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HK B Doenç� Hemolític� Perinata� Prof. Luca� R. Borge� d� Carvalh� É o quadro de anemia fetal e do neonato resultante da hemólise em razão da incompatibilidade materno-fetal a antígenos eritrocitários. ➺ Também reconhecida como eritroblastose fetal ou aloimunização Rh, isoimunização Rh ou, ainda, doença hemolítica aloimune ❤ Epidemiologia ➺ A prevalência da DHPN depende da frequência do fenótipo RhD negativo na população ➺ A frequência de fenótipo D negativo pode variar na população na (Europa varia 15%-17%, 5% na África e 0,3% na Ásia) ➺ No Brasil, prevalência de RhD negativo é variável nas regiões. Em média 10%. ➺ Estima-se que DHPN afete 5 a cada 100.000 nascidos vivos �siologi� ➺ O status de positivo ou negativo para o sistema Rh é definido de acordo com a presença ou a ausência do antígeno D. ➺ Um indivíduo que possui o antígeno D é considerado Rh+ ➺ “Fenótipo sorológico D fraco” são indivíduos com reação fraca ou ausente quando testados para fator Rh e não são capazes de formar anticorpos anti-Rh quando em contato com hemácias Rh+ ❤ Aloimunização A aloimunização se inicia com o contato de mulher Rh- com o sangue incompatível Rh +, em caso de transfusão equivocada ou hemorragia feto-materna 1. Após este contato ocorre a resposta imune primária contra o antígeno Rh, com a produção de anticorpos específicos. Resultando na produção de IgM, que não cruza a barreira placentária. - Desta forma, na primeira gestação (primeiro contato), não há perigo para o feto 2. Na segunda exposição, há nova resposta celular e humoral, de forma acelerada com a produção de IgG. 3. O IgG atravessa a placenta e adere à membrana do eritrócito Rh+, levando à hemólise fetal HK B 4. Na circulação fetal, hemácias sensibilizadas são reconhecidas pelos monócitos do sistema reticuloendotelial e fagocitadas no baço 5. Essa destruição de hemácias leva ao aumento das eritropoieses medular e extramedular (fígado, baço, rins e placenta), causando hepatoesplenomegalia e surgimento de células imaturas (reticulócitos e eritroblastos) no sangue periférico, reticulócitos e eritroblastos, caracterizando o termo eritroblastose fetal. ❤ Persistência de hemólise ➺ Hepatomegalia crescente com alteração da circulação hepática e hipertensão portal ➺ Alteração da função do hepatócito com consequente hipoalbuminemia e ascite ➺ Hidropisia fetal ➺ Aumento na produção da bilirrubina do tipo não conjugado Obs: Essa bilirrubina não é maléfica para o feto, pois é metabolizada pelo fígado materno (após o parto ocorre a icterícia neonatal e se não tratada leva deposição desse pigmento nos núcleos da base cerebral) Diagn�tic� laboratoria� ❤ Solicitação de tipagem sanguínea e fator Rh ➺ Teste de Coombs indireto (CI), na primeira visita pré-natal, e repetir mensalmente. HK B ❤ Seguimento pré-natal O seguimento pré-natal é preconizado de acordo com o resultado do coombs indireto: ➺ CI negativo: realizar profilaxia conforme recomendado. Obs: Não se recomenda realizar CI após profilaxia, pois pode se mostrar positivo. Os títulos de anti-D após-profilaxia não costumam exceder 1:4 e, raramente, 1:8, podendo se manter positivos por até 8 a 12 semanas ➺ CI positivo: realizar pesquisa de anticorpos irregulares para identificação e titulação do(s) antígeno(s) envolvido(s), o que permite avaliar o risco de anemia fetal e norteia o acompanhamento da gestação. - Titulação maior ou igual para 1:16, obriga investigação fetal ❤ Anamnese ➺ Fatores de risco para sensibilização: ➺ Transfusões sanguíneas prévias ➺ Uso de drogas ilícitas injetáveis ➺ História obstétrica com relato de DHP: icterícia neonatal, exsanguineotransfusão neonatal, transfusões intrauterinas ou hidropisia fetal ➺ Histórico de profilaxia anti-Rh em gestações anteriores e atual HK B Avaliaçã� feta� ➺ Avaliar risco de DHP ➺ DNA fetal: determinação do Rh fetal no sangue materno, por meio da análise do DNA fetal livre. - Realizar esse exame a partir de dez semanas (taxas de acurácia = 100%) ➺ Ultrassonografia obstétrica com Doppler ➺ Gestantes sensibilizadas com títulos de anti-D ≥16: - Acompanhar o feto por Doppler da ACM Obs: para os resultados normais tem baixo risco para anemia fetal grave ➺ Medida do pico de velocidade sistólica na artéria cerebral média (PVS-ACM) Tratament� ➺ PVS-ACM fetal, indicando anemia em gestações > ou igual 34 semanas = Parto ➺ Abaixo de 34 semanas + hidropsia fetal: cordocentese para possível transfusão intra-uterina ➺ Abaixo de 34 semanas sem sinais de hidropsia fetal: cordocentese para avaliação de anemia ❤ Transfusão intrauterina ➺ Quando realizar: Anemia fetal grave é definida como hematócrito <30% ou dois desvios-padrão abaixo da média do hematócrito para a idade gestacional ➺ Como: Sangue do tipo O Rh-, com hematócrito entre 65% e 85% (hiperconcentrado) e submetido à irradiação (desleucocitado, com menos reação enxerto-hospedeiro). ➺ Complicações O risco de complicações desse procedimento é em torno de 2% (maior quando feto hidrópico, placentação e IG) - Bradicardia - Tamponamento ou hematoma do cordão - Sangramento para o líquido amniótico - Rotura prematura de membranas - Descolamento prematuro de placenta - Óbito fetal. - Parto com 34-37 semanas HK B Prevençã� d� sensibil�açã� a� fator RH Para mães não sensibilizadas (CI negativo) ➺ Administrar imunoglobulina anti-D 300 μg nos seguintes momentos: - Na 28a semana de gestação - Até 72 horas após o parto de recém-nascido Rh+ ou de fator Rh desconhecido - Até 72 horas após procedimento/evento (que leve à risco de sensibilização materna) Referência� Bibliográfica� Manual de gestação de alto risco [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2022.
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