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Aula 9-Aconselhamento cristão de confissão reformada

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Aconselhamento
Aula 9: Aconselhamento cristão de con�ssão reformada
Apresentação
Nesta aula, analisaremos o paradigma de aconselhamento pastoral de con�ssão reformado. Desde os
cenobitas, os anacoretas e os Padres da Igreja o cristianismo vem prestando este serviço pastoral ao povo
de Deus. O aconselhamento como direção espiritual, como reconciliação dos �lhos com o Pai-Deus.
Levar o �el a mergulhar dentro de si e encontrar-se com Deus. Santo Agostinho, orientado pelo bispo
Ambrósio de Milão, a�rma: “Senhor procurei você nos prazeres da vida, mas não te encontrei, Ti procurei nas
�loso�as, mas também não Ti encontrei, quando voltei para dentro de mim aí Tu estavas”.
Estudaremos também a pedagogia e os princípios da prática aconselhadora reformada. Com a reforma
cristã iniciada formalmente em 31 de outubro de 1517, a espiritualidade cristã abrirá novas perspectivas de
compreensão da Revelação de Deus na história, sobretudo da evolução ou involução espiritual do ser
humano, da graça e do pecado na história da salvação.
Objetivos
Explicar a origem e evolução da Reforma Protestante;
Apontar os cinco fundamentos teológicos da Reforma Protestante;
Analisar teologicamente o aconselhamento pastoral de con�ssão reformada na perspectiva ecumênica
ou interconfessional cristocêntrica.
Palavras iniciais
Antes de iniciarmos a abordagem do paradigma de aconselhamento reformado, vejamos o que diz Jesus Cristo
sobre a importância dos aconselhadores cristãos. Além de uma excelente formação teológica e nas ciências
humanas, é necessário ser um bom exemplo de cristão. Veja:
“E dizia-lhes uma parábola: Pode porventura o cego guiar o
cego? Não cairão ambos na cova?
O discípulo não é superior a seu mestre, mas tudo o que for
perfeito será como o seu mestre.
E por que atentas tu no argueiro que está no olho de teu
irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho?
Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o
argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na
trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do
teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no
olho de teu irmão.
Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore
que dê bom fruto.
Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois
não se colhem �gos dos espinheiros, nem se vindimam uvas
dos abrolhos.
O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e
o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal,
porque da abundância do seu coração fala a boca.
E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu
digo?
Qualquer que vem a mim e ouve as minhas palavras, e as
observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante:
É semelhante ao homem que edi�cou uma casa, e cavou, e
abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre a rocha; e, vindo a
enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa, e não a
pôde abalar, porque estava fundada sobre a rocha.
Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que
edi�cou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu
com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína
daquela casa.”
Lucas 6:39-49
Em Mt 23, também Jesus denuncia a hipocrisia, sobretudo nos versículos 16 e 24, dos cegos que se colocam
como guias dos outros cegos. Em Lucas, Jesus a�rma que não se pode tirar o cisco do olho do próximo tendo
uma trave nos próprios olhos. Portanto, o aconselhador, o conselheiro ou guia espiritual precisa ser coerente, ser
bom exemplo, ser testemunho.
 
É claro que, como qualquer ser humano, terá suas limitações, mas é diferenciado porque fez a experiência de
Deus em sua vida, e a fez dioturnamente na sua vida de oração, leitura e meditação da palavra de Deus revelada
nas Escrituras.
Estudaremos brevemente a seguir as principais causas da Reforma Protestante: a incoerência da cristandade
medieval; o abandono do povo de Deus, sobretudo dos pobres; as alianças com os poderosos; e a exploração
econômica do povo em nome de uma falsa teologia da salvação.
A Reforma cristã e a divisão do cristianismo ocidental
O que explodiu no dia 31 de outubro de 1517 ou implodiu o cristianismo foi a incoerência, a hipocrisia, a falta de
�delidade à aliança selada no Sangue de Jesus Cristo que havia alertado os Apóstolos e discípulos do perigo das
riquezas materiais (Mt 6,24- . 33; 8,18-22; 10,1-14.37-39;16,24-28;19,16-30; Mc 10,17-31.41-45; Lc 9,23-26; 12,13-
21; 14,28-33; 18,18-30). E que os primeiros cristãos viviam plenamente (At 2,42-47; 4,32-34; Tg 2,1-26; 4,13-5,1-6;
1Jo 3,17-23).
 
O Édito de Milão, proclamado por Constantino em 13 de julho de 313, acabou com a grande perseguição
decretada por Diocleciano em 303 ao cristianismo. De perseguido, o cristianismo passou então a elemento
uni�cador do Império Romano, depois a parceiro, tornando-se hegemônico ou religião o�cial do Império.
 
Daí até o século XII, a escalada rumo ao enriquecimento material não foi difícil. Surgiu então em Assis, na Itália,
um jovem rebelde que em nome de Jesus Cristo chamou a Igreja Senhora feudal para voltar às suas origens.
Esta história é bem conhecida.
Em 1054, já não havia mais diálogo com os irmãos do oriente, causando a primeira ruptura, a primeira divisão
entre cristianismo ocidental e cristianismo oriental. Outras questões, mais especi�camente teológicas ou
cristológicas, foram determinantes para este cisma oriente-ocidente.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Divisões no cristianismo
Historicamente, podemos falar de quatro divisões no cristianismo:
1
As que ocorreram ao longo dos séculos V e VI nas
Igrejas antigas do oriente, causadas pelo mono�sismo;
2
A divisão de 1054, que separou os cristãos do oriente e
do ocidente;
3
A divisão ocidental do século XVI, que separou os
cristãos em várias denominações: Católicos,
protestantes, anglicanos. Seus desdobramentos nos
séculos XVII e XVIII deram origem a várias con�ssões
diferentes;
4
As divisões dos séculos XIX e XX, sobretudo aqui no
Brasil a partir de meados do século XX.
Igrejas da primeira divisão Igrejas da segunda divisão
As Igrejas da primeira divisão oriental são
chamadas de “não calcedônias”. Embora
professem a mesma fé cristológica, Jesus Cristo é
Verdadeiro homem e Verdadeiro Deus. Não
aceitam a formulação dogmática do Concílio
Ecumênico de Calcedônia, realizado em 451.
Foram condenadas como monofisistas.
As Igrejas da segunda divisão em 1054 são chamadas de ortodoxas.
Com uma comunidade de fieis com mais de 150 milhões, estão no
oriente próximo, nos Balcãs e na Rússia.
Com uma comunidade de fiéis em torno de 25
milhões, são as Igrejas Apostólica da Armênia,
Igreja Síria Ortodoxa, Igreja Copta Ortodoxa e
Igreja Ortodoxa da Etiópia.
São as Igrejas dos patriarcados, as Igrejas autocéfalas autônomas e
as da diáspora. Aceitam os sete primeiros concílios e valorizam a
Tradição e a Sagrada Escritura, inclusive os sete livros
“deuterocanônicos”, revelação de Deus.
Sua teologia apofática afirma que a função do dogma é preservar o
mistério inefável da fé e não explicitar a verdade nele expressa. A
pessoa humana é vista como “imago Dei”. O pecado é um “estado
contra a natureza”, que está restaurada em Jesus Cristo. Há uma
grande devoção a maria Mãe de Jesus e uma forte espiritualidade
peneumatológica. A Igreja local governada pelo bispo é Sacramento
do reino.
União de Utrecht
A Igreja Veterocatólica ou Igreja Católica Cristã é a comunhão de Igrejas de tradição episcopal que formam a
União de Utrecht. Recusa o dogma da infabilidade papal proclamado pelo Concílio Vaticano I em 1870. É ligada à
Igreja da Holanda, chamada de Velhos Católicos que se separaram de Roma por rejeitar a Bula papal Unigenitus
de 1713.
Veneram a Tradição da igreja que salvaguarda as Escrituras de distorções. Veneram Maria, mas rejeitam os
dogmas da Imaculada Conceição e da Assunção corporal de Maria aos céus. Aceitam o tríplice ministério do
episcopado, presbiterado e diaconato, e aboliram o celibato obrigatório para os sacerdotes.
ReformaProtestante
A arrogância �nanceira cegara os líderes cristão do ocidente, sobretudo ensurdecendo-os para que não ouvissem
os líderes cristãos do oriente.
A Reforma Protestante iniciada pelo monge católico agostiniano Martinho
Lutero no dia 31 de outubro de 1517, com o famoso protesto na porta da
Igreja da cidade alemã de Wittemberg, publicou ou tornou públicas as 95
teses ou 95 proposições sobre pontos teológicos da doutrina católica
romana, sobretudo a questão soteriológica, ou seja, a salvação pela fé e não
pelas obras.
Na mira da teologia luterana estava a questão �nanceira provocada pelas indulgências, artifício administrativo
para a construção da Basílica do Vaticano em Roma. A salvação seria pela fé somente, sem a ajuda das obras
praticadas pelos cristãos? Ou o cristão precisa agir como tal (Lc 10,29-37), como um bom Samaritano?
Compartilhar seus bens no combate à fome (Lc 16,19-31; Tg 2,1-26:1Jo 3,17-23)? Ser proativo para merecer pela
fé a salvação em Jesus Cristo?
A teologia luterana toma como referencial a teologia paulina do primado da fé sobre a práxis, em que o cristão
deve agir na transformação do mundo, ajudando o próximo, pela fé (Rm 4-6). Lutero tinha grande apreço
teológico pela Carta aos Hebreus, que no capítulo onze revela a força da fé para a nossa salvação. Embora
Hebreus não seja um texto de Paulo, a teologia é na linha paulina. No entanto, Lutero não levou a sério 1Cor 13,1-
13, onde Paulo hierarquiza os três pilares da existência cristã:
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e
não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino
que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos
os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de
maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse
amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento
dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser
queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor
não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses,
não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão
aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência,
desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte
será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como
menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser
homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então
veremos face a face; agora conheço em parte, mas então
conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes
três, mas o maior destes é o amor.”
Bíblia Online s/d/
Gratuidade da salvação
Como você pode observar em Paulo, não podemos falar de uma fé pura, como conditio sine qua non para a
salvação do cristão. Não é uma fé passiva que �ca esperando somente de Deus a salvação, embora ele possa
fazer isso (Lc 23,35-43). Este “bom ladrão” na cruz reconheceu a inocência de Jesus e a injustiça a qual estava
submetido, enquanto eles, os ladrões, mereciam a condenação.
 
Na parábola dos trabalhadores da Vinha também observamos uma teologia da gratuidade da salvação cristã (Mt
20,1-16). Temos o caso dos trabalhadores que passam o dia todo suportando as intempéries da natureza e a
exaustão do próprio ato laboral. No entanto, Jesus contou esta parábola para revelar que a salvação é iniciativa
de Deus e ação da graça, portanto, gratuidade. Deus salva quem Ele quer (Mt 9,10-13; 23,1-32), quando Ele quer,
onde Ele quer.
Atenção
Não podemos esquecer que um dos princípios da teologia cristã, a salvação, é o encontro de duas liberdades: A
divina, que vem ao encontro de quem Ele quer, e a humana, que livremente deve tomar a decisão de voltar para a
casa do Pai (Lc 15,11-32).
 
Este último critério está em Mt 25,31-46. Os pobres, sendo os grandes jurados no tribunal do julgamento �nal, dirão
para Deus quem merece e quem não merece. Quem agiu nas obras de sustentabilidade antropológica, de
compartilhamento de bens, na ajuda aos necessitados, no combate à injustiça social e econômica.
Leitura
Salvação cristã
Pluralismo confessional
Igualmente, uma análise teológica nos revela que o Kerigma nos apresenta um pluralismo confessional nas
comunidades primitivas e a permanente busca pela unidade (At 15,1-35). O mesmo precisa ser a�rmado do
período que vai do século II ao século VII da era cristã.
 
A di�culdade em torno da judaização e da helenização do cristianismo, a luta contra a gnose e a busca do
equilíbrio da fé cristológica, con�itos, mal-entendidos, inimizades, intolerância, pluralismo teológico, heresias e
opostos interesses políticos, condenações, perseguições etc, �zeram com que o pêndulo da fé cristã ora batesse
mais do lado da humanidade, ora batesse mais do lado da divindade de Jesus Cristo, dando origem a dois
paradigmas cristológicos e exegéticos: O alexandrino e o antioqueno.
Saiba mais
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Uma análise teológica também precisa ser feita no Primeiro Testamento da formação do povo de Deus e dos
intermináveis con�itos e divisões: A primeira família no Jardim do Éden; o episódio de Caim e Abel; os
acontecimentos que antecederam ao dilúvio; os �lhos de Noé; o famoso caso de Cam, Abraão e Ló; Isaú e Jacó; os
�lhos de Jacó e José; as doze tribos durante o Êxodo e durante a complexa teocracia até chegar nos dois reinos; e
a volta dos exilados na Babilônia.
Este breve voo panorâmico sobre a reforma e a divisão por ela causada no cristianismo serve para você,
conselheiro, ter uma concepção teológica crítica de que estas questões ainda incomodam os cristãos e precisam
ser discernidas no aconselhamento pastoral. Jesus de Nazaré anunciou a unidade (Jo 17; At 2) contra toda
divisão (Lc 9,49-50). Ninguém é maior no serviço do Reino (Lc 9,46-48).
 
Fato é que hoje há uma fragmentação do cristianismo, sobretudo no Brasil, que precisa ser discernida com
preudência teológica, separar o trigo do joio (Mt 13,24-30.36-43). Deve-se buscar uma práxis poimênica, de
aconselhamento pastoral, aconselhamento espiritual responsável.
Princípios da poimênica
Não há dúvida que teologicamente a Reforma Protestante foi como um abalo sísmico no epicentro do
cristianismo. Lutero foi um profeta de Deus que buscou a salvação da igreja comprometida com causas
materiais, com poder, ter, prazer etc.
 
Depois dele, grandes reformadores como João Calvino, Filipe Melanchton, Theodore de Béze, Ulrich Zuínglio,
Martim Bucer, Menno Simons (reforma radical) e tantos outros contribuíram para a evolução espiritual do
cristianismo. Mas também não podemos esquecer que a divisão entre os cristãos não é vontade de Deus.
 
São cinco os princípios do aconselhamento cristão das igrejas reformadas. Ou seja, para aconselhar
pastoralmente alguém na ótica reformada, é necessário se fundamentar em uma das Cinco Solas colocadas por
Martinho Lutero: Sola Fide, Sola Scriptura, Solus Christus, Sola Gratia e Soli Deo Gloria, que são os pilares da
Reforma Protestante.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Clique nos botões para ver as informações.
O primeiro princípio é a Fé ou Sola Fide. Lutero a�rma que somente a fé em Jesus Cristo (Trindade) justi�ca
a interação humano-divino. Portanto, não há necessidade da mediação da caridade, do amor ao próximo. É
o princípio da fé pura no Deus Único e Trino que se revelou plenamente em Jesus Cristo.
Fé ou Sola Fide 
O segundo princípio é o da Escritura ou Sola Scriptura. Somente ela é a regra de fé e práxis das igrejas
cristãs, sem o tradicionalismo romano que impedia a contextualização da palavra de Deus. Somente a
Escritura fundamenta a teologia da reforma cristãiniciada por Lutero.
Escritura ou Sola Scriptura 
O terceiro princípio é o da Unicidade Mediacional de Jesus Cristo ou Solus Christus. Somente Jesus Cristo é o
mediador entre Deus e a humanidade. É o único capaz de religar a humanidade a Deus e salvá-la
de�nitivamente para o Reino de Deus. Este tema é central na teologia da reforma luterana e deve ser central
no aconselhamento pastoral reformado.
Unicidade Mediacional de Jesus Cristo ou Solus Christus 
O quarto princípio pode ser chamado Trinitário, é o princípio da Graça ou Sola Gratia. Além de ser um
atributo divino, é o próprio Cristo e é o Espírito Santo que infunde a graça no coração humano. É graça
soteriológica (salvadora), através da qual o homem é salvo quando a salvação de Deus é comunicada ao
pecador. Não há meritocracia. É verdade que quem salva é Deus, mas deve-se tomar cuidado para não jogar
o cristão na inanição, na passividade, no comodismo, na zona de conforto psicológico e espiritual.
Graça ou Sola Gratia 
O quinto princípio é o de Somente a Deus a Glória ou Soli Deo Gloria. Toda pessoa humana é criatura,
Imagem e Semelhança do criador (Gn 1,26), portanto, somos todos iguais, não há privilégio. Segundo a
teologia da reformada, tudo o que o homem �zer deve ser para glori�car a Deus, uma vez que fora criado
para a Sua Glória.
Somente a Deus a Glória ou Soli Deo Gloria 
Dica
Você estudará detalhadamente a Reforma Protestante nos componentes curriculares História das Igrejas Cristãs e
Ecumenismo, mas abordamos o assunto para que, ao aconselhar alguém em sua comunidade, oriente na
�delidade dos princípios que norteiam suas convicções religiosas e cristãs.
Não há dúvida que o movimento de renovação espiritual, moral e ético iniciado por Martinho Lutero tenha sido
um novo Pentecostes no cristianismo (At 2), mas também deu origem a uma verdadeira Torre de Babel (Gn 11,1-
9) na unidade cristã vivida e anunciada pro Jesus de Nazaré (Jo 17; 1Cor 12).
O aconselhamento cristão, portanto, deve ser �el à sua con�ssionalidade, mas aberto ao ecumenismo, ao diálogo
interreligioso, à intercon�ssionalidade. A Trindade é maior do que qualquer doutrina. Jesus de Nazaré não se
colocou no centro de sua vida e de sua missão, mas colocou Deus e seu Reino no centro (Mt 24,36; Lc 22,39-44;
Jo 14,28). O Pai, segundo Jesus é maior do que Ele:
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
“Ouvistes que eu vos disse: Vou, e venho para vós. Se me
amásseis, certamente exultaríeis porque eu disse: Vou para o
Pai; porque meu Pai é maior do que eu.”
João 14:28
Portanto, todo aconselhamento cristão deve ser reinocêntrico e teocêntrico para que seja cristocêntrico, pois o
próprio Jesus de Nazaré colocou Deus e o seu Reino no centro de sua vida e de seu ministério (Mc 1,14-15).
Como a�rma Clinebell:
“Um guia espiritual está interessado no encontro com Deus,
no processo através do qual a comunidade humana e o
indivíduo humano passam a formar uma unidade com Deus.
O pastor está envolvido com o rebanho, e essa dimensão
social da espiritualidade é de crucial importância. O cristão
não está em busca de uma caminhada solitária com Deus, de
uma viagem mística do caráter privado, de um voo de uma
pessoa solitária para um Deus solitário. O cristão está
envolvido numa busca comunitária de humanidade, de
renovação, do reino de Deus, do cosmo transformado, do
corpo de Cristo. (...) os grandes mestres da vida espiritual em
quase todas as tradições são unânimes em advertir dos
perigos de uma espiritualidade egoísta, da busca de
iluminação que ignora (...) a comunidade humana, as
exigências de justiça e paz.”
CLINEBELL. 1987, p.110-111
Leitura
Novo paradigma
Atividade
1. Sobre a teologia do sacramento da reconciliação no Novo Catecismo da Igreja Católica, de acordo com os
arquivos o�ciais do Vaticano disponíveis no site La Santa Sede, coloque V se a asserção for verdadeira e F se a
asserção for falsa:
I. (   ) Sem ser estritamente necessária, a con�ssão das faltas quotidianas (pecados veniais) é, contudo, vivamente
recomendada pela Igreja. (54) Com efeito, a con�ssão regular dos nossos pecados veniais ajuda-nos a formar a
nossa consciência, a lutar contra as más inclinações, a deixarmo-nos curar por Cristo, a progredir na vida do
Espírito. Recebendo com maior frequência, neste sacramento, o dom da misericórdia do Pai, somos levados a ser
misericordiosos como Ele (55):
II. (   ) Aquele que confessa os seus pecados e os acusa, já está de acordo com Deus. Deus acusa os teus pecados;
se tu também os acusas, juntas-te a Deus. O homem e o pecador são, por assim dizer, duas realidades distintas.
Quando ouves falar do homem, foi Deus que o criou: Quando ouves falar do pecador, foi o próprio homem quem o
fez. Destrói o que �zeste, para que Deus salve o que fez.
III. (   ) É conveniente que a recepção deste sacramento seja preparada por um exame de consciência, feito à luz da
Palavra de Deus. Os textos mais adaptados para este efeito devem procurar-se no Decálogo e na catequese moral
dos evangelhos e das cartas dos Apóstolos: Sermão da montanha e ensinamentos apostólicos.
IV. (   ) Segundo o mandamento da Igreja, «todo o �el que tenha atingido a idade da discrição, está obrigado a
confessar �elmente os pecados graves, ao menos uma vez ao ano» (50). Aquele que tem consciência de haver
cometido um pecado mortal, não deve receber a sagrada Comunhão, mesmo que tenha uma grande contrição,
sem ter previamente recebido a absolvição sacramental (51); a não ser que tenha um motivo grave para comungar
e não lhe seja possível encontrar-se com um confessor (52). As crianças devem aceder ao sacramento da
Penitência antes de receberem pela primeira vez a Sagrada Comunhão (53).
V. (   ) Só Deus perdoa os pecados (34). Jesus, porque é Filho de Deus, diz de Si próprio: «O Filho do Homem tem na
terra o poder de perdoar os pecados» (Mc 2, 10) e exerce este poder divino: «Os teus pecados são-te perdoados!»
(Mc 2, 5) (35). Mais ainda: Em virtude da sua autoridade divina, concede este poder aos homens para que o
exerçam em seu nome.
Assinale a alternativa verdadeira:
a) Apenas as alternativas I, II e III são verdadeiras.
b) As alternativas I, II, III, IV e V são falsas.
c) As alternativas I, II, III, IV e V são verdadeiras.
d) Somente as alternativas III, IV e V são falsas
2. Iniciamos esta aula abordando a questão do testemunho, da coerência e da �delidade à Aliança soteriológica que
Deus fez conosco em Jesus Cristo, para a e�cácia de um aconselhamento cristão. Citamos dois textos do Segundo
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Testamento (N.T.) nos quais Jesus de Nazaré denuncia a hipocrisia dos fariseus e do cego que se propõe ser guia
espiritual de outro cego. Assinale a alternativa que contém estes dois textos:
a) Mt 23,1-32 e Lc 6, 39-45.
b) Jo 2,1-10 e Jo 9,1-10.
c) Mc 1,14-15 e Lc 15,11-27.
d) 1Cor 12 e Ef 4-6.
3. O que explodiu no dia 31 de outubro de 1517 ou implodiu o cristianismo foi a incoerência, a hipocrisia, a falta de
�delidade à aliança selada no Sangue de Jesus Cristo que havia alertado os Apóstolos e discípulos do perigo das
riquezas materiais (Mt 6,24- . 33; 8,18-22; 10,1-14.37-39;16,24-28;19,16-30; Mc 10,17-31.41-45; Lc 9,23-26; 12,13-21;
14,28-33; 18,18-30). E que os primeiros cristãos viviam plenamente (At 2,42-47; 4,32-34; Tg 2,1-26; 4,13-5,1-6; 1Jo
3,17-23).
O Édito de Milão, proclamado por Constantino em 13 de julho de 313, acabava com a grande perseguição
decretada por Diocleciano em 303 ao cristianismo. Como foi a caminhada do cristianismo dentro do Império
Romano?
a) Um caminho de fidelidade às origens: Desprendimento, pobreza e serviço aos pobres.
b) De perseguido, o cristianismo passou a elemento unificador do Império Romano e depois como parceiro, tornando-se
hegemônico ou religião oficial do Império. Daí até o século XII a escalada rumo ao enriquecimento material não foi difícil.
Surgiu então em Assis, na Itália, um jovem rebelde que em nome de Jesus Cristo chamou a Igreja Senhora feudalpara
voltar às suas origens, em uma história bem conhecida.
c) Em 1054, unificou o oriente ateu ao ocidente cristão em questões teológicas ou cristológicas, que foram determinantes
para a unidade oriente-ocidente.
d) Todas as alternativas são verdadeiras.
Notas
Referências
BÍBLIA ONLINE. Disponível em: https://www.bibliaonline.com.br/acf. Acesso em: 06 jan. 2020.
BOCK, A. M. B., et al. Psicologias: Uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002.
CARPIGIANI, B. Psicologia: Das raízes aos movimentos contemporâneos. São Paulo: Pioneira, 2001.
CLEBSCH, William R.; JAEKLE, Charles R. Pastoral Care in Historical Perspective. New Jersey: Prebtice-Hall,
1964.
CLINEBELL, Howard J. Aconselhamento pastoral: Modelo centrado em libertação e crescimento. São Paulo:
Sinodal, 1987; Paulinas e Sinodal, 2000.
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Próxima aula
Aconselhamento pastoral hospitalar na perspectiva interconfessional;
Capelanias militar e hospitalar como local de aconselhamento e evangelização;
A interface dos aconselhamentos de con�ssão católica e reformada nas capelanias hospitalar e militar.
Explore mais
 Leia o livro História das heresias (séculos 1-V): Con�itos ideológicos dentro do cristianismo, de Roque
Franglatti. Editora Paulus, 2004.
Assista ao vídeo 500 anos da reforma protestante. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?
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 Leia a matéria Maior comunidade luterana do Brasil, RS celebra os 500 anos da Reforma Protestante.
Disponível em: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/maior-comunidade-luterana-do-brasil-rio-
grande-do-sul-celebra-os-500-anos-da-reforma-protestante ghtml Acesso em: 13 jan 2020
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grande do sul celebra os 500 anos da reforma protestante.ghtml Acesso em: 13 jan. 2020.
Leia o texto O diálogo teológico entre a Igreja ortodoxa e as Igrejas Ortodoxas Orientais. Desfazer
Calcedônia? Disponível em: https://www.ecclesia.com.br/biblioteca/dialogo_ecumenico/o-dialogo-teologico-
entre-as-igrejas-ortodoxas-e-as-igrejas-orientais.pdf Acesso em: 13 jan. 2020.
Leia o texto As relações da Igreja Ortodoxa com o conjunto do mundo cristão. Disponível em:
https://www.ecclesia.com.br/biblioteca/documentos_da_igreja/arquivos-pdf/4-as-relacoes-da-igreja-
ortodoxa.pdf Acesso em: 13 jan. 2020.
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