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Prática Pedagógica em Deficiência Física

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Prévia do material em texto

PRÁTICA PEDAGÓGICA EM 
DEFICIÊNCIA FÍSICA
Autora: Tatiana dos Santos da Silveira
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
 Reitor: Prof. Ozinil Martins de Souza
 Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
 Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
 Equipe Multidisciplinar da 
 Pós-Graduação EAD: Profa. Erika de Paula Alves
 Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald
 Prof. Márcio Moisés Selhorst
 Revisão de Conteúdo: Profa. Ana Paula Fischer Hort 
 Revisão Gramatical: Profa. Christiane Heemann
 Revisão Pedagógica: Profa. Patrícia Cesário Pereira Offial
 
 Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci
371.9
S587p Silveira, Tatiana dos Santos da
	 	 				Prática	pedagógica	em	deficiência	física	/	Tatiana	
 dos Santos da Silveira. Indaial : Uniasselvi, 2013.
 100 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830-724-0
	 	 1.	Educação	especial.	2.	Deficiência	física.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci. 
Copyright © UNIASSELVI 2013
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx.	P.	191	-	89.130-000	–	INDAIAL/SC
Fone	Fax:	(047)	3281-9000/3281-9090
Tatiana dos Santos da Silveira
Doutoranda em Educação pela 
Universidade	 do	 Vale	 do	 Itajaí	 (UNIVALI),	
Mestre em educação pela Universidade Regional 
de Blumenau (FURB), possui especialização em 
Arte pela Universidade Regional de Blumenau, 
especialização em Educação a Distância: gestão e 
tutoria pela UNIASSELVI, graduação em Pedagogia 
pela Universidade do Estado de Santa Catarina e 
graduação	 em	 Educação	 Artística	 pela	 Universidade	
Regional	 de	 Blumenau.	 Tem	 experiência	 na	 área	 de	
Educação,	 com	 ênfase	 em	 Arte	 Educação,	 atuando	
principalmente nos seguintes temas: educação, 
arte-educação, inclusão, Educação a Distância. 
Coordenadora do curso de licenciatura em Artes 
Visuais - UNIASSELVI e responsável pelo 
Projeto de Educação Inclusiva na EAD - 
NUAP - UNIASSELVI. 
Sumário
APRESENTAÇÃO ......................................................................7
CAPÍTULO 1
Deficiência fíSica: conceito, HiStórico e LegiSLação .................. 9
CAPÍTULO 2
a incLuSão e o PPP Da eScoLa: aDaPtaçõeS curricuLareS, 
ProceDimentoS De enSino e avaLiação ........................................ 31
CAPÍTULO 3
PráticaS PeDagógicaS incLuSivaS Para a eDucação infantiL: 
JogoS e materiaiS aDaPtaDoS Para criançaS 
com Deficiência fíSica ............................................................... 55
CAPÍTULO 4
PráticaS PeDagógicaS incLuSivaS Para o enSino funDamentaL: 
JogoS e materiaiS aDaPtaDoS Para a interação, 
o DeSenvoLvimento e a conStrução Da autonomia ...................... 79
7
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
Bem	 vindo	 à	 disciplina	 de	Prática	Pedagógica	 em	Deficiência	 Física.	 Esta	
disciplina objetiva compreender a relação entre a legislação e a teoria e prática 
cotidiana	 da	 inclusão	 da	 pessoa	 com	 deficiência	 física,	 principalmente	 nas	
questões	relacionadas	ao	Plano	Político	Pedagógico	(PPP)	da	Escola,	aos	jogos	
e aos materiais adaptados.
Espero	 que	 nossa	 discussão	 provoque	 reflexões	 acerca	 das	 práticas	
desenvolvidas	 em	 sala	 e	 aula	 a	 fim	 de	 qualificar	 cada	 vez	 mais	 a	 inclusão	
escolar.	Nosso	maior	desafio	frente	ao	processo	de	inclusão	de	crianças	com	
necessidades especiais está justamente na relação entre a teoria e prática, 
pois	muito	se	tem	discutido	e	avançado	nas	produções	referentes	à	inclusão,	
porém	ainda	precisamos	compreender	como	este	projeto	desafiador	realmente	
se concretiza.
Nossa	conversa	acerca	da	deficiência	física	deverá	contribuir	para	a	reflexão	
da	prática	pedagógica	a	fim	de	ampliarmos	nosso	repertório	de	atividades	e	jogos	
adaptados, garantindo a acessibilidade e a inclusão de todas as crianças. 
Convido	você,	pós-graduando,	a	refletir	a	partir	de	agora	sobre	estas	práticas	
e compartilhar conhecimentos através desta disciplina.
Vamos lá?
A autora.
CAPÍTULO 1
Deficiência fíSica: 
conceito, HiStórico e LegiSLação 
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Conceituar	a	deficiência	física	historicamente	e	relacioná-la	com	a	legislação	
para a educação inclusiva. 
 3 Compreender a trajetória da inclusão de crianças 
com	deficiência	física	na	escola.
“A inclusão é uma visão, uma estrada a ser viajada, mas uma 
estrada	sem	fim,	com	todos	os	tipos	de	barreiras	e	obstáculos,	
alguns dos quais estão em nossas mentes e em nossos 
corações”. 
(PETER MITTLER, 2003, p. 21).
11
Deficiência física: 
conceito, Histórico e LegisLação 
 Capítulo 1 
contextuaLização
Este	 capítulo	 abordará,	 de	 forma	 sucinta,	 alguns	 aspectos	 relacionados	 à	
inclusão de pessoas com necessidades especiais no Brasil. No decorrer do seu 
curso,	 certamente	 vários	 professores	 foram	 apontando	 características	 gerais	 e	
específicas	acerca	da	inclusão	social	e	escolar	de	pessoas	com	deficiência	física.	
Neste	 capítulo,	 pretendemos	 relembrar	 essa	 trajetória,	 contextualizando	 com	 a	
prática cotidiana. 
Para	 sustentar	 nossas	 reflexões,	 utilizaremos	 como	 arcabouço	 teórico	
autores como Mittler (2003) e Vygotsky (1997), além de documentos internacionais 
que tratam das questões legais da inclusão, como também os documentos do 
Ministério da Educação (MEC).
LegiSLação BraSiLeira Para incLuSão 
eScoLar
“Inclusão	é	sair	das	escolas	dos	diferentes	
e	promover	a	escola	das	diferenças”	
(Mantoan)
Se adentrarmos na história da inclusão e exclusão, perceberemos 
com	 facilidade	 que	 se	 trata	 de	 um	 fator	 social	 presente	 desde	 os	
tempos mais remotos. Segundo a história da humanidade, registros 
indicam que nas civilizações mais antigas, por exemplo, o acolhimento 
ou	o	 não	 acolhimento	 da	 diversidade	 sempre	 foi	 um	assunto	 ditado	
pelas normas e leis de cada civilização.
Para Gugel (2007), as obras de arte indicam pessoas com 
deficiência	 em	 várias	 épocas,	 tais	 como	 o	 guardião	 de	Roma	 e	 um	
músico	 anão	 da	 V	 Dinastia,	 que	 apresentam	 deficiência	 física.		
Podemos	sintetizar	a	história	da	inclusão	em	diferentes	épocas	da	seguinte	forma:
Egito:	O	povo	egípcio	incluía	na	sociedade	as	pessoas	com	deficiência	,	algo	
quase	 comum	em	uma	 civilização	 com	uniões	 consanguíneas.	A	 história	 desta	
civilização	 também	 é	marcada	 pela	 existência	 comum	 de	 pessoas	 cegas	 e	 de	
papiros médicos que mostram procedimentos para curar os olhos.
Grécia:	o	povo	grego	sempre	cultuou	o	corpo	e	a	perfeição,	assim	excluíam	
e	eliminavam	as	crianças	que	nasciam	com	alguma	deficiência.	A	perfeição	era	
condição para participação da vida social em Esparta.
Se adentrarmos 
na história da 
inclusão e exclusão, 
perceberemos com 
facilidade que se 
trata de um fator 
social presente 
desde os tempos 
mais remotos.
12
 Prática Pedagógica em Deficiência Física
Roma:	Ainda	com	o	culto	da	força	física	dos	guerreiros,	o	povo	romano	jogava	
as	crianças	com	deficiência	no	Rio	Tibre,	pois	as	anormalidades	caracterizavam	
um perigo para a continuidade da espécie. 
Idade	Média:	pessoas	com	deficiência	eram	associadas	à	imagem	do	diabo,	
da	 feitiçaria,	 da	 bruxaria	 e	 do	 pecado,	 sendo	 isoladas	 e	 exterminadas.	 Nesse 
momento,	as	pessoas	com	deficiência	tinham	um	comportamento	consequente	de	
forças	sobrenaturais.	
Na	 antiguidade	 clássica	 as	 pessoas	 com	 deficiência	 foram	
consideradas	 possessas	 de	 demônios	 e	 de	 maus	 espíritos.	
[...]. Os modelos econômicos, sociais e culturais impuseram 
às	 pessoas	 com	 deficiência	 uma	 inadaptação	 geradora	 de	
ignorância, preconceitos e tabus que, ao longo dos séculos e 
séculos, alimentaram os mitos populares da perigosidade das 
pessoas	com	deficiência	mental	e	do	seu	caráter	demoníaco,	
determinando atitudes de rejeição, medo e vergonha. (VIEIRA 
e PEREIRA2003, p.17)
Após	 esse	 período	 a	 Igreja	 passa	 a	 acolher	 e	 proteger	 as	 pessoas	 com	
deficiências;	 no	 entanto,	 ao	 “acolher”	 essas	 pessoas,	 a	 Igreja	 os	 tornava	 uma	
espécie de servo trabalhador da instituição que tentava manter uma posição 
caritativa	e	filantrópica.	Exemplo	disso	é	a	 tão	 famosa	história	do	 “corcunda	de	
Notre Dame”.
Figura 01 - Corcunda de Notre Dame
Fonte:	Disponível	em:	<http://maniacosporfilme.wordpress.com/2011/10/22/o-corcunda-
de-notre-dame-1939-um-classico-de-partir-o-coracao/>.	Acesso	em:	15	jan.	2013.
Foi a partir da Segunda Guerra Mundial que se percebeu uma necessidade de 
reorganizar a sociedade, reabilitando os homens sobreviventes da guerra. Surge 
13
Deficiência física: 
conceito, Histórico e LegisLação 
 Capítulo 1 
então, em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Esta declaração 
surge	em	convergência	com	a	Declaração	de	Direitos	Inglesa,	a	Declaração	dos	
Direitos do Homem e do Cidadão na França, e a criação da Organização das 
Nações Unidas (ONU) em 1945. Essa declaração serviu de base para todas as 
declarações	 e	 legislações	 posteriores	 que	 defendem	 a	 inclusão	 e	 o	 direito	 de	
todas	as	pessoas	de	viverem	em	sociedade	de	forma	justa	e	igualitária.
A Declaração dos Direitos Humanos surgiu com uma necessidade 
social justamente para reabilitar pessoas que acabaram desenvolvendo 
alguma	 deficiência	 durante	 a	 Segunda	 Guerra.	 Nesse	 momento,	 a	
sociedade	 contava	 com	 um	 número	 significativo	 de	 homens	 com	
deficiência,	 principalmente	 a	 deficiência	 física,	 uma	 condição	 	muito	
comum entre soldados e civis que passaram por campos de batalha. A 
exemplo	disso,	citamos	a	população	de	Angola	com	um	grande	índice	
de mutilados por “minas”. 
O	 número	 de	 mutilados	 por	 minas	 é	 tão	 grande	 que	 o	 país	
chegou	 a	 criar	 um	 concurso	 de	miss	 para	 as	mulheres	 vítimas	 de	
minas terrestres.
Figura 02 - Concurso miss Angola
Fonte:	Disponível	em:	<http://g1.globo.com/Noticias/
Mundo/0,,MUL259988-5602,00.html>.	Acesso	em:	15	jan.	2013.
A Declaração dos 
Direitos Humanos 
surgiu com uma 
necessidade social 
justamente para 
reabilitar pessoas 
que acabaram 
desenvolvendo 
alguma deficiência 
durante a Segunda 
Guerra.
14
 Prática Pedagógica em Deficiência Física
Para saber mais, acesse o link: 
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL259988-5602,00.html
A partir da Declaração dos Direitos Humanos, como citamos anteriormente, 
surgiram	 vários	 documentos	 relacionados	 aà	 inclusão	 no	 país	 e	 no	 mundo,	
assim organizamos uma relação dos documentos internacionais norteadores das 
Políticas	de	Inclusão	de	pessoas	com	necessidades	especiais:
Declaração Universal dos Direitos Humanos – Aprovada em 1948 na 
Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Esta declaração 
é	 a	 base	 da	 luta	 universal	 contra	 a	 opressão	 e	 a	 discriminação;	 defende	 a	
igualdade e a dignidade das pessoas e reconhece que os direitos humanos e 
as	 liberdades	 fundamentais	 devem	 ser	 aplicados	 a	 cada	 cidadão	 do	 planeta;		
assegura	às	pessoas	com	deficiência	os	mesmos	direitos	de	todos	os	cidadãos,	
tais	 como:	 direito	 à	 liberdade,	 a	 uma	 vida	 digna,	 à	 educação	 fundamental,	 ao	
desenvolvimento pessoal e social e à livre participação na comunidade.
• Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes - Resolução aprovada 
pela	Assembleia	Geral	da	Organização	das	Nações	Unidas	em	09/12/75.	O	
documento além de relembrar os direitos humanos, apela à ação nacional 
e internacional para assegurar que ela seja utilizada como base comum de 
referência	para	a	proteção	destes	direitos	para	a	pessoa	com	deficiência.
• Declaração de Jomtien – Em 1990, aconteceu em Jomtien, na Tailândia, a 
Conferência	Mundial	sobre	Educação	para	todos,	na	qual	o	Brasil	participou.	
Assim, ao assinar essa Declaração, o Brasil assumiu o compromisso, perante 
a	 comunidade	 internacional,	 de	 erradicar	 o	 analfabetismo	 e	 universalizar	 o	
Ensino	Fundamental	no	país.
• Declaração de Salamanca	–	Em	1994,	a	UNESCO	organizou	a	Conferência	
Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais: acesso e qualidade, em 
Salamanca (Espanha), objetivando a atenção educacional aos alunos com 
necessidades	 educacionais	 especiais.	O	 resultado	 dessa	 conferência	 é	 um	
dos principais documentos norteadores da inclusão mundial, A Declaração 
de Salamanca, que instituiu a inclusão social e escolar de pessoas com 
necessidades especiais. 
• Convenção de Guatemala -	Trata-se	de	uma	convenção	que	foi	realizada	na	
Guatemala,	em	1999,	e	teve	a	participação	de	vários	países	sul-americanos,	
15
Deficiência física: 
conceito, Histórico e LegisLação 
 Capítulo 1 
inclusive	o	Brasil.	Nessa	convenção,	o	foco	foi	a	eliminação	da	discriminação	
contra	as	pessoas	com	deficiência.	Esse	documento	dispõe	que	as	pessoas	
com	deficiência	não	podem	receber	tratamentos	diferenciados	que	impliquem	
exclusão	 ou	 restrição	 ao	 exercício	 dos	 mesmos	 direitos	 que	 as	 demais	
pessoas	têm.
• Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão – Congresso 
Internacional realizado em Montreal, Quebec, em junho 2001. O Congresso 
Internacional “Sociedade Inclusiva”, convocado pelo Conselho Canadense de 
Reabilitação e Trabalho, apela aos governos, empregadores e trabalhadores 
bem como à sociedade civil para que se comprometam com, e desenvolvam o 
desenho inclusivo em todos os ambientes, produtos e serviços.
Esses são os principais documentos internacionais norteadores da inclusão 
e base da legislação brasileira. 
Atividade de Estudos: 
1) Vamos relembrar a legislação brasileira para a inclusão de 
pessoas com necessidades especiais?
	 Tente	organizar	em	tópicos	os	documentos	nacionais	que	você	já	
conhece. 
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Se	verificarmos	no	site do MEC os documentos norteadores para a inclusão 
escolar	 facilmente	 perceberemos	 a	 quantidade	 e	 a	 diversidade	 de	 materiais	
16
 Prática Pedagógica em Deficiência Física
acerca	 desta	 temática	 disponíveis	 para	 consulta,	 pesquisa	 e	 conhecimento.	
Assim, consideramos de suma importância que cada pós-graduando acesse e 
verifique	este	portal.
Se	você	já	conhece	o	portal	do	MEC	e	já	pesquisou	sobre	a	legislação	e	os	
materiais direcionados a inclusão, sugerimos que acesse constantemente, pois a 
cada dia o número de materiais é ampliado e atualizado.
Acesse	http://portal.mec.gov.br/index.php
Link:	 Secretaria	 de	 Educação	 Continuada,	 Alfabetização,	
Diversidade e Inclusão.
A partir da sua construção na atividade de estudo e da sua pesquisa, vamos 
analisar	 o	 que	 as	 políticas	 públicas	 brasileiras	 já	 desenvolveram	 em	 relação	 ao	
processo de inclusão escolar de pessoas com necessidades especiais. No entanto, 
como	 verificamos,	 há	 um	 número	 amplo	 de	 documentos	 desenvolvidos,	 muitos	
deles	com	especificidades	bem	pontuais;	assim,	vamos	destacar	os	principais:
ECA – Estatuto da Criança e Adolescente – Este	estatuto,	na	Lei	n°	8069,	
de	1990,	no	que	se	refere	à	educação,	estabelece	que	“toda	criança	e	adolescente	
têm	 o	 direito	 à	 educação,	 visando	 ao	 pleno	 desenvolvimento	 de	 sua	 pessoa,	
preparo	para	o	exercícioda	cidadania	e	qualificação	para	o	 trabalho”	 (Art.	 53).	
Ainda, assegura direito a educação, condições de acesso e respeito.
LDB 9394/96 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – A LDB 
9394	 reserva	 um	 capítulo	 exclusivo	 para	 a	 educação	 especial	 (Cap.	 V).	 Este	
capítulo	 reafirma	 o	 direito	 à	 educação,	 pública	 e	 gratuita,	 das	 pessoas	 com	
deficiência,	condutas	típicas	e	altas	habilidades,	bem	como	direciona	a	oferta	e	o	
atendimento especializado para a demanda da educação especial.
http://portal.mec.gov.br/index.php
17
Deficiência física: 
conceito, Histórico e LegisLação 
 Capítulo 1 
Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva - Documento elaborado por um grupo de trabalho 
nomeado pelo próprio Ministério da Educação que, “acompanha 
os avanços do conhecimento e das lutas sociais, visando constituir 
políticas	 públicas	 promotoras	 de	 uma	 educação	 de	 qualidade	
para todos os alunos”. É um documento que objetiva “assegurar a 
inclusão	 escolar	 de	 alunos	 com	 deficiência,	 transtornos	 globais	 do	
desenvolvimento	e	altas	habilidades/superdotação”.
O	mais	recente	documento,	após	a	Política	Nacional	da	Educação	
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, é o DECRETO 
Nº 7.611, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2011– que dispõe sobre o 
Atendimento Educacional Especializado (AEE), atentando para os 
materiais adaptados bem como para o atendimento especializado em 
salas	multifuncionais.
Neste momento de nossos estudos, cabe lembrar que, além desses 
documentos citados, existe uma série de decretos e portarias que tratam das 
especificidades	da	educação	inclusiva	no	Brasil.
 
Podemos	desenhar	a	trajetória	do	atendimento	à	pessoa	com	deficiência	da	
seguinte	forma:
Figura 3 – Trajetória da Inclusão Escolar
Fonte: A autora.
Que	 tal	 agora	 assistir	 a	 um	 filme	 e	 se	 sensibilizar	 com	 uma	 história	 que	
envolve	a	deficiência	física. Vamos Lá?
O mais recente 
documento, após a 
Política Nacional da 
Educação Especial 
na Perspectiva da 
Educação Inclusiva, 
é o DECRETO Nº 
7.611, DE 17 DE 
NOVEMBRO DE 
2011– que dispõe 
sobre o Atendimento 
Educacional 
Especializado 
(AEE).
18
 Prática Pedagógica em Deficiência Física
Filme: De Porta Em Porta (2002).
Sinopse:	Bill	Porter	vê	poucas	perspectivas	em	seu	trabalho	como	vendedor.	
Por	essa	 razão,	ele	 se	oferece	para	 trabalhar	em	um	 território	difícil	 que	 todos	
rejeitam.	Afinal,	o	que	é	um	mero	 território	difícil	para	Bill,	portador	de	paralisia	
cerebral?	 William	 H.	 Macy	 é	 Bill,	 que	 com	 um	 corpo,	 mas	 não	 um	 espírito	
deficiente,	faz	uma	vitoriosa	carreira	como	vendedor	de	porta	em	porta	-	causando	
grande impacto nas vidas de seus clientes.
Atividades de Estudos: 
1)	 Após	a	fruição	do	filme	De	Porta	Em	Porta,	está	na	hora	de	uma	
atividade de estudos:
 Tente responder as seguintes perguntas:
	 Você	já	teve	contato	com	pessoas	com	deficiência	física?
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
19
Deficiência física: 
conceito, Histórico e LegisLação 
 Capítulo 1 
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
2) Conhece alguma prática pedagógica inclusiva para pessoas com 
deficiência	física?
 __________________________________________________
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conceituanDo a Deficiência 
fíSica: aSPectoS 
HiStóricoS e SociaS
Segundo	Silveira	e	Nascimento	(2011),	a	deficiência	física	refere-
se ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende 
o sistema ósteo-articular, o sistema muscular e o sistema nervoso, 
ou	 seja,	 este	 tipo	 de	 deficiência	 compromete a movimentação e a 
deambulação	 do	 indivíduo.	 Devemos	 considerar	 que	 as	 alterações	
podem	ocorrer	em	vários	níveis:	ósseo,	articular,	muscular	ou		nervoso.
A	deficiência	física	pode	apresentar	diversos	comprometimentos	
das	funções	motoras	que	poderão	variar	em	número	e	grau,	de	pessoa	
para	pessoa,	dependendo	de	suas	causas	e	abrangências.
Os	comprometimentos	físicos	podem	apresentar-se	como:
• cambalear	ao	caminhar;
• caminhar	com	necessidade	do	uso	de	aparelhos	específicos	como	
muletas	ou	andadores;
Segundo Silveira 
e Nascimento 
(2011), a deficiência 
física refere-se ao 
comprometimento 
do aparelho 
locomotor que 
compreende o 
sistema ósteo-
articular, o sistema 
muscular e o 
sistema nervoso.
A deficiência 
física pode 
apresentar diversos 
comprometimentos 
das funções motoras 
que poderão variar 
em número e grau, 
de pessoa para 
pessoa, dependendo 
de suas causas e 
abrangências. .
20
 Prática Pedagógica em Deficiência Física
• uso	de	cadeira	de	rodas;
• dificuldade	de	linguagem,	visuais	ou	auditivas;
• necessidade	de	auxílio	para	atividades	da	vida	diária,	dependendo	do	caso.;
Várias	 podem	 ser	 as	 causas	 da	 deficiência	 física,	 entre	 as	 mais	 comuns	
podemos citar:
Amputações:	que	podem	ter	causas	vasculares;	 traumas;	malformações	e	
outras.
Hemiplegias: também conhecida por paralisação de um lado do corpo, que 
pode	ocorrer	após	um	acidente	vascular	cerebral;	um	aneurisma	cerebral;	tumor	
cerebral	e	outros;	
Lesão medular: lesão na medula que pode ocasionar a paralisação do 
corpo	em	diferentes	níveis,	provocada	por	ferimento	por	arma	de	fogo;	ferimento	
por	arma	branca;	acidentes	de	trânsito;	mergulho	em	águas	rasas,	traumatismos	
diretos;	quedas;	processos	infecciosos;	processos	degenerativos	e	outros.
Malformações congênitas: durante a gestação a mãe pode ter passado por 
exposição	à	radiação;	uso	de	drogas;	causas	desconhecidas.
Artropatias: doenças	 nas	 articulações	 oriundas	 de	 processos	 inflamatórios;	
processos	degenerativos;	alterações	biomecânicas;	hemofilia;	distúrbios	metabólicos	
e outros.
Paralisia Cerebral: por	 prematuridade;	 anóxia	 perinatal;	 desnutrição	
materna;	rubéola;	toxoplasmose;	trauma	de	parto;	subnutrição	e	outras.
Figura	4	–	Deficiência	física
Fonte:	Disponível	em:	<http://aprenderincluindo.blogspot.com.
br/2009/12/deficiencia-fisica.html>.	Acesso	em:	05	abr.	2013.
21
Deficiência física: 
conceito, Histórico e LegisLação 
 Capítulo 1 
A	 deficiência	 física	 nos	 dias	 atuais	 corresponde	 a	 20%	 do	 número	 de	
pessoas	com	deficiência	em	nosso	país	e	em	cada	mil	bebês	que	nascem,	dois	
podem	apresentar	paralisia	cerebral.	Você	sabe	do	que	estamos	falando?	Sabe	
as causas e os tipos mais comuns desta lesão?
comPreenDenDo a ParaLiSia 
cereBraL
A paralisia cerebral é uma lesão no cérebro que ocorre durante 
os	primeiros	estágios	do	desenvolvimento	do	bebê.	Esta	 lesão	pode	
provocar alteração intelectual, sensorial ou de linguagem, dependendo 
da parte do cérebro atingida, porém não é regra. Normalmente, a 
parte	afetada	atinge	o	desenvolvimento	MOTOR da criança. O quadro 
não	 se	 agrava,	 não	 é	 progressivo	 e	 depende	 de	 estímulospara	 o	
desenvolvimento.
As causas mais comuns são:
• PRÉ-NATAL:	 Infecções	 congênitas	 (citamegalia,	 toxoplasmose,	
rubéola).	 Falta	 de	 oxigenação	 fetal.	 Exposição	 da	 mãe	 a	
substancias tóxicas ou radiações, álcool, drogas e certas 
medicações (principalmente nos primeiros meses de gestação).
• PERINATAL:	 Falta	 de	 oxigênio	 ao	 nascer	 (o	 bebê	 demora	 a	
respirar, lesando parte(s) do cérebro). Lesões causadas por 
partos	difíceis,	principalmente	a	dos	fetos	muito	grandes	de	mães	
pequenas	 ou	 muito	 jovens	 (a	 cabeça	 do	 bebê	 pode	 ser	 muito	
comprimida durante a passagem pelo canal vaginal). Trabalho 
de	 parto	 demorado.	Mau	 uso	 do	 fórceps,	manobras	 obstétricas	
violentas.	 Os	 bebês	 que	 nascem	 prematuramente	 (antes	 dos	
9	meses	 e	 pesando	menos	 de	 2	 quilos)	 têm	mais	 chances	 de	
apresentar Paralisia Cerebral.
• PÓS-NATAL: Febre prolongada e muito alta. Desidratação, com 
perda	 significativa	 de	 líquidos.	 Infecções	 cerebrais	 causadas	
por	 meningite	 ou	 encefalite.	 Ferimento	 ou	 traumatismo	 na	
cabeça.	 Falta	 de	 oxigênio	 por	 afogamento	 ou	 outras	 causas.	
Envenenamento por gás, por chumbo (utilizado no esmalte 
A paralisia cerebral 
é uma lesão 
no cérebro que 
ocorre durante os 
primeiros estágios 
do desenvolvimento 
do bebê. Esta 
lesão pode 
provocar alteração 
intelectual, sensorial 
ou de linguagem, 
dependendo da 
parte do cérebro 
atingida, porém 
não é regra.
22
 Prática Pedagógica em Deficiência Física
cerâmico,	nos	pesticidas		agrícolas	ou	outros	venenos).	Sarampo.	
Traumatismo	crânio-encefálico	até	os	três	anos	de	idade.
Fonte:	Adaptado	do	site:	<www.apcb.org.br/paralisia.asp>.	
Acesso em: 10 maio 2007.
Muitas	pessoas	confundem	a	paralisia	cerebral	com	a	deficiência	intelectual,	
o	que	é	um	grande	equívoco,	pois	a	paralisia	cerebral	apresenta	comprometimento	
no	 	 desenvolvimento	 motor	 e	 não	 no	 cognitivo.	 A	 deficiência	 intelectual	 pode	
estar associada à paralisia cerebral, porém não é regra, pois em muitos casos o 
cognitivo é preservado. 
PARALISIA CEREBRAL: MITO E REALIDADE
14/12/2007	-	Jornal	da	AME.
Paralisia Cerebral e Deficiência Intelectual.
Existem	alguns	mitos	relacionados	às	pessoas	com	deficiência,	
em	 geral	 alimentados	 pela	 sociedade	 em	 virtude	 da	 falta	 de	
convivência	 e	 familiaridade.	 Um	 deles	 é	 a	 associação	 da	 paralisia	
cerebral	com	deficiência	intelectual.	Uma	até	pode	estar	associada	à	
outra, mas isso não é regra, pois são quadros muito distintos.
Há vários tipos de paralisia cerebral, relacionados com 
a localização e a extensão da lesão no cérebro, mas a lesão 
necessariamente não chega a atingir o intelecto. Quando a 
lesão	 está	 localizada	 nas	 áreas	 que	 modificam	 ou	 regulam	 o	
movimento, a criança apresenta movimentos involuntários, que 
estão	 fora	 de	 seu	 controle	 e	 permanecem	 durante	 a	 fase	 de	
desenvolvimento e na idade adulta.
As Várias Causas da Paralisia Cerebral.
Segundo a Associação de Paralisia Cerebral do Brasil (APCB), 
a	 paralisia	 cerebral	 	 (PC)	 se	 dá	 pela	 falta	 de	 oxigênio	 no	 cérebro	
durante o nascimento. Algumas doenças ou problemas durante a 
gestação também podem causar a PC, como, por exemplo, ameaça 
de aborto, choque direto no abdômen da mãe, incompatibilidade 
Segundo a 
Associação de 
Paralisia Cerebral 
do Brasil (APCB), 
a paralisia cerebral 
(PC) se dá pela 
falta de oxigênio no 
cérebro durante 
o nascimento.
23
Deficiência física: 
conceito, Histórico e LegisLação 
 Capítulo 1 
entre	o	tipo	sanguíneo	da	mãe	e	do	pai,	hipertensão	arterial	durante	
a	 gravidez,	 infecções	 congênitas	 como	 a	 sífilis,	 toxoplasmose,	
herpes, rubéola, consumo de drogas e exposição a radiação ou 
qualquer	 outro	 fator	 que	 leve	 a	 uma	 lesão	 no	 sistema	 nervoso	
central. As causas perinatais estão relacionadas principalmente com 
complicações durante o parto e a prematuridade.
As	 principais	 causas	 de	 PC	 depois	 do	 nascimento	 são	 febre	
prolongada e muito alta, desidratação grave, sarampo e traumatismo 
crânio-encefálico	até	os	três	anos	de	idade,	entre	outras.	Isso	se	dá	
pelo	fato	de	até	os	dois	anos	de	vida	o	sistema	nervoso	central	não	
estar	 totalmente	 formado.	Pode	se	definir	 a	PC	como	um	distúrbio	
ou transtorno dos movimentos e da postura, que não regride e não 
progride,	 e	 assim	 não	 se	 caracteriza	 como	 doença	 ou	 síndrome.	
Pode	trazer	dificuldades	nos	movimentos,	na	locomoção,	audição	e	
visão	do	bebê.	Mas,	em	90%	dos	casos,	a	inteligência	de	quem	tem	
PC é preservada.
Diferenças entre Paralisia Cerebral e Deficiência Intelectual.
Segundo	 o	 neurologista	 infantil	 do	 Hospital	 das	 Clínicas	 da	
Faculdade de Medicina da USP, Fernando Kok, uma lesão no sistema 
nervoso	central	pode	afetar	a	parte	motora	ou	mental	da	pessoa	e	
quando esta lesão só atinge a parte motora, denomina-se paralisia 
cerebral. Quando a lesão compromete a parte mental (cognitivo), 
resulta	 em	 deficiência	 intelectual.	 De	 acordo	 com	 a	 Associação	
Americana	de	Deficiência	Intelectual	e	Distúrbio	do	Desenvolvimento,	
a	pessoa	com	deficiência	 intelectual	apresenta	QI	menor	que	70,	o	
que	necessariamente	não	faz	relação	com	quem	tem	PC.
Educação e Escola.
Na questão da educação, muitas vezes quem tem PC não 
é	 acometido	 por	 nenhuma	 disfunção	 cognitiva,	 mas	 apresenta	
limitações	físicas,	como	não	conseguir	ficar	muito	 tempo	sentado	e	
não	se	comunicar	ou	escrever	da	forma	convencional.	Normalmente	
são utilizadas ajudas técnicas como cadeira e lápis adaptados, 
podendo estudar em escola regular.
Prevenção e Diagnóstico.
Existem	diversos	graus	de	limitações	e	não	é	possível	reverter	
um quadro de PC, uma vez que a lesão do cérebro estará sempre lá, 
24
 Prática Pedagógica em Deficiência Física
porém,	é	possível	preveni-lo,	sendo	muito	 importante	que	as	mães	
façam	o	pré-natal	durante	toda	a	gestação.
O	 diagnóstico	 da	 paralisia	 cerebral	 é	 feito	 por	 análises	
neurológicas e exames por imagem como ressonância magnética, 
tomografia	e	ultra-som.	No	exame	clínico	é	observado	se	há	sinais	
de	reflexos,	com	o	exame	do	martelinho,	se	há	atraso	na	evolução	da	
criança,	como	sentar,	manter	o	corpo	mais	firme,	andar,	etc.
“Ao engravidar, a mulher deve procurar alimentar-se bem, evitar 
o	 álcool,	 o	 fumo	 e	 não	 tomar	 remédios	 sem	 consultar	 o	 médico.	
Vacinar	o	bebê	e	evitar	qualquer	situação	de	risco	são	essenciais”,	
destaca	a	fisioterapeuta	e	doutora	em	Ciências	pelo	Departamento	
de	Neurologia	da	Faculdade	de	Medicina	da	USP,	Ana	Paula	Restiffe.
Sociedade e Pessoas com Paralisia Cerebral.
Por desconhecimento da sociedade em geral, as pessoas 
que	 possuem	 PC	 têm	 dificuldades	 na	 vida	 social	 e	 profissional.	
Com relação ao mercado de trabalho, o preconceito em relação ao 
paralisado cerebral leva ao descrédito sobre suas reais capacidades. 
No Brasil, onde a crise de emprego atinge parte considerável da 
população, a paralisia cerebral se apresenta como mais uma barreira 
para	 que	 o	 indivíduo	 consiga	 uma	 colocação	 profissional,	 e	 por	
conseqüência,	aceitação	na	sociedade.
Fonte: SILVA, Maria Isabel da. Paralisia Cerebral: Mito e Realidade. 
Jornal	da	AME,	ed.	65,	out.	2007.	Disponível	em:	<http://www.
bengalalegal.com/paralisia>.	Acesso	em:	4	abr.	2012.
Segundo Silveira e Nascimento (2011), a paralisia cerebral pode ser 
classificada	em:
Ataxia - Caracterizada por diminuição da tonicidade muscular, 
incoordenação	dos	movimentos	e	equilíbrio	deficiente,	devido	
a lesões no cerebelo ou das vias cerebelosas.
Espástico- Caracterizado por paralisia e aumento de 
tonicidade dos músculos resultante de lesões no córtex ou 
nas	vias	daí	provenientes.	É	o	 tipo	mais	comum	de	paralisia	
cerebral.
Atetose/Distonia - Caracterizada por movimentos involuntários 
e variações na tonicidade muscular resultantes de lesões dos 
núcleos	situados	no	interior	dos	hemisférios	cerebrais	(Sistema	
Extra-Piramidal)
25
Deficiênciafísica: 
conceito, Histórico e LegisLação 
 Capítulo 1 
A	classificação	da	paralisia	cerebral	são	informações	que	contribuem	para	a	
compreensão	das	necessidades	de	cada	criança.	Além	do	contexto,	é	fundamental	
que	 a	 escola	 tenha	 conhecimento	 das	 especificidades	 a	 fim	 de	 contribuir	 da	
melhor	maneira	possível	com	o	processo	de	inclusão	escolar.
aSPectoS HiStóricoS e SociaiS Da 
Deficiência fíSica
Para	finalizar	este	capítulo	sobre	os	aspectos	históricos,	políticos	e	sociais	
da	 Deficiência	 Física	 abordando	 alguns	 exemplos	 de	 práticas	 positivas	 e	
significativas,	gostaria	de	trazer	um	grande	autor	que	dedicou	boa	parte	de	suas	
pesquisas	compreendendo	a	pessoa	com	deficiência:	Vygotsky.
Certamente	 durante	 o	 seu	 caminhar	 pela	 estrada	 da	 educação,	 você	 já	
ouviu	falar	deste	autor;	no	entanto,	poucas	pessoas	conhecem	as	pesquisas	de	
Vygotsky	acerca	dos	Fundamentos	da	Defectologia.	Esses	estudos	norteiam	as	
práticas de inclusão até hoje.
Vygotsky (1997) acreditava que o ser humano é histórico e social, 
fruto	das	suas	 relações	com	o	meio	e	com	os	seus	pares.	Defendia	
relações	heterogêneas,	pois	acreditava	na	construção	do	aprendizado	
propiciada pelas relações e então iniciou vários estudos acerca da 
pessoa	com	deficiência.	
 
O autor atentou para a importância de aprender por meio das 
relações com o outro, pois é por meio dessas relações que a criança 
desenvolve seu potencial, passa a observar-se e a perceber-se como sujeito de sua 
própria história.
Vygotsky	(1997)	deixou	perceptível,	em	seus	escritos,	que	acreditava	que	a	
interação	com	o	grupo	facilita	o	processo	de	desenvolvimento	e	de	aprendizagem,	
e	enfatizava	a	importância	da	educação	social	de	crianças	deficientes	
e	 o	 potencial	 da	 criança	 para	 o	 desenvolvimento	 normal.	 Afirmava	
que	 as	 deficiências	 corporais	 afetavam	 as	 suas	 relações	 sociais,	 e	
não	suas	interações	diretas	com	o	ambiente	físico;	ou	seja,	o	defeito	
orgânico	manifestava-se	 devido	 à	 situação	 social	 da	 criança	 e	 essa	
situação social poderia se agravar dependendo do modo como as 
pessoas tratavam tais crianças. 
O	autor	considerava,	em	seus	estudos	acerca	dos	fundamentos	da	
defectologia,	que	crianças	com	deficiências	passavam	por	um	processo	
Vygotsky (1997) 
acreditava que o ser 
humano é histórico 
e social, fruto das 
suas relações com o 
meio e com os 
seus pares.
Para Vygotsky 
(1997), a educação 
social, baseada 
na compensação 
social dos 
problemas físicos, 
era a maneira de 
proporcionar uma 
vida satisfatória às 
pessoas deficientes.
26
 Prática Pedagógica em Deficiência Física
de “supercompensação”. Nesse processo mencionado pelo autor, o cérebro 
supercompensava um sentido, pelo desenvolvimento acentuado de outro sentido, 
sendo	 que	 isso	 se	 dava	 por	 meio	 das	 experiências	 sociais	 das	 crianças.	 Para	
Vygotsky (1997), a educação social, baseada na compensação social dos problemas 
físicos,	era	a	maneira	de	proporcionar	uma	vida	satisfatória	às	pessoas	deficientes. 
Partindo	da	 legislação	dos	estudos	de	diferentes	autores,	 inclusive	os	de	
Vygotsky,	percebemos	uma	grande	movimentação	em	prol	da	inclusão	escolar;	
assim,	 hoje	 as	 crianças	 com	 necessidades	 especiais	 frequentam	 a	
escola regular e o atendimento especializado na mesma escola nas 
salas	de	apoio	multifuncionais.
As	salas	de	apoio	multifuncionais	são	mais	uma	conquista	e	um	
projeto que pretendem diminuir as barreiras entre o ensino regular e o 
atendimento	especializado.	O	que	precisamos	é	defender	a	inclusão	e	
o direito de todos sem apegos à disputa por espaços e atendimentos. 
O lugar de “todas” as crianças é na escola e é justamente isto que as 
políticas	nacionais	e	internacionais	almejam	garantir.
É	 função	 do	 professor	 do	 AEE	 produzir	 materiais	 didáticos	
e	 pedagógicos,	 tendo	 em	 vista	 as	 necessidades	 específicas	
desses alunos na sala de aula do ensino regular. Esse trabalho 
deve	 se	 realizar	 focalizando	 as	 atitudes	 do	 aluno	 diante	 da	
aprendizagem	e	propiciar	 o	desenvolvimento	de	 ferramentas	
intelectuais	 que	 facilitarão	 sua	 interação	 escolar	 e	 social.	
(BRASIL, 2010, p. 09)
O	atendimento	 nas	 salas	multifuncionais	 ainda	 está	 em	 fase	 de	
implementação.	 Profissionais	 especializados	 estão	 desenvolvendo	
projetos	 diferenciados,	 com	 experiências	 positivas	 muitas	 vezes	
isoladas, mas que conseguimos ter acesso devido ao avanço 
tecnológico que nos permite pesquisas em tempo real.
Vamos	 lá!	 Pesquise	 você	 também	 sobre	 práticas	 de	 inclusão	
de	 crianças	 com	 deficiência	 física.	 Tenho	 certeza	 que	 você	 se	
surpreenderá com os resultados alcançados!
Deixo	aqui	algumas	dicas	de	fontes	de	pesquisa:
REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL - SCIELO
REVISTA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL - UFSM
As salas de apoio 
multifuncionais são 
mais uma conquista 
e um projeto que 
pretendem diminuir 
as barreiras entre 
o ensino regular 
e o atendimento 
especializado.
É função do 
professor do 
AEE produzir 
materiais didáticos 
e pedagógicos, 
tendo em vista 
as necessidades 
específicas desses 
alunos na sala de 
aula do ensino 
regular.
27
Deficiência física: 
conceito, Histórico e LegisLação 
 Capítulo 1 
REVISTA INCLUSÃO – MEC
REVISTA CIRANDA DA INCLUSÃO 
Atividades de Estudos: 
1) Além das revistas citadas anteriormente, ainda sugiro que 
acessem os sites das Secretarias de Educação de seus estados 
e	municípios	a	fim	de	descobrir	as	ações	desenvolvidas	em	sua	
localidade.
Que tal começar agora?
	 Pesquise	 e	 em	 seguida	 pontue	 o	 que	 considerou	 significativo	
entre as ações desenvolvidas. Lembre-se de que neste momento 
estamos	 falando	da	 inclusão	de	pessoas	com	deficiência	 física.	
Tenho	 certeza	 que	 você	 encontrará	 pelo	 menos	 uma	 grande	
relação de jogos e brincadeiras adaptadas. 
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Finalizo	 este	 capítulo	 com	 uma	 contribuição	 referente	 ao	 atendimento	
especializado	nas	salas	multifuncionais.	Sugiro	que	você	assista	ao	vídeo	que	é	
apresentado	na	figura	a	seguir.
Figura:	 As	 salas	 multifuncionais	 deixaram	 de	 ser	 um	 item	 a	 mais	 nas	
instituições de ensino e se tornaram atrativas para as crianças com necessidades 
especiais	que	frequentam	o	eensino	regular.
28
 Prática Pedagógica em Deficiência Física
Figura	5	–	Salas	multifuncionais
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.youtube.com/
watch?v=gvlsEfOJX14>.	Acesso	em:	15	jan.	2013.
aLgumaS conSiDeraçõeS
Neste	 capítulo,	 atentamos	 para	 a	 trajetória	 da	 Educação	 Inclusiva	 no	
Brasil.	Apontamos	o	modo	 como	as	pessoas	 com	deficiência	 eram	 tratadas	na	
Antiguidade até a Declaração dos Direitos Humanos.
A partir da Declaração dos Direitos Humanos, apresentamos os principais 
documentos internacionais que tratam da Inclusão como: Declaração dos Direitos 
das	 Pessoas	 Deficientes,	 Declaração	 de	 Jomtien,	 Declaração	 de	 Salamanca,	
Convenção de Guatemala e Declaração Internacional de Montreal sobre 
Inclusão. Também sinalizamos para a importância em conhecer os documentos 
nacionais	que	norteiam	a	inclusão	no	país,	disponibilizados	no	site	do	Ministério	
da	Educação;	 o	ECA	–	Estatuto	da	Criança	e	Adolescente;	 a	LDB	9394/96	Lei	
de	Diretrizes	e	Bases	da	Educação	Nacional;,	a	Política	Nacional	da	Educação	
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e o Documento mais recente do 
Decreto	Nº	7.611,	de	17	de	novembro		de	2011,	que	dispõe	sobre	o	Atendimento	
Educacional Especializado (AEE), atentando para os materiaisadaptados e para 
o	atendimento	especializado	em	salas	multifuncionais.
29
Deficiência física: 
conceito, Histórico e LegisLação 
 Capítulo 1 
Finalizamos	 o	 capítulo	 com	 os	 estudos	 de	 Vygotsky	 que	 apontam	 para	 a	
supercompensação	da	deficiência	e	também	com	uma	reflexão	acerca	do	trabalho	
nas	salas	multifuncionais.
No	 próximo	 capítulo	 abordaremos	 a	 importância	 da	 inclusão	 no	 PPP	 da	
Escola.
Até lá!
referênciaS
BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial 
na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília,	MEC,	2008.	Disponível	em:	
<portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/política.pdf>.	Acesso	em:	10	ago.	2012.
______. DECRETO Nº 7.611.	Brasília,	MEC	17	DE	NOVEMBRO	DE	2011.	
Disponível	em:	<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/
Decreto/D7611.htm>.	Acesso	em:	10	ago.	2012.
GUGEL, Maria Aparecida.l. Pessoas com Deficiência e o Direito aoTrabalho. 
Florianópolis	:	Obra	Jurídica,	2007.
MITTLER, Peter. Educação inclusiva: contextos sociais. Trad. WindyzBrazão 
Ferreira. Porto Alegre: Artmed, 2003.
SILVEIRA,	Tatiana	dos	Santos	da;	NASCIMENTO,	Luciana	Monteiro	do.	
Educação Inclusiva. Indaial, Editora UNIASSELVI, 2011.
VIEIRA,	Fernando	David;	PEREIRA,	Mário	do	Carmo.	Se Houvera quem me 
ensinara...A	Educação	de	pessoas	com	Deficiência	Mental.	2°	ed.	Fundação	
Calouste	Gulbenkian,	Serviço	de	Educação.	Gráfica	de	Coimbra,	Lda	:	Setembro,	
2003.
VYGOTSKY, Lev S. Fundamentos da defectologia. Madrid: Portugal: Visor, 1997.
CAPÍTULO 2
a incLuSão e o PPP Da eScoLa: 
aDaPtaçõeS curricuLareS, 
ProceDimentoS De enSino e avaLiação
A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Compreender a importância da consonância entre o PPP da escola e a 
Legislação	referente	à	Educação	inclusiva. 
 3 Conhecer adaptações curriculares para propiciar a inclusão de crianças com 
deficiência	física	na	escola.	 
 3 Refletir	acerca	da	avaliação	nos	processos	de	inclusão	de	crianças	com	
necessidades especiais na escola a partir dos documentos norteadores das 
Práticas Pedagógicas. 
33
A inclusão e o PPP dA escolA: 
AdAPtAções curriculAres, 
Procedimentos de ensino e AvAliAção
 Capítulo 2 
contextuaLização
Este	capítulo	abordará	um	tema	muito	importante	no	que	tange	às	discussões	
e	aos	direcionamentos	para	a	inclusão	escolar	de	alunos	com	deficiência	física:	O	
Projeto	Político	Pedagógico	(PPP)	da	Escola.
 
Sabe-se que a compreensão da legislação é um grande passo para pensar 
a escola inclusiva, no entanto isto não basta se o PPP das escolas não tiver 
convergência	com	o	que	a	lei	preconiza,	se	não	existirem	adaptações	curriculares	
e discussão acerca da avaliação neste documento.
A partir de agora, discutiremos este entrelaçamento entre o PPP, a legislação, 
as adaptações curriculares e os processos de avaliação em busca da inclusão do 
deficiente	físico	nas	escolas.	
QuanDo a LegiSLação e o PPP Da 
eScoLa Se encontram
Escola	Inclusiva	significa	educar	todos	os	alunos	em	salas	de	aula	comuns;	
isto	 significa	 que	 todos,	 sem	 exceção,	 recebem	 educação	 e	 frequentam	 as	
mesmas	aulas.	E,	consequentemente,	significa	que	todos	recebem	oportunidades	
educacionais adequadas, além disso, é necessário também que o aluno ou seu 
professor	receba	e	busque	também	todo	o	auxílio	que	necessitar	e	para	oferecer	
este	ensino.	Mas,	além	disto,	a	escola	inclusiva	é	um	local	em	que	todos	fazem	
parte, em que existe aceitação e cooperação entre seus membros.
A educação inclusiva concebe a escola como um espaço de 
todos, no qual os alunos constroem o conhecimento segundo 
suas capacidades, expressam suas idéias livremente, 
participam	ativamente	das	tarefas	de	ensino	e	se	desenvolvem	
como	cidadãos,	nas	suas	diferenças.
Nas	escolas	inclusivas,	ninguém	se	conforma	a	padrões	que	
identificam	 os	 alunos	 como	 especiais	 e	 normais,	 comuns.	
Todos	 se	 igualam	 pelas	 suas	 diferenças!	 (BRASIL,	 2010,	
p.08)
Neste sentido, a inclusão escolar dispõe de algumas estratégias, a saber:
34
 Prática Pedagógica em Deficiência Física
• Frequência	de	 todos	os	alunos	
em sala de aula comum com a 
mesma	faixa	etária.
• Frequência	 do	 aluno	 com	
necessidades especiais 
em uma escola de sua 
comunidade.;
• O	 professor	 é	 responsável	 por	
todos os alunos, independente 
de	suas	peculiaridades;
• Inclusão do aluno na vida social 
da escola.
Figura	06	-	Inclusão	escolar
Fonte:	Disponível	em:	<http://
eusouluzpazeamor.blogspot.com/>.
Acesso em: 10 abr. 2013.
Essas	estratégias	não	devem	ser	pensadas	de	forma	isolada	e	sim	através	
do grupo de educadores das escolas a partir da legislação e da implementação 
nos	documentos	oficiais	da	escola,	entre	eles	o	PPP,	como	 também	da	própria	
prática.	“A	escola	comum	se	torna	inclusiva	quando	reconhece	as	diferenças	dos	
alunos diante do processo educativo e busca a participação e o progresso de 
todos, adotando novas práticas pedagógicas” (BRASIL, 2010, p.09). 
Segundo o documento “A escola Comum” do MEC: 
O	Projeto	Político	Pedagógico	é	o	instrumento	por	excelência	
para	melhor	desenvolver	o	plano	de	trabalho	eleito	e	definido	
por	um	coletivo	escolar;	 ele	 reflete	a	 singularidade	do	grupo	
que	 o	 produziu,	 suas	 escolhas	 e	 especificidades.	 (BRASIL,	
2010, p.10)
Para os autores deste documento, é ingenuidade pensar que 
ações isoladas e individualizadas garantem a inclusão na escola. A 
inclusão na escola comum precisa ser pensada por todos, necessita 
ser discutida por todos e vivenciada por todos.
A organização do PPP da escola e as discussões acerca da 
inclusão	escolar	permitem	um	diálogo	que	trata	das	especificidades	do	
É ingenuidade 
pensar que 
ações isoladas e 
individualizadas 
garantem a inclusão 
na escola. A 
inclusão na escola 
comum precisa 
ser pensada por 
todos, necessita ser 
discutida por todos 
e vivenciada 
por todos.
35
A inclusão e o PPP dA escolA: 
AdAPtAções curriculAres, 
Procedimentos de ensino e AvAliAção
 Capítulo 2 
ambiente,	da	comunidade,	enfim	do	contexto	da	escola!	Essa	discussão	deverá	
alicerçar, normatizar e institucionalizar as ações a serem desenvolvidas por toda a 
comunidade escolar. Assim o PPP deverá abordar:
• O contexto da escola.
• A concepção de inclusão.
• A compreensão do Atendimento Educacional Especializado.
• As estratégias de integração e socialização dos alunos.
• Os recursos e materiais adaptados.
• As adaptações curriculares.
• As	formas	de	registros	e	avaliação.
• A	função	social	da	escola	e	dos	sujeitos	envolvidos.
Figura 07- Construção coletiva
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.trxantoniocarlos.
seed.pr.gov.br>.	Acesso	em:	10	abr.	2013.
Para ampliar nosso conhecimento sobre o PPP da escola, 
sugerimos	 a	 leitura	 do	 texto	 da	 professora	 Maria	 Terezinha	 da	
Consolação Teixeira dos Santos.
36
 Prática Pedagógica em Deficiência Física
Este	texto	aponta	aspectos	fundamentais	referentes	ao	PPP	da	
Escola, bem como aspectos relacionados à inclusão escolar, dentro 
deste documento.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, AUTONOMIA 
E GESTÃO DEMOCRÁTICA
Autora - Maria Terezinha da Consolação Teixeira dos Santos
A constatação de que a realidade escolar é dinâmica e depende 
de	 todos	 dá	 força	 e	 sentido	 à	 elaboração	 do	 PPP,	 entendido	 não	
apenas como um mero documento exigido pela burocracia e 
administração	 escolar,	 mas	 como	 registro	 de	 significados	 a	 serem	
outorgados ao processo de ensino e de aprendizagem, que demanda 
tomada de decisões e acompanhamento de ações consequentes.
O PPP não pode ser um documento paralelo que não diz respeito, 
que	não	atravessa	o	cotidiano	escolar	e	 fica	 restrito	à	 categoria	de	
um arquivo ou de uma alegoria, de caráter residual. Ele altera a 
estrutura	escolar	e	escrevê-lo	e	arquivá-lo	nos	registros	da	escola	só	
serve	para	acomodar	a	consciência	dos	que	não	têm	um	verdadeiro	
compromissocom uma escola de todos, por todos e para todos.
Nossa legislação educacional é clara no que toca à 
exigência	 de	 a	 escola	 ter	 o	 seu	 PPP;	 ela	 não	 pode	 se	 furtar	 ao	
compromisso	 assumido	 com	 a	 sociedade	 de	 formação	 e	 de	
desenvolvimento do processo de educação, devidamente planejado. 
A	exigência	legal	do	PPP	está	expressa	na	LDBEN	-	Lei	Nº.	9.394/96	
que,	em	seu	artigo	12,	define,	entre	as	atribuições	de	uma	escola,	
a	 tarefa	 de	 “[...]	 elaborar	 e	 executar	 sua	 proposta	 pedagógica”,	
deixando	 claro	 que	 ela	 precisa	 fundamentalmente	 saber	 o	 que	
quer	 e	 colocar	 em	execução	esse	querer,	 não	 ficando	apenas	nas	
promessas ou nas intenções expostas no papel.
Ao sistematizar estas escolhas e decisões, o PPP, a partir 
de um estudo da demanda da realidade escolar cria as condições 
necessárias para a elaboração do planejamento e o desenvolvimento 
do trabalho da sua equipe e da avaliação processual das etapas e 
metas propostas.
Para	Gadotti	e	Romão	(1997),	o	Projeto	Político	Pedagógico	deve	
37
A inclusão e o PPP dA escolA: 
AdAPtAções curriculAres, 
Procedimentos de ensino e AvAliAção
 Capítulo 2 
ser entendido como um horizonte de possibilidades para a escola. 
O Projeto imprime uma direção nos caminhos a serem percorridos 
pela	 escola.	 Ele	 se	 propõe	 a	 responder	 a	 um	 feixe	 de	 indagações	
de seus membros, tais como: qual educação se quer e qual tipo de 
cidadão se deseja, para qual projeto de sociedade? O PPP propõe 
uma	organização	que	se	 funda	no	entendimento	compartilhado	dos	
professores,	alunos	e	demais	interessados	em	educação.	
Todas	 as	 intenções	 da	 escola,	 reunidas	 no	 Projeto	 Político	
Pedagógico,	 conferem-lhe	 o	 caráter	 POLÍTICO,	 porque	 ele	
representa	 a	 escolha	 de	 prioridades	 de	 cidadania	 em	 função	 das	
demandas sociais. O PPP ganha status PEDAGÓGICO ao organizar 
e sistematizar essas intenções em ações educativas alinhadas com 
as prioridades estabelecidas.
O caráter coletivo e a necessidade de participação de todos é 
inerente ao PPP, pois ele não se resume a um mero plano ou projeto 
burocrático,	 que	 cumpre	 as	 exigências	 da	 lei	 ou	 do	 sistema	 de	
ensino. Trata-se de um documento norteador das ações da escola 
que,	ao	mesmo	tempo,	oportuniza	um	exercício	reflexivo	do	processo	
para tomada de decisões no seu âmbito.
O	professor,	portanto,	ao	contribuir	para	a	elaboração	do	PPP,	
bem como ao participar de sua execução no cotidiano da escola, 
tem a oportunidade de exercitar um ensino democrático, necessário 
para	garantir	acesso	e	permanência	dos	alunos	nas	escolas	e	para	
assegurar a inclusão, o ensino de qualidade e a consideração das 
diferenças	dos	alunos	nas	salas	de	aula.	Exercer	esse	papel	como	um	
dos	mentores	do	PPP	não	é	uma	obrigação	formal,	mas	o	resultado	
de	um	envolvimento	pessoal	do	professor.	Nesse	sentido,	vem	antes	
a sua disposição de participar, porque contribuir é reconhecer a 
importância de sua colaboração para que o projeto se execute.
Nos	 textos	 legais,	 fica	 clara	 a	 ênfase	 dada	 ao	 Projeto	 Político	
Pedagógico de cada escola, bem como a reiteração de que a proposta 
seja	 construída	 e	 administrada	 à	 luz	 de	 uma	 gestão	 democrática.	
Evidencia-se na legislação o caráter da comunidade escolar participativa 
e ampliada para além dos muros escolares, com compromisso conjunto 
nos rumos da educação dos cidadãos. A gestão democrática ampliada 
nos contornos da comunidade ganha, por meio do texto legal, condições 
de ser exercida com autonomia.
Embora a escola não seja independente de seu sistema de 
38
 Prática Pedagógica em Deficiência Física
ensino, ela pode se articular e interagir com autonomia como parte 
desse sistema que a sustenta, tomando decisões próprias relativas 
às particularidades de seu estabelecimento de ensino e da sua 
comunidade. [...]
[...] Entretanto, mesmo outorgada por lei, a autonomia escolar é 
construída	aos	poucos	e	cotidianamente.	Do	ponto	de	vista	cultural	
e	educacional,	encontram-se	poucas	experiências	de	construção	da	
autonomia e do cultivo de hábitos democráticos. [...]
Os	professores	constroem	a	democracia	no	cotidiano	escolar	por	
meio de pequenos detalhes da organização da prática pedagógica. 
Nesse	sentido,	fazem	a	diferença:	o	modo	de	trabalhar	os	conteúdos	
com	os	alunos;	a	forma	de	sugerir	a	realização	de	atividades	na	sala	
de	 aula;	 o	 controle	 disciplinar;	 a	 interação	 dos	 alunos	 nas	 tarefas	
escolares;	 a	 sistematização	 do	AEE	 no	 contra-turno;	 a	 divisão	 do	
horário;	a	forma	de	planejar	com	os	alunos;	a	avaliação	da	execução	
das	atividades	de	forma	interativa.
Embora já tenhamos uma Constituição, estatutos, legislação, 
políticas	 educacionais	 e	 decretos	 que	 propõem	 e	 viabilizam	 novas	
alternativas para a melhoria do ensino nas escolas, ainda atendemos 
a alunos em espaços escolares semi ou totalmente segregados, tais 
como as classes especiais, as turmas de aceleração, as escolas 
especiais,	as	aulas	de	reforço,	entre	outros.	
O	salto	da	escola	dos	diferentes	para	a	escola	das	diferenças	
demanda conhecimento, determinação, decisão. As propostas de 
mudança variam e dependerão de disposição, discussões, estudos, 
levantamento de dados e iniciativas a serem compartilhadas pelos 
seus	 membros,	 enfim,	 de	 gestões	 democráticas	 das	 escolas,	 que	
favoreçam	essa	mudança.
Muitas decisões precisam ser tomadas pelas escolas ao 
elaborarem	 seus	 Projetos	 Político	 Pedagógicos,	 entre	 as	 quais	
destacamos algumas, que estão diretamente relacionadas com 
as	mudanças	que	se	alinham	aos	propósitos	da	 inclusão:	 fazer	da	
aprendizagem o eixo das escolas, garantindo o tempo necessário 
para	que	todos	possam	aprender;	reprovar	a	repetência;	abrir	espaço	
para que a cooperação, o diálogo, a solidariedade, a criatividade e 
o	 espírito	 crítico	 sejam	 praticados	 por	 seus	 professores,	 gestores,	
funcionários	 e	 alunos,	 pois	 essas	 são	 habilidades	mínimas	 para	 o	
exercício	da	verdadeira	cidadania;	valorizar	e	formar	continuamente	
39
A inclusão e o PPP dA escolA: 
AdAPtAções curriculAres, 
Procedimentos de ensino e AvAliAção
 Capítulo 2 
o	 professor,	 para	 que	 ele	 possa	 atualizar-se	 e	 ministrar	 um	
ensino de qualidade.
No	 nível	 da	 sala	 de	 aula	 e	 das	 práticas	 de	 ensino,	 a	
mobilização	do	professor	e/ou	de	uma	equipe	escolar	em	torno	
de uma mudança educacional como a inclusão não acontece 
de modo semelhante em todas as escolas. Mesmo havendo um 
Projeto	Político	Pedagógico	que	oriente	as	ações	educativas	da	
escola, há que existir uma entrega, uma disposição individual 
ou	 grupal	 de	 sua	 equipe	 de	 se	 expor	 a	 uma	 experiência	
educacional	 diferente	 das	 que	 estão	 habituados	 a	 viver.	 Para	
que	 qualquer	 transformação	 ou	 mudança	 seja	 verdadeira,	
as	 pessoas	 têm	 de	 ser	 tocadas	 pela	 experiência.	 Precisam	
ser	 receptivas,	 disponíveis	 e	 abertas	 a	 vivê-la,	 baixando	 suas	
guardas,	 submetendo-se,	 entregando-se	 à	 experiência	 [...]	
sem	 resistências,	 sem	 segurança,	 poder,	 firmeza,	 garantias	
(BONDÍA, 2002).
As mudanças não ocorrem pela mera adoção de práticas 
diferentes	de	ensinar.	Elas	dependem	da	elaboração	dos	professores	
sobre	 o	 que	 lhes	 acontece	 no	 decorrer	 da	 experiência	 educacional	
inclusiva que eles se propuseram a viver. O que vem dos livros e o 
que	 é	 transmitido	 aos	 professores	 nem	 sempre	 penetram	 em	 suas	
práticas.	A	experiência	a	que	nos	referimos	não	está	relacionada	com	
o tempo dedicado ao magistério, ao saber acumulado pela repetição 
de	uma	mesma	atividade	utilitária,	instrumental.	Estamos	nos	referindo	
ao	saber	da	experiência,	que	é	subjetivo,	pessoal,	relativo,	adquirido	
nas	ocasiões	em	que	entendemos	e	atribuímos	sentidos	ao	que	nos	
acontece,	ao	que	nos	passa,	ao	que	nos	sucede	ao	viver	a	experiência	
(BONDÍA, 2002).
O reconhecimento de que os alunos aprendem segundo suas 
capacidades não surge de uma hora para a outra, sóporque as 
teorias	 assim	 afirmam.	 Acolher	 as	 diferenças	 terá	 sentido	 para	 o	
professor	e	fará	com	que	ele	rompa	com	seus	posicionamentos	sobre	
o	 desempenho	 escolar	 padronizado	 e	 homogêneo	 dos	 alunos,	 se	
ele tiver percebido e compreendido por si mesmo essas variações, 
ao	 se	 submeter	 a	 uma	experiência	 que	 lhe	 perpassa	 a	 existência.	
O	 professor,	 então,	 desempenhará	 o	 seu	 papel	 formador,	 que	 não	
se restringe a ensinar somente a uma parcela dos alunos que 
conseguem atingir o desempenho exemplar esperado pela escola. 
Ele ensina a todos, indistintamente.
[...] Opor-se a inovações educacionais, resguardando-se no 
Mesmo havendo 
um Projeto Político 
Pedagógico que 
oriente as ações 
educativas da 
escola, há que 
existir uma entrega, 
uma disposição 
individual ou grupal 
de sua equipe 
de se expor a 
uma experiência 
educacional 
diferente das que 
estão habituados 
a viver.
40
 Prática Pedagógica em Deficiência Física
despreparo	para	adotá-las,	resistir	e	refutá-las	simplesmente,	distancia	
o	professor	da	possibilidade	de	se	 formar	e	de	se	 transformar	pela	
experiência.	Oposições	e	contraposições	à	inclusão	incondicional	são	
freqüentes	entre	os	professores	e	adiam	projetos	do	ensino	comum	e	
especial	focados	na	inserção	das	diferenças	nas	escolas.
É nos bancos escolares que se aprende a viver entre os nossos 
pares,	 a	 dividir	 as	 responsabilidades,	 a	 repartir	 tarefas.	 Nesses	
ambientes, desenvolvem-se a cooperação e a produção em grupo 
com	base	nas	diferenças	e	talentos	de	cada	um	e	na	valorização	da	
contribuição individual para a consecução de objetivos comuns de 
um mesmo grupo.
A interação entre colegas de turma, a aprendizagem colaborativa, 
a	solidariedade	entre	alunos	e	entre	estes	e	o	professor	devem	ser	
estimuladas.	 Os	 professores,	 quando	 buscam	 obter	 o	 apoio	 dos	
alunos	e	propõem	trabalhos	diversificados	e	em	grupo,	desenvolvem	
formas	de	compartilhamento	e	difusão	dos	conhecimentos	nas	salas	
de aula.
A	 formação	 de	 turmas	 tidas	 como	 homogêneas	 é	 um	 dos	
argumentos	de	defesa	dos	professores,	gestores	e	especialistas	em	
favor	 da	 qualidade	do	ensino,	 que	precisa	 ser	 refutado,	 porque	 se	
trata de uma ilusão que compromete o ensino e exclui alunos.
A	avaliação	de	caráter	classificatório,	por	meio	de	notas,	provas	
e	outros	 instrumentos	similares,	mantém	a	repetência	e	a	exclusão	
nas	 escolas.	 A	 avaliação	 contínua	 e	 qualitativa	 da	 aprendizagem,	
com a participação do aluno, tendo, inclusive, a intenção de 
avaliar	 o	 ensino	 oferecido	 e	 torná-lo	 cada	 vez	 mais	 adequado	 à	
aprendizagem de todos os alunos conduz a outros resultados. A 
adoção desse modo de avaliar com base na qualidade do ensino e 
da aprendizagem já diminuiria substancialmente o número de alunos 
que	são	indevidamente	avaliados	e	categorizados	como	deficientes	
nas escolas comuns.
Os	professores	em	geral	concordam	com	novas	alternativas	de	
se avaliar os processos de ensino e de aprendizagem e admitem que 
as	turmas	são	naturalmente	heterogêneas.	
Sentem-se,	 contudo,	 inseguros	 diante	 da	 possibilidade	 de	 fazer	
uso dessas alternativas em sala de aula e inovar as rotinas de trabalho, 
rompendo com a organização pedagógica pré-estabelecida.
41
A inclusão e o PPP dA escolA: 
AdAPtAções curriculAres, 
Procedimentos de ensino e AvAliAção
 Capítulo 2 
Ao	 contrário	 do	 que	 se	 pensa	 e	 se	 faz,	 as	 práticas	 escolares	
inclusivas não implicam um ensino adaptado para alguns alunos, 
mas	sim	um	ensino	diferente	para	todos,	em	que	os	alunos	tenham	
condições de aprender, segundo suas próprias capacidades, sem 
discriminações e adaptações.
A	 ideia	 do	 currículo	 adaptado	 está	 associada	 à	 exclusão	 na	
inclusão dos alunos que não conseguem acompanhar o progresso 
dos	demais	colegas	na	aprendizagem.	Currículos	adaptados	e	ensino	
adaptado	negam	a	aprendizagem	diferenciada	e	 individualizada.	O	
ensino escolar é coletivo e deve ser o mesmo para todos, a partir de 
um	único	currículo.	É	o	aluno	que	se	adapta	ao	currículo,	quando	se	
admitem	e	se	valorizam	as	diversas	formas	e	os	diferentes	níveis	de	
conhecimento de cada um.
[...] As propostas curriculares, quando contextualizadas, 
reconhecem e valorizam os alunos em suas peculiaridades de 
etnia,	 de	gênero,	de	cultura.	Elas	partem	das	vidas	e	experiências	
dos alunos e vão sendo tramadas em redes de conhecimento, que 
superam a tão decantada sistematização do saber. O questionamento 
dessas	peculiaridades	e	a	 visão	crítica	do	multiculturalismo	 trazem	
uma	 perspectiva	 para	 o	 entendimento	 das	 diferenças,	 a	 qual	 foge	
da tolerância e da aceitação, atitudes estas tão carregadas de 
preconceito e desigualdade.
Essa	concepção	questiona	a	exclusão	social	e	demais	 formas	
de privilégios e de hierarquias das sociedades contemporâneas, 
indagando	sobre	as	diferenças	e	apoiando	movimentos	de	resistência	
dos dominados.
Outras práticas educacionais inclusivas que derivam dos 
propósitos de se ensinar à turma toda, sem discriminações, por 
vezes	são	refutadas	pelos	professores	ou	aceitas	com	parcimônia,	
desconfiança	 e	 sob	 condições.	 Motivos	 não	 faltam	 para	 que	
eles se comportem desse modo. Muitos receberam sua própria 
formação	dentro	do	modelo	conservador,	que	foi	sendo	reforçado	
dentro das escolas. 
Fonte:	Disponível	em:	<http://arivieiracet.blogspot.com.br/2011/01/
projeto-politico-pedagogico.html>.	Acesso	em:	10	abr.	2013.
42
 Prática Pedagógica em Deficiência Física
Atividade de Estudos: 
1)	 E	 você	 pós-graduando,	 já	 participou	 da	 elaboração	 do	PPP	 da	
sua escola?
	 Com	base	no	texto	da	professora	Maria	Terezinha,	escreva	quais	
são os pontos mais comuns discutidos na elaboração dos PPP´s.
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A inclusão e o PPP dA escolA: 
AdAPtAções curriculAres, 
Procedimentos de ensino e AvAliAção
 Capítulo 2 
A	figura	a	seguir	ilustra	as	bases	para	a	construção	de	um	PPP.
Figura 08 - PPP escolar
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.moodle.ufba.br/file.php/8854/
ACERVO/Mapa_PPP.jpg>.	Acesso	em:	10	abr.	2013.
É importante lembrar que o PPP é um documento que deve ter sua construção 
alicerçada ao trabalho coletivo da escola, bem como deve estar em consonância 
com a legislaçãoque o ampara.
Participar da construção do PPP é um direito e uma obrigação 
de	toda	a	comunidade	escolar;	 torná-lo	um	documento	que	respeite	e	
valorize	as	diferenças	e	institucionalizá-lo	também	é	um	dever	de	todos.	
É importante lembrar 
que o PPP é um 
documento que deve 
ter sua construção 
alicerçada ao 
trabalho coletivo 
da escola, bem 
como deve estar em 
consonância com a 
legislação que 
o ampara.
44
 Prática Pedagógica em Deficiência Física
aDaPtaçõeS curricuLareS Para 
criançaS com Deficiência fíSica
As	 adaptações	 curriculares	 para	 crianças	 com	 deficiência	 física	
podem variar desde uma simples adaptação de material, como um 
engrossador de lápis, até adaptações que envolvem a comunicação 
alternativa,	 por	 exemplo.	Tais	 ações	dependerão	da	deficiência	 física	
apresentada pela criança ou pelo adolescente.
Indiferente	às	adaptações	planejadas	e	organizadas,	é	necessário	
compreender	as	características	das	escolas	inclusivas,	afinal	será	que	
todas	as	escolas	apresentam	 tais	características?	Será	que	 todas	as	
comunidades	escolares	apresentam-se	de	forma	inclusiva?
A	seguir	apresentaremos	as	principais	características	das	escolas	inclusivas	
segundo Sassaki (1997).
Figura	05	-	Características	das	escolas	inclusivas
1. Um senso de 
pertencer
Filosofia e visão de que todas as crianças pertencem à escola e 
à comunidade e de que podem aprender juntas.
2. Liderança A equipe Gestora envolve-se ativamente com a escola toda no provimento de estratégias.
3. Padrão de 
excelência
Os altos resultados educacionais refletem as necessidades individu-
ais dos alunos.
4. Colaboração e 
cooperação
Envolvimento de alunos em estratégias de apoio mútuo (ensino de 
iguais, sistema de companheiro, aprendizado cooperativo, ensino em 
equipe, co-ensino, equipe de assistência aluno-professor etc.).
5. Novos papéis e 
responsabilidades
Os professores falam menos e assessoram mais, psicólogos atuam 
mais junto aos professores nas salas de aula, todo o pessoal da 
escola faz parte do processo de aprendizagem.
6. Parceria 
com os pais
Os pais são parceiros igualmente essenciais na educação de seus 
filhos.
7. Acessibilidade Todos os ambientes físicos são tornados acessíveis e, quando necessário, é oferecida tecnologia assistiva.
Indiferente às 
adaptações 
planejadas e 
organizadas, 
é necessário 
compreender as 
características das 
escolas inclusivas.
45
A inclusão e o PPP dA escolA: 
AdAPtAções curriculAres, 
Procedimentos de ensino e AvAliAção
 Capítulo 2 
8. Ambientes flexíveis 
de aprendizagem
Espera-se que os alunos se promovam de acordo com o estilo e 
ritmo individual de aprendizagem e não de uma única maneira para 
todos.
9. Estratégias 
baseadas em 
pesquisas
Aprendizado cooperativo, adaptação curricular, ensino de iguais, 
instrução direta, ensino recíproco, treinamento em habilidades sociais, 
instrução assistida por computador, treinamento em habilidades de 
estudar etc.
10. Novas formas de 
avaliação escolar
Dependendo cada vez menos de testes padronizados, a escola 
usa novas formas para avaliar o progresso de cada aluno rumo aos 
respectivos objetivos.
11. Desenvolvimento 
profissional 
continuado
Aos professores são oferecidos cursos de aperfeiçoamento contínuo 
visando a melhoria de seus conhecimentos e habilidades para 
melhor educar seus alunos.
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.inclusao.com.br/projeto_
textos_22.htm>.	Acesso	em:	10	abr.	2013.
Quando uma escola caracteriza-se como inclusiva, constantemente avança 
em busca de novas estratégias para garantir a inclusão escolar, discutindo, 
pesquisando e inovando nas práticas educacionais. As adaptações envolvem 
muito mais do que organização de materiais e espaços, elas envolvem pessoas 
de	 diferentes	 segmentos	 e,	 segundo	 o	 documento	Adaptações	Curriculares	 do	
MEC	(BRASIL,	2000),	tais	adaptações	podem	ser	classificadas	como	de	pequeno	
ou grande porte. 
As Adaptações Curriculares de Pequeno Porte (Adaptações 
Não	Significativas)	são	modificações	promovidas	no	currículo,	
pelo	professor	de	forma	a	permitir	e	promover	a	participação	
produtiva dos alunos que apresentam necessidades especiais 
no processo de ensino e aprendizagem, na escola regular, 
juntamente com seus parceiros coetâneos. São denominadas 
de	 Pequeno	 Porte	 (Não	 Significativas)	 porque	 sua	
implementação encontra-se no âmbito de responsabilidade 
e	de	ação	exclusivos	do	professor,	não	exigindo	autorização,	
nem dependendo de ação de qualquer outra instância superior, 
nas	 áreas	 política,	 administrativa,	 e/ou	 técnica.	 (BRASIL,	
2000, p.08)
São consideradas adaptações de Pequeno Porte:
46
 Prática Pedagógica em Deficiência Física
ADAPTAÇÕES DE PEQUENO PORTE
• Criar condições físicas, ambientais e materiais para a participação do aluno.
• Favorecer os melhores níveis de comunicação e de interação.
• Favorecer a participação do aluno nas atividades escolares.
• Atuar para a aquisição dos equipamentos, recursos e materiais específicos.
• Adaptar materiais.
• Adotar sistemas alternativos de comunicação.
• Favorecer a eliminação de sentimentos de inferioridade.
• Posicionar o aluno de forma a facilitar-lhe o deslocamento na sala de aula, especial-
mente no caso dos que utilizam cadeiras de rodas, bengalas, andadores, etc..
• Utilizar recursos ou equipamentos que favoreçam a realização das atividades 
propostas em sala de aula: pranchas para escrita, presilhas para fixar o papel na 
carteira, suporte para lápis (favorecendo a preensão), presilha de braço, cobertura 
de teclado, etc.
• Utilizar os recursos ou equipamentos disponíveis que favoreçam a comunicação dos 
que estiverem impedidos de falar: sistemas de símbolos (livro de signos, desenhos, 
elementos pictográficos, ideográficos e/ou outros, arbitrários, criados pelo próprio 
professor juntamente com o aluno, ou criado no ambiente familiar, etc.), auxílios 
físicos ou técnicos (tabuleiros de comunicação, sinalizadores mecânicos, tecnologia 
de informática).
• Utilizar textos escritos complementados por material em outras linguagens e siste-
mas de comunicação (desenhos, fala, etc.).
Fonte:	Adaptado	de	BRASIL,	2000.	Disponível	em:
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/cartilha06.pdf>.	
Acesso em: 10 abr. 2013.
Figura 09 - Adaptações de pequeno por
te
Fonte:	Disponível	em:	<http://oolhardoeducador.blogspot.com/2010/07/o-
uso-da-tecnologia-assistiva-no.html>.	Acesso	em	10	abr.	2013.
47
A inclusão e o PPP dA escolA: 
AdAPtAções curriculAres, 
Procedimentos de ensino e AvAliAção
 Capítulo 2 
Para	 realizar	 as	 adaptações	 de	 pequeno	 porte,	 o	 professor	
inicialmente precisa rever sua prática, avaliando conteúdos, métodos, 
organização metodológica e didática e contexto em que seus alunos 
estão inseridos.
Quais seriam então as adaptações de grande porte?
Adaptações Curriculares de Grande Porte são 
ajustes cuja implementação depende de decisões 
e	 de	 ações	 técnico-político-administrativas,	
que	 extrapolam	 a	 área	 de	 ação	 específica	 do	
professor,	 e	 que	 são	 da	 competência	 formal	 de	
órgãos superiores da Administração Educacional 
Pública. (BRASIL, 2000, p.10)
ADAPTAÇÃO DE ACESSO 
AO CURRÍCULO
Adaptação do ambiente físico escolar.
Aquisição de mobiliário específico.
Aquisição dos equipamentos e recursos materiais 
específicos.
Adaptação de material de uso comum.
Capacitação continuada.
Efetivação de ações dos profissionais da área especial 
com o professor regular.
ADAPTAÇÃO DE OBJETIVOS Dentro da organização do PPP.
ADAPTAÇÃO DE CONTEÚDOS 
ESPECÍFICOS
Dentro da organização do PPP.
Participação da gestão na construção das práticas 
metodológicas.
ADAPTAÇÃO DO MÉTODO E ORGA-
NIZAÇÃO DIDÁTICA
Organização diferenciada na sala de aula.
Número de alunos.
ADAPTAÇÃO DO SISTEMA DE 
AVALIAÇÃO
Sistematização dos resultados.
Reformulações nas certificações.
HOMOGENEIDADE ETÁRIA Organização de turmas.
ADAPTAÇÃO DE 
TEMPORALIDADE.
Reformulaçãodo currículo escolar para atender às 
peculiaridades.
Fonte:	Adaptado	de	BRASIL,	2000.	Disponível	em:
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/cartilha05.pdf>.	Acesso	em:	10	abr.	2013.
Para realizar as 
adaptações de 
pequeno porte, 
o professor 
inicialmente 
precisa rever sua 
prática, avaliando 
conteúdos, métodos, 
organização 
metodológica e 
didática e contexto 
em que seus alunos 
estão inseridos.
48
 Prática Pedagógica em Deficiência Física
Figura 10 - Adaptações de Grande Porte
Fonte:	Disponível	em:	<www.deficienteciente.com.br>.	Acesso	em:	10	abr.	2013.
Em	 relação	 às	 adaptações	 para	 alunos	 com	 deficiência	 física,	 faz-se	
necessário:
Adaptação	do	edifício	escolar:	rampa	simples	com	inclinação	
adequada, rampa deslizante, elevador, banheiro, pátio de 
recreio, barras de apoio, alargamento de portas, etc.
Aquisição	de	instrumentos	e	de	equipamentos	que	favoreçam	
a comunicação e a participação do aluno nas atividades da 
vida escolar:
•	mobiliário:	cadeiras,	mesas	e	carteiras	adaptadas	em	função	
das	características	do	aluno;
• material de apoio para locomoção: andador, colete, abdutor 
de	pernas,	faixas	restritoras,	etc.;
• material de apoio pedagógico: pranchas ou presilhas para 
prender o papel na carteira, suporte para lápis, presilha de 
braço, tabuleiros de comunicação, sinalizadores mecânicos, 
tecnologia microeletrônica, sistemas aumentativos ou 
alternativos de comunicação (baseados em elementos 
representativos, em desenhos lineares, sistemas que combinam 
símbolos	 pictográficos,	 ideográficos	 e	 arbitrários,	 sistemas	
baseados	 na	 ortografia	 tradicional,	 de	 linguagem	 codificada,	
etc.),computadores	 que	 funcionam	 por	 contato,	 cobertura	 de	
teclado, etc. (BRASIL, 2000, p.15)
 As adaptações podem ser de pequeno ou grande porte, podem romper ou 
não	com	as	barreiras	atitudinais,	podem	propiciar	ou	não	a	inclusão;	no	entanto,	
as adaptações necessitam ser pensadas no coletivo da escola em busca da 
efetivação	 da	 inclusão	 escolar.	 A	 adequação	 do	 ambiente	 ou	 um	 material	
adaptado por si só não garante a inclusão, são necessárias atitudes em prol da 
escola inclusiva, a escola de todos e para todos.
49
A inclusão e o PPP dA escolA: 
AdAPtAções curriculAres, 
Procedimentos de ensino e AvAliAção
 Capítulo 2 
Atividade de Estudos: 
1) Agora que apresentamos as adaptações de pequeno e grande 
porte,	 perguntamos	 a	 você	 pós-graduando:	 quais	 dessas	
adaptações	você	já	vivenciou	em	sua	prática	pedagógica?
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Para saber mais:
 
Fonte:	Disponível	em:	<http://
portal.mec.gov.br/seesp/
arquivos/pdf/cartilha05.pdf>.	
Acesso em: 10 abr. 2013.
Fonte:	Disponível	em:
<http://portal.mec.gov.br/seesp/
arquivos/pdf/cartilha06.pdf>.	
Acesso em: 10 abr. 2013.
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/cartilha05.pdf
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/cartilha05.pdf
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/cartilha05.pdf
50
 Prática Pedagógica em Deficiência Física
avaLiação e incLuSão: um DiáLogo 
neceSSário 
Discutir	avaliação	não	é	uma	especificidade	da	inclusão,	mas	sim	da	escola,	
da	 comunidade,	 da	 educação.	 É	 necessário	 refletir	 acerca	 de	 	 possibilidades,	
avanços	e	dificuldades	de	aprendizagem	de	todas	as	crianças;	assim,	acima	de	
tudo, é importante indagar sobre alguns pontos principais que são:
• Quem avaliar?
• Como avaliar?
• Quando avaliar?
• O que avaliar?
Quando nos indagamos acerca dessas questões, pensamos na escola como 
um	todo	e	respeitamos	as	diferenças.
Quem avaliar?
Implica em um olhar global que compreende que a avaliação vai além de 
instrumentos	para	verificar	a	aprendizagem	dos	alunos,	levando	em	consideração	
as	 práticas	 dos	 professores	 e	 a	 própria	 filosofia	 da	 escola.	 É	 um	 constante	
repensar, reavaliar, criticar e potencializar.
Como avaliar?
Esta	indagação	implica	em	um	olhar	diferenciado	que	abrange	as	necessidades	
de	todos	os	alunos.	É	este	o	momento	de	o	professor	pensar	em	estratégias	que	
realmente apresentem um cenário sobre a aprendizagem dos alunos. 
Pensar	 em	 estratégias	 e	 instrumentos	 diferenciados	 para	 a	 avaliação	 dos	
alunos requer pesquisa acerca das necessidades, possibilidades e adaptações 
necessárias.
A	 avaliação	 de	 caráter	 classificatório,	 por	 meio	 de	 notas,	
provas	e	outros	 instrumentos	similares,	mantém	a	repetência	
e	a	exclusão	nas	escolas.	A	avaliação	contínua	e	qualitativa	da	
aprendizagem, com a participação do aluno, tendo, inclusive, 
a	 intenção	de	avaliar	o	ensino	oferecido	e	 torná-lo	cada	vez	
mais adequado à aprendizagem de todos os alunos conduz 
a outros resultados. A adoção desse modo de avaliar com 
base na qualidade do ensino e da aprendizagem já diminuiria 
substancialmente o número de alunos que são indevidamente 
avaliados	 e	 categorizados	 como	 deficientes	 nas	 escolas	
comuns. (BRASIL, 2000, p.15)
51
A inclusão e o PPP dA escolA: 
AdAPtAções curriculAres, 
Procedimentos de ensino e AvAliAção
 Capítulo 2 
O	olhar	do	professor	deve	estar	voltado	para	a	heterogeneidade,	
respeitando e valorizando a diversidade, e enriquecendo os processos 
de avaliação.
Figura	11	-	O	olhar	do	professor
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.ced.ufsc.br>.	Acesso	em:	10	abr.	2013.
Muitos alunos com necessidades especiais necessitam de avaliação 
adaptada, pois
abrir a possibilidade de se adaptar o sistema de avaliação 
para	 determinado	 aluno	 em	 função	 de	 suas	 necessidades	
educacionais especiais é uma das principais vias para 
se conseguir avaliar a aprendizagem desse aluno com 
responsabilidade	e	profissionalismo,	e	poder,	então,	promover	
os ajustes que se tornam necessários no processo de ensino 
para garantir seu desenvolvimento educacional. (BRASIL, 
2000, p.23).
Assim,	 faz-se	 necessário	 também	 avaliar	 as	 necessidades	 individuais	 das	
crianças.
O que e quando avaliar?
O olhar do 
professor deve 
estar voltado para 
a heterogeneidade, 
respeitando e 
valorizando a 
diversidade, e 
enriquecendo os 
processos 
de avaliação.
52
 Prática Pedagógica em Deficiência Física
A	 avaliação	 deve	 acontecer	 de	 forma	 intensiva	 durante	 todo	 o	 processo	
de	ensino	e	aprendizagem.	O	professor	 deve	avaliar	 constantemente	as	ações	
pedagógicas,	bem	como	o	modo	como	os	alunos	manifestam	sua	aprendizagem	
diante	 de	 tais	 ações.	 É	 necessário	 refletir	 sobre	 os	 aspectos	 qualitativos,	 os	
avanços,	 e	 as	 necessidades	 de	 forma	 processual,	 qualificando	 o	 trabalho	
pedagógico.
A avaliação pedagógica como processo dinâmico considera 
tanto	o	conhecimento	prévio	e	o	nível	atual	de	desenvolvimento	
do	 aluno	 quanto	 às	 possibilidades	 de	 aprendizagem	 futura,	
configurando	 uma	 ação	 pedagógica	 processual	 e	 formativa	
que analisa o desempenho do aluno em relação ao seu 
progresso individual, prevalecendo na avaliação os aspectos 
qualitativos que indiquem as intervenções pedagógicas do 
professor.	 No	 processo	 de	 avaliação,	 o	 professor	 deve	 criar	
estratégias considerando que alguns alunos podem demandar 
ampliação do tempo para a realização dos trabalhos e o uso 
da	 língua	 de	 sinais,	 de	 textos	 em	 Braille,	 de	 informática

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