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Didática para Educação Inclusiva

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Prévia do material em texto

Didática Aplicada a 
Pessoas com Deficiência
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Sueli Yngaunis
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Didática na Perspectiva da Educação Inclusiva
• O Professor e Sua Ação Como Docente sob a Perspectiva 
da Educação Inclusiva;
• Revendo Conceitos Importantes do Processo 
de Ensino-Aprendizagem;
• Ensino-Aprendizagem na Educação Inclusiva;
• Mas Quem são os Alunos com Deficiência?
• Conhecer as especifi cidades da ação docente na Educação Inclusiva;
• Compreender os conceitos de Ensino-Aprendizagem sob a ótica da Educação Inclusiva;
• Adquirir habilidades de pensar Práticas Pedagógicas alternativas que possam atender às 
necessidades específi cas de alunos com defi ciência.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Didática na Perspectiva 
da Educação Inclusiva
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Didática na Perspectiva da Educação Inclusiva
O Professor e Sua Ação Como Docente 
sob a Perspectiva da Educação Inclusiva
Anteriormente, conversamos sobre deficiência e as implicações que a presença 
de alunos com deficiência traz para o espaço escolar, quando surgem situações 
em que os atores que compõem o cenário escolar são convidados a rever suas 
práticas para poder criar um ambiente de aprendizagem capaz de atender também 
às necessidades do aluno com deficiência. 
E como mencionamos na Unidade anterior, a pessoa com deficiência aprende 
a lidar com as questões do seu cotidiano, procurando alternativas que permitam a 
sua participação na Sociedade; por isso, é importante reconhecer a sua experiência 
anterior. Assim, é importante o professor fazer um levantamento prévio dos conhe-
cimentos adquiridos fora do espaço da sala de aula, sobre o tema da aula.
Engana-se quem pensa que o ensino em uma sala regular implica a transmissão 
de conteúdos diferentes para alunos diferentes, pelo contrário, é o professor que 
consegue transmitir esse conhecimento recorrendo a métodos e Didáticas diferen-
tes de modo a contemplar as necessidades de um público diverso:
O professor, na perspectiva da Educação Inclusiva, não é aquele que 
ministra um “ensino diversificado”, para alguns, mas aquele que prepara 
atividades diversas para seus alunos (com e sem Deficiência Mental/Inte-
lectual e/ou Transtornos Funcionais Específicos) ao trabalhar um mesmo 
conteúdo curricular. (BREVILHERI, 2008, p. 4)
Encontrar o Método ou a Didática ideal na Educação Inclusiva deve ser um exer-
cício permanente de ação, e de reflexão sobre a ação, em busca de uma abordagem 
que respeite as diferenças, deixando de lado a padronização da prática, do ensino 
igual para todos. 
É preciso ter clareza sobre alguns pontos importantes: Onde o meu aluno deve 
chegar? Será que os recursos que estou utilizando são adequados para que o meu 
aluno consiga aprender? Estou só passando o conteúdo proposto para aquela hora-
aula, ou o conteúdo é significativo para o aluno? Ou eu espero que ele apenas 
repita o que eu transmiti? (BREVILHERI, 2008).
O professor detém a autonomia para escolher como irá trabalhar os conteúdos 
em sua aula e, no contexto da Educação Inclusiva, cabe a ele observar de que ma-
neira esses conteúdos podem ser apreendidos pelo aluno com deficiência. 
Entretanto, o trabalho do professor precisa dispor de uma Rede de apoio para 
que a sua ação pedagógica seja efetiva. Estamos nos referindo ao Atendimento 
Educacional Especializado (AEE), aos profissionais de Educação Especial, que são 
os intérpretes da Língua de Sinais, ao professor de braille, aos profissionais da saú-
de e à família do aluno, que constituem um sistema de suporte permanente para o 
aluno com deficiência incluído no Sistema de Ensino Regular. 
8
9
Diferente da Educação Especial concebida por muitos anos como sendo uma 
situação em que alunos com deficiência estudam em espaços separados, sob a ótica 
da Educação Inclusiva, a Educação Especial contempla um conjunto de recursos 
que as Escolas devem ter para poder atender à diversidade de seus alunos. 
ALUNO
Família Pro�ssionaisda Saúde
Professor
Pro�ssionais
da Educação
Especial
Atendimento
Educacional
Especializado
Figura 1
Alguns pontos merecem atenção quando tratamos sobre o tema Educação In-
clusiva, porém antes de mencionar esses pontos, vamos listar as responsabilidades 
inerentes a cada ator do cenário escolar:
Tabela 1
PROFESSOR ESCOLA
Organiza as atividades dos alunos 
durante o processo de aprendizagem
O Projeto Pedagógico da Escola dire-
ciona as ações do professor
Ambos precisam ter compromisso com a diversidade, respeitando as diferenças 
de cada um, e desenvolver estratégias e ações que equiparem as oportunidades, 
promovam a cooperação e a colaboração. 
Dito isso, voltamos aos pontos que merecem a nossa atenção, principalmente, 
na Educação Inclusiva:
• Respeito ao estilo de cada aluno;
• Respeito ao ritmo de aprendizagem de cada aluno;
• Respeito aos interesses de cada aluno.
A adequação da Prática Pedagógica às diferentes formas de acompanhar, assimi-
lar e processar a informação recebida em sala de aula, respeita as especificidades 
de cada um e valoriza mais o processo de aprendizagem em si, do que o resultado 
de uma avaliação pontual.
9
UNIDADE Didática na Perspectiva da Educação Inclusiva
Assim sendo, a avaliação também deve ser um processo, que acompanha as 
dificuldades e a evolução dos alunos, e não apenas se todos conseguiram chegar 
no mesmo resultado.
A avaliação processual durante as atividades propostas em sala de aula deman-
dará um olhar atento do professor, que observará o desempenho do aluno durante 
as atividades, com o tempo de observação cotidiana de como o aluno se comporta 
mediante os diferentes estímulos que receber em sala de aula, o professor conse-
guirá identificar as alternativas de Ações Pedagógicas que podem funcionar em um 
determinado contexto e, assim, fazer as adequações que se mostrarem necessárias, 
revendo o Planejamento da Aula. 
A figura a seguir mostra o que se espera de um professor de Educação Inclusiva:
FLEXIBILIDADE NA
ABORDAGEM DO
CONTEÚDO
PROMOÇÃO DE
VÁRIAS FORMAS
DE PARTICIPAÇÃO
NAS ATIVIDADES
RESPEITO DOS
DIVERSOS
MODOS DE
EXPRESSÃO
DOS ALUNOS
Figura 2
Independentedas Técnicas ou dos Métodos de Ensino que o professor escolher, 
seu foco deve ser sempre as competências dos alunos com deficiência, e não em suas 
limitações, porque ao se preocupar apenas com o que o aluno não pode fazer, as suas 
possibilidades de atuação ficarão muito limitadas, pois só conseguirá ver as restrições. 
Ao identificar as competências desses alunos, é possível encontrar um leque de alter-
nativas e criar condições favoráveis para que eles alunos possam participar das aulas. 
Um detalhe importante que o professor não deve esquecer é que, por mais que 
a Equipe de Apoio possa auxiliar com os recursos necessários para o atendimento 
especial, é ele, o professor que detém a prerrogativa de organizar as Práticas Do-
centes com as quais ele irá conduzir suas aulas; é ele, como professor, que conhece 
o Processo de Ensino e Aprendizagem.
Não poderíamos abordar sobre Didática, Técnicas e Metodologias sem antes re-
fletir sobre a mudança de paradigma necessária para uma Ação Pedagógica eficaz, é 
10
11
preciso se despir de pré-conceitos que desqualificam as pessoas com deficiência, só 
porque eles utilizam formas alternativas para aprender, estudar e fazer a devolutiva. 
Lembre-se de que o foco deve ser o objetivo de propiciar condições de aprendi-
zagem a esses alunos, e não o de igualar aos demais da sala.
Revendo Conceitos Importantes do 
Processo de Ensino-Aprendizagem
A palavra Didática vem de uma palavra de origem grega didaktiké.
A Didática foi instituída como Ciência reguladora do Ensino no século XVI, e 
definida por Commenius como a arte de ensinar.
Importante!
Comenius, mestre, cientista, escritor e integrante da classe eclesiástica, nasceu no dia 28 
de março de 1592, no município de Nivnitz, na Morávia, região localizada na Europa central, 
atualmente território da República Checa. Ele foi educado em um núcleo familiar protestan-
te, no interior da Igreja dos Irmãos Morávios, que adotava a linha de Jan Huss, dentro de um 
padrão de estrita humildade, singeleza e princípios inflexíveis e devotos. Leia mais sobre, 
disponível em: http://bit.ly/31mlT0d
Figura 3
Fonte: Wikimedia Commons
Você Sabia?
A Didática é um campo de estudo que envolve as questões relacionadas ao 
Ensino, tendo como objeto de estudo os Processos de Ensino e Aprendizagem, e 
as relações que existem entre o ato de ensinar, exercida pelo professor, e o ato de 
aprender, que é o que se espera do aluno. 
A Didática aborda a relação entre professor e aluno, um trabalho de mediação, 
e de planejamento e desenvolvimento de ações que assegurem a construção do 
conhecimento, isto é, ela discute as questões referentes ao Processo de Ensino.
11
UNIDADE Didática na Perspectiva da Educação Inclusiva
Assim, cabe à Didática propor:
PRINCÍPIOS
FORMAS
DIRETRIZES
Figura 4
Para que possa compreender a relação entre:
ALUNO PROFESSOR MATÉRIA
Figura 5
é preciso traçar uma rota, um caminho de como iremos conduzir essa relação, 
quais serão os percursos que iremos adotar. 
Originária do latim currere, o currículo significa rota, caminho. Assim, ao definir 
um currículo escolar, tanto a Escola quanto o professor estão definindo a trajetória 
que seus alunos irão percorrer. 
A trajetória de escolarização não contempla apenas os conteúdos que serão minis-
trados, mas também as atividades propostas, as competências que serão desenvolvidas. 
Para muitos, o currículo é apenas uma lista de conteúdos que serão ministrados, 
mas esse documento, importante para a gestão escolar, deve contemplar, também, 
as formas de trabalho. 
12
13
Ao pensarmos em acessibilidade sob a ótica da Educação Inclusiva, a adequação 
das formas de trabalho pode representar fisicamente a função de uma rampa para 
o cadeirante, do intérprete de Libras para o surdo, ou mesmo o Braille para o cego. 
Estamos falando em tornar os conteúdos acessíveis, não só em termos de acesso 
à informação, mas também de respeito às formas como cada um consegue assimi-
lar e processar as informações trabalhadas em sala de aula, como, por exemplo, 
como um aluno com deficiência intelectual consegue aprender. 
Ser professor na Educação Inclusiva implica permanentemente realizar uma 
análise crítico-reflexiva sobre a Didática e o Currículo, e reconhecer que a aula, 
enquanto objeto de estudo da Didática, não começa na sala, mas sim quando se 
reflete sobre seu planejamento e organização (ANTERO, 2016).
Figura 6
Fonte: Getty Images
A aula como objeto de estudo da Didática não pode ser restrita a uma sala de aula. 
Se aula é um ato pedagógico em si, ela sempre acontece onde houver aprendizagem. 
São inúmeros os espaços de convivência nos quais o aluno recebe estímulos e é 
convidado a assimilar uma informação nova, ocorrendo uma aprendizagem informal. 
Já a aula em um espaço formal consiste em um conjunto de meios e condi-
ções, incluindo não só métodos e técnicas, mas as condições socioafetivas de 
alunos e professores. 
Pensar em uma aula mais humana significa entender e respeitar as habilidades e 
as limitações dos alunos, contribuindo, assim, para o desenvolvimento integral do 
ser humano.
A aula, como um Ato Pedagógico, precisa ser planejada e pensada para que o 
Processo de Ensino-Aprendizagem aconteça, levando os alunos a aprender não só 
dentro de uma sala de aula, mas também fora dela, nos diversos espaços sociais 
em que vivem. 
13
UNIDADE Didática na Perspectiva da Educação Inclusiva
Isso acontece a partir do momento que acontece a aprendizagem significativa, as 
relações de Ensino Aprendizagem geram vínculos pessoais e de conhecimento, não 
contempla apenas objetivos instrucionais, mas incluem também outras dimensões 
presentes nas relações de ensino aprendizagem, como, por exemplo, a satisfação e 
o prazer que consolida o processo de aprendizagem. Sem essas dimensões, a aula 
fica sem vitalidade, sem aprendizagem significativa, desestimulando a reflexão por 
alunos e professores (ROBSON; INFORSATO, 2011).
Uma aula que leve em conta os aspectos humanos do ser reaproxima o professor de sua 
dimensão humana de sonhos, frustrações, dificuldades e múltiplas habilidades, dan-
do-lhe condições de também atuar como ser entre seres (ROBSON; INFORSATO, 2011).
Estamos estudando sobre Educação Inclusiva, o que inclui alunos com 
deficiência que, certamente, apresentarão algum grau de dificuldade em algumas 
atividades, sejam elas motoras, sejam auditivas, visuais, ou mesmo, aqueles que 
terão ritmos diferentes de aprendizagem. 
O professor deve ver as habilidades que esses alunos podem desenvolver, e não 
apenas as suas limitações.
Agindo assim, esses alunos aprenderão a ver a si próprios como pessoas capa-
zes de atuar como ser entre seres, de se desenvolver e viver em Sociedade com a 
autonomia possível propiciada pelos recursos de acessibilidade necessários. 
É o olhar do professor que será fundamental para que essa relação de Ensino-
Aprendizagem se consolide, e se construa uma ponte entre ele e o seu aluno, 
conduzindo-o ao “crescimento não apenas cognitivo, mas, principalmente ,humano” 
(ROBSON; INFORSATO, 2011, p.84).
Ensino-Aprendizagem na Educação Inclusiva
Diretrizes e Documentos Oficiais Nacionais da Educação, no Brasil e no mun-
do, colocam a EDUCAÇÃO de alunos com deficiência na perspectiva da Educa-
ção Inclusiva como uma realidade que deve ser implementada nas Escolas, o que 
vem trazendo não só inúmeros desafios, mas também inúmeras oportunidades de 
aprendizado para todos os envolvidos na Educação Inclusiva.
As práticas de Ensino devem ser repensadas, novos Códigos e Linguagens de-
vem ser incorporados para situações específicas da aprendizagem: o conceito de 
Educação Inclusiva propõe um jeito diferente de pensar sobre as origens da apren-
dizagem e as dificuldades de comportamento.
O paradigma da inclusão escolar propõe a ressignificação de práticas e conceitos: 
professores precisam considerar a deficiência como parte da diversidade humana. 
14
15
A intervenção pedagógica deve atender às necessidadesindividuais de cada alu-
no, respeitando a sua forma de lidar com o conhecimento, uma forma diferente de 
executar as tarefas e manusear os materiais.
Os alunos com deficiência tiveram de aprender a lidar com as situações, encon-
trando maneiras alternativas para lidar com as restrições causadas pela deficiência, 
o que revela um potencial criativo que o professor pode explorar no Processo de 
Ensino-Aprendizagem.
Além dos fatores sociais, pessoais e culturais, é importante que o professor 
também fique atento suas características pessoais, motoras, sensoriais e psíquicas 
do aluno, de modo a não só identificar os recursos e adaptações necessárias, mas 
também a atender suas necessidades em sala de aula, criando um ambiente propí-
cio para que o Processo de Ensino-Aprendizagem seja efetivo, de modo a atender 
as necessidades de aprendizagem, tanto quanto aos instrumentos importantes para 
a aprendizagem, como a leitura, a escrita, a expressão oral, o cálculo e a solução de 
problemas, quanto aos conteúdos básicos, de modo que possa, assim, desenvolver 
suas potencialidades e viver em Sociedade.
Tabela 2
Instrumentos de 
aprendizagem
Conteúdos básicos 
de aprendizagem
• A leitura;
• A escrita;
• A expressão oral;
• O cálculo;
• A solução de problemas.
• Conhecimentos;
• Habilidades;
• Valores;
• Atitudes.
Os alunos com deficiência precisam ser estimulados, e a afetividade, a socialização 
e a ludicidade são fatores importantes que devem ser considerados para criar um 
ambiente propício para que o Processo de Ensino-Aprendizagem seja bem-sucedido. 
A ludicidade é muito importante nos primeiros anos de Escola, pois é natural 
a criança aprender brincando. É por meio do lúdico que as crianças aprendem 
conteúdos, coordenação motora e a se socializar. Por isso, é muito importante 
que crianças com deficiência, estudem e brinquem junto a outras crianças, em 
todas as atividades, sejam elas de esportes, sejam brincadeiras, sejam de Artes 
e Música. Essa convivência potencializa o processo de Ensino-Aprendizagem de 
todas as crianças.
Mas fica a pergunta: quem são elas? Como elas aprendem? Como elas proces-
sam o conhecimento transmitido em sala de aula? 
Eis uma sugestão para outra pergunta: como elas convivem com o ambiente, 
com os outros e lidam com as restrições que a deficiência impôs para elas? 
Talvez, se compreendermos como esses alunos agem em diversas situações em 
suas vidas, possamos identificar muito mais possibilidades do que só ver as limitações.
15
UNIDADE Didática na Perspectiva da Educação Inclusiva
Mas Quem são os Alunos com Deficiência?
Vamos terminar esta Unidade conversando sobre quem são esses indivíduos 
que, em algum momento de suas vidas, seja no nascimento, seja em casos de de-
ficiência adquirida, viram-se diante da constatação de que tinham uma deficiência. 
Há alguns anos diríamos “portadores de deficiência”. Lembramos que essa de-
nominação não deve ser mais usada, pois as pessoas com deficiência não “portam” 
nada, elas são assim, elas aprenderam a ser o que são, com a deficiência. 
Por isso, é importante que a deficiência ocupe espaço em sala de aula e seja 
considerada no Planejamento do professor. Mas lembre-se: deve ser um espaço 
que abra novas possibilidades e maneiras alternativas do “agir docente”, e do 
“agir discente”.
Figura 7
Fonte: Adaptado de Getty Images
Observem que não iremos conversar sobre a deficiência, mas sobre o aluno que 
tem alguma deficiência. A pessoa deve vir antes, pois ela se constituiu como ser 
vivendo com a deficiência, que faz parte de sua vida.
Apesar de reconhecermos que somos todos diferentes, a história contribuiu para 
que as diferenças de uma pessoa com deficiência sejam vistas de forma singular, 
muitas vezes, carregadas de significados que as desqualificam, interpretações e pré-
-conceitos decorrentes do desconhecimento acerca dessas pessoas. 
O processo histórico de exclusão das pessoas com deficiência da Sociedade 
contribuiu para que as pessoas construíssem imagens negativas sobre a deficiência. 
Isso é possível perceber lendo as seguintes denominações, que foram largamente 
utilizadas ao longo da História da Humanidade:
16
17
Conotação de não ter
validade para a sociedadeExcepcional Inválido
Conotação de
de não ser e
ciente Di
ciente
Débil
mental
Conotação de
incapacidade
Paralítico Incapaz
Figura 8
A primeira vez que uma Lei de Diretrizes e Bases da Educação mencionou alu-
nos com deficiência, foi em 1961, a LDB 4.024, que, em seu Artigo 88, refere-se 
a esses alunos como excepcionais:
TÍTULO X
Da Educação de Excepcionais
Art. 88. A educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar-
se no sistema geral de educação, a fim de integrá-los na comunidade.
Fonte: http://bit.ly/2BkllgF 
O modelo de que é preciso ser perfeito, bonito e forte para ter sucesso na vida, 
ainda é muito presente na Sociedade atual ainda é resquício da Idade Antiga, quan-
do as pessoas com deficiência eram eliminadas, pois se esperava que o homem 
fosse belo, forte e perfeito para ser um bom soldado. 
Essa forma de pensar é muitas vezes incorporada pelas pessoas com deficiência, 
que se sentem inferiores em relação a outras pessoas. 
Deise é cega e se dedicou a ler textos que abordassem sobre a imagem da pessoas com 
deficiência e sobre a autoimagem delas, mas ela, em algum momento do texto, desabafa:
Para escrever essas reflexões, li e reli inúmeros textos, de diversos autores, sensíveis, interes-
sados na questão da pessoa com deficiência. Apesar de reconhecer a riqueza de informações 
e a dedicação e esforço desses autores em definir e conceituar o que é ser pessoa com defici-
ência e o que é incluí-las na sociedade, devo confessar que pouquíssimas vezes me senti re-
presentada, e raramente reconheci minha vida e meu jeito de ver as coisas nos relatos que li. 
Leia mais sobre em: http://bit.ly/2BklP6t
Ex
pl
or
17
UNIDADE Didática na Perspectiva da Educação Inclusiva
A saga do aluno com deficiência começava nas Escolas que, muitas vezes, não 
aceitavam que ele fosse matriculado.
Hoje, muitos instrumentos legais proibirem a recusa de Matrícula. Ainda assim, 
as dificuldades persistem, porque existe o desconhecimento de como agir com um 
aluno com deficiência em sala de aula. 
As Práticas Pedagógicas padronizadas deverão ser adaptadas, e professores e 
coordenadores deveram repensar essas práticas, e repensá-las deve passar pela 
revisão de ideias construídas sobre as restrições impostas pela deficiência, e ceder 
espaço para as possibilidades de intervenção. 
Terminamos esta Unidade com um Quadro que faz uma reflexão sobre as res-
trições e possibilidades de cada aluno, conforme a sua deficiência. Foram citados 
alguns exemplos de situações em que podem ocorrer:
Tabela 3
ALUNO COM RESTRIÇÃO POSSIBILIDADE
DEFICIÊNCIA FÍSICA Não tem coordenação motora para escrever
Aparelhos usados para prender 
o lápis: o professor, junto ao 
educando, verifica qual a melhor 
posição para posicionar o lápis 
de escrever
DEFICÊNCIA VISUAL Ele não pode ver o mapa do Brasil Ele pode tatear com as mãos o mapa do Brasil em relevo
DEFICIÊNCIA AUDITIVA Ele não pode apresentar Seminários, porque não fala
Ele pode apresentar o Seminário 
usando a Língua de Sinais, e o in-
térprete faz a tradução para voz
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Parece que ele não entende as minhas aulas
Utilize Recursos Visuais de forma 
lúdica e chamativa, o que facili-
tará a compreensão do conteúdo 
e a memorização
Veja que esse é um exercício interessante, que pode ser feito pelo professor: lis-
tar de um lado quais são as restrições, e pesquisar as possibilidades de intervenção.
Até a próxima Unidade!
18
19
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Educação inclusiva: desafios da formação e da atuação em sala de aula
http://bit.ly/2VNpy5U
Jan Amos Comenius
http://bit.ly/2VOZMyh
Didática
http://bit.ly/2pyTNRZ
A aula: o ato pedagógico em si
http://bit.ly/2Mq2Cqy
19UNIDADE Didática na Perspectiva da Educação Inclusiva
Referências
ANTERO, K. F. A Didática e Currículo Escolar: relações e reflexão sobre a práti-
ca docente. In: II CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO INCLU-
SIVA, 2016, Campina Grande, Paraná. Disponível em: <http://docplayer.com.
br/52169214-A-didatica-e-curriculo-Escolar-relacoes-e-reflexao-sobre-a-pratica-do-
cente-katia-farias-antero.html>. Acesso em: 18 ago. 2019.
BREVILHERI, I. de O. C.; STEINLE, M. C. B. Uma Didática inclusiva: alternati-
vas diversificadas de apoio à aprendizagem do aluno da Sala de Recursos. Univer-
sidade Estadual do Norte do Paraná, Campus de Cornélio Procópio, Programa de 
Desenvolvimento Educacional, 2008. Disponível em: <http://www.diaadiaeduca-
cao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2347-6.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2019.
ROBSON, A. S.; INFORSATO, E. C. Aula: o ato pedagógico em si. Universidade 
Estadual Paulista. Prograd. Caderno de Formação: formação de professores Didá-
tica geral. Cultura Acadêmica, São Paulo: v. 9, p. 80-85, 2011. Disponível em: 
<https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/584/1/01d15t05.pdf>. 
Acesso em: 18 ago. 2019. 
20