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NOME: Adriana Roberto Alves RA: 1986545 NOME: Jocymary Bader RA: 1705851 NOME: Mônica Santos RA: 1994017 NOME: Roseane Pereira dos Santos RA: 1706141 NOME: Sara Marinho Sales RA: 1777570 Disciplina: Atendimento ao Trauma Professora: Flávia Borges Mesquita São Paulo 2022.12 ATIVIDADE AVALIATIVA (TOXICOLOGIA) LAGARTAS URTICANTES INTRODUÇÃO No geral, as lagartas têm um corpo cilíndrico e mole, que pode crescer rapidamente entreas mudas. Seu tamanho varia entre as espécies e ínstares (mudas) de cerca de 1 mm até 14 cm. O corpo das lagartas é longo e dividido em segmentos: os três primeiros segmentos formam o tórax e os outros dez ou onze, o abdômen. Cada um dos segmentos do tórax tem um par de pernas articuladas e com garras: são as verdadeiras pernas. Os segmentos abdominais geralmente têm de dois a cinco pares de patas falsas ou pseudopatas: protrusões membranosas da cutícula, geralmente semelhantes a lóbulos e apresentando, cada uma, um círculo de pequenos ganchos esclerotizados, também chamados de crochetes. Os acidentes provocados por lagartas, popularmente chamados de “queimaduras”, têm evolução benigna na maioria dos casos. As lagartas do gênero Lonomia são as que têm maior relevância para a saúde pública, pois podem ocasionar acidentes graves ou mortes, pela inoculação do veneno no organismo, que se dá por meio do contato das cerdas urticantes com a pele. FISIOPATOLOGIA As cerdas de algumas espécies de lagarta possuem glândulas responsáveis pela produção de veneno que, em contato com a pele humana, pode causar sérios problemas de saúde. Espécies de lagarta de aproximadamente 12 famílias de lepidópteros em todo o mundo podem causar ferimentos graves em humanos, desde dermatite urticariforme e asma atópica, até osteocondrite, coagulopatia de consumo, insuficiência renal e hemorragia intracerebral. A exposição resulta em sintomas, incluindo: efeitos locais (dermatite), dor local, e efeitos sistêmicos, incluindo anafilaxia, dependendo da espécie. As propriedades urticantes ocorrem devido a um líquido que preenche o interior dos pêlos ocos. Quando a cerda penetra a pele, o líquido é liberado e causa irritação. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Os acidentes se manifestam por dor intensa imediata, eritema, edema, vesículas, bolhas, erosões, petéquias, necrose superficial cutânea, ulcerações e linfangite. O comprometimento ocular pode levar a conjuntivites, ceratites e iridociclites. A presença de sensibilização pode causar rinite e asma. Em raras ocasiões os contatos podem resultar em problemas mais sérios, como arritmias, dor torácica, dispnéia, distúrbios hemorrágicos, neuropatias periféricas, choque, paralisia de membros e convulsões. Os principais sinais e sintomas em 90% dos envenenamentos são dor intensa e edema e eritema locais, que não são proporcionais à dor observada. TRATAMENTO Dependendo da lagarta, os sintomas podem ser tratados com medidas para alívio da dor, como: compressas frias ou geladas. Nos casos de suspeita de acidente com Lonomia, o paciente deve ser levado ao serviço de saúde mais próximo, para que o profissional de saúde avalie a necessidade de administração do soro antilonômico (SALon). O Brasil é o único país produtor do Soro Antilonômico (SALon)., específico para o tratamento dos envenenamentos moderados e graves causados por essas lagartas. PROGNÓSTICO Lepidopterismo da lagarta é um irritante tóxico cuja reação é desencadeada pela liberação de histamina taumetopoeína e outras quininas dos cabelos de lagartas e borboletas. Na Europa central, as duas principais causas de dermatite de lagarta são a lagarta processionária de carvalho e pinheiro. Foi observado que os pacientes podem desenvolver reações cutâneas, conjuntivite, bronquite e, em alguns casos, reações anafiláticas. Com exceção das alergias a veneno de abelha e vespa, as reações alérgicas do tipo imediato a mosquitos, moscas, carrapatos, percevejos, mariposas, lagartas e aranhas são raro. PICADAS DE ABELHAS INTRODUÇÃO As abelhas possuem dois mecanismos que potencializam sua adaptação e sobrevivência em novos locais. O primeiro, a enxameação, que consiste na divisão da colmeia, uma vez que na presença de alimentos em abundância ocorre o aumento do trabalho e da população, e já o segundo mecanismo, é o abandono, decorrente da escassez de alimento na qual as abelhas abandonam a colmeia e procuram outro local para se instalarem. De 2007 a 2014, segundo DATASUS, foram registrados 63.501 casos de acidentes humanos por picadas de abelhas africanizadas no Brasil, e destes, 208 evoluíram para óbito em decorrência de manifestações clínicas alérgicas e tóxicas. Por se tratar de um agravo que impacta diretamente na morbimortalidade da população, torna-se essencial conhecer sobre as manifestações clínicas e as medidas de tratamento e dessa forma, instrumentalizar os profissionais de enfermagem na redução dos óbitos. Os profissionais de saúde deparam-se cotidianamente com acidentes por animais peçonhentos, porém poucos estão capacitados para a realização da conduta assertiva. FISIOPATOLOGIA O veneno das abelhas é composto por enzimas degradativas (fosfolipase A e B, ácido hialurônico e esterease), grandes peptídeos (melitina que compõem 50% do veneno, apamina e peptídeos de degradação de mastócitos) e pequenos peptídeos (secarpina, tertiapina, histamina, dopamina, serotonina, norepinefrina e aminas biogênicas). As enzimas degradativas contribuem para a penetração do veneno e seu acesso à corrente sanguínea, além de causar lise nos eritrócitos, leucócitos, plaquetas e células endoteliais resultando na hemólise intravascular3,4. Consequentemente ocorre aumento de bilirrubina e LDH, redução de haptoglobina, hemoglobinúria e trombocitopenia, podendo em casos graves ocorrer a coagulação intravascular disseminada. Ainda, o veneno causa bloqueio neuromuscular e paralisia respiratória, pois sua ação destrutiva das membranas celulares resulta na hemólise e miotoxicidade, podendo causar lesão cardíaca em casos com múltiplas picadas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS As manifestações clínicas causadas pela inoculação do veneno dependem do número e do local das picadas, bem como a sensibilidade da vítima ao veneno. Na maioria dos acidentes causados por uma ou poucas picadas, as manifestações clínicas são basicamente locais, a saber, dor, edema, parestesia, equimose e inflamação. No entanto, ocasionalmente, os casos podem progredir para uma reação alérgica severa, a qual pode resultar em morte decorrente de complicações como edema de glote e/ou choque anafilático. Nos acidentes causados por múltiplas picadas frequentemente manifestam-se sintomas sistêmicos, devido à grande quantidade de veneno inoculada na vítima. As manifestações clínicas mais comuns são prurido, rubor, parestesia, urticária, hipotensão, taquicardia, náuseas e/ou vômitos, cólicas abdominais e broncoespasmos. Em casos graves, muitas vezes configura-se um quadro tóxico sistêmico, conhecido como síndrome do envenenamento. Esta condição pode levar a óbito em consequência de complicações como, insuficiência respiratória aguda, insuficiência renal aguda, distúrbios hidroeletrolíticos, choque e rabdomiólise TRATAMENTO O tratamento deve ser iniciado o mais breve possível, tendo em vista a velocidade da evolução. Nos casos em que iniciar o choque anafilático faz-se necessário o uso de epinefrina. A via muscular tem sido considerada mais efetiva, sendo recomendadas doses de 0,5 mg por via muscular em adultos e crianças com mais de 12 anos, 0,3 mg de 6 a 12 anos de idade e 0,15 mg abaixo dos 6 anos (ou 0,01 mg/kg de uma solução de 1/1000 com o máximo descrito para as idades), ressaltando que a injeção pode ser repetida, se necessário, a cada 5-15 minutos. A administração por via venosa da epinefrina pode ser feita em choques considerados refratários com dose recomendada de 50-200 μg em bolus, solução 1/1000, titulada de acordo com a gravidade do quadro. PROGNÓSTICO Acidentes por picada de abelhas podem resultar em uma inflamação local ou reação alérgica generalizada (choque anafilático)devido a uma ou poucas picadas ou em toxicose (reação tóxica sistêmica) por múltiplas picadas, que, às vezes, pode ser fatal. O prognóstico dos agravos é frequentemente favorável e a taxa de letalidade é baixa. Entretanto, a incidência média anual e a média mensal de casos são elevadas indicando que são urgentemente necessárias ações sanitárias para prevenir, controlar e/ou reduzir o número de casos. OFIDISMO INTRODUÇÃO As serpentes apresentam corpo alongado e recoberto por escamas e não possuem apêndices locomotores nem ouvidos externos. A respiração é pulmonar e a língua é delgada e bífida, relacionada com o sentido do olfato. São animais exotérmicos (sangue frio), dependendo de fonte externa de calor para a manutenção da temperatura corporal. Ocorrem por ano aproximadamente 20.000 casos de acidentes ofídicos no Brasil, sendo que é exatamente na Amazônia onde existe maior incidência de casos por habitantes. O envenenamento por picada de cobra é uma doença potencialmente fatal, causada por toxinas na picada de uma cobra venenosa. A maioria destes acidentes deve-se a serpentes dos gêneros Bothropse Crotalus, sendo raros os produzidos pelas corais (gênero Micruruse Leptomicrurus) e por ofídios do gênero Lachesis. Picadas por cobras venenosas podem causar emergências médicas agudas envolvendo paralisia grave que pode impedir a respiração, causar distúrbios hemorrágicos que podem levar a hemorragia fatal, causar insuficiência renal irreversível e destruição local grave de tecido que pode causar incapacidade permanente e amputação de membros3. Isso devido às ações proteolítica, coagulante, hemorrágica, miotóxica e neurotóxica dos venenos ofídicos. FISIOPATOLOGIA O veneno possui mais de 20 componentes diferentes, e mais de 90% do peso seco do veneno são constituídos por proteínas, incluindo enzimas, toxinas não enzimáticas eproteínas não tóxicas. Os outros componentes são carboidratos, lipídeos, metais, aminas biogênicas, nucleotídeos e aminoácidos livres. O veneno possui quatro grupos de atividades fisiopatológicas: proteolítica, coagulante/anticoagulante, vasculotóxica e nefrotóxica. A atividade proteolítica, também conhecida como necrótica ou inflamatória aguda, é causada por diversos componentes, incluindo aminas biogênicas pré-formadas do tipo histamina, pequenos peptídeos ou proteínas, como fosfolipase A2 , esterases, proteases, enzimas liberadoras de cininas e lectinas. O veneno apresenta elevadas concentrações de enzimas proteolíticas, mas muitas vezes a ação ocorre indiretamente pela indução ou liberação de autacoides (bradicinina, prostaglandinas, leucotrienos, prostaciclinas), produção óxido nítrico e de citocinas (IL-1, IL6, IL-8, IFN-γ, TNF-α) e ativação do sistema complemento (C5a, C3 e C4)8 . O processo inflamatório local agudo é potencializado pela atividade coagulante do veneno, pois ocorre formação de trombos na microvasculatura, responsáveis por hipóxia, agravamento do edema e necrose tecidual. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A gravidade do quadro vai depender da espécie da serpente, volume de veneno inoculado, tempo decorrido entre o acidente e o tratamento adequado e local da picada. Os sinais clínicos locais se instalam em pouco tempo após a picada e são caracterizados por dor intensa, edema e hemorragia. Após 6 a 12 horas da picada, são evidenciadas equimoses, bolhas e necrose. Podem ser identificados dois pequenos pontos hemorrágicos referentes ao local da picada, apesar de que o local da picada pode não ser identificado. Os sinais sistêmicos do acidente botrópico incluem hemorragias em mucosas ou subcutâneas, inapetência, apatia, taquicardia, taquipneia, hipertermia. Em casos graves, os podem apresentar hipotensão, hipotermia, choque hipovolêmico, oligúria ou anúria, sudorese e êmese por vários dias. A recuperação poderá ser lenta. A morte pode ocorrer por choque hipovolêmico, hemorragias extensas ou insuficiência renal. TRATAMENTO O soro antiofídico continua sendo o único tratamento específico utilizado nos humanos acidentados. A soroterapia deve ser feita com o soro específico para o gênero da serpente responsável pelo acidente, pois não há proteção cruzada entre os grupos de serpentes. No Brasil, os soros produzidos são o soro antibotrópico, o soro anticrotálico, o soro antilaquético, o soro antielapídico, o soro antibotrópico-anticrotálico e o soro antibotrópico-antilaquético. Os soros anti laquético e antielapídico são destinados exclusivamente para uso humano. A quantidade de soro a ser administrada deverá ser a suficiente para neutralizar pelo menos 100mg de veneno no acidente botrópico e 50mg no acidente crotálico, que é a quantidade estimada de veneno inoculado independentemente do tamanho da vítima. A administração do soro deverá ser feita preferencialmente pela via intravenosa, diluído em solução salina a 5% ou glicose. A administração intraperitoneal pode ser realizada quando não for possível a administração intravenosa. As vias intramuscular e subcutânea devem ser evitadas, e no seu eventual uso não se deve diluir o soro com solução glicosada. PROGNÓSTICO A recuperação completa pode tardar uma semana ou mais, podendo haver complicações durante este período. Desta forma, o ideal é o internamento do paciente. O prognóstico dos acidentes leves e moderados pode ser favorável se o paciente for atendido nas primeiras seis horas após a picada. Nos acidentes graves com insuficiência renal aguda por necrose tubular aguda, o prognóstico é reservado à desfavorável. PLANTAS INTRODUÇÃO Há mais de 400.000espécies de plantas, e o Brasil reúne pelo menos 60.000 espécies diferentes, centenas delas potencialmente venenosas e com grande variedade de síndromes tóxicas associadas. Geralmente, a intoxicação por plantas acontece por desconhecimento do potencial tóxico da espécie e na maioria das vezes os envolvidos são crianças. Os componentes químicos (princípios ativos) presentes nas plantas tóxicas são: alcalóides, glicosídeos cardioativos ou cardiotônicos, glicosídeos cianogênicos ou cianogenéticos, taninos, saponinas, oxalato de cálcio, toxialbuminas, entre outros. Todos provocam acidentes muitas vezes graves à saúde do ser vivo. A classificação das plantas e de suas toxicidades é complexa. As plantas são divididas conforme omecanismo de ação da toxina, tentando-se prever os efeitos toxicológicos. A abordagem tentando-se identificar a toxicidade por uma planta específica por meio da síndrome tóxica associada pode ser utilizada, mas atribuir uma síndrome toxicológica a uma planta simplifica a complexidade da química vegetal. As plantas costumam conter vários compostos tóxicos, cada um dos quais com seus próprios efeitos toxicológicos. FISIOPATOLOGIA As substâncias presentes nas plantas que podem apresentar toxicidade variam amplamente em estrutura e propriedades químicas. As alterações patológicas causadas por uma espécie vegetal podem estar associadas a fatores ligados ao indivíduo e à planta, como citado previamente. Estas alterações podem ocorrer de forma aguda, são as que geralmente são atendidas nos serviços de urgência e que aparecem nas estatísticas, ou de forma crônica. Em ambas as formas de intoxicação o diagnóstico é complexo e a associação entre os sintomas observados e o consumo e/ou contato é difícil de ser estabelecida. As intoxicações podem ocorrer de modo agudo ou crônico. O primeiro caso geralmente ocorre após contato único. Pode ser acidental, principalmente em crianças, ou intencional como nas tentativas de aborto e suicídio, sendo estes os casos que geralmente aparecem nas estatísticas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Efeitos sistêmicos moderados como consequência de exposições relacionadas a plantas ocorrem em cerca de 1% dos pacientes expostos. Efeitos graves de risco de morte ou lesões incapacitantes são muito incomuns e ocorrem em apenas cerca de 0,04% dos pacientes expostos. A morte ocorre em < 0,001% dos pacientes expostos. Dermatite e irritação gastrintestinal são os efeitos mais comumente relatados. As queixas gastrintestinais ocorrem em geral após a ingestão, e sintomastóxicosadicionais podem acompanhar ou seguir. Embora a dermatite seja outro achado comumente relatado da toxicidade em plantas, a toxicidade sistêmica raramente ocorre. TRATAMENTO A maioria das exposições relacionadas a plantas pode ser manejada com cuidados de suporte,com a abordagem ABCDE padrão para os pacientes graves. Em pacientes capazes de tolerar a administração oral e que se acredita apresentar exposições potencialmente graves, pode-se administrar carvão ativado para prevenir absorção de toxinas do trato gastrintestinal. Nos casos de exposições cutâneas, pode-se realizar a descontaminação das áreas atingidas com a exposição total dopaciente com lavagem com água limpa, se possível ainda no local do acidente. Existem poucos antídotos disponíveis para tratar intoxicações por toxinas vegetais, e nenhum desses antídotos é exclusivo para exposições de plantas, mas generalizado para o uso em outros envenenamentos. PROGNÓSTICO O prognóstico dos casos de intoxicação por plantas depende da composição, toxicidade, quantidade, do tempo de início de envenenamento até o atendimento hospitalar e a situação clínica do paciente. ESCORPIONISMO O escorpionismo é um problema de saúde pública devido à elevada incidência em várias regiões do País, com mais de 36.000 casos notificados em 2006. Apesar da baixa letalidade, alguns estados mos- tram letalidade muito acima da média nacional de 0,17% (tabela 1). Os óbitos por escorpionismo estão mais fortemente associados à faixa etária pediátrica e a envenenamentos por Tityus serrulatus. FISIOPATOLOGIA: O que ocorre quando alguém é picado por um escorpião?A inoculação do veneno bruto de T. serrulatus ou de algumas frações provoca dor local e efeitos complexos nos canais de sódio, (diminuindo sua inativação ou impedindo sua ativação), produzindo despolarização das terminações nervosas pós-ganglionares, causando liberação principalmente de acetilcolina, adrenalina e noradrenalina. Estes mediadores determinam o aparecimento de manifestações clínicas em praticamente todos os sistemas do organismo, que dependerão do predomínio dos efeitos simpáticos ou parassimpáticos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Gerais: dor local,hipo ou hipertermia e sudorese profusa. Digestináuseas, vômitos, sialorréia e, mais raramente, dor abdominal e diarréia. Cardiovasculares: arritmias cardíacas, hipertensão ou hipotensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva e choque. Respiratórias: taquipnéia, dispnéia e edema pulmonar agudo. Neurológicas: vas: agitação, sonolência, confusão mental, hipertonia e tremores. A gravidade depende de fatores, como a espécie e tamanho do escorpião, a quantidade de veneno inoculado, a massa corporal do acidentado e a sensibilidade do paciente ao veneno. Influem na evolução o diagnóstico precoce, o tempo decorrido entre a picada e a administração do soro e a manutenção das funções vitais. Os hóbitos estão relacionados a complicações como edema pulmonar agudo e choque. CUIDADOS E TRATAMENTO: As medidas devem ser adotadas de imediato e o tratamento instituído o mais rápido possível após o acidente. O que fazer? • Limpar o local com água e sabão; •Aplicar compressa morna no local; • Procurar orientação médica imediata e mais próxima do local da ocorrência do acidente (UBS, posto de saúde, hospital de referência). TRATAMENTO: Consiste no alívio da dor por infiltração de lidocaína a 2% sem vasoconstritor (1 ml a 2 ml para crianças; 3 ml a 4 ml para adultos) no local da picada ou uso de dipirona na dose de 10 mg/kg de peso a cada seis horas. Os distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos devem ser tratados de acordo com as medidas apropriadas a cada caso. • Se for possível, capturar o animal e levá-lo ao serviço de saúde pois a identificação do escorpião causador do acidente pode auxiliar o diagnóstico. O tratamento específico consiste na administração do Soro Antiescorpiônico (SAEsc) ou Soro Antiaracnídico (SAA) – Trivalente: Loxosceles, Phoneutria, Tityus aos pacientes clinicamente classificados como moderados ou graves. Exames recomendados em picada por escorpião evoluindo com envenenamento grave: -Eletrólitos (Sódio, Potássio e Cálcio); -Ureia e creatinina; -Transaminases (AST e ALT); -CPK; -Lipase e amílase séricas; -Eletrocardiograma; -Urina 1; -Coagulograma; -Hemograma completo. COMPLICAÇÕES E PROGNOSTICO: Prognóstico geralmente bom, principalmente nos casos leves e moderados. Nos casos graves, as primeiras 24 h são críticas, período no qual podem surgir as temidas complicações cardiocirculatórias e pulmonares, que podem levar o paciente à morte. ARACNEÍSMO INTRODUÇÃO No Brasil , existem três gêneros de aranhas de importância médica: Phoneutria,Loxosceles e Latrodectus.Tendo bastante acidentes causados por Lycosa(aranha de grama)e caranguejeiras, muito temidas , são destetuídas de maior importância. Dessde a implantação do Sistema de Notificação dos acidentes araneídicos, vem-se observando um incremento da notificação de casos no país, notadamente nos estados do Sul. Todos os atendimentos decorrentes de acidentes com aranhas, mesmo quando não haja utilização de soroterapia, deveriam ser notificados. Tal procedimento possibilitaria um melhor dimensionamento deste tipo de agravo, nas diversas regiões do país. Segundo os dados do Ministério da Saúde, o coeficiente de incidência dos acidentes araneídicos situa-se em torno de 1,5 casos por 100.000 habitantes, com registro de 18 óbitos no período de 1990-1993. A maioria das notificações provem das regiões Sul e Sudeste . São notificados anualmente cerca de 5.000 acidentes, quase sempre em crianças e causam poucas mortes por ano. A predominância destas notificações é nas regiões Sul e Sudeste, dificultando uma análise mais abrangente do acidente em todo o país (BRASIL,2010). Phoneutria conhecida popularmente como aranha armadeiras, por assumirem comportamento de defesa, para atacar a vitima se armam apóiam-se as pernas traseiras, erguem as dianteiras e os palpos, abrem as quelíceras, expondo os seus ferrões para pica-la. Não constroem teia geométrica. Possuem hábito noturno caçam á Noite. Os acidentes acontecem a maioria dentro das residências, ao vestir-se sua vestimentas e calçar seus sapatos e em suas proximidades, manuseando material de construção, entulhos, lenha . As espécies descritas para o Brasil são: P. fera, P. keyserfingi, P. nigriventer e P. reidyi. Loxosceles (aranha marrom), se abriga em barracos, cascas de árvores, telhas e tijolos empilhados que estão aos arredores das casas. Internamente se alojam atrás de quadros,movéis,canto de parede, sempre com claridade direta produz sua teias. Biologia tamanho do corpo 1 cm podendo atingir até 3 cm de envergadura de pernas. Não são agressivas picam a vitíma quando são comprimidas contra o seu corpo, em vestir suas vestimentas, acabam provocando neste momento o acidente. Várias são as espécies descritas para o Brasil. As principais causadoras de acidentes são: L. intermedia, L. leta e L. gaucho. Latrodectus conhecidas como (viúva negra) , o primeiro registro de acidente, foi pubicado em 1.985 em Salvador.As fêmeas são as que causam acidentes.Característica de cor colorido ,vermelho e negro com mancha vermelha no ventre em forma de relógio de areia, tamanho do corpo 1,5 cm tendo total 3,0 cm. Os acidentes ocorrem com maior frequência no período do ano quente e chuvoso (de março a maio). Os ataques tem maior incidência em pessoas de 10 a 40 anos de idade e as partes do corpo mais atingidas são os membros inferiores, superiores e o dorso (SILVA. et al, 2005). No Brasil, é registrada a ocorrência das espécies L. curacaviensis e L. gemetricus principalmente na região Nordeste. Aranhas da família Lycosidae São conhecidas como aranha-de-grama ou aranha-de-jardim. Os acidentes, apesar de frequentes, não constituem problema de saúde pública. São aranhas errantes, não constroem teia e frequentemente são encontradas em gramados e jardins. Podem variar de tamanho, sendo que as maiores atingem até 3cm de corpo por 5 cm de envergadura de pernas. Há um grande número de espécies descritas para todo o Brasil. Aranhas caranguejeiras Apresentam uma grande variedade de colorido e de tamanho, desde alguns milímetros até 20 cm de envergadura de pernas. Algumas são muito pilosas. Os acidentes são destituídos de importância médica, sendo conhecida a irritação ocasionada na pele e mucosas por causa dos pêlos urticantes que algumas espécies liberam como forma de defesa. FISIOPATOLÓGIA Phoneutria Ações do Veneno: O veneno atua sobre os canais de sódio, induzindo a despolarização das fibras musculares e das terminações nervosas sensitivas, motoras e do sistema nervoso autônomo. A liberação de neurotransmissores do sistema nervoso autônomo. Latrodectus o veneno é uma neurotoxina com ação difusa sobre o Sistema Nervoso Central. Seus principais componentes químicos são proteínas e enzimas proteolíticas (Frontali e Grascof, 1964). A alpha- latrotoxina, fração potencialmente letal é o principal componente tóxico da peçonha da Latrodectus. Sua atuação sobre terminações nervosas sensitivas e no local da picada, provoca quadro doloroso. Além disso,apresenta atividade no sistema nervoso autônomo, levando à liberação de neurotransmissores adrenérgicos colinérgicos. Os mecanismos de ação sobre a junção neuromuscular ocorrem por uma alteração présinápticana permeabilidade dos íons sódio e potássio conseqüente à ação direta do veneno dando origem ao quadro clínico característico: a Síndrome do Latrodectismo. Loxosceles o principal componente do veneno é a enzima esfingomielinase D que atua sobre os constituintes das membranas das células principalmente do endotélio vascular e hemácias. São descritas três ações: proteolítica, hemolítica e coagulante MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS As manifestações clínicas variam de acordo com o gênero de cada espécie. Gênero Phoneutria quadro leve clinico edema,hiperemia,parestesia,sudorese no local da picada parecendo dois pontos. Quadro clínico moderado tem alterações sistêmicas taquicardia, hirpertensão arterial,sudorese,agitação psicomotora, visão turva, vômitos ocasionais, priapismo e sialorreia. Quadro clínico grave vômitos freqüentes,diarréia,bradicardia,hipotensão arterial,arritmias cardíacas,dispnéia,convulsões,edema pulmonar agudo, choque. Gênero Loxosceles apresenta-se em formas cutânea sintomas edema local endurecido,dor,equimose,placa armórea,vesícula,bolha,necrose,febre,exantema,mal estar geral. Forma cutânea visceral anemia aguda,icterícia cutâneo mucosa,oliguria,anuria,insuficiência renal. Gênero Latrodectus Dor intensa,irradia para gânglios linfáticos regionais,contratraturas musculares,opistotóno,rigidez da parede muscular do abdome,trisma,blefarconjuntivite,sudorese,expressão de sofrimento,hipotensão arterial,bradicardia,retenção urinária e choque. TRATAMENTO È direcionado para cada tipo de Gênero de araneísmo. Gênero Phoneutria imersão em água morna do local picado ou uso de compressas; infiltração local ou troncular com lidocaína a 2% sem vasoconstrictor. Antieméticos, Dipirona e Meperidina para dor intensa; Nos casos graves é necessário internamento em UTI para crianças. Caso Leve: Sintomáticos. Caso Moderado: 2 a 4 ampolas de soro antiaracnídico (SAAR). Crianças ou quando houver manifestações sistêmicas. Caso Grave: 5 a 10 ampolas de SAAR. Gênero Loxosceles compressas frias e limpeza da ferida frequentemente, Antissépticos, Analgésicos, Antihistamínicos, Corticosteróides, Antibióticos, Remoção de escaras uma semana após o acidente, Cirurgia reparadora, se necessário. Caso Leve: sintomáticos. Caso Moderado: 5 ampolas de Soro anti-aracnídico (SAAR). Caso Grave: 10 ampolas de SAAR. .Gênero Latrodectus específico o soro antilatrodectus (SALatr) é indicado nos casos graves, na dose de uma a duas ampolas por via intramuscular. A melhora do paciente ocorre de 30 minutos a três horas após a soroterapia. Soro antilatrodectus atualmente disponível no Brasil é importado. Sintomático Analgésicos,Benzoadiazepinicos tipo diazepam,gluconato de cálcio 10%, clorpromazina. PROFILAXIA È a necessidade de medidas adequadas de orientação para grupos, sobre os acidentes e evitar proliferação destes tipos de araneísmo. Por questão de sobrevivência vários animais migram de seu ambiente natural para os centros urbanos e domésticos, a partir daí a ocorrência de acidentes por animais peçonhentos se torna mais frequente em consequência do desequilíbrio ecológico (KAMIMURA, 2009) Recomenda-se manter a casa limpa e a área ao seu redor; evitar depósito de lixo e entulhos; manter limpos armários e outros ambientes escuros e úmidos, com a finalidade de prevenir que animais peçonhentos utilizem estes ambientes como abrigo, além de observar roupas e sapatos criteriosamente antes de usá-los, vedar buracos em muros e vãos de portas (KAMINURA, 2009). PROGNÓSTICO Phoneutria Prognóstico é bom. Lactentes e pré-escolares, bem como os idosos, devem sempre ser mantidos em observação pelo menos por seis horas. Os óbitos são muito raros, havendo relatos de 14 mortes na literatura nacional de 1926 a 1996. Loxosceles Prognóstico na maioria dos casos, é bom. Nos casos de ulceração cutânea, de difícil cicatrização, podem ocorrer complicações no retorno do paciente às atividades rotineiras. A hemólise intravascular, quando presente, pode levar a quadros graves e neste grupo estão incluídos os raros óbitos Latrodectus Prognóstico não há registro de óbitos. ANIMAIS AQUÁTICOS OURIÇO DO MAR INTRODUÇÃO Pertence à classe Echinoidea, é um invertebrado marinho encontrado em todos os oceanos ao redor do mundo, não aparenta ter sistema digestivo nem reprodutor. A reprodução do ouriço-do-mar ocorre por meio de grandes gônadas, que ocupam parte do corpo do animal. Elas são responsáveis por soltar gametas reprodutoras no ambiente. É feita de forma indireta e externa. Assim, a fêmea do ouriço-do-mar solta as larvas, que se alimentam sozinhas até se desenvolverem para a fase adulta. O ouriço-do-mar conta com um sistema único de digestão, uma vez que ele possui a chamada “lanterna de Aristóteles”, órgão de mastigação capaz de raspar as algas presentes nas paredes das rochas. Ao grudar na sedimentação das rochas, a lanterna de Aristóteles entra em ação, raspando a pedra, encontrando partículas orgânicas em suspensão e separando o que é comida do que é sedimentação. Por ser um invertebrado marinho e se movimentar lentamente entre as algas, o ouriço-domar é comumente caçado por lontras e estrelas do mar. Ele é essencialmente herbívoro e detritívoro, alimentando-se de restos orgânicos e de outros animais, fazendo um processo de reciclagem para essas substâncias retornarem para a cadeia alimentar. (BRASIL ESCOLA, JOYCE, 2014) MANIFESTAÇÃO CLÍNICA Os espinhos são a maior arma do ouriço-do-mar. Eles são usados contra predadores. Além disso, algumas espécies de ouriço-do-mar têm veneno, como a Echinometra lucunter, classe encontrada nas costas brasileiras, tornando a vida marinha mais perigosa. O ouriço-flor é o mais letal do mundo. O veneno liberado pelos espinhos é fatal até para os seres humanos, causando choque anafilático e convulsões. Embora não haja muitos predadores naturais deste espinhento, ele é muito usado na culinária mediterrânea, compondo pratos da alta gastronomia. Isso faz com que os humanos sejam predadores em potencial, uma das causas da redução da população deouriço-do-mar. Ele se espalha em proporção gigantesca, ocupando todos os oceanos. Como se alimenta de algas, elemento abundante nos recifes de corais, o ouriço tem comida suficiente para várias gerações, contribuindo para o equilíbrio dos recifes. Os ouriços-do-mar são revestidos por grandes espinhos afiados e, por vezes, cobertos de veneno. Tocar ou pisar esses espinhos origina uma lesão perfurante e dolorosa. Os espinhos na maioria das vezes rasgam a pele e provocam dor crônica e inflamação quando não são extraídos. PROGNÓSTICO O diagnóstico é usualmente óbvio pela história. Cor azulada no local de entradaajuda a localizar o espinho. A radiografia auxilia quando a localização não é evidente ao exame clínico. Muitas lesões do ouriço-do-mar são decorrentes dos espinhos que se rompem na pele e causam reações tissulares locais. Sem tratamento, os espinhos podem migrar para tecidos profundos, causando lesão nodular granulomatosa, ou encravar em nervos ou ossos. Também se observam dores articulares, musculares e dermatite. Poucos ouriços-do-mar têm órgãos venenosos com mandíbulas calcárias que podem penetrar na pele humana, mas as lesões são raras. CUIDADOS E TRATAMENTO O tratamento de uma perfuração por espinho de ouriço-do-mar é a remoção imediata. Vinagre dissolve espinhos mais superficiais; é suficiente embeber a ferida com vinagre várias vezes ao dia ou aplicar compressas úmidas. Compressas quentes podem ajudar a aliviar a dor. Raramente há necessidade de se realizar uma pequena incisão para remover o espinho; deve-se ter cuidado, pois ele é frágil. Quando migra para tecidos profundos, há necessidade de remoção cirúrgica. Após sua retirada, a dor pode continuar por alguns dias; se permanecer por cerca de 5 a 7 dias, há suspeita de infecção ou presença de corpo estranho. As picadas de são tratadas com lavagem da região e aplicação tópica de bálsamo mentolado. ÁGUA VIVA INTRODUÇÃO As águas-vivas são animais marinhos pertencentes ao filo Cnidária, classe Scyphozoa. Também conhecidas como medusas, produzem substâncias urticantes que as auxiliam na captura das presas. O corpo tem a forma de um sino margeado por tentáculos e apresenta uma organização simples, havendo uma cavidade gastrovascular central com uma única abertura que atua como boca e ânus. A parede é formada pela epiderme, derivada da ectoderme e pela gastroderme, derivada da endoderme, intercaladas por um material gelatinoso chamado de mesogleia. A locomoção ocorre por contrações do corpo graças às células mioepiteliais ligadas ao sistema nervoso que agem como músculos. Elas também podem ser levadas pelas correntes marítimas. Apresentam uma rede nervosa bem desenvolvida com uma mancha ocelar sensível à luz, um estatocisto que auxilia na direção dos movimentos e duas fossetas sensitivas, provavelmente quimiorreceptoras, que auxiliam na identificação do alimento. A digestão é intra e extracelular, e seu sistema digestório é incompleto, pois possui apenas uma cavidade que atua como boca e ânus. Não possuem sistema circulatório, respiratório e excretor. Como o organismo possui poucas camadas de células, o transporte de substâncias ocorre por meio de difusão. Os sexos são iguais e separados. A reprodução ocorre por alternância de gerações, ou seja, a reprodução assexuada alterna-se com a sexuada, em um ciclo em que há também alternância entre as formas pólipo assexuada e medusa sexuada. MANIFESTAÇÃO CLÍNICA Muitos indivíduos são predadores e capturam suas presas com seus tentáculos. Estes possuem células, os cnidócitos, que atuam tanto na defesa quanto na caça. Essas células possuem uma cápsula, o nematocisto, que se abre assim que o cnidócito é tocado. Dentro dessa cápsula há um filamento enrolado com uma ponta que se desenrola e penetra na pele da presa ou de um possível predador, injetando uma toxina capaz de paralisar e matar pequenos animais. Alguns indivíduos também se alimentam de organismos planctônicos que entram em seu corpo. As medusas são bioluminescentes; em algumas espécies, a toxina produzida é mais potente que a peçonha de algumas cobras. A água do mar entra no cnidócito e os nematocistos, cheios de toxinas, que são ejetados como se fosse uma agulha hipodérmica, esse filamento penetra no corpo. A picada dá a sensação de queimadura provocada por uma substância tóxica popularmente chamada de veneno. PROGNÓSTICO Os sintomas mais comuns das lesões causados por águas vivas e caravelas são dores intensas, inchaço, ardência do local, vermelhidão ou marcas escurecidas causadas pela ação do veneno. Em casos mais graves, podem ocorrer câimbras, dificuldade para respirar ou engolir, dor de cabeça, dor no peito, náuseas. CUIDADOS E TRATAMENTO Após retirar os tentáculos, uma excelente estratégia para aliviar a dor e neutralizar algum veneno é aplicar vinagre branco de cozinha diretamente no local atingido por 30 segundos. O vinagre contém uma substância, conhecida como ácido acético, que neutraliza o veneno da água viva. A queimadura dói de forma intensa por até 30 minutos, mas, depois, a pessoa deve permanecer apenas com uma sensação dolorosa, que pode durar 24 horas. Para aliviar esse incômodo, é recomendado fazer compressas com água morna. Nesse caso, pode ser água doce, mineral ou da torneira. PEIXES VENENOSOS INTRODUÇÃO São popularmente chamados de Peixe-Pedra, Baiacu, Peixe-Escorpião, Peixe-Leão, Niquim, Arraia, Bagre, Peixe-Aranha, entre outros. São encontrados em águas marinhas, fluviais e salobras, muitas vezes vivendo em locais rasos, em rochas, camuflados ou enterrados. Esses peixes são encontrados tanto em água doce quanto em mares e oceanos. Por isso, é necessário redobrar o cuidado ao pescar com amigos em lugares desconhecidos em que vocês não tenham o hábito de frequentar. QUISTY (Março 2019) Peixe-Pedra A espécie marinha é encontrada nos oceanos Indo-Pacífico, mais abundantemente na região da Austrália e Oceania.É considerada uma das mais perigosas quando se trata de peixes venenosos. O veneno desse animal se concentra em seus 13 espinhos dorsais, e sua picada causa uma dor aguda, vômito, diarreia, paralisia, inchaço e dificuldade em respirar. Em maiores doses, se a pessoa não receber o tratamento adequado a tempo, pode levar à morte. Curiosamente, em alguns países asiáticos como Filipinas, Japão e China, o peixe é servido em restaurantes como sashimi. Por ser um animal difícil de encontrar e limpar, seu valor é bastante elevado. É importante lembrar, no entanto, que peixes consumidos crus precisam de um cuidado extra. Quanto mais peixe cru comemos, maior o risco de desenvolver infecções causadas por um pescado infectado. Como, por exemplo, o salmão, que pode desencadear a chamada “tênia do peixe” ou a difilobotríase. Baiacu Conhecido por se inflar como um balão ao se sentir ameaçado, o baiacu está presente nas águas da América Latina e em águas subtropicais ao redor do mundo. No Brasil, é muito abundante entre as regiões Sudeste e Nordeste. Existem mais de 120 espécies catalogadas e, por mais que pareça um animal bonito e inofensivo, o baiacu é venenoso, e a ingestão dessa substância pode ser mortal. Isso porque contém tetrodotoxina, uma neurotoxina que bloqueia a ação nos nervos e é 1.200 vezes mais forte que o cianeto. Com essa potência, peixe tem um dos venenos mais letais conhecidos e é capaz de matar uma pessoa em poucos minutos. O maior perigo em relação ao veneno do baiacu é em relação à ingestão. Mesmo assim, todo cuidado é pouco, portanto, ao pescar o peixe, tome cuidado ao manuseá-lo. Peixe-Escorpião Diferentemente do baiacu, esse peixe, que empresta o nome de outro animal peçonhento, não é tão letal, apenas se a pessoa picada não receber os devidos cuidados. O veneno do peixe-escorpião fica inoculado e ele utiliza seus ferrões, localizados nas nadadeiras, para se defender. Com hábitos solitários, esse peixe habita rochas, areia ou lodo, principalmente na região do Oceanos Indo-Pacífico e Atlântico, e no Mar do Caribe. Ao se sentir ameaçado, ele injeta seus ferrões na vítima, provocando dor intensa. Peixe-leão O habitat desse peixe é entre os recifes e corais dos Oceanos Índico e Pacífico. Apesar da sua beleza, o peixe-leão apresenta um veneno que causa dores de cabeça, fraqueza muscular, náuseas e vômito, porém não chega a ser fatal. A espécie pode ser criada em cativeiro e aquários, mas, por ser um peixe carnívoro, ele devora pequenos peixes que ficam no mesmo ambiente. Niquim Esse pequeno peixe, que costuma medir até 15 centímetros, pode causar um grande estrago. O niquim ,também chamado de beatriz e peixe-diabo, habita principalmente a zona de transição entre água salgada e doce do litoral Norte e Nordeste e éresponsável por entre 50 e 100 acidentes todos os anos no Brasil. O veneno é injetado por meio dos espinhos localizados na cabeça, espinha dorsal e nadadeiras do animal. Ele pode causar febre, dor aguda, convulsões, edema, cefaleia e até necrose na região afetada. Os pescadores devem tomar muito cuidado com esse peixe! Sob hipótese nenhuma, coloque a mão, nem mesmo para tirar o anzol. Se for ferroado, procure ajuda o mais rápido possível. Arraia Outro peixe que pode surpreender muitos pescadores é a arraia, às vezes chamada de raia ou batoidea. Esse animal habita diversas regiões do Oceano Atlântico, e as espécies de água doce também podem ser encontradas no Pantanal. Trata-se de um peixe muito grande, que pode chegar a medir 8 metros de envergadura e pesar 40 quilos. No rabo, tem um ferrão dentado e que injeta veneno, causando dor intensa, vômitos, diarreia, sudorese e cãibras. Lembre-se que pescar arraia é crime ambiental. Por isso, se acabar fisgando o animal, liberte-o cortando a linha. Bagre Os bagres são muito conhecidos pelos pescadores por serem peixe com um ferrão que causa dores intensas, mas você sabia que as espécies marinhas são venenosas? Ou seja, além do ferimento, ele injeta um muco venenoso, que pode piorar ainda mais o quadro. Ao capturar esse peixe, tome cuidado com seus três ferrões: dois nas barbatanas e um na nadadeira dorsal. Além disso, fique atento, pois o bagre costuma fazer movimentos bruscos e repentinos. É um peixe criado em tanque e, de fato, recebe rações que contêm hormônio. Mas não podemos afirmar nada sem fazer nenhuma análise. É preciso ficar atento à procedência, se o peixe é criado em uma área com despejo de indústria. Tudo isso tem que ser avaliado. RANTHUM (2022) Peixe-Aranha Esses peixes venenosos de água salgada habitam os Oceanos Pacífico e Atlântico e também regiões do Mar Mediterrâneo. Ficam escondidos nas profundezas, onde se afundam na areia, deixando só os olhos à mostra, tornando-se um perigo para banhistas descalços. Na região dorsal e nas guelras, os peixes-aranha têm, como mecanismo de defesa, espinhos venenosos. Ao ser atingido, o pescador terá uma dor muito intensa durante cerca de 30 minutos, porém isso não ocasionará maiores ameaças à saúde. Para evitar acidentes de pesca com peixes venenosos o melhor a se fazer é ter cuidado ao pescar essas espécies e sempre ter atenção por onde sai o veneno letal. Equipamentos de pesca e de segurança adequados e organizados devem ser prioridade quando a pescaria envolver essas espécies. MANIFESTAÇÃO CLÍNICA Em geral, causam irritações locais em contato com as partes mais sensíveis como rosto, lábios e região inferior dos braços, erupções e edema nas áreas atingidas, queimação e dor. Nos casos severos causam lesões urticantes, potencialmente infectáveis, coceiras, edema e dor crescente. Infecção secundária purulenta após 6 a 8h com aumento dos nódulos linfáticos, dor de cabeça e febre. Alguns provocam reações alérgicas e ferimento bastante doloroso, dor e prurido local, podendo evoluir para parestesias, tremores, náuseas, dispnéia, ataxia, distúrbios sensoriais na motricidade incluindo fala, visão e audição, parada respiratória, formigamento na boca, queda de pressão sanguínea, problemas gastrintestinais. Casos mais graves: paralisia neuromuscular. Hipotensão e parada cardíaca. Falência respiratória e hipóxia cerebral. CUIDADOS E TRATAMENTO Os venenos de peixes são termolábeis, degradam no calor, a aplicação de água quente tolerável, no membro atingido por 30 a 90 minutos melhora muito a dor. O doente deve ser encaminhado a um hospital para limpeza do ferimento e extração de possíveis fragmentos de ferrões ou espículas. Não existe antídoto para sua peçonha, fazer bandagem de compressão direta para evitar a disseminação do veneno, tomar bastante liquido, monitorar a respiração. Corte com cuidado a roupa em torno do espinho incrustado. Não tente extrair o espinho, apenas corte-o, isolando-o do animal. Aplique uma compressa de gaze em torno do objeto incrustado, cobrindo o ferimento. Eleve o ferimento acima do nível do coração da pessoa, se possível, prenda pedaços de pano e jornais limpos no lugar. (Editora Roca, 2000). REFERÊNCIAS: BRASIL.Ministério da saúde.Manual de Diagnóstico e Tratamento de acidentes por AnimaisPeçonhentos.Brasília,2001.112p.Disponível em https;/www.icit.fiocruz.br/sites/www.icit.fiocruz/files/Manual-de-Diagnóstico-e-tratamento-de-Acidentes-por-Animais-Peconhentos.pdf.Acesso em 15 nov.2022. LISE,F;GARCIA,F.R.M.Epidemiológia do Araneísmo no Município de Chapecó,SantaCatarina,Brasil.Disponível em https://pdfs.semanticscholar.org/23c0/080c61fa055ddeafb313ad84ea43f0abaa7d.pdf.Acesso 10 nov. 2022. RAMALHO,M.G.Acidententes com animais peçonhentos e assistência em saúde.Brasilía.Disponívelem https;//repositório.uniceub.br/jspui/bitstream/235/5662/1/TCC%20%20MURYELLE.pdf.Acesso em 08 nov.2022. 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