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Sociedades não personificadas Podem desenvolver atividades empresariais ou não. As normas do CC serão aplicáveis para as sociedades em comum e em conta de participação independentemente da atividade dos sócios. 1. Sociedade em comum É aquela que ainda não inscreveu seus atos constitutivos no órgão competente (Junta Comercial, caso seja empresária; ou Cartório, se for sociedade simples). Em razão disso, a sociedade em comum não possui personalidade jurídica. → Enquanto não inscritos os atos constitutivos, a sociedade em comum será regida pelo CC (arts. 986 a 990), observadas, subsidiariamente, as normas da sociedade simples. * Somente as sociedades contratuais em constituição podem ser qualificadas como sociedade em comum, vez que o art. 986 do CC faz expressa ressalva às sociedades por ações em organização, as quais possuem tratamento específico na Lei 6.404. ≠ Sociedade de fato: é aquela que não possui sequer contrato escrito e já está exercendo suas atividades, sem indício de que seus sócios estejam tomando as providências à sua regularização; ≠ Sociedade irregular: é a sociedade com contrato escrito e registrado, mas que apresenta irregularidade superveniente ao registro. ⤿ Nada impede que se apliquem as normas da sociedade em comum às sociedades de fato e sociedades irregulares. → Se quem necessita provar a existência da sociedade são seus próprios sócios, só se admite prova escrita, documental. Por outro lado, os terceiros podem provar a existência da sociedade por qualquer meio de prova. → Em razão da ausência de personalidade jurídica, a sociedade em comum não possui bens em seu nome. O “patrimônio social” é formado pelo patrimônio especial: aquele afetado ao exercício da atividade, de titularidade dos sócios em comum. → Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente, possuindo o benefício de ordem. Contudo, o sócio que contratar com terceiro pela sociedade não goza do benefício de ordem. 2. Sociedade em conta de participação Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes. → Trata-se, na verdade, de um contrato especial de investimento. → Os terceiros não contratarão com a sociedade, mas com o próprio sócio ostensivo. O sócio ostensivo obriga-se exclusivamente perante terceiro, e o sócio participante obriga-se exclusivamente perante o ostensivo. → O sócio participante não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros, sob pena de responder solidariamente com este pelas obrigações em que intervier. → A constituição da sociedade independe de qualquer formalidade, e pode ser provada por qualquer meio. → O contrato social não é obrigatório, e, caso exista, não precisa ser registrado para que produza efeitos entre os sócios. Contudo, ainda que seja registrado, isso não confere personalidade jurídica à sociedade em conta de participação, que sempre será uma sociedade não personificada. → Não tem patrimônio próprio, mas patrimônio especial, formado pelas contribuições dos sócios ostensivos e participantes. Esse patrimônio, contudo, só produz efeitos entre os sócios. → Se o sócio ostensivo falir, a sociedade será dissolvida, e eventual crédito que o sócio participante tiver para receber será habilitado nos autos da falência, na classe dos credores quirografários. → Por outro lado, se o sócio participante falir, não haverá dissolução automática da sociedade. → Salvo estipulação em contrário, o sócio ostensivo não pode admitir novo sócio sem o consentimento expresso dos demais. → Aplicam-se à sociedade em conta de participação, subsidiariamente, as regras da sociedade simples. Sua liquidação, porém, rege-se pelas normas relativas à ação de prestação de contas.
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