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Aconselhamento Aula 10: Práticas de aconselhamento cristão em capelanias militar e hospitalar Apresentação Nesta aula, chegamos ao �nal do processo epistêmico da ação evangelizadora como ajuda em situações limites. Estudaremos aqui duas situações de fronteiras: O aconselhamento nas capelanias hospitalar e militar. Veremos que existem duas situações em que os pro�ssionais da saúde e o enfermo precisam do conselheiro cristão. Primeiro, quando o enfermo entra em cuidados paliativos com mínima possibilidade de recuperação. Já tendo usado todos os recursos da medicina, os pro�ssionais da saúde sabem que apenas um milagre pode reverter a situação. É a hora da oração com fé, amor e esperança no poder de Deus. A segunda situação é quando o enfermo entra em cuidados paliativos sem nenhuma possibilidade de reversão do quadro. Então, o homem de Deus ou a mulher de Deus deve preparar o enfermo para seu encontro com o criador, além de evitar a distanásia ou a eutanásia. A capelania militar, por sua vez, também apresenta desa�os. Ela deve cuidar da saúde espiritual dos pro�ssionais da segurança nacional e local, e ainda orientar os militares no combate ao crime organizado e ao terrorismo em prol da segurança da sociedade e dos cidadãos de bem. Objetivos Investigar a origem e a evolução das capelanias hospitalar e militar; Identi�car os fundamentos bíblicos e teológicos do atendimento hospitalar e militar; Analisar teologicamente as condições de possibilidades de um aconselhamento pastoral hospitalar e militar em defesa da dignidade humana e da vida plena (Jo 10,10). Palavras iniciais Na perspectiva cristã, Jesus Cristo é o paradigma do conselheiro cristão. Ele é o modelo empírico de como ajudar uma ou várias pessoas através do aconselhamento pastoral. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Dialogando com as várias formas de conhecimento, sobretudo com as ciências psicológicas, o conselheiro foca em Jesus, o Nazareno, que segundo a teologia de Lucas foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo povo. Os quatro evangelhos atestam que Jesus realizou muitos milagres de cura e libertação de todos os tipos de enfermidades (Mc 1,21-3,1-35; Mt 8-9; Lc 6-7; Jo 5,1-47; 9,1-41). Nos Atos dos Apóstolos, Lucas documentou: O primeiro milagre realizado pelos apóstolos Pedro e João foi em nome de Jesus Nazareno (At 3,1-10). A teologia paulina fala que o Espírito concede o dom da cura entre tantos outros dons (1Cor 12, 7-10). Tiago fala da unção e da oração como poder de cura e libertação em nome do Senhor (Tg 5,13-16). Jesus Cristo é o fundamento de toda poimênica e aconselhamento pastoral. As igrejas cristãs devem dar continuidade a esta prática e a este labor pastoral em seu nome. A relação entre Jesus Cristo e a cultura militar É preciso ressaltar um fato interessante: Se Jesus de Nazaré, o Cristo, é o fundamento de toda poimênica e de todo aconselhamento pastoral, como conciliar sua pessoa e sua mensagem com a cultura militar? É verdade que a missão dos militares é manter a paz, embora paradoxalmente uma paz armada. Numa perspectiva preventiva, os militares são necessários tanto para ameaças externas (terrorismo ou outras nações que colocam em risco a soberania) quanto internas. Na “cultura” da violência institucionalizada no Brasil, eles defendem e protegem a sociedade civil e o cidadão de bem do crime organizado. O fato é que Jesus de Nazaré foi perseguido tão logo sua fama se espalhou pela Galileia, Judeia e pelo Império Romano, como “aparelho ideológico imperial”, ou seja, de Estado, na linguagem de Louis Althusser. Lucas nos fala que, no �nal do seu primeiro ano de ministério, Jesus já estava sendo monitorado pelo Império: “Naquele mesmo dia chegaram uns fariseus, dizendo-lhe: Sai, e retira-te daqui, porque Herodes quer matar-te. E respondeu-lhes: Ide, e dizei àquela raposa: Eis que eu expulso demônios, e efetuo curas, hoje e amanhã, e no terceiro dia sou consumado. Importa, porém, caminhar hoje, amanhã, e no dia seguinte, para que não suceda que morra um profeta fora de Jerusalém. Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus �lhos, como a galinha os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste? Eis que a vossa casa se vos deixará deserta. E em verdade vos digo que não me vereis até que venha o tempo em que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor.” Lucas 6:39-49 Leitura Monitoramento de Jesus Capelania militar É preciso ressaltar as bem-aventuranças que constituem o cristão e, portanto, todo tipo de aconselhamento pastoral Pessoal, grupal, familiar, eclesial, prisional, hospitalar, militar etc. A salvação em Jesus Cristo é universal (Mt 9,10-13; Lc 15). São as igrejas cristãs oferecendo a outra face, como pede Jesus (Mt 5,38-42), além de uma contribuição pedagógica no combate pací�co à violência institucionalizada, ao terrorismo, às guerras eao desarmamento global (Mt 26,52), como construção da paz universal (Is 11,1-9). O capelão militar deve sempre orientar, aconselhar, informar, formar e discernir qual é a vontade de Deus em toda e qualquer situação, pois o Deus de Jesus Cristo não �ca neutro diante das angústias e tristezas, da dor e do sofrimento, dos con�itos e das guerras dos humanos. Ele sempre faz uma opção (Gn 4,1-16; Ex 3,7-10) de justiça e misericórdia pela vida plena (Jo 10,10). “Não matarás” Como aconselhar os militares com relação à legítima defesa dos cidadãos, da soberania nacional e da paz global a partir do mandamento: “Não matarás” (Ex 20,13; Dt 5,17; Mt 5,21-26)? Enquanto houver pessoas armadas com projetos que ameaçam à sociedade civil, enquanto organizações criminosas estiverem agindo com armas empunhadas, enquanto países colocarem em risco outros países, a polícia ou as forças armadas precisarão de armas para a legítima defesa (Mt 10,34; Lc 12,49-53; 22,35-38). É interessante e paradoxal que, em Lc 22,36, Jesus tenha mandado os apóstolos comprarem espadas. Os exegetas explicam que a ordem foi para conquistarem à força o alimento, segundo a nota de rodapé da Bíblia de Jerusalém. Porém, o contexto em que Lucas insere essa possível fala de Jesus é o de sua iminente prisão. É verdade que, no episódio de Pedro com o servo do sumo sacerdote, Jesus manda Pedro depor a espada (Mt 26,52-53): javascript:void(0); “Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão. Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos?” Mt 26,52-53 Segundo as bem-aventuranças, o projeto de Deus é a sociedade desarmada, paci�cada na justiça e na misericórdia, no amor e no perdão. Sua vontade é a paz universal profetizada por Isaías há mais de 2800 anos: “Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo fruti�cará. E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor. E deleitar-se-á no temor do Senhor; e não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos. Mas julgará com justiça aos pobres, e repreenderá com equidade aos mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará ao ímpio, E a justiça será o cinto dos seus lombos, e a �delidade, o cinto dos seus rins. E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o �lho de leão e o animal cevado andarão juntos, e um menino pequeno os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, seus �lhos se deitarão juntos, e o leão comerá palha como o boi. E brincará a criança de peito sobre a toca da áspide, e a desmamada colocará a sua mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobremo mar.” Isaías 11:1-9 Portanto, além dos dramas individuais dos militares e de seus familiares, o labor do aconselhamento pastoral institucionalizado, ou seja, nas forças armadas, precisa dar conta a médio e longo prazo de conscientizar e sensibilizar em prol do desarmamento global, pois Deus não quer pessoas armadas contra seu próximo (Gn 4,1- 16; Ex 20,13). Voltaremos a este tema mais à frente. Origem do serviço religioso às forças armadas A origem do aconselhamento religioso às forças armadas é bem antiga. Basta uma rápida leitura dos livros do Êxodo, Números e Deuteronômio para perceber o aconselhamento em situação de guerra e até o engajamento do homem de Deus nos combates, empunhando armas e puxando o gatilho. Um dos episódios mais emblemáticos é o famoso combate contra Amalec, logo após a travessia do Mar Vermelho. Sem preparo estratégico e armamento, o povo de Deus entrou em guerra contra os amalequitas. Em desvantagem, foi necessário recorrer às orações de Moisés. Enquanto ele mantinha os braços erguidos com a vara na mão, o povo de Deus vencia as batalhas, mas, quando abaixava os braços pelo cansaço, o povo de Deus perdia. Então Aarão e Hur seguraram os braços de Moisés erguidos e o povo de Deus venceu a guerra. (Ex 17, 8-16). Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Saiba mais Na antiguidade clássica, entre os anos 439-450 d.C., também temos informações da prestação desse serviço às forças armadas. O imperador Constantino já usava o serviço religioso nas batalhas que o Império Romano travava no seu plano de expansão. Segundo a historiogra�a, esse imperador levava à tenda os sacerdotes e diáconos para as celebrações nos momentos em que a tropa não estava combatendo, treinando ou descansando. A ordem dos templários, criada em 1118 para garantir a segurança dos peregrinos cristãos na Terra Santa, combateu por muitos anos até sua extinção pelo Papa Bento V, sendo substituída pelo rei de Portugal em 1319 pela Cavalaria de Cristo, que foi fundamental no processo de colonização da África e das Américas. O infante Dom Henrique, navegador e grão-mestre da Ordem de Cristo, ao fundar a Escola de Sagres, convocou os melhores cavaleiros – que eram excelentes navegadores com grandes conhecimentos náuticos –, contribuindo para as novas “descobertas”. Isso explica a cruz nas caravelas portuguesas que “zarpavam para mares nunca dantes navegados” para a expansão do império português. Leitura Introdução no Brasil Capelania militar Jesus de Nazaré fez muitos milagres de cura de enfermidades (Mc 1,21-5,1-43;6,53-56; 7, 24-37;9,14-29; 10,46- 52). A questão da saúde integral dos �lhos e �lhas de Deus se apresentou a Jesus como uma oportunidade de revelar a chegada da salvação. “E, convocando os seus doze discípulos, deu-lhes virtude e poder sobre todos os demônios, para curarem enfermidades. E enviou-os a pregar o reino de Deus, e a curar os enfermos.” Lucas 9:1,2 Embora haja divergência no mundo teológico e exegético sobre o tema dos milagres, a partir dos relatos abundantes dos evangelhos, podemos a�rmar que uma boa conceituação desses milagres realizados por Jesus de Nazaré não é a quebra das leis da natureza apenas, mas especialmente uma ação escatológica realizada na trajetória de pessoas que estavam excluídas por enfermidades (Lc 17,11-19). Como no caso de uma hemorragia feminina, basta um toque da pessoa enferma em Jesus para que a cura aconteça. É interessante que Jesus, percebendo o milagre, pergunta para os apóstolos quem lhe tocou, e a resposta é: Vamos ser atropelados e você pergunta quem te tocou? No relato de Marcos, há um detalhe: Ela estava em tratamento médico há doze anos, gastou tudo que possuía e mesmo assim não havia conseguido ainda a cura (Mc 5,21-43). Leitura javascript:void(0); Outros exemplos de milagres Origem e evolução da capelania hospitalar Embora não haja registros seguros da data e local de origem da capelania hospitalar, essa é uma prática milenar, já que, na antiguidade, as enfermidades eram vistas como castigo divino. À época, a pro�ssão de médico estava ligada ao ministério sacerdotal e à prática de feitiçaria. O primeiro médico sobre o qual temos informações seguras foi Inhotep, médico egípcio que viveu por volta de 3000 anos a.C. e fazia diagnóstico e terapêutica articulando cura física com cura espiritual. Escritos de 1400 a 1200 a.C. relatam que, na Índia, durante a formação dos pro�ssionais de saúde, havia o ensino de conteúdos religiosos com fórmulas mágicas para curar doenças e epidemias usando também o poder da oração. Por volta de 2100 a.C. o Código de Hamurab, que regulamenta a vida dos povos assírios e babilônicos, fala sobre a origem diabólica das doenças, dos sete demônios causadores de enfermidades e da necessidade do sacerdote para realização de uma terapêutica e�caz. Igualmente na China clássica, o cuidado dos doentes era função sacerdotal. Ao redor dos templos rodeados de jardins se cultivavam plantas medicinais. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Saiba mais javascript:void(0); Não era diferente entre o povo de Deus: Os livros de Levítico, Números e Deuteronômio revelam que o sacerdote era o responsável pelo diagnóstico e pela terapêutica das enfermidades, tais como a lepra (Lv 13). Jesus manteve essa tradição ao mandar alguns enfermos curados para a con�rmação sacerdotal (Lc 17,11-19). O juramento de Hipócrates Na Grécia clássica, também não era diferente. Hipócrates, inclusive, é considerado o pai da medicina ocidental. Em seu juramento que ainda é feito por todos os médicos do Ocidente, podemos perceber a articulação transdisciplinar de medicina e religião: “Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panaceia, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus �lhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus �lhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da pro�ssão, porém, só a estes. Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva. Conservarei imaculada minha vida e minha arte. Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso con�rmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam. Em toda casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução, sobretudo dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados. Aquilo que no exercício ou fora do exercício da pro�ssão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto. Se eu cumprir este juramento com �delidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha pro�ssão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça.” Centro Especializado da coluna, s/d Ao percorrer a história da saúde humana, percebemos que ela sempre foi objeto de preocupação religiosa. Jesus Curou pessoas enfermas e deu o poder a seus seguidores de fazer o mesmo. No entanto, com a ciência moderna, temos uma visão holística dessa questão. O bem-estar da pessoa humana depende do equilíbrio biológico, psíquico, social e espiritual. Com a especialização do conhecimento, sobretudo da medicina, é preciso respeitar as autonomias. A medicina se especializou tanto que cada órgão humano tem um especialista: Cardiologia, urologia, ginecologia, neurologia, ortopedia, pediatriaetc. Leitura O papel do capelão hospitalar Atividade 1. Sobre o sacramento da reconciliação, assinale a alternativa falsa: a) A confissão ao sacerdote não constitui uma parte essencial do sacramento da Penitência: “Os penitentes não devem, na confissão, enumerar todos os pecados mortais de que têm consciência, após se terem seriamente examinado, mesmo que tais pecados sejam secretíssimos e tenham sido cometidos apenas contra os dois últimos preceitos do Decálogo; porque, por vezes, estes pecados ferem mais gravemente a alma e são mais perigosos que os cometidos à vista de todos.” b) Segundo o Novo Catecismo da Igreja Católica, nos números 1423-1424 são seis os nomes que se dão para este sacramento. O primeiro é sacramento da conversão porque ele realiza sacramentalmente o apelo de Jesus à conversão, à metanoia, bem como o esforço do filho perdido à casa do Pai (Lc 15) da qual o pecador se afastou pelo pecado. c) O segundo é sacramento da penitência, porque consagra uma caminhada pessoal e eclesial de conversão, de arrependimento e de satisfação por parte do cristão pecador (Jn 1-4; Mc 14,3-9; Mt 26,6-13; Lc 7,36-49). Veja no caso de Jonas como o arrependimento humano chama a misericórdia divina. Igualmente a pecadora arrependida de Lc 7, 36-49 como a citada por Jesus como modelo, como exemplo, como paradigma de metanoia. Arrependimento não é fingimento, camuflagem ou dissimulação, mudança na aparência, mas uma transformação interior, espiritual. Veja ainda (Lc 15,11-32), no exemplo do filho perdido, que às vezes para o pecador ter humildade e se arrepender é preciso alimentar-se com os porcos. d) Segundo a teologia de Mateus (Mt 6,1-18), como processo, a conversão inicia com a esmola silenciosa, com a oração “privada” ou particular em silêncio e em segredo, no quarto com a porta fechada, e com o jejum que somente Deus sabe. Não é dieta, não é regime, mas jejum, a pessoa deixa de tomar alimento para oferecer ao próximo necessitado e fazer um sacrifício agradável a Deus. Mantenho minha vida de oração permanente e não somente nos momentos de crise ou de dificuldade uma oração silenciosa, mas confiante. 2. O acontecimento do dia 31 de outubro de 1517, que implodiu o cristianismo quase de�nitivamente foi a incoerência, a hipocrisia, a falta de �delidade à aliança selada no sangue de Jesus Cristo que havia alertado os apóstolos e discípulos sobre o perigo das riquezas materiais (Mt 6,24-33; 8,18-22; 10,1-14.37-39;16,24-28;19,16-30; Mc 10,17-31.41-45; Lc 9,23-26; 12,13-21; 14,28-33; 18,18-30). E que os primeiros cristãos viviam plenamente (At 2,42-47; 4,32-34; Tg 2,1-26; 4,13-5,1-6; 1Jo 3,17-23). Mas com Édito de Milão proclamado por Constantino em 13 de julho de 313 que acabava com a grande perseguição decretada por Diocleciano em 303 ao cristianismo. Como foi a caminhada do cristianismo dentro do Império Romano? a) Um caminho de fidelidade às origens: Desprendimento, pobreza e serviço aos pobres. b) De perseguido, o cristianismo passará como elemento unificador do Império Romano, depois como parceiro, tornando- se hegemônico ou religião oficial do Império. Daí até o século XII a escalada rumo ao enriquecimento material não foi difícil. Onde surgirá de Assis na Itália um jovem rebelde que em nome de Jesus Cristo chamou a Igreja senhora feudal para voltar às suas origens, a história é bem conhecida. c) Em 1054 unificou o oriente ateu ao ocidente cristão em questões teológicas ou cristológicas, que foram determinantes para unidade oriente-ocidente. d) Todas as alternativas são verdadeiras. javascript:void(0); 3. Sobre o texto bíblico a seguir, em relação aos dons de Deus, assinale a alternativa verdadeira: “E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro, doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. Porventura são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres? Têm todos o dom de curar? Falam todos diversas línguas? Interpretam todos? Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente. a) 1Cor 1,10-15. b) 2Cor 13,1-5. c) 1Cor 12,27-31. d) Gl 5,1-10. 4. Sobre o texto bíblico do profeta Isaías a seguir, assinale a alternativa verdadeira sobre o aconselhamento pastoral militar: Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo fruti�cará. E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor. E deleitar-se-á no temor do Senhor; e não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos. Mas julgará com justiça aos pobres, e repreenderá com equidade aos mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará ao ímpio. E a justiça será o cinto dos seus lombos, e a �delidade o cinto dos seus rins. E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o �lho de leão e o animal cevado andarão juntos, e um menino pequeno os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, seus �lhos se deitarão juntos, e o leão comerá palha como o boi. E brincará a criança de peito sobre a toca da áspide, e a desmamada colocará a sua mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar. Isaías 11:1-9 a) O profeta em nome de Deus chama a atenção para uma ação do capelão militar pela cultura da paz e não da guerra. b) O profeta Isaías convocou o povo de Deus para a guerra santa. c) O profeta Isaías convocou o povo de Deus do seu tempo para a guerra santa, mas não nos chama hoje para a construção de uma nova sociedade fundamentada na paz e na justiça social. d) Este texto não inspira um aconselhamento pastoral na capelania militar para a formação dos militares para a defesa da vida e da paz global. 5. Sobre o serviço religioso prestado pelas igrejas às Forças Armadas, assinale a alternativa verdadeira. a) Na antiguidade clássica, entre os anos 439-450 d. C., temos informações da prestação deste serviço às Forças Armadas. O imperador Constantino já usava o serviço religioso nas batalhas que o Império Romano travava no seu plano de expansão. Segundo a historiografia, esse imperador levava à tenda os sacerdotes e diáconos para as celebrações nos momentos em que a tropa não estava combatendo, treinando ou descansando. b) A origem do aconselhamento religioso às forças armadas é bem antiga. Basta uma rápida leitura dos livros do Êxodo, Números e Deuteronômio que percebemos o aconselhamento em situação de guerra e até o engajamento do homem de Deus nos combates, empunhando armas e puxando o gatilho. Um dos episódios mais emblemáticos é o famoso combate contra Amalec, logo após a travessia do Mar Vermelho. Sem estratégia de guerra e armamento, o povo de Deus entra em guerra com os amalequitas e, em desvantagem, precisa da oração de Moisés. Enquanto Moisés mantém os braços erguidos com a vara na mão, o povo de Deus vence as batalhas, mas quando Moisés abaixava os braços pelo cansaço, o povo de Deus perdia, então Aarão e Hur seguram os braços de Moisés erguidos e o povo de Deus vence a guerra (Ex 17, 8-16). c) Pedro Álvares Cabral, ao aportar-se em terras que viriam a ser o Brasil, mandou em 26 de abril de 1500 celebrar uma missa para batizar estas novas terras de Ilha de Vera Cruz. Estes celebrantes são capelães das missões colonizadoras portuguesas. O frade franciscano frei Henrique Soares de Coimbra, celebrante principal da cerimônia, foi o primeiro capelão em terras brasileiras. d) Todas as alternativas são verdadeiras. 6. Sobre a capelania hospitalar, assinale a alternativa falsa: a) Escritos de 1400 a 1200 a.C. falam que, na Índia, durante a formação dos profissionais de saúde, havia conteúdos religiosos com fórmulas mágicas para curar doenças e epidemias, usandotambém o poder da oração. Por volta de 2100 a.C. o Código de Hamurab que regulamenta a vida dos povos assírios e babilônicos fala da origem diabólica das doenças, de sete demónios causadores das enfermidades e da necessidade do sacerdote para uma terapêutica eficaz. Igualmente na China clássica, o cuidado dos doentes era função sacerdotal. Ao redor dos templos rodeados de jardins se cultivavam plantas medicinais. b) Embora não haja registros seguros da data e local de origem da capelania hospitalar, esta é uma prática milenar, até porque na antiguidade as enfermidades eram vistas como castigo divino. E a profissão de médico estava ligada ao ministério sacerdotal e à prática de feitiçaria. Assim era o primeiro médico sobre o qual temos informações seguras. Inhotep, médico egípcio, viveu por volta de 3000 anos a.C. e fazia diagnóstico e terapêutica articulando cura física com cura espiritual. c) Na Grécia clássica temos uma exceção do cuidado da saúde humana desvinculado completamente dos cuidados religiosos, como podemos verificar pela primeira parte do juramente de Hipócrates: "Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panaceia, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes”. (Centro Especializado da Coluna, s/d.) d) Ao percorrer a história da saúde humana, percebemos que esta sempre foi objeto de preocupação religiosa. Vimos que Jesus curou pessoas enfermas e deu o poder a seus seguidores de fazer o mesmo. No entanto, com a ciência moderna, temos uma visão holística sobre a questão. O bem-estar da pessoa humana depende do equilíbrio biológico, psíquico, social e espiritual. Com a especialização do conhecimento, sobretudo da medicina, precisamos respeitar as autonomias. A medicina se especializou tanto que cada órgão humano tem um especialista: Cardiologia, urologia, genecologia, neurologia, ortopedia, pediatria etc. Referências BÍBLIA ONLINE Disponível em: https://www bibliaonline com br/acf Acesso em: 06 jan 2020 javascript:void(0); Notas BÍBLIA ONLINE. Disponível em: https://www.bibliaonline.com.br/acf. Acesso em: 06 jan. 2020. BOCK, A. M. B., et al. Psicologias: Uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002. BRASIL. Lei nº 6.923/81. 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