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LEGISLAÇÃO CONTRA O BULLYING: UMA BUSCA PARA RESOLVER O PROBLEMA FRICK, Loriane Trombini1 - FCT / UNESP Grupo de Trabalho – Violências nas Escolas Agência Financiadora: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP Resumo Este texto tem por objetivo analisar as principais características das legislações governamentais brasileiras de ações antibullying, em nível federal e estadual. Constitui-se num estudo descritivo e exploratório de caráter qualitativo. Os dados foram coletados através da Internet em sites oficiais do governo brasileiro, tanto em nível federal como estadual, diretamente nos setores de legislação, usando o descritor “bullying”. Dos vinte e sete estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal, dezenove possuem legislação antibullying aprovada. Em sete estados há projeto de lei em tramitação nas respectivas assembleias legislativas. Em nível federal, encontrou-se um projeto de lei antibullying. O referencial teórico utilizado para exposição do tema e análise das estratégias antibullying fundamenta-se, principalmente, nos estudos de Avilés (2006), Díaz-Aguado (2005), Ortega (2002) e nos estudos de Tognetta (2011) sob a luz da Psicologia do Desenvolvimento Moral. Pela descrição e análise das referidas leis evidencia-se que estas, em geral, responsabilizam as escolas pela identificação, prevenção, conscientização e combate do bullying em seu ambiente. Para alcançar os objetivos propostos, as leis sugerem determinadas ações a serem desenvolvidas dentro das medidas, programas ou políticas antibullying, as quais foram organizadas e descritas em categorias. Ao abordarem a formação de professores, também deixam sob a responsabilidade das instituições escolares, o que vai contra o que a literatura especializada tem sugerido. Verifica-se, no Brasil, um esforço maior, por parte do poder público, para a construção de leis do que para o desenvolvimento de programas de diagnóstico e prevenção do bullying e de capacitação docente. Disto ressalta-se a interpretação que os órgãos públicos têm sobre ações antibullying. Supõe-se que compreendem que o mesmo pode ser “combatido” por imposição de lei. Palavras-chave: Legislação. Violência escolar. Bullying. Estratégias antibullying. 1 Doutoranda em Educação: Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP. E-mail: lorianetrombini@hotmail.com. 28337 Introdução Este estudo faz parte de uma tese de doutorado, intitulada “Estratégias de prevenção e contenção do bullying nas escolas – as propostas governamentais e de pesquisadores no Brasil e na Espanha”, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, a qual tem por objetivo investigar e analisar as estratégias de prevenção e contenção para o bullying na Espanha e no Brasil, pelas políticas governamentais e pesquisadores do tema. Assim como a indisciplina na escola, as situações de violência entre pares preocupam as autoridades escolares e a comunidade em geral. Falamos do bullying, fenômeno estudado mundialmente, conceituado como um conjunto de ações agressivas, intencionais e repetitivas, ao longo do tempo, praticado por um ou mais alunos, causando danos físicos ou morais, que ocorre entre pares numa relação desigual de poder (AVILÉS, 2006; OLWEUS, 2006). No Brasil, por volta dos anos 2000, pesquisadores começaram a desenvolver estudos sobre a temática (FANTE, 2003, 2005; LOPES NETO, 2005). A partir de então, têm sido divulgadas inúmeras pesquisas que comprovam a incidência do bullying, tanto em escolas particulares quanto públicas (FANTE, 2005; FISCHER, 2010; FRANCISCO; LIBÓRIO, 2009; FRICK, 2011; LEME, 2006; MASCARENHAS, 2009; TOGNETTA; VINHA, 2010), bem como de estudos que denunciam que as escolas ou se sentem despreparadas para enfrentar o problema da violência entre pares (FISCHER, 2010), ou restringem suas ações às punições aos autores de bullying e/ou transferem para as famílias a responsabilidade de sua contenção e prevenção (FISHER, 2010; GONÇALVES; GONZAGA; ANDRADE, 2012; LOBATO; PLACCO, 2007), ou ainda, acabam naturalizando as práticas de bullying (TOGNETTA; VINHA, 2010). Diante deste cenário e das dificuldades encontradas em tratar da questão, os agentes educacionais, bem como a comunidade em geral, acabam cobrando providências das autoridades políticas e do sistema educacional. Em resposta, o governo federal e os governos estaduais têm criado leis antibullying na tentativa de solucionar o problema. Analisar as principais características destas legislações já aprovadas, à luz do que pesquisadores da temática têm indicado como ações preventivas e de contenção, é o objetivo central deste trabalho. 28338 Desenvolvimento Para analisar as ações de prevenção e contenção ao bullying, faz-se necessário compreender o fenômeno. O bullying tem sido confundido com situações de violência esporádicas entre alunos, ou com formas de desrespeito entre professores e alunos, por exemplo. A superexposição de casos na mídia e a pulverização de informações errôneas ou inconsistentes têm provocado a banalização e a generalização do termo, prejudicando a prevenção e a intervenção. Com dito, Olweus (2006) diferencia o bullying de outras formas de violência ou incidências pontuais, definindo-o como um conjunto de ações agressivas, intencionais e repetitivas, ao longo do tempo, praticado por um ou mais alunos, causando danos físicos ou morais. Ressalta a existência de uma relação desigual de poder (assimetria de forças), um desequilíbrio de força física ou psicológica, já que “[...] el alumno expuesto a las acciones negativas tiene dificultad en defenderse, y em cierta medida se encuentra inerme ante el alumno o lós alumnos que le acosan” (OLWEUS, 2006, p. 26). Tognetta e Vinha (2010) explicam que não há desnível de poder ou de autoridade instituída entre os envolvidos, diferenciando o bullying de outras formas de constrangimento, ou assédio de professores e pais sobre alunos, por exemplo. As agressões podem ser diretas (físicas, verbais, psicológicas ou sociais) ao alvo, ou indiretas (formas ocultas e menos visíveis). As formas indiretas podem ser diferenciadas em dois tipos (AVILÉS, 2006): bullying relacional, que ataca o alvo usando as relações sociais para isolar ou excluir; e o bullying social, que visa a atacar a autoestima e o status social de alguém em um grupo, difamando ou espalhando rumores falsos, por exemplo. Outra forma de cometer o bullying é por meio do uso das tecnologias de informação, o chamado cyberbullying. Neste caso, a repetição ocorre pelo acesso à informação compartilhada ou repassada. Alguns autores conceituam o bullying como uma violência velada (FANTE, 2005). Pode ser velada aos olhos dos adultos, pois geralmente acontece longe destes. No entanto, isso não procede entre os pares, visto que alguém sempre vê ou fica sabendo, ou seja, nas ações de bullying há sempre um público, também chamados de espectadores, ou testemunhas (ALMEIDA, 2008; AVILÉS, 2006; MORITA, 2002; TOGNETTA; VINHA, 2010). Para pensar a prevenção além de saber identificar o problema é preciso compreender suas causas. Pesquisadores têm se dedicado a identificar os fatores causais de tal fenômeno, 28339 passando a compreendê-lo numa perspectiva sistêmica e advertindo que já não se pode dizer que os motivos se limitam a fatores de comportamento ou de indisciplina (ALMEIDA, 2008). Avilés (2006) indica que o bullying é um fenômeno com múltiplas causas e variáveis (AVILÉS, 2006), como: a) culturais: meios de comunicação social e modelos que reproduzem e estimulam a violência; uso da força; ideais de determinados grupos identificados ou constituídos por comportamentos violentos ou destrutivos, como, por exemplo, os neonazistas; cultura das armas; b) sociais: violência estrutural; valores socialmente aceitos; crenças e costumessociais face ao bullying - naturalização; machismo e exaltação da masculinidade; exclusão social de determinados grupos por preconceitos/estereótipos sociais; c) familiares: estilos educativos autoritários, permissivos ou negligentes; atitudes coercitivas e violentas; qualidade nas relações - existência de muitos conflitos, pouca ou escassa comunicação e afeto ou excesso de controle e exigências; condições socioculturais da família; vínculos de apego estabelecidos; a tolerância da violência; d) escolares: metodologias não cooperativas; atitudes disciplinares autoritárias, punitivas e inconsistentes; falta de normas estabelecidas de forma democrática; pouca comunicação; clima de sala de aula perturbador ou caótico; falta de respeito e confiança nas relações entre professores e alunos; ausência ou não de programas antibullying; presença de adultos acompanhando os recreios; e) grupais: popularidade dos grupos; busca por status/posição/reconhecimento no grupo; sentimento de pertença; dinâmicas grupais - proteção, aumento da força; desejo de infringir normas; formação de grupos e exclusão de outros; f) pessoais: temperamento; aprendizagem de condutas submissas ou violentas; experiências prévias de maus-tratos; falta de autocontrole; incapacidade social - dificuldade de relacionar-se; traços físicos - cor da pele, etnia, características físicas, as crianças com necessidades especiais que são fortes alvos de bullying; ou a orientação sexual. Tognetta e Vinha (2010) têm afirmado que o bullying é um problema que se evidencia nas relações interpessoais, mas teria causas intrapessoais. Para as autoras, é na constituição da identidade que os fatores mais amplos (culturais, sociais, biológicos, familiares, escolares...) seriam equacionados. Ou seja, seria um problema ligado ao conceito de si, das imagens que se tem de si. Para Tognetta (2005), a cultura e o meio em que vivemos (como, por exemplo, os ídolos, os estilos educativos, os valores) vão influenciar na constituição da identidade do sujeito, que pode se dar maior ou menor valor, favorecendo a formação de alvos e autores de bullying. As imagens de menor valor podem conduzir ao conformismo e as de maior valor 28340 podem levar o sujeito a menosprezar o outro, para, assim, comprovar a si próprio que é melhor. Tognetta e Vinha (2010, p. 451-452) exploram a afirmação de que os alvos, ou vítimas de bullying, são aqueles que de certa forma parecem concordar com a imagem que seus agressores fazem de si: “[...] as vítimas sentem-se diferentes pelas roupas que vestem, maneiras como se relacionam, pelas diferenças físicas ou psicológicas, trejeitos e, principalmente, por sentirem-se pouco seguros com relação ao respeito que nutrem por si mesmos [...]”. Talvez por isso, nem todos os que são escolhidos como alvos permaneçam assim. Algumas pessoas conseguem sustentar sua diferença, não demonstrando medo dos autores de bullying e, consequentemente, não permitindo que a intimidação perdure. Pesquisadores ressaltam como fator causal a falta de empatia do autor e do público, a qual impede o compartilhamento dos estados afetivos e o interessar-se e compreender os sentimentos dos outros (ORTEGA, 2002; TOGNETTA, 2010). Faltaria, também, sensibilidade moral aos espectadores, aos autores de bullying e a todos os alunos em geral, isto é, um conjunto de capacidades necessárias a uma ação moral: distinguir entre o certo e errado partindo de uma hierarquia de valores que a pessoa tem; atribuir valor a outra pessoa como alguém que merece ser tratado bem (TOGNETTA, 2010). Ainda do ponto de vista afetivo, Tognetta e Vinha (2008) sugerem como fator causal o sentimento de pertencimento, dito de outra forma, a necessidade de nos adequarmos e respondermos às expectativas do grupo ao qual pertencemos. Isso explicaria o fato de muitas crianças, ao serem alvos de bullying, aceitarem, por medo de serem excluídas do grupo, ou de se tornarem agressoras, com vistas a buscar uma boa imagem de valentão ou líder, por exemplo. Haveria ainda outro fator causal, na opinião de Tognetta (2005), situado no campo da razão. As crianças, ao se comportarem com autoras de bullying, nessas situações precisas, não conseguiriam um “pensamento reversível”, ou seja, elas não conseguiriam ir e vir no plano mental, se colocar no lugar do outro, não teriam consciência do resultado de suas ações e dos sentimentos do outro. Essa característica seria normal em crianças de 3 ou 4 anos de idade, que ainda não construíram essa capacidade mental, mas não o é mais em crianças maiores, adolescentes ou adultos. No ponto de vista moral, o autor de bullying não conseguiria contrapor as necessidades, suas e dos outros, bem como não seria capaz de antecipar as 28341 consequências de seus atos com os danos causados. Faltaria a eles “[...] um conteúdo ético, portanto, o valor de si agregado ao valor do outro” (TOGNETTA; VINHA, 2008, p. 214). Pelo exposto, evidencia-se que o bullying é uma forma de violência complexa e que para minimizá-lo e preveni-lo precisam ser realizadas ações amplas, visto que suas causas assim o são. Método A pesquisa configura-se como um estudo descritivo e exploratório de caráter qualitativo e tem por objetivo analisar as principais características das legislações governamentais brasileiras de ações antibullying, em nível federal e estadual. Os dados foram coletados através da Internet em sites oficiais do governo brasileiro, diretamente nos setores de legislação, usando o descritor “bullying”. Para análise dos objetivos das propostas foram criadas categorias. Resultados e discussão Dos vinte e sete estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal, dezenove possuem legislação antibullying aprovada. Em sete estados há projeto de lei em tramitação nas respectivas assembleias legislativas. Em nível federal, encontrou-se um projeto de lei antibullying, também em tramitação. Quanto às disposições das leis encontram-se algumas diferenças. No Distrito Federal (Lei 4.837, 2012) e nos Estados do Mato Grosso (Lei 9.724, 2012), Maranhão (Lei 9.297, 2010), Pernambuco (Lei 13.995, 2009) e Goiás (Lei 17.151, 2010) as leis indicam que se constituam medidas de prevenção, conscientização e enfrentamento do bullying escolar em seus respectivos sistemas de ensino. As leis dos Estados do Amapá (Lei 1.527, 2010), Paraná (Lei 17.335, 2012), Santa Catarina (Lei 14.651, 2009), Mato Grosso do Sul (Lei 3.887, 2010), Ceará (Lei 14.754, 2010) e Rondônia (Lei 2621, 2011) referem-se à criação de programa de prevenção e combate ao bullying nas escolas. Os Estados do Rio Grande do Sul (Lei 13.474, 2010), Sergipe (Lei 7.055, 2010) e Piauí (Lei 6.076, 2011) determinam a elaboração de políticas antibullying. Em quatro estados, Rondônia (Lei 2590, 2011), Amazonas (Lei 110, 2011), Alagoas (Lei 7.269, 2011) e Espírito Santo (Lei 9.653, 2011), há leis que decretam um dia ou semana para a prevenção e combate ao bullying. No Ceará, a Lei 14.943 (2011) institui 28342 o sistema de disk-denúncia para casos de bullying. A Lei 9.858 (2012) do Estado da Paraíba trata da penalização às escolas públicas e privadas quando verificada a prática de bullying. No Estado do Rio de Janeiro, a Lei 5.824 (2010) aponta para notificação compulsória de violência contra crianças quando atendidas nos serviços de educação e saúde públicos do estado. Em sua maioria, as leis buscam ações de prevenção, minimização, enfrentamento, combate e de coibição do bullying no ambiente escolar. Disto ressalta-se a interpretação que os órgãos públicos têm sobre ações antibullying. Supõe-se que compreendem que o mesmo pode ser “combatido” por imposição de lei. Para alcançar os objetivos propostos, as leis sugerem determinadas ações a serem desenvolvidas dentro das medidas, programas ou políticas antibullying. Para melhor compreensão e análise, as iniciativas apontadaspelas leis foram organizadas em categorias conforme seguem descritas: a) Ações que incidem nas relações interpessoais, na promoção de valores e sentimentos morais e na estima dos alunos. As leis antibullying dos estados do Piauí (Lei 6.076, 2011), Sergipe (Lei 7.055, 2010), Rio Grande do Sul (Lei 13.474, 2010), Maranhão (Lei 9.297, 2010), apontam que as atividades a serem desenvolvidas devem promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito ao outro, ressaltando que se deve evitar, tanto quanto possível, as punições, primando pelo uso de mecanismos alternativos, como os “círculos restaurativos”, para promover a responsabilização e a mudança de comportamento. As leis antibullying dos Estados do Ceará (Lei 14.754, 2010), Santa Catarina (Lei 14.651, 2009), Paraná (Lei 17.335, 2012), indicam ações que valorizem as individualidades, canalizando as diferenças para a melhoria da autoestima dos estudantes, a convivência harmônica, a promoção de um ambiente seguro e sadio, incentivando a tolerância, o respeito mútuo, a amizade, a solidariedade e a cooperação. Sugerem o uso de dinâmicas de integração entre alunos e professores. A Lei 17.151 (2010) do Estado de Goiás sugere a mediação de conflitos no meio escolar com a participação de alunos que se destaquem como líderes, e nas quais sejam resolvidas disputas que interfiram no clima da escola e nos processos educacionais. 28343 b) Ações destinadas aos envolvidos em bullying. As leis do Piauí (Lei 6.076, 2011), de Sergipe (Lei 7.055, 2010), do Rio Grande do Sul (Lei 13.474, 2010) e do Maranhão (Lei 9.297, 2010) ressaltam que as instituições escolares devem orientar agressores e familiares sobre os valores, condições e experiências prévias correlacionadas à prática de bullying de modo a conscientizá-los a respeito das consequências de seus atos e a garantir o compromisso dos agressores, com um convívio respeitoso e solidário com seus pares. Os Estados de Rondônia (Lei 2.621, 2011) e Mato Grosso do Sul (Lei 3.887, 2010) apontam para a orientação e advertência acerca das consequências e punições legais, como a aplicação de medidas sócio-educativas, liberdade assistida e até mesmo a prisão. Aos alvos de bullying as leis do Piauí (Lei 6.076, 2011), Sergipe (Lei 7.055, 2010), Rio Grande do Sul (Lei 13.474, 2010), Maranhão (Lei 9.297, 2010), Mato Grosso do Sul (Lei 3.887, 2010), e Rondônia (Lei 2621, 2011) ressaltam que as escolas devem orientá-los e a seus familiares, a fim de que recuperem sua autoestima e minimizem eventuais prejuízos em seu desenvolvimento escolar e social. As leis dos estados do Paraná (Lei 17.335, 2012), Ceará (Lei 14.754, 2010), Santa Catarina (Lei 14.651, 2009) apenas afirmam que “vítimas” e “agressores” devem ser auxiliados. O Distrito Federal (Lei 4.837, 2012) adverte para os “envolvidos” em bullying sejam orientados e advertidos sobre as consequências do bullying e sobre as sanções administrativas e disciplinares. As legislações dos Estados do Paraná (Lei 17.335, 2012), Rondônia, Ceará (Lei 14.754, 2010), Mato Grosso do Sul (Lei 3.887, 2010) e Santa Catarina (Lei 14.651, 2009) indicam que “agressores” e “vítimas” devem ser encaminhados, sempre que necessário, aos serviços de assistência médica, social, psicológica e jurídica. Nota-se que as legislações encontradas falam apenas de autores e alvos. Diversos pesquisadores, como Almeida (2008), Avilés (2006), Díaz-Aguado (2005), Morita (2002) e Tognetta (2011), ressaltam que uma das características do bullying é a presença de um público, também chamado de espectadores ou testemunhas, alguém que direta ou indiretamente fica sabendo da agressão. São eles que correspondem aos apelos dos autores, venerando suas proezas. Mesmo que não interfiram por medo de serem os próximos alvos ou por pura indiferença, ao agirem dessa forma estão, de certo modo, reforçando a ação intimidadora, como que a legitimando. Segundo Tognetta & Vinha (2010), em locais onde há 28344 quem não se indigne com situações injustas vivenciadas por outros, as chances de se propagar o bullying é bem maior. Por isso, as ações antibullying devem incidir sobre todos os envolvidos, incluindo-se o público. Afinal, se as ações forem canalizadas apenas para alvos e autores, estes não passarão por nenhum processo de reflexão. Outro aspecto a ser ressaltado é o uso das expressões “agressores” e “vítimas”. Tognetta e Vinha (2008, p. 3) aconselham a seguir a literatura atual que usa os termos “alvos de bullying” e “autores de bullying”, “na tentativa de evitar preconceitos por parte dos agentes que trabalham com situações problemas em que haja essa forma de violência”. Segundo as autoras, pensar em “vítimas” talvez faça acreditar-se que sejam fracas e que só elas precisam de ajuda, e pensar em “agressores” talvez faça acreditar-se que esses são “maus” e que, portanto, merecem castigo - o que não significa dizer que suas ações sejam corretas e não precisem de correções. Tal sensibilização maior com os alvos é evidenciada na lei antibullying do Mato Grosso (Lei 9.724, 2012), a qual indica que durante a semana de prevenção e combate ao bullying devem-se sensibilizar todos os setores para que compreendam e apoiem as “vítimas” de bullying e assim auxiliem-nas na busca para melhores soluções para o problema, na escola e na sociedade. c) Ações de informação. Em sua maioria, as legislações apontam para a necessidade de disseminação de informações sobre o que é bullying, suas causas e consequências. As legislações dos Estados do Piauí (Lei 6.076, 2011), Sergipe (Lei 7.055, 2010), Rio Grande do Sul (Lei 13.474, 2010) e Maranhão (Lei 9.297, 2010) destacam que isso deve ser feito com responsáveis legais pelas crianças e adolescentes. Já os Estados de Goiás (Lei 17.151, 2010), Pernambuco (Lei 13.995, 2009) e Mato Grosso (Lei 9.724, 2012) ressaltam que é preciso conscientizar a comunidade escolar sobre o bullying e a necessidade de prevenção, diagnose e combate. Os Estados de Rondônia (Lei 2621, 2011), Ceará (Lei 14.754, 2010), Santa Catarina (Lei 14.651, 2009) e Paraná (Lei 17.335, 2012) advertem que é preciso discernir claramente o que é bullying e o que é brincadeira. Como ações, são indicadas campanhas educativas, informativas e de conscientização através da utilização de cartazes, folders, cartilhas, e recursos de áudio e audiovisuais, nas 28345 legislações dos Estados de Rondônia (Lei 2621, 2011), Distrito Federal (Lei 4.837, 2012) e Mato Grosso (Lei 9.724, 2012). Os Estados do Ceará (Lei 14.754, 2010), Santa Catarina (Lei 14.651, 2009) e Paraná (Lei 17.335, 2012) apresentam as mesmas ações e destacam que o processo de informação e reflexão deve visar à convivência harmônica nas escolas. Evidencia-se que as ações indicadas são mais de caráter externo, ou seja, não incidem sobre as relações sociais. Tratam a superfície do problema e não a causa. d) Ações de identificação. Dos dezenove estados que possuem legislação, apenas um – o Distrito Federal (Lei 4.837, 2012), aponta para a realização de pesquisas sobre a ocorrência do bullying, e identificação de fatores que fomentam tais práticas, para assim implantarem ações preventivas e repressivas. Dos outros estados, onze apontam a identificação, mas deixam em aberto o modo para que seja realizado. A legislação dos Estados do Piauí (Lei 6.076, 2011), Sergipe (Lei 7.055, 2010), Goiás (Lei 17.151, 2010), Rio Grande do Sul (Lei 13.474, 2010), Pernambuco (Lei 13.995, 2009), Maranhão (Lei 9.297, 2010) e Mato Grosso (Lei 9.724, 2012) dizem que é preciso identificar concretamente a incidência e a natureza das práticas de bullying. Já as leis dos Estados de Rondônia (Lei 2621, 2011), Ceará (Lei 14.754, 2010), Santa Catarina (Lei 14.651, 2009) e Paraná (Lei 17.335, 2012) afirmam que é necessário observar, analisar e identificar eventuais “agressores” e alvosde bullying. Para Tognetta e Vinha (2008), as estratégias de intervenção precisam incidir sobre as especificidades dos problemas de cada centro escolar, por isso a necessidade da investigação da realidade, a qual abre espaço para a reflexão. e) Ações envolvendo a família e a comunidade. As legislações dos Estados do Distrito Federal (Lei 4.837, 2012) e de Sergipe (Lei 7.055, 2010) mencionam a criação de mecanismos para envolver as famílias no processo de conscientização, prevenção e contenção do bullying. Já os Estados do Maranhão (Lei 9.297, 2010), Rio Grande do Sul (Lei 13.474, 2010) e Mato Grosso do Sul (Lei 3.887, 2010) citam que as ações devem envolver as famílias no processo de percepção, acompanhamento e formulação de soluções concretas. As leis dos Estados de Rondônia (Lei 2621, 2011), Goiás 28346 (Lei 17.151, 2010), Pernambuco (Lei 13.995, 2009) e Mato Grosso (Lei 9.724, 2012) dizem para integrar as famílias num processo de construção da cultura da paz nas unidades escolares. As leis dos Estados do Ceará (Lei 14.943, 2011), Santa Catarina (Lei 14.651, 2009) e Paraná (Lei 17.335, 2012) indicam que pais e familiares devem ser orientados sobre como agir perante o bullying – a Lei 7.055 (2010) de Sergipe também apresenta essa indicação e sugere o uso de cartilhas. A participação da comunidade, da sociedade civil e de especialistas aparece nas legislações dos Estados do Ceará (Lei 14.754, 2010), Santa Catarina (Lei 14.651, 2009) e Sergipe (Lei 7.055, 2010), a fim de auxiliar nas ações multidisciplinares, como seminários, palestras e debates. A participação das famílias e da comunidade escolar é de suma importância para o desenvolvimento de ações antibullying integradas. No entanto, não pode ficar restrita à notificação de casos. Como nas legislações aparecem muitas indicações de que casos de bullying precisam ser notificados para os pais ou encaminhados para especialistas é preciso atentar para não reduzir as ações antibullying a isto, diminuindo assim, a grande parcela de responsabilidade que a escola tem no enfrentamento do bullying. f) Indicação de registro de casos de bullying e de ações tomadas pela escola. Um fator aliado à preocupação em diminuir a participação das famílias nas escolas à responsabilização destas é a criação de registros de casos e de ações tomadas pelas escolas em casos de bullying – caso das legislações do Distrito Federal (Lei 4.837, 2012), Piauí (Lei 6.076, 2011), Ceará (Lei 14.754, 2010), Sergipe (Lei 7.055, 2010), Rio Grande do Sul (Lei 13.474, 2010), Maranhão (Lei 9.297, 2010), Rondônia (Lei 2621, 2011) e Mato Grosso do Sul (Lei 3.887, 2010). Os Estados do Ceará e do Mato Grosso do Sul ressaltam que esse registro servirá para a adoção de medidas e/ou penalidades cabíveis. Registrar para acompanhar, desenvolver pesquisa para conhecer a realidade e assim buscar ações mais eficazes é diferente de registrar apenas para punir. Em oito estados com legislação antibullying consta a inclusão de normativas no regimento das escolas contra o bullying, são elas as leis do Distrito Federal (Lei 4.837, 2012), Ceará (Lei 14.943, 2011), Sergipe (Lei 7.055, 2010), Rio Grande do Sul (Lei 13.474, 2010), Maranhão (Lei 9.297, 2010), Mato Grosso de Sul (Lei 3.887, 2010), Santa Catarina (Lei 14.651, 2009) e Paraná (Lei 17.335, 2012). 28347 Avilés (2006) adverte que precisamos diferenciar propostas antibullying embasadas exclusivamente em punições e castigos para quem exerce o bullying, das que tendem mais “a manejar el contexto y las vivencias de todos los que intervienen en el problema con la finalidad de restituir las relaciones” (p. 246). O que, segundo o autor, não significa ter que optar por um em detrimento ao outro, ao contrário, “se trata de aprovechar lo positivo de todas en la medida en que eso sea posible y no contradictorio, y lo que cada una pueda aportar para entender y solucionar el problema del maltrato” (ibid., p. 247). g) Ações de capacitação. A capacitação docente está prevista na legislação do Distrito Federal (Lei 4.837, 2012). As legislações dos Estados do Piauí (Lei 6.076, 2011), Sergipe (Lei 7.055, 2010), Rio Grande do Sul (Lei 13.474, 2010), Rondônia (Lei 2621, 2011), Mato Grosso do Sul (Lei 3.887, 2010), Ceará (Lei 14.943, 2011), Santa Catarina (Lei 14.651, 2009) e Paraná (Lei 17.335, 2012) incluem a capacitação docente e das equipes pedagógicas. As legislações dos Estados do Maranhão (Lei 9.297, 2010), Goiás (Lei 17.151, 2010) e Pernambuco (Lei 13.995, 2009) mencionam a capacitação docente, de equipes pedagógicas e de servidores. De modo geral, essa capacitação serve para diagnóstico, orientação, desenvolvimento de ações preventivas e interventivas. Destaca-se que as leis do Ceará, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Pernambuco e Mato Grosso incluem como objetivos para a capacitação, o desenvolvimento de ações de solução para o bullying. A responsabilidade pela capacitação indicada nas legislações, em sua maioria, fica a cargo das instituições escolares, também responsáveis diretas pela implementação das ações/programas/políticas indicadas. Os Estados do Ceará (Lei 14.943, 2011) e Rondônia (Lei 2621, 2011) sugerem que sejam criadas equipes multidisciplinares, com pais, alunos, professores e demais representantes da comunidade escolar. Apenas o Estado do Piauí (Lei 6.076, 2011) indica a participação da Secretaria de Educação e Cultura do Estado para o desenvolvimento do programa e da capacitação. Os demais indicam que as instituições podem buscar parcerias, inclusive com especialistas. Conforme Fante (2005) e Tognetta (2011), a prevenção do bullying deve começar pela capacitação dos profissionais de educação, para que saibam identificá-lo, diferenciá-lo e diagnosticá-lo, para que desta forma encontrem caminhos para superá-lo. Tognetta (2011, p. 28348 149) relembra que “precisamos inicialmente formar os educadores, ajudá-los a pensar e a lidar com quaisquer situações rotineiras, para depois intervir em casos específicos de bullying”. Gonçalves (2011) ressalta que Enquanto a capacitação dos profissionais da educação não for encarada como prioridade em qualquer política de gestão educacional, a escola continuará seguindo o mesmo caminho torto e ineficaz de enfrentamento do bullying, fazendo uso de ações pontuais e/ou negando a necessidade de realização de qualquer trabalho (GONÇALVES, 2011, p. 59-60). Estudos de Tognetta e Vinha (2010, p. 461) relatam a dificuldade que alguns professores apresentam em reconhecer que as metodologias empregadas em sala de aula, estão longe de ser “formas mais evoluídas de intervir moralmente”. Supõe-se que a maioria dos professores, diretores, coordenadores pedagógicos, promotores de Justiça, vereadores municipais, governadores de Estado, jornalistas etc. espera por soluções externas, com vistas a diminuir práticas violentas e indisciplinares nas escolas, assim como nos casos de bullying. Considerações Finais Verifica-se que as leis citadas pouco auxiliam as instituições escolares na construção de estratégias antibullying. Elas responsabilizam a escola, mas ao citar exemplos de como intervir acabam por indicar ações pontuais, mais externas à melhoria da qualidade das relações interpessoais. Como afirma Gonçalves (2011), ao invés de encontrarmos escolas e professores agindo para desconstruir a violência, o que se encontra é [...] o poder público sancionando leis que obrigam docentes a trabalharem com o bullying na escola sem que saibam reconhecer o fenômeno, sem que tenham sido convencidos da necessidade desse trabalho ou tenham desenvolvido habilidades necessárias para o manejo dessas manifestações violentas (GONÇALVES, 2011, p. 59). Perante a realidade apresentada consideramos urgente pensar a formação de professores. Não há dúvidas de que as escolas estão despreparadas. Países como Espanha (AVILÉS,2006; DEL REY; ORTEGA, 2001; DÍAZ-AGUADO, 2005; ORTEGA, 2002), Portugal (ALMEIDA; LISBOA; CAURCEL, 2007; PEREIRA, 2002), Noruega e Suécia (OLWEUS, 2006), Reino Unido (COWIE; SMITH, 2002), entre outros, têm investido há vários anos em pesquisas e projetos de intervenção antibullying em nível nacional e regional. 28349 No Brasil, há poucos meses, o Ministério da Educação (MEC) anunciou a parceria com o Conselho Federal de Psicologia (CFP) para realização de uma ampla pesquisa sobre a violência em todas as redes escolares do país, a fim de obter informações que permitam formular políticas públicas de prevenção ao tema, elaborar material didático e pedagógico e capacitar professores para lidar com diversas formas de violência, incluindo o bullying (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 20 de setembro de 2012). Verifica-se, no Brasil, um esforço maior, por parte do poder público, para a construção de leis do que para o desenvolvimento de programas de diagnóstico e prevenção do bullying e de capacitação docente. No Brasil, o caminho das políticas públicas parece ser inverso: primeiro sancionam-se leis para depois se pensar no desenvolvimento de programas de diagnóstico e prevenção do problema e de capacitação docente. Tal caminho pode prejudicar a efetivação de ações de prevenção e diminuição de ações violentas dentro da escola. Como dito, a escola precisa conscientizar-se da sua responsabilidade, conhecer sua realidade, para então promover ações eficazes. Nesse sentido, faz-se urgente a criação de políticas públicas que primem pela capacitação dos profissionais da educação. REFERÊNCIAS ALAGOAS. Lei n. 7.269, de 26 de abril de 2011. Institui o dia 7 de abril como o dia de combate ao bullying nas escolas públicas estaduais de Alagoas. Assembleia Legislativa de Alagoas. 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