cumprimento às regras da Aduana Brasileira, coordenada pela Receita Federal do Brasil, sendo esta disciplina uma grande oportunidade para explanarmos as implicâncias das atividades operacionais das empresas que praticam importações em nosso país. CONTEXTUALIZANDO Imaginemos que a empresa em que atuamos, ou onde somos os empreendedores, empresários, sócios etc, resolve ingressar no Mercado Internacional prospectando importações para a linha de produção, para vendas diretas, para montagem, para industrialização, enfim, para várias atividades. Mas quais são os procedimentos técnicos vigentes no Brasil para essas práticas? Exatamente o que observamos em aulas anteriores. Primeiramente, a necessidade de habilitação da empresa no Sistema RADAR da Receita Federal do Brasil, o Sistema de Rastreamento das atividades dos Intervenientes de Comércio Exterior no Brasil, sendo que nesta aula abordaremos temas subsequentes aos vistos anteriormente, referentes à conceituação do que vem a ser de fato a Habilitação no Sistema Radar. Por isso, temos agora a 3 oportunidade de expandir nosso conhecimento no campo da prática das tarefas pertinentes à execução, à materialização da Habilitação de uma empresa no Radar da Receita Federal. Importante Não vamos confundir RADAR, da RFB, com o radar observado nas vias dos centros urbanos, ou estradas federais. Créditos: Vectorlab2d/Shutterstock. TEMA 1 – PROCEDIMENTOS OPERACIONAISPARA HABILITAÇÃO DA EMPRESA NO SISTEMA RADAR DA RFB Inicialmente, a empresa promoverá a análise interna para a obtenção do status real em relação à sua composição como organização e, assim, teremos as seguintes etapas a serem cumpridas para a obtenção da Habilitação do CNPJ junto ao Sistema RFB. O Procedimento de Habilitação do CNPJ junto ao Sistema RADAR envolve três categorias, três Modalidades de Habilitação, as quais veremos logo a seguir. Entretanto, recomenda-se a leitura na íntegra da Instrução Normativa (IN) n. 1984/2020 e da Portaria da Coana n. 123/2015, para enriquecimento do conhecimento e das análises que estamos propondo neste estudo. A definição de qual das três Modalidades disponíveis a empresa estará apta a se habilitar deve, inicialmente, ser do conhecimento da própria empresa, uma vez que todas as afirmações e determinações dos requisitos para enquadramento em uma das três modalidades constam na Legislação que tal disciplina revela. (Observadas no parágrafo anterior). 4 Saiba mais Importante considerar que de acordo com o Art. 7º da Instrução Normativa para as Habilitações no Sistema RADAR, a RFB inclui nos procedimentos de fiscalização: 1) Origem dos Recursos da Empresa, em que é necessária a comprovação lícita de todos os recursos financeiros e de patrimônio. 2) Autenticidade dos documentos apresentados; qualquer adulteração de documentos apresentados impacta em indeferimento do pedido. 3) Atendimento a prazos estipulados em eventuais exigências fiscais. 4) Comprovação de endereço mediante visita de auditores fiscais da RFB em alguns casos para comprovação. 1.1 Análise sobre a situação contábil/fiscal da Empresa No momento em que a empresa decide requerer sua Habilitação junto à RFB para atuar no Comércio Internacional, passa a estar propensa às solicitações de prestação de informações por parte daquele órgão, inclusive sob procedimento de fiscalização mais acentuada. Essa informação é necessária, pois o CNPJ requerente da habilitação deverá estar com toda a situação fiscal na condição de “Ativa” perante a RFB, ou seja, as Declarações de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica necessitam contemplar totalmente as atividades realizadas. Vendas de mercadorias, compras, enfim, cada atividade relacionada com a realidade da organização deve estar completamente de acordo com a legislação pertinente a cada uma, por exemplo, a Declaração de Imposto de Renda deve estar em dia, quanto à entrega, e principalmente quanto à sua regularidade fiscal. A RFB precisa receber os dados da empresa de forma que não ocorra nenhuma discrepância perante o fisco, e neste aspecto frisa-se a ocorrência em alguns casos, de empresas que “editam” documentos para apresentar à Receita Federal, o que configura crime de falsificação de documentos conforme o Art. 298 do Código Penal Brasileiro, podendo inclusive ensejar pena de reclusão (prisão), por um determinado período. Por esses motivos, e por questão de ética e transparência, é conveniente às empresas, primeiramente proceder com a análise documental junto aos 5 setores fiscais, financeiro, operacional, e jurídico dependendo do porte da empresa (mais comum nas grandes empresas), para que, a partir do momento em que a documentação for apresentada à RFB, haja na companhia a ciência de que não há temor algum quanto a irregularidades ou pendências tributárias que não possam ser resolvidas em curto tempo. O CNPJ precisa estar de fato absolutamente condizente com a condição de “Ativa”, sem nenhuma pendência junto à Receita Federal. Observamos, portanto, que o critério da análise documental é de certa forma abrangente ao todo da empresa, citamos a seguir os principais tópicos e temas abordados e requeridos pela RFB em Requerimentos de Habilitação junto ao Sistema RADAR. • Situação do FGTS, (Fundo de Garantia por tempo de Serviço) dos funcionários. • Contas recentes de energia elétrica e telefone, com seus respectivos pagamentos, para comprovação da atividade da empresa no endereço fiscal indicado. • Livro de Registro de Empregados (quanto o porte da empresa assim o exigir). • Documento de arrecadação de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), referente ao imóvel onde a empresa exerce suas atividades. Saiba mais Importante considerar que a Receita Federal irá analisar também a composição do Contrato Social, de forma que é necessário constar em seu Objeto Social, as atividades de Comércio Exterior, devendo estar citado: “Atividades de Importação e Exportação”. 1.2 Certificação Digital – procedimento necessário Compreendemos até aqui a necessidade de obtenção do Certificado Digital para o CNPJ da empresa, bem como para o CPF do Dirigente Responsável Legal pela Empresa. Com o Certificado Digital, teremos acesso ao Sistema Gerenciador de Dados da Receita Federal para a execução das atividades de Importação, juntamente com a adesão ao DTE (Domicílio Tributário Eletrônico), ambos vistos 6 em aulas anteriores. Observaremos a seguir um fluxograma das atividades presentes em uma tratativa de obtenção de RADAR junto à Receita Federal. Saiba mais O acesso ao Sistema Gerenciador da RFB, para esta finalidade, encontra- se disponível em: <https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/>. Acesso em: 20 dez. 2020. Figura 1 – Fluxograma Operacional para elaboração de Requerimento de Habilitação no Sistema Radar da Receita Federal do Brasil Em tese, tendo realizado este procedimento, a empresa estará com seu CNPJ habilitado no Sistema RADAR, porém, podem haver exigências fiscais por parte da RFB durante o processo de análise documental, sempre via E-CAC. 1.3 Indeferimento do Pedido de Habilitação Pedidos de requerimentos que venham a ser indeferidos pela RFB por algum motivo, deverão aguardar de acordo com o Art. 20 da Instrução Normativa (IN) n. 1984/2020, um período de 6 meses para apresentação de novo requerimento. Aquisição de Certificado Digital (CNPJ , e CPF) Adesão ao DTE - Domicílio Tributário Eletrônico via E-CAC Acesso ao E-CAC, ou ida à RFB para obtenção do Proce. Administrativo Fiscal Acesso ao Portal Habilitação (<www.portalunico.sisc omex.gov.br/portal/>) Inclusão dos documentos no Portal ÚInico do Siscomex Deferimento, ou Indeferimento automático pelo Sistema Se Indeferimento automático, reporte de documentos à RFB, via E-CAC RFB procede análise de acordo com a IN n. 1984/2020 e Portaria Coana n. 123/2015 RFB solicita documentos, defere ou indefere o pedido de Habilitação 7 1.4 Considerações Importantes Sempre que um Requerimento de Habilitação ao Sistema Radar for apresentado, a empresa deve estar ciente de que a partir daquele momento, a qualquer tempo a RFB pode rever por ofício (definição da própria RFB) a habilitação, e aplicar considerações de acordo com os resultados da análise. Por exemplo, a Empresa A obteve a habilitação de RADAR na Modalidade Limitada, porém, em determinado tempo, a RFB em processos de fiscalização percebeu que a empresa não mais possui a capacidade financeira apresentada e comprovada no momento do requerimento. Neste caso, a RFB poderá sumariamente suspender a Habilitação. Situações fiscais dos Responsáveis Legais pelo CNPJ também podem ser fiscalizadas durante a vigência da Habilitação do Radar e, ficando comprovada inconsistência em declarações de imposto de renda ou outra ferramenta de fiscalização por parte da RFB, a habilitação do CNPJ no Sistema RADAR também pode ser suspensa. Quando há casos de suspensão da Habilitação, as empresas podem apresentar recursos administrativos requerendo revisão no processo de fiscalização, e motivando novas tratativas para a RFB desde que com fundamentos sólidos capazes de serem comprovados mediante documentos lícitos, ou ainda, em outras circunstâncias, também poderá
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