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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I UTILIZANDO A LITERATURA PARA ENSINAR MATEMÁTICA COMO METODOLOGIA DE ENSINO DE CONTEÚDOS DO SEXTO ANO Rejane Maria Savegnago1 Sérgio Flávio Schmitz2 RESUMO: Este artigo aborda o que consideramos uma nova metodologia, ou seja, aliar o ensino de Matemática com a Literatura, repensando práticas enraizadas na pedagogia tradicional. Neste sentido o presente artigo tem como objetivo analisar algumas possibilidades de utilização da Literatura para o ensino-aprendizagem da Matemática, esperando ainda despertar o hábito de leitura dos estudantes dos sextos anos do Ensino Fundamental. Partindo de um estudo bibliográfico, buscamos explorar a possibilidade de utilização da Literatura para o ensino da Matemática como uma metodologia que pode ser utilizada no dia a dia da sala de aula. Destacamos que se bem planejadas as aulas aplicadas durante o processo de implementação mostraram-se proveitosas e geraram grande interesse e participação dos alunos. Consideramos também que a Literatura é uma das ferramentas que podem proporcionar aos alunos a leitura e a compreensão de mundo tão necessária na atualidade. Palavras-chave: Matemática. Literatura. Leitura. 1. INTRODUÇÃO No dia a dia de sala de aula percebemos a dificuldade em despertar o interesse dos alunos para com a disciplina de matemática, no entanto o desinteresse parece ser generalizado, atingindo não somente a disciplina de matemática, mas as outras disciplinas também. Torna-se então necessária a busca por novos encaminhamentos metodológicos para provocar no aluno esse interesse. Portanto, repensar as práticas pedagógicas enraizadas na nossa formação e tentar executar um diferente ensino da Matemática é uma das ações propostas pelo Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE do Estado do Paraná, que proporciona aos professores da rede estadual a oportunidade de buscar subsídios teórico-metodológicos para fundamentar melhor suas práticas pedagógicas com o auxílio dos professores das Instituições de Ensino Superior – IES parceiras do programa. A Literatura Infanto-Juvenil aparece como um possível caminho para a apresentação das noções matemáticas presentes no dia-a-dia da criança de 1 Professora do Colégio Estadual Olinda Truffa de Carvalho – Ensino Fundamental e Médio, rejanemariasavegnago@hotmail.com. 2 Professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE – Campus de Cascavel, Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas, profsergiof@gmail.com. mailto:rejanemariasavegnago@hotmail.com mailto:profsergiof@gmail.com uma forma contextualizada e principalmente diferente, pois, como destacam as autoras Smole, Candido e Stancanelli: Integrar literatura nas aulas de matemática representa uma substancial mudança no ensino tradicional da matemática, pois em atividades deste tipo, os alunos não aprendem primeiro a matemática para depois aplicar na história, mas exploram a matemática e a história ao mesmo tempo. (SMOLE et al., 1999, p. 12). Apesar de parecer estranha a utilização da Literatura como recurso nas aulas de matemática não é um tema novo. Encontramos além de livros que tratam diretamente da temática, outros em que ela faz parte das sugestões dos educadores/pesquisadores e ainda vários artigos publicados que estudam o tema de algum modo. A integração da Matemática com a Literatura pode tornar o processo de ensino aprendizagem mais atrativo e inovador para alunos e professores. Porém, é necessário estabelecer objetivos e propostas concisas que serão, quiçá, de total relevância para a obtenção dos resultados, pois: Diariamente convivemos com vários tipos de linguagens, tais como: corporal, de mímica, de barras, culta, inculta, artística, gráfica, cada uma com suas características e seus modos de expressão. A matemática também possui uma linguagem própria que se apresenta com seus termos, símbolos, tabelas, gráficos, entre outros. [...] Como toda linguagem, a linguagem matemática é um movimento na história das civilizações. Houve época em que ela era prolixa e ambígua, por exemplo: no Egito antigo, a variável (ou incógnita) era “ahá”, que significa montão (no sentido de muitos). Já os europeus e árabes escolheram a palavra “coisa” para designar quantidades desconhecidas. Euclides utilizava figuras (linguagem geométrica) para estudar questões de aritmética ou de álgebra; [...]. Até o século XVI, a linguagem matemática não utilizava vírgula (decimal), nem os sinais de vezes, maior, menor e igual. [...] Com o objetivo de tornar-se mais precisa a linguagem matemática evoluiu, pois tanto a figura como a palavra, muitas vezes são ambíguas. No entanto, a história da matemática mostra-nos que não foi sem dificuldades que os matemáticos conseguiram formas de traduzir questões de linguagem vulgar para linguagens matemática e vice-versa. (LORENZATO, 2010, p. 43, destaques do autor). Essas traduções nem sempre ocorrem de maneira adequada, pois, em todos os dias nos deparamos com situações que necessitam leitura e interpretação de informações matemáticas ou não, por isso, buscamos contextualizar alguns conteúdos matemáticos de uma maneira diferente daquela proposta pelos livros didáticos, pois, de acordo com as Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica de Matemática (DCE): [...] no ensino dos conteúdos escolares, as relações interdisciplinares, evidenciam, por um lado, as limitações e as insuficiências das disciplinas em suas abordagens isoladas e individuais e, por outro, as especificidades próprias de cada disciplina para a compreensão de um objeto qualquer. (PARANÁ, 2008, p. 27). Deste modo, a utilização da Literatura nas aulas de Matemática pode ser um caminho adequado para que os alunos compreendam de fato os conteúdos matemáticos. Pressupõe-se que as obras de Literatura selecionadas como recurso didático e metodológico possam contribuir no processo de interação na sala de aula em um ambiente no qual os alunos dos 6º anos despertem gosto pela leitura; sejam participativos e questionadores; interessem-se pelo que acontece ao seu redor e sejam capazes de interpretar essas diferentes situações, pois, como já destaca Machado: Para enfrentar as dificuldades com o ensino de Matemática, mais do que despertar o interesse pelas suas aplicações práticas, é fundamental desvelar sua beleza intrínseca, sua vocação para a apreensão dos padrões e das regularidades na natureza, suas relações diretas com os ritmos, com a música, com as artes de modo geral. (MACHADO, 2012, p. 13). 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLÓGICA 2.1 Um pouco sobre leitura O professor e pesquisador Ezequiel Theodoro da Silva, enumera os seguintes aspectos significativos do fenômeno da leitura: 1. O Homem, na inacabável busca de sua existência, deve situar- se com outros seres humanos nos diferentes horizontes da cultura. 2. O situar-se do Homem no mundo somente é possível de ser realizado através de linguagens específicas que fazem circular o sentido. 3. Essas linguagens expressam significados, produtos culturais e históricos, gerando Comunicação. Então, para participar da História e da Cultura, o Homem deve compreender os significados através das linguagens presentes na cultura. 4. O Ato de Ler é uma necessidade concreta para a aquisição de significados e, consequentemente, de experiência nas sociedades onde a escrita se faz presente. (SILVA, 2011, p. 109). Portanto, despertar o interesse pelo hábito da leitura, que há muito tempo vem sendo deixado em segundo plano, é, sem dúvida, primordial para o professor, pois: a leitura vem perdendo muito espaço para os meios de comunicação como a televisão, o cinema, a internet, o videogame, a música entre outros; as crianças estão preferindoas revistas aos livros; os pais não incentivam os filhos, comprando livros ou mesmo lendo na presença deles; alguns educadores não solicitam a leitura de obras literárias com a frequência ideal; outros relatam que não há interesse dos educandos nas obras literárias; os investimentos das escolas em livros literários não são satisfatórios, sendo estes, apenas alguns dos problemas enfrentados nesse processo. O professor Ricardo Azevedo, questiona: Mas o que é exatamente um leitor? Ele próprio elabora uma resposta, qual seja: De um certo ponto de vista, é possível dizer que leitores são simplesmente pessoas que sabem usufruir os diferentes tipos de livros, as diferentes “literaturas” – científicas, artísticas, didático- informativas, religiosas, técnicas, entre outras – existentes por aí. Conseguem, portanto, diferenciar uma obra literária e artística de um texto científico; ou uma obra filosófica de uma informativa. Leitores podem ser descritos como pessoas aptas a utilizar textos em benefício próprio, seja por motivação estética, seja para receber informações, seja como instrumento para ampliar sua visão de mundo, seja por motivos religiosos, seja por puro e simples entretenimento. (AZEVEDO, 2004, p. 38, destaque do autor). Porém, na atualidade temos tantas outras formas de entretenimento proporcionadas pelos meios de comunicação de massas, que utilizam variados recursos, entre eles, e mais usado, o recurso visual (o das imagens prontas), tornando ainda mais árdua a tarefa que nós educadores temos, qual seja, resgatar o hábito de boas leituras, pois: A leitura se manifesta, então, como a experiência resultante do trajeto seguido pela consciência do sujeito em seu projeto de desvelamento do texto. É essa mesma experiência (ou vivência dos horizontes desvelados através do texto) que vai permitir a emergência do ser leitor. Por sua vez, os novos significados apreendidos na experiência do leitor fazem com que este se posicione em relação ao documento lido, o que pode gerar possibilidades de modificação do texto evidenciado através do documento, ou seja, a incrementação dos seus significados. (SILVA, 2011, p. 110, destaques do autor). Para despertar o interesse para com as obras literárias, estas, precisam ser de certa forma, contemporâneas, mas o que define essa contemporaneidade? Nelly Novaes Coelho em obra revisada recentemente coloca-nos que: Enfim, o que hoje define a contemporaneidade de uma literatura é sua intenção de estimular a consciência crítica do leitor; leva-lo a desenvolver sua própria expressividade verbal ou sua criatividade latente; dinamizar sua capacidade de observação e reflexão em face do mundo que o rodeia; e torna-lo consciente da complexa realidade em transformação que é a sociedade, em que ele deve atuar quando chegar a sua vez de participar ativamente do processo em curso. (COELHO, 2000, p. 151, destaque do autor). Para que o aluno desenvolva a consciência crítica de leitor é necessário que domine a leitura, não bastando apenas saber ler e sim entender o que está lendo; que possa fazer as suas próprias interpretações dessa leitura, associando o que leu a algum fato ocorrido; que seja capaz de uma atitude ou um comportamento espelhado em uma obra literária, pois, como destaca a DCE da disciplina de Língua Portuguesa: Nestas Diretrizes, compreende-se a leitura como um ato dialógico, interlocutivo, que envolve demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas de determinado momento. Ao ler, o indivíduo busca as suas experiências, os seus conhecimentos prévios, a sua formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as várias vozes que o constituem. (PARANÁ, 2008, p. 56). Logo, quanto mais o aluno lê, maior será o conhecimento adquirido, pois, em qualquer área do conhecimento, a leitura é aquela que deve conduzir à compreensão das mais diversas linguagens, possibilitando com isso: a conquista da sua autonomia no processo de ensino/aprendizagem. 2.2 Um pouco sobre literatura O dicionário Aulete Digital, dá as seguintes definições para a palavra Literatura: (li.te.ra.tu.ra) 1. Liter. Arte que usa a linguagem escrita como meio de expressão; 2. Teoria ou estudo da composição literária; 3. Conjunto da produção literária de um país, de uma época etc. (literatura francesa); 4. Conjunto das obras que tratam de determinado tema; BIBLIOGRAFIA: "É ao patriarca da literatura médica no Brasil, o Dr. João Ferreira da Rosa" (Gilberto Freyre, Casa grande e senzala); 5. Fig. Os escritores, os poetas de uma sociedade, país etc.; 6. O conjunto dos conhecimentos sobre obras e autores literários; disciplina, matéria, curso sobre esses conhecimentos: Passou com ótima nota em literatura; 7. Fig. A carreira ou a profissão, o ofício das letras; 8. Pop. Pej. Irrealidade, inverdade, ficção; 9. As instruções, ger. em folheto, que acompanham certo produto [F.: Do lat. litteratura, ae.] (AULETE DIGITAL, 2014). Consideramos então que a Literatura exerce influência pedagógica ou educativa sobre a criança, quer pela contribuição na formação do seu pensamento, quer pelos modelos que apresenta. Na medida em que o contato com a Literatura molda a mente e o coração da criança vai influenciando-a e, de acordo com Calvino (1991), citado por Smole, Cândido e Stancanelli (1999, p. 11) tornando-a “capaz de desenvolver sua capacidade de imaginar, fantasiar e criar a partir das imagens visíveis no texto”. Contudo, o que levar em consideração quando se pensa em trabalhar com Literatura na escola? A professora Maria Amélia Dalvi apresenta os seguintes princípios: a) Tornar o texto literário “acessável” e acessível: é necessário que a literatura não apenas esteja disponível em todos os lugares da escola, mas que seja tornada compreensível, discutível, próxima. b) Promover o maior número pensável de eventos de leitura literária para que a memória (física, emocional, psíquica, linguística) de leitor de literatura efetivamente se constitua. c) Familiarizar os leitores em formação com todos os gêneros (poema lírico, poema narrativo, carta, bilhete, peça, enquete, piada, provérbio, tirinha, poema visual, narrativa curta, narrativa longa), suportes e modos de apresentação (visual, verbal, fílmica, musical, escrita, oral) do texto literário que forem possíveis – como parte inerente a esse trabalho, é necessário discutir tudo isso (a linguagem, o gênero, o suporte, o modo de apresentação, o estilo) com a equipe escolar e com os estudantes. d) Reconhecer que a mudança de suportes e de modos de apresentação implica alteração recepcional (portanto, não basta trazer o texto em “si mesmo”): é preciso trazer o livro, o tablet, a cópia, o outdoor, a gravação, a declamação, o cartaz etc. e conversar sobre os impactos que são perceptíveis. e) Valorizar o contexto da escrita e leitura – e, claro, de acesso – para a constituição de saberes sobre o literário. f) Instituir a pesquisa e o conhecimento como inerentes à atividade de leitura literária (para ler um texto é necessário saber sobre ele, seu autor, seu suporte, seus contextos, seus mecanismos, seus diálogos intertextuais, suas alusões à história). g) Permitir a experiência de ensaiar escrever/produzir literatura, como resposta amorosa ao ato de ler. h) Contra tudo e contra todos, jamais revogar o estatuto de arte e seu direito-dever de não respeitar todas as convenções instituídas: jamais permitir que a literatura seja tomada como mero meio para um fim (por mais “nobre” que seja), como “recurso”, “veículo” ou “ilustração” do que quer que seja. i) Compreender e explicar que nem todas as leituras são válidas – e explicitar os critérios que, caso a caso, legitimam umas leituras e invalidam outras. j) Evitar mutilar os textos e as obras: procurar sempre trabalhar com textos integrais e, se possível, em seus diferentes modos de publicação (a parte de uma obra guarda relação – e, portanto, exigeatenção – com o todo de onde foi retirada etc.). k) Tomar como critério principal de escolha a diversidade de (de gêneros, suportes, modos, escritas, sensibilidades, recursos, estéticas, períodos históricos, modos de ilustração, etc.) e o “perigo” e a “potência” que o texto oferece. l) Jamais lançar um leitor à leitura sem considerar os riscos envolvidos (e tentar, tanto quanto possível, equacionar idade, adequação vocabular e temática, grau de inovação, questionamento à doxa etc.): o professor de literatura sabe e reconhece que existem horizontes (e se esforça arduamente para identifica-los), mas entende que deve expandi-los, e não confirmá-los (o humor, o respeito pelo leitor e o apelo à curiosidade são excelentes antídotos às obras ruins que o mercado oferece). m) Avaliar sem punir, avaliar para promover a aprendizagem e principalmente a aproximação e o respeito, avaliar com rigor, mas sem desprezar a “rugosidade” inerente ao próprio processo de avaliação, avaliar com critérios claros e enunciáveis, avaliar a partir do diálogo, avaliar avaliando a própria avaliação: a efetividade e a qualidade da leitura são as únicas coisas realmente importantes. n) Pautar que os textos pressupõem certos leitores (idade, contexto, repertório etc.): desejar que nossos alunos sejam os “leitores certos” para o maior número possível de obras – em quantidade e em qualidade. o) Inserir os estudantes em circuitos ou sistemas mais e mais amplos: bibliotecas, salas de leitura, feiras culturais e literárias, lançamentos, frequência a sebos, rodas de leitura, mesas de debates, encontros com escritores, ilustradores e tradutores, leitura de críticas e resenhas jornalísticas, pesquisa na internet, criação de adaptações, paródias, homenagens, recriações, traduções. p) Fazer da leitura literária uma sedução, um desafio, um prazer, uma conquista, um hábito: para isso, incorporá-la ao cotidiano escolar (e extraescolar) de todos (e talvez principalmente do próprio professor, como leitor em evidência). (DALVI, 2013, p. 81, destaques do autor). Portanto, a criança deve ser iniciada na Literatura desde bebê, pois, ela vive uma realidade só sua, por meio das histórias contadas, poesias, músicas, parlendas, gibis, livros de literatura infantil, manuseio de livros e álbuns de fotografias dentre outros materiais. No contato com os livros, particularmente com o livro infantil, é que se pode influenciar na vida da criança. O livro traz o conhecimento do mundo, do homem, das coisas da natureza, dos animais, dentre tantas outras possibilidades. A narrativa oral inicia a criança na palavra, nos sons, no ritmo, nos símbolos, na memória; despertando a sensibilidade, levando a criança ao mundo da imaginação. Quando a criança começar de fato a aprender a ler, reconhecendo os signos da língua materna, inicia-se o processo de socialização e de racionalização da realidade, despertando-a para os desafios e questionamentos de qualquer natureza. Nelly Novaes Coelho, pesquisadora e autora de livros sobre Literatura Infanto-Juvenil afirma: [...] para que o convívio do leitor com a literatura resulte efetivo, nessa aventura espiritual que é a leitura, muitos são os fatores em jogo. Entre os mais importantes está a necessária adequação dos textos às diversas etapas do desenvolvimento infantil/juvenil. (COELHO, 2000, p. 32). Esta mesma autora, separa essas etapas em estágios, quais sejam: pré- leitor, separado em duas fases: (primeira infância – de 15/17 meses até 3 anos, e segunda infância de 2/3 anos até 6/7anos); leitor iniciante (6/7 anos até 8/9 anos); leitor em processo 8/9 anos até 10/11 anos); leitor fluente (10/11 anos até 12/13 anos) e leitor crítico (a partir de 12/13 anos). A partir deste último ponto, conhecido também como pré-adolescência, o leitor “vive” a experiência narrada, aprofundando seu conhecimento de mundo, abstraindo, confrontando ideias, despertando a consciência crítica e reflexiva do mundo que o rodeia, pois como já destaca a DCE da disciplina de Língua Portuguesa: A literatura, como produção humana, está intrinsecamente ligada à vida social. O entendimento do que seja o produto literário está sujeito a modificações históricas, portanto, não pode ser apreensível somente em sua constituição, mas em suas relações dialógicas com outros textos e sua articulação com outros campos: o contexto de produção, a crítica literária, a linguagem, a cultura, a história, a economia, entre outros. (PARANÁ, 2008, p. 57). Contudo, o que significa ler nessa nossa era voltada ao consumo? A ensaísta e tradutora Ligia Cademartori, aponta que: A maior parte da vida social foi mediatizada, de tal modo que, para um número significativo de estudantes, o contato interpessoal ocorre por via de computador e celular. Aqueles que não dispõem desses meios vivem forma cruel de exclusão, porque o cruzamento das vozes, em grande medida, por aí é que se dá. O livro em geral e a literatura de modo especial emitem vozes mais sutis e menos ressonantes em meio à barafunda dos discursos. Essa percepção do lugar da literatura na sociedade não costuma ser confortante a nenhum professor. No entanto, manter a consciência ingênua em relação ao fato ajuda muito pouco. Para promover a leitura, mais efetivo é atuar com algum conhecimento da forma de sociedade em que vivemos e onde, persistentes, divulgamos a literatura. (CADEMARTORI, 2012, p. 121). Essas questões atuais requerem que o ensino efetive um movimento contínuo de leitura, “que parta do conhecido para o desconhecido, do simples para o complexo, do semelhante para o diferente, com o objetivo de consolidar o repertório cultural do aluno” como muito bem coloca Cosson (2014, p. 47). 2.3 Um pouco sobre Matemática e Literatura A matemática, muitas vezes é ensinada de maneira distante da realidade, utilizando uma linguagem com a qual os alunos não estão habituados, diferentemente da linguagem materna, com a qual esses alunos mantem contato desde muito cedo; a princípio, na oralidade, e após, com a entrada dessa criança na educação infantil inicia-se o processo de alfabetização, onde ela passa a conhecer melhor os símbolos dessa língua materna. Porém, é somente muito mais tarde que essa criança é apresentada aos símbolos matemáticos mais elaborados, o que torna a linguagem matemática formal e abstrata. Sobre isso, Lorenzato diz que: Nos dias atuais, a linguagem matemática caracteriza-se por ser resumida e precisa, além de possuir expressões, regras vocábulos e símbolos próprios. Exemplos disso são as fórmulas matemáticas que se tornam estigmas para muitos; elas são resultado de processos históricos e o significado de cada um de seus símbolos precisa ser conhecido para que possam ser compreendidas e empregadas corretamente. Cada fórmula representa uma síntese final de um processo e, por isso mesmo, pode ser enigmática para aqueles que tentam começar seus estudos por ela, tornando-se um convite à memorização sem nexo. (LORENZATO, 2010, p. 44). São muitas as obras atualmente acessíveis que permitem a integração da Matemática com a Literatura, pois como já escreveram Smole, Candido e Stancanelli: A literatura infantil tem sido apresentada como uma prática pedagógica aberta, atual, que permite à criança conviver com uma relação não passiva entre linguagem escrita e falada. De algum modo a literatura aparece à criança como um jogo, uma fantasia muito próxima ao real, uma manifestação do sentir e do saber, o que permite a ela inventar, renovar e discordar. (SMOLE et al., 1999, p. 12). Em publicação mais recente, Hahn, Hollas e Andreis, destacam que: As relações entre Literatura e a Matemática, se corretamente articuladas, podem ser compreendidas como possibilidades para vincular o contexto cultural e social às aulas, fazendo uma ponte entre o concreto e o abstrato, aspecto fundamental para a contextualização de conteúdos matemáticos, podendo, inclusive,proporcionar ao estudante a capacidade de análise crítica sobre o mundo que o cerca, além de desenvolver a capacidade de argumentação, expressão e sistematização. (HAHN et al., 2012, p. 19). Portanto, esperamos apresentar uma forma diferenciada de ensino da Matemática, buscando um aprendizado significativo, uma ampliação do conhecimento dos conceitos matemáticos e, o desenvolvimento das capacidades necessárias para uma boa interpretação, (de)codificação dos vários símbolos, matemáticos ou não. 3. IMPLEMENTAÇÃO: DISCUSSÕES E ANÁLISES A Matemática está presente no nosso cotidiano, dela se “usa” e “abusa”, os meios de comunicação estão constantemente divulgando pesquisas e reportagens que se utilizam diretamente da Matemática (muitas vezes de forma errônea, deturpando resultados, transmitindo uma falsa ideia como verdadeira), disto decorre a importância de saber lidar e operar bem com os símbolos e conteúdos matemáticos, pois como já destacavam os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs): A compreensão e a tomada de decisões diante de questões políticas e sociais também dependem da leitura e interpretação de informações complexas, muitas vezes contraditórias, que incluem dados estatísticos e índices divulgados pelos meios de comunicação. Ou seja, para exercer a cidadania, é necessário saber calcular, medir, racionar, argumentar, tratar informações estatisticamente, etc. (BRASIL, 1997, p. 30). Então, a utilização da Literatura nas aulas de Matemática pode contribuir para desmistificar esses pré-conceitos que afetam o ensino e a aprendizagem de Matemática. Partindo dessas ideias, o professor Samuel afirma: A questão que se coloca aqui, a partir da discussão, é que de alguma maneira os significados matemáticos precisam ser trazidos, e precisamos remeter-nos a essa situação de construção do pensamento também a partir das palavras, particularmente na escola. Nós precisamos fazer um trabalho em que os diferentes significantes, no caso da “raiz” ou no caso dos “números primos”, por exemplo, sejam ampliados nas suas significações para produzirem os sentidos. (BELLO, 2012, p. 54, destaques do autor). Sabemos que a Literatura exprime através das palavras a história, a cultura, as descobertas científicas e os avanços tecnológicos (dentre outros), das mais diferentes épocas e dos mais variados povos. Muitos desses relatos, inicialmente, foram repassados oralmente, porém, com o advento da escrita temos uma forma de tornar esses relatos permanentes usando a Literatura. Esperamos apresentar uma forma diferenciada de ensino, buscando um aprendizado significativo, uma ampliação do conhecimento dos conceitos matemáticos, e, o desenvolvimento das capacidades necessárias para uma boa interpretação, (de)codificação dos vários símbolos (matemáticos ou não). Na implementação do projeto em sala de aula utilizamos as seguintes obras literárias: O Pequeno Príncipe; Aritmética da Emília; Diálogo Lúdico da LITERATURA e a MATEMÁTICA; Pra que serve o zero?; Curvo ou reto olhar secreto; As três partes. Além disso, foram utilizados também poemas e poesias que estão disponíveis na internet. Inicialmente, propomos a leitura das obras literárias e ou trechos selecionados; em seguida realizamos os questionamentos previamente elaborados sobre as histórias e identificamos os elementos matemáticos presentes nelas. Após, foi realizada a conceituação dos elementos matemáticos desconhecidos e a retomada dos já conhecidos; em seguida, foram disponibilizados vários exercícios de fixação dos conteúdos estudados. Os alunos puderam criar pequenas histórias, a partir da história lida, nos mais diferentes formatos literários e com os mais diferentes materiais, e, depois socializaram essas histórias na sala de aula por meio de uma roda de histórias. Durante esse processo pudemos perceber que: os alunos mostraram grande interesse pelas obras selecionadas; a maioria gosta de ler em voz alta; todos querem responder aos questionamentos; identificam palavras desconhecidas ao seu vocabulário; criam facilmente poemas, poesias e histórias; gostam das aulas diferenciadas; empenham-se na confecção dos seus “livros” e, realizam pesquisas, sempre que solicitado. Quanto ao conteúdo matemático trabalhado, percebemos alguma dificuldade no entendimento dos números maiores do sistema de numeração decimal principalmente na leitura e na escrita, na noção de antecessor e sucessor de alguns números e na composição e decomposição dos mesmos. Das operações básicas retomadas no sexto ano, percebemos que a subtração e a divisão são as operações em que eles apresentam maior dificuldade, porém, se contextualizados à moeda corrente (real) as questões eram resolvidas sem dificuldades, especialmente na operação de divisão tentamos associar a divisão com a multiplicação, que eles dominam, obtendo resultados positivos. Também, retomamos alguns conceitos de geometria e apresentamos outros novos, usando o Tangram como material complementar as obras selecionadas. 3.1 Discussões das contribuições do GTR à implementação O grupo de Trabalho em Rede – GTR é uma das atividades obrigatórias do PDE, que é caracterizado pela interação virtual entre os professores PDEs e os demais professores da rede estadual de educação, visando discutir sobre o projeto de intervenção pedagógica na escola de atuação do professor e a sua respectiva produção didática, que é aquela que pretende dar sustentação ao projeto de intervenção e quiçá atingir aos objetivos inicialmente propostos. A questão norteadora do projeto de intervenção foi: É a Literatura Infanto-Juvenil uma possibilidade de despertar o interesse pela Matemática, desenvolvendo nos alunos as capacidades de raciocínio, de interpretação, e, de conduzi-los ao Letramento? Para dar conta dessa questão, na produção didática, procuramos desenvolver uma proposta de ensino e aprendizagem relacionando a Literatura Infanto-Juvenil e a Matemática, partindo de algumas obras (livros, poemas, poesias, entre outras) como recurso didático- metodológico para o ensino de alguns conteúdos de Matemática para os alunos dos 6º anos do ensino fundamental. Os colegas cursistas empenharam-se nas leituras solicitadas e pesquisaram novas publicações para debater com propriedade sobre o assunto. Uma das questões colocadas no GTR é se eles consideravam possível a relação das disciplinas de Matemática e Literatura, destaco aqui algumas dessas contribuições: A linguagem matemática é única, mas se juntarmos a linguagem materna, o entendimento em torno das situações matemáticas se torna mais fácil; A linguagem matemática só se torna realmente significativa se puder ser usada para resolução de alguma situação ou problema. Mas para que isso seja possível é necessário que a situação a ser resolvida seja primeiro compreendida, ou seja, interpretada. Nesse aspecto está a importância da leitura como rotina, ou seja, saber interpretar fatos, analisar dados e responder adequadamente o que se precisa; Com certeza. De acordo com pesquisas, através da conexão estabelecida entre literatura e matemática é possível criar situações que encorajam os alunos a compreenderem e se familiarizarem com a linguagem matemática, promovendo ligações cognitivas entre o raciocínio lógico-matemático e a linguagem; Claro que é possível e vejo como fundamental para que o aprendizado “compartimentado” em disciplinas específicas passem a fazer mais sentido para o aluno. A partir do momento que o aluno percebe que conceitos vistos em uma disciplina complementam ou são complementados em outras, esse conhecimento pode vir a tornar-se significativo; A linguagem matemática é uma realidade e existe, muitos de nossos alunos ficam surpresos quando falamos que a matemática não é só números e existem letras e interpretações. Quando iniciamos a parte algébricaparece que estamos falando de um bicho de sete cabeças e essa resistência dificulta o aprendizado e quando usamos e articulamos a interdisciplinaridade vemos que o resultado é maior. Percebo que alunos acostumados a leitura diária são mais confiantes e tem mais facilidade em ler e interpretar problemas que envolvam maior grau de dificuldade. Certamente essa relação entre as disciplinas é de suma importância e promoverá o envolvimento e o interesse do aluno que resultará na aprendizagem que é a meta principal. E é importante que haja a articulação entre as disciplinas, mas para isso o professor precisa estar em frequente sintonia com os demais professores da turma, e que haja o maior número de professores possível conhecedores da proposta, a partir do momento que o aluno perceba que as disciplinas se inter-relacionam, ficarão mais atentos e terão mais interesse; É possível sim essa relação, pois no Colégio onde trabalho, executamos um projeto de leitura onde cada professor dentro de sua disciplina faz a interdisciplinaridade acontecer, pois em conformidade com a LDB o educando deverá desenvolver a compreensão do significado das letras e das artes, por meio do processo histórico de transformação da sociedade e da cultura. Sendo assim sabemos que a literatura torna o aluno mais compreensivo e receptivo à sociedade e ao seu semelhante, pois a linguagem é responsável pela expressão que a própria sociedade produz e demanda; Com certeza essa relação é possível. Segundo estudos, os livros infantis servem de material suplementar. Através deles, o professor providencia um contexto onde a matemática está presente de maneira mais natural. Integrar literatura nas aulas de matemática, provoca pensamentos matemáticos através dos questionamentos ao longo da leitura, a fim de proporcionar aos alunos um momento de interação de duas disciplinas e a construção do conhecimento, na realização de atividades que explorarão a matemática a partir de um texto literário. Nesse tipo de metodologia os alunos trabalham com a história e a matemática ao mesmo tempo e são capazes de interpretar o texto apresentado em diferentes maneiras, utilizando-se de diversas linguagens. Portanto, através da conexão entre Literatura e Matemática, podemos criar situações em sala de aula que encorajem os alunos a compreenderem e a se familiarizarem mais com a linguagem matemática, estabelecendo ligações cognitivas entre a linguagem materna, os conceitos da vida real e a linguagem matemática formal. Outra questão colocada aos cursistas foi: Qual a relação do projeto de intervenção pedagógica com os desafios identificados pelo professor PDE em sua escola? Destaca seguir, algumas das contribuições dos colegas professores e cursistas: Estamos vivendo uma época de grandes transformações em nossa sociedade e, estas mudanças podem ser percebidas visivelmente na escola, estamos na era da comunicação, tudo esta interligado, não existem mais barreiras, tudo é muito amplo. E, diante deste contexto não podemos limitar nossa prática, mas ampliá-la e uma metodologia que pode favorecer esse propósito é o uso da literatura em sala de aula, haja visto que a literatura amplia nosso conhecimento, traz o lúdico, desenvolve a expressividade e a criatividade; A utilização da literatura nas aulas de matemática possibilita despertar o gosto pela leitura, interpretando diferentes situações ao seu redor. Despertar o interesse pelo hábito de ler é um desafio para o professor, pois a leitura vem perdendo espaço para os meios de comunicação visual, a maioria dos pais também não incentivam a leitura. O ato de ler é uma necessidade para a aquisição de significados, sem isso, a visão de mundo fica comprometida. Para o aluno desenvolver a consciência crítica, ele precisa dominar a leitura, assimilar o conhecimento transmitido nas diversas linguagens conquistando sua autonomia no processo ensino aprendizagem; Sem dúvida, é importante explorar metodologias que inserem a leitura de diferentes textos no processo de ensino aprendizagem da matemática, pois possibilita uma compreensão mais global dos conteúdos e a interpretação de sua linguagem, com seus códigos e símbolos. Nessa perspectiva, o aluno poderá desenvolver habilidades necessárias para que possam interpretar, descrever e analisar os fenômenos que ocorrem na realidade social. Nas discussões, identificamos que os cursistas em sua totalidade já desenvolvem algo relacionado ao tema discutido, talvez por esse motivo tenham escolhido participar do GTR em questão, foram várias as contribuições com sugestões de atividades que puderam acrescentar muito ao trabalho inicialmente proposto. Alguns professores trabalham também com a História da Matemática como ponto de partida dos conteúdos a serem abordados, apresentando resultados satisfatórios, outros trabalham com a problematização, instigando os alunos a (re)formularem conceitos acerca dos conteúdos estudados, buscando com isso retirá-los da sua inércia intelectual. Também surgiram observações quanto à importância de discutir e abordar novas metodologias para que o ensino da Matemática torne-se cada vez melhor, para que isto de fato ocorra foi mencionado que é necessário que a formação inicial e também a continuada dos profissionais sejam revistas, com vistas a aprimorar as práticas e os procedimentos didático-metodológicos desses profissionais. Porém, para que isso de fato se efetive são necessárias políticas públicas que auxiliem nessa formação; que as IES sejam parceiras nesse aprimoramento (o PDE é um exemplo bom disso); e, que o professor em questão esteja aberto a novas formas de ensinar e de aprender. Outra consideração levantada foi quanto ao uso das novas tecnologias: Como usá-las a nosso favor? È possível formar leitores que usem a internet? Pois, para sermos leitores é necessário um certo nível de comprometimento, porém, comprometer-se nem sempre está nos planos dos nossos alunos. Dentre outros fatores que poderiam ser revistos nas escolas os professores destacaram: Poucos momentos de discussão no coletivo da escola; Aluno que está dentro da sala não atrapalha a escola; Falta de hábito de estudos pelos alunos; Alfabetização no tempo certo; Experimentar novas metodologias não traz danos ao conteúdo a ser trabalhado; È necessário um planejamento rigoroso para as aulas diferenciadas; Que o conhecimento não é fragmentado e sim o que envolve o todo. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Desenvolvendo este trabalho, iniciado com o Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, continuado com a Produção Didático-pedagógica e finalizado com a Implementação na escola de lotação - Colégio Estadual Olinda Truffa de Carvalho (Cascavel-PR), nas turmas de sextos anos (A, B e C) do turno vespertino, e, posteriormente com o Grupo de Trabalho em Rede. Trabalho que teve o intuito de desenvolver uma proposta de ensino e aprendizagem relacionando a Literatura e a Matemática, partindo de algumas obras (livros, poemas, poesias, entre outras) como recurso didático- metodológico para o ensino de alguns conteúdos de Matemática, pudemos perceber que: A Literatura pode sim ser usada como ferramenta para o ensino- aprendizagem de alguns conceitos matemáticos, pois, amplia a possibilidade de integração das diferentes dimensões do conhecimento, rompe com a monotonia, desperta a curiosidade, melhora a oralidade e a capacidade de argumentação e de estruturação do pensamento, e, sem dúvida aumenta enormemente a capacidade de interpretação das mais variadas situações, sejam elas matemáticas ou não; O uso de textos literários variados (narrativas, poesias, textos informativos entre outros) com conteúdos matemáticos, despertaram o interesse dos alunos por outras obras sugeridas; A leitura dos textos de várias maneiras (em grupo, individual,meninos/meninas, pela professora, entre outras) propiciou a participação de todos, além disso, os alunos percebem as palavras diferentes e gostam de saber seu significado, por isso, o dicionário foi muito utilizado em todas as aulas. As aulas diferenciadas chamaram a atenção dos alunos e propiciaram uma grande participação em todas as atividades; Comparando com turmas de anos anteriores notamos que os alunos obtiveram melhor resultado nas avaliações, para os mesmos conteúdos. Isto, porém, pode ser devido à base adquirida durante o ensino fundamental fase I; Quando solicitada a criação de poesias, poemas e histórias mais elaboradas, todos os alunos empenharam-se em realizar a atividade proposta da melhor forma, surgindo até certa competição de quem ia criar a poesia mais criativa, o poema mais legal ou a história mais bonita; Enfim, concluímos que a Literatura e a Matemática podem sim formar um “par perfeito”, pois a Literatura é uma das ferramentas que pode proporcionar ao aluno a leitura e a compreensão dos elementos matemáticos ou não, presentes nos diferentes tipos de textos, e, quanto mais diferentes esses textos forem, maior será o aproveitamento dos alunos. 5. REFERÊNCIAS AULETE DIGITAL. 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