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Controle de Qualidade de Matéria-prima vegetal Introdução PLANTA FRESCA FITOTERÁPICOS LÍQUIDOS SEMISSÓLIDOS SÓLIDOS Soluções, xaropes, gotas, colutórios Creme, loções, pomadas, géis Comprimidos, capsulas, pós DROGA VEGETAL Integra, rasurada, triturada ou pulverizada DERIVADO VEGETAL Ceras exsudados Extratos (secos e com solvente) Tinturas Alcoolaturas Óleos fixo e voláteis MATÉRIA-PRIMA VEGETAL 2 Definições matéria-prima vegetal (MPV): compreende a planta medicinal, a droga vegetal ou o derivado vegetal droga vegetal: planta medicinal, ou suas partes, que contenham as substâncias, ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta, estabilização, quando aplicável, e secagem, podendo estar na forma íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada derivado vegetal: produto da extração da planta medicinal in natura ou da droga vegetal, podendo ocorrer na forma de extrato, tintura, alcoolatura, óleo fixo e volátil, cera, exsudato e outros ANVISA RDC No. 14, de 31 de março de 2010 3 Definições fitoterápicos: medicamentos obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais, cuja eficácia e segurança são validadas por meio de levantamentos etnofarmacológicos, de utilização, documentações tecnocientíficas ou evidências clínicas. São caracterizados pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. OBS.: Não se considera medicamento fitoterápico aquele que inclui na sua composição substâncias ativas isoladas, sintéticas ou naturais, nem associações dessas com extratos vegetais ANVISA RDC No. 14, de 31 de março de 2010 4 Problemas relacionados à qualidade das MPV Mineral Vegetal Animal Tecnologia Agrícola Contaminação Tecnologia de secagem Controle de qualidade 5 Qualidade Cultivo Coleta Secagem Beneficiamento Armazenamento Garantia de Qualidade Autenticidade Análise farmacobotânica macro e microscópica Pureza Presença de material estranho Teor de umidade e substâncias voláteis Cinzas Resíduos de defensivos agrícolas Ensaios limite para metais pesados Presença de microrganismos e micotoxinas Integridade Teor de substância ativas (marcadores fitoquímicos) Controle de Qualidade 6 Cultivo • Tipo de solo, tipo de clima, índice pluviométrico, período do plantio, irrigação,.. • Correção do solo? Água contaminada? Uso de defensivos químicos? Plantio próximo de estradas ou indústrias? ESTUFA CANTEIRO COBERTURA DO SOLO HIDROPONIO Garantia da Qualidade 7 Coleta • Fase do desenvolvimento da planta, parte de interesse,... caules e folhas Cascas Florescências Exsudato s Raízes frutas e sementes Garantia da Qualidade 8 Secagem Garantia da Qualidade 9 Beneficiamento Uso de EPI Planta fresca Planta seca Garantia da Qualidade 10 Acondicionamento Temperatura, umidade, luz, ar, microrganismos, contaminação cruzada, embalagem... Garantia da Qualidade 11 Ficha de informações agronômicas 1- Nome do fornecedor:_______________________________________________ 2- Endereço:________________________________________________________ 3- Espécie: Nome cientifico: _______________Nomes populares:_____________ Identificada por:_____________________________________________________ 4- Data de coleta: ___/__/_____ Hora: ____h___ Condição do tempo:___________ 5- Parte colhida: ( ) Raízes ( ) Ramos/hastes ( ) Folhas ( ) Frutos ( ) Sementes 6- Fase de desenvolvimento: ( ) vegetativo ( ) Floração ( ) Maturação ( )Frutificação 7- Método de secagem: ( ) Sombra ( ) Sol ( ) Outro:________________________ 8- Tempo de secagem: _______________ Temperatura:_______________________ 9- Ocorrência: ( ) cultivada ( ) espontânea 10- Tipo de solo: ( ) Argiloso ( ) Médio ( ) Arenoso ( ) Orgânico 11- Área irrigada: ( ) sim ( ) não Origem da água:__________________________ 12- Ocorrência de pragas e doenças:_______________________________________ 13- Observação complementares:_________________________________________ Local e data Assinatura do informante Garantia da Qualidade 12 Análise Farmacobotânica Macroscópica • Folhas (tamanho, nervura, pecíolo, limbo, margens, ...) • Raízes (axial, pivotante, pelos absorventes, tamanho,...) • Flores (pétalas, receptáculos, pendúnculos, gineceu e androceu,...) Garantia da Qualidade Análise Farmacobotânica Garantia da Qualidade Herborização: Processo de preparação do material coletado para preservá-lo em uma coleção de plantas secas e prensadas (testemunho!) Análise Farmacobotânica Garantia da Qualidade Ficha catalográfica Análise Farmacobotânica Microscópica • Existência de estruturas celulares características • Sequência de tecidos Garantia da Qualidade Passiflora alata Análise Farmacobotânica Tecnicas Histoquímicas • Reações para detecção de compostos característicos: - Alcalóides - Taninos - Grãos de amido - Cristais de oxalato de cálcio Garantia da Qualidade 17 Exemplo: Aloe vera Farmacopéia Brasileira, 5ª. Ed., pág 52 Autenticidade 18 Substituição por espécie morfologicamente semelhante Boldo-do-chile Peumus boldus • Parte de interesse: folhas • Indicação: Dispepsia • Precauções: Não deve ser utilizado por pessoas com obstrução das vias biliares, doenças severas no fígado e gestantes Boldo da terra Plectranthus barbatus ou Coleus barbatus • Parte de interesse: folhas • Indicação: Dispepsia e hipotensão • Precauções: Não deve ser utilizado em pessoas com obstrução das vias biliares, gestantes, lactantes, crianças e hipertensos. • Evitar o uso em pacientes que fazem uso de medicamento para o SNC. Não usar junto com metronidazol ou dissulfiram As duas espécies estão descritas no Formulário Nacional Fitoterápico, com diferenças de indicação e toxicidade Autenticidade (falsificação) 19 Substituição por espécie do mesmo gênero e mesma atividade farmacológica Indicação: Dispepsia, pirose e gastrite. Coadjuvante no tratamento episódico e prevenção de úlcera por uso de anti‐inflamatórios não esteroidais • “A droga vegetal é constituída pelas folhas secas da espécie (Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek – CELASTRACEAE ;09912), contendo no mínimo, 2,0 % de taninos totais, expressos em pirogalol (C6H6O3; 126,11), dos quais no mínino 2,8 mg/g equivalem a epicatequina (C15H14O6; 290,3) “ Diferenças no teor de marcadores fitoquímicos Pereira et al. Evaluation of Maytenus aquifolia Mart. and Maytenus ilicifolia Mart. chemotypes for tannins, total phenols and triterpenes Rev. Bras. Pl. Med. (8) 13-17, 2005 Maytenus ilicifolia Maytenus aquifolia Autenticidade (falsificação) 20 Adição de substâncias ativas puras (naturais ou sintéticas) ao natural Autenticidade (adulteração) Rutina para “acertar” o teor de flavonóides totais Extrato secoFolhasGinkgo biloba CafeínaPó de guaranáSementesPaulinia cupana 21 Material estranho Vegetal Outra espécie ou outro órgão da mesma espécie Pureza Mineral Terra, areia ou pedra Animal Inteiros ou fragmentos Limites de tolerância variam de 2 a 5%, dependendo da monografia. Quando a monografia não define limites, nenhum material estranho é permitido. Tomada de ensaio total Pesagem Distribuição em superficie plana Separação visual e manual do material estranho Pesagem 22 Material estranho • Não mais que 2% de materiais estranhos Pureza Centella asiatica folhas Pimpinella aisum (anis ou erva-doce) frutos Gentiana lutea (genciana amarela) Raízes e rizomas Malva sylvestris Folhas e flores Não mais que 5% de talos e outras partes do próprio vegetal Não mais que 3% de outros materiais Não mais que 3% de fragmentos de caule ø >5 mm Não apresentar fragmentos de folha com ráfides no mesófilo (Phytolacca americana) Não apresentar camadas de células com maclas de oxalato de cálcio ao longo das nervuras (Ailanthus altissima Swingle) Atropa belladona folhas 23 Umidade e substâncias voláteis•Hidrólise de substâncias ativasUMIDADE • Desenvolvimento de microrganismos e insetos • Deterioração da MPV Pureza • Excesso de umidade: ação de enzimas que acarretam na degradação dos PA e no desenvolvimento de fungos e bactérias; • Farmacopeia Brasileira: Método gravimétrico, Método Volumétrico e Destilação azeotrópica Umidade e substâncias voláteis Orgão Umidade Orgão vegetal fresco (%) Permitida na MPV (%) Casca 50 a 55 8 a 14 Erva 50 a 90 12 a 15 Folha 60 a 98 8 a 14 Flor 60 a 95 8 a 15 Fruto 15 a 95 8 a 15 Raiz 50 a 85 8 a 14 Rizoma 50 a 85 12 a 16 Semente 10 a 15 12 a 13 Fonte: Farmacopéia Brasileira 4ª Ed. Hydrastis canadensis Rizomas= até 10% Raízes= até 16% Rhamnus purshiana Cascas= até 6% Centella asiatica Folhas= até 12% Malva sylvestris Folhas= até 6% Pureza 25 Umidade e substâncias voláteis Pureza GRAVIMÉTRICO Perda por dessecação Não seletivo para água (remove substâncias voláteis) Até massa constante Massa úmida Massa seca Umidade e substâncias voláteis Pureza AZETRÓPICO Seletivo para água (trabalhar com solvente orgânico pré-saturado com água) Destilação com tolueno Cinzas • Determinação de cinzas= conteúdo inorgânico (fisiológico e contaminantes) – % Cinzas totais= carbonatos, fosfatos , sulfatos, cloretos – % Cinzas sulfatados= sais alcalinos – % Cinzas insolúveis em ácidos= silicatos (contaminação por terra ou pedra) 28 Pureza Balança mMPV Cadinho tarado Mufla Dessecador Balança mc Resíduos de defensivos agrícolas Pureza 29 ? OMS Substâncias Tóxicas Persistentes (STP) Pouco solúveis em água e estáveis sob radiação solar, umidade, ar e calor. Ex.: hidrocarbonetos aromáticos halogenados (organoclorados, organofosforados) NAR= Níveis Aceitáveis de Resíduos (em mg de STP por Kg da MPV pesquisada) MCDA= Máxima de Consumo Diário Aceitável (em mg de STP por peso corporal) E= Fator de correção ( taxa de tranferência da STP da planta medicinal para a forma farmacêtuica, determinado experimentalmente por cromatografia – HPLC ou CG 70= peso médio corporal (em Kg) CDPM= Consumo Diário médio (em Kg) de plantas medicinais 100= fator de consumo, que reflete a condição de que não mais que 1% do resíduo total de STP consumido seja proveniente da droga vegetal Ensaios limite para arsênio e metais pesados Pureza 30 Provenientes da poluição ambiental ou da contaminação por STP Ensaio limites descritos na Farmacopéia Brasileira 5ª Ed. 33 As Arsênio 74,922 48 Cd Cádmio 112,41 82 Pb Chumbo 207,2 Espectrofotômetro ou Colorímetro (=535-540 nm) Cromatografia Líquida ou Gasosa HPLC CG AsH3(ARSINA)+ dietilditiocarbamato Complexo vermelho Microrganismos e micotoxinas Pureza 31 Contaminação microbiológica • Aeróbios mesófilos • Fungos e leveduras – Fusarium – Penicillium • Enterobactérias – Bacillus cereus – Candida albicans – Escherichia coli – Staphylococcus aureus – Pseudomonas aeruginosa – Salmonella sp. Micotoxinas Aflatoxinas Ocratoxinas Fumonisinas Tricotecenos Resolução nº 34/1976 Limite máximo de 30 ppb em alimentos ?Determinação de micotoxinas não é descrita na FB 5ªEd Contagem de viáveis é método descrito (5.5.3.1.4), mas não previsto na FB 5º. Ed. para MPV Teor das substâncias ativas Integridade 32 Teor das substâncias ativas Integridade 33 Legislação • RDC ANVISA No. 14, de 31 de março de 2010 – Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos • RDC ANVISA No. 17, de 16 de abril de 2010 – Dispõe sobre BPF medicamentos • Ministério da Agricultura – Boas Práticas Agrícolas (BPA) de plantas Medicinais, aromáticas e condimentares • World Health Organization (OMS) – Quality control methods for medicinal plant materials Fitoterápicos 34 35 Dica de leitura – Aplicações
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