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MAGISTRATURA FEDERAL - Direito Penal e Legislação Penal Extravagante - Parte 02 - Prof Fernanda Soares - (Crimes Contra a Fé Pública)

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DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
Disciplina: Direito Penal
Prof. Fernanda Soares
Crimes contra a fé pública
Apresentação do Conteúdo:
· Moeda Falsa;
· Falsidade de Títulos e outros papéis;
· Falsidade documental;
· Outras falsidades
· Fraudes em certames de interesse público.
Bens Jurídicos tutelados:
· Fé pública (em caráter geral);
· Coletividade;
· Confiança;
· Credibilidade.
DA MOEDA FALSA
Abrange os crimes:
· De moeda Falsa;
· De crimes assimilados ao de moeda falsa;
· De Petrechos para a falsificação;
· De emissão de título ao portador sem permissão legal
DA MOEDA FALSA
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de
curso legal no país ou no estrangeiro:
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
ATENÇÃO: Para a configuração do delito é imprescindível que a falsificação seja capaz de enganar, isto é, passar por verdadeira. Caso contrário, o tipo penal será considerado como estelionato (art. 171 do CP). 
· Condutas: O dispositivo irá tutelar 02 (dois) termos, sendo eles: “falsificar”, isto é, alterar algo já existente; e o termo “fabricar”, ou seja, criar uma moeda metálica ou papel-moeda de curso legal sem permissão.
 
· Crime comum: Isto é, poderá ser praticado por qualquer um;
· Crime doloso: Isto é, ele terá o animus, isto é, o elemento subjetivo da vontade de cometer o crime;
· Crime plurissubsistente: Isto é, o sujeito poderá praticar diversas condutas (atos) para o cometimento do ilícito penal, e, portanto, caberá a tentativa (Sinônimo: Conatus).
· Competência: Em regra, a competência será da Justiça Federal. Com exceção do crime de estelionato, cujo qual a competência é arrolada para Justiça Estadual.
· Princípio da Insignificância: Em regra, não caberá a aplicação do Princípio da Insignificância nos Crimes Contra a Fé Pública, pois tal conduta diz respeito a credibilidade do próprio Estado. 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Depreende-se que para a aplicação do Princípio da Insignificância, deverá haver os seguintes elementos:
· Mínima Ofensividade da Conduta; 
· Ausência de Periculosidade;
· Reduzido Grau de Reprovabilidade;
· Inexpressiva Lesividaide 
M – A – R – I
ATNEÇÃO: Nos casos que seja reconhecido o estelionato (art. 171 do CP), em decorrência de falsificação grosseira, poderá ser aplicado o PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. Ademais, no caso de estelionato (art. 171 do CP), a competência será da JUSTIÇA ESTADUAL. 
FORMA EQUIPADA = CIRCULAÇÃO DE MOEDA FALSA Art. 289 §1º CP
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.
Condutas: “Importar” – “Exportar” – “Adquirir” – “Vender” – “Trocar” – “Ceder Emprestar” – “Guardar” – “Introduzir” na circulação.
Subsunção do Fato 01: Quando é o mesmo sujeito que fabricou e/ou falsificou, e posteriormente colocou em circulação, tal sujeito somente responderá pelo tipo penal do caput. Nesse caso, o ato de inserir em circulação é denominado de post factum impunível, isto é, o mero exaurimento da conduta. 
Subsunção do Fato 02: Quando o sujeito “A” que fabricou e/ou falsificou combinar com o sujeito “B” para que este efetuasse a inserção da moeda falsa. O Sujeito “A” irá responder pelo art. 289, caput, do CP, enquanto o sujeito “B” irá responder pelo art. 289, § 1º do CP. 
· Crime doloso - tipo misto alternativo
· O agente tem que saber que a moeda é falsa
FORMA PRIVILEGIADA – Reinserção de Moeda Falsa em Circulação – (Diminuição da Pena)
 § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
FORMA QUALIFICADA – Emissão da Moeda (Em Quantidade Inferior ou Superior) ao determinado pelo Órgão
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:
I - De moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
 II - De papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
· Crime Próprio: Somente Funcionário Público ou Funcionário de Banco que faça a Emissão do Papel Moeda.
· Moeda: No presente caso, a MOEDA É AUTENTICA. 
Diferença entre Forma Qualificada x Majorada
	Forma Qualificada
	Irá aumentar a pena mínima e a pena máxima (utilizado na 1ª fase) 
	Forma Majorada 
	O aumento ocorrerá em forma de frações (utilizado na 2ª fase)
 
FORMA EQUIPARADA – Ausência de Autorização para a Emissão de Moeda
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.
 
Aqui a MOEDA É AUTÊNTICA, mas não havia a autorização para colocar em circulação.
ATENÇÃO
· Súmula 73 do STJ: “A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da competência da Justiça Estadual”.
· Inaplicabilidade do Crime de Arrependimento Posterior ao Crime de Moeda Falsa.
· No crime de moeda falsa não será aplicado o Princípio da Insignificância, em razão do bem jurídico tutelado, que é a Fé Pública; 
· Moeda falsa e aplicação das agravantes – art. 61, II, “e” e “h”, CP – (Reconhecimento pelo STF):
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
1.2 Crimes assimilados ao de moeda falsa – Restituir Moedas Inutilizada. 
Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Exemplo: Moedas marcadas com tinta vermelha, oriunda de assaltos a Caixas Eletrônicos. 
Condutas: “Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda” c/ fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros.
-Suprimir, em nota, cédula ou bilhetes recolhidos, p/ o fim de restitui-los a circulação, sinal indicativo de sua INUTILIZAÇÃO.
Elemento subjetivo especial
· Restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos p/ fins de inutilização.
FORMA QUALIFICADA – (Crime Cometido por Funcionário Público)
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se o crime é cometido por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo.
1.3 Petrechos para falsificação de moeda – (exceção a capitulação de atos preparatórios)
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
· Crime comum: Poderá ser praticado por qualquer pessoa; 
· Plurissubsistente: Deverá praticar diversas condutas (atos) para a tipificação do ilícito penal, e, portanto, admite-se tentativa. 
· Doloso: Há necessidade do animus, isto é, a vontade do agente. 
· Formal: Não exige a efetiva fabricação de moeda falsa, e sim tão somente possuir os petrechos necessários. 
CRIME OBSTÁCULO – CLEBER MASSON
Isto é, o crime postulado no art. 291 do CP, nada mais é que um crime obstáculo para o cometimento do delito previsto no art. 289 do CP.
1.4 Emissão	de	título	ao	portador	sem permissão legal (emissão de título em branco)
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago:
Pena -detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos documentos referidos neste artigo incorre na pena de detenção, de quinze dias a três meses, ou multa.
Consumação: entrada do documento em circulação não bastando sua confecção.
Crime plurissubjetivo: É necessária diversas condutas (atos) para a consumação do delito penal.
Momento do Crime: Instantâneo modalidade privilegiada quem utiliza
Forma do Crime: Doloso ou recebe como dinheiro (§ 1º).
	
	Tipos Penais Distintos
	Falsificação
	Falsificação de Papéis Públicos
	
	Falsificação de Selo Público
	
	Falsificação de Documento Público 
	
	Falsificação de Documento Particular
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS
2.1. Falsificação de Papéis Públicos:
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
I – Selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo – (selo inexistente);
II - Papel de crédito público que não seja moeda de curso legal – (papel de crédito inexistente);
III - Vale postal;
IV - Cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público;
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável – (Grande Incidência);
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
	
				
DESNECESSIDADE DE CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRITÉRIO TRIBUTÁRIO – CRIME FORMAL
· Crime comum: Isto é, poderá ser praticado por qualquer pessoa. 
· Crime Formal: Isto é, não há necessidade de constituição definitiva do critério tributário, ou seja, somente com a falsificação, fabricação ou alteração há a capitulação do tipo penal. 
· Crime Plurissubsistente: Isto é, irá ocorrer diversas condutas (atos) para a capitulação do ilícito penal, e, portanto, admite-se tentativa. 
A falsidade grosseira e inidônea a conduzir alguém ao engano, pela IMPRESTABILIDADE ABSOLUTA do meio, impede a realização do crime, que passa a ser IMPOSSÍVEL. Porém, observa-se que poderá ocorrer a capitulação do crime de estelionato (art. 171 do CP).
FORMAS EQUIPARADAS – (Irá tipificar mais condutas) 
§ 1º Incorre na mesma pena quem:
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo;
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle tributário;
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria:
a) Em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado;
b) Sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua aplicação.
§ 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
FORMA EQUIPARADA (§ 2º)
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior.
FORMA PRIVILEGIADA
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recebido de boa- fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1º, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos e em residências – (Norma Explicativa: Explicação de Algum Conceito).
2.1 Petrechos de Falsificação de Papéis 
· (Cleber Masson – Crime Obstáculo): 
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior.
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
· Será uma NORMA PENAL EM BRANCO: Isto é, será uma norma que será complementada por outra, que por sua vez, poderá ser do mesmo diploma legal, ou ordenamento jurídico diverso. 
· 
FORMA MAJORADA – (Agente será Funcionário Público)
Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
ATENÇÃO: Se a forma Majorada estiver fora do artigo, aplicar-se-á a todos os diplomas legais. Por outro lado, se a majorante estiver dentro do artigo, tal majorante terá incidência apenas nesse único diploma legal. 
DA FALSIDADE DOCUMENTAL
3.1 Falsificação do selo ou sinal público:
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município;
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Objeto material do crime
· Selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, Estado ou do Município;
· Selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público ou a autoridade;
· Sinal público de tabelião;
- Crime comum: Isto é, poderá ser praticado por qualquer pessoa;
- Forma livre: Isto é, admite-se qualquer meio para sua execução; 
- Plurissubsistente: Isto é, pode para que haja o crime deverá ocorrer diversas condutas (atos) para capitulação do tipo penal; 
- Doloso: Isto é, se faz necessário a vontade do agente. 
FORMA EQUIPARADA - § 1º - Incorre nas mesmas penas (Quem usa os Papéis ou Documentos):
I - Quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
II - Quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio.
III - Quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública.
FORMA MAJORADA – (Agente for Funcionário Público)
§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
3.2 Falsificação de documento público
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
· Conceito de Documento Público: É todo aquele documento elaborado	por	FUNCIONÁRIO PÚBLICO + ATRIBUIÇÕES + FORMA PRESCRITA EM LEI. 
· Falsificação Material: No presente dispositivo, há uma FALSIFICAÇÃO MATERIAL, isto é, as informações que constam no documento são verdadeiras, porém, o PAPEL ou a FORMA que são produzidos é FALSO e/ou ERRÔNEO, seja ele TODO ou em PARTE.
EQUIPARAM-SE a documento público (§ 2º)
	Equiparação 
	Documentos Públicos
	O emanado de Entidade Paraestatal
	
	O Título ao Portador Transmissível por Endosso
	
	As Ações de Sociedade Comercial
	
	Os livros Mercantis
	
	O Testamento Particular
(formalidade específica)
ATENÇÃO: Aqui são documentos que a RIGOR seriam PARTICULARES. Mas para fins de
PUNIÇÃO por falsificação são EQUIPARADOS por lei a DOCUMENTO PÚBLICO.
MNEMÔNICO
Livros 
Ações de Sociedade Comercial 
Testemento 
Título
Emanado por Entidades Paraestatais
L – A – T – T – E
ATENÇÃO:
1. Ações de Sociedade Comercial, e não Contratos Sociais;
2. São Títulos ao Portador Transmissível por Endosso. Exemplo: Cheque.
Situação: Se o Cheque tiver no prazo ele é endossável, e, portanto, no caso de falsificação, caberá a capitulação do art. 297, § 1º do CP. Por outro lado, caso esteja fora do prazo será documento Particular.
 
FORMA MAJORADA – (Se o agente for Funcionário Público)
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crimeprevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
FORMA EQUIPARADA
§ 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir:
I - Na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;
II - Na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;
III - Em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado.
ATENÇÃO: Traz condutas que também são consideradas como falsificação de documento público, embora o caso seja de FALSIDADE IDEOLÓGICA, pois, diz respeito ao conteúdo do documento, e não a alteração ou falsificação do seu instrumento.
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3º, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.;
OBSERVAÇÕES:
5. Cópia Autenticada é Documento Público?
Resposta: No presente caso, existem 02 (duas) correntes, sendo elas:
	1º Corrente
(Minoritária)
	Compreende que Cópia Autenticada de Documento Público, não é Documento Público, é sim um Documento Particular, e, portanto, não haverá incidência do art. 297 do CP.
	2º Corrente
(Majoritária)
	Compreende que Cópia Autenticada de Documento Público é Documento Público, nos termos do art. 415 do CC. E nesse caso, haverá a incidência do art. 297 do CP – Rogério Sanches Cunha 
 
6. Documento Apócrifo é Documento Público?
Resposta: Documento Apócrifo é aquele que não detém assinatura, e segundo a doutrina Majoritária não é considerado Documento Público. 
7. No caso de Falsificação Grosseira?
Resposta: No caso de Falsificação Grosseira, poderá ensejar a capitulação de um estelionato (art. 171 do CP). 
8. Substituir Fotografia em Documento Público?
Resposta: No presente caso, existem 02 (dois) entendimentos:
	1º Corrente
	Compreende que quando há a substituição da Fotografia, existe o animus de falsificação, e, portanto, haverá a incidência do art. 297 do CP 
	2º Corrente
	Comprende que quando há a substituição da Fotografia, existe o animus de falsificação, no entanto, irá incidir no crime de Falsa Identidade, nos termos do art. 307 do CP 
Caso Explicativo: No presente caso, o documento é verdadeiro, no entanto, o agente substitui a Fotografia do Documento. 
9. É possível Concurso de Crimes entre Falsificação de Documento Público e Estelionato?
Resposta: Em regra, aplicar-se-á o o princípio da consunção somente se aplica quando o crime de falso se exaure no estelionato, sendo solidificado por meio do Enunciado da Súmula nº 17 do c. Superior Tribunal de Justiça. Porém, existem posicionamentos distintos na doutrina: 
	1º Corrente
	Princípio da Consunção: O crime de falso se exaure no estelionato, tal entendimento se substância no Princípio da Consunção, em razão do Bem Jurídico Tutelado, isto é, nesse caso, o bem jurídico violado é o Patrimônio, enquanto, a falsicação é só o meio que ele utiliza para o exaurimento do crime 
	2º Corrente
	Concurso Material 
Irá responder pelo arts 171, caput e 217, ambos do CP
	3º Corrente 
	Princípio da Consunção: A conduta mais grave (falsidade) irá absorver a menos grave (estelionato)
10. Competência
Falsificação de documento: na falsificação, seja material, seja ideológica, a competência será determinada pelo órgão responsável pela emissão do documento. Se determinado órgão tem atribuição para emitir um documento, quando se falsifica aquele documento, atenta-se contra interesses daquele órgão.
Exemplo: CNH é emitida pelo DETRAN, órgão estadual, cujos interesses são afetados. Assim, a competência será da Justiça Estadual. Por outro lado, o CPF é emitido por órgão da secretaria da fazenda, interesse da união, assim a competência será da Justiça Federal.
11. Falsificação de carteira de Arrais amador: o documento é emitido pela Marinha, através da capitania dos portos. Inicialmente, entendia-se que competia à justiça militar da união, que pode julgar civil. Como os Tribunais Superiores vem restringindo a competência desta, sobretudo para o julgamento de civis, STJ e STF hoje entendem que o crime atenta contra interesse da união, a quem cabe fiscalizar o transporte naval, atraindo competência da Justiça Federal.
12. Crime de Falso praticado como Meio: A súmula 17 do STJ estabelece que, quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, será por este absorvida (princípio da consunção). Assim, o agente só responde pelo crime-fim, pelo que a competência será determinada com base no sujeito passivo do crime fim.
13. CTPS com anotação falsa: A súmula 62 do STJ estabelece que compete à justiça estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na carteira de trabalho e previdência social atribuída a previdência privada. 
ATENÇÃO: O entendimento encontra-se superado. À época da concepção da súmula (1992), entendia-se que uma falsa anotação na CTPS não teria o condão de causar prejuízo ao INSS, atraindo a competência da Justiça Federal. 
Ocorre que, em 2000, entrou em vigor a Lei 9.983, que dispõe sobre crimes contra a previdência social, introduzindo no Código Penal, os parágrafos 3º e 4º, que cuidam de CRIMES DE FALSIDADE de documentos destinados à PREVIDÊNCIA SOCIAL, com o objetivo de proteger o INSS. Dentre eles, a falsa anotação na CTPS para prejudicar o INSS – o que é muito comum.
Conclusão: Se a FALSA ANOTAÇÃO é produzida para causar prejuízo ao INSS, a competência é da Justiça Federal. Assim, hoje a falsa anotação depende do caso concreto: a) Se produzida para gerar efeitos perante o INSS, Justiça Federal; b) caso contrário, Justiça Estadual (outros fins).
Sobre o assunto:
a) Falsificação de Certificado de Conclusão de Curso: há uma súmula do TRF que estabelece que compete à Justiça Estadual o processo e julgamento de crime de falsificação ou uso de certificado de conclusão de curso de 1º e 2º graus, desde que não se refira a Estabelecimento Federal de Ensino ou a falsidade não seja de assinatura de Funcionário Federal.
b) Se a falsificação versar sobre Diploma de Faculdade, ainda que particular, a competência é da Justiça Federal, porque o documento é registrado no MEC, abrangendo, necessariamente, a falsificação de assinatura de funcionário da União, cai na competência da Justiça Federal.
Caso Prático 
PREFEITO QUE INSERE PROJETO DE LEI APROVADO PELO PARLAMENTO. Prefeito que, ao sancionar lei aprovada pela Câmara de Vereadores, inclui artigo que não constava originalmente no projeto votado pratica o crime de falsificação de documento público. A condição de Prefeito deve ser considerada apenas na terceira fase, como majorante (causa de aumento).
Relembrando 
· Não se aplica o Princípio da Insignificância nos crimes envolvendo a Fé Pública.
RELEMBRANDO... “Para a aplicação do princípio da insignificância, se faz necessário o preenchimento de alguns requisitos. São eles:
a) Mínima ofensividade da conduta do agente,
b) Ausência de periculosidade social,
c) Reduzido grau de reprovabilidade da conduta,
d) Inexpressiva lesão jurídica causada”.
Anotações Complementares 
a) STJ já decidiu que a FALSIDADE DOCUMENTAL, assim como a IDEOLÓGICA, consuma-se no MOMENTO DA FALSIFICAÇÃO.
b) STJ também já decidiu que a FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO emitido por JUNTA COMERCIAL não atrai, apenas pela subordinação técnica ao Departamento Nacional de Registro de Comércio, a competência da Justiça Federal (STJ, RHC 66784/RS) 5ª turma, D de 01/08/16.
c) Competência da JUSTIÇA ELEITORAL a falsificação de documento p/ fins ELEITORAIS (STJ, CC 26105, 3ª seção, 27/08/01).
3.4 Falsificação de Documento Particular
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro: 
Pena - reclusão, de um a cincoanos, e multa.
1- Documento Particular: Elemento Normativo do Tipo
2- Para NELSON Hungria, cheque após o prazo, por não mais poder ser
transmitido por endosso, é DOCUMENTO PARTICULAR.
3- Conceito de Documento Particular: Se dá por exclusão – documento com relevância jurídica, cujo qual não se enquadre no rol dos documentos particulares ou equiparados;
Exemplo: Contrato de compra e venda.
4- Falsidade grosseira não configura esse delito, pode ser estelionato (art. 171 do CP).
3.5 Falsificação de cartão
Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o CARTÃO DE CRÉDITO ou DÉBITO.
3.6 Falsidade ideológica
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular.
· FIM ESPECIAL DE AGIR:
Com o fim de:
a) Prejudicar direito;
b) Criar obrigação;
c) Alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.
· CONSUMAÇÃO: No momento em que é praticada a Conduta. 
· FALSIFICAÇÃO FORMAL: Isto é, a falsificação se dá com relação as INFORMAÇÕES que constam no documento que são FALSAS e/ou ERRÔNEAS. 
MAJORADO: Aumenta-se a pena de sexta parte
1. Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo; 
2. Ou se a falsificação e/ou alteração é de assentamento de REGISTRO CIVIL.
Anotações Complementares: 
1 - O terceiro só responde pelo crime se CONHECER a FALSIDADE NO DOCUMENTO. Caso contrário, o fato será típico. 
2 - Documento em branco assinado: No presente caso, em havendo o complemento com dados falsos, existem 02 (duas) correntes:
	1º Corrente
	Se o sujeito subtraiu o documento em branco, ele poderá responder pelo art. 297 (falsificação de documento público), ou 298 (falsificação de documento particular), ambos do CP
	2º Corrente
	Se o sujeito subtraiu documento em branco, irá responder pelo 299 (falsidade ideológica) do CPP 
3 - Subtração do papel: Irá responder pelo art. 297 (falsificação de documento público), ou 298 (falsificação de documento particular), ambos do CP 
4 - Nota promissória SEM DATA – Súmula 387 STF - NÃO É CRIME, eis que a Nota Promissora SEM DATA não teria validade.
 
ATENÇÃO: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto 
Súmula 387 – “A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto”.
 
4 – Declaração Falsa de Pobreza para fins Processuais: No presente caso, entende o STF que não é crime de falsidade ideológica. 
5 – Advogado que faz Declaração Falsa em Petição Inicial: Nas presentes circustânciais, o STF também entende que não é crime de falsidade ideológica. 
6 – STJ a inserção de dados falsos em currículo (lattes): O entendimento do STJ que a inserção de dados falsos no currículo (lattes) não é crime. 
7 – Artigo 130 da LEP – Há falsidade ideológica quando há uma declaração falsa de horas trabalhadas: Destaca-se que nesses casos, quem fez a declaração irá responder pela capitulação do crime de falsidade ideológica. 
ATENÇÃO: Na FALSIDADE MATERIAL o que se frauda é o documento, que é alterado no todo ou em parte, ou é forjado pelo agente que cria documento novo (art. 297 do CP). Na FALSIDADE IDEOLÓGICA, ao contrário, a forma do documento é verdadeira, mas seu conteúdo é falso, isto é, a ideia ou a declaração que o documento contém não corresponde a verdade. (art. 299 do CP).
3.7 Falso Reconhecimento de Firma ou Letra:
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
ATENÇÃO: Falsidade de Selo é outra capitulação de tipo penal. 
3.8 Certidão	ou	Atestado	Ideologicamente Falso:
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Exemplo: Funcionário Pública que atesta uma vantangem em benefício de terceiro. 
ATENÇÃO: Tal dispositivo não irá tratar de ATESTAMENTO MÉDICO, cujo qual irá ter uma capitulação penal específica. 
· Crime Próprio: em razão da função pública;
· Fim Específico: para habilitar alguém a obter:
a) cargo público;
b) isenção de ônus ou serviço;
c) ou	qualquer	outra	vantagem	(INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA).
3.9 Falsidade	Material	de	Atestado	ou Certidão
§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa.
ATENÇÃO: NÃO É CRIME PRÓPRIO.
3.10 Falsidade de Atestado Médico
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
· Crime próprio.
· Não tem finalidade específica.
· Deve versar sobre existência ou inexistência, atual ou pretérita, de doença.
Questão de Concurso
 
· E se for praticado por dentista/veterinário?
Resposta: No presente caso, o profissão de outras áreas do conhecimento, irá responder pelo art. 298 ou 299 do CP (Crítica Doutrinária – Pena Maior). 
3.11 Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica[footnoteRef:1] [1: Peça filatélica é documento de interesse para coleção de selos.] 
Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.
3.12 Uso de documento falso
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
Complementos
ATENÇÃO: Atente-se que no caso dos demais artigos o sujeito irá responder pela fabricação e/ou alteração do documento falso, enquanto a utilização é absorvida pelo tipo penal. Por outro lado, o art. 304 do CP, irá punir quem somente utiliza o documento falso. 
· A EXIBIÇÃO DEVE SER ESPONTÂNEA?
A uma divisão doutrinária, no entanto, a doutrina majoritária entende que é crime, quando o sujeito está em porte de um documento de uso obrigatório. Por outro lado, a doutrina minoritária, compreende que somente haverá crime, caso haja o uso do documento falso. 
Exemplo: CNH falsa que não é apresentada para a Autoridade Policial (Uso Obrigatório). 
· MANDADO DE PRISÃO – não está abarcado pelo direito a auto defesa.
Exemplo: Sujeito que tem um Mandado de Prisão em seu nome, ao apresentar o documento falso, não está no seu direito de auto defesa. 
SÚMULAS IMPORTANTES
SÚMULA 104 – Competência é da JUSTIÇA ESTADUAL – “Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino”. 
SÚMULA 546 – "A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor." – Competência do Órgão para o qual o sujeito esteja apresentado (Uso).3.13 Supressão de documento – (Destruição de Documento)
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular.
4. DE OUTRAS FALSIDADES
4.1 Falsificação do sinal empregado no contraste	de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou para outros fins
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empregado pelo poder público no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou para autenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o cumprimento de formalidade legal:
Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.
4.2 Falsa Identidade
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave. 
· Não há apresentação de documento, porém, o sujeito atribui a si uma falsa identidade.
· Subsidiária Expressa: Será crime se não for elemento de um crime mais grave, nesse caso, ficará absorvido. 
SÚMULA 522 do STJ - A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é conduta típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro:
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
· Subsidiária Expressa: Será crime se não for elemento de um crime mais grave, nesse caso, ficará absorvido. 
ATENÇÃO: No presente caso, o sujeito não apresenta nenhum documento para se identificar, e, portanto, é DIFERENTE da capitulação do uso do documento falso. 
4.3 Fraude de Lei sobre Estrangeiro – (Passaporte Falso)
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no território nacional, nome que não é o seu:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe a entrada em território nacional:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais bens:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
4.4 Adulteração de sinal identificador de veículo (qualquer adulteração ou remarcação)
Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de
veículo automotor, de seu componente ou equipamento:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a pena é aumentada de um terço.
§ 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o licenciamento ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação oficial.
· Alterar Placa com Fita Adesiva (Crime);
· Alteração de Sinal de Reboque e Semireboque (Não é crime, pois não é veículo automotor, porém, seria conduta atípica) – (Interpretação Restritiva); 
· Substituição de uma Placa para Outra, incluíndo o Reboque e o Semireboque (Crime);
DAS	FRAUDES	EM	CERTAMES	DE INTERESSE PÚBLICO
5.1 Fraudes em certames de interesse público (divulgação de conteúdo sigiloso)
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a
outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de:
I - Concurso público;
II - Avaliação ou exame públicos;
III - Processo seletivo para ingresso no ensino superior;
IV - Exame ou processo seletivo previstos em lei
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput.
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público.
- Se for a própria pessoa que fornece um gabarito?
Resposta: Não, pois a jurisprudência entende que o gabarito é pessoal do candidato, e não do certame. Ademais, deverá ainda o repasse do gabarito comprometer a credibilidade do certame.
Exemplo: 36º - Exame da Ordem, suposto vazamento da Prova de Direito do Trabalho. 
- Estão abrangidas as provas da faculdade?
Resposta: Sim, eis que o gabarito é do próprio candidato. 
FIM

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