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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UnB 
FACULDADE UNB PLANALTINA - FUP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MAIARA DE SOUZA ROSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
A PRÁTICA NUTRICIONAL APLICADA NA BOVINOCULTURA 
DE CORTE DA FAZENDA BREJINHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRASILIA-DF 2016 
 
 
MAIARA DE SOUZA ROSA 
MATRÍCULA 14/0063340 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A PRÁTICA NUTRICIONAL APLICADA NA BOVINOCULTURA 
DE CORTE DA FAZENDA BREJINHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relatório Final de Estágio Supervisionado 
apresentado à Universidade de Brasília, 
como requisito parcial à obtenção do título 
de bacharel em Gestão do Agronegócio. 
Orientador: Professor Doutor Reinaldo José 
de Miranda Filho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRASILIA-DF 
 
2016 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho à minha mãe, Carminha, a mulher 
mais forte que eu já tive o prazer de conhecer e um 
exemplo a ser seguido. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Em primeiro lugar, agradeço a Deus, sem Ele, nada disso seria possível. 
À minha mãe, Carminha, por todo o amor, carinho, dedicação e sacrifícios, enfim, 
por tudo o que ela fez por nós e que me permitiu chegar até aqui. 
Aos meus irmãos, Harlei e Xande, pela força, pela presença e pela amizade. Sempre 
ao meu lado, sempre dispostos. 
À Raquel, minha rocha, meu farol e minha força. 
À minha família, que acreditou em mim e me apoiou em cada passo do caminho. 
À Judite Maria Gontijo, que me abriu as portas de sua casa e dividiu comigo seu 
conhecimento. 
Aos meus colegas, Débora Figueiredo, Douglas Lino, Lohanny Aquino e Luane 
Aguiar, com eles tudo ficou mais fácil. 
Aos meus professores, por todo o conhecimento e aprendizado que me 
proporcionaram e, principalmente, ao meu orientador, Professor Doutor Reinaldo José de 
Miranda Filho, pela orientação e paciência ao elaborar esse trabalho. 
Enfim, agradeço a todos que me apoiaram e que, de uma forma ou de outra, me 
ajudaram a vencer mais uma etapa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Foi relatado aqui a necessidade de um manejo nutricional adequado na bovinocultura de corte 
para otimizar a produção de carne, tendo em vista a importância dessa atividade para a 
economia do Brasil. Dentro desta perspectiva, este trabalho teve como objetivo o estudo de 
caso realizado na Fazenda Brejinho, analisando a dieta disponibilizada aos animais da 
propriedade, comparativamente com a dieta recomendada pela literatura vigente. Para análise, 
realizou-se um estudo de caso baseado em pesquisa documental – sobre a importância da 
carne para a economia nacional e mundial, a dieta adequada para bovinos, os valores 
nutricionais dos alimentos e a importância da nutrição para a produção de carne – e estágio in 
loco na propriedade estudada. Concluiu-se que a propriedade estudada, utiliza um sistema de 
produção caracterizado como de baixa tecnologia, entretanto, não necessariamente o menos 
eficiente, mas sim adaptado à realidade da propriedade. Conclui-se, ainda, que com a adoção 
de algumas práticas de manejo, a propriedade poderá aumentar a produtividade, diminuir 
desperdícios e, consequentemente, obter melhorrentabilidade. 
 
Palavras-chave: Bovinocultura de corte. Produção de Carne. Exigências Nutricionais. 
 
ABSTRACT 
 
It was reported here the need for an adequate nutritional management in beef cattle to 
optimize meat production, considering the importance of this activity for the Brazilian 
economy. From this perspective, this work had the objective of a case study carried out at 
Brejinho’s Farm, analyzing the diet available to the animals of the property, compared to the 
diet recommended by the current literature. For analysis, a case study based on documentary 
research was carried out - on the importance of meat for the national and world economy, 
adequate diet for cattle, nutritional values of foods and importance of nutrition for meat 
production - and Stage in loco in the property studied. It was concluded that the studied 
property uses a system of production characterized as low technology, however, not 
necessarily the least efficient, but rather adapted to the reality of the property. It is also 
concluded that with the adoption of some management practices, ownership can increase 
productivity, reduce waste and, consequently, obtain better profitability. 
 
Key words: Beef cattle. Meat production. Nutritional Requirements. 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: Consumo de Carnes no Brasil e no Mundo (Frango, Suína e Bovina)– 2016 .......... 12 
Figura 2: Tripé de produção ..................................................................................................... 16 
Figura 3: Valores dos principais nutrientes de um 1 kg de uma forrageira tropical (em gramas)
 .................................................................................................................................................. 25 
Figura 4: Valores dos principais nutrientes de um 1 kg MS de uma forrageira tropical (em 
gramas) ..................................................................................................................................... 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
file:///C:/Users/Mayzinha/Dropbox/Facool/2º%202016/Estágio/Relatório/Relatório%20Final.docx%23_Toc467764608
file:///C:/Users/Mayzinha/Dropbox/Facool/2º%202016/Estágio/Relatório/Relatório%20Final.docx%23_Toc467764609
file:///C:/Users/Mayzinha/Dropbox/Facool/2º%202016/Estágio/Relatório/Relatório%20Final.docx%23_Toc467764610
file:///C:/Users/Mayzinha/Dropbox/Facool/2º%202016/Estágio/Relatório/Relatório%20Final.docx%23_Toc467764610
file:///C:/Users/Mayzinha/Dropbox/Facool/2º%202016/Estágio/Relatório/Relatório%20Final.docx%23_Toc467764611
file:///C:/Users/Mayzinha/Dropbox/Facool/2º%202016/Estágio/Relatório/Relatório%20Final.docx%23_Toc467764611
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1: Ranking Mundial de Rebanho Bovino...................................................................... 13 
Tabela 2: Ranking Mundial de Produção de Carne Bovina...................................................... 13 
Tabela 3: Ranking Mundial de Exportação de Carne Bovina .................................................. 14 
Tabela 4: Ranking Mundial de Consumo de Carne Bovina ..................................................... 14 
Tabela 5: Exportações Brasileiras de Carne Bovina e País de Destino e Bovina e País de 
Destino ...................................................................................................................................... 15 
Tabela 6: Exigência nutricional de acordo com o ganho de peso ............................................ 18 
Tabela 7: Exigência nutricional de acordo com o ganho de peso ............................................ 18 
Tabela 8: Composição de alimentos e seus nutrientes expressos em base de matéria seca (MS)
 .................................................................................................................................................. 20 
Tabela 9: Níveis recomendados dos principais ingredientes para ração de bovinos ................ 20 
Tabela 10: Composição do Rebanho da Fazenda Brejinho por Idade (em meses) .................. 24 
Tabela 11: Relação de elementos ofertados pela Fazenda Brejinho ........................................ 27 
Tabela 12: Esquema profilático sanitário para o rebanho de bovinos de corte da Fazenda 
Brejinho .................................................................................................................................... 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ABAPA 
ABIEC 
ELg 
ELm 
EMBRAPA 
FDA 
FDN 
FOB 
 
 
MAARA 
MAPA 
Mcal 
MDIC 
MS 
MSI 
NDT 
NCR 
PB 
PV 
SECEX 
SRI 
UAUSDA 
 
Associação Brasileira de Proteína Animal. 
Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne. 
Energia Líquida para o Ganho. 
Energia Líquida de Mantença. 
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. 
Fibra em Detergente Ácido. 
Fibra em Detergente Neutro. 
Free on Board (Modalidade de frete em que o destinatário - a parte que 
compra - se responsabiliza pelos custos e riscos do transporte da mercadoria 
que está sendo importada). 
Ministério da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária (hoje MAPA). 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 
Megacaloria. 
Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. 
Matéria Seca. 
Matéria Seca Ingerida. 
Nutrientes Digestíveis Totais. 
National Research Council (Conselho Nacional de Pesquisa). 
Proteína Bruta. 
Peso Vivo. 
Secretaria de Comércio Exterior. 
Secretaria de Relações Internacionais. 
Unidade Animal (uma UA corresponde a 450kg de peso vivo). 
United States Department of Agriculture (Departamento de Agricultura dos 
Estados Unidos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 10 
 
1. REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 12 
1.1. Panorama da Bovinocultura de Corte na Economia Brasileira ............................................................. 12 
1.2. A Importância da Nutrição na Bovinocultura de Corte ........................................................................ 16 
2.3. Alimentos na Criação de Bovinos ........................................................................................................ 19 
 
3. MATERIAS E MÉTODOS ............................................................................................ 23 
3.1. Estudo de Caso ........................................................................................................................................... 23 
3.2. Coleta de Dados .......................................................................................................................................... 23 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 24 
3.1. Alimentação ............................................................................................................................................... 24 
3.2. Manejo Sanitário da Fazenda Brejinho ...................................................................................................... 27 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 30 
 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
INTRODUÇÃO 
 
O estágio supervisionado obrigatório é extremamente importante para 
complementação curricular e aprendizagem do graduando, pois se trata de um campo de 
treinamento, onde o mesmo será capaz de vivenciar empiricamente, o conhecimento cognitivo 
que ele recebeu durante seu tempo na universidade. Dessa forma, o aluno tem a oportunidade 
de agregar conhecimentos acerca das particularidades práticas da profissão através da atuação 
no dia-a-dia. “O estágio é o locus onde a identidade profissional do aluno é gerada, construída 
e referida; volta-se para o desenvolvimento de uma ação vivenciada, reflexiva e crítica e, por 
isso, deve ser planejada gradativa e sistematicamente.” (BURIOLLA, 1999). 
É durante o estágio que o graduando tem a oportunidade de se inserir na realidade 
profissional, colocar em prática pressupostos teóricos adquiridos na academia. Para Souza 
(2012), é a chance perfeita para que o aluno tenha a oportunidade de desenvolver uma 
formação baseada no contexto real de atuação, possibilitando a construção autônoma do 
conhecimento científico através da vivência de exemplos práticos para discussões acadêmicas. 
No estágio, o profissional em formação tem a oportunidade de investigar, analisar e intervir 
na realidade profissional. 
O estágio apresentado neste trabalho foi realizado na Fazenda Brejinho, localizada no 
Município de Cabeceiras, Goiás, no período de setembro a novembro de 2016. A fazenda já 
fez parte de uma propriedade maior, atuando na criação de gado de corte desde 1962. O 
proprietário dividiu as terras entre os filhos e, desde 2012, sua atual proprietária continua 
criando gado de corte. 
O fato de a proprietária ter herdado a fazenda levanta, ainda, a questão da sucessão 
familiar no agronegócio. A literatura mostra que esse é um dos fatores que mais preocupam os 
donos de propriedade. Potenciais sucessores têm demonstrado cada vez mais receio em 
assumir os negócios da família, por serem atividades que necessitam de trabalho árduo e por 
medo da “instabilidade” que as atividades agropecuárias apresentam, de maneira geral. São 
atividades altamente dependentes de fatores externos, como clima, preços de insumos e do 
produto final, entre outros. 
Segundo Reis (2006), casos de herança já são geralmente complicados, no 
agronegócio ficam ainda mais complexos, já que, além de toda a preparação para gerir um 
patrimônio, há necessidade de muito amor e sentimento para trabalhar com a terra, aptidão 
11 
 
que é nata ou adquirida com muita dedicação, com a observação de valores que muitas vezes 
não foram passados ao longo de uma vida. 
Tanto assim, que a Fazenda Brejinho, que antes era uma propriedade maior, foi 
dividida entre dez filhos, desses, cinco venderam as terras herdadas. 
Apesar do pouco tempo de atividade no ramo, a proprietária tem planos para o 
futuro. Para isso, já foi feito um projeto para a implantação de um sistema de criação semi 
intensivo (semi confinamento) para 200 cabeças. A proprietária pretende também ir 
lentamente melhorando a genética dos seus animais através de seleção feita no próprio 
rebanho e recuperar os pastos. 
São projetos de longo prazo, que serão realizados aos poucos, tendo em vista a falta 
de recursos financeiros. Entretanto, como a criação de gado não é a principal atividade da 
proprietária, os lucros obtidos pela fazenda serão reinvestidos na mesma, assim, com 
paciência, a propriedade poderá alcançar seu pleno potencial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
1. REFERENCIAL TEÓRICO 
1.1. Panorama da Bovinocultura de Corte na Economia Brasileira 
 
O consumo de carnes em todo o mundo é bastante significativo.Trata-se de um 
mercado que movimenta bilhões e, embora o total de consumo varie entre as quatro principais 
fontes de proteína animal, é inegável a força que a carne bovina tem no mercado.O United 
States Department of Agriculture (USDA) – Departamento de Agricultura dos Estados 
Unidos aponta, na figura 1 mostra um panorama do consumo de carnes no Brasil e no mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(Fonte: USDA, 2016) 
 
Dessa forma, abre-se um leque de oportunidades para os produtores e exportadores 
de carne bovina. E o Brasil é as duas coisas. O Departamento de Agricultura dos Estados 
Unidos fez um ranking dos maiores rebanhos, produtores e exportadores de carne bovina no 
mundo. Como é possível observar nas tabelas 1, 2 e 3, respectivamente. A bovinocultura de 
corte nacional se encontra em boa situação. 
 
 
Figura 1: Consumo de Carnes no Brasil e no Mundo (Frango, Suína e Bovina)– 2016 
13 
 
Tabela 1: Ranking Mundial de Rebanho Bovino 
India 31,1% 
Brasil 22,5% 
China 10,3% 
EUA 9,4% 
União Européia 9,1% 
Argentina 5,3% 
Austrália 2,8% 
Rússia 1,9% 
México 1,7% 
Outros 5,7% 
(Fonte: USDA, 2016. Compilado: CAIS, 2016) 
 
É Importante lembrar que o rebanho bovino da Índia não é comercial, uma vez que, 
por questões religiosas, bovinos são consideradosanimais sagrados, portanto, não 
consumidos. 
 
Tabela 2: Ranking Mundial de Produção de Carne Bovina 
EUA 18,5% 
Brasil 16,3% 
União Européia 12,5% 
China 11,5% 
India 6,9% 
Argentina 4,5% 
Austrália 4,3% 
México 3,1% 
Paquistão 2,8% 
Rússia 2,3% 
Canadá 1,8% 
Outros 15,5% 
(Fonte: USDA, 2016. Compilado: CAIS, 2016) 
14 
 
 
Tabela 3: Ranking Mundial de Exportação de Carne Bovina 
India 20,8% 
Brasil 19,1% 
Austrália 18,5% 
EUA 11,7% 
Nova Zelândia 5,8% 
Paraguai 3,9% 
Canadá 3,8% 
Uruguai 3,5% 
União Européia 3,0% 
Argentina 2,0% 
Outros 7,9% 
(Fonte: USDA, 2016. Compilado: CAIS, 2016) 
 
As tabelas acima demonstram claramente o bom posicionamento do Brasil na 
produção - segundo maior, depois dos EUA - e exportação de carne bovina. É interessante 
perceber que a Índia, o mesmo país em que a vaca é considerada sagrada, está em primeiro 
lugar como exportador de carne vermelha, de acordo com o site da CNN Money, isso ocorre 
porque o país exporta grandes quantidades de carne de búfalo, um membro da família bovina 
e que é classificado como carne bovina pelas autoridades americanas. 
Além disso, o Brasil também é um dos maiores consumidores de carne bovina no 
mundo, como mostrado na tabela 4: 
 
Tabela 4: Ranking Mundial de Consumo de Carne Bovina 
EUA 19,5% 
Brasil 13,7% 
União Européia 13,0% 
China 12,6% 
Argentina 4,3% 
Rússia 4,0% 
15 
 
India 3,5% 
México 3,2% 
Paquistão 2,8% 
Japão 2,1% 
Outros 21,3% 
(Fonte: USDA, 2016. Compilado: CAIS, 2016) 
 
Com a economia do Brasil cercada de incertezas, a balança comercial do país em 
2016 atingiu, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços 
(MDIC), na primeira semana do mês outubro um superávit de 499 milhões de dólares. Apesar 
de o saldo ser positivo, ainda é 11,7% menor que no mesmo período de 2015. A queda se 
deve a menor taxa de exportações de produtos tradicionais do agronegócio brasileiro, milho 
em grão, algodão em bruto, farelo de soja, soja em grão, carne bovina e de frango e fumo em 
folhas somaram uma queda de 25,1%, se comparados ao ano passado. A exportação da carne 
bovina caiu 11% em setembro. Segundo divulgou no dia 10 de junho de 2016, a Secretaria de 
Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
(SRI/MAPA), as exportações do agronegócio atingiram um total de 8,6 bilhões de dólares, 
0,6% inferior ao mesmo período do ano passado. Ainda de acordo com o SRI/MAPA o setor 
acumulou, de janeiro a maio deste ano, 36,7 bilhões de dólares em exportações. 
 
Tabela 5: Exportações Brasileiras de Carne Bovina e País de Destino e Bovina e País de 
Destino 
Set. 2016(US$ FOB) 
 
SETEMBRO 
DISCRIMINAÇÃO 2016 (A) 2015 (B) 
Part 
% 
2016 
Part 
% 
2015 
Var. 
% 
A/B 
TOTAL GERAL 15.801.938.635 16.148.183.035 100 100 -2,14 
Carne de bovino congelada, 
fresca ou refrigerada 
388.824.603 36.893.525 2,46 2,71 -11,00 
China 68.518.148 1.285.878 17,62 8,61 -15,71 
Egito 63.244.159 66.159.614 16,27 5,14 -4,41 
Hong Kong 53.235.422 35.950.992 13,69 8,23 48,08 
Rússia 35.142.658 32.787.148 9,04 7,50 7,18 
Irã 25.891.202 24.728.409 6,66 5,66 4,70 
Chile 23.617.956 26.660.075 6,07 6,10 -11,41 
Venezuela 18.040.553 66.546.161 4,64 15,23 -72,89 
16 
 
Países Baixos (Holanda) 16.141.590 14.282.270 4,15 3,27 13,02 
Itália 12.682.919 16.950.899 3,26 3,88 -25,18 
Arábia Saudita 8.543.394 - 2,20 - 0,00 
DEMAIS PAÍSES 63.766.602 71.542.079 16,40 16,38 -10,87 
(Fonte: Secretaria de Comércio Exterior) 
 
Vale lembrar que dados preliminares da Organização Mundial de Comércio (OMC) 
colocavam o Brasil na 25ª posição no ranking de países exportadores, com 1% da fatia do 
mercado internacional, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) estima que o país 
possa cair para a 29ª posição e sua participação passará a ser de 0,98%, o que demonstra o 
tamanho do desafio para a economia nacional. 
 
1.2. A Importância da Nutrição na Bovinocultura de Corte 
 
A nutrição animal, não só na bovinocultura de corte, bem como em qualquer outra 
área agropecuária é um fator determinante para o sucesso ou o fracasso. Um bom manejo 
nutricional vai garantir, não só a produtividade de carcaça, como influenciar o custo de 
produção. Raposo, Gomes e Bungenstab (2015) afirmam que o aumento da produtividade da 
carne é uma das formas possíveis de aumentar a produção sem que seja necessária a abertura 
de novas pastagens, uma vez que a nutrição é um dos pilares do tripé: genética – nutrição – 
saúde que firmam a produção eficiente e eficaz de carne. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(Fonte: Os Autores, 2016. Adaptado de Rodríguez Ortega, 2011) 
Figura 2: Tripé de produção 
17 
 
Ainda segundo Raposo, Gomes e Bungenstab (2015), cerca de 95% da produção de 
carne no Brasil é extensiva, mais de 80% do rebanho é de corte e cerca de 5% é produzida em 
confinamento. Esses dados suportam a importância da nutrição para a produção de carne e ao 
mesmo tempo deixam ainda mais clara a importância que um bom manejo nutricional tem na 
contribuição com a cadeia produtiva da pecuária bovina. Principalmente ao se observar dados, 
como os apresentados na tabela 1 (p.13) que indicam que o Brasil possui o maior rebanho 
comercial do mundo e, ainda assim, apresenta índices produtivos inferiores, como 
apresentado na tabela 2 (p.13). 
Mas como o alimento ingerido pelo gado pode afetar tanto os fatores produtivos? 
Quanto mais completo e adequado ao rebanho for o manejo nutricional, maior será o 
rendimento de carcaça. 
“Os nutrientes são componentes que auxiliam no suporte de vida alimentar. Os seis 
nutrientes básicos são: água, proteína (aminoácidos), carboidratos, gorduras, 
minerais, vitaminas. Exigências nutricionais são a quantidade de nutrientes que o 
animal precisa para uma finalidade específica.” 
 (MEDEIROS et al., 2015, apud BORGES, 2016). 
Embora a água seja imprescindível, os níveis nutricionais dos alimentos são 
mensurados através da matéria seca (MS) dos mesmos. 
Em cada fase da vida, o animal necessita ingerir determinada quantidade de 
nutrientes até estar pronto para o abate. O ideal seria que o produtor fosse capaz de abater o 
animal o mais cedo possível. Para isso é necessário um manejo nutricional que permita ao 
animal ganhar peso e atingir o ponto de abate precocemente. De qualquer forma, as 
necessidades de cada animal dependem de alguns fatores, entre eles se destacam a idade, raça, 
estágio de produção, ambiente e sexo. 
Pode-se entender, então, que exigência nutricional como a quantidade que o animal 
deve ingerir de cada nutriente, para que o mesmo possa se manter vivo (mantença) e alcançar 
os níveis de produção desejados. Basicamente, os bovinos precisam de proteína, energia, 
fibras, minerais, vitaminas e água. 
Quantificar de maneira exata cada uma dessas necessidades tem sido uma tarefa 
ingrata. 
“Diversos países já estabeleceram as normas nutricionais de seus rebanhos de corte, 
levando em consideração as peculiaridades de suas realidades: França em 1978 
(INRA, 1978 e INRA, 2007), Inglaterra em 1965 (ARC, 1965), Reino Unido em 
1980 (ARC, 1980) e 1993 (AFRC, 1993), Estados Unidos (NRC, 1917 a NRC, 
2000) e Austrália em 1990 (CSIRO, 1990 e CSIRO, 2007). No Brasil, a primeira 
versão do BR CORTE (Valadares Filho et al., 2006), apresentou os requerimentos 
de animais Nelore criados em condições brasileiras, no entanto, o reduzido número 
de observações (principalmente para machos castrados e fêmeas) e a falta de animais 
18 
 
cruzados no banco de dados sugere que seja realizada uma atualização dos 
requerimentos nutricionais para bovinos de corte no Brasil.” 
(MARCONDES et al. s/d) 
 
Assim, é importante que se realize estudos para que se tenha conhecimento sobre as 
exigências nutricionais dos animais brasileiros de acordo com o clima em que vivem. 
As tabelas 6 e 7 mostram a exigência nutricional para animais em duasfases 
diferentes: uma com o peso vivo (PV) de 295kg e a outra como PV 409 kg, ambas 
formuladas de acordo com o americano NCR – National Research Council (Conselho 
Nacional de Pesquisa). 
 
Tabela 6: Exigência nutricional de acordo com o ganho de peso 
Animais em crescimento com peso vivo de 295kg - peso ao abate de 454kg 
(28% gordura corporal). 
Exigência Nutricional 
Ganho médio 
diário 0,290kg 
Ganho médio 
diário 0,800 
Ganho médio 
diário 1,220kg 
Mat. seca ing. 
(MSI) (kg/dia) 
7,9 8,3 8,1 
Eng. líq. 
mantença (Mcal/kg) 
0,99 1,34 1,67 
Eng. líq. 
ganho (Mcal/kg) 
0,44 0,77 1,06 
Proteína. 
bruta (% MS) 
6,9 9,2 11,5 
Cálcio (%MS) 0,20 0,32 0,42 
Fósforo (% MS) 0,12 0,17 0,21 
(Fonte: NRC- Beef Cattle, 1996) 
 
Tabela 7: Exigência nutricional de acordo com o ganho de peso 
Animais em engorda com peso vivo de 409 kg - peso ao abate de 545kg 
(28% de gordura corporal). 
Exigência Nutricional 
Ganho médio 
diário 0,330 kg 
Ganho médio 
diário 0,910 
Ganho médio 
diário 1,380kg 
Mat. seca ing. 
(MSI) (kg/dia) 
10,0 10,6 10,3 
Eng. líq. mantença 
(Mcal/kg) 
0,99 1,34 1,67 
Eng. líq. ganho 0,44 0,77 1,06 
19 
 
(Mcal/kg) 
Proteína. bruta 
(% MS) 
6,6 8,4 10,2 
Cálcio (% MS) 0,19 0,28 0,37 
Fósforo (% MS) 0,12 0,16 0,20 
Fonte: NRC - Beef Cattle, 1996) 
 
É importante lembrar que essas necessidades são variáveis e dependem de fatores 
extrínsecos, tais como a idade, raça, estágio de produção, ambiente, sexo e ainda a função 
produtiva do animal. Isso se torna bem claro ao se comparar as tabelas 7 e 8, em que é 
possível observar que animais mais pesados e que irão para o abate mais tardiamente terão 
necessidades nutricionais diferentes. 
. 
2.3. Alimentos na Criação de Bovinos 
 
Na alimentação bovina, os alimentos são classificados em:´ 
 Volumosos - ricos em água e fibra; baixo teor energético; possuem menos de 18% 
de nutrientes digestíveis totais (NDT) e mais de 60% de fibra bruta (FB); podem 
ser oferecido sob a forma de pastagem, silagem, capineira, bagaço, feno; 
amplamente usado na bovinocultura no Brasil; custos mais baixos. 
 Concentrados - possuem menos de 18% de FB e mais de 60% de NDT; são, ainda, 
subdivididos em outros 5 categorias: 
 Protéicos - concentrado que contem mais de 20% de proteína bruta (PB); 
 Energéticos - concentrado que contem menos de 20% de PB; 
 Aditivos - substâncias diversas como: antibióticos, antioxidantes, probióticos, 
hormônios, etc. 
 Minerais - minerais utilizados na alimentação dos bovinos como: fósforo, 
sódio, cálcio, iodo, cobre, zinco, etc. 
 Vitaminas: hidrossolúveis e hipossolúveis. 
Cada um desses nutrientes são encontrados em quantidades diferentes dentre os 
diversos alimentos disponibilizados para os amimais. Alguns dos mais utilizados, bem como 
sua composição, são mostrados na tabela 8: 
 
20 
 
Tabela 8: Composição de alimentos e seus nutrientes expressos em base de matéria seca 
(MS) 
Composição 
MS 
(%) 
PB 
(%) 
NDT 
(%) 
ELm 
(Mcal) 
Elg 
(Mcal) 
Ca 
(%) 
P 
(%) 
FDN 
(%) 
FDA 
(%) 
Milho grão 88,0 9,0 85,0 2,067 1,393 0,02 0,29 9,0 3,0 
Sorgo grão 88,0 9,0 82,0 1,820 1,190 0,03 0,20 8,8 3,0 
Farelo arroz 91,0 14,8 69,0 1,663 1,056 0,06 0,99 33,0 18,0 
Raspa mandioca 87,3 3,5 68,0 1,569 0,913 0,17 0,09 13,0 7,0 
Farelo trigo 89,0 14,0 71,0 1,662 1,056 0,13 1,02 31,0 15,0 
Polpa cítrica 91,0 6,7 77,0 1,910 1,235 1,84 0,12 25,0 22,0 
Farelo soja 88,0 45,0 82,0 2,112 1,438 0,3 0,68 12,0 10,0 
Soja grão 91,0 38,0 93,0 2,350 1,650 0,4 0,52 12,0 10,0 
Caroço algodão 90,0 23,5 96,0 2,471 1,730 0,21 0,64 47,4 38,6 
Farelo algodão 88,0 38,0 68,0 1,865 1,236 0,15 0,8 25,0 18,0 
Far. Amendoim 91,0 49,5 72,0 1,910 1,235 0,12 0,58 25,0 15,0 
Far. Girassol 93,0 28,0 67,0 1,470 0,880 0,40 1,10 40,0 17,0 
Cama frango 86,0 18,0 61,0 1,342 0,765 2,32 0,60 38,0 15,0 
Farinha peixe 94,0 55,0 60,0 1,775 1,120 8,80 4,80 1,0 0 
Farinha sangue 91,5 80,0 60,0 1,510 0,910 0,40 0,25 1,0 0 
Sebo animal 99,0 0 177,0 4,750 3,510 0,57 0,06 0 0 
B. brizantha – 
águas 
27,9 9,0 54,5 1,067 0,517 0,22 0,16 69,7 39,6 
B. brizantha – 
seca 
57,0 4,0 48,0 0,970 0,320 0,20 0,12 80,0 45,0 
Cana de açúcar 21,0 1,9 60,0 1,314 0,736 0,13 0,03 55,0 42,0 
Uréia 90 287 0 0 0 0 0 0 0 
(FONTE : NRC 1996) 
 
Deve-se, ainda, observar os cuidados para evitar a superalimentação. A ingestão 
excessiva de alguns alimentos ricos em proteína, por exemplo, pode causar a excreção de 
nitrogênio ou o surgimento de enterotoxemina, uma clostridiose que causa distúrbios 
gastrointestinais. A tabela 9 indica a recomendação de alguns alimentos comuns à dieta 
bovina: 
 
Tabela 9: Níveis recomendados dos principais ingredientes para ração de bovinos 
Ingredientes Nível de uso Observações 
Milho grão sem restrição UA= Unidade Animal 
21 
 
3kg/UA/dia (450kg peso vivo) 
Farelo Glúten 60 2,5kg/UA/dia 
20 - 40% da 
dieta (MS) 
Farelo Glúten 22 2,5kg/UA/dia 
20 - 40% da 
dieta (MS) 
Sorgo grão 3kg/UA/dia 
substitui 100% 
do milho 
Farelo trigo 
30 a 40% do 
concentrado 
bezerros 10 a 20 % 
do concentrado 
Farelo arroz 
desengord. 
20 a 30% do 
concentrado 
bezerros 10 a 20% 
do concentrado 
Farelo raspa mandioca 
substitui 100% 
do milho 
- 
Polpa cítrica 3kg/UA/dia 
20% a 40% da 
dieta (MS) 
Farelo soja sem restrição 
base protéica 
do concentrado 
Soja grão 2kg/UA /dia 
10 a 15% da 
dieta (MS) 
Farelo algodão 
até 30% do 
concentrado 
bezerros até 20% 
concentrado 
Caroço algodão 
2,5 a 3kg/dia 
(engorda) 
10 a 15 % dieta - touros 
não é recomendado 
Farelo de girassol 
até 30% do 
concentrado 
- 
Farelo de amendoim 
20 a 30% do 
concentrado 
3kg/UA/dia 
Farinha de 
carne e ossos 
3 a 5% do 
concentrado 
Proibido pelo 
MAARA 
- fonte bovina 
Farinha de sangue 
3 a 5% do 
concentrado 
Proibido pelo MAARA 
- fonte bovina 
Farinha de peixe 
até 10% do 
concentrado 
3 a 4 % na dieta (MS) 
Cama de frango 
40 a 60% do 
concentrado 
Proibido pelo MAARA 
- fonte bovina 
Sebo 
até 5% de Ext. 
etéreo na dieta 
Proibido pelo 
MAARA 
- fonte bovina 
Uréia - - 
Casca amendoim 
12 a 15% da 
MS total 
Substituição 
do volumoso 
Casca de arroz 10 a 15% da Substituição 
22 
 
MS total do volumoso 
Casca de algodão 
30 a 35% da 
MS total 
Substituição 
do volumoso 
(FONTE: Teixeira 1997; Santos 1997; Gonçalves & Borges 1997; Teixeira 1998; Lana 2000; 
Valadares Filho 2002. Compilação: Barbosa, 2014) 
 
É proibida a utilização de proteínas de origem animal na alimentação de ruminantes 
como instrumento de prevenção contra o botulismo, contaminação cruzada (os produtos 
podem conter resíduos de antibióticos, bactérias, inseticidas) e a Encefalopatia Espongiforme 
Bovina ou o Mal da Vaca Louca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
3. MATERIAS E MÉTODOS 
 
3.1. Estudo de Caso 
 
A metodologia de pesquisa utilizada neste trabalho foi o estudo de caso. Segundo 
Galdeano, Rossi e Zago (2003), trata-se de um método amplo que permite ser aplicado a uma 
grande variedade de problemas e contribui, de forma consistente, para o desenvolvimento de 
um corpo de conhecimento próprio, refletindo o interesse do estudioso em organizar o seu 
trabalho, baseando o estabelecimento de suas ações na análise de dados e pesquisa 
bibliográfica. 
Para Yin (2005), o uso do estudo de caso é adequado quando se pretende investigar o 
como e o porquê de um conjunto de eventos contemporâneos. O autor afirma, ainda, que o 
estudo de caso é uma investigação empírica que permite o estudo de um fenômeno 
contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o 
fenômeno e o contexto não estão claramente definidos. 
 
3.2. Coleta de Dados 
 
Os dados foram coletados nos meses de agosto a novembro de 2016, na Fazenda 
Brejinho, onde foi realizado estágio in loco. Durante esse período, a orientanda acompanhoue 
caracterizou o sistema de alimentação e as atividades relativas à sanidade do rebanho, bem 
como acompanhou e caracterizou as atividades de administração da propriedade. Dessa 
forma, as informações para análise foram coletadas através de observação e/ou participação 
nas atividades diárias realizadas na fazenda. 
Além disso, realizou-se estudo de literatura que apresentasse dados sobre o tema 
proposto. Pesquisou-se sobre a importância da carne para a economia nacional e mundial, a 
dieta adequada para bovinos, os valores nutricionais dos alimentos e a importância da nutrição 
para a produção de carne. Esse estudo bibliográfico foi apresentado como referencial teórico 
(capítulo 2) e serviu para o referencial teórico do trabalho e base como para comparação. 
 
 
 
 
 
24 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
A Fazenda Brejinho, onde foi realizado o estudo, possui uma área de total de 137 ha, 
dos quais 121 ha são ocupados por pastagens, compostos por Braquiarão (B. brizantha cv 
Marandu) e o Andropógon (A. gayanus). As pastagens estão divididas em cinco grandes 
pastos, nos quais as 148 cabeças de gado da raça nelore são criadas, com exceção das vacas 
lactantes com cria ainda não desmamada, juntas. 
O sistema de criação é o extensivo e o rebanho é composto por 148 animais divididos 
da seguinte maneira: 
 
Tabela 10: Composição do Rebanho da Fazenda Brejinho por Idade (em meses) 
 0 a 12 13 a 24 25 a 36 Mais de 36 TOTAL 
Machos 24 -- -- 3 27 
Fêmeas 26 9 15 71 121 
(Fonte: Os Autores, 2016) 
3.1. Alimentação 
 
Analisar a rotina de alimentação dos animais, é fundamental para a formulação de 
uma dieta apropriada. O teor de ingredientes para alimentação animal, especialmente silagem 
e suplementos, devem ser verificados com frequência para produzir formulações que refletem 
com precisão o teor de nutrientes dos alimentos disponíveis (MARQUES et al., 2005). 
Segundo Borges (2016), depois da aquisição de animais, a alimentação representa o 
maior custo de produção da carne bovina, por esta razão é importante conhecer a nutrição 
básica e o melhor manejo nutricional na pecuária de corte. 
Algumas estratégias podem ser aplicadas. O agrupamento dos animais por 
tamanho/idade/peso/sexo também podem ser utilizados para atender melhor e de madeira 
mais eficientes as necessidades nutricionais de bovinos. Grupos homogêneos permitem que o 
produtor use dietas que mais se aproximam das reais necessidades individuais de todos os 
animais no grupo, uma vez que há menor variação entre os mesmos (CORRÊA et al., 2001). 
Pode-se também adotar a prática de uma boa gestão dos cochos de alimentação para 
a redução de desperdício de alimentos. Isso envolve a verificação dos níveis de ingestão de 
alimentos e ajustar a ingestão ás exigências do tamanho dos animais envolvidos. Deverá 
também ser anotada o quanto de alimentação está sendo desperdiçada na operação. Outro 
aspecto do gerenciamento de alimentos para animais considera as perdas de nutrientes durante 
25 
 
o armazenamento dos alimentos. Dependendo de como ingredientes da alimentação são 
armazenados, os nutrientes podem ser perdidos para o meio ambiente como resultado das 
condições de armazenagem ou de chuvas na alimentação a descoberto. Alimentos 
fermentados, tais como silagem, podem produzir lixiviado. A contenção do lixiviado da 
silagem e a boa gestão de todas as áreas de armazenamento dos alimentos para o rebanho e o 
transporte correto dos alimentos são aconselhados para que os nutrientes à base de alimentos 
para animais não sejam perdidos diretamente para o meio ambiente (EVERSOLE et al., 2000, 
apud BORGES, 2016). 
A maior parte da alimentação dos animais da Fazenda Brejinho, vem da oferta de 
volumoso por meio de pastagem. Três dos cinco pastos são compostos por Braquiarão (B. 
brizantha cv Marandu) e os outros dois por Andropógon (A. gayanus). 
Uma vez que o volumoso compõe a maior parte da dieta alimentar de bovinos não só 
na propriedade, mas em todo o Brasil de maneira geral, fez-se necessário uma análise de sua 
composição nutricional. Assim, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) 
apresenta a composição básica das forrageiras tropicais (categoria na qual se encontram os 
dois tipos de capim que formam os pastos da propriedade), apontadas na figura 3: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(Fonte: Embrapa, 2015) 
 
 
A constituição da matéria seca em si, é apontada na figura 4: 
 
Figura 3: Valores dos principais nutrientes de um 1 kg de uma forrageira tropical (em 
gramas) 
26 
 
Figura 4: Valores dos principais nutrientes de um 1 kg MS de uma forrageira tropical 
(em gramas) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(Fonte: Embrapa, 2015) 
 
Já a oferta de suplementação e mineralização é feita com uma formulação de mistura 
múltipla composta por 1 saco (25kg) de sal mineral 160; 2 sacos (50kg) de sal comum; 
aproximadamente 6kg de uréia e aproximadamente 20kg de milho triturado (quirera). 
Essa formulação é disponibilizada duas vezes por semana nos cochos. Além disso, 
para as vacas com cria, também é ofertado milho e grão. 
A literatura vigente recomenda as mais diversas formulações de ração para gado de 
corte. Barbosa e Graça (2003) afirmam que essas formulações devem suprir as necessidades 
dos animais, complementando os minerais que não são oferecidos pelas pastagens e 
suplementar proteína e energia. Para isso, elas devem conter: 5% a 15% de uréia; 15% a 40% 
de farelo protéico; 20% a 30% de grãos ou farelo energético; 10% a 30% de sal branco; 5% a 
10% de suplemento mineral. A tabela 11 compara a formulação recomendada e a ofertada na 
propriedade. 
 
 
Figura 4: Valores dos principais nutrientes de um 1 kg MS de uma forrageira tropical 
(em gramas) 
27 
 
Tabela 11: Relação de elementos ofertados pela Fazenda Brejinho 
Comparada com a recomendação de Barbosa e Graça (2003) 
Recomendações Exemplos Fazenda Brejinho 
 
Qnt. Alimentos Alimentos Qnt. 
5% a 15% de uréia ----- Uréia 5,9% 
15% a 40% de farelo 
protéico 
Farelo de soja, farelo de algodão, 
farelo de girassol, soja grão, farelo 
de amendoim, caroço de algodão 
Não oferece 0,0% 
20% a 30% de grãos 
ou farelo energético 
Milho, sorgo, trigo, arroz, melaço, 
polpa cítrica 
Milho 19,8% 
10% a 30% de sal 
branco 
----- Sal comum 49,5% 
5% a 10% de 
suplemento mineral 
----- Mineral 160 24,75% 
(Fonte: Os Autores, 2016) 
 
Ao fazer as comparações, pode-se notar claramente a necessidade de algumas 
alterações na formulação ofertada na propriedade. É possível perceber que há carência de 
concentrado protéico e uma superalimentação de sal branco e sal mineral, são ofertados 
19,5% e 14,75% além das quantidades recomendadas, respectivamente. 
3.2. Manejo Sanitário da Fazenda Brejinho 
 
Embora não estejam relacionados, o manejo sanitário de uma propriedade é tão 
importante quanto a nutrição para o bom desenvolvimento dos animais. O MAPA, através da 
Secretaria de Defesa Agropecuária lança anualmente um calendário para a vacinação contra a 
febre aftosa em todo o país (no estado de Goiás o período de vacinação contra a febre aftosa 
ocorre nos meses de maio e novembro), além do mais, existe um calendário de manejo 
sanitário utilizando em toda a atividade bovina do Brasil. 
Vacinar é um dos principais procedimentos do manejo sanitário, trata de um ato 
inteligente e prudente, com boa relação custo-benefício. A função das vacinas é propiciar a 
proteção dos animais contra as enfermidades naturalmente ocorrentes na região onde o 
28 
 
rebanho está localizado. Fatores como idade, sexo, espécie e tipo de manejo também 
determinam as vacinas a serem utilizadas (EMBRAPA, 2006). 
A sanidade do rebanho é um dos aspectos mais importantes que devem ser levados em 
conta nos sistemas de produção, pois o seu controle impede a disseminação de enfermidades, 
consequentemente aumentando a produtividade e a lucratividadeda fazenda. 
Recomenda-se o uso de um calendário previamente elaborado, a tabela 12 mostra o 
calendário de vacinas da Fazenda Brejinho: 
 
Tabela 12: Esquema profilático sanitário para o rebanho de bovinos de corte da 
Fazenda Brejinho 
Vacina Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 
Febre Aftosa* X X 
Brucelose (fêmeas 
3-8 meses) 
 X 
Carbúnculo 
(3-4 meses) 
 X X X X 
Vermifugação 
(até 24 meses) 
 X 
Raiva* 
(4-12 meses) 
 X 
* Segue orientação dos órgãos de defesa estaduais (Fonte: Os autores, 2016) 
 
Na Fazenda Brejinho o manejo sanitário é realizado seguindo as orientações dos 
órgãos federais e estaduais vigentes, sendo assim, as vacinas aplicadas são: 
 Meses de março, junho e dezembro - vacina contra carbúnculo em animais entre 3 e 4 
meses. 
 Mês de maio - Contra aftosa e raiva (o município de Cabeceiras, juntamente com 
outros 118 municípios do estado de Goiás, são considerados zonas de alto risco para a 
raiva), em todas as categorias. 
 Mês de setembro - Vermifugação em animais com até 24 meses. 
 Mês de novembro - Contra aftosa, nas categorias até 24 meses e brucelose nas fêmeas 
com idade entre 3 e 8 meses. 
29 
 
No caso de vacinas que devem ser aplicadas em animais com idades especificas, o 
calendário é organizado de modo que as idades combinem com a época de aplicação das 
vacinas. 
Como o sistema de acasalamento empregado na propriedade é a monta em campo 
(sistema em que os touros permanecem junto ao rebanho de fêmeas durante todo o ano), as 
demais atividades relacionadas ao manejo do rebanho, sanitário ou não, tais como cura de 
umbigo, descorna, marcação, são feitas quando são necessárias; ou em caráter de urgência, ou 
datas previamente combinadas. 
É importante que se saiba que a implementação correta de medidas preventivas e 
curativas de controle sanitário, além de aumentar a produtividade, assegura também a 
produção de alimentos saudáveis e isentos de resíduos nocivos à saúde humana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A Fazenda Brejinho utiliza o sistema de produção extensivo. Trata-se de um sistema 
de criação mais barato, amplamente conhecido e utilizado no Brasil, com poucas exigências 
de manejo, tecnologia e know how – um sistema relatado por vários pecuaristas como “fácil e 
barato”. 
Entretanto, como é possível observar que com a adoção de algumas práticas de 
manejo, a propriedade poderá aumentar a eficiência e eficácia na produção, diminuir 
desperdícios e, consequentemente, obter maior rentabilidade na atividade. 
 A alimentação não foi apenas o principal item de custo, mas também o principal 
fator que influencia no desempenho. O objetivo principal dos programas de manutenção de 
nutrição bovinos é atingir o equilíbrio mais rentável entre os custos de alimentação e a 
produção de carne, sendo a chave para uma atividade rentável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
REFERÊNCIAS 
 
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SOUZA, Ana Maria Rodrigues de. A importância do Estágio na Formação Profissional. 
Portal da Educação. Paraíba, 2012. Disponível em < https://www.portaleducacao.com.br>. 
Acesso em: 18 de out. 2016. 
 
REIS, Adriana Zafaneli Dias dos. Sucessão Familiar no Agronrgócio. Revista CESUMAR 
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Maringá, v. 11, n. 2, p. 185-207. Jul./Dez. 2006. 
 
MEDEIROS, Sérgio Raposo de. GOMES, Rodrigo da Costa. BUNGENSTAB, Davi José. 
(Ed. Téc.).Nutrição de bovinos de corte: fundamentos e aplicações. Brasília, DF:Embrapa, 
2015. 
 
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da Pecuária no Brasil – Relatório Anual. S/D, 2015. Disponível em: 
<http://www.abiec.com.br/texto.asp?id=9>. Acesso em: out, 2016. 
 
CAMARGO, Isabella. O Atual Cenário da Exportação de Carne Bovina. Goiás, 2016. 
Disponível em: <http://www.sindicarnegoias.org.br/2016/03/02/o-atual-cenario-de-
exportacao-de-carne-bovina/>. Acesso em: out, 2016. 
 
CAIS, Melina. Dados Estatísticos do Complexo de Carnes. São Paulo, 2016. Disponível 
em:<http://blogdacarne.com>. Acesso em: 21 de out. 2016. 
 
BORGES, Elaine Pereira. Composição dos Alimentos e Exigências Nutricionais de 
Bovinos de Corte. 24 f. Trabalho de Conclusão de Curso Especialização em Nutrição de 
Grandes Animais na Produção do Bovino Ideal). Universidade Castelo Branco/Instituto 
Qualittas, Goiânia, 2016. 
 
 
QUADROS, Danilo Gusmão de. Confinamento de Bovinos de Corte. Disponível em 
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