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DIREITO PENAL

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Sumário 
 
PARTE GERAL .................................................................................................... 4 
CONCEITO DE DIREITO PENAL E CRIME ........................................................ 4 
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES ......................................................................... 7 
FATO TÍPICO, ILÍCITO E CULPÁVEL ............................................................... 11 
ITER CRIMINIS OU CAMINHO DO CRIME ....................................................... 31 
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL .................................................................... 35 
LEI PENAL NO TEMPO ..................................................................................... 42 
LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA ............................................................ 44 
TEMPO DO CRIME............................................................................................ 44 
TERRITORIALIDADE......................................................................................... 45 
LUGAR DO CRIME ............................................................................................ 46 
EXTRATERRORIALIDADE ................................................................................ 47 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ ........................ 49 
ARREPENDIMENTO POSTERIOR ................................................................... 50 
CRIME IMPOSSÍVEL ......................................................................................... 51 
AGRAVAÇÃO PELO RESULTADO ................................................................... 52 
ERRO DE TIPO ................................................................................................. 53 
DESCRIMINANTES PUTATIVAS ...................................................................... 53 
ERRO DETERMINADO POR TERCEIRA PESSOA .......................................... 54 
ERRO SOBRE A PESSOA ................................................................................ 54 
ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO ............................................................. 55 
DO CONCURSO DE PESSOAS ........................................................................ 56 
CIRCUNSTÂNCIAS INCOMUNICÁVEIS ........................................................... 59 
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CASOS DE IMPUNIBILIDADE ........................................................................... 59 
TEORIAS E ESPÉCIES DE PENA .................................................................... 60 
PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE .............................................................. 63 
RECLUSÃO E DETENÇÃO ............................................................................... 63 
FIXAÇÃO DO REGIME INICIAL DE PENA ........................................................ 64 
PROGRESSÃO DE REGIME ............................................................................. 66 
REGRAS DO REGIME FECHADO .................................................................... 69 
REGRAS DO REGIME SEMIABERTO .............................................................. 70 
REGRAS DO REGIME ABERTO ....................................................................... 70 
SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL ...................................................... 71 
DETRAÇÃO ....................................................................................................... 71 
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS ............................................................... 72 
MULTA ............................................................................................................... 78 
FIXAÇÃO DA PENA ........................................................................................... 81 
CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES E ATENUANTES ..................................... 84 
CÁLCULO DA PENA.......................................................................................... 93 
CONCURSO DE CRIMES ................................................................................. 94 
CRIMES ABERRANTES .................................................................................... 99 
LIMITES DAS PENAS ...................................................................................... 101 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA ........................................................ 102 
LIVRAMENTO CONDICIONAL ........................................................................ 105 
EFEITOS SECUNDÁRIOS DA CONDENAÇÃO .............................................. 110 
REABILITAÇÃO ............................................................................................... 117 
MEDIDAS DE SEGURANÇA ........................................................................... 119 
AÇÃO PENAL .................................................................................................. 122 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE ....................................................................... 125 
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4PARTE ESPECIAL ........................................................................................... 130 
CRIMES CONTRA A VIDA .............................................................................. 130 
CRIMES PATRIMONIAIS ................................................................................. 160 
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL .................................................... 214 
CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA ........................................... 229 
CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA .......................................................... 233 
CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA .................................................................. 241 
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ......................................... 257 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA ....................................................................... 304 
 
Professor: Rodrigo Cesar Picon de Carvalho 
 
 
 
Rodrigo Cesar Picon de Carvalho: Advogado formado pelo Centro 
Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves (UNIPTAN) em 2014; 
pós-graduado em Direito Penal Econômico pela Pontifícia Universidade 
Católica de Minas Gerais (PUC-Minas); pós-graduando em Lei Geral de 
Proteção de Dados pela Faculdade Legale; autor dos livros “Direitos Difusos e 
Coletivos”, “Código Penal Comentado” e “Marco Legal das Startups”; colunista 
na área de Direito Penal; Penal Econômico; Proteção 
 
 
 
PARTE GERAL 
CONCEITO DE DIREITO PENAL E CRIME 
 
 Conceito de Direito Penal 
 
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O Direito Penal é o conjunto de regras que delimitam o poder punitivo do Estado, 
determinando quais condutas são consideradas infrações penais e quais as penas 
respectivas, além de esculpir regras inerentes à sua aplicabilidade. 
 Apesar de haver divergência doutrinária, atualmente é pacífico o entendimento 
de que Direito Penal ou Direito Criminal são a mesma coisa. A primeira legislação criminal 
após a Independência do Brasil foi um Código Criminal (1830); porém, as legislações 
posteriores tiveram a nomenclatura de Direito Penal (Códigos de 1890 e 1940). 
 A doutrina entende que o conceito de Direito Penal possui dois aspectos: formal e 
social. O aspecto formal se dá no conjunto das normas jurídicas o qual o Estado veda 
determinadas condutas e impõe sanção penal para o descumprimento da vedação. O aspecto 
social, por sua vez, o Direito Penal é um dos métodos de controle da sociedade pelo Estado. 
 Por fim, o Direito Penal é subdividido em Direito Penal objetivo e subjetivo. O Direito 
Penal Objetivo é constituído de normas penais incriminadoras e não incriminadoras. Já o 
Direito Penal Subjetivo se constitui do chamado jus puniendi, ou seja, o direito de punir do 
Estado. 
 
Conceito de crime 
 
O termo crime possui intenso debate sobre o seu conceito. Isso ocorre porque a 
legislação determina apenas que crime é a infração penal que a lei comine pena de detenção 
ou reclusão, isolada ou cumulativamente com a pena de multa (artigo 1º do Decreto-Lei 
3.914/41). Diferencia-se da contravenção penal porque, nesta modalidade de infração penal, 
a lei comina pena de prisão simples ou multa, isolada ou cumulativamente. 
 Trata-se, porém, na doutrina, de conceito parco e falho. Não se pode simplesmente 
definir que é crime aquilo que a lei determina pena de detenção ou reclusão. Esta definição é 
importante somente para a segregação entre crime e contravenção penal criada pela 
legislação brasileira. Para o estudo doutrinário, há a necessidade de um conceito mais 
elaborado, que reforça o que é crime para evitar que dê poderes extensos ao legislador para 
este definir o que é e o que não é crime. 
 Criou-se, portanto, três conceitos para o crime. O primeiro conceito é aquele que 
se entende que o crime é o comportamento humano que gera lesão ou perigo de lesão a bem 
jurídico (conceito material). O segundo conceito é o qual crime é a conduta proibida por lei 
sob ameaça de sanção (conceito formal sintético); por fim, o último conceito entende que 
crime é a concepção do fato típico, ilícito e culpável (conceito formal analítico – a chamada 
concepção tripartite). 
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 Crime, portanto, pode ser entendido como a conduta típica ilícita, praticada por ser 
culpável, de intensa reprovabilidade social que gera lesão ou perigo de lesão a bem jurídico 
protegido por lei. Não basta a ilicitude na conduta para ser caracterizada como crime. É 
necessário, também, que afete efetivamente bem jurídico protegido por lei ou que gere, pelo 
menos, perigo de lesão. 
Bem jurídico penalmente tutelado é aquele bem próprio da pessoa ou da 
coletividade que o Direito Penal considera significativo o suficiente para ter a proteção da lei 
penal. Podemos determinar como bens jurídicos a vida, patrimônio, liberdade, liberdade 
sexual, honra (bem da pessoa), saúde pública, incolumidade pública, fé pública, paz pública, 
Administração Pública, ordem tributária, ordem consumerista, dentre outros (bem da 
coletividade). 
 Ademais, há necessidade de a conduta ilícita possuir intensa reprovabilidade social. 
O crime é a conduta que a sociedade abomina, reprova. Somente condutas intensamente 
reprováveis socialmente podem se tornar crimes. Do contrário, qualquer conduta que viola a 
norma vigente e afete bem jurídico com lesão ou ameaça seria considerado crime – como 
questões de trânsito, p.ex. - não havendo a devida limitação à atuação estatal. 
 Há ainda as contravenções penais, nas quais que são as condutas de média 
reprovabilidade social e ínfima lesão ou ameaça a lesão a bem jurídico penalmente tutelado. 
Quem define o que é crime e o que é contravenção penal é a própria legislação que tipifica 
a conduta, levando em consideração a pena aplicada e o artigo 1º do Decreto-Lei 3.914/41. 
 Exemplo: as condutas de guardar e disparar munição, portar arma de fogo ou 
dirigir sem ter a devida Carteira de Motorista eram tipificados comocontravenção pelo 
Decreto-Lei 3.688/41 (artigos 18, 28, 19 e 32, respectivamente). Com o advento da Lei 
9.437/97 – revogada pelo Estatuto do Desarmamento – e do Código de Trânsito Brasileiro 
(Lei 9.503/97), ambas em 1997, as quatro condutas acima citadas deixaram de ser 
contravenções penais e se tornaram crimes. 
 Outros exemplos importantes de condutas que eram contravenções penais e 
passaram a ser crime conforme a intenção do legislador podemos destacar os crimes de 
racismo (tipificadas como contravenção pela Lei 1.390/51 e 7.437/75, tornando-se crime pela 
Lei 7.716/89), crimes do meio ambiente (tipificadas como contravenção pelo Código 
Florestal de 1965 e criminalizadas pela Lei 9.605/98) e o crime de servir bebida alcoólica a 
menor de idade (contravenção pelo artigo 63, I da Lei de Contravenções Penais e atual crime 
do artigo 243 do ECA). 
Ao mesmo tempo, nada impede que futuramente um ato hoje considerado crime seja 
considerado contravenção penal por uma legislação nova. 
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CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES 
 
A doutrina brasileira classifica os crimes da seguinte forma: 
 
 Crime comissivo: é aquele cometido mediante ação, ou seja, comportamento positivo 
(artigo 157 do CP, p.ex.). 
 
 Crime omissivo: é aquele cometido mediante omissão, ou seja, comportamento 
negativo, abstinência no agir quando deveria (artigo 135 do CP, p.ex.). 
 
 Crime hediondo: é aquele a qual possui gigantesca reprovabilidade social e que se 
encontram expressamente definidos no taxativo rol na Lei 8.072/90. 
 
 Crime de menor potencial ofensivo: é aquele a qual possui mínima reprovabilidade 
social, tendo como pena máxima até 02 (dois) anos de prisão (artigo 61 da Lei 9.099/95). 
 
 Crime comum: é aquele no qual possui normal reprovabilidade social, não sendo nem 
hediondo nem de menor potencial ofensivo. 
 
 Crime equiparado: é o crime em que não é definido por lei como hediondo, mas se 
aplica, por força de lei, todos os efeitos que afetam os crimes hediondos. Atualmente, são 
crimes equiparados tráfico de entorpecentes (artigo 33 da Lei 11.343/06); tortura (artigo 1º da 
Lei 9.455/97) e terrorismo (artigos 2º a 6º da Lei 13.260/16). 
 
 Crime material: é aquele que, para ocorrência da consumação, há necessidade da 
produção naturalística de um resultado (artigo 121 do CP, p.ex.). Neste caso, a execução e 
consumação se dão em intervalos diferentes, mas a consumação e o exaurimento ocorrem 
simultaneamente. 
 
 Crime formal: conhecido também como crime de consumação antecipada, é aquele 
a qual a consumação se dá com a realização da conduta prevista no núcleo do tipo penal, 
não havendo necessidade de produção naturalística do resultado (artigo 159 do CP, p.ex.). 
Neste caso, consumação e exaurimento se dão em tempos diferentes. 
 
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 Crime de mera conduta: neste tipo de crime, o tipo penal apenas narra o 
comportamento a qual pretende proibir ou impor, não mencionando resultado material ou 
exigindo sua produção (artigo 150 do CP e artigos 12 e 14 da Lei 10.826/03, p.ex.). 
 
 Crime comum: é aquele em que qualquer pessoa pode praticar (homicídio, furto, 
roubo, p.ex.). 
 
 Crime próprio: há exigência de qualidade ou condição especial do sujeito ativo ou 
passivo (peculato, corrupção passiva, p.ex.). 
 
 Crime de mão própria: é aquele a qual não é possível transferir ou delegar a 
execução, sendo que somente determinadas pessoas podem praticá-los (falso testemunho, 
p.ex.). 
 
 Crime instantâneo: é aquele que consuma no instante da conduta praticada pelo 
agente, podendo o iter criminis ser fracionado ou não (lesão corporal, p.ex.). 
 
 Crime instantâneo de efeitos permanentes: é aquele crime instantâneo cujo 
resultado é irreversível, permanente (homicídio, p.ex.). 
 
 Crime permanente: é aquele cuja consumação se prolonga no tempo, podendo 
ocorrer a prisão em flagrante a qualquer momento (sequestro, p.ex.) 
 
 Crime a prazo: é aquele cujo tipo penal exige decurso de certo espaço de tempo para 
sua configuração (crime de apropriação de coisa achada, p.ex.). 
 
 Crime de dano: há necessidade de efetiva lesão ao bem juridicamente protegido pelo 
tipo para sua consumação (roubo, homicídio, estupro, p.ex.). 
 
 Crime de perigo: é a modalidade de crime que prevê a consumação apenas com a 
geração de perigo de dano ao bem juridicamente protegido. É subdividido em: 
 
a) Crimes de perigo concreto: Nos crimes de perigo concreto, há necessidade de 
comprovação de efetivo risco ao bem jurídico para sua configuração (incêndio e direção de 
veículo automotor sem carteira, p.ex.). 
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b) Crimes de perigo abstrato: Nos crimes de perigo abstrato, a mera prática do 
comportamento previsto no tipo penal consuma o crime, presumindo-se a situação de risco 
ao bem jurídico (crime de embriaguez ao volante, p.ex.). 
 
 Crime político: é aquele crime na qual ofende o bem jurídico segurança internaou 
externa do Estado. 
 
 Crime de opinião: é o crime cometido quando do abuso no uso do direito 
constitucional de pensamento e expressão (crimes contra a honra, de incitação ou apologia 
ao crime ou crime de racismo, p.ex., a depender do caso concreto). 
 
 Crime habitual: há necessidade de comportamento reiterado pelo agente para sua 
configuração (curandeirismo, p.ex.). 
 
 ATENÇÃO! Há os chamados crimes habituais impróprios, nos quais não há 
necessidade de comportamento reiterado do agente para configuração do crime, mas a 
reiteração não se transforma em múltiplos crimes. Exemplo: crime de gestão fraudulenta ou 
temerária de instituição financeira (artigo 4º da Lei 7.402/86). Um único ato fraudulento na 
gestão da instituição já caracteriza o crime, mas múltiplos atos continuam sendo como o 
mesmo crime. 
 
 Crime monossubjetivo: aquele cuja conduta núcleo do tipo pode ser praticado por 
apenas uma única pessoa, sendo o concurso de pessoas facultativo (homicídio, furto, roubo, 
peculato, estupro, p.ex.). 
 
 Crime plurissubjetivo: é aquele cuja conduta núcleo do tipo só pode ser praticado 
por duas ou mais pessoas, sendo necessário o concurso de pessoas (rixa e associação 
criminosa, p.ex.). 
 
 Crime principal: aquele a qual não há necessidade de existência de outro crime para 
sua configuração (homicídio, furto, lesão corporal, roubo, estupro, p.ex.). 
 
 Crime acessório: é o crime em que há necessidade de existência de outro crime para 
sua existência (receptação e lavagem de dinheiro, p.ex.). 
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 Crime transeunte: aquela modalidade de crime cuja prática não deixa vestígios 
(injúria, ameaça, calúnia, p.ex.). 
 
 Crime não transeunte: é o crime em que há produção de vestígios, necessitando a 
prova pericial (homicídio, lesão corporal, p.ex.). 
 
 Crime uniofensivo: é o crime que ofende somente um único bem jurídico penalmente 
tutelado (homicídio, lesão corporal, furto, p.ex.). 
 
 Crime pluriofensivo: é o crime em que, concomitantemente, ofende dois ou mais 
bens jurídicos penalmente tutelados (latrocínio, p.ex.). 
 
 Crime unissubsistente: é aquele em que há impossibilidade de fracionar o iter 
criminis, havendo uma única concentração de atos (injúria, p.ex.). Neste caso, não há que se 
falar na figura da tentativa, eis que a execução e consumação ocorrem simultaneamente. 
 
 Crime plurissubsistente: há possibilidade de fracionamento do iter criminis, 
permitindo vislumbrar de forma distinta os momentos da cogitação, preparação e execução 
da infração penal (roubo e homicídio, p.ex.) 
 
 Crime de forma livre: não há necessidade de comportamento especial, definido pela 
lei, para sua caracterização (homicídio e lesão corporal, p.ex.) 
 
 Crime de forma vinculada: há fixação pela lei o modo como o crime será praticado, 
para sua caracterização (curandeirismo e charlatanismo, p.ex.) 
 
 Crime de dupla subjetividade passiva: quando o crime necessariamente atinge o 
bem jurídico penalmente tutelado de duas ou mais pessoas (p.ex., crime de violação de 
correspondência, que são vítimas remetente e destinatário). 
 
 Crime de responsabilidade: é a conduta político-administrativa cometido por 
ocupantes de determinados cargos, cuja sanção é a declaração da vacância, perda do cargo 
e sua inabilitação para as funções públicas. Os crimes de responsabilidade encontram-se 
descritos na Lei 1.079/50 e no Decreto-Lei 201/67 (em relação aos Prefeitos). 
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 Crime de ação múltipla: são os que veem multiplicidade de condutas no núcleo do 
tipo penal. Subdivide-se em dois tipos: 
 
a) tipo misto alternativo: a multiplicidade de condutas não implica multiplicidade de 
crimes, havendo apenas um único. 
 
Exemplo: crime de tráfico de entorpecentes esculpido no artigo 33 da Lei 
11.343/06, que prevê 18 (dezoito) condutas proibidas pelo tipo penal. Aquele que, 
por exemplo, importar, preparar, ter em depósito, transportar e vender droga 
cometerá um único crime, sendo a multiplicidade de condutas apenas determinante 
para fixação da pena-base. 
 
b) tipo misto cumulativo: há múltipla punição por múltiplas condutas. Se o agente 
cometer mais de uma ação descrita no mesmo tipo penal responderá por mais de 
um crime em concurso material. Damos como exemplo o crime do artigo 242 do 
Código Penal: 
 
 Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de 
outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando 
direito inerente ao estado civil: 
 Pena - reclusão, de dois a seis anos. 
 
Caso o agente dá como próprio parto alheio e registra como seu filho de outrem, 
responderá por dois crimes do artigo 242 do CP, em concurso material. 
 
FATO TÍPICO, ILÍCITO E CULPÁVEL 
 
O crime é composto de três requisitos: tipicidade, ilicitude e culpabilidade. Ausente 
qualquer um dos requisitos, não há que se falar em crime. Pode-se falar em fato típico; 
típico e ilícito; mas jamais em crime. O exemplo claro é a conduta praticada por menor de 
idade – inimputável e, portanto, ausente o requisito da culpabilidade. Não há crime praticado 
pelo menor de dezoito anos, mas sim fato típico e ilícito. 
 
TIPICIDADE é a subsunção perfeita entre a conduta praticada pelo agente e a descrita 
na legislação penal como crime. Todo crime existente no ordenamento jurídico brasileiro é 
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composto da redação da conduta proibida e da respectiva pena a ser imposta no caso de 
transgressão. Se o agente cometer uma conduta na qual se encaixa perfeitamente em 
determinada lei penal, em tese, o agente estaria cometendo um fato típico. 
Entretanto, não basta a mera subsunção da conduta e da norma para a conduta ser 
considerada típica. Há necessidade de outros fatores, que são: 
 
Conduta humana dolosa ou culposa, comissiva ou omissiva: conduta é a ação ou 
omissão do ser humano, de forma consciente e visa atingir uma finalidade. Possui como 
características imprescindíveis as seguintes: 
 
a) o comportamento do ser humano. Só pode ser autor de uma conduta pessoa 
física, nunca um animal irracional ou um agente vago, como a coletividade, por exemplo. 
Exceção: responsabilidade penal das pessoas jurídicas nos crimes ambientais. 
 
b) somente condutas corporais externas constituem ações (cogitations poenam 
nemo patitur). Não se deve ocupar o Direito Penal de atividades puramente psíquicas, como 
a intenção ou o pensamento, sem atividade externa. 
 
c) movimento ou abstenção de movimento corporal comportamental (ação ou 
omissão). 
Há necessidade de uma ação ou omissão efetiva por parte do agente – ou seja, algo 
que modifica o mundo externo e sai da esfera da mente. 
 
ATENÇÃO! Há três situações nos quais, ainda que haja modificação do mundo externo, 
há ausência de ação, por absoluta ausência de consciência do agente em realizar a conduta: 
 
a) coação física irresistível (“vis absoluta”): não há conduta quando alguém atua 
obrigado por uma força física da qual não poderia resistir. Exemplo: A empurra B, que cai 
sobre C. 
 
b) movimentos reflexos: são os movimentos puramente ocasionados pelo sistema 
nervoso central, em resposta a um estímulo a um nervo sensitivo. Não possuem vontade do 
agente, tendo em vista ser uma resposta automática de seu cérebro. 
 
c) estados de inconsciência: trata-se quando o agente possui impulso primitivo que 
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influencia o seu comportamento e que não possui consciência, como o sonambulismo e a 
hipnose. 
 
A conduta humana deve ser ainda comissiva (ação) ou omissiva (omissão). Ação é 
a conduta manifestada através de um movimento corpóreo que visa uma finalidade. É a forma 
de cometer o verbo (núcleo) da maioria dos tipos penais existentes, tais como homicídio 
(matar), furto e roubo (subtrair), apropriação indébita (apropriar-se), dano (destruir; danificar), 
estupro e constrangimento ilegal (constranger), etc. É denominado crime comissivo. 
 Omissão ocorre quando o agente deixa de agir quando a legislação manda a ação e 
pode fazer, sem qualquer risco ou impossibilidade. É o chamado também de crime omissivo. 
 
A nossa legislação atribui aos crimes omissivos duas subdivisões: omissivos próprios 
e omissivos impróprios. Os crimes omissivos próprios, ou puros, traduzem na simples 
desobediência de uma norma que determina a prática de uma conduta, que não é realizada. 
Para se configurar crime omissivo próprio, basta a abstenção ao dever de agir para a 
configuração do delito. Eventuais danos podem qualificar ou majorar o crime, quando a 
legislação determinar. Trata-se de crimes de mera conduta. 
São exemplos de crimes omissivos próprios: art. 135 (“deixar”), art. 236 (“ocultando-
lhe”), art. 244, (“deixar”), art. 246 (“deixar”), art. 257 (“ocultar”), art. 269 (“deixar”), art. 299 
(“omitir”), art. 305 (“ocultar”), art. 319 (“deixar”), art. 356 (“deixar”), todos do Código Penal. 
 
Crimes de conduta mista: são crimes omissivos próprios cometidos inicialmente por 
uma conduta comissiva e lícita. Exemplo: apropriação indébita de coisa achada, que pode 
haver uma conduta inicial positiva (alguém achou uma res jogada na rua, levando-a como sua 
fosse) lícita, consumando o crime da apropriação supramencionada quando o sujeito deixar 
de restituir a res ao dono ou legítimo possuidor, ou de entregá-la à autoridade competente, 
dentro do prazo de quinze dias. 
 
Omissão imprópria 
 
Também chamado de crime comissivo por omissão, a omissão penalmente 
relevante ou imprópria ocorre quando o tipo penal é na modalidade comissiva, mas é 
executada na modalidade omissiva. 
A norma proibitiva, aqui, é aplicada apenas às pessoas que têm uma relação especial 
de proteção com o bem juridicamente tutelado. Essas pessoas são chamadas de 
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garantidores. 
 
ATENÇÃO! Ao contrário dos crimes omissivos próprios, os crimes comissivos por 
omissão são crimes de resultado, ou seja, o agente não possui meramente o dever de agir, e 
sim o dever de agir com a finalidade de evitar um resultado, sob pena de incorrer em 
responsabilidade penal. Os crimes comissivos por omissão são crimes materiais. 
 
Para configuração do crime, a omissão penalmente relevante se dá também quando o 
agente pode agir, fisicamente, e deve agir, juridicamente, mas se abstém, dolosa ou 
culposamente. 
Deve-se, no momento da omissão, existir o binômio dever e poder, não podendo ser 
punido o agente que podia agir, sem dever (pois não era garantidor), e não podendo punir 
igualmente o agente que devia agir, mas não podia (pois puniria alguém por crime com 
ausência de conduta). 
 
Quanto ao dever agir, é o próprio Código Penal quem traz as circunstâncias em que o 
agente possui o dever de agir: 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: é o dever de agir 
decorrente da imposição de lei. Exemplo: assistência mútua entre cônjuges,ascendentes e 
descendentes, entre outros. 
 
Lembre-se: O dever de agir pode ser também dado pelo ordenamento jurídico aos 
profissionais de determinadas atividades, que possuem implicitamente a obrigação de 
cuidado ou vigilância, tais como médico, bombeiro, policial, segurança, entre outros. 
 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado: é o dever 
existente após a celebração de negócios jurídicos ou conforme as relações concretas 
ocorridas na vida. Não se trata apenas de dever contratual, já que a posição de garantidor 
pode advir de situações em que não existe relação jurídica entre as partes. 
Pode a posição de garantidor existir mesmo sem contrato entre as partes, desde que o 
sujeito tenha assumido, de fato, voluntariamente, determinada responsabilidade para com 
outrem. A posição não precisa perdurar por determinado ou longo período de tempo, podendo 
ser transitória, por exemplo, questão de horas ou até mesmo de minutos. 
 
Exemplo: a vizinha que recebe o filho para que a mãe possa trabalhar. Enquanto a 
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criança está aos seus cuidados, a vizinha é sua garantidora. 
 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado: é o 
dever que surge de ação anterior do agente, que deu causa ao aparecimento do risco. 
 
Exemplo: aquele que empurra o outro, bêbado, na água, que começa a se afogar. 
 
Quando alguém coloca o outro em risco, é obrigado a intervir, impedindo o resultado 
danoso, sob pena de responder pelo mesmo. 
 
ATENÇÃO! 
 
Deve haver nexo causal entre a omissão do agente e o resultado danoso. Além disso, 
é preciso necessário a chamada evitabilidade do resultado – ou seja, ver se a omissão foi 
causa do resultado danoso. Caso o agente tivesse agido, se o agente ocorre da mesma 
maneira como ocorreu, não pode a omissão ser considerado causa do resultado. Neste caso, 
exclui-se a responsabilidade penal. 
 
Por fim, a conduta deve ser dolosa ou culposa. 
Há necessidade expressa de a conduta do agente ser dolosa ou culposa. Do contrário, 
há a chamada responsabilidade objetiva, ou responsabilidade sem culpa. Responsabilidade 
objetiva é aquela que se abstrai a ideia de culpa para que se caracterize a responsabilidade. 
Para esta responsabilidade, basta a relação de causalidade entre o ato do agente e o dano 
causado à vítima para surgir o dever de indenizar, no caso do Direito Civil, ou para que lhe 
seja imputado determinado tipo penal, no caso do Direito Penal. A culpa será presumida, ou 
desnecessária a sua prova. Não há possibilidade de responsabilidade objetiva no Direito 
Penal brasileiro. 
 
 Dolo e suas modalidades 
 
 Dolo é, para o Direito Penal, a vontade do agente em querer cometer um ato vedado 
pelo ordenamento jurídico pátrio, objetivando a ofensa a um bem jurídico penalmente tutelado 
ou, na ausência do querer, o assumir o risco de produzir a referida ofensa. 
 A doutrina brasileira apresenta três características do dolo, todas necessárias para sua 
ocorrência: a) abrangência, pois o dolo deve envolver todos os elementos objetivos do tipo; 
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b) atualidade, pois o dolo deve estar presente no momento da realização da ação, não 
podendo ser apenas anterior ou ulterior; c) possibilidade de influenciar o resultado, pois é 
indispensável que a vontade do agente consiga produzir o fato típico. 
Para haver o dolo em um crime, é necessário, primeiramente, que ele esteja presente 
em todas as elementares do tipo penal e não apenas no verbo do tipo. Dá-se a título de 
exemplo o crime de furto (art. 155 do Código Penal), que possui como elementares: 1 – 
subtrair; 2 – para si ou para outrem; 3 – coisa alheia móvel. Para existir o dolo do agente em 
praticar o crime de furto, é necessário que ele subtraia, coisa alheia, coisa móvel, para si ou 
para outrem, não podendo o agente ter dolo apenas, por exemplo, em subtrair coisa alheia 
móvel e não ter a destinação de para si ou para outrem; ou subtrair coisa móvel, para si ou 
para outrem, e não ser alheia a coisa. 
Igualmente necessária é a presença do dolo no momento da realização da ação, não 
podendo ser apenas anterior ou ulterior, senão se trataria de dolo antecedente ou 
subsequente, respectivamente, o que é vedado no nosso ordenamento jurídico. 
Por fim, é necessária a possibilidade de o ato ilícito influenciar no resultado, por força 
do Princípio da Potencialidade Lesiva, pois, caso o agente, mesmo com a intenção de lesionar 
bem jurídico penalmente tutelado alheio, executa o ato de forma inteiramente incapaz de 
lograr êxito na ofensa ao bem jurídico, trata-se de crime impossível (art. 17 do Código Penal). 
Não basta, entretanto, apenas a abrangência, atualidade e possibilidade de lesionar 
bem jurídico para se concretizar o dolo em um tipo penal. É necessária também a existência 
dos elementos cognitivo e volitivo. 
 O elemento cognitivo é a consciência do agente em praticar o injusto penal. É 
necessário que o agente entenda o ilícito penal que está cometendo, e este entendimento 
deve abranger de forma correta e completa todas as elementares do tipo ou, caso isso não 
ocorra, envolver-se-á em uma excludente de pena. A consciência do agente deve ser atual, 
existente no momento da realização da ação. 
Já o elemento volitivo é a vontade do agente em praticar o injusto penal, abrangendo-
se a ação ou omissão, o resultado e o nexo causal. É imprescindível que o agente tenha a 
vontade de praticar a ação ou omissão que dá causa ao tipo penal, com o intuito de se chegar 
ao resultado pretendido (ofensa ao bem jurídico), pois, do contrário, poderá se encaixar em 
causas de isenções de pena ou dirimentes de culpabilidade. Portanto, para se concretizar o 
dolo no tipo penal, é necessário o conhecer e o querer do ilícito. 
 
O dolo se subdivide em: 
 
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a) Dolo direto: quando o agente quis e conheceu o resultado. Age diretamente para 
a produção do resultado querido – ou do perigo ocasionado -, agindo com todos os meios 
para tanto. 
 
Exemplo de Dolo Direto: aquele que desfere diversos tiros contra a vítima, querendo 
ceifar sua vida. 
 
ATENÇÃO! Para a confecção do tipo penal na modalidade dolo direto é 
necessário que possua os elementos cognitivo e o volitivo. Ausentes algum dos dois 
elementos, não há que se falar de crime ocorrido na modalidade dolo direto. 
 
Subdivisões do dolo direto: 
 
O dolo direto é subdividido em: 
 
1) dolo direto de primeiro grau: o agente quis o resultado e agiu diretamente, sendo 
este o fim de suas ações. 
2) dolo direto de segundo grau: o agente quis o resultado e agiu diretamente para 
atingi-lo; porém, na utilização dos meios para alcançar o resultado, acaba por incluir efeitos 
colaterais, que eram notoriamente certos de que iriam acontecer. 
 
Exemplo: Caio, querendo matar Tício, implementa uma bomba no avião que seu 
desafeto utilizará para viagem de lua de mel. Em pleno voo, com mais de duzentas pessoas, 
Caio aciona a bomba, matando todos a bordo. Contra Tício, Caio possui dolo direto de 
primeiro grau. Em relação aos demais a bordo do voo, Caio possui dolo direto de segundo 
grau. 
 
Diferença do dolo direto de segundo grau e o eventual: O dolo direto de segundo 
grau difere-se do dolo eventual por neste o agente não querer resultado danoso algum, 
apenas conhece e assume o risco de produzi-lo, enquanto que, naquele, por mais que o 
agente não quisesse o resultado danoso em relação aos demais, o quis em relação ao seu 
alvo, e conhecia o risco, praticamente certo, de lesionar bens jurídicos penalmente tutelados 
de terceiros. 
 
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b) Dolo indireto: chamado de dolo eventual, acontece quando o agente não quis o 
resultado danoso, mas conheceu e assumiu o risco do dano. 
Dolo eventual, portanto, ocorre quando o agente age ou deixa de agir, conhece do 
risco de produzir um resultado danoso a um bem jurídico penalmente tutelado através de sua 
conduta e se conforma caso este venha a acontecer. O dolo eventual não se consubstancia 
apenas em o agente, conhecendo do risco, não se abstém de agir, pois isso pode configurar 
culpa consciente. Não basta, pois, apenas o agir quando não deveria – pois isso caracteriza 
a imprudência –, é imprescindível o conformismo sobre a possibilidade da ocorrência do 
resultado danoso. 
 
Lembre-se: Em determinados casos, a descrição da conduta impõe ao agente um 
especial conhecimento da circunstância. Dá-se o exemplo do crime de receptação, em que é 
elementar do tipo saber ser a coisa produto de crime. O tipo penal é claro em dizer “sabe” – 
só recaindo, portanto, o dolo direto; caso quisesse abarcar o dolo na modalidade eventual, 
teria trazido a expressão “deve saber” como elementar, ou outra que indique assumir o risco. 
 
No dolo eventual, ao contrário das demais modalidades de dolo, não existe o 
elemento volitivo (a vontade), pois se o elemento volitivo é a vontade do agente de praticar 
o fato típico almejando um resultado danoso, existindo um nexo causal que liga ambos e não 
havendo vontade do agente em praticar o fato típico, e sim mero aceite por parte do mesmo, 
não há que se falar em existência de elemento volitivo no dolo eventual. 
Por sua vez o, é certo dizer que o elemento cognitivo se faz presente, pois o agente 
sabe da possibilidade da ocorrência do evento danoso quando age ou deixa de agir. 
 
Lembre-se: O Código Penal equiparou os efeitos do dolo eventual e do dolo direto, 
possuindo penas idênticas e apenas sendo considerado dolo para todos os fins. 
 
c) Dolo alternativo: quando o agente quis, indiferentemente, um resultado ou outro. 
 
Exemplo: Pessoa encontra carteira, envolta em um pano, em uma praia. Não sabe se 
um banhista deixou ali para ir à água ou se esqueceu. Leva-a embora, sem saber se cometeu 
crime de furto ou de apropriação indébita de coisa achada. 
 
d) Dolo cumulativo: significa que o agente deseja alcançar dois resultados, de forma 
sequencial. 
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e) Dolo antecedente: significa que o agente quis o injusto penal antes de sua 
ocorrência, que se deu de forma lícita ou culposa. Não possui validade no Direito Penal atual, 
tendo em vista a necessidade de o dolo ser atual, conforme dito anteriormente. 
 
Exemplo: A deseja a morte de B, mas o mata em um acidente de trânsito com 
imprudência, não responderá a título de dolo e sim de culpa, pois o seu dolo foi anterior à sua 
conduta. 
 
f) Dolo subsequente: significa que o agente quis o resultado danoso após a sua 
ocorrência, que se deu de forma lícita ou culposa. Igualmente não possui validade no Direito 
Penal atual, tendo em vista a necessidade de o dolo ser atual. 
 
Exemplo: Tício atropela Mévio por negligência; porém, ao saber que é seu antigo 
desafeto, felicita-se, pois ficara livre dele. Tício responderá por culpa, pois o dolo foi 
subsequenteà sua ação. 
 
g) Dolo genérico e dolo específico: o dolo genérico significa que o agente apenas 
quis praticar o fato típico. No dolo específico, além do intuito de praticar o fato típico, possui 
outro fim específico. O 
 
Exemplos: crime de homicídio é dolo genérico, pois o intuito é a morte da vítima crime 
de extorsão mediante sequestro é dolo específico, pois, além do sequestro da vítima, possui 
o intuito de receber vantagem indevida. 
 
ATENÇÃO! Para a teoria finalista, não há diferenciação entre dolo genérico ou dolo 
específico. 
 
 Culpa consciente e inconsciente 
 
O Código Penal conceitua crime culposo como sendo “quando o agente deu causa ao 
resultado por imprudência, negligência ou imperícia”. Os conceitos doutrinários, todavia, são 
mais específicos em detalhar a culpa do que o conceito trazido pelo Código Penal. 
Culpa é entendida como a inobservância de um dever de cuidado que resulta em um 
dano não querido, mas previsível. 
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Para se configurar crime culposo, é necessário que o agente aja ou deixa de agir, 
violando-se o dever do cuidado, típico da vivência em sociedade e sem possuir intenção ou 
assumir o risco do resultado dano. 
A violação da norma do dever de cuidado pode se dar por imprudência, imperícia ou 
negligência. 
Imprudência é a prática de uma conduta precipitada, insensata, arriscada, que 
ultrapassa o dever objetivo de cuidado. 
 
Exemplo: o motorista que dirige em velocidade acima da permitida na pista, que dirige 
embriagado ou fazendo manobras arriscadas. 
 
Negligência, por sua vez, quando o agente deixa de fazer aquilo na qual a diligência 
comum o determinava a fazer. Exemplo: age com negligência o motorista que não troca os 
pneus já desgastados. 
 
Imperícia é a incapacidade ou ausência de conhecimento, por parte do agente, para 
o exercício de determinado mister. É o profissional que não possui o conhecimento necessário 
para o exercício de sua profissão. Exemplo: o médico que, na operação, erra a artéria a ser 
cortada, trazendo a óbito o paciente. 
 
O crime culposo necessita, via de regra, um resultado não querido e não assumido. 
Além disso, há necessidade do nexo causal entre ação e resultado. 
 
ATENÇÃO! Alguns tipos penais são configurados na modalidade culposa sem a 
necessidade do resultado lesivo não querido e não assumido, tratando-se de crime formal. 
 
Exemplo: Artigo 38 da Lei de Drogas: 
 
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que 
delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou 
em desacordo com determinação legal ou regulamenta: 
Pena – detenção, de 06 (seis) meses a 02 (dois) anos, e multa. 
 
Ainda, é necessária a previsibilidade do resultado danoso através da conduta que 
inobserva o dever de cuidado. A previsibilidade se consubstancia quando se consegue 
prever o resultado lesivo com a conduta do agente. Ocorre a previsibilidade objetiva quando 
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o homem médio, aquele que não é ínfimo ou extraordinário, consegue prever o resultado 
lesivo. Entretanto, na previsibilidade objetiva, o agente, contrariando o homem médio, não foi 
capaz de prever o dito resultado. 
Distingue-se da previsibilidade subjetiva, que é a previsão do agente, devendo este 
prever o resultado conforme suas aptidões pessoais e na medida da sua capacidade de 
discernimento e entendimento. Enquanto a previsibilidade objetiva se consubstancia quando 
o homem médio consegue prever o resultado danoso através da conduta do agente, menos 
este, a previsibilidade subjetiva se consubstancia quando o próprio agente consegue prever 
o resultado danoso. A previsibilidade subjetiva não afasta a culpa e a transforma em dolo, na 
modalidade eventual, caso o agente, prevendo o resultado, acredita sinceramente na sua não-
ocorrência (a chamada culpa consciente). 
O último requisito da culpa é a tipicidade, que faz parte do Princípio da Legalidade. É 
necessária prévia disposição legal para se responder pelo crime na modalidade culposa 
(como homicídio, lesão corporal, incêndio e outros), ou, na sua ausência, o agente só poderá 
responder criminalmente pelo crime na modalidade dolosa. 
ATENÇÃO! Não há, na esfera da culpa, a modalidade tentativa, devendo apenas 
responder, a título de culpa, pelos crimes consumados. Não há ocorrência da tentativa pelo 
fato de o primeiro de seus elementos ser a vontade livre e consciente de querer praticar a 
infração penal, enquanto que, na culpa, o agente não quer produzir resultado ilícito. O iter 
criminis é um instituto jurídico destinado aos crimes dolosos, não culposos. Não se cogita, 
prepara e executa crime culposo, mas tão somente crimes dolosos. 
 
A culpa se divide em três tipos: 
 
 a) culpa inconsciente: quando o agente não previu o resultado, embora previsível. 
Na culpa inconsciente o resultado não é previsto pelo agente, embora o requisito da culpa 
previsibilidade (objetiva) exista - ou seja, o homem médio consegue prever o resultado -, e a 
sua conduta é eivada de imprudência, negligência ou imperícia. 
O agente, portanto, não foi capaz de prever o resultado – ou a lesão ao dever de 
cuidado -, mas o homem médio conseguiria prever. É imprescindível, porém, a previsibilidade 
do homem médio, pois, na sua ausência, configura-se caso fortuito ou força maior, não sendo, 
portanto, fato típico, por ausência de um dos requisitos da culpa e, consequentemente, pela 
ausência da mesma. 
 
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 b) culpa consciente: quando o agente previu o resultado, mas acreditou sinceramente 
na sua ocorrência. Ocorre quando o agente prevê a possibilidade do resultado lesivo, mas 
acredita fielmente que sua atuação irá impedir o resultado, que acontece. 
 
 Exemplo: agente ultrapassa um veículo em uma estrada e, verificando que na direção 
contrária vem outro veículo, acredita que conseguirá voltar para sua mão antes da coalizão, 
que acontece e mata alguém. 
 Por mais que o agente tenha previsto a possibilidade de chocar-se contra o 
segundo veículo, acreditou sinceramente que, caso acelerasse, conseguiria findar a 
ultrapassagem sem se chocar contra o dito veículo. 
 
O Código Penal, por sua vez, não traz diferença alguma entre a culpa consciente e 
inconsciente, devendo o juiz apenas trazer no momento da dosimetria da pena. 
 
 c) culpa imprópria, quando o agente agiu com dolo, mas responderá pelas penas 
cominadas ao crime culposo. Apesar de ser considerado culpa, o crime foi cometido com a 
intenção de acontecer o resultado. Todavia, tal intenção é viciada por um erro que, com mais 
cuidado, poderia ter sido evitado. 
 
Nexo causal: é a ligação entre a conduta e o resultado. Não se pode punir aquele cuja 
conduta em nada influenciou na ocorrência do resultado. 
 
Resultado: é a efetiva ofensa a bem jurídico penalmente tutelado (crime material) ou 
a ocorrência de perigo real ou abstrato ao mesmo (crime de perigo). O resultado do crime de 
homicídio é a morte; do crime de furto, é a diminuição patrimonial da vítima e o acréscimo 
patrimonial de terceiro (crimes materiais); do crime de embriaguez ao volante (crime de 
perigo), é o perigo à segurança pública – vida, integridade física ou patrimônio de outrem. 
 
Tipicidade formal: é a subsunção da conduta do agente com alguma figura típica 
existente em nosso ordenamento jurídico. Se alguém, por exemplo, ceifa a vida de alguém, a 
conduta dele está amoldada na figura típica do homicídio (“matar alguém”). Entretanto, se 
alguém, por descuido, quebra uma moldura de vidro na casa de outra pessoa, não há 
tipicidade formal, eis não haver a conduta de destruir culposamente coisa alheia (dano 
culposo). 
 
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Tipicidade conglobante: teoria criada pelo argentino Eugenio Raul Zaffaroni, a teoria 
conglobante engloba a universalidade do Direito para análise da tipicidade da conduta. A 
norma deve ser materialmente tipificada e antinormativa. Materialmente tipificada é a 
verificação da relevância da lesão ou perigo de lesão. Antinormatividade é a contrariedade 
da conduta em todos os ramos do Direito, não apenas no Direito Penal. A conduta que é 
tolerada ou incentivada pelo Estado não pode ser considerada crime no Direito Penal ou 
estaríamos diante de uma imensa incongruência. 
 
ILICITUDE é a contrariedade da lei; tudo aquilo que é contrário à lei é ilícito e, por 
consequência, tudo aquilo que for em conformidade com a lei é lícito. 
Toda conduta típica é presumivelmente ilícita. Entretanto, em determinadas ocasiões, 
pode ocorrer a retirada da ilicitude da conduta típica, transformando-a em lícita e retirando, 
por consequência, a responsabilidade penal de seu autor. São as chamadas excludentes de 
ilicitude. 
A legislação penal brasileira traz quatro excludentes de ilicitude: 
 
a) estado de necessidade: Estado de necessidade é a realização de ato definido 
como fato típico realizado pelo agente, que atinge um direito alheio protegendo um direito 
próprio ou de terceiros, na qual era razoável exigir seu sacrifício. 
Podemos dar como exemplo o agente que acabou ficando preso sem querer dentro 
de uma edificação qualquer durante as férias coletivas do local. Lá dentro, percebendo se 
encontrar completamente fraquejado em virtude da ausência de água e comida e não sendo 
resgatado por ninguém, quebra a janela da edificação, salvando a si mesmo. Como o agente 
não ficou preso por culpa própria nem de terceiro, violar o patrimônio do local para 
salvaguardar um direito próprio a qual não seria razoável sacrificá-lo – vida ou integridade 
física -, estaria coberto pelo manto do estado de necessidade. 
Para configuração da dita excludente, há a necessidade de ocorrência das seguintes 
condições: 
 
1) perigo atual a direito: o perigo a direito próprio ou alheio deve ser atual ou iminente, 
na qual há necessidade de agir para repelir o perigo. 
 
2) ausência de voluntariedade na provocação do perigo: não pode o próprio agente 
ter provocado o perigo – por exemplo, no exemplo acima, o próprio agente ter se trancado 
dentro da edificação. 
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3) impossibilidade de evitar o perigo: não pode haver possibilidade fática de o 
agente evitar o perigo – evadindo do local, por exemplo. 
 
4) defesa de direito próprio ou alheio: para que o agente valha do manto do estado 
de necessidade, é necessário que o ato que atinge direito alheio vise proteger direito próprio 
ou alheio que se encontra em perigo. 
 
ATENÇÃO! Deve haver balanço entre o direito sacrificado e o protegido, sob pena de 
banalização do instituto do estado de necessidade. Se alguém, visando proteger seu próprio 
patrimônio, ceifa a vida de terceira pessoa – que não esteja colocando o seu direito em risco 
– não há que se falar em estado de necessidade, pois a vida é bem jurídico mais importante 
que o patrimônio – por mais valioso que este seja.5) sacrifício de direito não exigido: não pode exigir do agente o sacrifício do direito em 
perigo. Não se pode, a título de exemplo, que se exija do agente o sacrifício de sua vida ou 
integridade física. 
Entretanto, se for razoável a exigência do sacrifício do direito ameaçado, poderá o juiz 
reduzir a pena de um a dois terços. É uma faculdade do juiz diminuir ou não a pena, a 
depender do caso concreto. 
 
6) não exigência legal de enfrentamento do perigo: se a legislação exige que o agente 
enfrente o perigo e este não o faça, não pode alegar estado de necessidade. Por exemplo: o 
bombeiro que não combate chamas, ou o policial que não combate ao crime. 
 
b) legítima defesa: Legítima defesa é o afastamento de injusta agressão, atual ou 
iminente, a direito próprio ou alheio, utilizando-se dos meios necessários, desde que usados 
de forma moderada. 
É legítima defesa, por exemplo, quando A tenta matar B e este, evitando ser morto, 
mata A. Ou quando A tenta estuprar B e C lhe agride, evitando o estupro. 
Assim como o estado de necessidade, na legítima defesa a defesa do direito pode ser 
própria ou de terceiros e a agressão, assim como o perigo, deve ser atual ou iminente. Aqui, 
contudo, não se fala em perigo a direito, mas sim agressão, ou seja, conduta comissiva ou 
omissiva que visa a prática de resultado danoso a direito alheio. 
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A conduta deve ser humana, não existindo a legítima defesa em caso de ataques de 
animais. 
O agente deve sempre utilizar dos meios necessários e moderados para repelir a 
injusta agressão. Meios necessários são aqueles suficientemente capazes de repelir a 
agressão. Já meios moderados são aqueles que afetam o menor bem jurídico penalmente 
tutelado possível para repelir a agressão. Do contrário, agindo de forma imoderada, poderá 
responder pelo excesso que cometer. Exemplo: agente que pode atirar na perna para fugir 
de uma agressão e atira no peito do agressor, ceifando sua vida, responderá pela morte 
causada. 
Veda o ordenamento jurídico brasileiro a chamada legítima defesa preventiva, ou 
seja, quando o agente age visando se proteger de um perigo futuro não iminente. Como 
exemplo, damos o caso de A que, temendo a violência urbana, mata B imaginando que este 
poderia lhe roubar, por ter “cara e comportamento de ladrão”. A responderá normalmente pelo 
homicídio, não se falando em legítima defesa. 
O Supremo Tribunal Federal passou a vedar expressamente a tese de legítima 
defesa da honra. 
É permitida a legítima defesa putativa, quando o agente acredita sinceramente que 
esteja em perigo iminente ou atual de agressão, mas que, na realidade, não se encontra. 
Trata-se das descriminantes putativas já anteriormente falado. 
 
 Legítima defesa equiparada 
 
 Será considerado legítima defesa, observado os requisitos para tal, quando o 
agente de segurança pública repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém 
durante a prática de crimes. 
 
 ATENÇÃO! Tal regra só serve para os agentes de segurança pública e a vítima deve 
estar mantida refém estando, pelo menos, com risco de agressão. 
 Além disso, os excessos da legítima defesa também são aplicadas na legítima 
defesa equiparada. 
 
c) estrito cumprimento do dever legal: entende-se como estrito cumprimento do 
dever legal a ação praticada em função de um dever criado pela legislação. Exemplo: artigo 
292 do Código de Processo Penal: 
 
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Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à 
prisão em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o 
executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios 
necessários para defender-se ou para vencer a resistência do que 
tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas. 
 
Somente funcionários públicos podem cumprir o dever legal, já que a legislação 
brasileira não traz dever aos funcionários privados, respeitando estes as normas da pessoa a 
qual trabalha. Por fim, o cumprimento deve ser nos estritos ditames legais, não podendo haver 
excessos. 
 
d) exercício regular do direito: é o desempenho de um direito previsto e autorizado 
pela lei. A legislação concede à pessoa um direito, sendo que seu uso, ainda que afete direito 
de terceiros, não pode ser considerado delito. 
Exemplos de exercício regular do direito: a) o aborto com consentimento da gestante 
praticado em caso de estupro; b) o impedimento de policiais militares de adentrar na própria 
residência à noite, para cumprir mandado judicial; c) a entrada sem autorização em terreno 
alheio onde existe servidão de passagem; d) o tratamento médico ou cirúrgico; e) o direito à 
retenção, por parte do locatário (Parágrafo Único do artigo 571 e artigo 578, ambos do Código 
Civil); f) a injúria ou difamação irrogada em juízo, na discussão da causa; g) a crítica literária, 
artística ou científica; h) o conceito desfavorável emitido por funcionário público; i) a apreensão 
de material com violação de direitos autorais, por seu titular (artigo 102 da Lei 9.610/98); j) as 
ações que não comportam ofensa aos direitos autorais (artigo 46 da Lei dos Direitos Autorais). 
 
Há, ainda, uma quinta excludente de ilicitude: o chamado consentimento do ofendido. 
Trata-se de excludente de ilicitude supralegal, ou seja, não trazida pela lei e criada pela 
doutrina. O ofendido, quando consente na prática criminosa, retira a ilicitude do fato. A título 
de exemplo, trazemos a lesão corporal realizada pela tatuagem ou pela extração dentária. 
Houve autorização do ofendido para a realização da referida lesão, não se podendo falar em 
responsabilidade por parte do autor das lesões. 
Contudo, não são todos os crimes nas quais há a possibilidade de se retirar a 
ilicitude do fato pelo consentimento da vítima. Primeiramente, somente os direitos 
disponíveis podem haver o consentimento do ofendido. Se a vítima, por exemplo, autoriza a 
prática da eutanásia em si,

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